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PROCESSO DE EXECUÇÃO

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LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
 
1. Introdução:
Um dos requisitos de validade da decisão condenatória é a liquidez. Considera-se líquida a decisão condenatória que define, de modo completo, a norma jurídica individualizada. Para que isso ocorra, a decisão que certifica o direito do credor a uma prestação (fazer, não-fazer, entrega de coisa ou a pagamento de quantia) deve conter pronunciamento sobre: a) o an debeatur (existência da dívida); b) o cui debeatur (a quem é devido); c) o quis debeatur (quem deve); d) o quid debeatur (o que é devido); e) nos casos em que o objeto da prestação é suscetível de quantificação, quantum debeatur (a quantidade devida).
Quando a decisão é ilíquida, precisa ser liquidada para que fundamente a execução. É ilíquida a decisão que (i) deixa de estabelecer o montante da prestação (quantum debeatur), nos casos em que o objeto dessa prestação seja suscetível de quantificação, como por exemplo, a que condena o réu ao pagamento de indenização de valor a ser apurado em posterior liquidação, ou (ii) que deixa de individualizar completamente o objeto da prestação, qualquer que seja a sua natureza (quid debeatur), como por exemplo, a que determina ao réu que entregue duas toneladas de grãos, sem identificar a espécie, ou que impões a construção de um muro, sem dizer como, onde nem quando fazê-lo.
Desta forma, a liquidação de sentença abrange qualquer decisão em sentido amplo, para indicar qualquer pronunciamento judicial decisório, tendo ela sido proferida em juízo civil ou criminal, no Brasil ou no estrangeiro. Também abrange as sentenças arbitrais, que têm eficácia de título executivo judicial (art. 515, VII, CPC).
OBS: Não é possível falar em liquidação de título executivo extrajudicial, pois a liquidez, ao lado da certeza e exigibilidade, é requisito para a propositura do processo de execução (art. 783, CPC). No entanto, não quer dizer que não existe liquidação em processo de execução de título extrajudicial, pois nas execuções para entrega de coisa e para a satisfação de fazer ou de não fazer, é possível que a prestação específica seja convertida em prestação pecuniária, apuradas mediante liquidação (arts. 809, §2º; 816, § único; 821, § único e 823, § único, todos do CPC). Em suma, só não é possível liquidação de título executivo extrajudicial de obrigação de pagar quantia.
 
2. Conceito:
Fredie Didier: “Liquidação de sentença é a atividade judicial cognitiva pela qual se busca complementar a norma jurídica individualizada estabelecida num título judicial”, tendo natureza jurídica:
Declaratória (Dinamarco, Carmona e Teori Zavascki) à a determinação da liquidez não altera a situação jurídica, que é a mesma, já que o juiz somente explicita algo que já existia, mas que não estava claro para as partes.
Constitutiva (Didier, Araken de Assis, Pontes de Miranda) à ocorre uma alteração na situação jurídica, integrando elemento até então inexistente
3. Formas Processuais de ocorrer a liquidação:
Até 2005 a liquidação somente era possível por meio de um processo autônomo, todavia após a lei 11.232/05, buscou-se eliminar tal premissa, tanto que passou a ser usado como regra a “fase de liquidação”. Nesse contexto, hoje são 3 as formas processuais em que podem ocorrer a liquidação.
a) Fase de Liquidação: a liquidação ocorre dentro de um processo já existente, como questão principal de uma fase de um procedimento exclusivamente destinada a esse objetivo.
É cabível a liquidação por arbitramento e a liquidação pelo procedimento comum (antiga liquidação por artigos do cpc/73) numa fase específica do processo com essa finalidade: a “fase de liquidação”.
Por se tratar de fase do procedimento, a liquidação depende de requerimento do interessado, que tanto pode ocorrer pelo credor como pelo devedor (art. 509). Desse modo, a liquidação inicia-se por uma demanda, que contém objeto próprio, a ser examinado pelo juiz no exercício de nova atividade cognitiva. O réu é intimado do requerimento da liquidação de sentença por meio de publicação oficial na pessoa do seu advogado ou da respectiva sociedade de advogados (não é caso de citação). Exercerá o contraditório impugnando o pedido de liquidação.
O procedimento não inicia de ofício e somente o credor tem legitimidade. OBS: atualmente, é possível que o réu inicie o procedimento de liquidação;
Da decisão que encerra essa fase cabe agravo de instrumento, tendo natureza de:
Decisão interlocutória – HTJ e Marcato
Sentença – Eduardo Talamini e Fredie Didier
b) Processo de Liquidação: A regra é a liquidação como fase do processo, mas é possível a liquidação ser objeto de um processo de conhecimento autônomo, instaurado com essa finalidade.
O uso desse instrumento agora é restrito à hipótese em que não cabe a fase de liquidação, quais sejam: sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença arbitral (que não possa ser liquidada no juízo arbitral), sentença estrangeira homologada pelo STJ, acórdão que julga procedente revisão criminal (art. 630, CPP), bem como nas sentenças coletivas que versam sobre direitos individuais-homogêneos. Nestes casos, ou não há processo anterior no qual seja possível instaurar-se uma fase de liquidação ou, mesmo havendo um processo anterior, nele não é possível instaurar-se essa fase de liquidação.
Por analogia aplica o regramento da “fase de liquidação”, mas haverá a necessidade de instauração de um processo autônomo de liquidação. Assim, é necessária a citação do demandado, e não a simples intimação na pessoa do seu advogado.
A liquidação será pelo procedimento comum (art. 509, II, CPC), mas também poderá ser por arbitramento (art. 509, I, CPC).
Esse processo é encerrado, em 1ª instância, por sentença.
Haverá petição inicial, citação e contestação.
c) Liquidação Incidental: a liquidação ocorre como um incidente processual da fase executiva ou do processo de execução. Ocorre nas seguintes hipóteses: a) na liquidação por memorial de cálculos; b) quando houver impossibilidade de cumprimento da obrigação específica na execução de obrigação de fazer, não-fazer ou dar coisa ou inútil o cumprimento da prestação específica, o objeto da execução é convertido em prestação pecuniária; c) na execução de obrigação de dar coisa incerta, em que é necessário individualizar o bem; d) para apurar o valor das benfeitorias indenizáveis feitas pelo devedor ou terceiro na coisa cuja entrega se pede; e) no caso da instituição financeira causar prejuízos ao executado em decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior ao indicado na execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade no prazo de 24 horas, quando assim determinar o juiz (art. 854, §4º, CPC).
OBS: A decisão que resolve a liquidação incidental é interlocutória, sem encerrar o processo executivo, logo, agravável.
4. Legitimidade:
Tanto o credor quanto o devedor têm legitimidade para requerer a liquidação (art. 509, CPC), sendo que o Juiz não pode deflagrar de ofício.
A dúvida sempre foi se o devedor teria legitimidade para instaurar a liquidação, mas o artigo 509 do CPC confirmou o entendimento que sim, pois o devedor tem o direito de querer apurar o valor devida e cumprir espontaneamente a sua obrigação.
5. Competência para conhecer e julgar a liquidação: 
a) liquidação-fase: será do juízo que proferiu a decisão liquidanda (competência funcional e absoluta). Art. 516, I e II, CPC
b) processo autônomo de liquidação: art. 516, III, CPC (juízo cível competente)
c) liquidação-incidente: considerando que se trata de incidente cognitivo que surge no curso da fase executiva do processo ou no curso de processo de execução autônomo, a competência para conhece-lo é do mesmo juiz competente para conhecer a execução.
Atividade Complementar - Exercícios 
1) A sentença, ainda que ilíquida, constitui título executivo judicial, sendo a liquidação um pressuposto para o seu cumprimento. Nesse contexto, o procedimento de liquidação de sentença:
a) pode ser total ou parcial, mas o cumprimento da parte líquidada sentença não pode ser iniciado enquanto não for encerrada a liquidação da parcela ilíquida.  
 b) deve esperar o trânsito em julgado da sentença, pois só após a sua efetivação é que o título torna-se exequível.  
 c) encerra-se com a decisão que indica o valor exato da condenação, recorrível mediante interposição de apelação.  
 d) é incabível nas ações de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo terrestre, uma vez que nestes casos o juiz não está autorizado a proferir sentenças ilíquidas.
2) Contra a decisão de liquidação de sentença:
a) cabe apelação.  
b) cabe agravo retido. 
c) cabe agravo de instrumento.  
d) não cabe recurso, visto que é fase processual objetiva e técnica.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (PARTE 2)
(Continuação do material da aula anterior...)
6. Momento para requerer a liquidação:
Não é necessário aguardar o trânsito em julgado da decisão para então promover a liquidação. É possível iniciar a liquidação da decisão liquidanda mesmo na pendência de recurso, não importando, ainda, se o recurso tenha ou não efeito suspensivo. Segue a lógica da execução provisória.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
OBS: se a sentença tiver capítulos líquidos e ilíquidos, é possível ao credor promover simultaneamente a liquidação destes e execução daqueles (art. 509, §1º, CPC).
O eventual acolhimento de recurso pendente, com a cassação da decisão liquidanda (anulação ou reforma), esvaziará o conteúdo da atividade liquidatória, que perderá seu objeto.
7. Prescrição e Liquidação
O STJ (AgRg no REsp 1553826/RS; AgRg no AREsp 793.520/RS) entende que não se pode falar em prescrição quando há demora em deflagrar a liquidação, porque o prazo de prescrição da pretensão executiva somente tem início com o trânsito em julgado da decisão que liquida a obrigação.
Tal posicionamento é correto, pois de acordo com o art. 783, do CPC, somente se pode exercer a pretensão executiva quando a obrigação é certa, líquida e exigível.
OBS: Assim sendo, pode o credor aguardar 20 ou 30 anos para instaurar a liquidação do seu crédito? Para Fredie Didier, segundo o entendimento do STJ tal situação é possível. No entanto, apesar da fundamentação ser correta, a conclusão é equivocada. Tal doutrinador entende que é um absurdo, eis que mesmo não havendo a prescrição da pretensão executiva (entendimento do STJ), é perfeitamente possível dizer que há prescrição da pretensão à liquidação quando, entre o trânsito em julgado da decisão liquidanda e a instauração da atividade liquidatória há interstício de tempo igual ou maior que o prazo de prescrição para o exercício da pretensão cognitiva.
8. A Cognição na liquidação:
a) O Princípio da fidelidade do título: esse princípio rege que não é possível em atividade liquidatória discutir novamente o que já foi objeto do procedimento de conhecimento, ou mesmo modificar o conteúdo da decisão, sob pena de haver litispendência e ofensa a coisa julgada. Existe, portanto, uma tendência a manutenção do que foi decidido no título. Mas esse princípio é absoluto? Para responder tal indagação, as seguintes questões devem ser analisadas:
Juros moratórios: S. 254 STF: INCLUEM-SE OS JUROS MORATÓRIOS NA LIQUIDAÇÃO, EMBORA OMISSO O PEDIDO INICIAL OU A CONDENAÇÃO. Assim, esse é uma exceção ao princípio.
Despesas judiciais e honorários advocatícios: se a liquidação não impôs tais ônus, a liquidação não pode sobre estes tratar.
Se o título (sentença) trouxer alguma regra para o cálculo do valor, esta regra deverá ser aplicada na liquidação. Na sua falta, o juízo da liquidação determinará outro. Ex: aplicação de índice “X” para atualizar valor;
b) Matéria de defesa na liquidação: A participação dos sujeitos processuais é indispensável também no procedimento da liquidação. Assim, o sujeito passivo da liquidação deve ser cientificado da pretensão do liquidante, a fim de que sobre ela se manifeste.
É possível ao sujeito passivo discutir questões processuais ligadas à liquidação, desde que não haja comprometimento ou incompatibilidade com o estabelecido na decisão que é objeto da liquidação.
Ex: cabe alegação de ilegitimidade passiva se a pessoa não for aquela apontada no título (sentença), inadequação do procedimento da liquidação escolhido, etc.
Em suma, só é possível ao demandado na liquidação suscitar questões que não ofendem a coisa julgada, nem tenham sido alcançadas pela preclusão. 
Além de impugnar a própria admissibilidade da liquidação, pode o sujeito passivo antecipar algumas matérias previstas no art. 525, §1º, CPC, dedutíveis somente na IMPUGNAÇÃO ao cumprimento de sentença. Ex: novação, pagamento, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença, no caso de liquidação provisória, ou ao trânsito em julgado da sentença, no caso de liquidação definitiva (inciso VII); a falta ou nulidade da citação no processo ou na fase de conhecimento, se houve revelia (inciso I); a incompetência absoluta ou relativa do juízo da liquidação (inciso VI), o impedimento ou a suspeição do juiz (§2º). Para Teori Zavascki não teria sentido exigir que o sujeito passivo aguardasse o momento próprio para apresentar a impugnação. 
Questão importante!!!: Se as matérias do artigo 525, §1º do CPC forem alegadas e definitivamente rejeitadas, poderá o executado suscitá-las novamente em impugnação posterior? Fredie Didier – Somente será possível se as questões alegadas em posterior impugnação do executado tiverem por fundamento fato superveniente à própria decisão da liquidação. Ex: Pagamento superveniente. Fora isso, a discussão sobre tais matérias terá sido alcançada pela preclusão e coisa julgada. 
OBS: O acolhimento de qualquer das hipóteses do artigo 525, §1º do CPC enseja a extinção da liquidação, com ou sem exame do mérito. Por encerrar uma etapa cognitiva do procedimento, essa decisão será sentença, cabendo apelação. 
8. Espécies de Liquidação:
Nos termos do art. 509 do CPC, há 02 espécies de liquidação: a) Por arbitramento e, b) Pelo procedimento comum. 
OBS: O CPC/15 não fala mais em LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULOS, pois, nos termos dos artigos 786, § único e 509, §2º, ambos do CPC, quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença, pois a necessidade de simples operação aritmética não retira a liquidez do título. Hoje, a petição que deflagra o cumprimento de sentença deve vir acompanhada de “demonstrativo discriminado e atualizado do crédito” (art. 524), e o novo CPC não chama isso de liquidação.
 
OBS2: O art. 879 da CLT continua prevendo 03 espécies de liquidação: a) Por cálculos; b) Por arbitramento; c) Por artigos. 
a) liquidação por arbitramento: É aquela em que a apuração do elemento faltante para a completa definição da norma jurídica individualizada depende da produção de prova técnica – normalmente a pericial -, em qualquer das suas modalidades (exame, vistoria ou avaliação – art. 464, CPC). Ex: engenheiro para aferir a extensão dos danos causados num prédio em virtude do desabamento do prédio vizinho; médico para aferir o grau de incapacidade laborativa da pessoa em favor de quem fora certificado o direito de receber pensão mensal decorrente de acidente de trabalho; aferir valor pecuniário da coisa que deveria ser entregue, da obrigação de fazer ou de não-fazer, que não puderam ser cumpridas na forma específica. 
Nos termos do art. 509, I, do CPC, deve-se optar por esse tipo de liquidação sempre que (i) assim determinar a decisão liquidanda, (ii) houver convenção das partes nesse sentido, antes ou depois da decisão liquidanda, ou (iii) assim o exigir a natureza do objeto da liquidação. 
Nas palavras de Teori Zavascki: “Na liquidação por arbitramento, o árbitro nada mais é do que um perito, pessoa com conhecimento técnico ou científico indispensável à apuração do valor da obrigação cuja existênciaestá certificada na sentença liquidanda. Seu papel não é de julgar, mas simplesmente o de dar, à luz dos seus conhecimentos especiais, uma definição a respeito do valor devido. Por isso não se confunde a liquidação por arbitramento com arbitragem”. 
OBS: A liquidação por arbitramento se desenvolve como fase do processo, como processo autônomo ou como incidente da fase executiva ou do processo de execução.
OBS2: O requerimento apresentado pelo interessado deve pautar-se nas hipóteses de cabimento do art. 509, I do CPC. Após, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se o procedimento da prova pericial, 
OBS3: O art. 510 do CPC permite que o juiz dispensa a prova pericial se entender que a questão, cuja análise exige conhecimento técnico, esteja suficientemente provada por laudos particulares e documentos (entendimento do art. 472, CPC).
OBS4: Admitido o requerimento (de perícia), o juiz intimará o sujeito passivo por seu advogado ou sociedade de advogados para apresentar defesa. 
b) Liquidação pelo Procedimento Comum: Se a apuração do montante da dívida depender de prova de fato novo, mesmo que essa prova seja pericial, deve-se proceder á liquidação pelo procedimento comum (art. 509, II e 511, CPC). 
Fato novo é aquele relacionado com o valor, com o objeto ou com algum outro elemento da obrigação, que não foi objeto de anterior cognição/discussão na fase ou no processo de formação do título. Se algum elemento, que seja fundamental para a aferição do valor, ainda não consta nos autos, é necessária a instauração da liquidação pelo procedimento comum, havendo o contraditório e a consequente fixação do valor. Ex: condenação por despesas com tratamento médico futuro será liquidada e o autor deve provar o valor do tratamento, lucros cessantes, decisão confere a sócio-excluído o direito a uma porcentagem do estabelecimento, sendo necessário demonstrar as características, a qualidade, o lucro,...; sentença penal condenatória, revisão criminal procedente e direitos individuais-homogêneos.
Se procede como fase do processo ou como processo autônomo, mas em ambos os casos essa liquidação segue o procedimento estabelecido no art. 511 do CPC. 
OBS: A liquidação se inicia por requerimento do credor ou do devedor, devendo o liquidante indicar na petição o fato(s) novo(s) em que fundamenta o seu pedido. 
OBS2: O sujeito passivo será intimado (na fase de liquidação) e citado (no processo autônomo de liquidação). Não apresentando resposta, é possível a incidência dos efeitos da revelia em relação ao fato novo. 
9. Liquidação com Dano Zero (sem resultado positivo):
É a liquidação em que se conclui que o liquidante não sofreu qualquer dano, isto é, o quantm debeatur é zero, o que torna inexistente o próprio an debeatur. 
Ex: autor recebe benefício previdenciário, mas alega que o índice usado é equivocado e pede outro, o qual deve ser aplicado retroativamente, sendo que o juiz aceita esse. Na liquidação percebe-se que o índice pedido é mais prejudicial que o anterior.
Ex: na liquidação por arbitramento é provado que, apesar da conduta ilícita do réu, o autor não sofreu qualquer dano.
Ex: sentença que extingue execução provisória que comprova não ter gerado dano. 
OBS: O dano zero pode decorrer de duas situações: por não ter produzido prova suficiente ou por terem sido produzidas todas as provas e o valor não ter sido achado. 
OBS2: Diante de tal situação, como deve agir o juiz que preside a liquidação? Como fica ele frente à regra do art. 509, §4º do CPC segundo a qual na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou?
1)      STJ, Teori Zavascki, Didier, Luiz Rodriguez Wambier à O juiz deve julgar improcedente o pedido de liquidação por ser impossível proceder a liquidação. Se não há o que liquidar, o caso então é de improcedência do pedido liquidatório.
2)      Dinamarco à o juiz deve concluir pelo valor zero, sendo arbitrário obriga-lo a afirmar uma quantidade positiva em desacordo com os elementos de convicção existentes nos autos.
OBS3: Há no juízo de improcedência do pedido liquidatório uma decisão de mérito que, transitada em julgado, fica acobertada pela coisa julgada material. No entanto, o STJ entende que há no caso coisa julgada secundum eventum probationis, ao afirmar que a parte pode, no futuro, reiniciar essa fase processual, caso reúna as provas de que precisa. Didier critica tal posicionamento, pois para ele a conclusão que se chega é que a obrigação não existe no “valor zero”.
OBS4: Continuando o pensamento de Didier: Se não convencido das provas produzidas na fase ou no processo de liquidação, o juiz não pode pronunciar o non liquet (deixar de julgar por não ter elementos), devendo ser aplicada as regras do ônus da prova e devidir pela improcedência do pedido de liquidação.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - EXERCÍCIOS 
1) Quando a liquidação da sentença depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá:
  a) a prévia remessa dos autos ao contador do juízo, para elaboração do cálculo.
  b) a liquidação da sentença por arbitramento.
  c) o cumprimento da sentença, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.
  d) a liquidação da sentença por artigos.
 e) a nomeação de perito contábil, às expensas do executado, para elaboração do cálculo.  
2) Sobre a liquidação de sentença é correto afirmar que:
 a) a liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença ofende a coisa julgada.  
 b) na liquidação por arbitramento, o juiz deverá, obrigatoriamente, designar audiência de instrução e julgamento.  
 c) na determinação do valor da condenação por  cálculo  aritmético,  cabe  às  partes apresentar  as suas contas, sendo vedado ao juiz o envio dos autos à contadoria judicial antes do julgamento.  
 d)  é defeso, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.  
 e)  da decisão de liquidação caberá apelação.
AULA - TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO (PARTE 1) 
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
 
 
1. Conceito:
2 - Execução, processo de execução e processo autônomo de execução: 
3 - Processo Sincrético
4 - Classificação da Execução:
a) Quanto procedimento: comum e especial
b) Execução Judicial e Execução Extrajudicial
c) Execução Fundada em Título Judicial (“Cumprimento de Sentença”) e Execução Fundada em Título Extrajudicial
d) Execução Direta e Execução Indireta
e) Cumprimento Definitivo e Provisório da Sentença
5 - Princípios:
a) Da Efetividade: (art. 4º do CPC) 
b) Da Tipicidade e Atipicidade dos meios executivos
c) Da Boa-fé Processual: (art. 5º do CPC) 
d) Da Responsabilidade Patrimonial do Devedor
e) Da Primazia da Tutela Específica ou Princípio da Maior Coincidência Possível ou Princípio do Resultado
f) Princípio do Contraditório
g) Da Menor Onerosidade da Execução
h) Da Cooperação: (art. 6º do CPC) 
i) Da Proporcionalidade: (art. 8º do CPC) 
j) Da Adequação
k) Autorregramento da vontade na execução
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - EXERCÍCIOS 
1) No que se baseiam os princípios da Boa-fé processual, da efetividade e da adequação no processo de execução?
2) Diferencie os Princípios da Responsabilidade Patrimonial do Executado e da Menor Onerosidade da Execução.
AULA - TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO (PARTE 2)
1) Requisitos específicos da Execução:
a) título executivo
b) certeza
c) liquidez
d) exigibilidade
2) Partes na Execução:
a) Legitimidade Ativa: (art. 778, CPC)
b) Legitimidade Passiva: Art. 779 do CPC.
3) Responsabilidade Patrimonial
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - EXERCÍCIOS
Com relação à execução civil, pode-se afirmar, exceto:
a) são títulos executivos extrajudiciais o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público.
b) Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação em 10 (dez)dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentença
c) quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.
d) os vestuários são absolutamente impenhoráveis, bem como os pertences de uso pessoal do executado, independentemente do valor do bem.
Consideram-se títulos executivos judiciais:
I - a sentença condenatória proferida no processo civil que reconheça a existência da obrigação de não fazer.
II - a sentença penal condenatória com trânsito em julgado.
III - a sentença arbitral e a sentença homologatória de transação ou de conciliação;
IV - o formal e a certidão de partilha.
a) todos os itens são incorretos.
b) todos os itens são corretos.
c) somente os itens I e II estão corretos.
d) somente os itens III e IV estão corretos.
AULA - FRAUDE CONTRA CREDORES, FRAUDE À EXECUÇÃO E ATOS ATENTATÓRIOS À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
Fraudes do Devedor 
a) Conceito: significa dilapidação fraudulenta do patrimônio para frustar a satisfação dos credores.
b) Espécies: São de 2 espécies:
b.1) Fraude contra credores: o ato nessa modalidade é anulável, necessitando portanto de obter uma declaração de nulidade do negócio jurídico através da ação pauliana. Incide na validade do ato jurídico.
b.2) Fraude à execução: ato de maior gravidade que acarreta dano aos credores e atenta contra o eficaz desenvolvimento da atividade jurisdicional. 
b.2.1) Pressupostos:
b.3) Atos atentatórios à dignidade da justiça: 
c) Averbação da execução no registro de bens do devedor (art. 828, CPC)
d) Honorários de advogado no cumprimento de sentença e na execução fundada em título extrajudicial
e) Suspensão da Execução
f) Extinção da Execução
ATIVIDADE COMPLEMENTAR - EXERCÍCIOS
1) SOBRE AS FRAUDES DO DEVEDOR, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A - Para que se configure a fraude contra credores, dois requisitos são exigidos: um de caráter objetivo, qual seja, que a alienação tenha conduzido a uma diminuição patrimonial do devedor que tenha piorado ou criado um estado de insolvência; e outro, subjetivo, ligado a intenção do devedor de provocar sua redução patrimonial até o estado de insolvência.
B - A fraude a execução prejudica os credores e a própria função jurisdicional do Estado-Juiz. Conquanto, sua configuração prescinde ciência do devedor da existência de ação judicial.
C - A fraude do bem constrito judicialmente ocorre somente quando há alienação ou oneração de bem penhorado.
D - O instituto da fraude a execução, expressamente previsto Código de Processo Civil, possui rol taxativo quanto a sua ocorrência.
E - As chamadas fraudes do devedor são divididas em duas espécies: fraude contra credores e fraude á execução.
2) CONSIDERA-SE EM FRAUDE DE EXECUÇÃO 
A - a alienação de bens quando, ao tempo da alienação, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência e, conforme jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento da fraude à execução independe de registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente, porque esse requisito é exigível somente para configuração de fraude contra credores. 
B - a alienação de bens imóveis, quando, por sua ocasião, não se apresentar certidão negativa de demanda em curso contra o alienante, independentemente do risco de sua insolvência. 
C - a alienação de bens apenas quando, ao tempo da alienação, corria contra o devedor execução capaz de reduzi-lo à insolvência, mas conforme jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou de prova de má-fé do terceiro adquirente. 
D - a alienação de bens quando, ao tempo da alienação, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência, mas, conforme jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou de prova de má-fé do terceiro adquirente. 
E - somente a alienação de bens sobre os quais pender ação fundada em direito real. 
3) Todo comportamento, comissivo ou omissivo, que possam atrapalhar, retardar, tentar fraudar ou fraudar, reduzir a respeitabilidade e a importância social do sistema judiciário, pode ser encarado como qual fraude ou ato do devedor?

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