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Relatório de atividades de laboratório experimental do comportamento

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OS EFEITOS DA MANIPUALAÇÃO DO REFORÇO 
NO COMPORTAMENTO DE UM RATO
Alunos/pesquisadores:
Adriana Cardin Santa Rosa
RA: 131021699
Rosemberg Jônatas Gomes de Sousa
RA: 131021753
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
UNESP – Curso de Psicologia
Disciplina: Laboratório de análise experimental do comportamento
Docente responsável: Maria Silvia Fraga de Almeida Barros
Bauru/SP
Novembro/2014
1
1 Introdução
Existem diversas ciências do comportamento, porém a Análise do Comportamento é
uma disciplina especial, na qual indivíduos têm o seu comportamento estudado em ambientes
devidamente controlados, tendo como resultado a formulação das relações entre
comportamento e ambiente (SKINNER, 1974/2009, p. 10).
A partir dessa proposição, pode-se levantar o seguinte questionamento “Existe relação
entre o que o sujeito faz e as consequências que sua ação produz no ambiente”. Em resposta a
essa questão, Catânia ensina que “o comportamento tem consequências, e uma propriedade
importante do comportamento é que ele pode ser afetado por suas consequências”. A despeito
do ambiente natural fornecer consequências para os comportamentos dos indivíduos, “[…]
podemos estudar melhor como as consequências afetam o comportamento, programando as
operações consequenciais no laboratório” (1998/1999, p. 81).
Esse tipo de comportamento que produz alterações no ambiente e que é por elas
afetado foi cunhado por Skinner como comportamento operante, o qual engloba a maioria dos
comportamentos dos organismos. Este comportamento está relacionado ao modo como
aprendem-se habilidades, conhecimentos e à personalidade própria do indivíduo. A este novo
tipo de aprendizagem chama-se (R → C), ou seja, a resposta (R) emitida pelo organismo
produz alteração no ambiente, uma consequência (C). Comportamentos podem modificar
objetos diretamente ou modificar o comportamento de outras pessoas (MOREIRA;
MEDEIROS, 2007, grifos do autor).
Ainda, segundo esses autores, são as consequências que determinam a ocorrência ou
não de determinado comportamento no futuro, bem como seu grau de frequência; e através da
melhor compreensão da interação R → C, da manipulação das consequências e da
programação de modelos especiais destas para os comportamentos, os psicólogos podem
modificar os comportamentos de humanos e não humanos. 
Consequências filogeneticamente importantes têm o poder de atuar como reforço do
comportamento do sujeito, ou seja, aumentam a probabilidade da sua ocorrência; e a essa
relação entre organismo e ambiente – quando as mudanças deste aumentam as chances de
ocorrência de certo comportamento – denomina-se contingência de reforço. Nesses termos,
Catânia (1999, p. 90) salieta que “As pressões à barra por um rato privado de água tornam-se
mais prováveis quando produzem água do que quando não produzem.
Quando se tem a intenção de fazer com que um organismo aprenda determinados
2
comportamentos novos a partir de seu repertório comportamental atual, utiliza-se o
procedimento chamado modelagem, que consiste em reforçamos diferenciais de aproximações
sucessivas de um comportamento. 
Aproximações sucessivas do comportamento-alvo são os outros comportamentos que
se aproximam cada vez mais do comportamento alvo. Nesse sentido, reforçar respostas que
obedecem a algum critério e não reforçar outras respostas similares é o procedimento
chamado de reforço diferencial (MOREIRA; MEDEIROS, 2007).
Sabe-se que a imediaticidade do reforço é uma característica fundamental da
modelagem, na qual se usa o reforço diferencial, ou seja, as aproximações sucessivas para
ensinar um novo comportamento.
O esquema de reforço mais adequado para que um comportamento seja modelado é o
esquema de reforço contínuo (CRF), no qual todas as respostas alvo – sem exceção – são
reforçadas. Assim, acontece o fortalecimento de determinada classe de respostas desejada pelo
experimentador. Nesses termos, Catânia (1999, p. 90), ensina que “O reforço não é nem o
estímulo nem a resposta. Como uma operação, o reforçamento é apresentação de um
reforçador quando uma resposta ocorre”, portanto o que é reforçado é a resposta e não o
organismo.
No entanto, os efeitos do reforço são temporários, pois retirando-o produz-se uma
diminuição na frequência de um comportamento. Assim, por meio da intervenção do analista
do comportamento ou do experimentador, determinadas repostas podem ser anuladas do
repertório comportamental do organismo. A esse procedimento dá-se o nome de extinção
operante, no qual ocorre a extinção do comportamento operante através da suspensão do
reforço e o consequente retorno da frequência do comportamento ao nível operante – nível
anterior ao reforçamento do comportamento, antes de qualquer intervenção experimental
(MOREIRA; MEDEIROS, 2007).
A esse respeito, Catânia (1999, p. 92) ressalta que 
A operação de suspender o reforço é camada de extinção; quando o responder
retorna a seus níveis prévios como resultado dessa operação, diz que foi extinto.
Esse retorno do comportamento aos seus níveis anteriores ao reforço demonstra que
os efeitos de reforço são temporários. 
O comportamento não é alterado apenas pelas suas consequências, mas também sofre
influência dos contextos onde ele ocorre. “O termo controle de estímulos refere-se à
3
influência dos estímulos antecedentes sobre o comportamento, isto é, o efeito que o contexto
tem sobre o comportamento (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, p. 97, grifos dos autores).
Estímulos discriminativos (SD) é o nome dado aos estímulos que são apresentados antes do
comportamento e que controlam a sua ocorrência. Com a inserção dos SD na contingência (R
→ C), tem-se a unidade básica da análise do comportamento, que é a contingência de três
termos ( SD – R → C), onde os estímulos discriminativos oferecem as circunstâncias para as
respostas do sujeito, as quais produzirão consequências, que por sua vez, também podem ser
estímulos discriminativos para outros comportamentos. Assim, SD sinalizam que uma resposta
será reforçada e estímulos delta (S▲) assinalam que determinada resposta não será reforçada.
Apesar do fato do reforçador de comportamentos fazer com que sua frequência
aumente, não é necessário que um comportamento seja reforçado todas as vezes que ele
ocorre para que continue sendo emitido. Em outras palavras, “muitos dos nossos
comportamentos são apenas intermitentemente reforçados” (MOREIRA; MEDEIROS, 2007,
p. 117, grifo dos autores).
De acordo com esses memos autores (idem, p. 118-119), 
Existem quatro tipos principais de esquemas intermitentes: razão fixa, razão
variável, intervalo fixo e intervalo variável. Estes se organizam a) de acordo com o
número de respostas para cada reforçador (isto é, esquemas de razão) ou tempo entre
reforçadores (isto é, esquemas de intervalo) e b) se o número de resposta ou o tempo
entre reforçadores é sempre o mesmo (isto é, razão ou intervalo fixos) ou muda de
reforçador para reforçador (isto é, razão ou intervalos variáveis.
Tecidas essas considerações iniciais, passam-se aos objetivos norteadores desse
estudo, aos caminhos utilizados para alcançá-los, aos seus resultados principais e às
conclusões obtidas por meio dessas práticas.
2 Objetivos
Fazer com que os alunos-autores participem da experiência em laboratório, anotem
dados importantes referentes ao comportamento do sujeito observado, fortaleçam seu
conhecimento teórico e técnico, por meio da prática da análise do comportamento no
laboratório didático e, por fim, que respondam às questõesorientadoras de cada prática.
4
3 Método
Sujeito: rato albino, linhagem Wistar, macho, com aproximadamente 90 dias e pesando
240g, aproximadamente, no início do trabalho de laboratório. Sua privação de água foi de 36
horas.
Equipamento: Caixa de condicionamento operante (ou caixa de Skinner), modelo XX,
fabricada pela Insight Equipamentos Científicos, Ribeirão Preto-SP.
Procedimento: No dia 04/04/2014, realizaram-se as práticas 1 e 4 pertencente à
primeira sessão de 15 minutos de duração; no dia 16/04/2014, realizou-se a prática 4 referente
à primeira sessão, a qual durou 15 minutos; no dia 25/04/2014, realizou-se a prática 8
referente à segunda sessão, a qual teve um período de 35 minutos; no dia 09/05/2014
realizaram-se as práticas 5, 6, 7 e 8, referentes à segunda sessão e com duração total de 40
minutos; na data 23/05/2014, realizou-se a 9ª prática, que se refere à terceira sessão e de
duração de 50 minutos; no dia 10/10/2014, relizou-se a prática 11 em uma única sessão de
duração de 77 minutos.
Durante as sessões experimentais, tiveram-se os cuidados adequados com relação à
manipulação do sujeito (transporte da gaiola e inclusão na caixa de Skinner), evitou-se fazer
barulho durante os experimentos e trabalhamos com algumas luzes apagadas durante o treino
de discriminação com controle de estímulos em esquema múltiplo (Prática 11).
4 Resultados
De acordo com os objetivos especificados acima, puderam-se observar os seguintes
resultados constantes nas figuras abaixo:
Tabela 1 – Procedimentos efetuados nas práticas de laboratório
Procedimento Taxa geral (Resp./min.) Data
Nível Operante (NO) 13/15 = 0,87 04/04/2014
CRF I 129/15 = 8,6 16/04/2014
CRF II 188/35 = 5,37 25/04/2014
Extinção 96/20 = 4,8 09/05/2014
Reforço Condicionado 23/5 = 4,6 09/05/2014
CRF III (Recondicionamento) 99/10 = 9,9 09/05/2014
Em termos de procedimento, a diferença básica entre a fase de NO e CRF é que o
procedimento de NO consiste em observar e anotar a frequência com que um organismo emite
um ou mais comportamentos (no caso, há interesse na frequência com que o rato pressiona a
5
barra). Já o CRF trata de reforçar toda resposta de pressão à barra pela apresentação de uma
gota de água. Em outras palavras, o reforço somente será fornecido se e toda vez que a
resposta de pressão à barra for emitida. Vale lembrar que o reforço contínuo (CRF) tem como
efeito imediato fortalecer a resposta de pressão à barra e com isso mantê-la em alta frequência
no repertório comportamental do sujeito (MATOS; TOMANARI, 2002). 
Conforme verifica-se na Tabela 1, a frequência de pressão à barra durante NO foi de
0,87 respostas/minuto; durante o CRF I foi de 8,6 respostas/minuto e durante o CRF II foi de
5,37 respostas/minuto. Pode-se perceber que do NO para o nível CRF houve aumento da
frequência de pressão à barra, o que denota um comportamento aprendido.
Por intermédio da Tabela 1 e do Gráfico 1 (página seguinte) pode-se observar que
houve variação nas taxas médias de respostas do CRF I (sessão 1) e CRF II (seção 2), sendo
8,6 respostas/minuto e 5,37 respostas/minutos, respectivamente. E ainda, o número de
respostas para o último minuto daquele foram 8 e para o primeiro minuto deste foram 3
respostas, ou seja, passado período de uma semana entre as duas práticas, pode-se inferir que
houve certo esquecimento do comportamento de pressionar a barra para obter o elemento
reforçador (água). Contudo, pode-se afirmar que, mesmo após 1 semana entre as práticas de
CRF I e CRF II, o animal ainda manteve certo nível de repertório para o comportamento de
pressionar a barra.
Ao longo da prática CRF I (Sessão 1), que corresponde a 15 minutos, verica-se taxas
diferentes em cada terço, sendo 11,4 respostas/minuto dos minutos 1 ao 5; 8,4
respostas/minuto, dos minutos 6 à 10; e 6 respostas/minuto dos minutos 11 às 15, o que se
pode concluir que, para este caso, as taxas estavam diminuindo ao longo dessa prática. Do
modo similar ocorreu com a prática CRF II (Sessão 2), na qual nos primeiros 10 minutos a
taxa foi de 10 respostas/minuto; do minutom 11 ao 20, foram de 5 respostas/minuto e, por
fim, dos minutos 21 à 35, sua taxa correspondente foi de 2,47 respostas/minutos. Esses dados
apontam que o animal já estava estabilizando o seu desempenho, e que o comportamento de
interesse já constava em seu repertório.
Com base nesses dados, conclui-se que existe total relação entre o que o sujeito fz e as
consequências que sua ação produz no ambiente, isto é, as consequências de suas ações
selecionam seu comportamento, mediante a apresentação de reforços (possível aumento das
das taxas de respostas) ou punições (possível diminuição das taxas de respostas).
6
Tabela 2 - Legenda em relação ao gráfico acima
Minutos Prática Treino comportamental
De 1 a 4 5 CRF (treino)
De 5 a 25 6 EXT
De 26 a 30 7 EXTsr(ruído)
De 31 a 40 8 CRF
Baseando-se na análise das informações fornecidas pelo Gráfico acima, pode-se inferir
que ocorreu alteração na frequência de respostas de pressão à barra durante as práticas 5
(CRF), 6 (EXT), 7 ( EXTsr) e 8 (CRF), sendo 15,75 respostas/minuto; 4,8 respostas/minuto;
4,6 respostas/minuto e 9,9 respostas/minuto, respectivamente.
Nesse sentido, essas frequências sofreram alteração, tanto de aumento quanto de
diminuição, o que se pode concluir que as intervenções experimentais do pesquisador,
proporcionam mudanças no comportamento do sujeito estudado. Por exemplo, da prática 5
para a prática 6, houve diminuição na faixa de 10 respostas/minuto, resultado do
procedimento de Extinção, no qual rompe-se a relação de contingência entre a resposta e o
reforço. Ou seja, os propósitos dessa intervenção foram alcançados.
A taxa terminal do CRF (treino – 5ª prática) foi de 17 respostas/minuto e a taxa inicial
em EXT foi praticamente a mesma, ou seja, 18 respostas/minuto. A partir desses dados, pode-
se apreender que quando se passa de CRF para EXT, a taxa de resposta se mantém, a
0
50
100
150
200
250
300
Gráfico 1 - Frequência acumulada para respostas de pressão à barra
Práticas 5 à 8
Frequência acumulada de 
respostas
Tempo (minutos)
N
º d
e 
re
sp
os
ta
s 
(a
cu
m
ul
ad
as
)
7
princípio, pois o organismo já tem o comportamento em seu repertório e o efeito da retirada
do reforçamento não é imediato. No entanto, se a resposta não for reforçada, ela tende a
diminuir em termos de frequência. Em outras palavaras, a resposta de pressão à barra depende
de reforçamento para ser fortalecida e mantida no repertório do indivíduo, apesar de que
quando se entra em EXT verifica-se, no primeiro minuto, que a taxa se mantém, mas vai
diminuindo consideravelmente a partir do segundo minuto, chegando a apresentar alguns
saltos de taxa de resposta durante a EXT, contudo a taxa em EXT foi de 4,8 respostas/minuto,
enquanto em CRF foi de 15,75 respostas/minuto. 
Comparando a taxa de respostas obtida nos últimos 5 minutos de EXT, que foi de zero
respostas/minuto, com a taxa de respostas nos primeiros 5 minutos de CRF secundário
(EXTsr), a qual foi de 4,6 respostas/minuto, verifica-se que os estímulos associados à liberação
de água (ruído) adquiriram propriedade reforçadora, pois houve um salto de 4,6 pontos na
taxa de resposta. Em outras palavras, os estímulos associados à liberação de água adquiriram
propriedade reforçadora, ou seja, foram suficientes para alterar a probabilidade de ocorrência
de uma resposta em extinção, se apresentados contingentemente a essa resposta.
Se comparadas as taxas acima – últimos 5 minutos de EXT = zero respostas/minuto
com a taxa do CRF secundário (EXTsr)= 4,6 respostas/minuto – com a taxa de
recondicionamento (CRF – Prática 8) = 9,9 respostas/minuto, verifica-se que o animal
reaprendeu, pois houve crescimento contínuo nas taxas de resposta, primeiro pela
apresentação de um estímulo reforçador secundário (ruído) e, segundo, pela apresentação do
estímulo reforçador primário (água).
Com base nos dados acima, pode-se afirmar que existe relação entre o que o sujeito
faz e as consequências que sua ação produz no ambiente. Em outras palavras, são as
consequências das ações do sujeito que selecionam seu comportamento.
4.1 Razão Fixa
Tabela 3 – Reforçamento intermitente em Razão Fixa (FR)
Proporção 
(reforço por resposta)
Taxa
(resposta/minuto)
Taxa
(reforço/minuto)
3 50/3 = 16,67 17/3 = 5,67
9 251/14 = 17,93 27/14 = 1,93
12 366/32 = 11,44 32/32 = 1
8
Comparando as taxas de respostas apresentadas na tabela acima, observa-se que
aquelas que se apresentam como maior é a FR-9, e com relação à taxa de reforço, a maior é a
FR-3. As proporções reforço/resposta para FR-3, FR-9 e FR-12 são, respectivamente, 0,34;
0,11; e 0,09. A partir desses dados, verifica-se que a maior proporção reforço/resposta foi para
FR-3, o que se pode concluir que para uma menor razão fixa, o sujeito obterá maior número
de reforços.
Nesse sentido, fica demonstrado que (MATOS; TOMANARI, 2002, p. 142)
[…] não é necessário reforçar com água cada e todas as respostas de pressão à barra
de um organismo para que ele se mantenha apresentando-as. Pelo contrário, se
reforçarmos intermitentemente as respostas observadas, após um certo número de
reforços, elas passarão a apresentar muito maior resistência à extinção e/ou às
interferências e interrupções.
Nesse experimento de Razão Fixa (FR) trabalhou-se com aumento e diminuição do
valro de FR, conforme o desempenho do animal.
4.2 Controle de estímulos – discriminação
O comportamento do sujeito depende das situações pré-existentes, ou seja, pode-se
afirmar que o que ocorre antes do fazer é importante para esse fazer, devido às diferentes
contingências existentes para cada contexto. O sujeito discriminou as contingências se ficou
sob controle do estímulo do ambiente (no caso a luz), ou seja, os estímulos antecedentes
também passaram a controlar a probabilidade de emissão do comportamento desse organismo
(MATOS; TOMANARI, 2002)
Tabela 4 – Controle de estímulos com um esquema múltiplo – Sessão 1
Taxas de
respostas
1º (min. 1 a 25) 2º (min. 26 a 50) 3º (min. 51 a 77) Total da sessão
FR-10 143/25 = 5,72 resp/min
228/25 
= 9,12 resp/min
255/27 
= 9,44 resp/min
626/77
= 8,13 resp/min
EXT 157/25 = 6,28 resp/min
232/25 
= 9,28 resp/min
133/27
= 4,93 resp/min
522/77
= 6,78 resp/min
De acordo com os dados da Tabela 4, pode-se dizer que o animal passou a discriminar 
o elemento “luz” apenas a partir do minuto 51, ou seja, do último terço do tempo. Isso porque 
os níveis de frequência de resposta em FR-10 e EXT apresentam números bem p´roixmos até 
o minuto 50.
9
Tabela 5 – Controle de estímulos com um esquema múltiplo – Sessão 2
Taxas de
respostas
1º (min. 1 a 20) 2º (min. 21 a 40) 3º (min. 41 a 60) Total da sessão
FR-10 171/20 
= 8,55 resp/min
192/20 
= 9,6 resp/min
190/20 
= 9,5 resp/min
553/60
= 9,22 resp/min
EXT 64/20 
= 3,2 resp/min
79/20 
= 3,95 resp/min
1/20 
= 0,05 resp/min
 144/60
= 2,4 resp/min
Por meio da análise dos dados apresentados na Tabela 5, pode-se inferir que o
organismo (animal) já discriminava o elemento luz desde o primeiro bloco de minutos (1 a
20), chegando a apresentar, ao final, a taxa de 0,05 respostas/minutos, o que mostra o alto
grau de discriminação em EXT. Ou seja, nosso sujeito passou a emitir respostas de pressão à
barra apenas sob presença do elemento luz.
Com isso, concorda-se com Moreira e Medeiros (2007) no que se refere ao contexto
em que o comportamento ocorre e sua influência sobre este, ou seja, o que ocorre antes do
comportamento também exerce controle sobre ele.
Gráfico 2 – Respostas acumuladas para FR-10 e EXT no treino discriminativo
(Prática 11 - sessão 2)
0
100
200
300
400
500
600
FR-10 (Resp. Acum.)
EXT (Resp. Acum.)
Tempo (minutos)
R
es
po
st
as
 a
cu
m
ul
ad
as
 (F
R
-1
0 
e 
E
XT
)
10
A partir da verficiação dos dados desse gráfico, conclui-se que o animal passou a
associar totalmente o estímulo “falta de luz” (S delta) com a falta de reforçamento para as
suas respostas de pressão à barra a partir do minuto 37 – quando se estabilizam as respostas
em EXT, ao passo que o mesmo animal associou a presença de luz (S discriminativo) como
um sinalizador de que suas respostas de pressão à barra seriam reforçadas, desde o início da
sessão, ou seja, do minuto 1.
Com base nos dados acima, sugere-se que o sujeito, a partir do treino discriminativo,
foi capaz de aprender que a presença de luz seria um estímulo discriminativo para receber
reforço, e a falta de luz seria estímulo delta para não receber reforço às suas respostas.
Tabela 6 – Índice discriminativo (Prática 11)
Primeiro 1/3 Segundo 1/3 Terceiro 1/3 Total
Sessão 1 47 % 49 % 75 % 54 %
Sessão 2 72 % 70 % 99 % 79 %
Gráfico 3 – Índice discriminativo (Prática 11)
Os dados da Tabela 6 e do Gráfico 3 indicam que o treino discriminativo atingiu seu
objetivo, na medida que o animal aprendeu a discriminar luz como estímulo discriminativo
para reforço das respostas de pressão à barra. O sujeito do estudo passou de 47 % de índice
discrinativo no primeiro 1/3 da sessão 1 para 75 % de discriminação ao término dessa sessão.
Este índice está bem próximo do que se observa no primeiro 1/3 do tempo da sessão 2, e
houve apenas 1 semana de diferença entre as duas sessões. Ou seja, o animal teve o
Índice 
Discriminativo
Sessão 1
Índice 
Discriminativo
Sessão 2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
Primeiro 1/3
Segundo 1/3
Terceiro 1/3
Total
11
comportamento mantido em seu repertório, e com o passar do tempo na sessão 2, o sujeito
chega ao máximo de 99 % de discriminação no final dessa prática.
Assim sendo, considerando os dados apresentados neste estudo e a experiência dos
pesquisadores nas práticas de laboratório, principalmente na prática 11, conclui-se que o
processo de aprendizagem dá-se de modo gradual, ou seja, é com o treino gradativo que o
sujeito aprenderá a emitir as respostas objetivadas pelo experimentador.
5 Discussão dos resultados
A partir da execução das práticas de laboratório, infere-se que os objetivos traçados
para esse estudo foram alcançados, na medida que os pesquisadores puderam responder às
questões orientadores propostas em cada prática, por meio da análise dos dados dispostos
neste estudo em forma de tabelas e gráficos.
Dessa feita, depreende-se que as práticas de laboratório com sujeitos não-humanos, ou
seja, ratos, podem servir de práticas pedagógicas para o enriquecimento da formação do
psicólogo, visto que, como analista do comportamento, ele precisará conhecer o processo de
aprendizagem e entender como consequências das atividades selecionam o comportamento,
assim como o contexto no qual este ocorre.
Referências
CATÂNIA, A. C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Tradução Deisy 
das Graças de Souza et al. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
MATOS, M. A.; TOMANARI, G. Y. A análise do comportamento no laboratório didático. 
São Paulo: Manole, 2002.
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. 
Porto Alegre: Artmed, 2007.
SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1974/2009. p. 07-22.

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