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Evandro Guedes
Graduado em Administração de Empresas 
pelo Centro Universitário Barra Mansa (UBM). 
Graduado em Direito pelo Centro Universitário 
Geraldo di Biasi (UGB) e pela Faculdade Assis 
Gurgacz (FAG-PR). Professor de cursos prepa-
ratórios em Cascavel, Curitiba, Rio de Janeiro, 
Bahia e Minas Gerais. Possui vasta experiência 
nas bancas da Cespe/UnB, Esaf, FCC, FGV entre 
outras.
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Estatuto dos servidores públicos 
civis da União: Lei 8.112/90 III
Licenças e concessões
Licenças
Para tratamento de saúde em pessoa da família:
até 30 dias + 30 dias (com remuneração); �
+ 90 dias (sem remuneração) = total de 150 dias; �
tem que ser precedido de exame médico por junta médica oficial. �
Tratamento da própria saúde:
até vinte e quatro meses após readaptado ou aposentado por invalidez; �
com remuneração; �
conta como efetivo exercício. �
Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheira:
sem remuneração; �
não conta como efetivo exercício; �
prazo indeterminado. �
Para o serviço militar:
exército, marinha e aeronáutica; �
conta como efetivo exercício; �
prazo determinado; �
quando desconvocado tem 30 dias para retornar ao serviço público. �
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
Licença para capacitação:
tem que ser estável; �
após cinco anos de efetivo exercício; �
até três meses de licença com remuneração; �
não pode estar no estágio probatório; �
não acumulável. �
Quadro das diferenças
Licença para capacitação Licença prêmio Afastamento para curso de formação profissional
Após cinco anos de efetivo exercício Não vale mais Pode estar no estágio probatório
Já ter passado no estágio probatório Não vale mais Afasta-se para participar de curso de formação federal
Até três meses para se capacitar Não vale mais Qualquer prazo
Para tratamento de assuntos particulares:
até três anos, prorrogável por igual prazo; �
prazo fica a critério da administração; �
não conta como efetivo exercício; �
não pode estar no estágio probatório. �
Para desempenho de mandado classista:
deve ser servidor estável; �
não pode estar no estágio probatório; �
até 5 000 associados = 1 servidor; �
de 5 000 a 30 000 = 2 servidores; �
mais de 30 000 = 3 servidores; �
sem remuneração; �
conta como efetivo exercício. �
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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Licença por acidente em serviço:
remunerada; �
conta como efetivo exercício. �
Licença-paternidade, à gestante e à adotante:
Gestante
Prazo: 120 dias
Início: a partir do 1.º dia do 9.º mês; ou
 a partir do parto.
Licença-paternidade: 5 dias para registrar
Adotante
Criança maior de 1 ano – mãe tem 30 dias
Criança menor de 1 ano – mãe tem 90 dias
Natimorto 
30 dias após o parto.
Tem que ocorrer: Inspeção médica
 Aborto espontâneo: 30 dias de “re-
pouso remunerado”
Obs.: Em todos os casos ocorre remuneração e efetivo exercício.
Concessões
Lei 8.112/90,
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, 
menor sob guarda ou tutela e irmãos.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
Doação de sangue: 1 dia
Alistar-se como eleitor: 2 dias
Casamento 
Morte
Termos
sinônimos
8 dias
Responsabilidade do servidor público
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irre-
gular de suas atribuições (Lei 8.112/90, art. 121). Assim, a responsabilidade civil 
decorre de ato omissivo ou comissivo, seja ele doloso ou culposo, que resulte 
em prejuízo ao erário (cofres públicos) ou a terceiros (Lei 8.112/90, art. 122).
Dessa forma, tratando-se de dano causado a terceiros, responderá peran-
te a fazenda pública o servidor em ação regressiva (Lei 8.112/90, art. 122, 
§2.º). A responsabilidade civil da administração e, consequentemente, a au-
torização para a ação regressiva contra o servidor encontra expressa funda-
mental constitucional no artigo 37, §6.º da CF, que transcrevemos abaixo:
Art. 37. [...]
§6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputa-
das ao servidor, nessa qualidade (Lei 8.112/90, art. 123). Assim, temos que o 
agente público responde em três esferas, administrativa, civil e penal. Essas 
esferas são independentes, mas podem cumular-se.
A responsabilidade do servidor se dá:
A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou co- �
missivo praticado no desempenho do cargo ou função.
As sanções civis, penais e administrativas podem cumular-se, no en- �
tanto são independentes entre si.
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso �
de absolvição criminal que negue:
a existência do fato; �
a autoria. �
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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A acumulação se dá, pois a esfera penal é a mais forte. Dessa forma, caso 
seja dada absolvição por negativa de autoria ou inexistência do fato, a res-
ponsabilidade do servidor deverá ser afastada e ele deverá também ser ab-
solvido na esfera civil e administrativa.
Contudo, caso seja dada a absolvição por insuficiência de provas, a in-
dependência das esferas será mantida, ou seja, absolve-se o agente na 
esfera penal, mas não impede que ele seja condenado nas esferas civil e 
administrativa.
Penalidades
As penalidades do servidor público civil federal estão elencadas na Lei 
8.112/90 e são consideradas um rol taxativo, ou seja, não admitindo ampliação 
de sua descrição legal. Assim, são consideradas penalidades disciplinares:
Art. 127. [...]
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
As faltas estão previstas nos artigos 116 (deveres), 117 (proibições) e 132 
(faltas passíveis de demissão), transcritas abaixo:
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas 
por sigilo;
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de 
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência 
em razão do cargo;
VII -zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via 
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, 
assegurando-se ao representando ampla defesa.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe 
imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução 
de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho 
de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou 
sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, 
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função pública;
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou 
não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou 
comanditário;
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XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando 
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e 
de cônjuge ou companheiro;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de 
suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV - proceder de forma desidiosa;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades 
particulares;
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em 
situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou 
função e com o horário de trabalho;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
[...]
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - crime contra a Administração Pública;
II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria 
ou de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
Regras gerais acerca das penalidades
A Lei 8.112/90 expressamente prevê, em seu artigo 128, que
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da 
infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento 
legal e a causa da sanção disciplinar.
A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas 
com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem 
infração sujeita à penalidade de demissão. A suspensão máxima deve ser de 
90 (noventa) dias.
O servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido à inspeção 
médica será suspenso por até 15 (quinze) dias. Quem determina a suspen-
são é a autoridade competente. Haverá suspensão dos efeitos da penalidade 
assim que for cumprida a ordem.
Havendo conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá 
ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de 
vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em 
serviço.
As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cance-
lados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respec-
tivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração 
disciplinar e o cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos, 
isso é o previsto no artigo 131 da Lei 8.112/90.
Quadro das penalidades
Penalidades Previsão legal
Advertência Descumprimento dos deveres do art. 116 e desobediência das proibições do art. 117 (incisos I ao VIII e XIX ).
Suspensão Desobediência das proibições do art. 117 (incisos XVII e XVIII) e reincidência em pena de advertência.
Demissão Desobediência das proibições do art. 117 (incisos IX e ao XVI) e do art. 132.
Cassação da aposentadoria Mesma aplicação para os casos de suspensão e demissão.
Cassação da disponibilidade Mesma aplicação para os casos de suspensão e demissão.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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Penalidades Previsão legal
Destituição da função de 
confiança Mesma aplicação para os casos de suspensão e demissão.
Destituição do cargo em 
comissão Mesma aplicação para os casos de suspensão e demissão.
Processo administrativo disciplinar
O processo administrativo disciplinar para o servidor público está previs-
to no artigo 143 e seguintes da Lei 8.112/90, trazendo expressas as formas 
e modalidades em que o servidor público é obrigado a passar dependendo 
da falta cometida.
É determinado no artigo 143 da referida lei que
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada 
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo 
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Regras gerais:
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo dis- �
ciplinar não ofende a Constituição (Súmula Vinculante 5).
Não pode existir aplicação de penalidade sem a instauração do pro- �
cesso administrativo.
Modalidade de processo administrativo disciplinar
O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é dividido em três espécies: 
sindicância, PAD e processo sumário, cada qual com suas peculiaridades 
específicas.
PAD
PAD
Sindicância Processo sumário
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
Quadro do PAD – competências
Sindicância PAD Processo sumário
Competência
Para penalidades de 
advertência e supen-
são até 30 dias.
Demissão, cassações 
e destituições e su-
pensão por mais de 
30 dias.
Demissão nos seguin-
tes casos: abandono 
de cargo, inassiduida-
de habitual e acúmu-
lo irregular de cargo, 
emprego ou função 
pública.
Prazo 30 + 30 dias 60 + 60 dias 30 + 15 dias
Revisão do processo
A revisão doprocesso pode ser considerada um novo processo que segue 
apenso ao processo original. Em hipótese alguma pode ser considerada se-
gunda instância, sendo na verdade um novo processo. A revisão do processo 
requer alguns dados extras, pois como não pode ser considerada recurso de 
segunda instância, ela sofre algumas limitações expressas na própria lei.
Lei 8.112/90,
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do 
punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qual-
quer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo, cabendo ao 
requerente o ônus da prova. O servidor não pode pedir a revisão baseado 
em simples alegação de injustiça da penalidade, pois isso não constitui fun-
damento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados 
no processo originário.
A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos 
e o prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimen-
to do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar 
diligências.
Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade, 
ou seja, não é permitido a reformatio in pejus (quando a reforma prejudica o 
agente).
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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Resolução de questões
1. (Cespe) Com base na Lei 8.112/90, as penalidades de advertência e 
de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de três 
e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não 
houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar, mas o can-
celamento não surtirá efeitos retroativos.
 Solução: Certo. De acordo com a Lei 8.112/90, a questão está correta, 
para tanto transcrevemos o artigo expresso na lei:
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, 
após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o 
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.
2. (FCC) É proibida a acumulação de dois cargos em comissão, mesmo 
que um deles seja cargo de confiança interino.
 Solução: Errado.
Art. 118. [...]
§1.º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, 
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do 
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
 Quanto à acumulação em face de cargo em comissão, é vedada (art. 
119), salvo o caso constante do art. 9.°, que versa sobre interinidade 
em um dos cargos, com opção da remuneração de apenas um deles.
 A questão encontra-se errada, pois a proibição de acumular recai tan-
to para cargos efetivos quanto para cargos em comissão.
3. (FCC) A proibição constitucional de acumulação remunerada de car-
gos, empregos e funções, tanto na Administração direta quanto na 
indireta, visa a impedir que um mesmo cidadão passe a ocupar vários 
lugares ou a exercer várias funções sem que as possa desempenhar 
proficientemente, embora percebendo integralmente os respectivos 
vencimentos. A própria Constituição, entretanto, abriu algumas exce-
ções, entre elas, de dois cargos de Magistério.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
 Solução: Certo. Após a Emenda Constitucional 34, foi ampliada a últi-
ma ressalva, ou seja, onde se lia a possibilidade de acumulação de dois 
cargos privativos de médico, agora a alínea “a” permite acumular “dois 
cargos públicos de professor” (CF, art. 37, XVI, “a”).
 Quanto aos cargos públicos remunerados pode-se acumular, se hou-
ver compatibilidade de horários e não ultrapassar o teto remunera-
tório:
Dois cargos de professor (magistério) – professor + professor. �
Um cargo de professor com outro técnico ou científico – professor + �
técnico/científico.
Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde regu- �
lamentados – saúde + saúde.
 Lembrando que a proibição de acumular cargos públicos remunera-
dos estende-se a empregos e funções, e abrange autarquias, funda-
ções, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsi-
diárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder 
Público.
4. (Cespe) Um servidor público estável ocupante de cargo no TSE tem 
direito a
a) licença remunerada para tratar de interesses particulares.
b) licença remunerada por motivo de remoção, de ofício, do cônjuge 
para o exterior.
c) afastamento remunerado para exercício de mandato classista.
d) ausentar-se por oito dias consecutivos, em razão do falecimento 
de um irmão.
 Solução:
a) Errado. A licença é sem remuneração.
b) Errado. A remoção não é licença, mas sim forma de deslocamento.
c) Errado. Mandado classista não é afastamento, mas sim licença.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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d) Certo. Dispõe o artigo 97 da Lei 8.112/90:
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, 
menor sob guarda ou tutela e irmãos.
5. (Cespe) A cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor público 
ocupante de cargo de provimento efetivo
a) poderá, no interesse da administração, obter licença remunerada 
para capacitação, de até três meses.
b) terá direito a obter licença não remunerada de capacitação, de até 
um ano.
c) poderá obter um mês de licença remunerada para tratar de interes-
ses particulares, desde que autorizado pelo seu superior imediato.
d) terá direito a obter licença remunerada de dois meses, desde que, 
durante o quinquênio, ele não conte com faltas injustificadas ao 
serviço.
 Assertivas:
a) Certo. Essa é a licença para capacitação, necessita passar pelo está-
gio probatório. Substituiu a licença-prêmio que não existe mais.
b) Errado. Não existe licença para capacitação não remunerada e o 
prazo é de três meses.
c) Errado. Licença para tratamento de assunto particular é não remu-
nerada.
d) Errado. Não é automático: o servidor tem que pedir e é discricioná-
rio da administração a licença para capacitação e pode ser por três 
meses.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
6. (Cespe) Considerando que Mariana ocupa cargo público de provimen-
to efetivo no TRE/AL, julgue o item subsequente.
 Se, em virtude do falecimento de seus pais, Mariana obtiver a guarda 
judicial de seu irmão, que tem dez anos de idade, ela terá direito a 
licença remunerada.
 Correto. Independente da guarda da criança, se os pais morreram ela 
já tem direito a licença por oito dias em caso de morte de pessoa da 
família.
Atividades
Julgue os itens a seguir como certo ou errado.
1. (FCC) Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento 
de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, 
salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem 
acumuláveis na atividade.
2. (FCC) A proibição de acumular não se estende a cargos, empregos e 
funçõesem autarquias, fundações públicas, sociedades de economia 
mista e empresas públicas da União, dos Estados, dos Territórios e dos 
Municípios.
3. (FCC) É permitida a acumulação de cargo em comissão com dois car-
gos efetivos cumuláveis, desde que haja compatibilidade de horários 
e autorização dos superiores hierárquicos do servidor.
4. (FCC) A acumulação de cargos, sendo lícita, não fica condicionada à 
comprovação da compatibilidade de horários.
5. (FCC) A proibição de acumular é restrita aos cargos efetivos, preen-
chidos por concurso público ou processo seletivo simplificado, não se 
estendendo às funções comissionadas no âmbito dos entes da Admi-
nistração Pública Indireta.
6. (FCC) São penalidades disciplinares: a advertência, a suspensão, a de-
missão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a destituição 
de cargo em comissão e a destituição de função comissionada.
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7. (FCC) O agente comunitário de saúde contratado pelo município, com 
Carteira de Trabalho assinada, e cumprindo regime de 20 horas de tra-
balho, pode acumular esta atividade com cargo em comissão, exerci-
do no âmbito da Secretaria da Assistência Social de município vizinho, 
em regime de 20 horas.
8. (Cespe) Nos termos da Lei 8.112/90, a pena de demissão é aplicada ao 
servidor que aplicar irregularmente dinheiro público.
9. (FCC) Sobre as responsabilidades do servidor público previstas na Lei 
8.112/90, é incorreto afirmar que a obrigação de reparar o dano cau-
sado pelo servidor não se estende aos seus sucessores hereditários.
10. (Cespe) Considerando que um servidor público do TRE de determina-
do estado tenha exercido irregularmente as atribuições de seu cargo, 
a responsabilidade penal a que o referido servidor está sujeito abran-
ge tanto os crimes quanto as contravenções imputadas a ele, na quali-
dade de servidor.
11. (Cespe) A proibição de acumulação remunerada de cargos públicos não 
se estende a empregos e funções, razão pela qual não abrange autar-
quias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
12. (FCC) A responsabilização do funcionário público na esfera administrativa 
não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal cabível.
13. (FCC) A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa con-
figurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente 
em pedido de exoneração do outro cargo.
14. (FCC) Configura abandono de cargo a ausência intencional do servi-
dor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
15. (FCC) A abertura de sindicância ou a instauração de processo discipli-
nar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autorida-
de competente.
16. (FCC) Considera-se acumulação legal a percepção de vencimento de 
emprego público efetivo ou em comissão com vencimentos da inati-
vidade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações 
forem acumuláveis na atividade.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
17. (FCC) Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de 
suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquen-
ta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servi-
dor obrigado a permanecer em serviço.
18. (FCC) A obrigação de reparar o dano não se estende aos sucessores.
19. (FCC) As sanções civis, penais e administrativas não poderão cumular- 
-se, sendo incompatíveis entre si.
20. (FCC) A responsabilidade civil e administrativa do servidor não será 
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato 
ou sua autoria.
21. (FCC) Tratando-se de dano causado a terceiros, não responderá o ser-
vidor perante a Fazenda Pública, ainda que em ação regressiva.
22. (FCC) A ação disciplinar prevista na Lei 8.112/90, prescreverá, entre ou-
tras hipóteses, em 2 (dois) anos, quanto à suspensão.
23. (FCC) O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o funda-
mento legal e a causa da sanção disciplinar.
24. (FCC) As penalidades de advertência e de suspensão terão seus regis-
tros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo 
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, 
praticado nova infração disciplinar.
25. (FCC) A destituição de cargo em comissão exercido por ocupante de 
cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalida-
des de advertência e suspensão.
26. (FCC) O prazo de prescrição da ação disciplinar começa a correr da data 
em que o autor se tornou conhecido, não se interrompendo pela abertu-
ra de sindicância, mas apenas pela instauração de processo disciplinar.
27. (FCC) O cancelamento das penalidades de advertência, suspensão e 
demissão, surtirá efeitos retroativos à data da sua aplicação.
28. (Cespe) O servidor público efetivo que procede de forma desidiosa ou 
pratica usura incorre em conduta proibida. De acordo com a legislação 
em vigor, em tais hipóteses, a penalidade prevista é a demissão.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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29. (Cespe) De acordo com a legislação em vigor, acarreta aplicação da 
pena de suspensão ao servidor público o abandono de cargo.
30. (FCC) Será aplicada a penalidade de suspensão ao servidor que utilizar 
pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades 
particulares.
31. (FCC) Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem 
causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o perí-
odo de doze meses.
32. (FCC) A penalidade de advertência terá seu registro cancelado, após 
o decurso de três anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, 
nesse período, praticado nova infração disciplinar.
33. (Cespe) A Procuradoria-Geral Federal ingressou com ação executiva fis-
cal por crédito não tributário no valor de R$200.000,00. Consta dos au-
tos que esse crédito corresponde a multa administrativa imposta pela 
Anvisa, no exercício do Poder de polícia, já que, no dia 2/4/2002, havia 
sido praticada a infração administrativa respectiva, ficando paralisado 
esse processo administrativo até 5/4/2006, quando então foi inscrita em 
dívida ativa. Foram opostos embargos à execução, nos quais foi profe-
rida sentença extinguindo a ação, com fundamento na prescrição. Com 
base nessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
 O fato de o servidor público deixar de praticar, indevidamente, o ato 
de ofício constitui infração administrativa prevista na Lei 8.112/90, 
mas não ato de improbidade administrativa.
Dica de estudo
Estudar é uma questão de paciência. Estude todos os dias e organize-se. 
Faça muitos exercícios e simulados e com toda certeza a aprovação virá!
Referências
BRASIL. Lei 8.112/90, de 11 de dezembro de 1990.
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Estatuto dos servidores públicos civis da União: Lei 8.112/90 III
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