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1 
 
Metodologia Científica 
Você já ouviu falar em Metodologia Científica? Sabe o seu significado? 
Aceita-se frequentemente como indiscutível a necessidade de organização de 
nossas tarefas diárias, não é mesmo? 
Ao refletirmos sobre isso, estamos nos interrogando sobre o significado de 
Metodologia Científica e a função da disciplina, bem como seu ponto de 
partida, recaindo sobre atitudes que não são espontâneas à existência 
humana. 
Esta disciplina destina-se a oferecer uma metodologia do trabalho científico, 
ensinando como pesquisar e sistematizar o conhecimento adquirido. 
Você verá em Metodologia Científica o estudo e o desenvolvimento das 
ferramentas necessárias à produção e apresentação de trabalhos acadêmicos 
e, nesse aspecto, observará tanto o processo lógico de construção do 
conhecimento, quanto o processo gráfico para a sua apresentação escrita. 
 
Bibliografia 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, 
resumos, resenhas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São 
Paulo: Cortez, 2007. 
 
Aula 1 – Conhecimento 
Objetivos: 
Nesta aula, você estudará o que significa “o conhecimento”, quais os tipos de 
conhecimentos disponíveis e sua importância para formação acadêmica. 
Aqui você também terá a oportunidade de compreender o que significa 
Metodologia Científica, as razões que fundamentam seu estudo e diferenciará 
os conceitos de senso comum, conhecimento filosófico, científico e discurso 
religioso. 
***************** 
2 
 
A todo momento nos interrogamos sobre o significado e a função da 
Metodologia Científica, bem como seu ponto de partida, que recai sobre 
atitudes que não são espontâneas à existência humana. 
Porém, dominar a linguagem não depende do desenvolvimento natural dos 
sujeitos, mas de habilidades e competências para uma postura reflexiva e 
crítica. 
Veja agora como esta disciplina está dividida: 
 
 
Esta aula faz parte do primeiro bloco e visa uma maior aproximação da 
Metodologia Científica e do processo de desenvolvimento e aquisição do 
conhecimento. Bons Estudos! 
 
Você já ouviu falar em Metodologia Científica, mas será que sabe de fato o que 
é? 
Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer, de buscar o 
conhecimento. É uma forma de pensar para se chegar à natureza de um 
determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. (KAHLMEYER-
MERTENS et al. Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio 
de janeiro: FGV, 2007. p. 15) 
 
Para nós, método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem 
vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência, ou para 
3 
 
alcançar determinado fim. E metodologia (do grego methodos + logia) significa 
o “estudo do método”. 
 
Quanto à palavra ciência, durante muito tempo ela serviu para indicar 
conhecimento em sentido amplo, genérico, como na expressão “tomar ciência”, 
cujo significado é “ficar sabendo”. Aos poucos, porém, como veremos, ganhou 
também sentido restrito, passando a designar o conjunto de conhecimentos 
precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do 
saber. (RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de 
graduação e pós-graduação. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2005. p. 13.) 
 
Metodologia significa, na origem do termo, estudo dos caminhos, dos 
instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a 
serviço da pesquisa. Ao mesmo tempo visa conhecer caminhos do processo 
científico, também problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites 
da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja com referência 
à capacidade de intervir na realidade. (DEMO, Pedro. Metodologia científica em 
ciências sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 11.) 
 
A metodologia científica está dentro de duas grandes áreas... E essas duas 
áreas se completam! 
 
Epistemologia  “A ciência sem a epistemologia – na medida em que tal seja 
imaginável – é primitiva e confusa” (Albert Einstein) 
Epistemologia vem de episteme = termo grego que designa ciência; logia/logos 
= estudo. Também conhecida como Filosofia da Ciência, a área se ocupa da 
fundamentação da ciência. 
 
Metodologia Científica Aplicada  A Metodologia Científica está destinada à 
pesquisa e à elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos. 
 
E por que tenho que estudar Metodologia Científica? 
Se considerarmos o conhecimento e a verdade como algo dinâmico e histórico, 
encontraremos o ser humano como razão e fundamento desse saber. 
4 
 
 
Assim, não será preciso mais fazer perguntas do tipo: por que tenho que 
estudar? Já que a resposta está na célebre frase de Descartes, “penso, logo 
existo”. Porque essa é a nossa essência. 
Aliás, muitos são os motivos para estudar Metodologia Científica. Vamos ver 
alguns deles: 
1 - Porque o conhecimento científico não existe sem método, sem uma 
linguagem específica, ou um rigor próprio. 
2 - Porque o maior desafio da Instituições de Ensino Superior está em 
desenvolver a postura de um pesquisador ao longo do processo educacional. 
3 - Porque é preciso desenvolver a autonomia do pensamento, muito presente 
no meio acadêmico. No exercício profissional, o sucesso está intimamente 
relacionado à capacidade de planejar e de organizar o pensamento, muitas 
vezes adquirida por meio da busca do conhecimento, através das práticas de 
leitura e da participação das atividades acadêmicas. 
 
Ao ler as definições sugeridas para Metodologia Científica podemos perceber 
que todas mencionam a palavra conhecimento (capacidade de conhecer). 
O que significa conhecer? Significa incorporar um conceito novo, ou original, 
sobre um fato ou fenômeno qualquer. 
Qual o valor do conhecimento para a vida humana? É o resultado das 
experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana. 
O conhecimento pode ser obtido de diversos modos, através do método 
científico, das hipóteses, das leis e teorias científicas, bem como por meio da 
pesquisa científica e da elaboração de trabalhos acadêmicos. 
Há muitas maneiras de estudar a realidade... 
No mundo acadêmico os modos de conhecer são classificados em: 
• Senso comum ou conhecimento empírico; 
Como podemos definir o senso comum? 
Aquilo que assimilamos por tradição. Ideias que nos ajudam a interpretar a vida 
e a julgar certas situações. 
Na verdade, estamos mergulhados no senso comum, que geralmente se 
apresenta como um saber ingênuo, fragmentado e por vezes conservador. 
O senso comum pode ser caracterizado em: 
5 
 
Espontâneo: Primário, simples e elementar. Nasce da tentativa do homem 
resolver seus problemas no dia a dia. 
Ametódico: Porque não possui um método, ou seja, um procedimento, uma 
técnica. 
Empírico: Se baseia na experiência cotidiana comum. 
Ingênuo ou Acrítico: Não é crítico, não se coloca como problema e não se 
questiona enquanto saber. 
Subjetivo: É relativo ao sujeito do conhecimento. É formado por juízos pessoais 
a respeito das coisas, ocorrendo o envolvimento emocional e valorativo de 
quem observa. 
 
• Conhecimento Científico; 
O Conhecimento Científico está estritamente ligado a Ciência. Mas afinal, o 
que é Ciência? 
Ciência é um saber racional e objetivo, que se atém aos fatos podendo 
transcendê-los. A Ciência depende da investigação metódica o que a torna 
analítica e requer exatidão e clareza na busca e aplicação de leis, podendo se 
usar de predições úteis, porém verificáveis.Quais as características do conhecimento científico? 
- Saber racional que obedece a regras, leis, princípios e se contrapõe ao saber 
ilusório, às emoções e às crenças; 
 - Saber lógico e sistemático porque as ideias formam uma ordem coerente; 
- Saber verificável e metódico, pois é passível de exame para ter sua pretensão 
confirmada ou não. Para tanto segue uma técnica, um procedimento. 
 
• Conhecimento Filosófico; 
O que podemos entender por Filosofia? 
Segundo Maria Lúcia Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins dizem que: 
 
“A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de 
compreender o mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude 
diante da vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações-limites que 
exigem decisões cruciais.” (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 81) 
 
6 
 
Agora veja como essas autoras caracterizam o conhecimento filosófico: 
Radical  Originada do Latin radix, radicis significa raiz e, no sentido figurado, 
“fundamento”, “base”. 
A filosofia é considerada radical porque busca explicitar os conceitos que estão 
na base do pensar e do agir. Investiga as raízes, os princípios que orientam 
nossa existência. 
Rigorosa  O conhecimento filosófico pode ser rigoroso, pois o filósofo deve 
dispor de um método a fim de proceder com rigor na investigação. 
 São vários métodos para proceder a investigações e desenvolver um 
pensamento rigoroso, fundamentado, coerente e expresso numa linguagem 
também rigorosa. Os conceitos devem ser claramente definidos. 
Saber de conjunto  Ter como característica o Saber em conjunto. Significa 
que a filosofia é globalizante porque, ao examinar, observa os diversos 
aspectos de um problema e por visar o todo, ela se torna interdisciplinar. 
Conclui-se então, que o conhecimento filosófico… 
“[...] nos permite ter mais de uma dimensão (...). É a filosofia que dá o distanciamento 
para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se 
destinam. (...) Portanto, a filosofia é a possibilidade de transcendência humana, ou 
seja, a capacidade de superar a situação dada e não escolhida. (...) A filosofia impede 
a estagnação.”  (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 91.) 
 
• Discurso Religioso ou Conhecimento teológico. 
Você sabe o que significa a palavra religião? 
Enquanto o conhecimento científico se fundamenta na evidência dos fatos 
observáveis e a Filosofia na lógica de seus enunciados, o conhecimento 
teológico se preocupa com a revelação divina 
O conhecimento teológico ou religioso passa necessariamente por 
representações abstratas que influenciam as ações no mundo da vida, bem 
como conferem sentido às angústias e inquietações da consciência. Neste 
ponto não só representa uma explicação sobre a origem de todas as coisas 
como desvela o modo de determinada cultura entender e interpretar a sua 
própria existência. 
 
 
7 
 
Aula 2 – O conhecimento 
Objetivos: 
- Avaliar a importância do método para a prática científica; 
- Descrever a classificação das ciências. 
 
Desenho animado “Galileu”  
https://www.youtube.com/watch?v=WT_gt69bwTk 
 
Identifica-se na história de Galileu Galilei: 
A Razão 
O que podemos entender pelo termo razão? 
O termo racional vem da palavra razão e pode ter várias acepções como: razão 
humana, razão particular, razão universal, razão divina etc. Cada adjetivo 
adicionado ao termo altera o sentido do conceito razão. 
Pressupondo que razão e intelecto se equiparam e considerando a ideia de 
razão como uma faculdade humana, podemos nos questionar: 
E racionalidade? O que é? 
Racionalidade liga-se à ideia de racional, compreendendo dessa maneira que o 
ser humano é um ser racional, que os meios que utilizam são racionais, que o 
mundo é racional, ou seja, acreditamos que o ser humano e o mundo são 
inteligíveis, suscetíveis de serem entendidos. 
Galileu, por exemplo, acredita que o homem e o mundo são inteligíveis e 
suscetíveis de entendimento ao tentar refutar uma das ideias de Aristóteles. 
 
 O sistemático 
O que significa Sistemático? 
O termo sistemático liga-se à ideia de sistema, que denota o sentido de um 
todo organizado, interconectado em suas partes. 
Uma pesquisa, por exemplo, segue um método sistemático porque é um 
processo de construção do conhecimento a partir de objetivos gerais e 
específicos que visam alcançar algum fim. Cada etapa da pesquisa dever estar 
interconectada formando um sistema coerente de procedimentos e ideias, 
constituindo, assim, um todo organizado. 
8 
 
Pode-se notar que a intenção de Galileu era remontar um cenário, dentro de 
um sistema, que desmistificasse os feitos de Aristóteles baseado nos fatos. 
É interessante observar que, ao falarmos em termos como racional e sistema, 
nos vinculamos ao sentido de método. 
 
 O método 
E o que seria Método? 
A palavra método vem do grego μέθοδος (méthodos) ― caminho para chegar a 
um fim. Nossos dicionários definem método como o conjunto de procedimentos 
para atingir um objetivo, ou seja, uma maneira ordenada e sistemática de agir. 
Assim fez Galileu, de maneira ordenada, provando que Aristóteles estava 
errado através da queda das esferas. 
Portanto, Metodologia é um conjunto de métodos. Por isso, nos acostumamos 
a dizer que uma pessoa é metódica quando segue um método de trabalho ou 
quando se preocupa com os detalhes. 
 
O que é o Método Científico? 
“Trata-se de um conjunto de procedimentos por intermédio dos quais se propõe 
problemas científicos e colocam-se à prova as hipóteses científicas.” (BUNGE 
apud LAKATOS, 2000, p. 44) 
O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma 
experiência a fim de produzir novo conhecimento, corrigir e integrar 
conhecimentos pré-existentes. 
Na maioria das disciplinas científicas, o método científico consiste em juntar 
evidências observáveis, empíricas (baseadas apenas na experiência) e 
mensuráveis e analisá-las com o uso da lógica. 
Isso aconteceu no experimento que acabamos de ver. Nele se tornou 
observável a mudança do estado da água de sólido para líquido e depois para 
gasoso por meio do calor do fogo. Usou-se, então, a lógica aplicada à ciência, 
como defendem muitos autores. 
 
No sentido literal, a Metodologia representa o estudo dos métodos e, 
especialmente, do método da ciência, que se supõe universal. 
Mas você já analisou por que o método é tão importante? 
9 
 
Veja, então, a sua utilidade: 
• Ajuda a compreender o processo de investigação; 
• Possibilita a demonstração; 
• Disciplina suas ações; 
• Ajuda a perceber erros; 
• Auxilia as decisões do cientista. 
O método é, então, um plano de ação, em que a técnica utilizada é o modo ou 
a maneira de realizar a atividade pretendida, permitindo que o procedimento 
escolhido ocorra de maneira hábil e, se possível, perfeita. 
 
CURIOSIDADE 
 
Você sabia que o método científico pode ser visto como a ISO 9000 da 
ciência? “Não diz se o produto serve, não diz se o achado científico é 
importante, apenas diz que o processo de busca seguiu as regras do jogo. A 
evidência foi corretamente coletada, os procedimentos estatísticos e o 
tratamento dos dados são apropriados.” (CASTRO, 2006, p.59) 
 
Características que distinguem os argumentos: 
Até aqui estudamos duas abordagens importantes para o método científico: a 
abordagem dedutiva (dependente da lógica) e a indutiva (dependente da 
experiência empírica). 
 Se por um lado podemos criticar o método dedutivo por não ampliar o 
conhecimento, por outro podemos apontar que ele nos traz um conhecimento 
provável, pois somente um exame de todos os elementos garantiriauma 
indução perfeita. 
 Neste caso, se algumas induções não se confirmam, deve-se buscar os 
elementos que resultaram em erro, não abandonando a investigação. 
Assim, encontramos duas características que distinguem os argumentos: 
 
 
10 
 
No método dedutivo, partimos de uma ideia geral para uma especifica. Já no 
método indutivo, partimos de experiências específicas para alcançarmos uma 
regra geral. 
Não se pode considerar que Sherlock Holme partiu de experiências 
específicas, pois ele não estudou a senhorita Mary Morstan. Ele apenas 
observou os aspectos gerais e perceptíveis na moça. 
Na passagem da marca da aliança, por exemplo, podemos considerar que a 
sua dedução foi baseada apenas em premissas verdadeiras: 
•Noivos usam aliança na mão direita; 
•A aliança deixa marcar no dedo; 
•A moça tem uma marca de aliança na mão direita; 
•Logo, a moça é noiva... ou, pelo menos, foi, conforme visto no vídeo. 
 
Um caso interessante: 
Um pesquisador decide estudar determinada planta. Ele parte de 
conhecimentos prévios sobre o objeto escolhido. 
Em certo momento ele percebe que as folhas cobertas por pelos (tricomas) não 
foram atacadas por lagartas de borboletas. Fato que ocorre frequentemente 
com as folhas sem pelos. 
O pesquisador, então, faz o seguinte questionamento: é possível afirmar que a 
presença de pelos nas folhas da planta dificulta a predação? 
Em seguida, apresenta a hipótese: a presença de pelos em folhas de plantas 
dificulta a predação por lagartas de borboletas. 
Neste ponto, o cientista realiza a testagem de sua hipótese. Separa algumas 
folhas com pelos e outras sem pelos e verifica a predação para observar a 
hipótese formulada. 
Aqui temos um caso típico do método indutivo. 
11 
 
 
 
Método hipotético-dedutivo 
Karl Popper (1922-1996) criticou o método indutivo e lançou as bases do 
método chamado hipotético-dedutivo que consiste na construção de hipóteses, 
cujas predições devem se submeter ao critério da falseabilidade. 
Popper dizia que qualquer enunciado que só tenha termos observacionais 
poderia dizer mais do que se pode ver. 
 
 
O que esse exemplo quer dizer? 
Quer dizer que, se o cientista seguir rigorosamente cada fase desse método e, 
ao final, constatar que sua hipótese deve ser refutada, como no caso do líquido 
12 
 
do copo que deixa de ser água, poderá encontrar argumentos científicos 
suficientes para formular críticas às teorias existentes e seus paradigmas. 
Essas teorias foram consideradas como ponto de partida para novas 
pesquisas. 
Toda hipótese contém uma predição, ou seja, uma suposição e precisa passar 
pelo falseamento. O cientista testará sua hipótese, analisará os resultados para 
alcançar a confirmação de sua suposição ou refutá-la. Se a hipótese não for 
corroborada, poderá, a partir dos dados obtidos, construir nova hipótese. 
Atenção: as hipóteses científicas não podem ser vistas como verdades 
absolutas, mas, sim, como explicações plausíveis. 
 
Esquema de como se dá o processo de conhecimento: 
 
 
Referências Bibliográficas 
CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2006. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 
2006. 
13 
 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. 
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2000. 
POPPER, K. Lógica das Ciências Sociais. Rio de Janeiro - Brasília: Tempo 
Brasileiro/Universidade de Brasília, 1978. 
SANTOS, A. R. Metodologia Científica. A construção do conhecimento. RJ: 
Lamparina, 2007. 
SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 
2007. 
 
Aula 3 – Metodologia aplicada à pesquisa 
Objetivos: 
1) Reconhecer a importância da pesquisa e seus benefícios na construção 
científica; 
2) Listar as classificações da pesquisa para fins de aplicabilidade; 
3) Estabelecer os benefícios e riscos de se pesquisar na internet. 
 
Como vimos nas aulas passadas, tudo surge do conhecimento que se tem e do 
desejo e/ou necessidade de desvendar e provar coisas novas. E é da sede de 
conhecimento que nascem as pesquisas. 
Essas pesquisas começam com ideias, ou seja, experiências individuais, 
teorias, observações de fatos, leitura de artigos etc. 
Então, dizemos que pesquisa é uma atividade voltada para a solução de 
problemas por meio dos processos do método científico. 
Segundo Eva Maria Lakatos (1992, p. 43), a pesquisa pode ser considerada 
um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um 
tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou 
para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar 
a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos 
científicos. 
Podemos, assim, indicar três elementos que caracterizam a pesquisa: 
• o levantamento de algum problema; 
• a solução à qual se chega; 
• os meios escolhidos para chegar a essa solução, como os instrumentos 
científicos e os procedimentos adequados. 
14 
 
A pesquisa cientifica trata do tipo de pesquisa que objetiva contribuir para o 
desenvolvimento do conhecimento humano em todas as áreas, sendo 
sistematicamente planejada e executada segundo critérios rigorosos de 
processamento das informações. 
 
Uma pesquisa será considerada científica, se for objeto de investigação 
planejada, desenvolvida e redigida conforme as normas metodológicas 
consagradas pela ciência (tem por base procedimentos racionais e 
sistemáticos, ou seja, é a atividade cientifica pela qual se descobre a 
realidade). 
 
De acordo com Antônio Carlos Gil, duas são as razões para se fazer uma 
pesquisa: 
As razões de ordem intelectual, que decorrem do desejo de conhecer, são 
comuns nas dissertações de mestrado, nas monografias, nos artigos e nos 
trabalhos de conclusão de curso, em que a pesquisa é voltada para fins de 
conhecimento. 
Já as razões de ordem prática, como próprio título diz, vem do desejo de 
conhecer com vistas a fazer algo, que muitas vezes pode vir a ser útil e 
beneficiar a própria sociedade. 
 
 
15 
 
É importante destacar que a possibilidade de êxito na tarefa de pesquisa 
depende das razões e motivações do pesquisador. 
Curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, 
sensibilidade social, imaginação disciplinada, perseverança, paciência e 
confiança na experiência são ações e atitudes que devem ser incorporadas à 
pessoa que for ou estiver no papel de pesquisador. 
 
Fazer pesquisa não é uma tarefa fácil. 
É preciso ter planejamento e considerar aspectos como classificação, 
abordagem, objetivo e procedimentos, pois estes delimitam a busca do que se 
pretende pesquisar. 
 
Classificação da pesquisa 
A classificação da pesquisa está relacionada à sua natureza, ou seja, àquilo 
que compõe a essência da pesquisa: 
 
Conhecida também por básica ou teórica, a Pesquisa Pura objetiva gerar novos 
conhecimentos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. 
 Envolve verdades e interesses universais. É motivada basicamente pela 
curiosidade intelectual do pesquisador. 
Exemplo: A origem do universo. 
 
A pesquisa aplicada é aquela que objetiva gerar conhecimentos para a 
aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. 
 Envolve verdades e interesses locais. 
Exemplo: A busca de uma vacina contra a AIDS. 
 
Abordagem da pesquisa 
Quanto a abordagem, a pesquisa pode ser dividida em: 
Qualitativa: Neste enfoque não há medição numérica, como nas descrições.Seu propósito está em reconsiderar ou reconstruir a realidade observada. 
Assim, considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e o 
sujeito. É descritiva e utiliza o método indutivo. O processo é o foco principal. 
 
16 
 
Quantitativa: Neste tipo de pesquisa temos a coleta e a análise de dados para 
dar conta das questões que envolvem a pesquisa. 
 Ela utiliza métodos estatísticos e traduz em números opiniões e informações 
para classificá-los e organizá-los. 
 
 
Objetivo da pesquisa 
Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser: 
Descritiva: A pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever as 
características de algum fenômeno observado, descobrir a frequência com que 
ocorre, sua relação e sua conexão com outros fenômenos. 
 Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais. 
 Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e 
correlacionar fatos ou fenômenos variáveis, sem manipulá-los. 
Veja alguns exemplos: 
• características de um grupo social; 
• nível de atendimento de determinada empresa prestadora de serviço; 
• levantamento de opiniões, atitudes e crenças de um segmento da sociedade; 
• pesquisas eleitorais que apontam a preferência político-partidária de 
determinados grupos etc. 
 
Exploratória: A pesquisa exploratória é considerada o passo inicial de qualquer 
pesquisa. 
 Trata-se de uma observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos 
da realidade, com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o 
problema para torná-lo mais explícito ou viabilizar a construção de uma 
hipótese. 
Neste modelo temos a possibilidade do aprimoramento de ideias. Geralmente, 
neste tipo de pesquisa, há o levantamento bibliográfico, entrevistas com 
pessoas que experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e 
análise de exemplos. 
A pesquisa bibliográfica e o estudo de caso são exemplos de pesquisas 
exploratórias. 
 
17 
 
Explicativa: Aqui o objeto é identificar os fatores que determinam ou contribuem 
para a ocorrência dos fenômenos. 
Neste modelo temos um efetivo aprofundamento de conhecimentos, porque se 
busca entender ou explicar as razões das coisas ― fato que amplia o 
entendimento. 
Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a continuação de uma 
pesquisa descritiva ou exploratória. 
Nas ciências naturais, por exemplo, utiliza-se o método experimental. Nas 
ciências sociais utilizam-se outros métodos, tais como o fenomenológico e 
dialético, além de exigir elevado grau de controle. 
 
Os procedimentos 
Os procedimentos estão relacionados à maneira de agir, ao modo de fazer a 
pesquisa. 
Pesquisa bibliográfica: É uma etapa fundamental em todo trabalho científico 
que influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que 
servirá de base ao trabalho. Consiste no levantamento, seleção, fichamento e 
arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. Levando em 
consideração que bibliografia é o conjunto dos livros escritos sobre 
determinado assunto, por autores conhecidos e identificados ou anônimos, a 
pesquisa bibliográfica é o exame de uma bibliografia para levantamento e 
análise do que já se produziu sobre o assunto que assumimos como tema da 
pesquisa científica. 
 
 Pesquisa documental: Trata-se de uma pesquisa realizada através de certos 
documentos como: documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, 
microfilmes, fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos 
etc. Para Antônio Carlos Gil (1991), a pesquisa documental assemelha-se 
muito à pesquisa bibliográfica, mas possui uma diferença: “A diferença está no 
fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as contribuições dos diversos 
autores sobre determinado assunto. A documental utiliza materiais que não 
receberam o tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados.” 
 
18 
 
 Pesquisa de campo: É a investigação empírica, isto é baseada na 
experiência, realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno. Pode 
incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e observações. 
Segundo Antônio Joaquim Severino, na pesquisa de campo “o objeto é 
abordado em seu próprio meio. A coleta de dados é feita nas condições 
naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente 
observados.” (2007, p. 123) 
 
 Pesquisa histórica: Você já reparou que os filmes de época exigem um 
estudo histórico prévio? Assista ao trailer do filme 300 de Esparta e perceba os 
detalhes que foram levantados através da pesquisa histórica. 
 
 Pesquisa comparada: A pesquisa comparada procura estabelecer 
semelhanças e diferenças entre situações, fenômenos e coisas, por meio de 
relações entre os elementos que são comparados. Um bom exemplo de 
pesquisa comparativa está nos levantamentos sobre os aparelhos tipo 
smartphones, sempre realizados quando há lançamentos de novos modelos e 
tecnologias. 
 
 Estudo de caso: É o estudo restrito a uma ou poucas unidades entendidas, 
como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão, uma 
comunidade ou um país. O Estudo de Caso constitui-se em uma metodologia 
de ensino participativa, voltada para o envolvimento do aluno. Há Estudos de 
Casos, por exemplo, que apresentam situações em que empresas e pessoas 
reais precisam tomar decisões sobre um determinado dilema. A condução do 
método envolve um processo de discussão, em que alunos devem se colocar 
no lugar do tomador de decisão, gerar e avaliar alternativas para o problema, e 
propor um curso de ação. 
 
 
Com a globalização, a internet se tornou uma grande fonte de pesquisa. Nela 
encontramos muitas informações através dos sites de busca. 
Por isso, ao se fazer a opção de utilizar a internet como fonte de pesquisa é 
importante se preocupar em buscar informações apenas em sites confiáveis. 
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As informações extraídas da internet podem ajudar muito na elaboração da 
pesquisa. Contudo, é preciso ter atenção quanto à propriedade intelectual do 
material que se está utilizando. 
Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das 
informações disponíveis. Nunca utilize informações de outros sem fazer 
referência à fonte. 
Além disso, observe se as informações postadas na Web são verdadeiras e 
revise o texto, adaptando o conteúdo para o público do seu trabalho.

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