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IDENTIDADE QUEM É VOCÊ? DE ONDE VOCÊ VEM? O QUE VOCÊ FAZ? COM O QUE VOCÊ SE IDENTIFICA? COM QUEM VOCÊ SE IDENTIFICA? Certo dia, uma vítima de amnésia entrou em uma pizzaria implorando: “Por favor, me ajude, não sei quem sou”. Recebi ligações de muitas pessoas dizendo que sou duas pessoas completamente diferentes”, disse o homem que se, autodenominou de John Jackson depois de ter sido encaminhado a um albergue para moradores de rua. O pesadelo de Jackson começou quando acordou um dia ou próximo a uma ferrovia e a um cruzamento de duas ruas. “Acordei em um terreno e a primeira coisa em que pensei foi, nossa como está frio!” Em seguida: “Onde será que eu estou? E que depois quem sou eu? E quando descobri que não tinha respostas sou fiquei apavorado”... “Ele estava muito confuso”, disse a cozinheira do albergue. “Estava vestido normal, estava de calça jeans. Usava barba, mas estava a cortada e bem cortada bem--feita. O cabelo também estava arrumado”... O homem pediu para todos os chamarem de Jackson, porque ele se lembrava das estradas e de um estádio de beisebol de Jackson ville, na Flórida. Foi solicitado que publicassem nos jornais a foto do homem e veio uma enxurrada de telefonemas dizendo saber quem era o tal homem. Duas pessoas disseram que ele era Roy Moses, de 33 anos que , freqüentemente costumava desaparecer e passar dias sumidos, e embora a madrasta e o cunhado tivessem conversado com ele pelo telefone, ele não havia se convencido de que era Roy. Diziam que ele tinha sido casado 3 vezes, bebia muito e era muito agressivo. Não havia concluído o ensino médio, pois não apreciava o estudo. Uma outra pessoa disse que ele era Michael Shawper, de 40 anos, um homem que havia feito carreira na marinha, conhecia diversas bases navais, dominava diversas línguas e era especialista em geografia e história, mas confessou tê--lo visto pela última vez há mais de 11 anos. Segundo ele, Michael era uma pessoa calma, mais ponderada, educada e bastante culta. Afinal quem é Jackson? (fragmento adaptado do livro Michener Delamater e Meyers, Psicologia Social, , 2005 p.97 – Traduzido por Eliane Fittipaldi e Sueli CuccioCuccio––publicado pela ThomsonThomson)) O QUE É IDENTIDADE? Do latim escolástico IDENTITATE. A palavra foi formada a partir de IDEM, o mesmo, a mesma, ENTITAS, significa entidade, ser. Identificação é uma derivação de identidade. Ambos falam a respeito de singularidades. Identidade como o próprio nome diz, é algo que identifica. Nos diferencia em meio a um grupo de tantos outros. Ela (identidade) significa: 1. Qualidade de idêntico; 2. Conjunto de caracteres que fazem reconhecer um indivíduo; 3. Carteira de identidade. Não é um dado natural, ela não se forma quando o indivíduo ainda é um feto no ventre da mãe, ela simplesmente é formada de acordo com a sociedade em que a pessoa vive. Ela não é formada individualmente, é necessário a troca de informações e o convívio com outras pessoas. A identidade permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, tomando posse da sua realidade individual e, portanto, consciência de si mesmo. Este conceito sempre tem preocupado o homem, desde os gregos antigos. A identidade não é só o que a pessoa aparenta, ela agrupa várias idéias como a noção de permanência, de pontos que não mudam com o tempo. Algumas destas características imutáveis são o nome da pessoa, parentescos, nacionalidade, impressão digital e outras coisas que permitem a distinção de uma unidade. A identidade depende da diferenciação que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Para a psicanálise, o sujeito só pode se definir a partir de sua relação com os pais. O sujeito é produto da relação de amor e identificação com os pais. A criança disputa o amor de um dos pais, buscando identificação com o modelo que o outro representa. Segundo esta abordagem, o sujeito introjeta as identificações infantis e, através delas, vai formando sua identidade, diferenciando-se dos outros e possibilitando que a sociedade possa reconhecê-lo como alguém. Um ponto importante a ser considerado é que fazemos parte de diversas organizações e, portanto, nossa ação é fragmentada. Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos, o de aluno, filho, amigo,irmão, e uma coisa não inclui necessariamente a outra. Cada atividade toma forma a partir de um personagem, que temos nas diversas situações de nossas vidas. Identidade é, para a psicossocial, movimento constante. Outra importante concepção de identidade é a psicossocial. Nesta linha, a identidade tem o caráter de metamorfose, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, o que, entretanto, não aparece. A aparência da identidade é de algo que não muda. A identidade, para a psicossocial, pressupõe a realidade social na qual o indivíduo está inserido. Revela uma condição de vida, estrutura familiar, religião e costumes da pessoa. No entanto, sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade.
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