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* * Mário, contumaz receptador de veículos furtados, adquiriu um veículo Gol em fevereiro de 2003, alterando-lhe a placa e o chassi. Desde então, Mário vem utilizando contínua e ininterruptamente o veículo. No entanto, em maio de 2013 Mário foi parado em uma blitz que apreendeu o veículo, mesmo tendo este afirmado que como já estava na posse do bem há mais de dez anos, tinha lhe adquirido a propriedade por usucapião. Pergunta-se: bens furtados ou roubados podem ser objeto de usucapião por pessoa que conhece sua origem? Justifique sua resposta. * * Pergunta-se: bens furtados ou roubados podem ser objeto de usucapião por pessoa que conhece sua origem? Justifique sua resposta. R: Mário poderá adquirir a propriedade do veículo por meio da usucapião, ainda que conheça a origem ilícita do objeto, desde que preenchidos os requisitos dos arts. 1260 a 1264 do CC/02 (TJSC, AC 200404 SC 2002.020040-4: “Não impede o reconhecimento do usucapião o fato de o bem ter sido furtado, desde que preenchidos os requisitos dos artigos 618 ou 619 do Código Civil de 1916, correspondentes aos artigos 1.260 e 1.261 do novo Código Civil”). * * Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono; IV - por perecimento da coisa; V - por desapropriação. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. OBS: rol exemplificativo. Usucapião, acessão, sucessão por morte, etc. não estão aqui. As formas de adquirir também são formas de perder, como previa expressamente o CC/16. * * Incisos I, II e III – modos voluntários de perda da propriedade Incisos IV e V – modos involuntários de perda da propriedade Perda do direito de propriedade: em regra, decorre da vontade do proprietário. Ex: alienação, abandono. O não uso é um direito conferido a propriedade, que tem como uma de suas principais características a perpetuidade. OBS: desapropriação, usucapião, etc: decorrem de causas legais. Não estão ligadas necessariamente ao não uso do proprietário, não desconfigurando a perpetuidade. . * * Modos de perda da propriedade Alienação (inciso I) Alienar – tornar a coisa alheia. . decorre de negócio jurídico inter vivos e ocorre por meio de contrato por negócio jurídico bilateral, pelo qual o titular transfere a propriedade a outra pessoa. Pode ser a título oneroso (ex: compra e venda) ou gratuito (ex: doação). A perda da propriedade pela alienação sempre estará subordinada à tradição, no caso de bens móveis e ao registro do título aquisitivo, quando versar sobre bens imóveis. OBS: a alienação produz efeitos automáticos – “no mesmo instante em que o alienante está perdendo, o adquirentes está ganhando propriedade” (Cristiano Chaves) * * Renúncia (inciso II) . Decorre de negócio jurídico UNILATERAL inter vivos. Declara-se expressamente que não se tem mais interesse no direito. OBS: renúncia pelo comportamento é abandono! OBS2: renúncia em favor de outrem – não é renúncia = é DOAÇÃO (alienação gratuita). Na renúncia nada se transmite a ninguém, simplesmente o titular abdica do direito real, que nesse instante se converte em res nullius. OBS3: Em regra, não se aplica aos bens móveis, pela própria formalidade inerente ao ato da renúncia. * * Abandono (inciso III) . Ato material UNILATERAL pelo qual o proprietário se desfaz da coisa porque não quer mais ser dono. O abandono também implica em perda da propriedade por ato voluntário do seu titular, com a diferença que, nesse caso, o animus de abandonar a coisa é presumido pela cessação dos atos de posse. OBS: Se a pessoa provar o contrário, a presunção de abandono é afastada. OBS2: “é difícil precisar a intenção (de abandono) quando se cuida de bem imóvel, pois o simples fato de uma pessoa fechar a sua casa não implica em abandono” (Marco Aurélio Viana). * * Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. § 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. § 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. OBS: Art. 1276, §2º: hipótese de presunção absoluta do imóvel: – desuso + inadimplemento de tributos fiscais. * * OBS: Art. 1276, CC. Discussão (Doutrina/Jurisprudência) acerca da inconstitucionalidade do dispositivo. Enunciado 243, III Jornada de Direito Civil: “Art. 1.276: A presunção de que trata o §2º do art. 1.276 não pode ser interpretada de modo a contrariar a norma-princípio do art. 150, IV, da Constituição da República.” CF/88. “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar tributo com efeito de confisco;” * * IV – Perecimento (inciso IV) Modalidade de perda involuntária de propriedade. O perecimento deve atingir a substância da coisa de forma completa ou causar perda das qualidades essenciais/valor econômico. Ex.: imóvel submerso pelas águas do rio. OBS: perecimento parcial não importa em perda da propriedade. V – Desapropriação (inciso V) O ente público pode desapropriar em nome do interesse público. Modalidade de perda involuntária de propriedade. OBS: Tratada no Direito Administrativo. * * Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. “Como negócio jurídico bilateral, perfaz-se a alienação fiduciária quando o credor fiduciário adquire a propriedade resolúvel e a posse indireta de bem móvel (excepcionalmente de imóvel), em garantia de financiamento efetuado pelo devedor alienante – que se mantém na posse direta da coisa -, resolvendo-se o direito do credor fiduciário com o posterior adimplemento da dívida garantida. O objetivo da propriedade fiduciária é garantir uma obrigação assumida pelo alienante/devedor em prol do adquirente/credor”. (Cristiano Chaves) * * Fiduciário (sujeito ativo, alienação fiduciária): credor, adquirente, possuidor INDIRETO. X Fiduciante (sujeito passivo, alienação fiduciária): devedor, alienante, possuidor DIRETO. * * Alienação fiduciária: 1º momento) vendedor (propriedade/bem) “A”- comprador “B”– Instituição Financeira “C”. 2º momento) após contrato alienação fiduciária: comprador (devedor fiduciante) “B”– instituição financeira (credor fiduciário) (propriedade/bem) “C”. 3º momento) comprador “B”- quitação empréstimo: propriedade/bem. * * Histórico. Propriedade Fiduciária. Lei de Mercado de Capitais (Lei n. 4.728/65), em seu art. 66, introduziu em nosso sistema “alienação fiduciária em garantia”, visando criar instrumentos diversos do penhor/hipoteca/anticrese. . Lei de Mercado de Capitais, art. 66: modificado pelo DL 911/69, que passou a disciplinar a alienação fiduciária em garantia. . CC/02 disciplinou, o instituto em linhas gerais, sob o título “Da propriedade fiduciária” (arts. 1.361 a 1.368), sem revogar o DL 911/69. DL 911/69: “art. 3º alterado pela Lei n. 10.931/04, aplica-se, com efeito, apenas, no que couber, às questões de natureza processual, estando revogado naquilo que respeita ao direito material”. (Carlos Roberto Gonçalves). Assim, as regras concernentes às buscas e apreensões constantes nos arts. 3º, 4º e 5º do DL911/69 continuam em vigor. * * propriedade fiduciária: ocorre a transferência da propriedade do bem móvel ao credor (fiduciário), em garantia do pagamento, permanecendo o devedor (fiduciante) com a posse direta da coisa. A propriedade e a posse indireta passam ao credor, em garantia. Qual é o tipo de tradição que ocorre na transferência da propriedade fiduciária? Ficta, pelo constituto possessório (desde que expressa em contrato). O domínio do credor é RESOLÚVEL, pois se resolve de forma automática em favor do devedor alienante, sem necessidade de outro ato, uma vez paga a última parcela da dívida. OBS: Em geral, o credor fiduciante (pode ser pessoa física, não há vedação) é uma financeira, que forneceu o numerário para a aquisição do bem móvel. Ex: Banco Fiat fornece dinheiro para compra de automóvel em concessionária de sua marca. Bem sobre o qual recai a propriedade fiduciária: coisa móvel, infungível (ou seja, insubstituível: art. 85, contrario sensu). * * . Súmula 28, STJ: “o contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor”. Propriedade fiduciária, CC/02: doutrina - novo direito real de garantia, que tem por objeto bens móveis e infungíveis. OBS: bens imóveis: Lei 9.514/97. 1368-A, CC/02: normas gerais CC/02. Demais espécies: submissão a leis especiais. art. 1.361, § 1º: “Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro”. OBS: propriedade fiduciária: negócio jurídico formal. * * Art. 1361, §1º: (...) no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, (...) “O correto seria interpretar o dispositivo substituindo a conjunção “ou” pela conjunção “e”. (...) o cadastro do DETRAN não é um registro de propriedade, pois funciona apenas como banco de dados facilitador de suas atividades administrativas e para meros fins probatórios de alienação fiduciária (art. 52, CTB)” (Cristiano Chaves) Integração súmulas 489 (STF) e 92 (STJ): Súmula 489, STF: “A compra e venda de automóvel não prevalece contra terceiros, de boa-fé, se o contrato não foi transcrito no Registro de Títulos e Documentos”. Súmula 92, STJ: “A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no Certificado de Registro do veículo automotor” * * Requisitos do contrato de propriedade fiduciária: Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá: I - o total da dívida, ou sua estimativa; II - o prazo, ou a época do pagamento; III - a taxa de juros, se houver; IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação. OBS: contrato – escrito, tradição – ficta, veículo – registro do contrato no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do devedor (art. 121, CTB). * * Art. 1361, §2º: ”Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa”. Desdobramento da posse – possuidores direto/indireto. Antes de vencida a dívida, prescreve o art. 1.363, “o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário: I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento”. “O fiduciante pode, assim, fruir do bem livremente, respondendo sempre como depositário fiel, devendo, por outro lado, entregá-lo ao credor em caso de inadimplemento. O credor pode exigir outras garantias, como a fiança e o aval. Se o débito é saldado por terceiro, em geral o avalista ou fiador, dá-se a sub-rogação “de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária (CC, art. 1.368)”. (Carlos Roberto Gonçalves) * * Direitos e obrigações do devedor fiduciante: a) ficar com a posse direta da coisa e o direito eventual de reaver a propriedade plena, com o pagamento da dívida; b) purgar a mora, em caso de lhe ser movida ação de busca e apreensão; c) receber o saldo apurado na venda do bem efetuada pelo fiduciário para satisfação de seu crédito; d) responder pelo remanescente da dívida, se a garantia não se mostrar suficiente; e) não dispor do bem alienado, que pertence ao fiduciário (nada impede que ceda o direito eventual de que é titular, consistente na expectativa de vir a ser titular, independentemente da anuência do credor, levando a cessão a registro); f) entregar o bem, em caso de inadimplemento de sua obrigação (sujeitava-se anteriormente à pena de prisão imposta ao depositário infiel). OBS: A recuperação da propriedade plena opera-se pela averbação da quitação do credor no cartório em que registrado o contrato * * Principal obrigação do credor fiduciário: proporcionar ao alienante o financiamento a que se obrigou e respeitar o uso regular da coisa pelo devedor. Não poderá ficar com o bem para si (art. 1365, CC). OBS: Pacto comissório: é vedada a cláusula que estipula que, em caso de inadimplemento, o credor fique com o bem. Nula de pleno direito. Art. 1365, CC. Se o devedor cair em inadimplência, fica o credor autorizado a vender o bem, aplicando o preço no pagamento de seu crédito, acréscimos legais, contratuais e despesas, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor (CC, art. 1.364). Com esse fim, pode ajuizar ação de busca e apreensão contra o devedor, a qual poderá ser convertida em ação de depósito, caso o bem não seja encontrado. Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante. * * Procedimento. Inadimplemento contratual. Comprovada a mora do devedor, pode o credor considerar vencidas todas as obrigações contratuais e ajuizar ação de busca e apreensão, obtendo a liminar. A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento, mas deverá ser comprovada mediante o protesto do título ou por carta registrada, expedida por intermédio do Cartório de Títulos e Documentos, a critério do credor (art. 2º, § 2º, do Dec.-Lei n. 911/69). OBS: pode ser Cartório de qualquer localidade. Súmula 72, STJ: “a comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente”. Súmula 245, STJ: “a notificação destinada a comprovar a mora nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a indicação do valor do débito”. * * Excussão do bem: venda do bem pelo credor fiduciante. Se houver sobra - o excedente é devolvido ao devedor (art. 1364, CC) Se faltar – bem móvel, cobra-se do devedor (art. 1366, CC); bem imóvel, não se continua cobrança, pois o segundo leilão tem como lance mínimo o valor da dívida. Se for em valor menor do que o da dívida, o credor dá quitação mesmo assim (art. 27, Lei 9514/97). OBS: teoria do adimplemento substancial/inadimplemento mínimo: no contrato de alienação fiduciária, quando o devedor torna-se inadimplente, o credor deve provar a mora e acionar o judiciário através da Ação de Busca e Apreensão. Neste caso o credor vende o bem judicial ou extrajudicialmente, na tentativa de quitar o débito. * * A Teoria do inadimplemento mínimo (ou adimplemento substancial) é uma criação doutrinária e jurisprudencial no qual se argumenta ser injusto o devedor perder o bem que já foi pago quase que integralmente. Fundamento - bem é mais do devedor do que do credor. Argumentos como boa-fé objetiva, equilíbrio contratual, função social dos contratos são sustentados diante do inadimplemento. Não há números de parcelas faltantes mínimas ou porcentagem a ser calculada e sim a razoabilidade e o livre convencimento do juiz. EX: João deixa de pagar a 98ª (nonagésimaoitava) prestação de um carro, no contrato de 100 (cem) parcelas; com a Teoria do inadimplemento mínimo, poderia pleitear a manutenção do bem, tentando outra saída para a quitação do débito (parcelamento, novo prazo, etc). * * DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO CONTRATUAL. REINTEGRAÇÃO NA POSSE. INDENIZAÇÃO. CUMPRIMENTO PARCIAL DO CONTRATO. INADIMPLEMENTO. RELEVÂNCIA. TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. INAPLICABILIDADE NA ESPÉCIE. RECURSO NÃO PROVIDO. (...) 2. Ressalvada a hipótese de evidente relevância do descumprimento contratual, o julgamento sobre a aplicação da chamada "Teoria do Adimplemento Substancial" não se prende ao exclusivo exame do critério quantitativo, devendo ser considerados outros elementos que envolvem a contratação, em exame qualitativo que, ademais, não pode descurar dos interesses do credor, sob pena de afetar o equilíbrio contratual e inviabilizar a manutenção do negócio. 3. A aplicação da Teoria do Adimplemento Substancial exigiria, para a hipótese, o preenchimento dos seguintes requisitos: a) a existência de expectativas legítimas geradas pelo comportamento das partes; b) o pagamento faltante há de ser ínfimo em se considerando o total do negócio; c) deve ser possível a conservação da eficácia do negócio sem prejuízo ao direito do credor de pleitear a quantia devida pelos meios ordinários (critérios adotados no REsp 76.362/MT, QUARTA TURMA, j. Em 11/12/1995, DJ 01/04/1996, p. 9917). (STJ, 4ª Turma, REsp 1581505/SC, Min. Rel. Antonio Carlos Ferreira, DJ 28/09/2016) * * OBS: Leasing (ou Arrendamento Mercantil), conforme disposto na Lei n.º 6.099/74 e Resolução n.º 2.309/1996, não é o mesmo que contrato de financiamento. O Arrendamento Mercantil se caracteriza como um contrato em que o consumidor (arrendatário), quando interessado em determinado bem, procura o agente financeiro que o adquire, alugando-o ao arrendatário. O arrendatário, ao final do negócio, possui a OPÇÃO de ser o proprietário do bem, devolvê-lo ou renovar o contrato. OBS: Da Venda com Reserva de Domínio. Art. 521, CC. “Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago”. Relação jurídica é estabelecida entre comprador e vendedor, que permanece com a propriedade até o adimplemento da última prestação. Transferência da posse (e não da propriedade, como na alienação fiduciária).
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