Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
174 FISIOLOGIA ARTICULAR A SUA FUNÇAO A mãodohomemé umaferramentamara- vilhosa,capazde executarinumeráveisacões graçasà suafunçãoprincipal:apreensão.E "o instrumentodosinstrumentos"comodisseAris- tóteles. Estádotadadeumagranderiquezafuncio- nal quelhe proporcionaumasuperabundância depossibilidadesnasposições,nosmovimentos enasações. Estafunçãodepreensãopode-seencontrar desdea pinçado caranguejoà mãodo símio, masemnenhumoutroser,quenãosejao ho- mem,alcançaestegraudeperfeição.Istosede- veàposiçãopeculiarqueapresentaopolegarde poderopor-sea todososoutrosdedos.Em ma- cacosavançados,o polegaré oponente,masa amplitudedestaoposiçãojamaisalcançaa do polegarhumano. Ao mesmotempo,a ausênciadeespeciali- zaçãodamãodohomemé um fatordeadapta- bilidadeedecriatividade. Do pontodevistafisiológico,amãorepre- sentaa "extremidaderealizadora"domembro superiorqueconstituio seusuporteelhepermi- te adotara posiçãomaisfavorávelparauma açãodeterminada.Porém,a mãonão é unica- menteumórgãodeexecução,tambémé um re- ceptorfuncionalextremamentesensívelepreci- so,cujosdadossãoimprescindíveisparaa sua própriaação.Por último,graçasao conheci- mentoda espessurae das distânciasque lhe proporcionao córtexcerebral,amãoé aeduca- doradavisão,permitindo-lhecontrolare inter- pretarasinformações:semelaanossavisãodo mundoseriaplanae semrelevo.Ela constituia basedestesentidotãoespecíficoqueé a este- reognosia,conhecimentodorelevo,daforma,da espessura,emresumo,do espaço.Tambémé a educadorado cérebrodevidoàsnoçõesde su- perfície,pesoe temperatura.É capaz,por si mesma,dereconhecerumobjeto,semsequerre- correràvista. I Portanto,amãoconstituijuntocomo cére- broumpar funcionalindissociável,ondecada termoreagelogicamentesobreo outro,e é gra- çasàproximidadedestainter-relaçãoqueo ho- mempodemodificaranaturezasegundoosseus desígniosesersuperioratodasasespéciesterres- tresviventes. ------~-----------~--------~- --------- 1.MEMBRO SUPERIOR 175 176 FISIOLOGIA ARTICULAR TOPOGRAFIA DA MÃO Podemosestudara topografiadasduassuperfícies damão:apalmare a dorsal. A superfíciepalmar (fig.5-1),ou anteriordamão, constadeduaspartespossíveisdedescrever:a palmae a superfíciepalmardosdedos. Assim sendo,apalmada mãoinclui trêspartes: - no centro,a palma propriamentedita (1), o "oco" da mão,quecorrespondeà celapalmar médiacom os tendõesflexores,os vasose os nervos,limitadapor duaspregastransversais: apregapalmar inferior (2), quesecorrespon- de com as trêsúltimas articulaçõesmetacar- pofalangeanase a prega palmar média (3), que corresponde,por fora, com a metacarpo- falangeanado dedoindicador; - por fora,umazonaespecialmenteconvexa,car- nosa,contíguaà basedo polegar,a eminência tenar(4),limitadapordentropelapregapalmar superior(5),tambémdenominadapregadeopo- siçãodopolegar,incluiosmúsculostenaresque sãomotoresintrínsecosdo polegar;nasuapor- ção superior,a palpaçãoindicaa proeminência ósseadurado tubérculodo escafóide(1); - por dentro,a eminênciahipotenar(7), menos proeminentequea anterior,inclui osmúsculos hipotenares,que são motoresintrínsecosdo dedomínimo:a palpaçãopermitelocalizarna suapartesuperioraproeminênciaduradopisi- forme (8), lugarde inserçãoda cordatendínea do ulnaranterior. Acima da palma,o punho se correspondecom o maciçodo carpo,a articulaçãorádio-carpeanano nível dapregadefiexãodopunho(9),sobreo qualfinalizam perpendicularmenteo tendãodopalmarmaior(10);que limitapordentroo canaldopulso(11),o ligamentoanu- lar anteriordo carpo queformaum septotransversal nestazonae aporçãosuperiordapalma. A supeifíciepalmardosdedostemorigemnapre- ga dígito-palmar(12)localizadade 10a 15mmabaixo dametacarpofalangeana.Os quatroúltimosdedosestão separadosentresipelasegunda,terceiraequartacomis- suras(13),menosprofundasquenasuperfíciedorsal.A pregadefiexãoda inteifalangenaproximal(14)édupla e sesituaumpoucoacimadasuaarticulação;separaa primeirafalange(15)dasegunda(16);apregadefiexão da inteifalangeanadistalésimples(17),tambémlocali- zadaumpoucoacimadasuaarticulação;constituio li- mitesuperiordapolpa do dedo(18),superfícieanterior da terceirafalange.O polegar,situadonabasedo lado externoda mãoestáseparadopelaprimeiracomissura (19), amplae profunda;estáunido à eminênciatenar medianteduaspregasdefiexãodopolegarcomapalma (20)queestãoao redordasuametacarpofalangeana;a primeirafalange(21)estáseparadadapolpadopolegar (22),superfícieanteriordasegundafalange,pelaprega da inteifalangeana(23)localizadaumpoucoacimada suaarticulação. A superfície dorsal (fig. 5-2), ou posterior da mão, tambémcompreendeduasregiões,a superfície dorsaldamãoe a dosdedos. A supeifíciedorsaldamão,cobertacomumapele finaemóvel,percorridapelaredevenosaquedrenatodo o sanguedamãoe dosdedos,elevadapelostendõesex- tensores(24),estálimitadaporbaixoportrêseminências durase arredondadas,qu·ecorrespondemàscabeçasdos metacarpeanos(25),epelastrêscomissurasinterdigitais (26)profundamentemarcadasnasuperfíciedorsal. Por dentro,o bordoulnarda mão (27)estáacol- choadopeloadutordodedomínimo. Por fora (fig.5-3),selocalizamaprimeiracomis- sura (19)e a tabaqueiraanatômica(28);estaúltimali- geiramentecôncava,situadana uniãodo punhocomo polegar,estálimitadapelostendõesdo abdutorlongo adosadoao do extensorcurto (29)e pelo do extensor longodopolegar(30);no fundodatabaqueiraanatômi- casesituamdecimaparabaixooprocessoestilóidera- dial,a articulaçãotrapézio-metacarpeana(31)ea arté- ria radial;os tendõesconvergemsobrea superfíciedor- saldoprimeirometacarpeano(32)noníveldametacar- pofalangeanadopolegar(33). Na parteinternadasuperfíciedorsaldopunhoapa- rece,sónapronação,a proeminênciadurae arredonda- dadacabeçaulnar(34). A superfíciedorsaldosdedosestáindicadapelas pregasde extensãoda inteifalangeanaproximal (35) quecorrespondemà suaarticulação.A últimae terceira falangecontéma unha,inseridano limboperiungueal (37).A zonasituadaentrea unhae aspregasdainterfa- langeanadistalcobrea matrizungueal(38). A topografiafuncional(fig.5-4)permite~ividira mãoemtrêspartesdependendodasuautilização: O polegar (I) querepresentapor si mesmoquase todasas funçõesda mão,graçasà suapropriedadede oposiçãoemrelaçãoaosoutrosdedos; O dedo indicador e o médio(lI) queconstituem juntocomo polegaraspreensõesdeprecisão,aspinças dopolegarcomosdedos,bidigitaisoutridigitais; O anular e o dedomínimo (III) que,como res- todamão,sãoindispensáveisparaaspreensõespalma- res,porquebloqueiamaspreensõesdoscabosdasfer- ramentaspelo ladoulnar,mantendo,dessaforma,a fir- mezadopunho. Fig.5-1 Fig.5-2 1.MEMBRO SUPERIOR 177 Fig.5-4 178 FISIOLOGIA ARTICULAR ARQUITETURA DA MÃO Parapegarobjetosa mãodeveadaptara suaforma. Numa superfícieplana, um vidro por exemplo(fig.5-5),a mãose estendee se aplai- na,entrandoemcontato(fig.5-6)comaeminên- ciatenar(1),aeminênciahipotenar(2),acabeça dosmetacarpeanos(3)e a superfíciepalmardas falanges(4).Sóaparteinferior-externadapalma permaneceà distância. Quandodesejamospegarum objetovolu- moso,a mão se escavae seformamunsarcos orientadosemtrêsdireções: - no sentidotransversal(fig.5-7):o arco docarpoXOY quecorrespondeà conca- vidadedomaciçodocarpo.Prolonga-se parabaixomedianteoarcometacarpea- DO, noqualsealinhamascabeçasmeta- carpeanas.O eixolongitudinaldo canal docarpopassapelosemilunar,o ossoca- pitatoeo terceirometacarpo; - nosentidolongitudinal(figs.5-7e 5-8): os arcos carpometacarpofalangeanos que assumemumaposiçãoradiadado maciçodocarpoeestãoconstituídos,em cadadedo,pelometacarpeanoeasfalan- gescorrespondentes.A concavidadedes- tesarcosseorientaparaafrentedapalma eachaveda abóbadase localizana arti- culaçãometacarpofalangeana:umdese- quilíbriomuscularnestepontoprovoca umarupturada curva(ver figo5-98,b, pág.215).Os doisarcoslongitudinais maisimportantessão: •arco do dedomédioOD3 (fig.5-7),arco axial,porqueprolongao eixodocanal docarpo,eespecialmente •arco dodedoindicador OD2 (fig.5-8) queé o quese opõecommaiorfre· qüênciaaodopolegar; - nosentidooblíquo (figs.5-7,5-8e5-9). os arcosde oposiçãodo polegarcom osoutrosquatrodedos: •o mais importantedestesarcosoblí- quosuneéopõeo polegareo dedoin- dicador:D1-D2 (fig.5-8); •mais extremodos arcosde oposição passapelopolegare o dedomínimo: D -D (figs.5-7 5-8e 5-9)1 s ' . Em conjunto,quandoa mãose "escava", formaumcanaldeconcavidadeanterior,cujas margensestãolimitadasportrêspontos: - o polegar(D), queconstituiporsi mes- moasuperfícieexterna; - o dedoindicador(D2) e o dedomínimo (Ds)' quelimitamasuperfícieinterna. Os quatroarcosoblíquosde oposiçãose localizamentreambasassuperfícies. A direçãogeral,oblíqua,destecanal pal- mar - representadopelasetaenormequeman- témamão(figs.5-8e5-9)- estácruzadacomre- laçãoaosarcosdeoposição:selocalizaemuma linhaqueseestendedabasedaeminênciahipo- tenar(X) (fig.5-7)- ondepodemospalparo pi- siforme- à cabeçado segundometacarpo(2) (fig. 5-7).Estadireçãoseobtém,na palmada mão,pelapartemédiadapregadeoposiçãodo polegar("linhada vida").Tambémé a direção quesegueumobjetocilíndricoseguradocomto- daamão,comoporexemploo cabodeumins- trumento. Fig.5-7 Fig.5-9 1.MEMBRO SUPERIOR 179 2 Fig.5-6 180 FISIOLOGIA ARTICULAR ARQUITETURA DA MÃO (continuação) Quandoos dedosse separam,vollmtaria- mente(fig.5-10),o eixodecadaumdelescon- vergecomabasedaeminênciatenar,numponto quecOlTespondeaproximadamenteaotubérculo doescafóide,fácil depalpar.Na mão,os movi- mentosdosdedosnoplanofrontalnormalmente nãoserealizamcomrelaçãoaoplanodesimetria docorpo(movimentosdeadução-abdução),mas simemrelaçãoaoeixodamão,constituídopelo terceirometacarpeanoe o dedomédio;assim sendonosreferimosaosmovimentosdesepara- ção(fig.5-10)e deaproximação(fig.5-12)dos dedos.Duranteestesmovimentos,o dedomédio permanecepraticamenteimóvel.Porém,épossí- velquerealizemovimentosvoluntáriosparafora (verdadeiraabdução,emrelaçãoaoplanodesi- metria)eparadentro(autênticaadução). Quandose aproximamvoluntariamenteos dedosunsdosoutros(fig.5-12),oseixosdosde- dosnãosãoparalelos,masconvergemnumpon- tobastanteafastado,queselocalizafora daex- tremidadedamão.Istosedeveaofatodequeos dedosnãosãocilíndricos,sendode calibrede- crescentedabaseatéaponta. Quandopermitimosque os dedosassu- mamumaposiçãonatural(fig. 5-11)- posi- çãoapartirdaqualpodemosrealizarosmovi- mentosdeseparaçãoouaproximação- ficam ligeiramenteafastadosentresi,masosseusei- xosnãoconvergemtodosnumúnicoponto.No exemploqueseexpõe,existeumparalelismo entreos trêsúltimosdedose umadivergência entreos trêsprimeiros,sempreconsiderando queo médioconstituio eixodamãoeservede zonadetransição. Quandofechamosa mãocomasarticula- ções interfalangeanasdistaisestendidas(fig. 5-13),os eixosdasduasúltimasfalangesdos quatroúltimosdedose o eixodopolegar,me- nos a sua última falange,convergemnum pontosituadonaparteinferiordocanaldopul- so.Observe-sequedestavez,o eixolongitudi- nal é o do dedoindicador,enquantoos eixos dos três últimos dedos são mais oblíquos quantomais se afastamdo dedo indicador. Mais adiantepoderemosver(pág.198)a uti- lidade e o motivo destaflexão oblíquados dedos. Fig.5-11 \.'''-.~ \ \ -~ \ Fig.5-10 Fig.5-13 Fig.5-12 1.':'IEMBRO SUPERIOR 181 182 FISIOLOGIA ARTICULAR oMACIÇO DO CARPO o maciçodo carpoconstituiumcorredor de concavidadeanteri07;convertidaem canal peloligamentoanularanteriordocarpo,quese estendedeladoaladodocorredor. Estadisposiçãoemformadesulcooucanal pode ser apreciadacom bastanteevidência quandoobservamoso esqueletodamão,como punhoemhiperextensão(fig.5-14).Nestaposi- ção,a direçãodoolharseencontraexatamente noeixodocanaldocarpo,cujasmargenspode- mosdistinguirfacilmente: - porfora: o tubérculodoescafóide(1) e acristadotrapézio; - pordentro:o pisiforme(3)eo processo unciformedo ossohamato(4) (estas anotaçõeslevama mesmanumeração nasfigurasseguintes). Umaradiografiaespecialpermitetantoob- servaromesmoaspectoemsulcoquantoencon- trarasmesmasreferências. Doiscorteshorizontaisconfirmamestafor- maemsulco: - o primeiro(fig.5-15)passapelafileira sllperi07;nívelA (fig. 5-13):se distin- guem,deforaparadentro,o escafóide (1), a cabeçadoossocapitato(5),limi- tadapelosdoiscomasdo semilunar,o piramidal(7)eo pisiforme(3); - o segundo(fig.5-16)passapelafileira inferior,nívelB (fig.5-13):deforapara dentroselocalizamo trapézio(2),o tra- pezóide(6),o ossocapitato(5)e o osso hamato(4). Nestesdoiscortes,o ligamentoanularante- rior do carpoestárepresentadopor umalinha tracejada. Duranteos movimentosde "escavaçãoda palmadamão",a concavidadedotúneldocar- poseaumentaligeiramentegraçasaospequenos movimentosde deslizamentonasartródiasque selocalizamentreosdiferentesossosdocarpo. A cavidadeglenóidedoescafóidesedeslizaso- brea convexidadeda cabeçado ossocapitato nummovimentode"parafuso"parabaixoepa- rafrente;o piramidale o osso):1amatosedeslo- camsimetricamenteparafrente,e especialmen- teo trapezóideeo trapéziosedeslizamsobreas duassuperfíciesarticularesinferioresdo esca- fóide: o trapézio,em particular,percorrepara frentee paradentroda superfíciearticularde formacilíndricaqueseestendeatéa superfície inferiordo tubérculodo escafóide.Os motores destesmovimentossãoosmúsculostenares(se- taX) e hipotenares(setaY) cujasinserçõessu- perioresprovocamatensãodoligamentoanular (fig.5-16),demodoqueosdoisladosseaproxi- mam(representaçãoempontilhado). No sentidolongitudinal,podemosconside- rarqueo maciçodocarpo(fig.5-17)estácons- tituídoportrêscolunas(fig.5-18): - a colunaexterna(a) (traçosverticais): a maisimportante,por setratardaco- lunadopolegardeDestot.Estáconsti- tuídapeloescafóide,o trapézioe o pri- meirometacarpo; - a colunamédia(b) (traçosoblíquos): constituídapelosemilunar,oossocapi- tato e o terceirometacarpo,e forma, comomencionadoanteriormente,o ei- xo damão; - a coluna interna (c) (traçoshorizon- tais):desembocanos dois últimosde- dos.Estáconstituídapelopir~midaleo osso hamato,que se articulacom o quartoe o quintometacarpeanos.O pi- siformesedeslocapelafrentedo pira- midal, de modoquenão intervémna transmissãodeforças. I 3 Fig.5-17 ~A3 1.MEMBRO SUPERIOR 183 Fig.5-16 184FISIOLOGIAARTICliLAR A ESCAVAÇÃO PALMAR A escavaçãoda palmase deveprincipal- menteaosmovimentosdosquatroúltimosmeta- carpeanos(por enquantose excluio primeiro metacarpeano)emrelaçãoaocarpo.Estesmovi- mentos,realizadosnasarticulaçõescarpometa- carpeanas,consistememmovimentosde fle- xão-extensãode escassaamplitude, como acontececom todasas artródias.Porém,dita amplitudevaiaumentandodosegundoaoquin- tometacarpo: - quandoa mãoestáplana,as cabeças dos quatroúltimosmetacarpeanoses- tão alinhadasnumamesmaretaAB (fig. 5-20:mão"empé"); - quandosetorna"oca",acabeçadostrês últimosmetacarpeanos"vãoparafren- te"(fig.5-19),quantomaisseaproxima doquintometacarpeano.Assimascabe- ças dos metacarpeanosse dispõemao longodeumalinhacurvaA'B(fig.5-20): o arcotransversalmetacarpeano. É necessáriosalientarduasobservações: a)a cabeçado segundometacarpeanoB quasenãoavança:osmovimentosdefie- xão-extensãonaarticulaçãotrapez.óide- segundometacarpeanosão,praticamen- te,inexistentes; b)a cabeçadoquintometacarpeanoA, do- tadadomovimentomaisamplo,sedeslo- canãosomenteparafrente,mastambém ligeiramenteparafora, atéaposiçãoA'. Istoconduzaoestudodaarticulaçãoosso hamato-quintometacarpeano: Trata-sedeumaartródia(fig.5-22)cujassu- perfíciessãoligeiramentecilíndricase cujoeixo XX' apresentaumaduplaobliqüidade.Estadupla obliqüidadeexplicaosdeslocamentosdacabeça dometacarpeanonosentidolateralexterno. I) quandoseobservaa superfícieinferior do maciçodo carpo(fig.5-21),o eixo XX' dasuperfíciearticularinterna(indi- cadocomumacruz)doossohamatoes- tá claramenteoblíquo em relaçãoao planofrontal (traçopreto):estáoblíquo deforaparadentroedetrásparadiante.Qualquermovimentodeflexãoaoredor desteeixodesloca,logicamente,acabe- çadoquintometacarpeanoparafrentee parafora(direçãodasetabranca); 2) o eixoXX' destaarticulaçãonãoéestri- tamente~perpendicularaoeixodiafisário OA doquintometacarpeano,masforma umânguloXOA umpoucomenorqueo ânguloreto(fig. 5-18).Estadisposição tambémcontribuiparadeslocaracabeça doquintometacarpoparafora,pelome- canismoderotaçãocônica: - quandoumsegmentoOA (fig.5-23)gi- ra ao redorde um eixo perpendicular YY', o pontoA descreveumcírculode centro0, incluídonoplanoP perpendi- cularaoeixoYY' (rotaçãoplana); - apóscertograuderotação,o pontoA se situaemA'; - seestesegmentoOA gira ao redorde umeixoXX' nãoperpendicular,já não descreveumcírculo,e simumconede vértice0, tangencialaoplanoP emre- laçãoao segmentoOA. Após o mesmo grauderotação,o pontoA se localiza numpontoA' dabasedo cone(rotação cônica),e estepontoA' sesitua,emre- laçãoaoplanoP, do mesmoladoqueo ânguloagudoqueformamo eixoXX' e o segmentoOA. Se transportarmosestademonstraçãogeo~ métricaaoesquemadaarticulação(fig.5-22),en- tendermosquea cabeçadometacarpeanosaido planosagitalparasituar-seligeiramenteparafora. Estemovimentodo quintometacarpopara frentee paraforaaomesmotempoquerealiza umaligeirasupinaçãopor rotaçãolongitudinal automáticapodesersemelhanteaumaoposição emdireçãoaopolegar,participandonaoposição simétricadoquintodedo. 1.MEMBRO SUPERIOR 185 ~XI Fig.5-20 XI X XI Fig.5-21 Fig.5-22 Fig.5-19 186 FISIOLOGIA ARTICULAR AS ARTICULAÇÕES METACARPOFALANGEANAS As articulaçõesmetacarpofalangeanassão detipocondilar (fig. 5-24). Possuemdoisgrausdeliberdade: - fiexão-extensão,no plano sagital, em tomo do eixo transversalyy'; - desviolateral,no plano frontal, em tor- no do eixo ântero-posteriorxx'. A cabeçado metacarpeanopossui uma superfície articular A, o côndilo, convexaem ambosos sentidose mais extensae larga pela frentequepor trás. A baseda primeirafalangeestá"escava- da" por uma superfícieB, a cavidadeglenóide, côncavaemambosos sentidos,demenorsuper- fície queacabeçado metacarpeano.Prolonga-se pelafrentemedianteumasuperfíciede "apoio": afibrocartilagemglenóide(2), pequenalingüeta fibrosainseridano bordo anteriordabasefalan- geana,com uma pequenaincisura (3) que lhe servedecharneira. De fato (fig. 5-25),naextensão(a),a super- fície profundae cartilaginosada fibrocartilagem se encontraem contatocom a cabeçado meta- carpo.Enquantona flexão (b), a fibrocartilagem ultrapassaa cabeçae, pivotandoem tomo da suachameira,deslizasobreasuperfícieanterior dometacarpeano,o queé possível graçasà sua flexibilidade.A fibrocartilagempermite conci- liar dois imperativosaparentementecontraditó- rios: umasuperfíciede máximocontatoentreas duasextremidadesóssease a ausênciade pico, limitando o movimento.A liberdadede movi- mento da flexão-extensãoé possível graçasà pontaarredondadaposterior(4) e anterior(5) da cápsula.A profImdidadedapontaarredondada anterioré indispensávelparao deslizamentoda fibrocartilagemgle.nóide.Na parteposteriorda base falangeana,se inserea lingüetaprofunda (6) do tendãoextensor. A cada lado da articulaçãose estendem doistiposdeligamentos: - um ligamentometacarpoglenóide(ver maisadiante)quecontrolaos movimen- tosda fibrocartilagemglenóide; - um ligamentolateral, mostradonum corte (1) da figura 5-24. Os dois liga- mentoslaterais mantêmas superfícies articularesemcontatoe limitamos mo- vimentos. Na cabeçametacarpeana(fig. 5-26, segun- do Dubousset),a inserçãoproximal A do liga- mentolateralnãosesituano centrodacurvaar- ticular, estandoclaramentepor trás;por outro lado, existetodaumasériedecentrosdeCllrra queformamumaespiral,o queindicaavariação do raio decurvadacabeçametacarpeana.Deste modo,a distânciaentreo pontodeinserçãopro- ximal A e o pontode inserçãodistal B na pri- meirafalangeemextensãoe B' emflexãopassa de27mm a34mm.Por conseguinte,o ligamen- to lateralsedistendenaextensãoeestátensona jlexão. 2 3 Fig.5-24 6 A X' 5 Fig.5-26 6 4 1.MEMBRO SUPERlOR 187 Fig. 5-25 a 188 FISIOLOGIA ARTICULAR AS ARTICULAÇÕES METACARPOFALANGEANAS ! (continuação) r Assim sendo, é fácil entender(fig. 5-27, cortefrontal)quenaextensão(a) adistensãodos ligamentoslateraispermite os movimentosde lateralidade(b): um estátenso,enquantoo outro sedistende. Por isso, a estabilizaçãoda metacarpofa- langeanasemantémnaflexão pelos ligamentos laterais e na extensãopelos músculos interós- seos. Outra conseqüênciaimportantedestacon- sideração é que as metacarpofalangeanasja- mais devemimobilizar-seemextensãoa não ser em caso de rigidez quaseimpossível de re- cuperar: a distensão dos ligamentos laterais permitea suaretração,algo quenãopodeacon- tecerna flexão. A forma das cabeçasmetacarpeanas(figs. 5-28, 5-29, 5-30 e 5-31, cabeçasdos metacar- peanoslI, IlI, IV e V do lado direito)e a longi- tude dos ligamentos,bem como a sua direção, desempenhamum papelessencial,por umapar- te,na flexãooblíquados dedos(ver maisadian- te) e, por outra parte,segundoR. Tubiana, no mecanismo das inclinações ulnares duranteo seuprocessoreumático. A cabeçado II metacarpeano(fig. 5-28) é claramenteassimétricadevido à suagrandesu- perfície posterior-internae ao seuaplainamento externo;o ligamentolateralinternoé maisgros- so e mais longo que o externocuja inserçãoé maisposterior. A cabeçado III metacarpeano(fig. 5-29) possuiumaassimetriasimilar à do II metacarpo. embora menos acentuada;os seus ligamentos possuemcaracterísticasidênticas. A cabeçado IV metacarpeano(fig. 5-30) é maissimétricacomsuperfíciesdorsaisiguais:os ligamentoslateraissãodeespessurae obliqüida- de idênticos,sendoo externoligeiramentemais longo. A cabeça do V metacarpeano(fig. 5-31) possuiumaassimetriainversaà do dedoindica- dor e à do médio;os ligamentoslateraisseapre- sentamcomo os da IV cabeça. Fig.5-27 Fig.5-28 Fig.5-30 1.MEMBRO SUPERIOR 189 Fig.5-29 Fig.5-31 190 FISIOLOGIA ARTICULAR oAPARELHO FIBROSO DAS ARTICULAÇÕES METACARPOFALANGEANAS Os ligamentoslateraisdametacarpofalangea- na se integramnumaparelho fibroso maiscom- plexoquelevantae "centra"os tendõesextensores e ftexores. Numavistaemperspectivaposterior,superiore lateralda articulação(fig. 5-32),podemosobservar osseguintestendões: - o extensorcomum (1), que,na superfície dorsal da cápsuladirige a sua expansão profunda(a)paraabasedaprimeirafalan- ge na qualseinsere;a seguir,o tendãose dividenumafaixamédia(b) e duasfaixas laterais(c),querecebemasexpansõesdos interósseos(não representadasnas figu- ras).Pouco antesda separaçãoda expan- sãoprofunda,podemosobservarcomose desprendemdasmargenslateraisdoexten- sorumasfaixassagitais(d), supostamente transparentesnos desenhos, que atra- vessamasmargenslateraisda articulação parainserir-seno ligamentotransversoin- tercarpeano(4);destemodo,o tendãoex- tensorsemantémno eixo sobrea superfí- cie dorsalconvexadacabeçametacarpea- na,no percursodaftexãodaarticulação; - os flexores,o profundo (2) e o superficial (3), se introduzemnapolia metacarpeana (5) quetemorigemnafibrocartilagemgle- nóide(5) e seprolonga(5) sobrea superfí- ciepalmardaprimeirafalange:nesteponto, o ftexorsuperficialsedivideem suasduas faixas (3') antesqueo tendãodoftexorpro- fundoo perfure(2). Tambémpodemosobservaro aparelhocápsu- lo-ligamentar: - a cápsulaarticular (7)reforçadapor: •ligamentolateralqueseinsereno tubér- culo lateral(8) da cabeçametacarpeana, deslocadaportrásdalinhadoscentrosde curva(verantes)esedivideemtrêspartes: - umfascículometacarpofalangeano(9)oblí- quoparabaixoeparafrenteemdireçãoàba- sedaprimeirafalange;mencionadoanterior- mente; - o fascículometacarpoglenóide(10),quese dirigeparafrenteparainserir-senasmargens dafibrocartilagemglenóide(6)queo adapta contraacabeçademetacarpeanodemodoa manterasuaestabilidade;- ofascículofalangoglenóide(11)maisfino, querealizaa "chamada"dafibrocartilagem glenóideduranteaextensão; •ligamentotransversointermetacarpea- no (4) se inserenasmargensadjacentes dasfibrocartilagensglenóidesvizinhas,de talformaqueassuasfibrasseestendemde umládoaooutrodamão,noníveldasar- ticulaçõesmetacarpofalangeanascom as quedelinlitamtúneisosteofibrososporcu- jo interiorpassamostendõesdosinterós- seos(semrepresentaçãonasfiguras);pela frentedoligamentotransversosedeslizao tendãodomúsculolumbrical(semrepre- sentaçãonasfiguras). Destemodo,a poliametacarpeana(5),quese inserenassuperfícieslateraisdafibrocartilagem,fica literalmentesuspensana cabeçametacarpeaname- dianteo fascículometacarpoglenóideoea fibrocarti- lagemglenóide. Estedispositivodesempenhaumpapelmuito importantedurantea flexão da metacarpofalan- geana: - emestadonormal(fig.5-33),a polia,cujas fibrasse'·arregaçam"distalmente,transmite todoo "componentededecolagem"(seta)à cabeçadometacarpeano,atravésdofascícu- lo glenóide:os tendõesftexorespermane- cemaderidosaoesqueletoeabasefalangea- naficaestável; - emestadopatológico(fig.5-34),quandoos fascículosdoligamentolateralsedistendem atédestruir-seporumprocessoreumático,o "componentede decolagem"(seta),provo- cadopelatraçãodosftexores,já nãoseexer- cesobreacabeçadometacarpeano,massim sobreabasedaprimeirafalangequeseluxa anteriormenteeparacima,demodoquepro- vocaumaproeminênciaacentuadadacabe- çadometacarpeano; - a correçãodetalsituação(fig.5-35)pode- se conseguir,em certamedida,mediante umaremoçãoda parteproximalda polia metacarpeana,masemdetrimentodaeficá- ciadosftexores. Fig.5-33 M Fig.5-35 1.MEMBRO SUPERIOR 191 2 Fig.5-34 ]92 FISIOLOGIA ARTICULAR oAPARELHO FIBROSO DAS ARTICULAÇÕES METACARPOFALANGEANAS (continuação) Os tendõesextensorescomuns(fig. 5-36) queconvergemna superfíciedorsaldo punho sãoextremamentesolicitadosparadentro(se- tasbrancas)dobordoulnar,devidoao"ângulo dedistração"formadoentreo metacarpeanoe aprimeirafalange,maisacentuadono casodo dedomínimo(14°)edoanular(13°)quenoca- so do dedoindicador(8°)e especialmentedo médio(4°).Unicamentea faixa sagitaldo ex- tensor,situadano bordoradial,seopõea este componentedeluxaçãoulnardo tendãoexten- sorsobrea superfíciedorsalconvexadacabe- çadometacarpeano. No cursodeumprocessoreumático(fig. 5-37,vistaemcortedascabeçasmetacarpea- nas),aslesõesdegenerativasdestroemnãoso- menteos ligamentoslaterais(10),o que"de- sengancha"a placapalmar(6) ou fibrocartila- gemglenóidena qual se inserea polia meta- carpeana(5) queinclui os flexoresprofundo (2) e superficial(3), mastambémdistendem ou despegama faixa sagital(d) do bordora- dial,permitindoassimo deslocamentodoten- dãoextensor(1) dobordoulnare a sua"luxa- ção"nos"vales"intermetacarpeanos.Em con- diçõesnormais,esteespaçointermetacarpeano só contêmos tendõesdosinterósseos(12)pe- la frentedo ligamentointermetacarpeano(4), enquantoo tendãodo lumbrical(13)selocali- zapor trás. Fig.5-36 1.MEj\1BRO SUPERIOR 193 Fig.5-37 194 FISIOLOGIA ARTICULAR A AMPLITUDE DOS MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES METACARPOFALANGEANAS A amplitudedaflexão(fig.5-38)éaproxi- madamentede90°;todavia,énecessárioressal- tarque,emboraalcanceos90°justosnocasodo dedoindicador,aumentaprogressivamenteatéo quintodedo.Alémdisso,aflexãoisoladadeum dedo(nestecasoodedomédio)estálimitadape- la tensãodoligamentopalmarinterdigital. A amplitudeda extensãoativavariaem cadaindivíduo:podeatingirde30a40°(fig.5- 40).A extensãopassivapodeatingirquaseos 90°emindivíduoscomumagrandelassidãoli- gamentar(fig.5-41). De todosos dedos(excetoo polegar),o dedoindicadoré o quepossui(fig. 5-42) a maioramplitudedemovimentoemdireçãola- teral (30°)e, comoé fácil movê-lo de forma isolada,podemosnosreferirà abdução(A) e adução(B). O dedoindicadordeveasuadeno- minação,índice= indicador,à estamobilida- deprivilegiada. Combinandomovimentosem diferentes graus(fig.5-43)deabdução(A)-adução(B)ede extensão(C)-flexão(D),o dedoindicadorpode realizarmovimentosde circundução.Estes movimentosselimitamaointeriordo conede circunduçãodefinidopelasuabase(ACBD) eo seuvértice(articulaçãometacarpofalangeana). Esteconeestáachatadotransversalmentedevido à maioramplitudedosmovimentosde flexão- extensão.O seueixo(setabranca)representaa posiçãode equiltbrio- tamb~mdenominada funcional- daarticulaçãometacarpofalangeana dodedoindicador. As articulaçõesde tipo condilarnãopos- suemnormalmentep terceirograudeliberdade (rotaçãolongitudinal).É o casodasarticulações metacarpofalangeanasdosquatroúltimosdedos quenãopossuemrotaçãolongitudinalativa. Contudo,alaxitudeligamentarpermitecer- ta amplitudede rotaçãoaxial passiva.A sua amplitudeéde60°aproximadamente(Roud). É necessárioressaltarqueno casododedo indicador,a amplitudedarotaçãoaxialpassiva interna- oupronação- émuitomaior(45°)que aamplitudedarotaçãoaxialexterna- supinação - quasenula. Se não possuemmovimentode rotação longitudinalativaindividualizada,asmetacar- pofalangeanaspossuem,porém,devidoà assi- metriado côndilometacarpeanoe dadesigual- dadedetensãoe decomprimentodosligamen- toslaterais,um movimentode rotação longi- tudinal automáticano sentidoda supinação. Estemovimentocujomecanismoé idênticoao dainterfalangeanadopolegarémaisacentuado quantomaisinternosejao dedo,demodoque émáximonocasododedomínimoondesein- tegrano movimentode oposiçãosimétricaao dopolegar. --------. -----.-- Fig.5-38 Fig.5-40 1.MEMBRO SUPERIOR 195 I Fig.5-42 Fig.5-41 Fig.5-43 ----------~ ----- ---------- s 196 FISIOLOGIA ARTICULAR ASARTICULAÇÕESINTERFALANGEANAS I·· As articulaçõesinterfalangeanassão do tipo troclear: possuemsó um grau de liber- dade: - acabeçadafalange(fig.5-44efigo5-45, A) temaformadeumapolia epossuisó um eixo XX', transversal,emtomodo qualserealizamosmovimentosdefie- xão-extensão,noplanosagital; - a baseda falangedistal (B), quelhe corresponde(fig. 5-45),estáescavada porduaspequenascavidadesglenóides queseencaixamsobreasduassuperfí- ciesarticularesdatróclea.A cristarom- ba queseparaambasascavidadesgle- nóidessealojanagargantadapolia. Como no casodasarticulaçõesmetacar- pofalangeanas,e pelas mesmasrazões me- cânicas,existeumafibrocartilagem glenóide (2) (os númeroscOlTespondemaosda figura 5-24). Emfiexão (fig.5-46),afibrocartilagemgle- nóidedeslizasobrea superfícieanteriordafa- langeproximal. Emvistalateral(fig.5-47),podemosdistin- guir,alémdosligamentoslaterais (1),asexpan- sõesdo tendãoextensor(6)e os ligamentosfa- langoglenóides(7). É necessárioressaltarqueos ligamentosla- terais estãomais tensosna fiexão queno caso dasarticulaçõesmetacarpofalangeanas:defato (fig.5-45),apoliafalangeana(A) sealargano- tavelmenteparafrente,de modoquea tensão dosligamentosaumentaeproporcionaumapoio maisamploparaabasedafalangedistal.Portan- to, os movimentosde lateralidadenão existem no caso dafiexão. Tambémestãotensosduranteamáximaex- tensãoquerepresentaumaposição deestabilida- de lateral absoluta.Contudo,estãodistendidos naposiçãodefiexãointermédia,quejamaisdeye serumaposiçãodeimobilizaçãoporquefavore- ceriaa suaretraçãoeumarigidezposterior. Outrofatorderigidezemfiexãoestácons- tituídopelaretraçãodos "freios da extensão". O autoresanglo-saxõesrecentementedecreve- ramestasestruturasnasarticulaçõesinterfalan- geanasproximais(fig.5-48,vistapalmarexter- naesuperiordeumaarticulaçãointerfalangeana proximal)comadenominação,de"checkrein li- gaments":estãoconstituídaspor umfascículo defibraslongitudinais(8)localizadonasuperfí- cieanteriordaplacapalmar(2)emumenoutro ladodostendõesfiexoresprofundo(11)esuper- ficial(12),entrea'inserçãodapoliadasegunda falange(10) e a da primeira(semrepresen- tação),formandoo limitelateraldasfibrasdia- gonais(9)dapoliadainterfalangeanaproximal. Estesfreiosdaextensãoimpedemahiperexten- sãodainterfalangeanaproximale,pelasuare-tração,sãoumacausaprimordialdarigidezem ftexão;demodoquedevemremover-secirurgi- camente. Em resumo,as interfalangeanas,especial- menteasproximais,devemserimobilizadasnu- maposiçãopróximaà extensão. A amplitudedafiexãonasarticulaçõesinter- falangeanasproximais(fig.5-49)ultrapassaos 90°:porconseguinte.F eF formamentresi umI _ ânguloagudo(nesteesquema,asfalangesnãose \"êmexatamentedeperfil,o qualfazcomqueos ângulospareçamobtusos).Comono casodas metacarpofalangeanas,estaamplitudedefiexão aumentaprogressivamentedo segundoao quin- todedo,paraalcançaros135°nodedomínimo. A amplitudedafiexão nasarticulaçõesin- terfalangeanasdistais (fig.5-50)é ligeiramente inferior a90°(o ânguloentreF2 eF3permanece obtuso).Comonocasoanterior,estaamplitude aumentadosegundoaoquintodedos,paraatin- giros90°no dedomínimo. A amplitudeda extensãoativa (fig.j-51) nasarticulaçõesinterfalangeanasé: - inexistentenasarticulaçõesproximais (P); - inexistenteou muitopequena(5°)nas articulaçõesdistais(D). 1.MEMBRO SUPERIOR 197 Fig.5-45 Fig.5-49 9 t P D Fig.5-46 • XI Fig.5-47 1 2 7 8 Fig.5-48 12 11 Fig.5-50 198 FISIOLOGIA ARTICULAR ASARTICULAÇÕESINTERFALANGEANAS (continuação) r Com relaçãoà extensãopassiva (fig. 5- 52),estaé inexistentenainterfalangeanapro- ximal(P), masbastanteacentuada(30°)nain- terfalangeanadistal(D). As articulaçõesinterfalangeanaspossuem sóum graudeliberdade,nessecasonãoexis- tem movimentosativos de lateralidade.Se existemalgunsmovimentospassivosde late- ralidade no caso da interfalangeanadistal (fig. 5-53),pelo contrário,a interfalangeana proximal é bastanteestávellateralmente,o queexplicao transtornoquetrazumaruptura deumligamentolateralnestenível. Um pontoimportanteé o plano no qual se realizaa flexão dos quatroúltimosdedos (fig. 5-54): - o dedoindicadorseflexionadiretamente noplanosagital(P),emdireçãoà base daeminênciatenar(setabrancagrande); - porém,vimos anteriormente(ver figo 5-13)que,naflexãodosdedos,os seus eixosconvergemnumpontosituadona parteinferiordocanaldopulso.Portan- to,paraqueistoaconteça,é necessário queos trêsúltimosdedosseflexionem, nãocomoo dedoindicadornoplanosa- gital,massimnumadireçãomaisoblí- quaquantomaisinternosejao dedo; - comrelaçãoaodedomínimo,estadire- cão,oblíquaaomáximo,estárepresenta- danoesquemapelasetabrancapequena. A importânciadestetipodeflexão "oblí- qua" équepermitequeos dedosmaisinternos realizemo movimentodeoposiçãoaopolegar domesmomodoqueofaz o dedoindicador. Como é possívelestaflexão "oblíqua"? Um esquemasimples(fig. 5-55)e umencaixe (verno final destevolume)facilitama com- preensão: - umatira estreitadepapelão(a) repre- sentaa cadeiaarticulardeum dedo:o metacarpeano(M) eastrêsfalanges(FI' F2 eF); - seadobra,querepresentao eixodefle- xãodeumainterfalangeana,éperpendi- cular(xx')aoeixolongitudinaldatira,a falangevai seflexionardiretamenteno planosagital(d)e vaicobrirexatamen- teafalangesuprajacente; - pelocontrário,sea dobraé levemente oblíquaparadentro(xx'), a flexãojá nãoseproduzno planosagitale a fa- langeflexionada(b) desdobrarápara fora a falangesuprajacente; - bastaumaleveobliqüidadedoeixode flexão,já que se multiplicapor três (xx', yy', zz'), paraqueo dedomíni- mototalmenteflexionado(c),suaobli- qüidadelhepermitaatingiro polegar: - estademonstraçãoé válida,emgraus decrescentes,parao anulare o médio. Na realidade,oseixosdeflexãodasmeta- carpofalangeanase das interfalangeanasnão sãofixos nemimutáveis:perpendicularesem máximaextensão,setornamprogressivamente oblíquosnodecursodaflexão;assim,dizemos quesãoevolutivos. A evoluçãodoseixosdeflexãodasarticu- laçõesdosdedossedeveà assimetriadassu- perfíciesarticularesmetacarpeanas(ver aci- ma)efalangeanaseà tensãodiferencialdosli- gamentoslaterais,comoteremosocasiãode comprovarno casodametacarpofalangeanae interfalangeanadopolegar. Fig.5-52 Fig.5-53 I - \' ---n .111 /"" Fig.5-54 y z· M a y' z' b Fig.5-55 c ~...•............ ,: : :F~1\x@lx. d I 200 FISIOLOGIA ARTICULAR SULCOS OU CANAIS E BAINHAS DOS TENDÕES FLEXORES Parapercorrerasporçõescôncavasdasuatrajetó- ria,ostendõesdevemestarligadosaoesqueletomedian- tesulcosou canaisfibrosos,porquesenão,atensãopro- vocariaqueseguissema cordado arcodo esqueleto,de modoque seriamineficazesdevidoao relativoalonga- mentoemrelaçãoao esqueleto. Entre as duasmargensdo canaldo carpo(fig. 5- 56) se estendeuma faixa fibrosa,o ligamentoanular anterior do carpo (1).Assim, seconstituiumprimeiro sulcoosteofibroso,o canaldo carpo (fig.5-57,segundo Rouviere)pelo qual passam(setabranca)todosos ten- dõesflexoresquesedirigemdo antebraçoà mão. No corte do canal do carpo (fig. 5-58),podemos observarosdoisplanosdostendõesflexoressuperficiais (2)eprofundos(3),bemcomoo tendãodo flexorlongo própriodo polegar(4). O tendãodo palmarmaior (5) passapor umcompartimentoespecialdo canaldo carpo parainserir-seno segundometacarpeano(fig. 5-57).O nervomediano(6) tambémpassapelo canal,onde,em determinadascircunstâncias,podeficar comprimido,o qualnãoacontececomfreqÜênciano casodo nervoul- nar(7) que,acompanhadoda suaartéria,passapor um canalespecial,o canalde Guyon,pela frentedo liga- mentoanular. Os tendõesflexoresestãomantidosportrêspolias fibrosasemcadadedo(figs.5-56e5-59):aprimeira(8) ligeiramenteacimadacabeçadometacarpeano,asegun- da(9)nasuperfícieanteriordaprimeirafalange,atercei- ra (10)na superfícieanteriordasegundafalange.Desse modo,com a superfícieanteriorligeiramentecôncava dasfalanges,aspoliasconstituem(destaquenafigo5-56) autênticoscanaisosteofibrosos.Entreestestrêscanais, os tendõesestãomantidosporumsistemadefibrastan- to oblíquasquantocruzadas(11)quepassam"em fan- farra",dianteda articulaçãometacarpofalangeanae in- terfalangeanaproximal. As bainhas serosas permitemo deslizamento dos tendõesno interior dossulcos,como sefossemas bainhasdos cabosde freio. As bainhas digitais têma estruturamaissimples no casodos trêsdedosmédios(fig.5-60,esquemasim- plificado):o tendão(parasimplificarsóestárepresenta- do um deles)estáenvolvidonumabainha serosa(uma partedo qualfoi removidano esquema)constituídopor duas lâminas:uma lâmina "visceral" (a) em contato como tendãoeumalâmina"parietal"querecobreasu- perfícieprofundado sulcoosteofibroso.Entreestasduas lâminasse encontrauma cavidadevirtual fechada(c), porqueasduaslâminascontinuamumacoma outrafor- mandodois recessosperitendinosos(d); o corteA cor- respondeaestadisposiçãosimples.Quandoo tendãose deslocano seusulco,a lâminavisceral,lubrificadapor umapequenaquantidadedelíquidosinovial,deslizaso- brea lâminaparietal(semelhanteaomovimentodacor- rentedeumtrator).Se,porconseqüênciadainfecçãode umabainha,asduaslâminasseaderementresi,o tendão já nãopodedeslizarpelo seucanal,fica "entalado"co- mosefosseumcabodefreioenferrujado:deixadefun- cionar. Em algumaszonas(corteB) vasosdestinadosao tendãodeslocamarÍlbasaslâminas,demodoquecons- tituemum"mesotendão"(e),osvinculatendinorum,es- péciedeseptolongitudlnalqueparecemantero tendão nointeriordacavidadesinovial(c).Trata-sedeumades- criçãobastantesimplificada,principalmentecom rela- çãoaosrecessos(vera descriçãonumtratadodeanato- mia). Na palmada mão,os tendõesdeslizampor três bainhas carpeanas (fig. 5-56) que são, de fora para dentro: - a bainha rádio-carpeana(13),queenvolveo tendãodo flexorlongodopolegaresecontinua coma bainhadigitaldo polegar; - a bainha média (12), anexaao tendãoflexor profundodo dedoindicador; - a bainha ulnocarpeana(14),quedeslocatrês recessosparafrente,paratráseentreostendões superficiaiseprofundos(fig.5-58)e seprolon- gacoma bainhadigitaldo quintodedo. No plano topográfico,é importanteressaltar: 1) as pontas superiores das bainhas do carpo ultrapassamamplamentepor cima do liga- mento anular, em direção ao antebraço (fig. 5-56); 2) asbainhasdigitaisdostrêsdedosmédiosascen-demquaseatéametadedapalmaeassuaspon- tassuperioressecorrespondemcomapregapal- marinferior(ppi)parao terceiroe quartodedo e com a pregapalmarmédia(ppm)parao se- gundo(fig.5-56), 3)aspregaspalmares(setaspretas)de flexãodos dedos(fig. 5-59)são- salvoa pregasuperior - suprajacentesàs articulaçõescorresponden- tes;nestecasoapeleentradiretamenteemcon- tatocom a bainhaque podeser inoculadapor umainjeçãoséptica. Observartambémque as pregasdorsais (setas brancas)sãosuprajacentesà suaarticulação. r ppi B Fig.5-60 ) J ---..... Fig.5-59 1.MEMBRO SUPERIOR 201 Fig.5-57 202 FISIOLOGIA ARTICULAR OS-TENDÕES DOS MÚSCULOS FLEXORES LONGOS DOS DEDOS ocorpocarnosodosmúsculosflexoresdos dedosselocalizanocompartimentoanteriordo antebraço:portanto,se tratade músculosex- trínsecos,comrelaçãoàmão.Apóshaverestu- dadoo seutrajetonopunhoe napalmadamão, restaconsiderardequemaneirafinalizameque açãorealizam. O músculomaissuperficial- o flexorco- mumsuperficialdosdedos(semtracejar,figo5- 61,a)- deveterminarantes(emF) queomúscu- lomaisprofundo- o flexorcomumprofundodos dedos(tracejado,figo5-61,a).De modoqueéne- cessárioqueestesdoistendõesseCnlzemnoes- paçoedeformasimétricaa nãoserquesejain- troduzidoum componentelateralprejudicial.A únicasoluçãoéqueum dostendõespasseatra- -résdooutro.Mas,qualdosdoisdeveperfuraro outro?Podemosentendercomfacilidadequeo profundoéo queperfuraosupe1jicial.Osesque- mastradicionaisdeanatomia(fig.5-61)mostram asdiferentesmodalidadesdocruzamento: - otendãosuperficial(b)sedivideemduas lingüetasnoníveldaarticulaçãometacar- pofalangeana;ditaslingüetasrodeiamas margensdotendãoprofundo(c)antesde reunir-senaarticulaçãoFoF paraseinse-" 1 rir nassuperfícieslateraisdeF2• Istofica claronoscortesenavistaemperspectiva (fig. 5-62),na qual podemosobservar tambémosmesotendões(verfigo5-60). Estesvinculatendinorumassegurama vas- cularizaçãodos tendões,segundoLundborge cols.,conformedoissistemas(fig.5-62): - o sistemado flexor comumsuperficial, pordoisaportes: •proximal,paraa zonaA, pelosmicro- vasoslongitudinaisintrínsecos(1)eos vasosdapontaproximaldabainhasi- novial(2); •distal,paraa zonaB, pelosvasosdo vinculumbrevis(3)nasinserçõesdas faixaslateraisdasegundafalange; Entreasduaszonas,existeum segmento avascular(4) quesecorrespondecoma divi- sãodasfaixas. I - o siste~madoflexor comumprofundo, portrêsaportes: •proximal,paraa zonaA, comosdois tiposde vasos(5) e (6) comparáveis aosdo flexorsuperficial; •intermédio,paraa zonaB, pelosva- sosdovinculumlongus(7)dependen- tepor suavezdo vinculumbrevisdo flexorsuperficial; •distal,paraa zonaC, pelosvasosdo vinculumbrevis,queseinserenater- ceirafalange(8). No casodo flexorprofundo,existemtrês zonasavasculares: - umsegmento(9)entreaszonasA eB; - umoutrosegmento(10)entreaszonas B e C; - eporúltimo,nonívelda"terradenin- guém", na frente da interfalangeana proximal,urnazonaperiférica(11)de um milímetrode espessura,ou sejaa quartapartedodiâmetrodo tendão. O conhecimentodessessistemasde vas- cularizaçãotendinosaé indispensávelparao cirurgiãodamão,seelenãoquisercomprome- ter ou destruiros aportesvascularesnecessá- rios parao bom trofismodos tendões.Além disso,aszonasavascularestêmo maiorrisco dedesco1amentodassuturas. 1.MEMBRO SUPERIOR 203 cb Fig.5-62 Fig.5-61 a 204 FISIOLOGIA ARTICULAR OSTENDÕESDOSMÚSCULOSFLEXORES LONGOS DOSDEDOS (continuação) Poderíamos conceber uma disposição mais simplesna qual os tendõesnão deveriam se cruzar (o tendãoque termina em Fo seria profundoe o quese insereem F3 seriasüperfi- cial) demodo queseriaútil perguntar:qualéa necessidademecânicadestecruzamentotão complicado?Sem cair na posição finalista, é convenienteassinalar(fig. 5-63) quepermane- cendosuperficialquaseatéa suaterminaçãoo tendãoflexor da segundafalange forma com estaum ângulodetraçãoouângulodeaproxi- mação.maiorqueseestivesseem contatocom o esqueleto;isto aumentaa suaeficáciaepode- mosdarumaexplicaçãológica ao fatodequeo tendãosuperficial e não o profundo é o que é perfurado. A açãodestesdois músculossepodededu- zir pelasuainserção: - o flexorcomumsuperficialdos dedos (fig. 5-63)queseinsere,comofoi com- provadoanteriormente,na segundafa- lange,éfiexordasegundafalange: •naturalmente,estáprivadode açãoso- brea terceirafalange; •époucoflexordaprimeirafalangee in- clusiveé necessárioquea segundaes- tejacompletamenteflexionada; •a suaeficáciaé máximaquandoapri- meirafalangeestáestendidapelacon- I - traçãodo extensorcomum(antagonis- mo-sinergia), • seuângulode aproximação,e portanto a sua eficácia, aumentaprogressiva- menteà medidaque F2 se flexiona. - flexorcomumprofundodosdedos(fig. 5-64); que se insere na base da terceira falange,é antesde tudoflexorda terceira falange: •masestaflexãodeF3 seassociarapida- mentecom a flexão de Fo, porquenão existeextensorseletivode Fo capazde realizar a oposição a esta flexão. Para explorar a força do flexor profundo é necessáriomantermanualmenteF2 em extensão; •quandoFI e F2 secolocammanualmen- te em flexão de 900, o flexor profundo é incapazde flexionar F3: fica distendi- do demaise, portanto,é ineficaz; •a suaeficácia é máximaquandoa pri- meirafalangesemantémemextensão por contraçãodoextensor comum(an- tagonismo-sinergia). Apesar dessaslimitações,se pode demons- trar a importantefunção do flexor profundo.Os extensoresradiaislongoecurtodocarpo(Rs)e o extensorcomum(EC) sãosinérgicosdosfiexores (fig. 5-65). Fig.5-65 Fig.5-63 Fig.5-64 • 1.MEMBRO SUPERIOR 205 EC EC ~EC Rs 206 FISIOLOGIA ARTICULAR OS TENDÕES DOS MÚSCULOS EXTENSORES DOS DEDOS Osmúsculosextensoresdosdedostambém sãomúsculosextrínsecos.Percorremossulcos, mascomooseutrajetoé,emconjunto,convexo, sãomenosnumerosos.Só existemno punho, únicopontoondeo trajetodostendõessetrans- formaemcôncavoduranteaextensão.Nesteca- so, o sulco osteofibrosoestáconstituídopela porçãoinferiordosdoisossosdoantebraçoepe- lo ligamentoanularposteriordocarpo(fig.5- 66).Este sulco,por suavez,estásubdividido emseistúneisporseptosfibrososqueseesten- demdasuperfícieprofundadoligamentoanular aoesqueleto.Podemosobservar,dedentropara fora(deesquerdaà direitano esquema),os tú- neIS: 1)doextensorulnardocarpo; 2)doextensordodedomínimocujotendão seunemaisabaixocomodoextensorco- mumdestinadotambémaoquintodedo; 3)dosquatrotendõesdoextensorcomum, acompanhadoem profundidadepelo tendãodoextensorprópriododedoindi- cador,queseuneumpoucomaisabaixo dotendãodoextensorcomumdestinado aodedoindicador; 4) doextensorlongoprópriodopolegar; 5)dosextensoresradiaislongoe curtodo carpo; 6)do extensorprópriocurtodo polegare doabdutorlongodopolegar. Nestessulcososteofibrosos,ostendõesex- postosestãoenvolvidospor bainhasserosas (fig. 5-67)quepassampor cimado ligamento anulardorsale seestendembastanteabaixoso- brea superfíciedorsaldamão. Do pontode vistafisiológico,o extensor comumdosdedosé,principalmente,o exten- sordaprimeirafalangesobreo metacarpeano. Estaaçãosemanifestacomforçaeevidên- cia,sejaqualfor aposiçãodopunho(fig.5-69). Transmite-seà primeirafalangepelaexpansão profunda(1),longade10a 12mm,quesedes- coladasuperfícieprofundadotendão,diferente dacápsuladametacarpofalangeana,parainserir- sejuntocoma cápsulanabasedeFI: emuma vistadorsal(a),umsegmentodetendãoremovi- dodeixaverestaexpansãoprofunda(1). Pelo contrário,a ação sobre a segunda falange- atravésdalingüetamédia(2)- e so- breaterceirafalange- atravésdasduaslingüe- taslaterais(3) - dependedo grau de tensão do tendãoe, por conseguinte,da posiçãodo punho(fig. 5-69),e tambémdo grau de fie- xãodametacarpofalangeana: - sóé relevantequandoo punhoestáfle- xionado(A); - é parciale incompletaem posiçãode alinhamento(B); - éinexistentequandoopunhoestáesten- dido(C). De fato,a açãodoextensorcomumsobre asduasúltimasfalangesdependedograudeten-sãodosflexores: - seostendõesestãotensosdevidoà exten- sãodopunhooudametacarpofalangea- na,o extensorcomumé incapaz,por si só,deestenderasduasúltimasfalanges; - se,pelocontrário,os tendõesestãodis- tendidosdevidoà flexãodopunhoouda metacarpofalangeana(ou por sua sec- ção),o extensorcomumpodeestender facilmenteasduasúltimasfalanges. O tendãodoextensorpróprio do dedoin- dicadoreo dodedomínimopossuemamesma fisiologiaqueotendãocorrespondentedoexten- sorcomumcomoqualseconfundem.Permitem a extensãoisoladadodedoindicadoredoquin- todedo(gestode"pôrchifres"). Demaneiraacessória,nocasododedoindi- cador,os tendõesextensorestêm,segundoDu- chennedeBoulogne,umaaçãode lateralidade (fig. 5-70):o extensorpróprio(EP) realizaa "adução"eoextensorcomum(EC) a"abdução". Estaaçãoaparecequandoa flexãodasduasúlti- masfalangese aextensãodaprimeiraanulama açãodosinterósseoscorrespondentes. 1.MEMBRO SUPERIOR 207 Fig.5-67 Fig.5-69 - J Fig.5-66 Fig.5-70 a Fig.5-68 b EP EC ----- .----------------------------- 208 FISIOLOGIA ARTICULAR MÚSCULOS INTERÓSSEOS E LUMBRICAIS Não descreveremosdenovoasinserçõesdos in- terósseos;e:'.tãoresumidasnasfiguras5-71,5-72e 5- 73.Estasinserçõesnãointeressamsenãoforparaescla- recerasaçõesmusculares. No planofisiológico,os interósseospossuemdois tipos de ações:açãodelateralidadee açãosobrea fle- xão-extensão. Suaaçãode lateralidadesobreos dedosestáde- terminadapelainserçãodeumapartedo tendãotermi- nalsobreo tubérculolateralda basedaprimeirafalan- ge (1);estaaçãoé tãodiferentequeestainserçãoinclu- sivesecOlTesponde,àsvezes,comum corpomuscular diferente(disposiçãoencontradanoprimeirointerósseo dorsal,segundoWinslow). O sClllidodomovimentodelateralidadeestáregu- ladopeladireçãodo corpomuscular: - quandose dirige emdireçãoao eixoda mão (terceirodedo)- éo casodosinterósseosdor- sais (traçosverticais,figs. 5-71 e 5-73) - o músculoordenaa separaçãodos dedos(setas brancas,figo5-71). É evidenteque,seo segundoe o terceirointe- rósseosse contraemsimultaneamente,a sua açãode lateralidadesobreo médio se anula. Com relaçãoaoquintointerósseo,a separação é realizadapelo adutordo quinto (5) (fig. 5- 72), que equivalea um interósseodorsal.No polegar,a escassaseparaçãoqueproduzo ab- dutorcurtodopolegar(6)estácompensadape- larealizadapeloabdutorlongoqueagesobreo primeirometacarpeano; - quandoseafastadoeixodamão- éo casodos interósseospalmares(traçoshorizontais,figs. 5-72e5-73)- o músculodirigea aproximação dosdedos(setasbrancas,figo5-72); - os interósseosdorsaissão mais volumosose portantomaispotentesqueos pa1mares,o que explicaqueestesúltimossejammenoseficazes quantoà aproximaçãodosdedos; - ostendõesdosinterósseos,envolvidosemfor- maçõesfibroaponeuróticasanexadasao liga- mentotransversointermetacarpeano,não po- demse luxarparafrentedurantea flexãodas metacarpofalangeanas,porque o ligamento transverso,localizadonafrentedeles,os man- témno seulugar.Não éo casodo primeiroin- terósseodorsalque carecedestemecanismo: quandoafaixafibrosaqueo mantémsegurose distendeporumprocessoreumático,o seuten- 1-- dãosedeslocaparafrenteeperdeasuaaçãode abduçãoparaseconverteremflexor. A suaaçãosobrea flexão-extensãonãopodeser entendidasem descreverpreviamentea estruturada aponeurosedorsaldo dedo(figs.5- 74,5-75e 5-76): - apósteremitidoasuainserção(1)parao tubér- culo lateraldeFI' o tendãodo interósseocons- tituiumalâminafibrosaque,'passandosobrea superfíciedorsaldeF. vaicontinuarnasuaho- mólogacOfltralateral:'se tratada correia dos interósseos(2).Vistapelasuasuperfíciepro- funda (foramremovidasas falanges),a apo- neurosedorsal·(fig.5-75)permiteobservares- ta cOlTeiaformadadeumaparterelativan1ente espessa(2)edeumapartemaisfina(2'),fibras oblíquasque seexpandemem direçãoàs lin- gÜetaslaterais(7)do extensorcomum.A parte espessa(2) deslizasobrea superfíciedorsalde FI e da articulaçãometacarpofalangeaname- dianteumapequenabolsaselvsa(9),debaixo da qual se descolaa lingÜetaprofunda(4) do extensorcomum; - umaterceira expansãodotendãodo interós- seoconstituiumafina lingÜeta(3) quesedi- rigeemdois contingentesdefibrasparao ex- tensor: •algumasfibrasoblíquas(10)paraa lingÜeta médiaconstituema lâminatriangular; •a maiorpartedasfibrassefundemcomalin- gÜetalateralpoucoantesdasuapassagempe- la interfalangeanaproximal,paraformaruma faixa (12), quevai inserir-sesobreF, com a suahomólogacontralateral: ' •observar(fig. 5-76) que a faixa lateral(12) não passaexatamentepelasuperfíciedorsal dainterfalangeanaproximal,massimligeira- mentesobreo ladoondeestácoladaàcápsu- la por algumasfibrastransversais,a expan- sãocapsular(11): - os quatrolumbricais (fig. 5-77), numerados de fora paradentro.se inseremnasmargens dos tendões fiexores profundos, principal- mentena margemradial. O seu tendão(13) se dirige parabaixo e volta paradentro.Em primeiro lugar o ligamentotransversointer- metacarpeanoo separado tendãodo interós- seo (fig. 5-76),dando-o,assim,umaposição mais palmar.A seguir(figs. 5-75 e 5-76), se fundecom a terceiraexpansãodo interósseo, maisabaixodo quea correia. Fig.5-77 Fig.5-76 Fig.5-75 1.MEMBRO SUPERIOR 209 Fig.5-74 210 FISIOLOGIA ARTICULAR A EXTENSÃO DOS DEDOS A extensãodosdedossedeveà açãocombinada doextensorcomum(EC), dosinterósseos(Is), doslum- bricais(Ls) etambémemcertamedida,do flexorsuper- ficial (FCS); todos estesmúsculosintervêmnas liga- çõesdesinergia-antagonismovariáveisdependendoda posiçãoda articulaçãometacarpofalangeana(MP) e do punho.Acrescente-sea açãototalmentepassivado liga- mento retinacular, quecoordenaa extensãodasduas últimasfalanges. O extensorcomum Já vimosanteriormente(pág.206)queo extensor comumnãoé verdadeiroextensorsalvono casodapri- meirafalange(F) equenãoatuasobreF2 eF3seosflexo- resnãoestãodistendidos(flexãodopunho,flexãodame- tacarpofalangeana,secçãodosflexores).Numapeçaana- tômica.atraçãodoextensorcomumdeterminaumaexten- sãocompletadaFI e incompletadeF2 eF3(fig.5-69,C). O graude tensãodasdiferentesinserçõesdo extensorcomum dependepraticamenteda flexãodasfalanges: - a flexão isoladade F, (fig. 5-78) distende3 rum a faixa médiae a expansãoprofunda;de modoqueo extensorco- mumjá não atuadiretamentesobreF, e F,; - a flexãodeF, (fig. 5-79) temduasconseqüências: •distende3 rum as faixas laterais(a) graçasà "derrapa- gem" dasfaixasquedeslizamem posiçãopalmar,atraí- daspelaexpansãocapsular(fig. 5-75, 11).Durantea ex- tensãodeF, voltamà suaposiçãodorsaldevidoà elasti- cidadeda lâminatriangular(fig. 5-75, 10); •distendede7 a 8rumaexpansãoprofunda(c) o queanu- la a açãodiretasobreF, do extensorcomum.Porém,po- deestenderindiretamenteF, atravésdeF" seestaúltima estáestabilizadaem flexão pelo flexor comum superfi- cial' quedesempenhaassimumpapelcoadjuvantedoex- tensorcomumna extensãodametacarpofalangeana(fig. 5-80): e" e f" se anulam,e' e f" se somame sedecom- põemsobreFI emA, componenteaxiale emB, compo- nentedeextensão,incluindoumapartedaaçãodo flexor comumsuperficial(R. Tubianae P. Valentin). Os interósseos Os interósseossãoflexoresdeFJ eextensoresdeF2 eF3, masasuaaçãosobreasfalangesdependedograude flexãoda metacarpofalangeanae do estadodetensãodo extensorcomum: - sea metacarpofalangeanaestáestendida(fig.5- 81)porcontraçãodoextensorcomum; - sea correiasedesloca(a)porcimadametacar- pofalangeanaemdireçãoà superfíciedorsaldo primeirometacarpo(SterlingBunnel); - destemodo,as expansõeslateraispodemestar tensas(b)eproduziraextensãodeFI eF2; - sea metacarpofalangeanaseflexiona(fig.5-82) pordistensãodoextensorcomum(a)econtração do lumbrical(semrepresentaçãonafigura); - a correiadeslizasobreo dorsode FI (b); o seu trajetoéde7 rnm(SterlingBunnel); - a contraçãodosinterósseos(c) atuandosobrea correiaflexionacompotênc~aa metacarpofalan- geana; - embora,porestefato,asexpansõeslaterais,man- tidaspelacorreia,sedistendessem(d)easuaaçãoextensorasobreFI e F2 desaparecesse,quanto maisflexionadaestiverametacarpofalangeana; - contudo,nesteprecisomomentoé quandoo ex- tensorcomuméeficazsobreFI eF2• Portantoexiste,cómoo demonstraraSterlingBun- nel,umbalançosinérgiconaaçãodeextensãodoexten- sorcomume dosinterósseossobreFI eF2 (fig.5-89): - metacarpofalangeanaflexionada90°:açãomáxi- madoextensorcomumsobreF2 eF3; açãomáxi- madoslumbricaisestandoasfaixaslateraisten- sasoutravez(fig.5-84),sendoineficazesosinte- rósseos; - metacarpofalangeanaem posição intermédia: açãocomplementardoextensorcomumedosin- terósseos; - metacarpofalangeanaestendida:açãoinexistente do extensorcomumsobreF2 e F,; açãomáxima dos interósseosestandoas faixaslateraistensas outravez(fig.5-81,b). Os lumbricais FlexoresdeFI e extensoresdeF2 e F3possuem,ao contráriodos interósseos,estasfunçõesseja qual for a flexãoda metacarpofalangeana.Sãomúsculosextrema- menteimportantesparaosmovimentosdosdedos.Devem estaeficáciaaduasdisposiçõesanatôrnicas: - a sualocalizaçãomaispalma/;pelafrentedo li- gamentotransversointermetacarpeano,lhesou- torgaum ângulode aproximaçãode 35°com FI (fig. 5-83):destemodo,podemflexionara metacarpofalangeanainclusivese estáhiperes- tendIda.São,assim,os "iniciadores" da flexão de FI (flexor-starters),os interósseosatuamse- cundariamentesobreacorreia; - a suainserçãodistalselocaliza(fig.5-84)nasex- pansõeslateraisdebaixodo nívelda correia.Ao nãoestarmantidosporesteúltimo,podemtensio- nardenovoo sistemaextensordeF2 eF3sejaqual for o graudeflexãodametacarpofalangeana. 1.MEMBRO SUPERIOR 211 EC Ec a Fig.5-82 Fig.5-81 Fig.5-83 Fig.5-85 b Fig.5-84 Fig.5-86 Fig.5-87 Fig.5-88 1------- I 212 FISIOLOGIA ARTICULAR A EXTENSÃO DOS DEDOS (continuação) - Eyler e Marquée,e Landsmeerdemonstraram queemcertosindivíduososinterósseospossuem duasporções,umaporçãoparaa correiae outra porçãoparaaexpansãolateral; - paraRecklinghausen,os lumbricaisfacilitama extensãodeF2 e F3(fig.5-85)produzindoa dis- tensãodaporçãodistaldostendõesdofiexorco- mUlnsuperficial(a)nosquaisselocalizaasuain- serçãosuperior(b).Graçasaestesistemadiago- naI, a contraçãodoslumbricaisdeslocafuncio- nalmentea inserçãoteI1lÚnaldo flexorcomum superficialdasuperfíciepalmarà superfíciedor- saldeF3'transformando-onumextensor,equiva- lenteauminterósseo;estesistemaésemelhante, emeletrônica,a umtransistorquetrocaapassa- gemdacorrentenumsentidoououtrodependen- do do seuestadodeexcitação.Este"efeitotran- sistor"conduz,graçasa umabaixapotência- a do lumbrical-, à derivaçãode umafortepotên- cia- adoflexorcomumprofundo- parao siste- maextensor; - porúltimo,os lumbricais,possuidoresdenume- rososreceptoresproprioceptivos,recolhemin- fOlmaçõesessenciaisparacoordenar o tônus dosextensoresedosflexoresentreosquaises- tãotensosformandoumadiagonaI. O ligamentoretinacular(LR) O ligamentoretinacular(Landsmeer,1949)está constituídopor fibras(fig.5-86)quepartemdasuperfície palmar(a)deF, eseprojetam(b)sobreasfaixaslaterais doextensorcomume,atravésdestas,sobreF).Todavia,é necessárioressaltarcomoalgoessencialo fatodeque,ao contráliodasfaixaslateraisdoextensorcomum,asfibras do ligamentoretinacularcruzama interfalangeanaproxi- mal (IFP) pelafrentedo seueixo(c), istoé, emposição palmar.Entãopodemosdeduzirque(fig. 5-87)a exten- sãoda interfalangeanaproximalprovocaa tensãodas fibras do ligamentoretinaculareproduz a extensãoda interfalangeanadistal(IFD) nametadedoseurecorrido, passandodeumaflexãode80°aumaflexãode40°.Esta tensãodo ligamentoretinacularpelaextensãoda interfa- langeanaproximalé fácil de comprovar(fig. 5-88): se seccionarmoso ligamentoretinacularemB, a extensão daF, já nãoseassociacomaextensãoautomáticadeF3' enqllamoé possívelobservara separaçãodeumadistân- ciaCD (D representaaposiçãofinaldeB, pontodo liga- mentoretinacularquegiraemtomodeA, enquantoC re- presentaaposiçãofinaldeB, pontodeFogirandoemtor- nodeO) dasduasmargensdo ligamentõretinacular. Ao contrário,épossívelobter,medianteumaflexão passivadainterfalangeanadistal,e estandointactoo liga- mentoretinacular,a flexãoautomáticada interfaIangeana proximal. Em casodepatologia,a retraçãodo ligamentoreti- nacular: - instauraadeformaçãododedodenominada"em casadebotão",devidoà rupturadaaponeurose dorsal; - provocaahiperextensãodainterfalangeanadistal nadoençadeDupuytrennO,seuterceirograu. Resumodas açõesmuscularespara a flexão-ex- tensãodosdedos ExtensãosimultâneadeFj +F2 +FJ (fig.5-89,A): SinergiaEC + Is +Ls. Açãopassivaeautomáticadoligamentoretinacular. ExtensãoisoladadeFj: EC. +FlexãoF : FCS ) (coadjuv~ntedoEC) relaxamentodosIs +FlexãoF): FCP +FlexãoF2: FCS (Id.) +ExtensãoF3:Ls + Is (estaúltimaaçãoé muito difícil). FlexãoisoladadeFI: Ls (starters)+ ls (antagonis- moEC/Is: relaxamentoEC). +ExtensãoF, eF, (fig.5-89,C): Ls (extensoresem qualquerpõsiçãoda metacarpofalangeana)+ ba- lançosinérgicoEC +Is (fig.5-89,B). +FlexãoF,: FCS. +ExtensãoF}:Ls (açãodifícil porquea ftexãodas interfalangeanasproximaisdistendeasfaixaslate- rais). +FlexãoF,: FCS. +FlexãoF3:FCP (a suaaçãoestáfacilitadapela "derrapagemdasfaixaslateraisdevidoàftexãoda interfalangeanaproximal"). Os movimentoshabituaisdosdedosilustramasseguintessi- tuações: - os movimentosque se realizamdurantea escritura(Du- chennede Boulogne): - quandoempurramoso lápis parafrente(fig. 5-90), o interósseoflexiona F, e estendeF, e F,; - quando conduzimos novamenteo lápis para trás (fig. 5-91), o extensorcomum estendeF, e o tlexor comum superficial tlexionaF,: - os movimentos dos dedos em gancho (fg. 5-92): o fle- xor comum superficial e o flexor comum profundo se contraeme os interósseosserelaxam.Este movimentoé indispensávelpara o alpinistaque se agarraa uma pare- de rochosa vertical; - os movimentosdos dedos em martelo (fig. 5-93): o ex- tensorcomum intervémparaestenderFI enquantoo fle- xor comum superficial e o flexor comum profundo fle- xionam F, e F, . É a posição inicial dos dedosdo pianis- ta. O dedo percutea tecla por contraçãodos interósseos e dos lumbricais que tlexionam a metacarpofalangeana quandoo extensorcomum se relaxa. ,------ I I I - 1.i\IEMBRO SUPERIOR 213 Fig.5-89 214 FISIOLOGIAARTIClJLAR ATITUDES PATOLÓGICAS DA MÃO E DOS DEDOS A insuficiênciaouoexcessodeaçãodequalquer dosmúsculosqueacabamosdeexporpodedesenca- dearmúltiplasatitudes,iciosas. Entreasatitudesviciosasdosdedos(fig.5-94), devemosconhecer: a)a rupturada aponeurosedorsal,nalâmina triangular,queseestendeentreasduasfaixas lateraise cujaelasticidadeé necessáriapara queestasfaixasvoltemàposiçãodorsalquan- do a interfalangeanaproximalseestendade novo.Nestecaso.asuperfíciedorsaldaarticu- laçãoproduzumahérnianafendaaponeuróti- ca,easfaixasseluxamsobreassuassuperfí- cieslaterais;semantémassimemsemi-fiexão, enquantoa interfalangeanaproximalestáem hiperextensão.Estamesmaatitudedenomina- da"emcasadebotão"apareceanteumasec- çãodoextensornainterfalangeanaproximal; b)a ruptura do tendãoextensor imediata- menteanterioràsuainserçãoemF}provo- caafiexãodeF,. quepodereduzir-sedefor- mapassiva,masnãoativa.A flexãosedeveà tonicidadedo flexorcomumprofundonão compensadapeloextensorcomum;a defor- maçãosedenomina"dedoemmartelo"(ou malletfinger); c)a rupturadotendãodoextensor longopor cimadametacarpofalangeanasedeveàfie- xãodametacarpofalangeanasoba açãopre- dominantedacorreiadosinterósseos;estaati- tude"intrínsecaplus"seobservaquandoos interósseospredominamsobreo extensorco- mum, d)a ruptura ou a insuficiênciado flexor co- mumsuperficialdeterminaumahiperexten- sãodainterfalangeanaproximalsobainfluên- ciapredominantedosinterósseos.Estaatitude "eminversão"dainterfalangeanaproximalse associacomumaligeiraflexãodainterfalan- geanadistaldevidoaoencurtamentorelativo doflexorcomumprofundo(porhiperextensão dainterfalangeanaproxirnal),daíasuadeno- minaçãodedeformação"empescoçodecis- ne"; e)a paralisiaou a secçãodotendãodo flexor comumprofundoconduzà impossibilidade deflexionarativamenteaúltimafalange; f) a insuficiência dos interósseos,implica umahiperextensãode M/FI sob a açãodo extensorcomumeporumafiexãoacentuada dasduasúltimasfalangessoba açãodo fle- xor comumsuperficiale do flexorcomum profundo.Destemodo,a paralisiadosmús- culosintrínsecosrompeo arcolongitudinal na"chave"dasuaabóbada.Estaatitude,de- nominada"emgarra"(fig. 5-96)ou "intrín- secamenos",apareceprincipalmentenapa- ralisia dó nervoulnar - queinervaosinte- rósseos- eéarazãopelaqualtambémsede- nominagarra ulnar.Acompanha-sedeuma atrofiadaeminênciatenare dosespaçosin- terósseos. A perdadosextensoresdopunhoe dosdedos, comfreqüênciano cursode umaparalisia radial, determinaumaatitudecaraterísticade "mãocaÍda" (fig.5-95)comflexãoacentuadado punhoe flexão das articulaçõesmetacarpofalangeanas,estandoas duasúltimasfalangesestendidaspelosinterósseos. Na doençade Dupuytren (fig. 5-97),a retra- çãodasfaixaspré-tendíneasda aponeurosepalmar médiaacarretaumafiexãoirredutíveldosdedosso- breapalma:flexãodametacarpofalangeanaedain- terfalangeanaproximale extensãodainterfalangea- na distal. Freqüentemente,esta atitudeviciosa é maisacentuadanosdoisúltimosdedos,o dedoindi- cadore o médioseafetamposteriormentee poucas vezesafetao polegar. A doençade Volkmann (fig. 5-98)se deveà retraçãoisquêmicadosmúsculosfiexoresedetermi- naumaatitudeemgarradosdedos,muitonítidana extensãodopunho(a),emenosvisívelnaflexão(b), quedistendeos flexores. Outraatitudeengarra(fig.5-99)quesecorres- pondecoma inflamaçãoda bainhaulnocarpeana. A garraémaisacentuadaquantomaisinternoéo de- do (atingeo seumáximono quintodedo).Qualquer tentativadereduzirestagarraresultamuitodolorosa. Por último,a atitudeem"rajada ulnar" (fig. 5-100,segundoo quadrode G. La Tour,"Brigade mendigos")se caracterizapelo desviosimultâneo dosquatroúltimosdedosemdireçãoàsuperfíciein- ternadamão;tambémpodemosapreciara proemi- nênciaanormaldas cabeçasmetacarpeanas.Este conjuntodedeformaçõespermiteconsideraro diag- nóstico(retrospectivo)depoliartritereumatóide. 1.MEMBRO SUPERIOR 215 - Fig.5-98 Fig.5-95 Fig.5-100 ~/rc ~~~c.~ d e ~ Fig.5-94 216 FISIOLOGIA ARTICULAR OS MÚSCULOS DA ElVIINÊNCIA HIPOTENAR A eminênciahipotenarestácompostapor trêsmÚsculos(fig. 5-101): 1) o flexorcurtodoquintodedo(1);sein- sereabaixo,no tubérculointernodaba- sedeFI' a suadireçãoé oblíquaparaci- maeparafora emdireçãoà suainserção carnosana superfície anteriordo liga- mentoanulare do processounciforme; 2) o adutordoquintodedo(2); adutorem relação ao plano de simetriado corpo. terminaabaixo como um interósseono tubérculolateraldeF (como fiexorCUf-I to),por umacorreiacomumcomo quar- to interósseopalmarepor umaexpansão paraa faixa lateraldo extensorcomum. Por cima,seinserenasuperfícieanterior do ligamentoanulare no pisiforme; 3) o oponentedo quintodedo(3) se inse- re abaixona superfícieinternado quinto metacarpeano,rodeiaa suamargem(fig. 5-88) para se dirigir (setabranca)para cima e para fora em direçãoà margem inferior do ligamentoanularedoproces- so unciforme,no qual seinsere. No planofisiológico O oponente(fig. 5-102)fiexiona o quinto metacarpeanosobreo carpo,em tomo do eixo XX", o qual o deslocaparafrente (seta1) epa- rafora (seta2). Esta direçãooblíqua é a do cor- po muscular(setabranca). Mas, ao mesmo tempo, proporciona ao quinto metacarpeanoum movimento de rota- ção em torno ao seu eixo longitudinal (repre- sentadopor umacruz) no sentidoda seta3, em supinação,isto é, de tal maneira que a parte anterior do metacarpeanose orienta para fo- ra, emdireção ao polegar. Portanto, o oponen- te merecea sua denominaçãoporque realiza a oposiçãodo dedo mínimo com relação ao po- legar. Ofle_xorcurto (1) eo adutor do quinto de- do (2) exercemem conjunto uma ação quase idêntica (fig. 5-103): - ofiexor curto (1)fiexiona a primeira fa- langesobreo metacarpeanoe separa o quintodedoem relaçãoao eixo da mão; - o adutor (2) possui a mesmaação: de modo que é abdutorcom relação ao ei- xo da mão (terceiro dedo) e pode ser consideradoequivalentea um interós- seo dorsal. Como os interósseos, fle- xiona a primeira falange, por ação da correia, e estende duas falanges por açãode sua expansãolateral. 1.MEMBRO SUPERIOR 217 Fig.5-102 1- Fig.5-103 218 FlSIOLOGIAARTICULAR oPOLEGAR o polegarocupaumaposiçãoe desem- penhaumafunçãoà partenamão,porqueé in- dispensávelpararealizaraspinçaspolegar-digi- tais comcadaumdosoutrosdedos,eprincipal- mentecomo dedoindicador,e tambémparaa constituiçãodeumapreensãodeforça comos outrosquatrodedos.Tambémpodeparticipar emaçõesassociadasàspreensõesqueserefe- remà própriamão.Semo polegar,amãoperde amaiorpartedesuascapacidades. O polegardeveestafunçãoeminente,por umaparte,à sualocalizaçãoparafrentetanto dapalmadamãoquantodosoutrosdedos(fig. 5-104)quelhepermite,no movimentodeopo- sição,sedirigiraosoutrosdedos,deformaiso- ladaouglobal,ousesepararpelomovimentode contra-oposiçãopararelaxara preensão.Por outrolado,deveasuafunçãoàgrandeflexibili- dadefuncionalquelheproporcionaa organiza- çãotãopeculiardasuacolunaarticulare dos seusmotoresmusculares. A colunaósteo-articulardo polegar(fig. 5-105)contêmcincopeçasósseasqueconsti- tuemo raio externodamão: - o escafóide(esc); - o trapézio(T)queosembriologistascon- sideramequivalenteaummetacarpeano; - o primeirometacarpeano(Mr); - aprimeirafalange(F); - asegundafalange(F). O polegaranatomicamentesópossuiduas falanges,mas,o queé importante,a suacoluna se articulacoma mãonumpontomuitomais proximalqueno casodosoutrosdedos.A sua colunaéclaramentemaiscurtaeo seuextremo sóalcançaapartemédiadaprimeirafalangedo dedoindicador.Esteé o seucomprimentoper- feitoporque: - maiScurto, como seria o caso após uma amputaçãofalângica,perde as suaspossibilidadesde oposiçãopor nãotersuficientelongitude,nemsufi- cienteseparação,nemsuficientefle- xãoglobal; - maislongo,comoseriao casodeuma malfor,maçãocongênitacom três fa- langes,aoposiçãofinapontadodedo- pontado ~edo(término-terminal)po- deseverperturbadapelaflexãoinsu- ficiente da interfalangeanadistal do dedoaoqualseopõe. Então,istoéumexemplodoprincípiode economiauniversal(princípiode OCCAM). segundoo qualqualquerfunçãoestáassegura- dapelamínimaestruturae organização:para umafunçãoótimadopolegar,sãonecessárias esuficientescincopeças. As articulaçõesdacolunadopolegarsão quatro: - a trapéÚo-escafóidea(TE) artródia que,comojá vimos,permitequeo tra- pézio realizeum curtodeslocamento parafrentesobrea superfíciearticular inferior,aqualseapóiasobreo tubér- culodo escafóide:nestecasoseesbo- çaummovimentodeflexãodeescas- saamplitude; - a trapéÚo-metacarpeana(TM) dotada dedoisgrausdeliberdade; - ametacarpofalangeana(MF) quepos- suidoisgrausdeliberdade; - a interfalangeana(IF) comsóumgrau deliberdade; ouseja,emtotal,CINCO GRAUS DE LIBERDADE necessáriose suficientes paraserealizaraoposiçãodopolegar. Fig.5-105 TOTAL: 5 GRAUS ,_1F:10 1.MEMBRO SUPERIOR 219 Fig.5-104 220 FISIOLOGIA ARTICULAR GEOMETRIA DA OPOSIÇÃO DO POLEGAR Desdeumpontodevistaestritamentegeo- métrico(fig.5-106),aoposiçãodopolegarcon- sisteemque,numpontodadoA', apolpadopo- legarsejatangenteàpolpadooutrodedo,como porexemploo dedoindicador,numpontoA: is- toé,fazercoincidirnoespaçonumúnicoponto A +A' osplanosdaspolpastangentesA eA'. Paracomeçar,paracoincidirdoispontosno espaço(fig.5-107)sãonecessáriostrêsgrausde liberdadesegundoascoordenadasx,y ez.A se- guir,sãonecessáriosmaisdoisgrausdeliberda- de paraquepossamcoincidirosplanosdaspol- pas,planosobreplanoe direçãosobredireção, porrotaçãoemtomoaoseixosteu (comoaspol- pasnãopodementraremcontatopelasuperfície dorsal,é inútilumterceirograuemtomodeumeixoy eperpendicularaosdoisprecedentes). Em resumo,a coincidênciadosplanosdas polpasnecessitadecincograusdeliberdade: - trêsparaquecoincidamos pontosde contato; - doisparaquecoincidammaisoumenos osplanosdaspolpas. Comopodemosdemonstrardeformasim- plesquecadaeixodeumaarticulaçãoconstitui umgraudeliberdadequesesomaaosoutrospa- racontribuirparaoresultadofinal,podemosde- duzirqueoscincograusdeliberdadedacoluna dopolegarsãoimprescindíveise suficientespa- raserealizaraoposição. Se considerarmos,unicamenteno plano (fig. 5-108),o movimentodos trêssegmentos móveisM , F eF dacolunadopolegaremtor-1 1 2 nodostrêseixosdeflexãoyy'paraaTM, fi pa- raaMF ef, paraaIF,podemosconstatarquesão necessáriosdoisgrausparasituaro extremode F2 numpontoH doplano:sesebloqueiafi ouf:. sóexisteumaformaparaambososcasosalcan- çaremo pontoH. Porém,introduzirumterceiro graupermitechegaraH comdiferentesincidên- cias:estãorepresentadasnafiguraduasorienta- çõesO e O' da polpa,de modoquepodemos constatarcomoestemecanismonecessitadetrês grausdeliberdadenoplano. No espaço(fig.5-109),se acrescentaum quartograu deliberdade,emtomodosegun- doeixoxx' daTM, permitindoumaorientação adicionaldapolpaque"seorienta"numadire- çãodiferente,a qualautorizaumaverdadeira escolhadaoposiçãocomumdeterminadodedo dodedoindicadoraodedomínimo. Um quintograudeliberdade(fig.5-110) conseguidograçasaosegundoeixodaMF me- lhoraaindamaisa coincidênciadosplanosdas polpas,permitindoumarotaçãolimitadadeum planosobreoutroemtornodopontodetangên- cia.De fato,podemoscomprovarqueo eixode flexãof daMF nãoé estritamentetransversal 1 anãosernocursodaflexãodireta;naverdade. durantea maiorpartedo tempoé oblíquonum sentidoououtro: - oblíquoemf' 1: aflexãoseassociacom umdesvioulnarecomumasupinação: - oblíquoemf" 1: nestecasose associa comumdesvioradial e comumapro- nação. [ y Fig.5-106 x Xl Xl X Fig. 5-110 z Fig.5-107 H Fig.5-108 1.MEMBRO SUPERIOR 221 tI y Fig.5-109 222 FISIOLOGIA ARTICULAR A ARTICULAÇÃO TRAPÉZIO-META CARPEANA Topografiadassuperfícies A articulaçãotrapézio-metacarpeana(TM) selocalizanabasedacolunamóveldopolegar edesempenhaumpapelprimordialdadoqueas- seguraa suaorientação e participademaneira preponderantenomecanismodaoposição. Os anatomistasa denominamarticulação porencaixamentorecíproco,o quenãosignifica muito,outambémarticulaçãoselar (fig.5-111), oqueparecemaiscorretoporqueestaúltimade- nominaçãolembraa formadeseladecavalgar, côncavanumsentidoe convexano outro.Exis- temduassuperfíciesemsela,umanotrapézioe aoutranabasedoprimeirometacarpeanoquesó secorrespondempor causade umarotaçãode 90°quefaz coincidira curvaconvexadeuma comacurvacôncavadaoutraevice-versa. A topografiaexatadassuperfíciesdestaar- ticulaçãotemsidocausadenumerososestudose debates.A descriçãomaisprecisafoi expostare- centementepor K. Kuczynski (1974).Com a trapézio-metacarpeanaaberta(fig.5-112)eaba- sedoprimeirometacarpeanodeslocadaparafo- ra,assuperfíciesarticularesdo trapézioT e do primeirometacarpeanoM1 apresentanasseguin- tesparticularidades: - asuperfíciedotrapézioT apresentauma cristamédiaCD ligeiramentecurvase- guindoumaconcavidadeorientadapara dentroe parafrente.A partedorsalC destacristaé claramentemaisconvexa quea suapartepalmarF queé quase plana.Estacristaaparecedeprimidana suapartemédiaporumsulcoAB quea cruzatransversalmentee se estendeda margemdorsalexternaA àmargempal- mar internaB onde é evidentemente mais escavada.Um fato importanteé queestesulcoé curvoe apresentauma convexidadeântero-externa.A parte posterior-externaE équaseplana; - a superfíciemetacarpeanaM) seforma ao contrário,apresentandouma crista A'B' quecorrespondeao sulcoAB da superfíciedo trapézioe umsulcoC'D' queencaixasobrea cristado trapézio CD. - Encaixadasobrea superfíciedo trapézio (fig. 5-113),a metacarpeanaa ultrapassapor ambososextremosa e b dosulco.Alémdisso, numcorte(fig. 5-114)sepodeobservarquea concordânciadasduassuperfíciesnãoéabsolu- ta.Porém,encaixadascomfirmeza umacontra a olltra, "o encaixamento"dassuperfíciesnão permitenenhumarotaçãosobreo eixo longitu- dinal do primeirometacarpo,sempresegundo Kuczynski. A causadacurvadaselasobreo seueixo longitudinal,Kuczynskiacomparacomumase- la (mole)colocadasobreo lombodeum"cava- lo comescoliose"(fig.5-115).Tambémpode- mos compará-Iacom um desfiladeiro(fig. 5- 116)entreduasmontanhas,percorridoporuma rodoviacurva:a direçãodocaminhãoquesobe pelarodoviaformaum ângulor coma do ca- minhãoquedesceporela.ParaKuczynski,este ânguloqueatingeos90°entreospontosa eb do sulcodotrapézioexplicariaarotaçãodoprimei- ro metacarposobreo seueixolongitudinalno percursodaoposição.Todavia,paraqueistose- ja assim,serianecessárioqueabasedeM) per- corresse(comoo caminhãonodesfiladeiro)to- do o sulco do trapézio,o querequereriaumalu- xaçãocompletadaarticulaçãonumsentidoe/ou nooutro,enquantoo deslocamentosóéparcial: o importantedestarotaçãolongitudinalsereali- za,então,segundoanossaopinião,graçasaou- tromecanismoqueseráexpostomaisadiante. 1.MDIBRO SUPERIOR 223 224 FISIOLOGIA ARTICULAR A ARTICULA çÃO TRAPÉZIO- METACARPEANA (continuação) Coaptação A cápsuladaarticulaçãotrapézio-metacar- peanaé conhecidapelasualassidão,demodo que permiteum importantejogo mecânico, que,segundoos autoresclássicose inclusive segundoosmodernos,originaarotaçãodopri- meirometacarpeanosobreo seueixolongitudi- nal, o que,comose poderácomprovarmais adiante,é falso. De fato,a lassidãocapsularsó temcomo efeito,naprática,permitiro deslocamentoda superfíciemetacarpeanasobrea do trapézio, masestaarticulaçãotrabalhaemcompressão, semelhanteaumpivô (fig. 5-117),permitindo assimorientaroprimeirometacarpeanoemto- dasasdireçõesdoespaço,comosesetratasse de umacapa cuja orientaçãose pode variar modificandoatensãodascordasrepresentadas nestecasopelosmúsculostenares.Estesasse- guramacoaptaçãoarticularemqualquerposi- çao. Os ligamentosda trapézio-metacarpeana dirigemo movimentoe asseguram,segundoo seugraudetensão,a coaptaçãoemcadaposi- ção.A suadescriçãoeasuafunçãoforamrecen- tementeparticularizadospor J.Y. da Caffiniere (1970)quediferenciaquatro(figs.5-118,vista anterior,e 5-119,vistaposterior). - o ligamentointermetacarpeano(UM). Ramofibroso,espessoecurto,seesten- dedasbasesdoprimeiroe do segundo metacarpeanosatéa partesuperiorda.. . pnmelracormssura; - o ligamentooblíqUf(póstero-interno (LOPI), descritopelosclássicos,setrata deumafaixalargamasfinaqueenvolve a articulaçãoportráscomoumagrava- ta,paraseenrolarpordentrodabasedo primeirornetacarpeanosedirigindopa- rafrente; - o ligamento oblíquo ântero-interno (LOAI) se estendeda partedistalda cristado trapézioatéa zonajustaco- missuraldabasedoprimeirometacar- peano,cruza a superfícieanteriorda articulaçãoseenrolandonosentidoin- versoaoprecedente; - o ligamento reto ântero-externo (LRAE) seestendediretamenteentreo trapézioe a basedo primeirometacar- peanoatéa superfícieântero-externada articulação,o seuclaroe agudolimite internodelimitaum hiatocapsularpor ondepassaumabolsaserosaparao ten- dãodoabdutorlongo(AbL). ParaJ.Y. deIa Caffiniere,estesligamentos podemseassociardedoisemdois: - UM eLRAE, aaberturadaprimeiraco- missuranoplanodapalmadamãoé li- mitadapeloLIM eo seufechamentope- lo LRAE; - LOPI e LOAI sãosolicitadosprincipal- mentedurantea rotaçãodo primeiro metacarpeanosobreo seueixolongitu- dinal. O LOPI limita a pronaçãoe o LOAI a supinação. I• Fig.5-118 Fig.5-117 UM • 1.1IEMBRO SUPERIOR 225 AbL Fig.5-119 226 FISIOLOGIA ARTICULAR A ARTICULAÇÃO TRAPÉZIO-lVIETACARPEANA (continuação) Funçãodosligamentos Segundoa nossaopinião,estesfenômenos são algo mais complexos,já queprecisamos descrevera açãodosligamentosemrelaçãoaos movimentosdeanteposiçãoeretroposição,ede flexãoe extensãodoprimeirometacarpeanotal comoserãodefinidosmaisadiante.
Compartilhar