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Cinesiologia e Biomecânica - EAD

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CINESIOLOGIA E 
BIOMECÂNICA
PROF. ME. JOSÉ RENATO M. LELIS
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretoria EAD: 
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Luana Ramos Rocha
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................4
1. CLASSIFICAÇÃO PLANAR DA POSIÇÃO E DO MOVIMENTO ..........................................................................5
2. TERMINOLOGIA DA MOBILIDADE ARTICULAR ..............................................................................................8
3. TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES ........................................................................................................ 10
4. MEMBROS SUPERIORES ................................................................................................................................. 12
4.1 COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO ............................................................................................................ 12
4.2 MOVIMENTOS DO COMPLEXO DO OMBRO ................................................................................................ 14
4.3 MOVIMENTAÇÃO DA ESCÁPULA................................................................................................................... 15
4.4 MÚSCULOS DA ARTICULAÇÃO DO COMPLEXO DO OMBRO ..................................................................... 16
4.5 COMBINAÇÃO ENTRE OS MOVIMENTOS: OMBRO E CINTURA ESCAPULAR ......................................... 17
5. COMPLEXO ARTICULAR DO COTOVELO ........................................................................................................ 17
5.1 SUPORTE LIGAMENTAR ................................................................................................................................. 18
5.2 OS MOVIMENTOS DO COMPLEXO DO COTOVELO .................................................................................... 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................................23
INTRODUÇÃO À CINESIOLOGIA – 
MEMBROS SUPERIORES 
PROF. ME. JOSÉ RENATO M. LELIS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
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INTRODUÇÃO
A cinesiologia, a biomecânica e o treinamento físico são três disciplinas teórico-práticas 
relacionadas ao estudo e ao aprimoramento do movimento humano ou do corpo humano em 
si para realizar este movimento. Em primeira instância, pode parecer que estas três disciplinas 
pouco têm em comum, mas a verdade é que elas são complementares e apresentam alto grau de 
interdependência. 
A cinesiologia e a biomecânica podem ser entendidas como disciplinas que buscam 
a caracterização e o funcionamento do movimento humano e do aparelho locomotor. Já o 
treinamento físico destina-se a buscar a forma ou a estratégia mais e� ciente para aperfeiçoar o 
movimento humano e/ou o aparelho locomotor (AMADIO; DUARTE, 1998). Como exemplo, 
pode-se citar a corrida. A cinesiologia e a biomecânica serão importantes para descrever de que 
forma o corpo humano realiza este movimento, quais movimentos especi� camente são realizados 
e em quais articulações, quais músculos atuam para a movimentação destas articulações, de que 
forma esses músculos se ativam em sincronia para a realização dos movimentos, quais forças são 
produzidas e recebidas pelo corpo humano etc. (ENOKA, 2000). Por sua vez, o treinamento físico, 
usando a compreensão dessas características, elabora estratégias para desenvolver a capacidade 
do aparelho locomotor em realizar esses movimentos. É somente na compreensão de como o 
movimento ocorre e de como os músculos produzem energia e potência para ele que se pode 
pensar em possibilidades para aprimorar o movimento humano (AMADIO; DUARTE, 1998). 
Nesse sentido, este módulo destina-se a discutir as características destas três disciplinas 
e a forma como o movimento pode ser investigado nelas e a entender a importância em se ter 
conhecimento proveniente de tais disciplinas para trabalhar com o movimento humano. Também 
se busca entender como o movimento humano pode ser estudado, quais são as técnicas usadas 
para a produção de conhecimento nestas disciplinas e suas principais características. Por último, 
o módulo destina-se a oferecer uma visão geral da forma como o conhecimento cientí� co de 
qualidade pode ser obtido a partir da internet, em revistas cienti� cas, bem como a desenvolver 
uma análise crítica imprescindível para a contínua formação acadêmica dos pro� ssionais que 
atuam com áreas relacionadas especi� camente ao movimento humano. 
A cinesiologia é o estudo do movimento. A origem da palavra é grega: kinesis (mover) 
e ologia (estudar). A cinesiologia baseia-se em três grandes áreas do conhecimento: a anatomia, 
a biomecânica e a � siologia. A anatomia é a ciência relacionada às diversas estruturas e formas 
do corpo humano e suas partes, a biomecânica descreve a analisa o movimento a partir dos 
princípios da Física e a � siologia é o estudo biológico dos organismos vivos (HALL, 2009). 
As cinco principais áreas da cinesiologia são:
1. Cinesiologia estrutural e funcional: tem por objetivo estudar as diferentes estruturas 
corporais (ossos, articulações e músculos), analisando de que forma essas estruturas atuam 
no movimento. 
2. Fisiologia: estuda aspectos � siológicos relacionados à produção do movimento, por 
exemplo, ao avaliar quais trocas metabólicas são necessárias para a contração muscular. 
3. Biomecânica: estuda o movimento a partir dos princípios da Física – mais precisamente, 
da mecânica clássica. 
4. Cinesiologia do desenvolvimento: avalia a in� uência do movimento no desenvolvimento 
humano (desde o nascimento até a morte). 
5. Cinesiologia psicológica: estuda o movimento a partir das alterações psicológicas de um 
indivíduo. 
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1. CLASSIFICAÇÃO PLANAR DA POSIÇÃO E DO 
MOVIMENTO
Para a descrição cinesiológica, os movimentos planares são apresentados em planos 
anatômicos de referência, chamados de planos cardinais. Os planos cardinaiscompreendem três 
planos imaginários perpendiculares, que dividem o corpo pela metade em termo de suas massas.
Figura 1 - Classi� cação dos eixos. Fonte: � ompson (2007).
1. Plano sagital: divide o corpo em lado esquerdo e lado direito. São exemplos de 
movimentos que ocorrem nesse plano a � exão e a extensão. A Figura 2 mostra movimentos de 
� exão e extensão da articulação do ombro.
Figura 2 - Movimento de � exão e extensão. Fonte: � ompson (2007).
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2. Plano frontal: divide o corpo em metade anterior e metade posterior. Como exemplo, 
podem-se citar os movimentos de abdução e adução que ocorrem nesse plano. A Figura 3 mostra 
movimentos de abdução e adução da articulação do quadril.
Figura 3 - Movimento de abdução e adução. Fonte: � ompson (2007).
3. Plano transversal: divide o corpo em metade superior e metade inferior. São exemplos 
os movimentos de rotação externa e interna, realizados nesse plano. A Figura 4 mostra movimentos 
de rotação externa e interna da articulação do quadril.
Figura 4 - Movimento de rotação interna e rotação externa. Fonte: � ompson (2007).
Mesmo que a maioria dos movimentos não ocorra exclusivamente em um plano, os 
planos cardinais representam uma maneira útil de descrever diversos movimentos.
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Uma forma especial de deslocamento geral envolve o movimento circular de um 
segmento corporal. Esse movimento é chamado de circundução e representa a combinação 
dos movimentos de � exão, extensão, abdução e adução, que resulta em uma trajetória cônica 
do segmento corporal móvel. A Figura 5 ilustra o movimento de circundução que ocorre na 
articulação metacarpofalangeana.
Figura 5 - Movimento de circundução. Fonte: � ompson (2007).
Além disso, quando um segmento se movimenta, ele gira ao redor de um eixo imaginário 
de rotação, que é conhecido como eixo anatômico de referência. Os três eixos anatômicos são: 
eixo frontal (ou mediolateral), perpendicular ao plano sagital, eixo sagital (ou anteroposterior), 
perpendicular ao plano frontal, e eixo longitudinal (ou eixo vertical), perpendicular ao plano 
transversal, conforme ilustra a Figura 6.
Figura 6 - Classi� cação dos eixos. Fonte: � ompson (2007).
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2. TERMINOLOGIA DA MOBILIDADE ARTICULAR
Alguns movimentos podem ser classi� cados como gerais, na medida em que ocorrem 
em várias articulações do corpo. Tais movimentos são a � exão, a extensão, a abdução, a adução, 
a rotação externa, a rotação interna e a circundução.
Na � exão ocorre o deslocamento do segmento corporal para o sentido anterior do corpo. 
A exceção para esse conceito está na articulação do joelho. A extensão representa a volta da 
� exão, em que o segmento corporal se desloca para o sentido posterior do corpo. Alguns textos 
classi� cam o movimento do segmento no sentido posterior do corpo, além da posição anatômica, 
como hiperextensão.
O movimento de abdução acontece quando o segmento corporal se afasta da linha média 
do corpo. A adução é o movimento que representa o retorno da abdução, ou seja, ocorre quando 
o segmento se aproxima da linha média do corpo.
O movimento de rotação externa (também conhecido como rotação lateral) ocorre 
quando a região anterior do segmento corporal se afasta da linha média. Já o movimento de 
rotação interna (ou rotação medial) ocorre quando a região anterior do segmento corporal se 
aproxima da linha média.
O movimento de circundução, como exposto anteriormente, só é possível se houver 
combinação de movimentos nos planos sagital e frontal (� exão, extensão, adução e abdução). É 
um movimento em forma de cone, em que o vértice representa a articulação e a base é o desenho 
formado pelo segmento corporal.
Além desses movimentos, diferentes articulações produzem alguns movimentos mais 
característicos, chamados de movimentos especí� cos. Na cintura escapular, temos movimentos 
de rotação superior e rotação inferior da escápula e de elevação e depressão escapular (além dos 
movimentos gerais de adução e abdução), conforme mostra a Figura 7.
Figura 7 - Movimentação da cintura escapular. Fonte: � ompson (2007).
A rotação superior (rotação para cima) da escápula ocorre quando a espinha da escápula 
gira para cima, e a rotação inferior (rotação para baixo) da escápula ocorre quando a espinha 
da escápula gira para baixo. A elevação escapular ocorre quando a escápula, como um todo, se 
movimenta para região superior. Ao contrário, a depressão escapular ocorre quando a escápula 
se desloca para região inferior.
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No ombro temos, além dos movimentos gerais, os movimentos especí� cos de � exão 
horizontal (ou adução horizontal) e extensão horizontal (ou abdução horizontal). A extensão 
horizontal ocorre a partir de uma posição de 90° de � exão do ombro, quando um movimento no 
plano transversal faz que o segmento se desloque da posição anterior para a posição lateral. A 
� exão horizontal também ocorre no plano transversal e representa um deslocamento do segmento 
da posição lateral para anterior, a partir de 90° de abdução do ombro. Esses movimentos estão 
ilustrados na Figura 8.
Figura 8 - Movimento de adução horizontal e abdução horizontal. Fonte: � ompson (2007).
Na articulação rádio-ulnar, temos os movimentos especí� cos de rotação conhecidos como 
supinação e pronação, que são movimentos no plano transversal correspondentes às rotações 
externa e interna, respectivamente.
Nas articulações da coluna vertebral, temos os movimentos especí� cos de � exão lateral 
para a direita, � exão lateral para a esquerda, rotação para a esquerda e rotação para a direita. As 
� exões laterais são movimentos no plano frontal que ocorrem a partir da lateralização do tronco. 
Os movimentos de rotação do tronco ocorrem no plano transversal, sendo que a rotação para a 
direita ocorre quando a região anterior do corpo se desloca para a direita, enquanto, na rotação 
para a esquerda, a região anterior do corpo se desloca para a esquerda.
Na articulação do tornozelo temos os movimentos especí� cos de � exão plantar, � exão 
dorsal, inversão e eversão. O movimento de aproximação do dorso do pé em direção à perna 
se chama � exão dorsal (ou dorsi� exão/pé de palhaço). O movimento oposto, que fazemos 
quando � camos “na ponta dos pés”, representa a � exão plantar (ou planti� exão/pé de bailarina). 
O movimento de rotação externa da região plantar é conhecido como eversão (dedo mínimo 
aponta para cima), enquanto a rotação interna da região plantar é conhecida como inversão 
(dedão aponta para cima).
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Na articulação subtalar ocorre a pronação e a supinação, sendo que a pronação 
corresponde a uma combinação de eversão, abdução e � exão dorsal, enquanto a supinação 
representa a combinação dos movimentos de inversão, adução e � exão plantar.
3. TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES
As contrações musculares podem ser classi� cadas como isométricas, isotônicas (do tipo 
concêntrico ou excêntrico) e isocinéticas.
Na contração isométrica não existe alteração do comprimento muscular, apesar de o 
músculo produzir tensão. Dessa forma, não há alteração macroscópica no ângulo de determinada 
articulação. Por isso, as contrações isométricas são frequentemente chamadas de contrações 
estáticas ou de sustentação. Esse tipo de contração mostra-se indispensável para estabilizar as 
articulações.
Figura 9 - Contração muscular isométrica. Fonte: Cabeço Negro (2015).
O termo isotônico deriva do grego e representa “igual tensão”. Contudo, apresenta um 
signi� cado incorreto, na medida em que esse tipo de contração envolve variação da tensãomuscular ao longo da amplitude de movimento. Apesar de o peso permanecer o mesmo através 
de todo o movimento, as necessidades de tensão no músculo alteram-se continuamente durante 
toda a amplitude de movimento. Nas contrações isotônicas, existe alteração no comprimento 
muscular, sendo que na contração isotônica concêntrica há diminuição do comprimento 
muscular, enquanto na contração isotônica excêntrica há o aumento do comprimento do 
músculo. Como exemplo de contração concêntrica pode-se citar a contração dos � exores do 
cotovelo quando um indivíduo leva um copo de água até a boca. As contrações concêntricas 
estão associadas à aceleração do movimento. A contração excêntrica dos � exores do cotovelo 
ocorre, por exemplo, quando desejamos colocar um copo de água em cima da mesa. Este tipo de 
contração está relacionado à desaceleração do movimento.
A Figura 10 mostra o músculo bíceps braquial no seu comprimento normal, em contração 
concêntrica (com diminuição do comprimento) e em contração excêntrica (com aumento do seu 
comprimento).
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Figura 10 - Bíceps braquial no seu comprimento de repouso (a), com diminuição do comprimento (b) e com 
aumento do seu comprimento (c). Fonte: Hall (2007).
A contração do tipo isocinética ocorre quando a velocidade de movimento permanece 
constante. Esse tipo de contração ocorre com precisão apenas quando um dispositivo 
eletromecânico (um dinamômetro isocinético) é utilizado. Esse equipamento limita a velocidade 
de movimento a alguma velocidade angular pré-estabelecida, independentemente da força 
exercida pelos músculos que estão se contraindo (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).
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Figura 11 - Aparelho que mensura a força isocinética (dinamômetro isocinético). Fonte: Clínica Fisio Sport (2014).
Este módulo tem como objetivo apresentar os conceitos básicos da Cinesiologia e 
Biomecânica, como o conhecimento dos Membros Superiores (MMSS), Membros Inferiores 
(MMII), Planos e eixos, Articulações, Músculos e suas ações, Torques e Alavancas e Análises 
biomecânicas do movimento humano.
4. MEMBROS SUPERIORES
4.1 Complexo Articular do Ombro
O ombro é a articulação mais completa do corpo humano, principalmente pelo fato 
de compreender cinco articulações distintas, sendo três verdadeiras: articulação glenoumeral, 
articulação esternoclavicular e articulação acromioclavicular, sendo formadas por três ossos, o 
úmero, a clavícula e a escápula. Entretanto possuímos mais duas articulações falsas: articulação 
coracoclavicular e articulação escapulotorácica (MOORE; AGUIAR, 2004). 
A articulação glenoumeral é a junção da cabeça do úmero com a cavidade glenoidal da 
escápula, tem formato esferoidal (bola-soquete) e é considerada a principal articulação do ombro 
(HALL, 2009). 
Figura 12 - Articulação glenoumeral. Fonte: Kenhub (2016).
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A articulação esternoclavicular é a junção da extremidade esternal ou medial da clavícula 
com a incisura clavicular do manúbrio do esterno e com a cartilagem da primeira costela. Esta 
articulação é esferóidea, na qual são permitidos movimentos livres nos planos frontal e transverso, 
além de alguns movimentos de rotação para a frente e para trás no plano sagital (HALL, 2009; 
KAPANDJI, 1990; MOORE; AGUIAR, 2004).
Figura 13 - Articulação e sternoclavicular. Fonte: Kenhub (2016).
A articulação acromioclavicular se localiza entre o acrômio da escápula e a extremidade 
acromial da clavícula. É classi� cada como uma articulação sinovial irregular, apesar de sua 
estrutura permitir apenas movimentos limitados nos três planos. A articulação acromioclavicular 
realiza uma rotação durante o movimento de elevação do braço. A posição de coaptação fechada 
dessa articulação acontece quando o úmero é abduzido a 90° (KAPANDJI, 1990; MOORE; 
AGUIAR, 2004; HALL, 2009).
Figura 14 - Articulação ac romioclavicular. Fonte: Kenhub (2016).
A articulação coracoclavicular é uma sindesmose, localizada na região em que o 
processo coracoide da escápula e a superfície inferior da clavícula são unidos pelo ligamento 
coracoclavicular. Esta articulação permite a realização de poucos movimentos (HALL, 2009; 
KAPANDJI, 1990; MOORE; AGUIAR, 2004). 
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Figura 15 - Articulação cor acoclavicular. Fonte: Kenhub (2016).
A região localizada entre a fossa subescapular e a caixa torácica é, às vezes, designada 
articulação escapulotorácica em razão da escápula poder se movimentar tanto no plano sagital 
como no plano frontal em relação ao tronco (KAPANDJI, 1990; MOORE; AGUIAR, 2004; HALL, 
2009). 
Figura 16 - Articulação esca pulotorácica. Fonte: Kenhub (2016).
4.2 Movimentos do Complexo do Ombro
Embora certo grau de movimentação da articulação glenoumeral possa ocorrer enquanto 
as outras articulações do ombro se mantêm estabilizadas, é comum que o movimento do úmero 
envolva alguma movimentação das outras três articulações do ombro. A elevação do úmero 
em todos os planos é acompanhada por aproximadamente 55° de rotação lateral. Conforme o 
braço é movimentado para cima, tanto no movimento de abdução como de � exão, a rotação 
da escápula é responsável por parte da amplitude de movimento total do úmero. Embora as 
posições absolutas do úmero e da escápula variem entre os indivíduos em virtude de diferenças 
anatômicas, um padrão geral comum ainda persiste. Durante aproximadamente os primeiros 
30° do movimento do úmero para cima, a contribuição da escápula é apenas um quinto da 
contribuição da articulação glenoumeral. 
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À medida que o movimento progride além dos 30°, a escápula roda cerca de 1° para cada 
2° de movimento do úmero. Essa importante coordenação entre movimentos da escápula e do 
úmero é conhecida como ritmo escapuloumeral e torna possível uma amplitude de movimento 
muito maior na articulação do ombro do que se a escápula se mantivesse � xa. Nos primeiros 90° 
do movimento do braço para cima (nos planos sagital, frontal ou diagonal) a clavícula também 
é elevada em cerca de 35 a 45° de movimento da articulação esternoclavicular. A rotação da 
articulação acromioclavicular ocorre durante os primeiros 30° do movimento do úmero para cima 
e novamente quando o braço é movimentado em 135° de elevação máxima. O posicionamento do 
úmero é facilitado ainda mais pelos movimentos da coluna vertebral. Quando as mãos sustentam 
um peso externo, ocorre uma alteração na orientação escapular e no ritmo escapuloumeral 
(KAPANDJI, 1990; MOORE; AGUIAR, 2004; HALL, 2009). 
4.3 Movimentação da Escápula
A escápula possui funções que se relacionam ao movimento de todo o complexo do 
ombro. Entre elas, podemos destacar: a manutenção do posicionamento adequado da cavidade 
glenoide em relação ao úmero. A escápula realiza movimentos de adução, abdução, elevação, 
depressão, rotação para cima (rotação externa) e rotação para baixo (rotação interna) em relação 
ao gradil costal.
A rotação escapular ocorre em torno do eixo perpendicular ao plano da escápula. Na 
rotação para cima (rotação externa), a escápula roda para cima de tal forma que o ângulo inferior 
se orienta para fora do gradil costal e a cavidade glenoide dirige-se para o alto. A rotação escapular 
pode alcançar a amplitude de 60°, como ocorre na abdução da articulação glenoumeral. Na 
rotação para baixo (rotação interna), ocorre o movimento oposto. Na adução ou deslizamento 
lateral ela dirige-se laterolateralmente, ou seja, para dentro, aproximando as escápulas na linha 
média. Na abdução o deslizamento ocorre o afastamento das escapulas com relação à linha 
média (amplitude total de 10 mma 12 mm). No deslocamento vertical ou elevação as escápulas 
deslizam para cima. E na depressão ou deslizamento para baixo elas deslizam para o ponto mais 
baixo possível (aproximadamente 15 mm). Esses movimentos são considerados elementares da 
articulação (HALL, 2009; MOORE; AGUIAR, 2004).
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4.4 Músculos da Articulação do Complexo do Ombro
Tabela 1 - Músculos da articulação o ombro. Fonte: adaptado de Hall (2009).
A Tabela 1 representa os músculos envolvidos no complexo articular do ombro, sendo, de 
fato, uma explicação anatômica especí� ca de cada músculo. Os músculos têm início (origem) e o 
� nal (inserção). A origem se caracteriza pelo ponto de vista de onde o músculo começa e inserção 
onde o músculo termina, no mesmo sentido que posiciona as � bras muscular e o sentido do 
movimento. A seguir temos a ação muscular de cada músculo. A ação muscular é a ação que o 
músculo promove para descrever o movimento articular.
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4.5 Combinação entre os Movimentos: 
Ombro e Cintura Escapular
Podemos dizer que estas duas articulações estão literalmente ligadas entre elas. Pois 
os movimentos acontecem em conjunto entre as articulações escápulo-torácica e escápulo 
umeral, seguindo normalmente a lógica descrita a seguir. Entretanto, isso não é regra, por vezes, 
dependendo da posição de uma das articulações, a outra pode não seguir esse pareamento 
(MARCHETTI, CALHIEROS, CHARRO, 2007).
Ombro Escápula
Abdução Rotação para cima
Adução Rotação para baixo
Flexão Elevação
Extensão Depressão
Rotação Interna/Medial Abdução
Rotação Externa/Lateral Adução
Abdução Horizontal Adução
Adução Horizontal Abdução
Tabela 2 - Combinação entre os movimentos: ombro e cintura escapular. Fonte: Marchetti et al. (2007).
 5. COMPLEXO ARTICULAR DO COTOVELO
 O complexo do cotovelo é composto por três articulações envolvidas por uma única 
cápsula articular que têm como função realizar a junção mecânica entre o braço e o antebraço. 
Dessa forma, trabalha em conjunto com o complexo do ombro com a � nalidade de aproximar e 
afastar os objetos apanhados pela mão (VIEIRA; CAETANO, 1999).
O complexo do cotovelo é formado por três ossos – o úmero, o rádio e a ulna – e três 
articulações – a umeroulnar, a umerorradial e a radiulnar proximal. 
A articulação umeroulnar, do tipo gínglimo (ou em dobradiça) uniaxial, é a principal 
do complexo do cotovelo. Na extremidade inferior do úmero, a superfície articular da tróclea 
umeral possui a estrutura de um carretel, que se estende anteriormente até a fossa supratroclear e 
posteriormente até a fossa olecraniana. Essas duas fossas têm a função de aumentar a amplitude 
da � exo-extensão, uma vez que retardam o contato do processo coronoide da ulna com a fossa 
supratroclear, durante a � exão, e do olécrano com a fossa olecraniana, durante a extensão. Dessa 
forma, a incisura troclear da ulna, com seu formato de 180° de arco, pode deslizar e alcançar os 
níveis extremos de amplitude articular (HALL, 2009; VIEIRA, CAETANO, 1999).
O ângulo de carregamento é uma característica da articulação umeroulnar. Anteriormente, 
o sulco troclear umeral é verticalizado e paralelo ao sulco longitudinal do úmero. Já posteriormente, 
o sulco tem direção oblíqua para baixo e para fora, o que determina um ângulo agudo de 15° 
com o eixo longitudinal posterior do úmero. Tais características determinam a angulação valga 
característica do complexo do cotovelo, maior nas mulheres (13° a 16°, vista anterior em posição 
anatômica) do que nos homens (11° a 14°).
Ainda que a articulação umeroulnar funcione como uma dobradiça, apresenta 5° de 
rotação interna e externa no � nal dos movimentos de � exo-extensão (VIEIRA; CAETANO, 1999). 
Essa rotação é fundamental para que a articulação alcance os extremos da amplitude articular. 
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A articulação umerorradial é uma junta sinovial em gínglimo que atua em conjunto com 
a ulna nos movimentos de � exo-extensão do complexo do cotovelo. Durante a � exo-extensão, a 
face superior côncava da cabeça do rádio desliza sobre o capítulo do úmero e, na pronação e na 
supinação, gira como um pivô. 
A prono-supinação é de� nida como o movimento de rotação do antebraço em torno 
de seu eixo longitudinal. Tal movimento oferece ao punho um terceiro grau de liberdade 
caracterizado como fundamental para diversas atividades funcionais da mão, por exemplo, abrir 
uma maçaneta. A prono-supinação dá-se na articulação radioulnar proximal, pertencente ao 
complexo do cotovelo, e na radioulnar distal, pertencente ao punho.
Na articulação radiulnar proximal o rádio e a ulna estão lado a lado, formando uma 
articulação uniaxial em pivô do tipo trocoide. Esta é formada entre a cabeça do rádio convexa e o 
anel ósseo � broso pertencente à incisura radial da ulna côncava. Estabilizando a cabeça do rádio 
à ulna nessa região, está o ligamento anular, o qual compõe 80% da superfície articular (HALL, 
2009; VIERA, CAETANO, 1999).
F igura 17 - A rticulação do complexo do cotovelo. Fonte: Anatomia Online (2018).
5 .1 Suporte Ligamentar
Os ossos do complexo do cotovelo são � xados pela cápsula articular, reforçada lateralmente 
pelos ligamentos colateral lateral e anular, os quais formam o complexo do ligamento colateral 
lateral ou radial e medialmente pelo ligamento colateral medial. O ligamento colateral lateral 
estende-se desde a margem proximal da cabeça radial até a porção proximal da ulna. 
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O ligamento anular envolve a cabeça do rádio a partir das margens anterior e posterior 
da incisura radial. 
O ligamento colateral medial origina-se dos dois terços centrais da superfície anteroinferior 
do epicôndilo medial do úmero e parte para a porção proximal da ulna. Graças ao formato das 
superfícies articulares, aos ligamentos locais, à cápsula articular e às unidades musculotendíneas, 
o complexo do cotovelo é considerado estável, fato que caracteriza tal articulação como propensa 
às lesões por esforços repetitivos.
Os ligamentos locais têm como função a manutenção da coaptação articular, a restrição 
dos movimentos laterais (estresse em valgo e varo) e a � xação da cabeça radial durante os 
movimentos de prono-supinação (HALL, 2009).
5 .2 Os Movimentos do Complexo do Cotovelo 
Os movimentos do complexo do cotovelo envolvem importantes forças de tração nas 
unidades musculotendíneas e ligamentares e grande força de cisalhamento e compressão nas 
extremidades ósseas. 
O movimento de � exo-extensão do cotovelo (plano sagital, eixo laterolateral) ocorre 
nas articulações umeroulnar e umerorradial. Já a prono-supinação ocorre na radioulnar 
proximal e distal. Ao se partir da extensão total, é possível alcançar ativamente 145° de � exão. 
Já passivamente, pode-se chegar a 160° de � exão e 10° de hiperextensão. Rotações automáticas, 
adução e abdução ocorrem simultaneamente aos movimentos de � exo-extensão. Além disso, a 
prono-supinação compõe o movimento nos extremos da amplitude de movimento (VIEIRA; 
CAETANO, 1999). 
Durante a � exão, tem-se o deslizamento anterior da incisura troclear na tróclea umeral 
até o momento em que o processo coronoide alcança a fossa coronoide; o rádio aproxima-se do 
capítulo, aumentando as forças de compressão local, e a ulna supina e aduz em relação ao úmero. 
Na extensão, ocorre o oposto: a incisura troclear desliza posteriomente na tróclea umeral e o bico 
do olécrano alcança a fossa olecraniana; o rádio afasta-se do capítulo e a ulna prona e abduz em 
relação ao úmero. 
A capacidade de adução e abdução da ulna � ca mais evidente durante a prono-supinação. 
Na posição totalmente supinada, ela aproxima-se da linha média do corpo, ouseja, aduz. Já na 
pronação, afasta-se, ou seja, abduz. 
Os principais � exores do cotovelo são os músculos braquial, bíceps braquial e 
braquiorradial. Os músculos pronador redondo, � exor radial do carpo, � exor ulnar do carpo e 
extensor radial longo do carpo atuam no movimento de forma secundária. A ação dos � exores 
do cotovelo é máxima próximo a 90°; nessa posição, a força muscular torna-se perpendicular 
à direção do braço de alavanca, fato que favorece a ação dos motores primários da articulação. 
O principal extensor do cotovelo é o músculo tríceps braquial; o ancôneo atua no início do 
movimento e para manutenção dele (HALL, 2009; MARCHETTI; CALHEIROS; CHARRO, 
2007; VEIRA; CAETANO, 1999).
O ato de alimentar-se depende diretamente do complexo do cotovelo. Quando pegamos 
o alimento, realizamos a extensão combinada com a pronação e, ao levá-lo à boca, a � exão com 
a supinação. O músculo bíceps braquial, responsável pelas duas ações, é chamado de músculo da 
alimentação. No complexo do cotovelo, as restrições impostas pelas estruturas locais são bastante 
evidentes. 
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A extensão do cotovelo é limitada pelo apoio do bico do olécrano na fossa olecraniana, 
pela tensão da parte anterior da cápsula articular e pela resistência da musculatura � exora. 
Caso os limites articulares sejam ultrapassados, podem ocorrer fratura do olécrano e ruptura 
da cápsula. A luxação posterior do cotovelo está entre as mais comuns do corpo humano. Caso 
o olécrano resista ao estresse de uma hiperextensão, a articulação pode então se luxar (VIEIRA; 
CAETANO, 1999).
A � exão da articulação realizada ativamente é limitada pelo contato das massas musculares 
da loja anterior do braço e do antebraço, especialmente pelo músculo bíceps braquial. Já na 
� exão passiva, as massas musculares acomodam-se e, então, o movimento alcança até 160°. Nos 
extremos da amplitude de � exão, o apoio da cabeça radial na fossa supracondiliana, a tensão da 
parte posterior da cápsula e a tensão passiva do músculo tríceps braquial restringem o movimento 
(HALL, 2009; VIEIRA; CAETANO, 1999). 
A prono-supinação corresponde à rotação do antebraço em torno do seu eixo longitudinal. 
Partindo da posição intermediária associada à � exão do cotovelo, a supinação alcança 90° e a 
pronação, 85°, ou seja, a rotação axial do antebraço alcança aproximadamente 180° (HALL, 2009; 
VIERA; CAETANO, 1999). 
Graças a esse movimento, o punho ganha um terceiro grau de liberdade para a mão. O 
eixo do movimento corresponde exatamente ao do manuseio de ferramentas. 
A prono-supinação interfere diretamente na articulação radiocarpiana, por exemplo, os 
movimentos de desvio ulnar e radial dependem diretamente da prono-supinação. 
A pronação do antebraço produz o desvio ulnar do punho, o qual, consequentemente, 
posiciona a pinça para movimentos � nos realizada entre o polegar, o indicador e o médio. Esse 
movimento é necessário para tarefas que requeiram alta habilidade, como pegar um grão de 
arroz sobre uma mesa. Já a supinação associa-se ao desvio radial e favorece a preensão de força 
(VIEIRA; CAETANO, 1999).
Durante a pronação, o rádio gira em torno da ulna. Ele dirige-se para baixo e para 
fora; consequentemente, afasta-se da ulna e permite a passagem da tuberosidade bicipital. Na 
supinação, ocorre o movimento oposto. 
Os músculos que efetuam a supinação são bíceps braquial, supinador, abdutor longo do 
polegar, extensor curto do polegar e extensor próprio do indicador. 
Os dois primeiros são os principais; já os demais possuem uma pequena vantagem 
mecânica para supinação. Os músculos pronadores são pronador redondo, pronador quadrado, 
� exor radial do carpo, palmar longo e extensor radial do carpo, sendo que os principais são os 
dois pronadores. Os três últimos músculos são secundários (HALL, 2009).
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 Tabela 3 - Músculos da articulação do cotovelo. Fonte: adaptado de Hall (2009).
A cinesiologia e a biomecânica serão importantes para descrever de que forma o 
corpo humano realiza o movimento.
Se o objeto de estudo da Cinesiologia é analisar o movimento humano, o que faz 
ser um objeto tão complexo para a ciência?
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Sugerimos a leitura do livro: FLOYD, R. T. Manual de Cinesiologia Estrutural, Ma-
nole, 2011, por ser fácil a compreensão e nos introduzir ao conhecimento básico 
da Cinesiologia.
Este vídeo explicativo do complexo do ombro, ilustra muito bem o conteúdo abor-
dado neste módulo. Além da explicação excelente do professor, as imagens são 
bem reais e explicativas. Assista ao vídeo: Cinesiologia Humana – Curso online 
Treino e FOCO. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Qd2Uo3Pq-
DDs>.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para � nalizar podemos re� etir sobre os conceitos básicos da Cinesiologia. Também 
revisamos os complexos articulares dos membros superiores do ombro e cotovelo, dando ênfase 
nas articulações, movimentos articulares e músculos envolvidos. 
Não seria possível seguir com a disciplina sem relembrar os conceitos básicos da 
Cinesiologia, pois dependemos desses conceitos para seguir em frente, e terão ligação dentro 
da Biomecânica. Portanto, teremos que ter consciência das referências anatomias, planos, eixos, 
mobilidade articular para darmos continuidade nas próximas unidades.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................................25
1. COMPLEXO DO PUNHO E MÃO ........................................................................................................................26
1.1 A ARTICULAÇÃO RADIOCARPIANA ............................................................................................................... 27
1.2 A ARTICULAÇÃO MEDIOCARPIANA ............................................................................................................... 27
1.3 A ARTICULAÇÃO METACARPOFALANGIANA DO POLEGAR .......................................................................28
1.4 OS MOVIMENTOS DO COMPLEXO DO PUNHO E MÃO ..............................................................................28
2. PÉ E TORNOZELO ..............................................................................................................................................32
2.1 COMPLEXO ARTICULAR DO TIBIOFIBULAR DISTAL .............................................................................. 33
2.2 ARTICULAÇÃO TALOCRURAL ........................................................................................................................33
2.3 ARTICULAÇÃO SUBTALAR..............................................................................................................................35
2.4 ARTICULAÇÕES MEDIOTÁRSICAS ...............................................................................................................36
2.5 ARTICULAÇÕES TARSOMETATARSIANAS ...................................................................................................36
2.6 ARTICULAÇÕES METATARSOFALANGEANAS E INTERFALANGEANAS ...................................................36
2.7 SISTEMA MUSCULAR ....................................................................................................................................36
CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................................39
COMPLEXO ARTICULAR DO PUNHO E MÃO E 
COMPLEXO ARTICULAR DO PÉ E TORNOZELO
PROF. ME. JOSÉ RENATO M. LELIS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
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INTRODUÇÃO
Na Unidade II daremos continuidade aos complexos do punho e mão que fazem parte 
dos membros superiores e, logo em seguida, iniciaremos as articulações dos membros inferiores, 
com os complexos articulares do pé e tornozelo.
Os complexos do punho são compostos pelas articulações radiocarpinada, mediocarpiana, 
metacarpofalangiana do polegar. Já no complexo articular da mão, os ossos que formam o 
carpo são: � leira proximal: Escáfoide, Semilunar, Piramidal, Pisiforme; � leira distal: Trapézio, 
Trapezóide, Capitato, Hamato. Os ossos que foram o metacarpo são: cinco ossos metacarpianos 
longos demonstram uma epí� se proximal que é a base, uma diá� se (corpo) e uma epí� se distal 
(cabeça) e logo e seguida as falanges dos dedos.
O complexo do tornozelo é formado pela pinça entre a tíbia e a fíbula que conecta no tálus 
formando a articulação talocrural, pelas articulações tibio� bular distal, subtalar e a articulação 
mediotársica. São articulações que trabalham tanto na mobilidade do tornozelo quanto do 
pé. Já especi� camente as articulações do pé são: tarsometatarsiana, metatarsofalangeanas e 
interfalangeanas. Também falaremos dos movimentos articulares e dos músculos responsáveis 
por cada movimentos, suas origens e inserções.
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 1. COMPLEXO DO PUNHO E MÃO
F igura 1 - Complexo articular do punho e mão. Fonte: Netter (2000).
A mão, órgão efetor do membro superior, agrega estruturas anatômicas e características 
mecânicas capazes de desempenhar com grande destreza tarefas motoras � nas, como tocar piano, 
e grossas, como as executadas por um carateca para partir � bras de madeira e tijolos.
O complexo do punho e da mão é formado por 27 ossos: no punho, 8 ossos do carpo e na 
mão, 5 metacarpos e 14 falanges. O complexo do punho e da mão relaciona-se, ainda, diretamente 
à articulação radioulnar distal.
Graças às articulações radioulnar proximal e distal, o punho tem à sua disposição o 
movimento rotacional (NETTER, 2000; THOMPSON; FLOYD, 2006). 
A prono-supinação depende diretamente da integridade das articulações radioulnar 
proximal e distal, pois ambas se movimentam conjuntamente a partir de um mesmo eixo articular 
que as atravessa.
A radioulnar distal é uma articulação sinovial do tipo trocoide, formada pela cabeça da 
ulna e pela incisura ulnar do rádio, unidas por um disco articular � brocartilaginoso. Esse disco 
� xa-se medialmente à margem da incisura ulnar e lateralmente ao processo estiloide do rádio e 
forma a superfície proximal da articulação radiocarpiana. 
O complexo do punho é formado pelas articulações radiocarpiana e mediocarpiana. 
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1.1 A Articulação Radiocarpiana 
É formada proximamente pela extremidade distal do rádio e pelo complexo da 
� brocartilagem triangular e distalmente pelos ossos escafoide, semilunar e piramidal, pertencentes 
à primeira � leira dos ossos do carpo. 
Como descrito anteriormente, o complexo da � brocartilagem é formado por um disco 
articular localizado entre a � leira proximal do carpo e a ulna. Essa articulação é do tipo elipsoide, 
sendo que a superfície proximal (rádio e complexo da � brocartilagem) é côncava e se articula na 
sua correspondente convexa formada pela porção distal da articulação. Na � leira proximal do 
carpo tem-se, ainda, o pisiforme, o qual não se articula com o rádio e está à frente do piramidal, 
inserido no músculo � exor ulnar do carpo. A principal função desse osso sesamoide é aumentar 
o torque produzido pelo músculo � exor ulnar do carpo (HALL, 2009).
1.2 A Articulação Mediocarpiana
Tem como limite proximal a primeira � leira dos ossos do carpo e distal a segunda � leira, 
composta pelos ossos hamato, capitato, trapézio e trapezoide. O escafoide é o maior dos ossos do 
carpo e é considerado ponto-chave para o complexo do punho, pois liga as duas � leiras e garante 
estabilidade local.
A estabilidade da articulação radiocarpiana é garantida pela extensa cápsula articular e 
pelos ligamentos radiocárpico palmar, radiocárpico dorsal, colateral ulnar do carpo e colateral 
radial do carpo. A � leira proximal dos ossos não possui inserções musculares. A estabilidade 
local depende diretamente da cápsula e do ligamento interósseo entre o escafoide, o semilunar e o 
piramidal. As articulações intercárpicas são estabilizadas por uma série de ligamentos intrínsecos.
Diversos tendões � exores e extensores divididos em compartimentos cruzam o punho. 
Esses compartimentos são delimitados por uma estrutura ligamentar que cruza os tendões e 
previne que eles sejam estrangulados quando o punho se movimenta. Essa estrutura é chamada 
de retináculo. Na região dorsal do punho tem-se o retináculo extensor e na porção palmar, o 
� exor (THOMPSON; FLOYD, 2006).
O retináculo extensor tem origem na borda lateral distal do rádio e migra para a superfície 
posterior distal da ulna e para seu processo estiloide. Os compartimentos delimitados pelos 
retináculos e pelos ossos são � brósseos e revestidos por bainhas sinoviais. Os seguintes tendões 
formam o retináculo extensor: túnel 1 - músculo abdutor longo do polegar e extensor curto do 
polegar; túnel 2 - músculo extensor radial longo e curto do carpo; túnel 3 - músculo extensor 
curto do polegar; túnel 4 - os quatro tendões do músculo extensor dos dedos e o músculo extensor 
do indicador; túnel 5 - músculo extensor do dedo mínimo; e túnel 6 - músculo extensor ulnar do 
carpo. Os retináculos aumentam a efetividade e a e� ciência dos extensores do punho e dos dedos 
(HALL, 2009). 
Na região anterior do punho, tem-se o retináculo � exor. O ligamento transverso do 
carpo recobre os ossos escafoide e trapezoide lateralmente e o pisiforme e o hámulo do hamato 
medialmente, formando o túnel. O assoalho deste é formado pelo ligamento radiocarpal palmar 
e pelo complexo do ligamento palmar. Doze tendões � exores do punho, os quais se originam na 
parte medial do antebraço e inserem-se no aspecto palmar da mão, e o nervo mediano atravessam 
o túnel do carpo. Os tendões que passam por ele são: os quatro tendões dos músculos � exores 
super� ciais dos dedos, os quatro tendões dos músculos � exores profundos dos dedos, o músculo 
� exor longo do polegar, o músculo � exor radial do carpo e o nervo mediano (NETTER, 2000).
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Cada um dos dedos possui uma articulação carpometacarpal correspondente, a qual 
aumenta de mobilidade do segundo para o quinto dedo. O primeiro metacarpo e o trapézio 
formam a articulação carpometacarpiana do polegar. 
Essa articulação selar é a mais importante do polegar, pois permite que ele realize a 
� exoextensão, a adução e a abdução e a oponência. As demais articulações carpometacarpais são 
planas e a mobilidade em cada uma delas difere. 
Durante a � exo-extensão e a abdução e adução o movimento na segunda e na terceira 
articulação metacarpal é mínimo, a quarta é ligeiramente móvel e a quinta, muito móvel. Nelas 
os ossos estão unidos pelos ligamentos carpometacárpicos dorsais, carpometacárpicos palmares 
e carpometacárpicos interósseos (NETTER, 2000). 
 
1 .3 A Articulação Metacarpofalangiana do Polegar 
É uma articulação do tipo gínglimo. Nesse caso, a superfície convexa da cabeça 
metacarpal articula-se com a superfície côncava da base da falange. No polegar, a articulação 
metacarpofalangiana realiza somente os movimentos de � exo-extensão (HALL, 2009). 
As articulações metacarpofalangianas do segundo ao quinto dedos são bicondilares, 
formadas pelas cabeças dos metacarpos que se articulam com as bases das falanges proximais de 
cada dedo. Os metacarpos têm uma base proximal, um corpo e uma cabeçadistal. Do segundo 
ao quinto dedo, eles articulam-se com as falanges e formam as articulações metacarpofalangianas 
do tipo plana, biaxiais, com cabeças convexas em ambas as extremidades, ou seja, nas falanges 
e nos metacarpos. Nessas articulações ocorrem os movimentos de � exo-extensão e a abdução e 
adução (HALL, 2009). 
Nos dedos as falanges formam três � leiras, a proximal, a média e a distal, exceto o polegar, 
que não possui a falange média. A articulação interfalangeana do polegar e as interfalangianas 
proximal e distal do segundo ao quinto dedos são do tipo gínglimo. Elas possuem somente o 
movimento de � exo-extensão e são bastante estáveis.
 
1 .4 Os Movimentos do Complexo do Punho e Mão 
Os movimentos do complexo do punho serão descritos a partir da posição anatômica. 
Assim, considera-se que o antebraço se encontra supinado.
No movimento de prono-supinação a extremidade distal do rádio movimenta-se a partir 
da ulna � xada. Durante a pronação, a incisura ulnar do rádio, côncava, desliza em torno da 
cabeça ulnar, convexa, limitada ao � nal do arco pelo impacto entre os dois ossos. Já na supinação, 
movimento oposto, a membrana interóssea e a impactação entre a incisura ulnar do rádio e o 
processo estiloide ulnar freiam o movimento. As articulações radiulnar proximal e distal estão 
intimamente interligadas durante o movimento de prono-supinação; qualquer alteração de 
posicionamento ou distância entre o rádio e a ulna interfere na função e na estabilidade local. 
Uma fratura da cabeça do rádio, por exemplo, altera essa disposição e prejudica a função local.
Os movimentos do punho ocorrem em torno de dois eixos. A � exão (85°) e a extensão 
(90°), no eixo látero-lateral e no plano sagital; a adução (45°) ou desvio ulnar e a abdução (15°) 
ou desvio radial, no eixo anteroposterior e no plano frontal (HALL, 2009). 
A extensão do punho ocorre preferencialmente na articulação mediocarpal, cerca de 
60%, acompanhada dos movimentos de desvio radial e de pronação, que apresentam pequena 
amplitude. Já na � exão, 60% do movimento ocorre na articulação radiocarpal e 40% na 
mediocarpal, nesse caso, acompanhada do desvio ulnar e da supinação (KAPANDJI, 1990).
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No plano sagital, durante a extensão, a � leira proximal convexa desliza para cima e 
anteriormente (ou na direção palmar). O deslizamento anterior segue a regra do côncavo-convexo, 
ou seja, a superfície convexa formada pelos ossos escafoide, semilunar e piramidal dirige-se 
no sentido oposto ao do movimento � siológico. Na articulação mediocarpiana, o trapézio e o 
trapezoide côncavos deslizam posterior ou dorsalmente em relação ao escafoide, que é convexo. 
Já o hamato e o capitato, convexos, deslizam anteriormente (ENOKA, 2000). 
O oposto ocorre na � exão: a � leira proximal dos ossos do carpo desliza para baixo, 
posteriormente, o trapézio e o trapezoide deslizam anteriormente e o hamato e o piramidal, 
posteriormente.
Durante o desvio radial, a � leira proximal desliza para cima e para dentro e a distal vai 
para baixo e para fora. Esse deslizamento inverte-se no desvio ulnar. 
Os motores principais para a � exão do punho são os músculos � exor radial do carpo, 
� exor ulnar do carpo e � exor super� cial dos dedos. Os músculos � exores profundo dos dedos, 
palmar longo e � exor longo do polegar atuam de forma secundária. Em relação aos extensores, 
existem três músculos principais: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do 
carpo e extensor ulnar do carpo. A disposição dos músculos extensores dos dedos, extensor do 
dedo mínimo, extensor longo do polegar e extensor do indicador fazem com que eles sejam 
considerados extensores auxiliares do punho (HALL, 2009).
Os desvios radial e ulnar resultam da contração sinérgica de músculos que são responsáveis 
pela � exão e pela extensão do punho. O desvio radial resulta da contração dos músculos � exor 
radial do carpo e extensor radial longo e curto do carpo. Em função da linha de tração dos 
músculos extensores profundos do punho (abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar, 
extensor longo do polegar, extensor do indicador e supinador), estes podem auxiliar no desvio 
radial. Já o desvio ulnar é realizado pelo � exor ulnar do carpo e pelo extensor ulnar.
A mão possui músculos denominados intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos têm 
origem nos segmentos carpianos e na mão; já os extrínsecos, no antebraço e no úmero. Os 
músculos intrínsecos dividem-se em três grupos: relacionados ao polegar, que se encontram 
no lado radial e são responsáveis pela eminência tenar; relacionados ao dedo mínimo, que são 
encontrados no lado ulnar e responsáveis pela eminência hipotenar; e intrínsecos, dispostos no 
meio da mão, entre os metacarpais.
Oito músculos atuam sobre o polegar, quatro intrínsecos e quatro extrínsecos. Os músculos 
intrínsecos da eminência tenar são: � exor curto do polegar, oponente do polegar, abdutor curto 
do polegar e adutor do polegar. Os extrínsecos são: extensor longo do polegar, extensor curto do 
polegar, abdutor longo do polegar e � exor longo do polegar. 
A � exão do polegar ocorre quando a primeira articulação metacarpofalangiana é movida 
transversalmente à palma e a extensão corresponde ao retomo. A abdução do polegar ocorre no 
plano perpendicular à mão a partir da posição anatômica. Nela, o primeiro metacarpal afasta-se 
do segundo e a adução é o retorno. A oposição envolve a combinação de abdução, circundução e 
rotação. Nesse caso, a ponta do polegar vai de encontro à ponta dos demais dedos ou em oposição 
a eles.
Os movimentos do polegar ocorrem graças a complexas interações neuromusculares e 
mecânicas entre os músculos intrínsecos e extrínsecos. Os principais extensores são os músculos 
extensor radial longo e curto do carpo e os secundários, o oponente do polegar e o abdutor curto 
do polegar. Os músculos � exores longo e curto são responsáveis pela � exão. Na adução, além do 
adutor do polegar, participam extensor longo do polegar, � exor longo do polegar, � exor curto 
do polegar e adutor do polegar. A abdução ocorre pela ação dos músculos abdutor curto e longo 
do polegar. Na oposição, quando o polegar é suavemente colocado nessa posição, os músculos 
tenares são mais ativos que os hipotenares. 
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O principal músculo do movimento é o oponente do polegar e o � exor curto do polegar 
tem ação secundária. O principal músculo hipotenar é o oponente do dedo mínimo.
Os músculos intrínsecos da região hipotenar são: o abdutor do dedo mínimo, o � exor 
curto do dedo mínimo e o oponente do dedo mínimo. A função de cada um está diretamente 
relacionada à sua denominação. Os músculos extrínsecos hipotenares são palmar curto, abdutor 
do dedo mínimo, � exor curto do dedo mínimo e oponente do dedo mínimo.
Os músculos intrínsecos da mão dividem-se em três grupos: quatro lumbricais, quatro 
interósseos dorsais e três interósseos palmares. Os lumbricais localizam-se na palma da mão e os 
interósseos, entre os metacarpais. Em conjunto eles � etem as articulações metacarpofalangianas 
e estendem as interfalangianas médias e distais. Nas metacarpofalangianas, os lumbricais e os 
interósseos formam o sistema principal de movimento. 
Quando a mão segura um objeto, ela desenvolve o movimento de preensão, dividido 
em preensão de força ou preensão de precisão. Na primeira, todos os músculos extrínsecos e 
intrínsecos participam, exceto os lumbricais (excluindo o quarto). Já na segunda, os músculos 
intrínsecos fornecem as características necessárias para o controle dos movimentos � nos. Os 
músculos interósseos palmares e dorsais, por exemplo, controlam de forma delicada as forças de 
compressão. 
Os fatores determinantes para a realização da preensão palmar incluem: mobilidade 
normal da primeira articulação carpometacarpianae, em menor extensão, da quarta e da quinta; 
rigidez relativa da segunda e da terceira articulações carpometacarpianas; estabilidade normal 
dos arcos longitudinais dos dedos e do polegar; sinergismo e antagonismo balanceados entre 
musculatura intrínseca e extrínseca da mão; porção sensorial, comprimento, mobilidade e 
posição normais de cada raio.
Pode-se dividir a preensão nas seguintes fases: 1) abertura da mão, realizada pela ação 
simultânea dos músculos intrínsecos da mão e dos músculos extensores longos; 2) fechamento 
dos dedos e do polegar para agarrar o objeto, sob a responsabilidade dos músculos � exores e 
de oposição extrínsecos e intrínsecos; 3) modulação da força de acordo com as características 
e o peso do objeto, sob ação dos músculos � exores e de oposição extrínsecos e intrínsecos; e, 
� nalmente, 4) abertura da mão, semelhante ao início do movimento. 
A preensão de força, aquela utilizada para segurar um objeto � rmemente pela mão, e a 
de precisão, que envolve movimentos de pinça, realizadas pela mão, sofrem repercussão direta 
da posição do punho. A força e a potência durante a preensão são maiores quando o punho 
se encontra em extensão e desvio ulnar. Utiliza-se a � exão isométrica, há a aproximação das 
eminências tenar e hipotenar e a função intacta das estruturas da extremidade ulnar da mão. 
Essa preensão associa preferencialmente os músculos extrínsecos e o adutor do polegar. Já na 
preensão de precisão o polegar deve se posicionar perpendicular à mão e os músculos intrínsecos 
são os motores principais. Nesse caso, eles funcionam predominantemente contraídos de forma 
isotônica e, uma vez que tais posições requerem um alto nível de informação sensorial, são usadas 
áreas com maior quantidade de receptores sensoriais. As articulações metacarpofalangianas e a 
porção radial da mão são preferencialmente utilizadas.
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 Tabela 1 - Músculos do complexo articular punho e mão. Fonte: adaptado de Hall (2009).
Os membros inferiores possuem características ímpares que fazem com que tenham 
utilidades diferenciadas diante do movimento humano. 
As dimensões signi� cativas dos segmentos, a grande estabilidade articular da maioria das 
articulações, o poderoso aparelho muscular, a rica e espessa rede ligamentar, além da acentuada 
densidade do tecido � broso existente, fazem com que os segmentos inferiores tenham grandes 
funções no gerenciamento do movimento, em aspectos tanto da propulsão quanto da proteção 
das cargas recebidas.
 2. PÉ E TORNOZELO
F igura 2 - C omplexo articular do pé e tornozelo. Fonte: Educação física e saúde (2013).
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Com a temática especí� ca que envolve as articulações do pé e do tornozelo, faremos 
uma abordagem das características gerais anatômicas e funcionais da região e, em seguida, 
discutiremos aspectos relacionados a uma das mais frequentes lesões ortopédicas: a entorse do 
tornozelo.
Os ossos da região podem ser divididos em três segmentos, de acordo com suas 
localizações. O tarso é constituído por tálus, calcâneo, cuboide, navicular e os três cuneiformes. 
O metatarso é constituído pelos cinco ossos metatarsais. Por último, as falanges são compostas 
por 14 ossos (HOFFMAN; HARRIS, 2002).
Dessa forma, esse segmento mais distal dos membros inferiores é composto por 26 ossos 
(sem contar com os sesamoides), que funcionam como uma unidade funcional do segmento 
distal dos membros inferiores. Com características de rigidez e � exibilidade diferenciadas, 
proporcionam boa proteção e mecanismos e� cazes e fundamentais para a locomoção humana, 
além de permitir uma base para a melhor distribuição do peso corporal e, dessa forma, auxiliar a 
manter o equilíbrio (HALL, 2009). 
 
2.1 Complexo Articular do Tibiofibular Distal 
A região distal da perna é parte integrante de importantes funções do segmento inferior. 
Temos que destacar a articulação tibio� bular distal, com ênfase na movimentação acessória 
da fíbula, a qual é fundamental para a boa amplitude de movimento existente nas articulações 
adjacentes. Dessa forma, como um bom exemplo, quando há o movimento de � exão plantar 
no tornozelo, a fíbula move-se para distal e roda medialmente, existindo uma aproximação 
entre os maléolos medial e lateral. Já durante a dorsi� exão, a fíbula desliza para superior, roda 
externamente e afasta-se do maléolo medial.
Movimentos da fíbula também são presentes durante as movimentações do calcâneo, 
quando este se encontra em supinação e em pronação. 
 
2.2 Articulação Talocrural 
A articulação talocrural do tipo sinovial é denominada como a articulação propriamente 
dita do tornozelo e é formada pela tíbia e pela fíbula, as quais pinçam o tálus. Essa pinça é formada 
pela superfície côncava da tíbia e pelo maléolo � bular, sendo que, dentro desse encaixe, penetra 
a superfície convexa da cúpula talar (MOORE; AGUIAR, 2004).
O tálus é um dos ossos mais importantes da região, em decorrência de alguns fatores 
pontuais. Dentre eles, destaca-se sua localização, na região mais proeminente da parte posterior 
do tarso. 
Dessa forma, ele tem grande função em distribuir o peso do corpo para a região superior, 
por meio da tróclea articular, transmitindo as forças pela pinça maleolar para trás e para baixo, 
em direção ao calcâneo, e para a frente, para os ossos tarsais, dentre eles o navicular (HALL, 
2009). 
Por não ter nenhuma inserção tendínea, sua nutrição é oriunda dos ligamentos inseridos 
nessa região e, dessa forma, seu aporte arterial é su� ciente em condições de normalidade. Já em 
casos de fraturas, há grandes possibilidades de di� culdades de consolidação, podendo ser gerada 
até uma necrose óssea.
A articulação talocrural possui a grande função de propiciar os movimentos de dorsi� exão 
e � exão plantar, fundamentais para propiciar a movimentação humana. Por meio do goniômetro, 
podemos encontrar uma variação angular que vai de 20° de dorsi� exão até 45° a 50° de � exão 
plantar, quando o joelho se encontra � exionado (HAMILL, 2012). 
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Nota-se que o maléolo � bular se encontra mais distal e inferior quando comparado com 
o maléolo tibial. 
Com isso, o eixo articular da articulação talocrural encontra-se em um sentido anteromedial 
superior para posterolateral inferior, fazendo com que existam pequenos movimentos adicionais 
à dorsi� exão e à � exão plantar. Dessa forma, há na presente articulação movimentos triplanares.
Fi gura 3 - Eixo articular talocrural, no qual se realizam os movimentos de dorsi� exão e � exão plantar do tornozelo. 
Fonte: Hall (2009).
 
Vimos que, na � exão plantar e na dorsi� exão, existem movimentos importantes oriundos 
da articulação tibio� bular inferior, por meio especí� co da mobilidade � bular. Esse movimento 
acessório está associado ao do tálus, o qual desliza para anterior durante a � exão plantar e para 
posterior durante a dorsi� exão. 
Em decorrência da característica anatômica do tálus, o qual é 4,2 mm mais largo em 
sua região anterior comparado com a posterior, esses movimentos acessórios in� uenciam 
diretamente na estabilidade articular, visto que, durante a dorsi� exão máxima, ele se encaixa na 
pinça maleolar com máxima estabilidade (THOMPSON; FLOYD, 2006). 
Já na � exão plantar, com o tálus deslocando-se para anterior, a pinça maleolar � ca menos 
estável, o que favorece os movimentos de torção local.
Como o maléolo � bular encontra-se mais distal em comparação ao tibial, o movimento 
de pronação é menor do que o de supinação em decorrência de um precoce contato ósseo entre 
o tálus e a fíbula. 
Dessa forma, a menor estabilidade do tornozelo quando se encontra em � exãoplantar, 
associada à maior mobilidade em supinação, faz com que tenhamos o potencial risco de entorse 
em inversão com � exão plantar. Mais adiante, iremos discutir mais sobre o assunto. 
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Para minimizar esses riscos de lesões, essa região possui ligamentos colaterais importantes 
que contribuem para a boa estabilização articular, sendo que, medialmente, a articulação é 
estabilizada pelo ligamento deltoide e, lateralmente, pelos ligamentos talo� bular anterior, 
calcaneo� bular e talo� bular posterior. Estes três últimos são mais suscetíveis a estresse em 
decorrência do que foi descrito no parágrafo anterior.
 
2. 3 Articulação Subtalar
A articulação entre o calcâneo e o tálus é conhecida como subtalar. Nela encontra-se o 
principal movimento de pronação e supinação da região. Ressalta-se que a movimentação de 
supinação subtalar é duas vezes maior do que a de pronação. 
Como o calcâneo é o segmento mais distal dessa região do retropé, as movimentações 
acessórias que ocorrem nessa região, por exemplo, durante a marcha e a corrida, irão repercutir 
diretamente nas estruturas adjacentes, principalmente no tálus e na tíbia.
Fig ura 4 - Relações entre os movimentos do osso calcâneo e suas in� uências nos movimentos acessórios dos ossos 
adjacentes. Fonte: Hall (2009).
A mobilidade dessa articulação depende diretamente da característica postural do arco 
plantar. Dessa forma, um pé plano faz com que haja uma maior mobilidade subtalar e possíveis 
prejuízos à estabilidade local. Já em um pé mais cavo, a articulação subtalar � ca com menos 
mobilidade, o que faz com que as estruturas adjacentes aumentem suas movimentações como 
um efeito compensatório. Exemplo disso é o aumento dos movimentos rotacionais tibiais, o que 
pode gerar alterações signi� cativas na articulação femoropatelar (HALL, 2009).
 
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2.4 Articulações Mediotársicas 
Formadas pelos ossos do tálus, navicular, calcâneo e cuboide, as articulações 
talocalcaneonavicular (medial) e calcaneocuboide (lateral) são conhecidas como transversas do 
tarso, mediotarsianas ou de Chopart (THOMPSON; FLOYD, 2006). 
Diante das características facetárias articulares existentes nessas articulações, os 
movimentos dessa região são triplanares e combinados, com a existência de movimentos de 
inversão/eversão, � exão plantar/dorsi� exão, além de adução e abdução. 
Com isso, vimos que não podemos olhar para as características angulares do pé e do 
tornozelo sem nos preocuparmos em entender a in� uência das articulações mediotársicas nesse 
contexto. Na locomoção, por exemplo, quando há uma pronação natural, os eixos das articulações 
subtalar e calcaneocuboide � cam paralelos entre si, o que torna as mediotársicas mais móveis. 
Isso facilita a amplitude de movimento favorável nelas, o que possibilita uma melhor propulsão 
(HAMILL, 2012). 
Ao contrário, durante a supinação subtalar, os dois eixos divergem, gerando uma maior 
rigidez local e, dessa forma, uma maior estabilidade na região. Diante disso, vimos que os 
movimentos harmônicos acessórios entre as articulações da região são fundamentais para o bom 
gerenciamento da função articular do pé e do tornozelo.
 
2.5 Articulações Tarsometatarsianas 
As articulações tarsometatarsianas são compostas pelo osso cuboide e pelos três 
cuneiformes, os quais se articulam com os cinco metatarsianos. Em decorrência da grande 
estabilidade do segundo metatarsiano com os cuneiformes e os metatarsos adjacentes, há apenas 
nessa região movimentos de � exo-extensão. As demais articulações metatarsianas possuem a 
capacidade de realizar pequenas rotações (HALL, 2009).
As articulações tarsometatarsianas seguem as mesmas orientações descritas entre a 
subtalar e as mediotársicas, visto que o aumento da pronação subtalar gera também uma maior 
mobilidade nas tarsometatarsianas. Estas fazem uma � exão plantar associada com uma rotação 
(pronação) no momento de pronação subtalar. Já durante a supinação subtalar, há uma rigidez 
tarsometatarsiana no sentido de dorsi� exão e supinação.
 
2.6 Articulações Metatarsofalangeanas e Interfalangeanas 
Opostamente às metacarpofalangeanas, os movimentos de extensão são maiores do que 
os de � exão, com uma média de 90° e de 45°, respectivamente, tendo amplitudes de movimentos 
de abdução e adução menores. Já as interfalangeanas são muito similares às dos segmentos 
superiores, com o primeiro dedo tendo apenas uma articulação e os demais, articulações 
interfalangeanas proximal e distal (THOMPSON; FLOYD, 2006). 
 
2.7 Sistema Muscular 
Tecidos contráteis possibilitam à complexa rede articular descrita realizar os movimentos 
da região. Para um melhor entendimento das principais funções musculares, podemos dividir 
a região distal do pé em um corte transversal e imaginar quatro quadrantes: anteromedial, 
anterolateral, posteromedial e posterolateral (HALL, 2009). 
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Dessa forma, todos os músculos que passam pelos quadrantes posteriores contribuem ou 
são principais executores dos movimentos de � exão plantar. Na mesma linha de raciocínio, os 
que passam pelos quadrantes anteriores são dorsi� exores. Já os que passam nas regiões mediais e 
laterais são músculos que proporcionam os movimentos de inversão e eversão, respectivamente. 
Aqui, considere-se como inversão o movimento combinado de supinação com adução e eversão 
como a junção dos movimentos de pronação e abdução.
Logicamente que esse conceito de função muscular é apenas uma base para identi� cação 
das ações principais e secundárias dos tecidos contráteis. Essa base de conhecimento pode ser 
aplicada para uma avaliação da força muscular, por meio de provas de funções de unidades 
contráteis.
A complexidade do movimento humano faz com que os músculos, por meio de contrações 
concêntricas e excêntricas, realizem funções diferenciadas de acordo com o momento do 
movimento. Essas informações serão passadas no futuro por meio de estudos eletromiográ� cos 
da ativação muscular durante atividades funcionais (MARCHETTI; CARLHEIROS; CHARRO, 
2007). 
 Tabela 2 - Músculos do complexo articular pé e tornozelo. Fonte: adaptado de Hall (2009). 
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Os ossos das mãos e dos pés são pequenos e de diferentes formas, que se tor-
nam difíceis de ser reparados em caso de lesões. Porém, com um bom conhe-
cimento aprofundado em cinesiologia e biomecânica, conseguimos ter um bom 
desempenho na sua reabilitação convencional.
Sugerimos a leitura do livro de NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 2000, 
pelo fato de ser fácil de compreensão. Também sugerimos a leitura de HALL, S. 
Biomecânica Básica. 2007. 
Este vídeo explicativo do complexo do ombro ilustra muito bem o conteúdo abor-
dado neste módulo. Além da explicação excelente do professor, as imagens são 
bem reais e explicativas. Assista o vídeo: Biomecânica pé e tornozelo. 
Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/1826699/>. 
Anatomia, Cinesiologia, Biomecânica e Fisiologia são os tripés da Educação Fí-
sica e Fisioterapia. Portanto essas bases teremos que conhecer profundamente 
para ter sucesso profi ssional.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para � nalizar podemos re� etir sobre os complexos articulares estudado nesta unidade. 
Falamos sobre as formações dos complexos articulares do punho e mão e tornozelo e pé. 
Estudamos os movimentos articulares que cada uma delas fazem e também os músculos 
responsáveis por cada movimento articular. Desta forma, facilitará nossos estudos futuramente 
dentro da biomecânica e para a análise do movimento. 
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 41
1. COMPLEXO ARTICULAR DO JOELHO ..............................................................................................................42
1.1 ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL .....................................................................................................................43
1.2 ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL ..................................................................................................................43
1.3 COMPLEXO ARTICULAR DO QUADRIL .........................................................................................................46
1.4 COLUNA VERTEBRAL .....................................................................................................................................49
1.4.1 REGIÃO CERVICAL .......................................................................................................................................50
1.4.2 REGIÃO TORÁCICA .......................................................................................................................................53
1.4.3 REGIÃO LOMBAR .........................................................................................................................................54
1.4.4 SACRO E CÓCCIX ........................................................................................................................................54
1.5 CURVATURAS E AMPLITUDES DE MOVIMENTO ........................................................................................55
CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................................58
COMPLEXO ARTICULAR DO JOELHO, 
QUADRIL E COLUNA VERTEBRAL
PROF. ME. JOSÉ RENATO M. LELIS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
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INTRODUÇÃO
Na Unidade III falaremos sobre os complexos do joelho, quadril, que fazem parte dos 
membros inferiores, e da coluna vertebral, o nosso pilar central. 
O complexo articular do joelho é formado por duas articulações: patelofemoral e 
tibiofemoral, juntamente com um osso sesamoide, chamado de patela. Já o complexo do quadril 
é formado pelos ossos ilíaco, sacro, ísquio, cóccix. Os ilíacos, com a base do sacro, formam a 
articulação sacroilíaca. A articulação do quadril é formada pela cavidade acetabular, com a 
cabeça do fêmur. A coluna vertebral é formadas por 33 ossos, divididos em regiões cervical, 
torácica, lombar, sacral e cóccix. 
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1. COMPLEXO ARTICULAR DO JOELHO
Figura 1 - C omplexo articular do joelho. Fonte: Google Images (2019).
 
A s estruturas do joelho permitem a sustentação de cargas e a mobilidade durante as 
atividades de locomoção. Do ponto de vista mecânico, a articulação do joelho possui uma grande 
estabilidade em extensão máxima e adquire uma grande mobilidade, a partir de certo ângulo de 
� exão, que é necessária na corrida e na marcha para orientar o pé com relação às irregularidades 
do solo.
A articulação do joelho é composta por uma cápsula frouxa que restringe dois complexos 
articulares: 1) articulação tibiofemoral, entre os côndilos convexos do fêmur e os platôs côncavos 
da tíbia; 2) articulação patelofemoral, entre a região posterior da patela e a face patelar do fêmur. 
Dessa forma, o joelho é composto da articulação entre o fêmur e a tíbia e da articulação entre 
o fêmur e a patela, sendo dividido em três compartimentos: medial, entre o côndilo medial do 
fêmur e o platô medial da tíbia; lateral, entre o côndilo lateral do fêmur e o platô lateral da tíbia; 
e patelofemoral, entre a patela e o fêmur (HALL, 2009). 
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1 .1 Articulação Tibiofemoral 
O côndilo medial e lateral do fêmur e o platô tibial da tíbia articulam-se para formar 
a articulação tibiofemoral. A região convexa é composta por dois côndilos assimétricos que 
� cam na extremidade distal do fêmur. O côndilo femoral lateral é mais largo e projeta-se mais 
anteriormente do que o medial. Dessa forma, o sulco troclear, em sua região lateral, é mais 
profundo, para prover estabilidade patelar (HAMILL, 2012).
Essa articulação funciona como uma dobradiça modi� cada, dada a existência de 
movimentos acessórios importantes (HALL, 2009). Diante dessas características, realizam-se 
nessa região movimentos de � exão e extensão e rotações interna e externa, sendo que estes últimos 
só são possíveis com o joelho � exionado. Associados a isso, o rolamento e o deslizamento do 
fêmur sobre a tíbia são importantes para a boa harmonia dos movimentos � siológicos existentes. 
Os movimentos funcionais do fêmur sobre a tíbia relacionados às atividades de vida diária são 
realizados em cadeia cinética fechada. Nesse caso, os côndilos convexos deslizam em direção 
oposta ao movimento do osso e rolam no mesmo sentido. Já em cadeia cinética aberta a tíbia rola 
e desliza no mesmo sentido do movimento (NETTER, 2000). 
Os dois platôs da tíbia estão separados pelos tubérculos intercondilares, sendo que o platô 
lateral é menor, circular e côncavo, enquanto o medial é mais oval e achatado. Essas características 
contribuem para o mecanismo da rotação interna femoral, associado com a rotação externa tibial, 
que ocorre durante os últimos graus de extensão (NETTER, 2000).
Ao analisarmos apenas as características ósseas, diferentemente da articulação coxofemoral, 
a tibiofemoral tem uma área de contato articular menor, o que gera possíveis instabilidades e 
aumento do estresse mecânico na região. Para suprir essa de� ciência, há a necessidade de uma 
espessa camada de cartilagem e da existência de meniscos (NEUMANN, 2006).
As superfícies meniscais, côncavas, encaixam-se ao fêmur. Com isso, o estresse articular 
do joelho passa a ser distribuído sobre uma superfície maior. Ressalta-se que, durante a � exão 
do joelho, os meniscos deslizam de um lado para o outro até encontrarem a melhor adaptação 
do fêmur, sendo que o menisco lateral possui maior mobilidade do que o medial (NEUMANN, 
2006). 
Dessa forma, a região meniscal auxilia a melhor distribuição das cargas, ajuda na absorção 
das forças no nível do joelho e protege as superfícies articulares contra o desgaste.
Por melhorarem a congruência das superfícies articulares, facilitam a estabilidade local e 
contribuem para uma boa harmonia dos movimentos acessórios locais. 
Para uma melhor estabilidade, há potentes músculos e ligamentos na região. Dentre os 
principais ligamentos, encontram-se os cruzados anterior e posterior, além dos colaterais medial 
e lateral.
 
1 .2 Articulação Patelofemoral
A patela é um osso sesamoide � xado ao tendão quadriciptal que se conecta com a tíbia 
pelo ligamento patelar. Dessa forma, recebe no seu polo superior a inserção do tendão do músculo 
quadríceps femoral e no seu polo inferior à do ligamento patelar (HALL, 2009). 
Articula-se na linha intercondilar, junto à fossa troclear, na face anterior da porção distal 
do fêmur. Sua superfície é coberta por uma cartilagem hialina lisa, uma das mais espessas de 
nosso corpo.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Por ser um osso sesamoide, a patela pode ser considerada como uma polia, que transmite 
a tensão do tendão quadriciptal para o ligamento patelar. Em adição, desempenha várias funções, 
dentre as quais se destacam centralizar a tensão do quadríceps em uma única ação, aumentar o 
braço de alavanca durante a extensão e proporcionar proteção para a fáscia anterior do joelho. 
Para se ter uma melhor

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