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Caderno de Teoria da Constituição - Professora Lili

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Ponto 1: Teoria da Constituição. Constituição. Conceito e espécies.
Conceito de direito constitucional: "Ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado." (José Afonso da Silva; Curso de Direito Constitucional Positivo)
* O objeto normativo do Direito Constitucional é a Constituição, esta que organiza o Estado (instituição).
Estado = território + povo + poder soberano
As Constituições brasileiras: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988.
Conceito jurídico de Constituição: "Sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regulam a forma de estado, a forma de governo, o modo de aquisição e de exercício do poder, o estabelecimento de órgãos e os limites de sua ação, os direitos e garantias fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado." (José Afonso da Silva).
Toda Constituição deve tratar de 2 temas: 
* organização do Estado
* direitos e garantias fundamentais
O Estado é uma instituição de natureza política, econômica, social/cultural, administrativa (Administração Pública -> Direito Administrativo). Além disso, possui personalidade jurídica (a RFB é uma pessoa jurídica de Direito Público internacional). Conotação religiosa depende do país; no caso brasileiro, não há, vez que consiste num Estado laico. Apenas a Constituição do Império (1824) juntava Estado e Religião.
Atuação no domínio econômico
*Intervenção (Estado atuando sobre a economia, fora dela)
- fiscalização (ex: PROCON, Banco Central; Banco Central tem como função principal fiscalizar o sistema financeiro nacional)
- incentivo (ex: BDMG)
- planejamento (ex: Plano Nacional de Agricultura)
*Participação (Estado atuando como empresário, por meio de licitações; exs: Petrobrás, CEMIG)
República Federativa do Brasil (RFB)
República -> forma de Governo
Federativa -> forma de Estado
Brasil -> nome do país (elemento geográfico, território)
Estado <-> Sociedade (esta faz demandas para o Estado); O Estado vai ficando mais complexo à medida que as demandas da sociedade ficam mais complexas, diversificadas. E hoje a sociedade é plural e diversificada.
Estado - Natureza política
Art.2° - são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Estado - Natureza social e cultural
Art.6 - são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Estado - Natureza econômica 
Intervenção e participação
Estado - Natureza jurídica
* República Federativa do Brasil
-> Pessoa jurídica de Direito Público Internacional
Concepções da Constituição:
- concepção jurídica -> Hans Kelsen; norma jurídica é tudo; a Constituição deve ser vista a partir da norma; despreza a realidade das pessoas, que são as destinatárias das normas;
- concepção sociológica -> Ferdinand Lassalle; norma jurídica é desprezada; a Constituição deve ser vista a partir da realidade vivida; despreza a norma jurídica, o princípio da segurança jurídica.
- concepção estrutural: visão mais ampla e profunda que visa a conexão entre a norma e a realidade sociológica (ativismo judicial)
Princípio da Supremacia Constitucional
Constituição (norma suprema) 
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lei (norma infraconstitucional)
Todo ordenamento jurídico brasileiro deve estar de acordo com a Constituição.
O Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição Federal.
A Constituição não é lei, ela é a norma suprema.
Controle de Constitucionalidade
Ações que devem ser ajuizadas quando a CF for violada, desrespeitada.
Princípio da Supremacia Constitucional
- Princípio da supremacia constitucional e a Constituição rígida.
Constituição rígida: que pode ser modificada durante a sua vigência, mas apenas por procedimentos legislativos especiais. Se ela é a norma suprema, ela só pode ser alterada por procedimentos legislativos especiais (Emendas Constitucionais).
- Supremacia material: diz respeito ao conteúdo; o conteúdo de uma lei não pode violar o conteúdo da Constituição.
- Supremacia formal: diz respeito à forma, ao procedimento; a Constituição define a forma das leis que irão regulamentá-la.
Matéria constitucional será regulamentada por lei (lei ordinária) ou por lei complementar (LC). O quórum para votação de lei ordinária e de lei complementar são diferentes.
Classificação das Constituições
- Forma:
* escrita (codificada, legal e instrumental = sinônimos) -> é assim na maior parte dos países (inclusive no nosso); estar reunida em um único texto normativo;
* não escrita ou costumeira -> Inglaterra, EUA; leis escritas diversas, costumes (história política inglesa), jurisprudência (common law) -> fontes da Constituição inglesa
- Modo de elaboração
* dogmática -> ser originada por um Poder Constituinte Originário; Constituição pronta, acabada
* histórica -> é feita de forma gradual, lenta, ao longo da história.
Poder constituinte originário -> elaborar a nova Constituição
Constituições escritas também são dogmáticas, enquanto as não escritas são históricas.
- Origem
* promulgada -> num contexto democrático, com participação da sociedade, através de uma Assembleia Nacional Constituinte
* outorgada -> num contexto de ditadura, de autoritarismo, com um único governante ou um pequeno grupo que toma o poder pela força (golpe de Estado)
* pactuada ou dualista -> aquele que nasce de um pacto, de um acordo, entre quem está no poder e quem quer o poder. Um exemplo é a Constituição francesa de 1791 (Monarquia Constitucional).
* cesarista -> o ditador outorga a Constituição, porém convoca um falso referendo, com o fito de haver uma aprovação do povo por meio de coação.
- Estabilidade
* imutável -> não pode sofrer nenhuma alteração durante a sua vigência
* mutável: exigência ou não de procedimento legislativo especial
-> rígida: exige um procedimento legislativo especial (porque adota o princípio da supremacia constitucional).
-> flexível: não exige um procedimento legislativo especial (a Constituição e as leis estão no mesmo plano hierárquico)
-> semi-rígida: partes que são rígidas e partes que são flexíveis (um exemplo é a Constituição de 1824, em que as normas relacionadas aos poderes eram rígidas, enquanto o restante era flexível).
- Ideologia
* ortodoxa -> concentra-se em apenas uma ideologia
* eclética -> abrange mais de uma ideologia (a CF/88 é muito eclética, por exemplo)
- Extensão (quais são os temas que a Constituição aborda?)
* sintética ou concisa -> trata dos temas constitucionais clássicos
* analítica (prolixa ou dirigente) -> trata dos temas constitucionais clássicos e de temas inerentes à ordem econômica e social
Temas constitucionais clássicos: organização do Estado e direitos e garantias fundamentais (para ser Constituição deve haver estes 2 temas)
Temas inerentes à ordem econômica e social
Norma dirigente -> estabelece metas, objetivos; referente à ordem econômica e social
- Conteúdo (quais são as matérias que são consideradas de natureza constitucional? São aquelas que estão dentro do princípio da supremacia constitucional)
* material (substancial) -> normas que versam sobre temas constitucionais clássicos
* formal -> se o tema está ou não na Constituição; se aquele tema integra ou não o texto constitucional; independe do conteúdo da norma (a CF/88 é formal, pois tudo que estiver inserido nela possui supremacia constitucional)
- Grau de concordância com a realidade (Karl Loevenstein)
* normativa -> ocorre a conexão entre norma e realidade
* nominal -> não ocorre a conexão entre norma e realidade
* semântica -> a Constituição legaliza o poder de alguém (neste caso, a Constituição não vem para o bem da sociedade nem para legitimar, senão para legalizar o poder de alguém)(Loevenstein denuncia o uso da Constituição apenas para legalização de um poder)
Elementos das Constituições
- Elementos orgânicos (vem de organização): normas que regulam a estrutura com sua organização e fundamento do Estado e do poder.
- CF/88:
* título III - organização do Estado
* título IV - dos poderes
* título V, capítulo II e III - das forças armadas e da segurança pública
* título VI - tributação e orçamento
A Constituição é dividida em 9 títulos, os quais são divididos em capítulos.
- Elementos limitativos: normas que versam sobre os direitos e garantias fundamentais. Afinal, os direitos e garantias fundamentais decorrem das necessidades da sociedade a cada época e como forma de se contrapor aos abusos dos governantes.
* CF/88: título II - direitos e garantias fundamentais, com exceção dos direitos sociais (capítulo II) que se encontram no próximo grupo.
Estado sofre uma limitação, porquanto ele deve respeitar e assegurar os direitos e garantias fundamentais da sociedade.
- Elementos sócio-ideológicos: normas sócio-ideológicas que se opõem ao Estado Liberal do século XIX e consagram direitos fundamentais de 2a e 3a gerações.
- CF/88:
* título II, capítulo II - direitos sociais do trabalhador
* título VII - ordem econômica e financeira
* título VIII - ordem social
- Elementos de estabilização constitucional: normas destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas.
- CF/88
* art.102, I, a: ADI e ADC
* arts.34/36: intervenção federal e estadual para manutenção do pacto federativo.
* art.60: processo de alteração da Constituição.
* título V, capítulo I: Defesa do Estado e das Instituições democráticas, sobretudo do Estado de defesa e do Estado de sítio.
- Elementos formais de aplicabilidade: normas pertinentes à aplicação da Constituição.
- CF/88:
* preâmbulo (funções dele: (1)demonstrar a ruptura entre o passado e o presente; (2) mostrar o contexto histórico da nova Constituição)
* art.5 parágrafo 1°: autoaplicabilidade das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais ("as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata") (com isso, a Constituição diz aos brasileiros que eles podem usar os direitos e garantias fundamentais, vez que estes possuem aplicação imediata).
Ponto 2: Poder Constituinte (poder que, democraticamente ou não, elabora uma nova Constituição, ou modifica uma vigente)
Tipos:
I - Originário -> elabora a nova Constituição
II - Derivado, reformador, de segundo grau -> modifica a Constituição vigente
III - Decorrente
Poder Constituinte Originário (elabora a nova Constituição)
- surgimento: revolução (muito mais profundo, mais marcante; gera mudança radical da estrutura do Estado) - golpe de Estado (não promove mudança radical, a estrutura do Estado se mantém; golpistas que tomam o poder pela força) - transição democrática
- características:
* inicial -> inicia uma nova ordem jurídica; revoga-se a Constituição anterior. A CF/67 foi revogada com a CF/88. A nova Constituição se tornou o novo paradigma, uma referência, tanto para as leis anteriores quanto para as futuras. As leis anteriores à CF/88 (5 de outubro de 1988) foram aplicadas na teoria da recepção material (conteúdo). 
As que não eram compatíveis com a nova Constituição foram revogadas, enquanto as que eram compatíveis foram recepcionadas.
As novas leis, elaboradas a partir de 5 de outubro de 88, tiveram de estar de acordo com a nova Constituição.
* soberano -> o Poder Constituinte Originário não está subordinado a nenhum ordenamento jurídico anterior. Ele está fazendo uma nova norma suprema.
* incondicional -> pode elaborar a nova Constituição com qualquer conteúdo.
- natureza: política
- total -> em tese, o poder constituinte originário é total porque constrói a nova ordem jurídica do país; o poder constituinte reformador é parcial (devido às cláusulas pétreas).
- direito adquirido? O poder constituinte originário deve respeitar os direitos adquiridos anteriores? depende; ele vai ter o poder para decidir se a nova Constituição vai ou não respeitar os direitos adquiridos anteriores à ela. Num contexto democrático, tende-se a respeitar os direitos adquiridos. Há uma exceção no ADCT.
Quando você adquire um direito por meio dos requisitos legais, a lei lhe dá a segurança jurídica que ninguém vai lhe roubá-lo. O direito adquirido é um direito fundamental consagrado no artigo 5°.
- crítica: ilimitado? A realidade do país pode impor limites ao poder constituinte originário. Do ponto de vista da Teoria da Constituição, o poder constituinte originário é incondicional, porém, na realidade, a história daquela sociedade impõe limites.
Princípio da supremacia constitucional
  Constituição (norma suprema)
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   Lei (norma infraconstitucional)
Poder Constituinte Derivado ou Reformador
- importância -> a realidade muda, a sociedade muda, as demandas das pessoas mudam, o Estado muda; com o tempo, deve-se reformar a Constituição, mas há as cláusulas pétreas (art.60, parágrafo 4°), que não podem ser mudadas. A Constituição vai se atualizando.
- características: subordinado e condicionado; quem define as regras do poder constituinte derivado é o poder constituinte originário (art.60/CF88); ele deriva da força do originário e suas regras são versadas nele.
- natureza: jurídica (art.60)
- parcial (art.60, parágrafo 4°) -> o poder constituinte derivado não pode fazer o que ele quiser, ele tem de seguir as regras definidas pelo Poder Constituinte Originário. Há matérias que sofrem restrições (ele não pode interferir nas cláusulas pétreas).
- pertinente à Constituição rígida -> exigência de procedimento legislativo especial para alterar a Constituição (princípio da supremacia constitucional)
Poder Constituinte Decorrente
Poder Constituinte decorrente dos estados membros:
- Constituição Estadual - autonomia do ente federativo
- ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), art.11, Caput
- Art.11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
1964: golpe militar
1967: outorga da nova Constituição
1969: novo golpe dos militares (fecharam o Congresso) -> Emenda Constitucional n°1/1969 -> nova Constituição, pois mudou toda a Constituição de 67 -> Logo, houve um Poder Constituinte Originário, pois ele não foi parcial.
Poder Constituinte Derivado na CF/88
Reforma constitucional se dá por duas maneiras:
- emenda constitucional (art.60 da CF/88) -> é pontual; pode-se fazer várias emendas constitucionais (não há limite numérico); para mudar a Constituição hoje, só pelo procedimento do art.60°; 3/5 de quórum em 2 votações nas duas casas legislativas.
- revisão constitucional (art.3°ADCT) -> teoricamente falando, ela pode ser mais ampla que a emenda constitucional; só pode haver uma vez (houve em 1994). É também chamada de emenda constitucional de revisão; quórum necessita de maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional (Senado Federal + Câmara dos Deputados).
Poder constituinte reformador na CRFB/88 e seus limites
1) Formais: procedimento legislativo especial
I. Iniciativa: art.60, I, II e III (apresentação de PEC - Proposta de Emenda Constitucional)
* 4 legitimados para apresentar uma PEC: 1/3 dos deputados, 1/3 dos senadores, o presidente da República ou as assembleias legislativas. Só a PEC de autoria de Senador começa primeiro no Senado. As outras PECs apresentadas por Deputados Federais, Presidente da República ou Assembleias Legislativas tramitarão primeiro na Câmara.
Uma PEC pode receber emendas dos parlamentares.
II - Aprovação -> maioria qualificada de 3/5 de cada casa em dois turnos (quatro aprovações).
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Folha de rosto
Estudo Dirigido 1: Iniciativa popular na apresentação de PEC
Nomes emordem alfabética
Referências no final
1) Na doutrina, qual é o entendimento acerca da possibilidade de apresentação de PEC por iniciativa popular?
2) Indique as Constituições estaduais que permitem a apresentação de PEC por iniciativa popular.
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III. Ausência de sanção ou veto: art.60, parágrafo 3°
IV. Art.60, parágrafo 5°
Quando o Congresso Nacional aprova uma PLC/PLO, o Presidente possui poder de sancionar ou vetar o projeto de lei. Se sancionado o projeto de lei complementar, vira lei complementar. Se sancionado o projeto de lei ordinária, vira lei ordinária. Assim, as leis são promulgadas e publicadas. O veto do presidente significa discordância quanto ao projeto de lei aprovado no CN. Ou seja, há um sistema de freios e contra-pesos.
A PEC, por sua vez, não vai para sanção ou veto do Presidente da República. Ela vira Emenda Constitucional a partir do momento em que é aprovada em 2 turnos no CN. Assim, ela é promulgada e publicada.
Quem promulga e publica as Emendas Constitucionais são as mesas diretoras (da Câmara dos Deputados e do Senado Federal).
As emendas constitucionais não necessitam de sanção ou veto do Presidente, vez que o CN representa o Constituinte de 88, que não necessitou do Presidente.
Art.60 parágrafo 5°:
Legislatura -> período de 4 anos de mandato no Legislativo.
Cada ano da legislatura se chama sessão legislativa. Logo, cada legislatura possui 4 sessões legislativas.
Ex.: abr/15 o CN rejeitou a PEC n° X (matéria sobre reforma previdenciária)
A mesma PEC (com a mesma matéria) poderia ou não ser representada na sessão legislativa de 2015? NÃO
2) Temporal? A CRFB/88 tem ou não?
Critério cronológico; ela não tem limite cronológico.
3) Circunstâncias: art.60, parágrafo 1° -> situações de crise durante as quais a Constituição não pode ser modificada. São as seguintes: intervenção federal, Estado de defesa e Estado de sítio.
4) Materiais:
* cláusulas pétreas (art.60 parágrafo 4°) ("Tendência" e "abolição")
Parágrafo 4° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Forma de Estado (CRFB -> Federação) =/= Forma de Governo (CRFB -> República)
Obs.: há ainda Sistema de Governo (presidencialismo/parlamentarismo)
2 classificações
Direitos fundamentais (a respeito do conteúdo):
* individuais = primeira geração
* sociais = segunda e terceira gerações
Direitos fundamentais (como são exercidos):
* individuais = é exercido individualmente
* coletivos = exercido pela coletividade
Ex.: 
art.7 - salário como direito fundamental do trabalhador-> direito social e individual
Direito de greve -> direito social e coletivo
Cláusulas pétreas -> é vedada a proposta de emenda constitucional (PEC) que venha a abolir ou que tenha a tendência de abolir.
- PEC que venha para mudar de federação para Estado Unitário? Inconstitucional (abole a forma federativa)
- PEC que venha para instituir o voto nominal? Inconstitucional (abole voto secreto)
- PEC que venha a reduzir a autonomia dos estados da Federação brasileira? Inconstitucional (possui a tendência de reduzir a Federação, ou seja, possui a tendência de abolir a forma federativa)
- PEC que venha a instituir as eleições de 20 em 20 anos? Inconstitucional (possui a tendência de abolir o voto periódico)
Hoje: voto obrigatório: p/>18 anos e <70 anos
PEC: voto facultativo p/>18 anos e <70 anos? Instituir o voto facultativo não é inconstitucional, pois o voto obrigatório não é cláusula pétrea. Além disso, ele não restringe o direito do eleitor (o direito ao voto possui como titular o eleitor). Atribui ao voto e ao seu titular mais uma prerrogativa ao exercer seu direito. Não abole nem possui tendência de abolir cláusula pétrea alguma.
voto universal -> que não haja nenhum requisito discriminatório para se votar (critério objetivo e normal). Renda, bens, sexo -> critérios discriminatórios para o voto universal. Idade não é requisito discriminatório.
Logo, proibem-se as PECs que abolem ou que tenham a tendência de abolir as cláusulas pétreas. Pode-se muito bem tê-las como objeto de deliberação numa PEC, desde que não são sejam tendentes a aboli-las (pode-se ter PECs para ampliar as cláusulas pétreas; ex: PEC que insira um novo direito fundamental)
Ponto 3: Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. Conceito e gerações.
- conceito de direitos fundamentais: Pérez Luño: "conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretam as exigências da dignidade, da liberdade e da igualdade humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos a nível nacional e internacional." (José Afonso da Silva)
Fonte dos Direitos Fundamentais do Homem:
- Soberania popular (os direitos fundamentais nascem das necessidades, das demandas do povo)
Gerações:
Direitos fundamentais de primeira geração: séculos XVIII e XIX (são chamados assim porque foi nesta época em que houve o nascedouro das primeiras Constituições escritas como normas supremas)
Capitalismo puro - liberalismo econômico
Conteúdo: direitos individuais relativos à vida, à liberdade, à igualdade (formal) -> Sociedade x Estado
Direitos fundamentais de segunda geração: primeira metade do século XX
Crise do capitalismo puro
Conteúdo: direitos sociais, econômicos e cultural -> integração entre Estado e Sociedade
Direitos fundamentais de terceira geração: segunda metade do século XX
Mundo pós-Segunda Guerra Mundial e a sua divisão entre países desenvolvidos e sub-desenvolvidos
Conteúdo: direitos da fraternidade (desenvolvimento, paz, meio ambiente, patrimônio histórico e cultural comum da humanidade, consumidor e comunicação)
Direitos fundamentais de quarta geração: transição do século XX para o século XXI
Contexto: política de globalização do neoliberalismo que compromete a soberania dos Estados Nacionais
Conteúdo: democracia, informação e pluralismo.
Eficácia da norma constitucional
Obra clássica: Aplicabilidade das normas constitucionais - José Afonso da Silva
Introdução: eficácia jurídica e eficácia social (a norma jurídica nos dá a segurança jurídica, mas ela tem de se concretizar na realidade; há de ser buscada a eficácia jurídica da norma com sua eficácia social)
Segundo José Afonso da Silva, do ponto de vista jurídico:
* norma de eficácia plena:
- norma de eficácia imediata
- produção de efeitos imediatos
- é autoaplicável, pois a sua aplicabilidade não está condicionada à regulamentação por lei (infraconstitucional). Se a norma constitucional não precisa de lei regulamentadora, ela é autoaplicável, logo é norma de eficácia plena.
Ex: art.20 - são bens da União:
(...)
VI - o mar territorial
Lei n°8617/93 - regulamenta o (uso do) mar territorial (não é necessária para definir que o mar territorial é da União, pois isto já é asseverado no art.20, VI)
* norma de eficácia contida:
- NÃO é uma eficácia intermediária entre plena e limitada
- tem eficácia imediata, mas a norma futura pode conter esta eficácia inicialmente plena.
Ex: art.5°, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
* norma de eficácia limitada:
- depende do legislador (para regulamentar) e/ou poder público (para tomar providências, medidas, ações para implementar aquela norma) para produzir todos os efeitos pretendidos. Depende de algo mais para produzir os efeitos que ela quer.
Eficácia limitada institutiva (apenas algumas normas constitucionais de eficácia limitada - elas criam algo, obrigatória ou facultativamente):
-> impositiva -> ex: art.98, I --> "A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados CRIARÃO..."
-> facultativa -> ex: art.18 parágrafo 3° --> "Os Estados PODEM incorporar-se entre si,..."
Ex: art.98 - A União, no Distrito Federal e nos Territórios,e os Estados criarão:
I - juizados especiais (...), nas hipóteses previstas em lei (...).
O art.98, I, apenas sinalizou que seriam criados os juizados especiais, de maneira que foram regulamentados pela lei 9.009/95 . Houve, ainda, a necessidade do Poder Judiciário promover a implantação dos juizados especiais.
Efeitos imediatos da norma constitucional de eficácia limitada:
1) revoga a norma anterior que lhe seja contrária (p/ex: a CF/88 revogou a lei do CC/16 que preceituava que o pai era o chefe da família)
2) condiciona a forma (lei complementar ou ordinária) e o conteúdo (art.5°, XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei) da futura norma regulamentadora (que pode ser lei ordinária ou complementar; se vier apenas escrito lei, é lei ordinária; lei ordinária é a regra, enquanto lei complementar é a exceção)
Ex: art.18 parágrafo 3° - Os Estados podem incorporar-se entre si, (...), por lei complementar.
3) cria uma obrigação para o legislador e para o poder público na hipótese de ser impositiva (caso o legislador não a regulamente, isso será uma inconstitucionalidade por omissão)
Lei:
complementar =/= ordinária 
Diferenças:
1) quórum para aprovação no Congresso Nacional
2) matéria sobre qual trata
Norma constitucional de eficácia programática e sua importância em face da eficácia social (efetividade).
Exemplos: arts.3°, 6°, 170°, 182°, caput, 196°, 205°, caput
Normas programáticas -> consagram direitos fundamentais (estes que devem ser efetivados); elas definem direitos fundamentais (não são as únicas), buscando a conexão entre norma e realidade; buscam a eficácia social (também conhecida como efetividade da norma). Elas estabelecem metas e objetivos, por isso são chamadas de programáticas (programas de ação).
-------------
Estudo dirigido 2 p/29/03 - digitado - capa
"Jurisprudências e comentários sobre normas constitucionais programáticas na efetividade de direitos fundamentais"
2 jurisprudências comentadas (por nós, no caso).
Podem ser: Tribunais de Justiça dos Estados, STJ e STF. 
Tem de botar no topo da página do acórdão: "Tribunal, 4a Câmara Cível, Relator:, data da publicação"
--------------
A norma constitucional no tempo
Teoria da recepção: essa teoria verifica a compatibilidade das leis infraconstitucionais com uma nova constituição.
Teoria da recepção material -> verifica a compatibilidade apenas quanto ao conteúdo, à matéria; é adotada
Teoria da recepção formal -> verifica a compatibilidade apenas quanto à forma da lei; não é adotada
Teoria da desconstitucionalização: a constituição anterior é rebaixada de nível, de norma suprema para norma infraconstitucional, com o advento da nova constituição. Ela se mantém no ordenamento jurídico, apenas é rebaixada como norma infraconstitucional naquilo que é compatível com a nova constituição, ou seja, naquilo que for recepcionado pela nova norma suprema. O Brasil não adota essa teoria. No caso brasileiro, a constituição anterior é totalmente revogada com o advento da nova.
Teoria da repristinação: volta da vigência de uma norma anteriormente revogada. Em regra, o Direito brasileiro não adota a teoria da repristinação, salvo disposição em contrário.
Art.155 -> eficácia plena
art.5, inciso LX -> eficácia contida
inciso XLII -> eficácia limitada
art.13 -> eficácia plena
art.215 -> eficácia programática
art.225 -> eficácia programática
Youtube:
* História das Constituições brasileiras - Gustavo Pereira Ribeiro (52 min)
* As 7 Constituições brasileiras - vídeos educativos (8 min)
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Controle de Constitucionalidade
Dispositivos:
- CRFB/88: art.102, I, a, l, p, parágrafo 1°, parágrafo 2°, parágrafo 3° / art.103 e 103-A / art.125, parágrafo 2° / art.97 / art.52, X / art.129, IV / art.34, VII / art.36, III
- CE/MG: art.118
ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade (lei 9868/99)
ADC - Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (lei 9868/99)
ADI Supridora por omissão - Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão lei (9868/99)
ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Legal (lei 9882/99)
NCPC: arts. 948/950 (controle difuso de constitucionalidade)
Princípio da supremacia constitucional
Constituição (norma suprema)
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Lei (norma infraconstitucional)
O poder público e os particulares também devem estar de acordo com a Constituição. Isto é, os atos do poder público e dos particulares devem estar em conformidade com a Constituição.
Relação com a Constituição Rígida -> o princípio da supremacia constitucional está relacionado às constituições rígidas.
Tipos de inconstitucionalidade:
- Por ação (conduta comissiva)/por omissão:
* lei que viola a CF/norma constitucional de eficácia limitada (norma que precisa ser regulamentada em lei, ou que precisa da ação do poder público para que ela produza efeitos -> se o legislador não regulamenta ou se o Poder Público não toma as medidas necessárias -> inconstitucionalidade por omissão)
- Formal ou orgânica (forma da lei; lei que deve ser versada em lei complementar sendo legislada em lei ordinária, por exemplo)/material (conteúdo da lei que desrespeita a Constituição):
* procedimento legislativo/conteúdo da lei que viola a CF
- Total/parcial
* toda a lei viola a CF/ parte da lei (art., inciso, parágrafo, alínea, palavra ou expressão)
Interpretação conforme a Constituição com redução de texto:
Há normas que possuem expressões que ainda constam no dispositivo, porém que perderam a sua eficácia. Isto se dá por meio de interpretação da Constituição pelo STF.
Para revogar uma lei só com outra lei.
- Originária (uma lei que já nasceu violando a Constituição)/Superveniente (era constitucional mas virou inconstitucional; refere-se às leis anteriores à CF/88)
* leis anteriores CF/88 leis posteriores
* STF não admite a inconstitucionalidade superveniente em razão da teoria da recepção material (não há como declarar inconstitucionais leis que já foram revogadas)
Sistemas de controle de constitucionalidade no direito comparado:
- controle político: França (Conseul Constitucionnel)
- controle jurisdicional: EUA
- controle misto: Suíça, leis federais (controle político) e leis locais (controle jurisdicional)
Qual é a natureza do órgão que decide se há ou não inconstitucionalidade? No Brasil, o controle é jurisdicional.
Momento do controle
- Controle prévio: durante o processo legislativo
* proposta de emenda constitucional
* projeto de lei complementar
* projeto de lei ordinária
- Controle repressivo: contra a norma já existente
* emenda constitucional
* lei complementar
* lei ordinária
No Brasil, o controle de constitucionalidade é, em regra, jurisdicional e repressivo. Porém, admite exceções.
Regra:
- repressivo: contra norma já existente
- jurisdicional: feito através do Poder Judiciário que decidirá se há ou não inconstitucionalidade.
- algumas exceções ao controle repressivo e jurisdicional:
* parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ): prévio e político; toda PEC e todo PLC e PLO passam pela CCJ para analisar se são constitucionais; é prévio por ser feito durante o processo legislativo e político por ser feito pelo Poder Legislativo
* veto do Executivo: prévio e político
Congresso aprova projeto de lei; assim, ele vai para o Presidente da República (isto é, sistema de freios e contra-pesos). O Presidente pode sancionar, portanto o projeto de lei vira lei. Ele também pode vetar, por entender que o projeto de lei é inconstitucional (controle de constitucionalidade) ou por ir contra os interesses públicos; assim é controle político e prévio.
Controle jurisdicional e repressivo:
- controle difuso
- controle concentrado
* ADI genérica
* ADI supridora de omissão
* ADI interventiva
* ADC
* ADPF
Controle difuso - aspectos processuais:
- acionado por qualquer um (qualquer um pode arguir a inconstitucionalidade)
- acionadoatravés de qualquer ação: judicial (cível, penal, família, ECA, eleitoral, trabalhista, meio-ambiente, tributário, previdenciário, etc) ou procedimento administrativo
- acionado perante qualquer órgão do Poder Judiciário e da Administração Pública
- exige um caso concreto (autor e réu; o autor quer resolver o seu problema; caso individual; autor x réu)
- controle por via de exceção ou questão prévia -> antes do juiz dar a sentença (deferir ou indeferir), ele deve examinar se há ou não inconstitucionalidade
- controle incidental -> criação de um incidente de inconstitucionalidade
- pode ser reconhecido de ofício -> ou seja, o juiz pode trazer a inconstitucionalidade à tona, sem que as partes tenham arguido. Isso acontece porque o que é de ordem pública pode ser reconhecido de ofício pelo juiz (princípio de ordem pública), ou seja, sem que ele seja provocado.
- efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade da norma:
* a quem atinge e no tempo:
-- regra: inter partes (autor e réu) e ex tunc (retroativo)
Controle concentrado: ADI, ADC E ADPF - Semelhanças e diferenças
ADI (o autor da ADI quer derrubar a presunção de constitucionalidade de uma norma)
Objetivo: declaração de inconstitucionalidade
Objetivo da ação e competência: violação da CR (art.102, I, a); violação da CE (art.125, parágrafo 2°)
ADC (EC n°3/93) (toda lei que se cumpre no direito pátrio goza de presunção de constitucionalidade; o autor de uma ADC quer confirmar a presunção de constitucionalidade de uma norma, transformando-a em uma certeza)
Objetivo: declaração de constitucionalidade
Objeto da ação e competência: no âmbito federal (art.102, I, a); no âmbito estadual (possibilidade ou não?)
ADPF (EC n°3/93 - art.102, parágrafo 1°)
Objetivo: declaração de violação de preceito fundamental
Objeto da ação e competência: só âmbito federal (Lei 9882/99, art.1°, caput e parágrafo único)
ADI e ADC são duas ações em via de mão dupla porque a norma pode ser declarada constitucional ou inconstitucional tanto através da ADI quanto da ADC. Quem ajuiza ADI ou ADC tem que ter competência para tanto.
ADI:
Pedido julgado procedente -> lei declarada inconstitucional
Pedido julgado improcedente -> lei declarada constitucional
ADC:
Pedido julgado procedente -> lei declarada constitucional
Pedido julgado improcedente -> lei declarada inconstitucional
O que são preceitos fundamentais?
- Tudo aquilo que representa os fundamentos essenciais do Estado Democrático de Direito, como por exemplo:
* direitos e garantias fundamentais
* cláusulas pétreas (art.60, p.4°)
* princípios constitucionais sensíveis (art.34, VII)
OBJETO DA ADI:
ADI Federal: tem por base a CF; é ajuizada no STF
ADI Estadual: tem por base a CE; é ajuizada no Tribunal de Justiça do Estado
Inconstitucionalidade de lei municipal: em face da CE e da CF
ADI Federal
- ADI federal: inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (federal ou estadual) x CR -> STF
- ADI estadual: inconstitucionalidade de lei ou ato normativo (estadual ou municipal) x CE -> TJ
- Lei municipal x CE: art.125, parágrafo 2°
  Lei municipal x CR:
1°) controle via ADI estadual (se ela ferir a Constituição Estadual também)
2°) controle difuso ou ADPF
OBJETO DA ADC:
- ADC Federal: constitucionalidade de lei ou ato normativo federal -> CR -> STF
- Possibilidade da ADC no âmbito das Constituições estaduais: art.125, parágrafo 2° (depende de cada Estado; não são em todos Estados que é cabível ADC estadual)
- CEMG/1989, art.118 - são partes legítimas para propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade
OBJETO DA ADPF (só no âmbito federal)
ADPF:
X ato do Poder Público
X lei ou ato normativo -> federal, estadual, municipal -> inclusive os anteriores à Constituição
Não cabe ADI e ADC para leis anteriores à Constituição Federal de 1988, mas cabe ADPF para leis anteriores à CF/88.
LEGITIMADOS PARA AJUIZAR ADI, ADC e ADPF
Art.103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;*
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;*
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional*
interesse de agir:
- legitimação universal (podem ajuizar ADI, ADC e ADPF em relação a qualquer matéria e interesse) -> Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da OAB e partido político com representação no Congresso Nacional
- provar a pertinência temática (provar que o tema discutido é pertinente ao interesse que ele defende) -> Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF, Governador de Estado ou do DF, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Contraditório -> preceito fundamental de qualquer ação judicial;
PGR ajuizou ADI x lei n°9000
P/PGR -> lei n°9000 é inconstitucional
P/AGU -> lei n°9000 é constitucional
Isso é o contraditório. É a possibilidade de se defender numa ação judicial. "O contraditório é, portanto, a opinião contrária daquela manifestada pela parte oposta da lide." (Pedro Lenza)
Advogado-Geral da União (AGU) deve ser citado pelo STF para defender que a lei n°9000 é constitucional numa ADI.
A lei n°9000 está em nome do Estado, possui o poder soberano. Por isso, quando o PGR acusa uma lei de ser inconstitucional, ele na verdade está acusando o Estado de ter feito uma lei violadora da Constituição. Portanto, o Estado terá direito de se defender dessa acusação. No momento em que o Estado promulgou a lei n°9000, apenas fez com que ela tivesse a presunção de constitucionalidade. Isto é, o PGR quer derrubar a presunção de constitucionalidade, enquanto o AGU quer confirmar a constitucionalidade.
ADI -> art.103, parágrafo 3° ("Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado"): nas esferas federal e estadual e motivo
ADC -> não há
Presidente da República ajuizou uma ADC para a Lei 10000 -> PR assevera que a Lei 10000 é constitucional -> pedido do PR é que o STF transforme a presunção de constitucionalidade em certeza.
A falta de contraditório na ADC, em caso de pedido julgado improcedente (da inconstitucionalidade de lei), não macula o processo, vez que o ajuizamento da ADC já defende a constitucionalidade da lei ou ato normativo.
ADPF -> X ato do Poder Público;
X lei ou ato normativo; é igual ao que ocorre na ADI.
MP: custus legis ("fiscal da lei")
ADI -> art.103, parágrafo 1°; 
não há necessidade de comprovação da controvérsia: Lei 9.868, art.3°.
ADC -> art.103, parágrafo 1°
comprovação da controvérsia jurisprudencial relevante: Lei 9868, art.14, III; o autor deve mostrar, na petição inicial, que há jurisprudências conflitantes sobre a constitucionalidade da norma objeto da ADC.
ADPF -> art.103, parágrafo 1°
Princípio da subsidiariedade -> Lei 9882, art.4°, parágrafo 1°; a ADPF só pode ser ajuizada quando não houver outro meio de reparar a lesão a preceito fundamental.
Art.103, parágrafo 1°: O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
Audiências públicas, parecer de peritos e outras informações (em questões polêmicas, o STF pode requerer audiências públicas, parecer de peritos e outras informações, num verdadeiro diálogo com a sociedade, para ajudar na apreciação de casos):
ADI -> Lei 9.868, art.9° e seus parágrafos
ADC -> Lei 9.868, art.20° e seus parágrafos
ADPF ->Lei 9.882, art.6°, parágrafo 1°
Liminar (pedido de urgência; pressupõe uma situação de urgência; caracterizada pela urgência e pela provisoriedade; uma liminar pode ser confirmada ou revogada, isto é, não tem caráter duradouro):
ADI: CR, art.102, I, p -> provisoriamente, a lei é inconstitucional
Lei 9.868/99, arts.10 a 12
ADC: Lei 9.868/99, art.21° -> provisoriamente, a lei é constitucional
ADPF: Lei 9882/99, art.5° -> provisoriamente, há violação de preceito fundamental
Cláusula de reserva de plenário (=número mínimo de votos; maioria absoluta para o STF julgar e decidir na ADI, ADC e ADPF):
CR/88, art.97
- controle concentrado:
* lei 9.868/99, arts 22 e 23°
* lei 9882/99, art 8°
- controle difuso: novo CPC, arts 948/950
maioria qualificada: 2/3 (Impeachment) e 3/5 (PEC)
maioria absoluta -> primeiro número inteiro acima da metade dos membros
maioria simples ou relativa -> primeiro número inteiro acima da metade dos presentes
Ex: STF = 11 Ministros
- Quórum para abertura da sessão de julgamento (2/3) = 8 Ministros
Maioria absoluta no STF = 6 votos
O mesmo se aplica em sede de recurso extraordinário.
Efeitos da decisão definitiva de mérito:
- tipos de decisões definitivas de mérito:
* procedência do pedido:
ADI - lei inconstitucional
ADC - lei constitucional
ADPF - violação de preceito fundamental
* improcedência do pedido
* procedência parcial do pedido
* interpretação conforme a Constituição: com ou sem redução de texto
Efeitos da DDM (decisão definitiva de mérito) na ADI e na ADC que declara a inconstitucionalidade da norma: Lei 9.868/99, arts.27 e 28
- Eficácia erga Omnes: vale para todo mundo
- Efeito Vinculante: Lei 9.868, art.28, parágrafo único - para o Poder Judiciário e para a Administração Pública (federal, estadual, distrital e municipal); essa decisão do STF vincula a todos; a lei não poderá mais ser aplicada.
"Reclamação" (art.102, I, "l") -> se alguém for aplicar certa lei declarada inconstitucional pelo STF, você pode reclamar no STF que a decisão de inconstitucionalidade não está sendo respeitada.
- no tempo - Lei 9.868, art.27
* regra: ex tunc -> nulidade absoluta; a decisão do STF retroage no tempo até a data do nascimento da lei.
* exceções (modulação de efeitos) - requisitos: material ou formal
-> ex nunc -> não retroage; a partir da sentença ou de data estipulada na sentença
-> outro prazo
-> preservar alguns atos oriundos da norma
= nulidade relativa
Requisitos para a modulação de efeitos na declaração de inconstitucionalidade na via do controle concentrado:
Art.27 - ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Requisito material: motivo
Requisito formal: quórum
STF: 
- declarar a inconstitucionalidade da norma: 6 votos
- modular os efeitos no tempo: 8 votos
Efeitos da DDM na ADI e na ADC que declara a constitucionalidade da norma: Lei 9.868/99, arts.27 e 28
- erga omnes
- efeito vinculante: lei 9868, art.28, parágrafo único - para o Poder Judiciário e para a Administração Pública (federal, estadual, distrital e municipal)
- no tempo: era apenas o efeito ex tunc. Porém, o STF vem admitindo o efeito ex nunc também.
Efeitos da DDM que declara a violação de preceito fundamental (ADPF):
mesmos efeitos da ADI e ADC que declaram inconstitucionalidade
Controle concentrado - ADIN supridora de omissão: art.103°, parágrafo 2°
Aspectos processuais
- objetivo: combater a inconstitucionalidade por omissão
- omissão: do legislador (porque não regulamentou uma norma constitucional de eficácia limitada) e do administrador (Poder Público, que não cumpre as obrigações impostas pela Constituição)
- legitimidade ativa: igual a da ADI genérica; 
legitimação universal (podem ajuizar ADI, ADC e ADPF em relação a qualquer matéria e interesse) -> Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da OAB e partido político com representação no Congresso Nacional
necessidade de provar a pertinência temática (provar que o tema discutido é pertinente ao interesse que ele defende) -> Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF, Governador de Estado ou do DF, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
- competência: igual a da ADI genérica; a competência para julgar e processar é a mesma.
- MP: igual a da ADI genérica; MP atua como custus legis;
- objeto: inconstitucionalidade por omissão
- contraditório: art.12-E, parágrafo 2°. O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 dias.
- liminar: possibilidade nos termos do art.12-E da Lei 9868/99, com as mudanças da Lei 12063/2009
Efeitos:
- não tem eficácia erga omnes
- Poder Legislativo: não subordinação
Órgão administrativo: subordinação (30 dias)
- mandado de injunção (o verbo correto é impetrar; eu impetro um mandado de injunção): diferenças e interpretação feita pela STF
Art.5° LXXI - "conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania."
O mandado de injunção é um mecanismo do controle difuso de constitucionalidade.
ADI interventiva: art.36, III c/c art.35/art.129, IV
ADI que tem como escopo decretar a intervenção federal ou estadual. É uma maneira processual (ação judicial) que visa decretar a intervenção federal ou estadual.
ADI interventiva federal x um Estado ou o DF -> ajuizada pelo PGR -> STF -> improcedência do pedido (tal Estado não violou princípios constitucionais sensíveis) ou procedência do pedido (declaração, punição e requisição ao Presidente para decretação de intervenção no Estado); ou seja, o Presidente é requisitado, isto é, ele terá de decretar, já que é ordem judicial.
ADI interventiva estadual x um município -> ajuizada pelo Procurador Geral de Justiça (chefe do MP estadual) -> TJ (Tribunal de Justiça) -> improcedência do pedido (tal município não violou princípios constitucionais sensíveis) ou procedência do pedido (declaração, punição e requisição ao Governador para decretação de intervenção no município); ou seja, o Governador é requisitado, isto é, ele terá de decretar, já que é ordem judicial.
A) aspectos processuais
- motivo: "princípios constitucionais sensíveis" (art.34, VII) -> a violação deles pode levar ao ajuizamento da ADI interventiva
"VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde"
- objetivo: decretar a intervenção contra um Estado (intervenção federal) ou município (intervenção estadual)
- legitimidade ativa: PGR (ADI interventiva federal) e Procurador Geral de Justiça (ADI interventiva estadual)
- competência: STF (ADI interventiva federal) e TJ (ADI interventiva estadual)
B) efeitos
- efeitos declaratório (declara algo; no caso, se há procedência do pedido, que houve violação de princípios constitucionais sensíveis), constitutivo (gera a decretação da intervenção federal ou estadual) e condenatório (haverá condenação; o Estado ou município sofrerá intervenção)
- eficácia erga omnes (art.60°, parágrafo 1°)
Ponto 7: Hermenêutica e Interpretação constitucional - eficácia e efetividade dosdireitos fundamentais
Questionamentos iniciais:
- quantificação do dano moral
- quantificação da multa inibitória (obrigação de não fazer) da multa cominatória (obrigação de fazer)
- polêmica questão do feto anencéfalo e se a sua retirada antes de completar a gestação é ou não crime de aborto - ADPF 54 - julgamento da matéria pelo STF
No Estado Democrático de Direito cada caso é um caso que tem as suas peculiaridades (hard cases).
Introdução
- importância da hermenêutica jurídica: parte-se do princípio que nenhuma norma é absolutamente clara, isto é, todas devem ser interpretadas. A hermenêutica jurídica elabora os métodos de interpretação das normas jurídicas.
- distinção entre hermenêutica jurídica, interpretação e integração.
Se eu uso um método que a hermenêutica elaborou e retiro o sentido (significado) de uma norma, eu entendo o que a norma quer dizer. Ou seja, a hermenêutica é a teoria e a interpretação é a prática. A integração se dá quando há lacunas, e ocorre por meio da analogia, da jurisprudência, dos princípios.
Métodos clássicos - Estado Liberal ou Estado de Direito (séculos XVIII e XIX) e Estado Social de Direito (1a metade do século XX)
São métodos elaborados para qualquer área do Direito, por isso são chamados de clássicos.
- métodos quanto às fontes:
* autêntico (legal) -> a própria norma interpreta ela mesma; quando a própria lei traz conceitos
* judicial -> juiz é o intérprete; são as jurisprudências
* doutrinário -> intérprete é o doutrinador; consulta-se, então, livros, textos, etc
* administrativo -> a Administração Pública interpreta a norma à medida que faz seu ofício.
- métodos quanto à aplicação geral às leis:
* método gramatical: segundo a gramática da língua portuguesa
* método lógico ou racional: trabalha com a lógica aristotélica; parte de premissas verdadeiras
** método sistemático: nunca se pode interpretar uma norma isoladamente; te obriga a analisar a norma num conjunto.
** método teleológico: método que se busca o objetivo da norma (qual é o objetivo que a norma quer alcançar?); muito importante na interpretação das normas programáticas.
** método histórico: é interpretar o contexto histórico da norma (da época em que foi elaborada e que foi aplicada); ocaccio legis (ocasião da lei)
** -> métodos que surgiram no Estado Social de direito (primeira metade do século XX), para acontecer a conexão entre a norma e a realidade.
Princípio da legalidade -> absoluto; tem muita força; não existe liberdade para interpretar a norma, era uma interpretação mecânica; 
Princípio da isonomia
Na visão do Estado Liberal, a legalidade é vista de maneira absoluta, isto é, não há liberdade para interpretar a norma jurídica. É uma interpretação mecânica.
No que tange ao princípio da isonomia, todos são iguais perante a lei. Não quer saber da peculiaridade do caso concreto. É a isonomia meramente formal.
Métodos da hermenêutica constitucional: Estado Democrático de Direito (2a metade do Século XX - dias atuais)
A isonomia aqui é a real, concreta, material, pois há de se apreender as peculiaridades dos casos concretos (hard cases). Vale consignar que é no Estado Social que se inicia a transição de uma isonomia formal para a material, mas é só no Estado Democrático de Direito que a isonomia é, de fato, confirmada como concreta.
- método tópico-problemático: preocupa-se com o caso concreto; o juiz deve analisá-lo como único, com suas devidas peculiaridades; 
Assim, o juiz enumera as possíveis soluções para o caso. Dentre elas, ele escolhe a mais adequada, e, depois, ele checa se ela possui amparo legal. O método tópico, portanto, parte do caso concreto e vê se a solução escolhida tem amparo na norma jurídica.
O ponto vulnerável do metodo tópico é o princípio da legalidade, uma vez que o coloca em xeque. Todavia, ele inova na isonomia, pois adentra na isonomia concreta.
- método concretista: aproveita-se o método classico e o método tópico; assim, pega o princípio da legalidade do método clássico (partir da norma para o caso concreto) e aproveita a liberdade de interpretar cada caso como único, exclusivo do método tópico. Em suma, faz a síntese desses dois métodos.

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