Buscar

Direito Penal - G1 Ivan Santiago

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal
CP:
Parte Geral – teoria do direito, teoria da pena
Parte Especial
7209/84: Código penal é originado em 1940 com parte geral modificada em 1984 com a lei 7209/84
A lei não é revogada por desuso, é necessário ser revogada por lei, para segurança jurídica.
Toda norma penal só pode existir através de lei. Então para criar/modificar alguma lei, é necessário uma lei federal. Em algum momento, ao invés de acrescentar no código, foram criadas leis especiais, sozinhas.
Norma Penal
Art. 5, XXXIX CF -> Princípio da reserva legal (legalidade)
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Ponto de partida para o estudo do direito penal.
Não posso alterar a lei penal e usá-la para o caso passado. Causaria uma insegurança jurídica. Se eu mudar amanhã a lei, a partir dali será crime. Para o caso concreto que ocorreu anteriormente não será crime. Não posso retroagir com a norma penal.
A lei penal precisar ser aprovada, sancionada e superado o período de vacância (se houver), precisa estar em vigor.
Precisa de lei federal, pois a Constituição Federal determina isso.
Enquanto não houver uma lei constituindo crime, está liberado. Para proibir e dizer que é crime, precisa de lei, além de dizer qual é a pena.
Não se cria crime por decreto, resolução ou medida provisória (apesar de ter força de lei). Somente lei pode criar crime e pena.
Art. 22, CF – Apenas lei federal regula o direito penal. A fonte do direito penal é a lei – analogia, usos e costumes, princípios gerais do direito não são usados para criar normas penais.
Norma Penal incriminadora - cria crime e difere pena
Norma Penal explicativa – explica a norma
Norma Penal permissiva – o exemplo de legitima defesa. Autoriza comportamentos que a principio seriam criminosos. 
Art. 5º XLVII – cláusula pétrea (só pode ser mudada com nova constituição.
Norma penal incriminadora -> Art. 5º, definir criação de crime e pena. É a maior sanção do direito brasileiro, e a privação da liberdade.
Preceito/sanção -> Definição do comportamento proibido = P/S
Ou
Preceito primário/preceito secundário = PS/PS
Não há crime nem pena sem base em lei ou em lei anterior (lei tem que preexistir do fato para que possa haver crime). Portanto, há 2 princípios contidos no art. 5º inciso XXXIX
- Inciso XXXX – Lei penal não retroage 
A confissão não tem sentido absoluto, não existe uma soberania da confissão às outras provas, nem a confissão sozinha serve.
Busca-se preservar a liberdade a qualquer custo.
Se eu descriminalizar uma norma, devo retroagir com a norma para soltar o réu (inciso 40), qualquer coisa que beneficia deve retroagir.
Art. 1º CP -> Não há crime nem pena sem base em lei ou em lei anterior.
Anterioridade da Lei
        Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Art. 2º CP -> Especifica o inciso 40 da CF. Qualquer benefício deve ser aplicado, não será insignificante. 
Norma Penal incriminadora -> P (preceito)/ S (sanção)
Preciso ter uma norma jurídica eficaz para, a partir dali, incriminar alguém. 
*Art. 5º inciso 39
Anterioridade da lei e reserva penal – princípio da estrita reserva legal. 
Fonte do direito penal é estritamente a lei. O imperativo legal está implícito na norma penal incriminatória.
Lei Penal no tempo
CP. Art 1º e 2º = inciso 39,40
A lei penal no tempo é uma constant, pois há alterações a todo instante.
- Tempo do crime (CP, art. 4º)
Tempo do crime
        Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
O tempo do crime, é o tempo da ação ou da omissão, ainda que não seja o momento do resultado.
Normalmente os crimes são feitos por uma ação, mas as vezes, em vez de dizer para você não fazer, ele manda você fazer, ele quer que você faça algo, e se não fizer, irá constituir crime.
Ex: art. 135 CP.
Omissão de socorro
        Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Há ações que são realizadas em um certo momento só tendo o efeito tempos depois.
Ex.: Eu atiro em alguém e a pessoa ferida fica em coma por 1 ano, morrendo depois disso. Nesse tempo, o legislador aumenta a pena, modificando o crime de homicídio, então o art. 4º, determina que a lei do crime é a lei da ação, mesmo o resultando vindo depois.
Se fosse:
Do resultado – teoria do resultado
Se tanto faz – teoria da ambiguidade
Da ação – teoria da atividade
Tempo do crime é o tempo da ação ou omissão
Só haverá descriminalização se vier uma lei para dizer que tal comportamento não é mais criminoso.
Se a lei descriminalizar o ato, ela irá retroagir para beneficiar o réu.
Abolitio criminis (Art. 2º): É a situação de uma lei nova que descriminaliza determinado comportamento. 
 A pessoa foi pega quando determinado comportando ainda era crime.
Processo penal:
Quando o sujeito pode ser condenado?
Quando se reconhecer autoria (quem o fez) e materialidade (prova de que houve crime)
Não adianta um corpo, se eu não tiver certeza do autor.
Só há condenação com a autoria e materialidade, prova que irão ser feitas no processo, tudo depende da tese que você usa.
Todo processo precisa de uma acusação (petição inicial)
MP= denúncia – regra, ação pública
Vítima = queixa – exceção, ação privada
Falando ao crime = notícia de crime
Para se iniciar o processo, é necessário um mínimo de prova da autoria e materialidade, ou seja, que houve um crime, e que vincule aquela pessoa ao crime. O promotor/vítima de um crime precisa de uma investigação para chegar nessa prova, a polícia judiciaria (polícias investigativas = civil e federal) devem investigar, achar provas para então abrir um processo judiciário. Se aconteceu o fato, temos que apurar, a polícia ira instaurar um inquérito, terá um responsável pela investigação (delegado da delegacia mais próxima), esse inquérito terá um responsável pela investigação, se ele determinar a pessoa, irá então denunciar ao MP. Se faltarem provas, volta para a delegacia, senão, começo o julgamento. Cabe recurso de 1ª instancia. 
Se acontecer abolitio criminis:
Se não foi instaurado – não poderei instaurar o processo
Se está instaurado – encerra o processo
Se já foi condenado – o magistrado encarregado pela instancia deverá encerrar o processo, cessa a execução.
Se já está transitado em julgado – solta o sujeito
Se já cumpriu pena – não terá nenhum efeito prático, porém, caso cometa outro crime não será considerado reincidente
Trânsito em julgado é uma expressão usada para uma decisão (sentença ou acórdão) judicial da qual não se pode mais recorrer, seja porque já passou por todos os recursos possíveis, seja porque o prazo para recorrer terminou ou por acordo homologado por sentença entre as partes. Daí em diante a obrigação se torna irrecorrível e certa.
- A partir do momento que transitar em julgado, caberá ao juiz da vara de execução penal realizar as mudanças no caso.
Art. 2º CP caputs – a atividade persecutória se encerra com a transição em julgado.
X ------------------------------------------- Transita julgado ****************** 
| |
Prova execução da pena
Art. 63 -> A pessoa que está em transito julgada, se comete outro crime poderá ser reincidente, depois de 5 anos, esse crime desaparece.
 Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no Paísou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
A abolitio crimmis fará a coisa julgada desaparecer, fazendo com que o beneficiado, se cometer outro crime no futuro, não seja considerado reincidente. Então, a abolitio criminnis cessa a execução da pena e retroage à sentença porque deixa de se existir, assim como o efeito secundário (pena). Ela aparece para desconstruir a coisa julgada (art. 63, 64, I). Se já tiver cumprido a pena, o único efeito é que não será considerado reincidente.
Art. 91, 92 – efeitos genéricos e específicos da condenação – efeitos produzidos fora do direto penal.
Efeitos genéricos e específicos
        Art. 91 - São efeitos da condenação: 
        I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;  
        II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:  
        a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
        b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1o  Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. 
§ 2o  Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda.  
        Art. 92 - São também efeitos da condenação: 
       I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:  
        a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;  
        b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.  
       II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;   
        III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.    
        Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Se há dano, há também a responsabilidade civil.
- Fato criminoso danoso a vítima -> obrigação de indenizar
* Art. 387, CPP IV – Área de interseção entre o Direito Penal e o Civil
Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória:
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; 
- Abolitio criminis faz desaparecer os efeitos penais, mas devido ao dano civil, há a manutenção dos efeitos civis. Continua com obrigação de indenizar, porém desconstrói o ato criminoso, todo fato danoso não necessariamente é criminoso.
* Art 2º, CP
O juiz deve retroagir a lei mais benéfica.
Se estiver em transito julgado, cumprindo pena, terá que fazer o equivalente da nova lei com a antiga, para saber qual será a nova realidade. Terá que fazer uma proporcionalidade.
Ex:
| 2 – 10 | 1 – 4 |
 
Lei Excepcional ou temporária
Art. 3º 
Lei excepcional Não tem data especifica para término, porém está atrelada à excepcionalidade, uma calamidade atrelada a ela.
Lei temporária Não é privilégio do direito penal. Ex.: leis para a copa, acabada a copa, acabará a lei.
O sujeito que cometeu o crime durante a vigência desse tipo de lei vai continuar respondendo depois que o período de vigência dessa lei terminar.
Lei excepcional ou temporária 
 Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Lei penal em branco: O legislador define em parte, já que precisa de complementação, porém define a sanção integralmente. O complemento poder ser com outra lei, algum instrumento normativo, e etc. 
- Art. 33 da Lei de Drogas (lei 11343/2006)
Eu tenho um preceito, porém, precisa ser complementado. Eu preciso olhar a portaria da Anvisa sobre o que é “droga”.
Modificação do complemento:
Esse complemento é uma norma, quando se altera algum complemento, precisa-se observar se a norma é momentânea ou com caráter de perpetualidade, olhar a natureza do complemento.
Complemento com caráter de perpetualidade a liberação da maconha teria um caráter para sempre. Não haver a liberação somente para um contexto X, então haveria o aproveitamento da situação, já que a lei não retroage (art. 3º)
Complemento com caráter momentâneo a portaria para conter os preços dos produtos na inflação era de 10 e a pessoa colocou 12, enquanto é processada, esse valor muda para 14, nesse caso, ela não aproveitará, pois essa norma era de caráter momentâneo, sabia-se que iria mudar, não irá retroagir.
Lei penal no tempo – a lei retroagirá?
| 3 – 10 | 5 – 8 |
X (crime)
Irá utilizar uma ou outra usando a ponderação, a mais favorável naquele momento.
Se for decidido eu irá se aproximar da pena mínimo, ou próximo disso, trabalhará com a primeira. 
Se for se aproximar da máxima, ou próximo disso, utilizará a segunda, pois a pena máxima é mais baixa.
Lei penal no Espaço 
É a questão da territorialidade da lei penal brasileira – até onde posso aplicá-la? Exemplo: se alguém encomenda cocaína do Paraguai para o Brasil, a lei penal brasileira pode ser aplicada? E se alguém leva um tiro no Brasil e vai para a Argentina? E se um escocês esfaqueia um Frances em um navio italiano ancorado no Brasil?
Se o crime aconteceu no Brasil, este não tem subordinação nenhuma no que ocorreu em outro pais. Já se o crime ocorreu fora do território brasileiro, pode ser que o Brasil está subordinado à aplicação ou não de uma lei de outro Estado. 
Art. 5º CP – A regra é a territorialidade, ou seja, se o crime no todo ou em parte, ocorreu em território brasileiro o Brasil tem competência para aplicar sua lei.
Quando pode-se dizer que ocorreu em território brasileiro:
Quando a ação ocorreu aqui
Quando o resultado ocorreu aqui
Quando a ação e o resultado ocorreram aqui
Para saber se o crime ocorreu ou não em território nacional, no artigo 6º do Código Penal, está indicada a noção de lugar do crime. Aqui o legislador leva em consideração: a ação (total ou parcial), o lugar do resultado, o lugar onde o resultado poderia ocorrer. O principal é entender se o crime ocorreu no Brasil ou não – se acontece no Brasil, aplica-se a lei penal brasileira. Um crime ocorre no Brasil quando a ação ou omissão aconteceu aqui – ou o seu resultado (conteúdo do artigo). Se a ação aconteceu aqui ou o resultado aconteceu aqui, podemos aplicar a lei brasileira. O Brasil é responsável pelos crimes em seu território. Exemplo de ação parcial: Se um homem dá um primeiro tiro no Brasil e termina por dar outros tiros e gerar a morte na Argentina. Dar vários tiros não corresponde a várias ações – mas sim a uma única ação dividida em atos. 
A hipótese de “deveria produzir-se resultado” se aplica a crimes dentado (artigo 14 inciso II do CP). É uma tentativa de crime em que o resultado almejado não se produz por circunstância alheia a quem pratica a ação. Se uma pessoa é socorrida no Brasil, e, caso não fosse, resultaria em morte, ocorre um crime dentado que pode ser julgado pela ordem jurídica brasileira.
Se outro país irá julgar o mesmo crime ou não, isso é uma questão de soberania e deve ser respeitada.
O Código Civil utiliza a Teoria da Ambiguidade no artigo 6º - indica que uma pessoa pode “estar em dois lugares ao mesmo tempo”. O tempo do crime indica a lei penal aplicável, enquanto o lugar do crime indica o ordenamento jurídico que possui legitimidade para julgar o crime. É um debate de soberania. Todo crime ocorrido em território nacional - se ocorrer a ação (ou parte dela) ou o resultado (ou o almejado) - poderá ser aplicadaa lei penal brasileira. Não interessa a nacionalidade do autor do crime, da vítima do crime ou do bem jurídico protegido.
Existem exceções relacionadas à imunidade diplomática que serão analisadas depois. 
Sobre o conceito de território – Artigo 5º do Código Penal traça o princípio da territorialidade. No caput, indica que todo o crime que ocorre no Brasil é julgado por lei brasileira, com a ressalva dos Tratados e Convenções Internacionais (a principal é a de Viena) que fazem com que a lei penal deixe de ser aplicada por um fato ocorrido aqui. Território Nacional é toda a faixa de terra e o mar territorial (12 milhas náuticas é a metragem que interessa para fins penais). Depois dessas milhas, é considerado alto-mar (nele, existe a ausência do exercício de soberania de qualquer país). 
Os parágrafos (1º e 2º) do artigo 5º CP indicam localidades que são consideradas extensões do território nacional. Ainda são casos de territorialidade (não de extraterritorialidade!). Exemplos são as aeronaves e os navios brasileiros a serviço do governo e o espaço aéreo brasileiro. A recíproca também é verdadeira: um navio estrangeiro é extensão territorial do país de origem do navio. O Brasil apenas pode aplicar sua lei nesse navio em uma hipótese de extraterritorialidade. No caso de aviões e navios privados brasileiros, somente poderá ser aplicada a lei brasileira se estiver em território brasileiro ou em alto-mar (onde não é soberania de nenhum país) – parágrafo 2º. Navios estrangeiros em território nacional serão julgados pela lei penal brasileira. 
Existem hipóteses de extraterritorialidade também. São crimes que ocorrem completamente fora do Brasil, mas que podem ser julgados por lei brasileira. Estão presentes no artigo 7º CP os casos de aplicação da extraterritorialidade.
Extraterritorialidade, art. 7
Quando o crime ocorre fora do território nacional. De jeito nenhum aconteceu no Brasil, de jeito e forma alguma aconteceu aqui e ainda assim posso aplicar a lei penal Brasileira. A regra é não aplicar, essa é exceção. O crime não tocou aqui nem nessas extensões, mas excepcionalmente temos interesse em aplicar a lei penal. Incondicionada --> ocorreu fora do país sem haver necessidade de nenhuma condição perícia para aplicar lei.
Ex: olhou a questão, se aconteceu no Brasil, é o 6 combinado com o 5. 
Os casos de extraterritorialidade incondicionada - são aqueles casos narrados no inciso I. Não preciso de condição.
Os casos de extraterritorialidade condicionada - são aqueles casos do inciso II. Todas elas juntas, preciso de todas as condições juntas, não serve se não tiver algum. "Concurso de condições".
Hipóteses:
A) Crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente: não precisa estar morto, pode ser a tentativa. Contra a liberdade, pode ser um sequestro. O que me interessa é o fato da vida ser o presidente da república, não importa a nacionalidade do agente. - CASO DE EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA.
B) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. - Crime de falsificação de moeda, crimes contra a embaixada. Independentemente do local que ocorra, será aplicada a lei penal Brasileira.
Ex: Um escritório brasileiro sobre as Olimpíadas em Paris é atacado por um black block francês. 
Contra a administração pública: 
A questão do Consulado - o consulado não é extensão do território nacional, respeita-se o local pelas leis internacionais. No caso, eu posso julgar um crime contra a administração pública caso houvesse um desvio de dinheiro dentro do Consulado Brasileiro em qualquer lugar, eu poderia aplicar a lei penal Brasileira por essa hipótese de extraterritorialidade, e não por ser "território brasileiro". Se fosse, eu não precisava aplicar uma regra de EXTRAterritorialidade.
Genocídio: O crime de genocídio está tipificado na lei 2889/56 
"Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo; 
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; 
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; 
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; 
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; 
Será punido:
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;"
Crime cometido por estrangeiro contra Brasileiro fora do país - parágrafo 3.
Fundamentos:
Princípio real ou da defesa, 7, I, a, b e c:   
                                                                                                                              
      2. Universalidade, 7, I, d e II,
 Genocídio: O crime de genocídio está tipificado na lei 2889/56 
O crime de Genocídio, caso não ocorra no Brasil, o fundamento o qual o Brasil se prontificou a reprimir, por meio de tratados. Não importa em qual lugar, os países se juntaram para combater o Genocídio. Caso o autor for Brasileiro ou tenha residência aqui, será aplicada a lei penal Brasileira.
     3. Personalidade: Ativa 7, II, b e Passiva 7, parágrafo 3
Ativa: crime de brasileiro contra brasileiro.
Passivo: crime de estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil de acordo com condições.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
        b) houve requisição do Ministro da Justiça.
     4. Da bandeira, 7 II, c
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Você volta a aplicar a lei da bandeira daquele navio ou daquela aeronave. Caso tenha ocorrido julgamento em outro país, não poderá ser aplicado. E somente se atender as seguintes condições: 
--> Concurso de condições: preciso que todas estejam presentes. 
Condições:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
        a) entrar o agente no território nacional; 
        b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; Nesses casos de extraterritorialidade condicionada, precisa haver reciprocidade, a lei tem que ser proibida lá e cá. 
        c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (LEI 6815 - estatuto do estrangeiro) - não é necessário olhar essa lei, somente os artigo 5, 51 (LI) e 52 (LII) da CF. 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; Crime cometido com motivação política, é um pouco complicada essa definição, porém caso se constate esse crime, não será extraditado. ESTRANGEIRO. Aquele delito com conotação política, motivação política levou aquele crime. Aquele crime também que ocorreu por crime de opinião. 
Se for um desses crimes que não cabe extradição, o Brasil não pode aplicar a lei penal Brasileira, no caso em crimes políticos e de opinião. Para eu continuar verificando se poderá aplicar a lei penal Brasileira, precisa ser um crime onde é autorizada a extradição. 
        d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; Se o cara foi processado lá e cumprido pena, ou absolvido, mesmo que a pena lá tenha sido muito inferior, eu não posso maispuni-lo aqui. 
Em um caso onde o cara saiu daqui, foi pego lá e punido lá, se enquadrará na territorialidade, pois ele cometeu o crime AQUI. Será um caso do inciso 6. O caso deve ser visto de frente para trás.
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Para o Estado punir alguém, não basta que o cara tenha cometido crime, o Estado tem o poder de punir. No momento que o sujeito comete o crime e o Estado tem o poder de punir, o Estado precisa punir em concreto dentro do tempo (é variável), ou seja, agir para não acontecer a prescrição, pois ele não pode mais exercitar o direito dele de punir apesar de ter havido o crime. Porém não é só a prescrição que existe, como por exemplo, a morte da pessoa. Não pode-se cobrar o filho dele. Por isso esse artigo fala que a lei precisa ser punível nem lá, nem cá, no que for mais favorável. 
- ART 107: A punibilidade não pode estar extinta nem lá, nem aqui. Art. 107 diz quais são os casos se extinção da punibilidade.
Imunidade
Tem várias acepções, extensões essa imunidade. A imunidade mais absoluta e outras relativas. A ideia principal da imunidade é porque vimos uma regra de que qualquer crime ocorra aqui dentro, será aplicada a lei penal brasileira, porém há situações de imunidade, onde não posso aplicar a lei penal e dependendo do tipo de imunidade, nem sequer será considerado crime, a pessoa por ter uma situação de imunidade, aquele ato não será considerado crime. É uma ideia de que aquela regra de que o crime acontecido no Brasil necessariamente será usada a lei penal, você colocará um certo freio (as vezes maior outras menor). Algumas funções estão atreladas uma imunidade, não é a imunidade para aquela pessoa, é para sua função. Se a pessoa deixa de realizar aquela função, perde essa imunidade. Não é pessoal, do indivíduo, mas está atrelado a função exercida por alguém. 
CF, art. 86 - ler de trás para frente
- Do presidente 
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
O presidente não será responsabilizado no exercício de sua função. 
Ex: o presidente usa uma moto e atropela uma pessoa. Como não tem nada a ver com o exercício da sua função, houve crime, porém ele não será responsabilizado enquanto o mandato dele estiver durando, não posso ter inquérito, um processo, mas quando terminar o mandato, eu posso processá-lo. Acabou o mandato, ele pode ser responsabilizado. No exercício do mandato ele não poderá ser responsabilizado por ato estranho. A transcrição (Estado não poder mais punir alguém porque passou o tempo), esse tempo é variável (ART., 109), de acordo com a gravidade do crime. Pode acontecer de prescrever, infelizmente. Se o crime acontecer no começo do mandato, com reeleição, 7 anos ai passará, então a chance de prescrever é grande, há essa lacuna. 
Se for crime anterior?
Eu também tenho que parar aquele processamento, pois não posso processa-lo por fatores estranhos ao exercício do mandato.
Fatos relacionados ao exercício do mandato eu posso e devo julgar, ele usou a função dele para alcançar esse fim, vai poder ser processado, e poderá ser responsabilizado e terá toda uma técnica. 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
CRIME DE RESPONSABILIDADE (infração administrativa): 1079/50
O crime de responsabilidade só pode ser associado ao exercício da função, o crime comum são aqueles fora do exercício da função caso seja aceita o processo do presidente da República.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
Para haver o julgamento, eu preciso da aprovação de dois terços do total de deputados (não os presentes), para só assim poder abrir um inquérito. 
Como será o Senado que irá julgar o presidente, ele não passará a fazer parte desse passo anterior. 
É necessário saber qual a natureza do crime, se é infração penal comum ou crime de responsabilidade (processo que apura os crimes de responsabilidades possui o nome de processo de impeachment), crime de responsabilidade não é crime, não tem como sanção a possibilidade do acusado ser preso, sanção que você tem sempre tem a ver com recenseamento de direitos políticos (mandato, ser elegível). 
Após ser aprovado essa acusação, serão abertos 2 processos (caso houve um infrações penais comuns e crimes de responsabilidade), o crime de responsabilidade será julgado por uma função anêmona do Senado, que normalmente não tem essa função, e o crime penal comum será julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
OBS: 102, CF diz quais os casos será julgado pelo STF.
EX: O Collor foi acusado por crime de responsabilidade (Senado) e crime comum (STF), Collor renunciou um dia antes, e o Senado achou que ele poderia continuar sendo julgado, sendo condenado e levado até o fim. No STF, ele foi absolvido por problemas de provas.
 Mesmo com o Presidente tenha renunciado ele irá ser julgado pelo STF? 
Esse entendimento mudou, acreditava-se que havia uma prorrogação da competência, ele poderia continuar sendo julgado. Hoje, você só julgará o sujeito no exercício da sua função, se ele não está mais no cargo, o Supremo renuncia a sua preferência. Hoje, a atual orientação é que esse foro com prorrogativa de função, ele só existe quando o cara estiver exercendo o mandato, há uma declina de competência. 
Afastamento compulsório do presidente depois que a Câmara autoriza o processo, o que não significa que ele perde o cargo, ele só é afastado, pois não tem como ter um presidente sendo julgado e exercendo o poder. 
Há prazo para o afastamento do residente. Ele não pode ser preso sem sentença condenatória (crime de responsabilidade não gera prisão). 
A regra é a pessoa ser presa depois de condenada. Existe a possibilidade da pessoa ser presa antes ou durante o processo. A prisão antes do trânsito em julgado precisam de uma necessidade processual (pessoa foragida). Estas prisões não podem ser entendidas como antecipações da culpa (prisões provisórias). A pessoa solta prejudica o andamento do processo (necessidade processual).
Governador de Estado? A CF/88 não fala nada a respeito de crime do governador, portanto, há uma isonomia em relação aos artigos referentes ao presidente. Pode ser julgado durante mandato desde que haja autorização da Assembléia Legislativa.
Prefeito: Não tem nada, o máx. que tem é ser julgado pela 2 instância no TJ.
- Parlamentar:
Há 2 imunidades para os Parlamentares. Analisaremos os parlamentares da união, dos estados e do município. 
Art. 53
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ouDeputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Temos 2 espécies da imunidade parlamentar: 
Material - também chamada de inviolabilidade (caput, 53). Essa liberdade de poder falar sem sofrer sanções, é inerente a atividade parlamentar. Por quaisquer manifestações do trabalho legislador, nem sequer há crime. Não é que houve o crime e eu não posso processá-lo, não tem crime. Os crimes principalmente do art. 138,139 e 140 CP, ele não comete crime, a inviolabilidade impede que seja chamado de crime. Sequer o comportamento poderá ser considerado típico. Mas eu tenho uma restrição, óbvio que tem que estar associada ao exercício da função. Não precisa estar dentro da casa legislativa, ele pode estar na rua em campanha, está fazendo uma investigação. Se ele não estiver em exercício de função, não estará acobertado por essa imunidade, é estrita ao exercício da função do parlamentar. Não precisam ter sido dentro da casa legislativa que eles pertençam, desde que relacionado ao exercício da função. 
Lei 7716 - Preterir alguém por caráter de cor. Modalidades do racismo, mas ainda não é um entendimento dominante, alguns alargam.
O professor acredita que os parlamentares em exercício da função, poderiam cometer um ato de racismo, 140 parágrafo 3, está acobertado aqui, fruto de palavra, voto em exercício.
Não está no exercício da função, ele terá o crime. Pode acontecer, do cara ir tomar um cafezinho na casa legislativa, xingue o cara e cuspa o café, mesmo dentro da câmara, ele não está ligado em atividade parlamentar.
Processual 
- Parlamentar
Absoluta ou inviolabilidade ou material (art. 53 CF) - Deputados Federais e Senadores. Somente o acompanha na qualidade de parlamentar. A gênese nasce na Rev. Francesa, fez-se necessário dar poderes para que os representantes do povo se expressem sem sofrer represálias. 
Deputados estaduais (art. 27, parágrafo 1, CF) - O legislador demanda que sejam aplicados para os deputados estaduais, as mesmas regras aplicáveis aos deputados federais. Tudo que eu falar sobre os deputados federais, valerá aqui. Manda aplicar essa isonomia entre os deputados federais e estaduais, aplica-se também essa inviolabilidade, serão as mesmas limitações (quando no exercício da função) e direitos. Tem que estar no exercício da função e não há base geográfica.
Vereadores (art. 29, inciso 8, CF) - Os vereadores terão a mesma questão de inviolabilidade, não terei sequer um crime se materializando em quando em razão de opinião e votos. Aqui haverá uma limitação geográfica, em uma leitura específica, se o vereador Rio de Janeiro se for a Caxias, que é outro município, não haverá mais essa inviolabilidade. Porém estender isso não é problema, estender a lei penal só não é possível para se criar crimes. Em uma CPI, por exemplo, se ela convoca um cidadão de Niterói, a comissão vai a Niterói ouvir o cara, ou olhar uma empresa sediada em Niterói para ver se existe, é uma possibilidade, já que é um vereador do Rio de Janeiro em desempenho em outra cidade, município. Lógico que no exercício da função se aplicará essa inviolabilidade.
Processual ou formal - Aqui há o crime, mas pode-se dizer que há um obstáculo para o processamento do cara em um crime. 
COMO ERA: Até a emenda constitucional 35/2001, os parágrafos do art. 53 tinham uma certa redação, a EC 35/2001 alterou substancialmente essa imunidade. O foro não muda, continuará sendo julgado pelo STJ. Acontecia que por qualquer crime que não fosse opinião, palavra ou voto (pois isso não é crime), qualquer outro crime, sem estar no exercício da função, qualquer crime que o cara fosse acusado, eu não poderia ter investigação nem processo se não houvesse uma autorização da casa legislativa a que ele pertence. Para ele ser processado ou investigado no curso do mandato. Mas irá suspender o prazo prescricional, suspenderia a prescrição. Se ele não fosse reeleito, ou parasse de exercer o caso, seria então processado. Isso gerava um clamor públic, então o legislados quis mudar isso. 
COMO ESTÁ: Art. 53 
Hoje, o cara cometeu qualquer crime (relacionado ou não ao exercício da função), ele será investigado e processado, não precisa de autorização nenhuma. Porém, há um dispositivo no 53, que permite que a casa legislativa interrompa o processo, interrompa a investigação e enquanto tiver em vigor o mandato do cara, irá suspender a prescrição
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
O Senado manda um ofício para a casa legislativa comunicando o processo à casa legislativa, se houver iniciativa de um partido político, se ficar quieto não acontece nada. Terá assim um prazo de no máximo 45 dias, não pode mais ser apreciada a sustação. A casa legislativa pode, por maioria, suspender o caso. Vai suspender o processo e a prescrição enquanto durar o mandato. Quando acabar o processo, o STJ perde a competência mas ele será julgado por uma 1ª instância. 
** Será válida também para os deputados estaduais. O dep. estadual não é processado no Supremo, dep. estadual não tem foro no STJ. Recebida a denúncia contra um deputado por um crime no curso do mandato, o tribunal comunica a Assembleia, a assembleia pode assim, por pedido de algum partido, suspender esse processo.
O vereador nunca teve imunidade formal. Somente a absoluta ou material. Não existe isso, não tem como suspender, ele será processado.
ABSOLUTA OU IMUNIDADE: PARA TODOS
PROCESSUAL OU FORMAL: SÓ EXISTE PARA DEPUTADOS E SENADORES (vereadores não tem).
- Advogado (art. 133, CF)
Não há formatação de um crime, fala-se em inviolabilidade dos atos e manifestações do advogado no exercício da profissão, dentro dos limites da lei. Ele deve ter como defender o direito de alguém e as vezes ofenderá alguém para garantir a defesa de seu cliente.
Art. 142 do CP: 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
Pode ocorrer a ofensa, crimes contra a honra (138,139, 140), o 142 diz que não haverá crime no debate em difamação e injúria, fica de fora a calúnia. O advogado não pode então caluniar, somente em juízo, no processo poderia cometer na discussão da causa difamação e injúria.
L 8906/94:
Art. 7 parag. 2: § 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, semprejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos
excessos que cometer .
O STF no art. 2 decretou inconstitucionalidade do "desacato", e tirou. Porém, essa lei colocou mais, porque permite não só em juízo, mas também fora dele. Essa colocação é muito importante, pois o advogado não está atuando somente no juízo, e o advogado muitas vezes está atuando e não só no processo. Houve uma extensão da colocação. Ex: bater boca com delegado na delegacia, falar para o jornal que o delegado inventou provas. Todas muito importantes para o exercício da função. 
E a calúnia que não está a princípio na lei, porém existem alguns julgados que estendem as imunidades para a calúnia, estende essa inviolabilidade a calúnia. Depende da interpretação do juiz. 
- Diplomática
Não está na CF, porém alguns tratados internacionais quando ratificados pelo brasil, tem um pilar constitucional. Por isso, quando falamos em relações diplomáticas, estamos falando da Convenção de Viena, ela é internalizada no Brasil pelo Dec. 56435/65.
Como funciona?
Um diplomata que vai exercer sua função em outro, ao chegar, primeiramente para exercer essa função diplomática, ele precisa ser aceito nesse pais, ele leva essa carta para lá (o diplomata pode não ser aceito no país). Uma vez aceito nesse país, ele goza de algumas imunidades para que aquele sujeito possa estar ali resguardado. Essa imunidade tem uma feição particular, ela é uma imunidade jurisprudencial, ele não se submete a jurisdição daquele país (nem penal, nem civil). Eu não estou de falando de imputabilidade, ele cometeu o crime, mas não se submete a jurisdição daquele país que se encontra, o que não quer dizer que ele não vai responder no país dele pelo crime, porém não tem como obrigá-lo a fazer algo.
Ex.: Um diplomata russo veio ao Brasil, bebeu muito e atropelou uma pessoa. 
Ou o país dele levanta essa imunidade, que é possível de ser feita, que dependendo do contexto é o mais adequado (porém não é obrigatório), é uma escolha política. Pode-se levantar a imunidade diplomática e o cara será processado como qualquer outro, ele será julgado por aquele judiciado. 
Se o país não levantar a imunidade e não julgar, o país pode também considerar esse cara como persona não grata, retira a carta de "recomendação", ele terá que ir embora e voltar pro país dele, ele não volta mais para o país e não exerce mais essa diplomacia aqui. 
--> Art. 9 (CP): Sentença estrangeira.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:( 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
O cara está condenado nos EUA por 20 anos de prisão, é americano e está aqui no Brasil. O Brasil não irá cumprir sentença estrangeira, cumprimento é um ato de soberania, um país não pode obrigar o outro a cumprir sentença. Eu posso pedir a extradição, para que eu faça ele cumprir essa pena, mas não posso pedir para alguém cumprir minha pena. 
O ato de execução é um ato de soberania, não posso delegar essa função. O mecanismo que eu tenho é pedir a extradição. 
O art. 9 diz que o que eu posso fazer com essa empresa estrangeira é cobrar um dinheiro, mas nada mais. 
--> Art. 10: Contagem de prazo
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
Se eu recebo hoje um oficial dizendo que eu tenho 10 dias para apresentar a sentença. Você não conta o dia de hoje, somente o dia seguinte. Amanhã é sábado e domingo, não entra, está no meio do prazo. Eu começo a contar esse prazo processual somente no primeiro dia útil. Você desconsidera o dia do ato e começa a contar no dia seguinte. Estou falando do prazo de direito penal, que é material. Se o cara for condenado hoje a 1 mês e 10 dias, eu não vou começar a contar a partir de amanhã, contarei a partir de hoje. Se a prescrição começa a contar hoje, e é de 3 anos, acabará em 2017, no dia 11 de setembro, pois eu contarei o dia hoje. Quando estou contando o prazo penal, eu conto o dia. 
--> Art. 11: Frações não computáveis da pena.
O CP, se não tiver uma especificidade, eu sempre trabalho com a regra, isso traz uma ideia de um conflito aparente de normas. 
O crime não é só cometer o que está escrito na lei. Se eu mato alguém, está na lei, porém se eu cometo o crime em legítima defesa, não é crime. 
Revisão:
Artigo 8º - Só vale para os casos em que o Brasil pode aplicar a lei penal independentemente de já sido aplicada lei estrangeira. Ou seja, se aplica apenas nos casos de extraterritorialidade incondicionada.
Artigo 9º - Se coloca hoje que a sentença penal estrangeira não pode ser utilizada para que alguém cumpra pena no Brasil. Isso porque é exclusividade do país culpar alguém pelo crime que foi descriminado pelo próprio país. Só se pode reparar dano. Sobre a medida de segurança, questiona-se se ela foi recepcionada pela Constituição.
Artigo 10 – Diz respeito à contagem de prazo no Direito Penal. Existem duas técnicas de contagem de prazo no direito – uma de direito processual e outra de direito material. No direito processual, despreza-se o dia do aviso, da citação, etc e só se começa a contar no dia seguinte. No direito material, a contagem começa no próprio dia (a contagem da pena, por exemplo). 
Artigo 11 – Diz respeito às frações não computáveis da pena. Se a pena é de multa, se tira os centavos. Na pena privativa de liberdade, os dias fracionários são desprezados (se na conta der “meio” dia). 
Teoria do delito
Delito e crime são sinônimos. 
A lei que dispõe sobre algumas contravenções pessoais:
Se esvaziam por entender que não são infrações penais (abolitio criminis).
Se há comportamentos, contravenções que passam a ser consideradas crimes.
As contravenções são mais brandas, possuem relevância penal, mas nem tanta. A estrutura da contravenção é parecida com a do crime, não sendo necessário estuda-los separadamente.
Conceito unitário de crime é o que está na li, mas, somente por esse conceito há uma série de lacunas.
O crime é uma conduta a ser evitada, é uma rotulação por determinados comportamentos que as pessoas devem se abster de cometer, é realizar aquilo que o legislador disse ser proibido sem justificativa. Pois, se eu cometo um crime em legitima defesa, eu tenho uma justificativa para tê-lo cometido. O crime não é só o comportamento, é preciso levar em conta o autor do crime e, por determinadas razoes, pode ser que ele não mereça ser responsabilizado. 
O crime é integrado (composto) por estruturas:
Conceito analítico de crime:
Crime é conduta - conduta não quer dizer que é ilícita.
Típica - porque aquele modelo de proibição dito pelo legislador vem expresso em um tipo penal.
Conduta idêntica a um modelo penal - Não existe interpretação extensiva para adaptar a conduta a norma. A conduta tem que ser IDÊNTICA a norma.
Antijurídica - a conduta típica é jurídica, na medida que tenho uma negativa de uma negativa, tenho uma afirmativa, se nega o que está no modelo é antijurídica.
Culpável – analise do agente que cometeu a conduta, pode ser que o agente não seja digno de ser culpabilizado, se a análise da conduta é quanto a tipificação e a antijuridicidade, só poderá dizer se há crime, se o seu autor puder ser responsabilizado.
4 ESTRUTURAS: conduta, típica, antijurídica e culpável.
Nem todo comportamento humano é uma conduta. Uma conduta é um comportamento humano voluntario. 
Ex.: um cachorro atacar alguém é diferente do dono soltar um pitbull para atacar alguém usando isso como arma. 
Só há conduta humana na segunda. Ou seja, quando o comportamento humano é dirigido pela vontade.
Quando não há crime é porque não houve uma das estruturas acima. 
Exs.:
 Jogou algo que caiu acidentalmente em alguém.
Não há crime, porque não houve conduta, uma vez que não houve vontade por parte do agente.
Falsificou documento com uma arma apontada para a cabeça.
Há conduta, porem não há culpabilidade,então não há crime.
A tipificação do comportamento passa pela eleição do bem jurídico a ser protegido, todo modelo penal tem que ser definido pela proteção de um bem jurídico especifico. Não é só a eleição do bem jurídico, tanto há a escolha de comportamentos que possam agredir os bens selecionados.
3 modelos de tipicidade:
Antijuridicidade possui visão contrário sensus porque é preciso saber quais elementos (causas de exclusão porque não estão presentes)
Culpabilidade da pessoa – deve ser analisada.
Há 3 estruturas para se verificar se o agente tinha capacidade de livre arbítrio ou se tinha como agir segundo o livre arbítrio (se foi pressionado ou não para agir/se tinha como não fazer).
Capacidade mental para saber que o que estava fazendo era errado/crime.
Inserção socioeconômico - cultural para saber se o agente sabia ou tinha acesso à informação de que o que ele fez era crime.
Se teve opção ou não de fazer o crime: se a pessoa teve a opção e cometeu o crime, ela é culpável. 
Tudo isso nada mais é o que o juiz analisa na sentença.
Quando se fala em pena, é porque o agente já foi punido e o tipo de crime já foi definido. 
- Wenzl (Alemão, 1930) – não é o direito que constrói conduta, elas preexistem na vida e o direito penal os valora escolhendo algumas para serem reprimidas, tal escolha se dá por uma técnica. A conduta é um comportamento humano voluntario e, portanto, possui a vontade como núcleo. Dessa vontade extrai-se uma finalidade, assim, o modelo de conduta que seguimos é o finalista (conduta emana vontade a qual emana finalidade). Não há conduta se faltar vontade (casos de involuntariedade). 
Involuntariedade:
Coação física absoluta – força física sobre o indivíduo que aniquila qualquer vontade.
Ex: amarra alguém e usa sua impressão digital.
Ato reflexo – algo involuntário que não possui impulso elétrico do cérebro que devolve uma reação (física) mecânica.
Inconsciência – pessoa que não tem consciência do que esta fazendo, são terrenos que o direito penal dev avançar com cautela porque a própria psiquiatria não tem muitas certezas quanto a consciência em hipnose, pré-convulsão ou epilepsia.
Ex: vigia toma remédio para dormir compactuando com ladroes -> há culpabilidade porque a inconsciência foi planejada.
Álcool – não exclui consulta ou culpabilidade, deve-se avaliar o que poderia acontecer em uma situação cujo agente é alcoólatra. 
Drogado – não possui culpa ou conduta retirada pelo legislador
Hoje e dia há uma ligação entre crime e direção alcoolizada -> caminho tortuoso e delicado

Outros materiais

Outros materiais