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DESAFIO 14 DIAS DEDICAÇÃO DELTA DIA 10 1 DIA 10 DESAFIO 14 DIAS DEDICAÇÃO DELTA DIA 10 2 Futuro(a) Delegado(a) Segue o material em PDF da décima meta do nosso desafio. Use a #desafio14diasDD e mostre todo o seu empenho! Vamos juntos! Equipe DedicaçãoDelta USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 3 Meta do dia 10 Leitura dos Informativos 652,653 e 654 do STJ, resumo Dedicação Delta de Concurso de Pessoas e Concurso de Crimes (Direito Penal) e responder 20 questões sobre o tema A Lei Penal e sua Aplicação (Direito Penal) Sumário Informativo 652 do STJ ..................................................................................................... 4 Direito Administrativo ....................................................................................................... 4 Direito Penal...................................................................................................................... 4 Direito Processual Penal .................................................................................................... 5 Informativo 653 do STJ ..................................................................................................... 7 Direito Constitucional ........................................................................................................ 7 Informativo 654 do STJ ..................................................................................................... 8 Direito Processual Penal .................................................................................................... 8 Direito Penal – Concurso de Pessoas e Concurso de Crimes ............................................. 9 USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 4 Informativo 652 do STJ Direito Administrativo ANISTIA POLÍTICA STJ. 1ª Seção. AgInt no MS 24.212-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 652). NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... É devida a incidência de correção monetária e juros moratórios em ação mandamental para pagamento de retroativos devidos àqueles declarados anistiados políticos, independentemente de decisão expressa nesse sentido. MINHAS ANOTAÇÕES ACERCA DO JULGADO Direito Penal PRESCRIÇÃO USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 5 STJ. 6ª Turma. HC 316.110-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 25/06/2019 (Info 652). NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... O termo “sentença” contido no art. 115 do Código Penal se refere à primeira decisão condenatória, seja a do juiz singular ou a proferida pelo Tribunal, não se operando a redução do prazo prescricional quando a sentença condenatória é confirmada em sede de apelação MINHAS ANOTAÇÕES ACERCA DO JULGADO Direito Processual Penal INVESTIGAÇÃO CRIMINAL STJ. 6ª Turma. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 04/06/2019 (Info 652). NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 6 MINHAS ANOTAÇÕES ACERCA DO JULGADO Para se aprofundar: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/09/info-652- stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/09/info-652-stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/09/info-652-stj.pdf USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 7 Informativo 653 do STJ Direito Constitucional PARTIDOS POLÍTICOS STJ. 4ª Turma. REsp 1.484.422-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/05/2019 (Info 653). NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... O Diretório Nacional de Partido Político tem legitimidade ativa para ajuizamento de demanda indenizatória por alegada ofensa lançada contra candidato a cargo político. MINHAS ANOTAÇÕES ACERCA DO JULGADO Para se aprofundar: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/11/info- 653-stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/11/info-653-stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/11/info-653-stj.pdf USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 8 Informativo 654 do STJ Direito Processual Penal INVESTIGAÇÃO CRIMINAL STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019 (Info 654). NO CONCURSO SERÁ COBRADO DA SEGUINTE FORMA... A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. MINHAS ANOTAÇÕES ACERCA DO JULGADO Para se aprofundar: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/11/info-654- stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/11/info-654-stj.pdf https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2019/11/info-654-stj.pdf USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 9 Direito Penal – Concurso de Pessoas e Concurso de Crimes 1. CONCURSO DE PESSOAS * Arts. 29/31 do CP 1.1. Conceito É o cometimento da mesma infração penal por duas ou mais pessoas, que serão chamadas de coautor/ autor ou partícipe (art. 29, CP). Essas pessoas devem atuar de forma relevante para o resultado e possuir identidade de propósito. • Crimes unissubjetivos ou de concurso eventual: Quando a conduta, embora pudesse ser realizada por uma só pessoa, é executada por duas ou mais (unissubjetivos); • Crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário: O tipo penal exige a pluralidade de agentes (plurissubjetivos). • Crimes acidentalmente coletivos: podem ser praticados por uma só pessoa, mas quando praticados em pluralidade de agentes geram uma modalidade mais grave do delito (qualificadora ou causa de aumento, ex: roubo majorado). Para o nosso estudo aqui, vai interessar o primeiro tipo: o de concurso eventual. Nos demais, a regra aplicada será a do próprio tipo penal. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 10 1.2. Requisitos: 1. Pluralidade de agentes culpáveis: Conduta principal: autor ou coautores Conduta acessória: partícipe. Ex.: dois coautores; um autor e dois partícipes etc. o Para o concurso de pessoas disciplinado nos arts. 29/31, todos devem ser culpáveis, pois, caso contrário, faltando culpabilidade, não será caracterizado concurso de pessoas, mas sim autoria mediata. o Para os crimes de concurso necessário ou os acidentalmente coletivos, basta que um dos agentes seja culpável para que fiquem caracterizados ou possa ser reconhecida eventual qualificadora ou causa de aumento (ex.: adolescente entra na contagem da quantidade necessária para caracterizar associação criminosa, para incidir a qualificadora do roubo etc). 2. Relevância causal das condutas para a produção do resultado Lembrar da teoria da equivalência dos antecedentes causais e utilizar o método de eliminação hipotética, para ver se a conduta foi relevante, vez C o n c u rs o d e p e s s o a s Pluralidade de agentes culpáveis Relevância causal da conduta Vínculo subjetivo entre os agentes Unidade de infração Existência de fato punível USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 11 que o direito penal não se ocupa de condutas inócuas / inofensivas, não havendo concurso de pessoas. ATENÇÃO: Em regra, a contribuição para o crime deve ocorrer ANTES da consumação. Se depois, poderá configurar crime autônomo. Excepcionalmente, a contribuição pode ser prestada depois da consumação do crime, desde que tenha havido ajuste prévio. 3. Vínculo subjetivo entre os agentes (liame psicológico): É desnecessáriaa prévia combinação, mas deve o concorrente ter consciência e vontade de aderir ao crime de terceiro. Se não houver esse vínculo, será o caso de autoria colateral (não confunda com coautoria). 4. Unidade de infração penal: Todos que concorrem para um determinado crime responderão por ele, vez que, em regra, foi adotada a teoria monista, que admite exceções pluralistas (veremos logo à frente). (Art. 29 do CP: quem de qualquer modo concorre para “O CRIME”). Mas atenção, embora haja unidade de crimes, não há unidade de penas. A pena de cada um será fixada de acordo com sua culpabilidade, seguindo individualmente os critérios da dosimetria. 5. Existência de fato punível: O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime, a qual requer, em seu limite mínimo, o início da execução. Tal circunstância constitui o princípio da exterioridade. Obs.: Art. 31 do CP: O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 12 1.3. Teorias sobre o concurso de pessoas: • Teoria monista (ADOTADA NO CP): Todos os concorrentes praticam condutas concorrentes para a realização de um fato único, e assim responderão pelo mesmo crime. • Teoria pluralista (ou teoria da cumplicidade do crime distinto): Os agentes praticam condutas concorrendo para a realização de um fato, mas haverá um crime para cada agente. - Excepcionalmente, o Código Penal abre espaço para a teoria pluralista. Exemplos: Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante (ao terceiro executor imputa-se o crime do art. 126); Bigamia; Corrupção passiva e ativa; falso testemunho ou falsa perícia. • Teoria dualista: Deve se distinguir dois delitos: o Um crime único para os autores principais (participação primária); o Outro crime único para os autores secundários/ partícipes, que teria punição menos severa. REGRA: Teoria monista / unitária EXCEÇÃO Teoria pluralista ou da cumplicidade do crime distinto USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 13 1.4. AUTORIA a) Conceito de autor - Teorias • Subjetiva ou unitária: É aquele que concorre de alguma forma para o fato. NÃO distingue autor e partícipe. • Extensiva: Todos os que dão causa ao resultado são autores, mas a lei distingue os graus de responsabilidade. • Teorias Restritivas: Fazem diferenciação de autor e partícipe. Parte da premissa de que nem todo aquele que causa o resultado é autor do delito: o Teoria objetivo-formal: (ADOTADA PELO CP) ▪ Autor: é aquele que realiza todos ou alguns elementos do ato; ▪ Partícipe: Contribui para o crime sem realizar os elementos do tipo; ▪ Coautores: conjuntamente realizam o núcleo do tipo – Princípio da imputação recíproca das distintas condutas. o Teoria objetivo- material: ▪ Autor: Contribui com a conduta mais importante; ▪ Partícipe: aquele que menor contribui na causação do resultado. o Teoria do domínio do fato: Autor é aquele que domina um dos seguintes aspectos da realização do delito: (Já foi aplicada pelo STF) USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 14 ▪ Domínio da ação (AUTOR IMEDIATO): É aquele que possui domínio sobre a própria ação. O autor realiza pessoalmente os elementos do tipo; ▪ Domínio da vontade (AUTOR MEDIATO): É autor aquele que domina a vontade de um terceiro que é utilizado como instrumento. O domínio da vontade se dá por erro, coação ou aparatos organizados de poder. ▪ Domínio funcional do fato (AUTOR FUNCIONAL): Em divisão de tarefas, é autor aquele que prepara/ pratica ato relevante na execução. Consequências: É AUTOR: - Aquele que, possuindo todo domínio da conduta típica, pratica diretamente o fato (autor direto ou executor); - Aquele que, mesmo não praticando diretamente o fato, possui atividade indispensável no plano global; - Aquele que se vale de um terceiro para executar um fato: AUTORIA MEDIATA. É PARTÍCIPE: Quem concorre para o crime sem ter o domínio do fato, a exemplo da instigação e auxílio. Importante: A teoria do domínio do fato não permite que a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Do mesmo modo, também não permite a condenação de um agente com base em conjecturas. Assim, não é porque houve irregularidade em uma USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 15 licitação estadual que o Governador tenha que ser condenado criminalmente por isso. STF. 2ª Turma. AP 975/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/10/2017 (Info 880) CESPE: A teoria do domínio do fato NÃO se aplica aos delitos omissivos, sejam próprios ou impróprios, e deve ser substituída pelo critério da infringência do dever de agir. * ATENÇÃO: A teoria do domínio do fato possui aceitação doutrinária e jurisprudencial, tendo sido adotada no julgamento do Mensalão (AP 470) e Lava-jato. No entanto, o STF também utiliza a teoria objetivo-formal em relação à criminalidade comum, assim, conclui-se que as duas teorias convivem pacificamente. b) Autoria imediata: O próprio agente executa o fato, ou seja, realiza pessoalmente os elementos do tipo penal, sem a necessidade de se servir de outra pessoa para a execução. Ocorre ainda quando o agente utiliza um animal ou instrumento na realização do crime. c) Autoria mediata: É aquele que utiliza uma pessoa, que atua sem dolo ou de forma não culpável, como instrumento para a execução do fato. - O autor mediato domina a vontade alheia para cometer o delito. - Hipóteses de autoria mediata: • Inimputabilidade do executor; • Coação moral irresistível; USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 16 • Obediência hierárquica; • Erro de proibição inevitável; • Erro de tipo provocado por terceiro; • Ação justificada do executor; • Autoria de escritório ou aparatos organizados de poder. Não há concurso de pessoas, falta o vínculo subjetivo. O autor imediato é um mero instrumento. Autoria mediata e crime próprio: doutrina majoritária entende ser possível, desde que o autor mediato preencha as qualidades do tipo. Autoria mediata e crime de mão própria: doutrina majoritária entende que é incompatível, pelo fato de a conduta ser infungível. No entanto, o STF já admitiu no falso testemunho, em relação à conduta do advogado que instrui a testemunha a mentir. d) Autoria de escritório ou aparatos organizados de poder: Ocorre quando, dentro de uma “máquina de poder”, o agente ordena que outrem execute determinada conduta. Em razão da fungibilidade dos membros, o executor pode ser substituído a qualquer momento por outro integrante da organização e) Autoria colateral ou paralela: Ocorre na hipótese em que duas ou mais pessoas, desconhecendo a intenção da outra, praticam determinada conduta USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 17 visando ao mesmo resultado. NÃO há um concurso de pessoa pela ausência do vínculo subjetivo. - Cada um responde por sua conduta: CRIMES AUTÔNOMOS. - Pode ainda se falar em Autoria incerta, autoria ignorada, autoria complementar: • Incerta: Quando não se sabe qual dos autores causou o resultado. Pressupõe uma autoria colateral. Ex: A e B, um desconhecendo a conduta do outro, atiram ao mesmo tempo em C para matá-lo, vindo ele a óbito e não sendo possível identificar qual foi o disparo fatal. Há aplicação do in dubio pro reo: ambos respondem por tentativa. • Ignorada: Quando se desconhece o autor do crime. Instituto de direito processual penal. Consequência: arquivamento do IP. • Complementar: Quando duas pessoas concorrem para o mesmo fato sem ter ciência disso, e o resultado é efeito da soma das duas condutas. f) Autoria intelectual: É aquele que planeja a ação delituosa, mesmo que não efetue nenhum comportamento típico de alguns doscrimes planejados. g) Coautoria “A coautoria consiste assim em uma ‘divisão de trabalho’, que é o que chega a fazer possível o fato, ou lhe facilita, ou reduz notavelmente o seu risco. Para Welzel, a coautoria é autoria; sua particularidade consiste em que o domínio do fato unitário é comum a várias pessoas. Cada coautor complementa com a sua USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 18 parte no fato a dos demais e na totalidade do delito; por isso também responde pelo todo” (PACELLI, 2017, p. 428). Espécies • Parcial ou funcional: os autores praticam atos diversos que, somados, levam à produção do resultado; • Direta ou material: os autores praticam atos idênticos que, somados, levam à produção do resultado. 1.5. PARTICIPAÇÃO Consiste em atribuir na conduta criminosa do autor ou coautores, praticando atos que não se amoldam diretamente à figura típica e que não tenham o domínio final do fato, mas concorre induzindo, instigando ou auxiliando o autor. - O CP adota a TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA OU MÉDIA, pela qual o partícipe será punido se o autor praticar um fato típico e lícito, independente da culpa e punibilidade do agente. *Outras teorias da acessoriedade: mínima (fato típico), máxima (típico, ilícito e culpável), hiper acessoriedade (típico, ilícito, culpável e punível). - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3 para o partícipe. - A participação só adquire relevância para o Direito Penal a partir do momento em que o autor pratica um crime, pelo menos tentado. Art. 31, CP, in verbis: USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 19 “o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado”. Modalidades Participação moral • Induzimento: é fazer surgir na mente do autor a vontade criminosa • Instigação: é reforçar na mente do autor a vontade criminosa pré- existente Participação material • Auxílio: é concorrer materialmente para o crime, sem executá-lo. Figura do “executor de reserva”: o sujeito acompanha, presencialmente, a execução da conduta típica e fica à disposição para intervir caso seja necessário. Caso intervenha, será considerado coautor, caso apenas permaneça à disposição, será considerado partícipe (e isso não será considerada como participação de menor importância). STJ-HC 240.455-RJ: A participação do menor pode ser considerada para configurar crime de associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como causa de aumento do art. 40, VI, da Lei 11.343/06. 1.6. Da (in)comunicabilidade das elementares e circunstâncias USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 20 “Art. 30, CP: NÃO se comunicam as circunstâncias e condições de caráter pessoal, SALVO quando elementares do crime”. Vamos relembrar: a) Elementares (dados que formam o tipo fundamental – via de regra, caput, mas há exceções, ex.: excesso de exação): Sempre comunicáveis, desde que sejam de conhecimento do outro agente. b) Circunstâncias (integram o tipo derivado – qualificadoras, privilégio, causas de aumento ou diminuição): - Objetivas: Dizem respeito ao crime – ex: emprego de arma de fogo. Sempre comunicáveis, desde que de conhecimento do outro agente. - Subjetivas: Dizem respeito ao agente – ex: motivo do crime. Incomunicáveis, SALVO quando elementares do crime e de conhecimento do outro agente. c) Condições: são situações que existem independentemente da prática do crime - Condições pessoais ou subjetivas: dizem respeito ao agente (reincidência) – Nunca se comunicam; - Condições reais ou objetivas: dizem respeito ao fato (à noite). Sempre comunicáveis, desde que de conhecimento do outro agente. Questões controversas que caem bastante: É possível coautoria em crimes omissivos? 1ª corrente - Não é possível, vez que cada omitente é autor da sua omissão; 2ª corrente: Sim, desde que haja unidade de desígnios. Ex.: duas pessoas estão vendo outra que acabou de sofrer um acidente de carro gravemente ferida e não USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 21 fazem nada – ambos serão considerados coautores no crime de omissão de socorro. (Prevalece) E participação? - Segundo Masson, a participação só cabe nos crimes comissivos por omissão / omissivos impróprios (em que o agente tem o dever de agir para impedir o resultado). Ex: policial que presencia uma mulher sendo vítima de roubo e, mesmo podendo, nada faz, pois estava falando ao telefone. Ele será partícipe. - Já nos crimes omissivos próprios, nestes casos se fosse por exemplo um transeunte vendo alguém ser vítima de um delito e não fizer nada, haveria a chamada participação negativa (ou crime silente, ou concurso absolutamente negativo). Seria fato atípico, vez que o agente não tinha o dever de agir para evitar o resultado e ninguém pode ser punido apenas por ter conhecimento do fato criminoso. - No entanto, Cezar Bitencourt, por exemplo, entende que a participação é possível mesmo para quem não possui dever de agir, vez que qualquer pessoa poderia instigar o garante a não impedir o resultado, por exemplo. - Crimes culposos: Como já vimos no tópico dos crimes culposos, conforme a doutrina majoritária, admitem coautoria, mas não admitem participação, vez que se o agente adere à conduta está sendo igualmente imprudente, negligente ou imperito. 2. CONCURSO DE CRIMES Conceito: Há concurso de crimes quando o agente pratica uma pluralidade de crimes, mediante uma ou várias condutas. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 22 Espécies: • Concurso material: art. 69, CP • Concurso formal: art. 70, CP • Crime continuado: art. 71, CP 2.1. Sistemas de aplicação da pena → Sistema do cúmulo material: as penas de todos os crimes são somadas. É o sistema adotado para o concurso material, concurso formal impróprio e para as penas de multas. → Sistema da exasperação: é aplicada a pena do crime mais grave e exasperada de acordo com o número de delitos que foi praticado no contexto. É adotado para o concurso formal próprio e para o crime continuado. → Sistema da absorção: a pena do delito mais grave absorve as demais. Não há previsão no nosso ordenamento atualmente. → Sistema da responsabilidade única e da pena progressiva única: não há cumulação de penas, mas deve-se aumentar a responsabilidade do agente à medida que aumenta o número de infrações. 2.2. CONCURSO MATERIAL • Há pluralidade de condutas e pluralidade de crimes; • Adota-se o sistema da cumulação ou cúmulo material, ou seja, as penas dos crimes praticados são somadas; Espécies • Homogêneo: crimes idênticos; USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 23 • Heterogêneo: crimes distintos. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa- se primeiro a pena de reclusão. Pena privativa de liberdade X restritiva de direitos em concurso material Imposta pena privativa de liberdade não suspensa para um dos crimes, não será cabível a substituição por restritiva de direitos ao outro, art. 69, § 1º do CP. O a soma das penas do concurso de crimes é considerada para fins de verificação da pena máxima em abstrato de até 4 anos para que seja possível a concessão da fiança pelo delegado de polícia, bem como para a verificação da pena mínima em abstrato não superior a 1 ano para fins de concessão de suspensão condicional do processo. Ademais, quanto à prescrição, deve ser verificada a de cada crime. A extinção da punibilidade recai sobre cada um isoladamente. 2.3. CONCURSO FORMAL (IDEAL) • Ocorre quando o agente, mediante a prática de uma só conduta (o que não quer dizer único ato – uma conduta pode ser fracionada em vários atos), pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Unidade de conduta,pluralidade de crimes. Espécies • Homogêneo: crimes idênticos. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 24 • Heterogêneo: crimes distintos. • Perfeito ou próprio: não há desígnios autônomos. Critério para aplicação da pena: exasperação, ou seja, aplica-se somente a pena de um dos crimes aumentada de 1/6 até 1/2. • Imperfeito ou impróprio: há desígnios autônomos quanto a cada um dos crimes. Intenção por parte do agente de cometer, de fato, os dois delitos. Critério para aplicação da pena: cúmulo material – penas somadas. OBS: Essa distinção entre os dois tipos de concurso formal (perfeito e imperfeito) varia de acordo com o elemento subjetivo que animou o agente ao iniciar a sua conduta. A expressão "desígnios autônomos" refere-se a qualquer forma de dolo, seja ele direto ou eventual. Obs.: No concurso formal próprio, se o cúmulo material é mais benéfico que a exasperação, aplicar-se-á o primeiro. Utiliza-se, neste caso, o critério mais benéfico ao agente. Entendimentos Jurisprudenciais: - O roubo praticado contra vítimas diferentes em um único contexto configura o concurso formal e não crime único, ante a pluralidade de bens jurídicos ofendidos (STJ-HC 275122) USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 25 • Caso concreto: O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito passageiros entreguem seus pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente irá responder por oito roubos majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de crime único. Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso formal PRÓPRIO. Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018. (Fonte: Dizer o direito) Mas ATENÇÃO: o STJ já decidiu que, em roubo praticado no interior de ônibus, o fato de a conduta ter ocasionado violação de patrimônios distintos - o da empresa de transporte coletivo e o do cobrador - não descaracteriza a ocorrência de crime único se todos os bens USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 26 subtraídos estavam na posse do cobrador. (STJ-HC 204.316-RS e AgRG no Resp 1.396.144-DF). - A distinção entre o concurso formal próprio e o impróprio relaciona-se com o elemento subjetivo do agente, ou seja, a existência ou não de desígnios autônomos (STJ-HC 134640) - Não há crime único, podendo haver concurso formal, quando, no mesmo contexto fático, o agente incide nas condutas dos arts. 14 (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido) e 16 (posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito) da Lei n. 10.826/2003 (STJ-HC 130997) * Mas atenção: caso o agente possua mais de uma arma de fogo, acessório ou munição que configure o mesmo tipo penal (permitido ou restrito), haverá crime único. - O aumento decorrente do concurso formal deve se dar de acordo com o número de infrações (STJ-HC 273120) - O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. (Súmula 243 do STJ) USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 27 - No concurso de crimes, o cálculo da prescrição da pretensão punitiva é feito considerando cada crime isoladamente, não se computando o acréscimo decorrente do concurso formal, material ou da continuidade delitiva (STJ- REsp 1106603) - No caso de concurso de crimes, a pena considerada para fins de competência e transação penal será o resultado da soma ou da exasperação das penas máximas cominadas ao delito (STJ-HC 260619) 2.4. CRIME CONTINUADO O agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (chamados de crimes parcelares). Teorias acerca do crime continuado a) Teoria da Unidade Real: entende que todos os crimes parcelares praticados são, de fato, um só delito. b) Teoria da Ficção Jurídica (ADOTADA): Serão considerados um só delito apenas para a fixação da pena, por questões de política criminal. É possível inferir esta informação pelo art. 119 do CP, que prevê que a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um dos delitos, isoladamente. c) Teoria Mista: Todos os crimes formam um terceiro tipo de delito. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 28 REQUISITOS: • Pluralidade de condutas; • Pluralidade de crimes da mesma espécie (mesmo tipo penal); • Conexão temporal (via de regra, entre um crime e outro não pode haver um intervalo superior a 30 dias – há exceções de alguns crimes tributários, por suas peculiaridades, levando em conta o exemplo de que a declaração de IR é feita apenas 1x ao ano); • Conexão espacial (os crimes devem ser praticados na mesma cidade ou, no máximo, em cidades contíguas); • Conexão modal (modo de execução semelhantes); • O CP dá ao juiz a liberdade de exigir outras condições além das acima descritas. Atenção: o crime continuado exige unidade de desígnio? TEORIA OBJETIVA PURA: o crime continuado não depende da unidade de desígnios. Devem ser observados apenas os requisitos objetivos do art. 71, caput. Adotada pela exposição de motivos do CP. TEORIA OBJETIVA SUBJETIVA (MAJORITÁRIA): embora não esteja expressamente previsto, o reconhecimento da continuidade delitiva depende da verificação de requisito subjetivo, qual seja: a unidade de desígnios (deve ser possível verificar no caso concreto uma ligação entre as condutas, que indique que o agente tinha, de fato, a intenção de cometer os delitos de forma subsequênte). STF e STJ. Espécies USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 29 • Simples: crimes parcelares possuem penas idênticas. Critério para aplicação da pena: o juiz escolhe qualquer das penas, e a aumenta de 1/6 a 2/3 • Qualificado: crimes parcelares possuem penas diversas (exemplo: furto simples consumado e furto tentado; furto simples + furto qualificado – prevalece ser possível). Critério para aplicação da pena: o juiz escolhe a pena mais grave, e a aumenta de 1/6 a 2/3 • Específico: (atenção aqui!) Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo. Critério para aplicação da pena: o juiz aplica uma só pena, se idênticas, ou a maior, quando não idênticas, aumentada de 1/6 até o triplo. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 30 Critério para aumento da pena no crime continuado: • Crime continuado do caput do art. 71 do CP: o critério para se determinar o quantum da majoração (entre 1/6 a 2/3) é apenas a quantidade de delitos cometidos. Assim, quanto mais infrações, maior deve ser o aumento. • Crime continuado específico (art. 71, parágrafo único, do CP): a fração de aumento será determinada pela quantidade de crimes praticados e também pela análise das circunstâncias judicias do art.59 do Código Penal. STJ. 5ª Turma. REsp 1718212/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/04/2018. Entendimentos Jurisprudenciais: - Não há crime continuado quando configurada habitualidade delitiva ou reiteração criminosa (STJ- HC 262842). - Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação. (Súmula 497/STF) - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade delitiva ou da permanência. (Súmula 711/STF) - O estupro e atentado violento ao pudor cometidos contra a mesma vítima e no mesmo contexto devem ser tratados como crime único, após a nova disciplina trazida pela Lei n. 12.015/09 (STJ- REsp 1297022) - É possível reconhecer a continuidade delitiva entre estupro e atentado violento ao pudor quando praticados contra vítimas diversas ou fora do USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 31 mesmo contexto, desde que presentes os requisitos do artigo 71 do Código Penal (STJ-HC 236713). - A Lei n. 12.015/09, ao incluir no mesmo tipo penal os delitos de estupro e atentado violento ao pudor, possibilitou a caracterização de crime único ou de crime continuado entre as condutas, devendo retroagir para alcançar os fatos praticados antes da sua vigência, por se tratar de norma penal mais benéfica (STJ-HC 236713). - No concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do Juizado Especial Criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou da exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos (STJ-HC 143500). - Prevalece que não é possível o reconhecimento de crime continuado entre os delitos de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP) e de sonegação de contribuição previdenciária (art.337-A do CP). Porém, o STJ tem julgado permitindo.(STJ-REsp 859050). - Presentes as condições do art. 71 do Código Penal, deve ser reconhecida a continuidade delitiva no crime de peculato-desvio (STJ- REsp 1244377). - Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo (art. 157 do CP) e de latrocínio (art. 157, § 3º, segunda parte, do CP) porque apesar de serem do mesmo gênero não são da mesma espécie (STJ-HC 240630). - Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo (art. 157 do CP) e de extorsão (art. 158 do CP), pois são infrações penais de espécies diferentes (STJ-HC 240630). USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 32 - Admite-se a continuidade delitiva nos crimes contra a vida (STJ-HC 214421). - No crime continuado, as penas de multa devem ser somadas, nos termos do art. 72 do CP (STJ-HC 155278). - De acordo com a Teoria Mista, adotada pelo Código Penal, mostra-se imprescindível, para a aplicação da regra do crime continuado, o preenchimento de requisitos não apenas de ordem objetiva — mesmas condições de tempo, lugar e forma de execução — como também de ordem subjetiva — unidade de desígnios ou vínculo subjetivo entre os eventos. (STJ-HC 245156/ES) Latrocínio: se ocorre uma subtração e duas mortes. Como faz? STJ: concurso formal impróprio, por se tratar de delito complexo, cujos bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a vida. STJ. 5ª Turma. HC 336.680/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/11/2015. STF e doutrina majoritária: crime único de latrocínio Entende a suprema Corte que, havendo latrocínio consumado, em razão do atingimento de um único patrimônio, o número de vítimas deve ser sopesado por ocasião da fixação da pena-base, na fase do art. 59 do CP, não alterando a ocorrência de crime único. STF. 2ª Turma. HC 109539, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 07/05/2013. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO CONCOMITANTE DA CONTINUIDADE DELITIVA COMUM E ESPECÍFICA: se reconhecida USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 33 a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes, deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que, em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime continuado. STJ. 6ª Turma. REsp 1.471.651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015 (Info 573). Ex.: Um sujeito estuprou 3 vítimas diferentes, nas mesmas condições de modo, lugar, período etc. Porém, estuprou também cada uma das vítimas mais de uma vez. Caso seja aplicada a regra de aplicação de pena do crime continuado específico, não pode ser aplicada de forma cumulada a do crime continuado simples em relação a cada uma das vítimas. Artigos relacionados para leitura: Arts. 29 ao 31 e 69 ao 72. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: - Direito Penal – Parte Geral – Volume 1 – 13ª edição – Cleber Masson; - Sinopse nº1 – Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo; - Manual de Direito Penal – Parte geral – 7ª edição – Rogério Sanches Cunha. - Site Dizer o Direito – www.dizerodireito.com.br http://www.dizerodireito.com.br/ USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 34 Questões sobre o tema A Lei Penal e sua Aplicação 01 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia Tício, morador do Rio de Janeiro, começou a namorar Gabriela, uma jovem moradora da cidade de São Paulo. Com o passar do tempo e os efeitos da distância, Tício, motivado por ciúmes, resolveu tirar a vida de Gabriela. Pôs-se então a planejar a prática do crime em sua casa, no Rio de Janeiro, tendo adquirido uma faca, instrumento com o qual planejou executar o crime. No dia em que seguiu para São Paulo para encontrar Gabriela, que lhe o esperava na rodoviária, Tício combinou com a jovem uma viagem a passeio para o Espírito Santo. Ao ingressarem no ônibus que os levaria de São Paulo para o Espírito Santo, Tício afirmou para Gabriela que iria matá-la. Todavia, dada a calma de Tício, a jovem achou que se tratava de uma brincadeira. Durante o trajeto, Tício, ofereceu a ela uma bebida contendo substância que causava a perda dos sentidos. Após Gabriela beber e dormir, sob efeito da substância, enquanto passavam pela BR-101, no Rio de Janeiro, Tício passou a desferir golpes com a faca no peito da jovem. Quando chegou ao destino, Tício se entregou para polícia, e Gabriela, embora tenha sido socorrida, veio a óbito ao chegar ao Hospital. O crime descrito no texto foi praticado, de acordo com a lei penal, no momento a)da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Trata-se, portanto, do momento em que Tício desferiu os golpes em Gabriela. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 35 b)em que o agente se prepara para a promoção da conduta criminosa. Ou seja, trata-se do momento em que Tício planejou e adquiriu as ferramentas necessárias ao cometimento do crime. c)em que a autoridade policial toma conhecimento do crime. Ou seja, quando Tício se entregou para a polícia. d)em que é alcançada a consumação do crime. Trata-se, portanto, do momento da morte de Gabriela, que ocorreu no hospital. e)da ação ou omissão, se este for concomitante ao resultado. Não sendo possível determiná-lo, no presente caso, em razão da separação temporal entre a conduta e o resultado. 02 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia João Carlos, 30 anos, brasileiro, com residência transitória na Argentina, aproveitando-se da aquisição de material descartado por uma indústria gráfica falida, passou a fabricar moeda brasileira em território argentino. Para garantir a diversidade da moeda falsificada, João imprimia notas de 50 e de 100 reais. Ao entrar em território brasileiro João foi revistado por policiais que encontraram as notas falsificadas em meio a sua bagagem. João foi acusado daprática do crime previsto no artigo 289 do Código Penal. De acordo com as teorias que informam a aplicação da lei penal brasileira no espaço, é correto dizer que, nesse caso, cabe a aplicação a)da lei argentina, em atenção à regra da territorialidade, uma vez que o crime fora praticado na Argentina. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 36 b) incondicionada da lei brasileira, uma vez que o crime cometido atenta contra a fé pública. c)condicionada da lei brasileira, pelo fato de a conduta ter sido cometida em território argentino. d)condicionada da lei brasileira, já que a conduta integra dois ordenamentos jurídicos. e)da lógica da extraterritorialidade, já que o fato ocorreu em território argentino. 03 - 2019 - Instituto Acesso - PC-ES - Delegado de Polícia “Chamamos de extra-atividade a capacidade que tem a lei penal de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada, ou de retroagir no tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência”. (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. vol. 1. 17. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015, p.159). Segundo esse autor a extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-atividade e a retroatividade. Leia as afirmativas a seguir e marque a alternativa correta: a)A garantia penal positivada na Constituição Federal brasileira (1988) promove a retroatividade da lei penal mais benéfica quando o condenado, por uma conduta típica, apresenta residência fixa, após cometimento do ilícito penal. b)A lei penal possui ultra-atividade, nos casos em que, mesmo após sua revogação por lei mais gravosa, continua sendo válida em relação aos efeitos penais mais brandos da lei que era vigente no momento da prática delitiva. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 37 c)A aplicação da irretroatividade em direito penal funciona como garantia legal do ius puniendi que pretende auferir a punição mais gravosa ao condenado. d)A ultra-atividade da lei penal funciona como mecanismo de endurecimento da norma penal, ao passo que funciona como técnica de resolução de conflito para aplicação de um direito penal punitivo. e)A figura da ultra-atividade da norma penal realiza o objetivo de garantir a condenação do réu pela norma penal vigente na prática da conduta delitiva, com o principal objetivo de promover a segurança jurídica em âmbito penal. 04 - 2018 - CESPE - Polícia Federal - Delegado de Polícia Em cada item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base na legislação de regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de execução penal, lei penal no tempo, concurso de crimes, crime impossível e arrependimento posterior. Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a edição da nova lei. ( ) Certo ( ) Errado 05 - 2018 - UEG - PC-GO - Delegado de Polícia Sobre a lei penal, tem-se o seguinte: USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 38 a)A jurisprudência atual do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal admite a aplicação combinada das partes benéficas de leis penais distintas (lex tertia). b)A ultratividade da lei penal temporária, prevista no artigo 3º do Código Penal, constitui exceção legal à regra do tempus regit actum. c)Não se aplica a lex gravior ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da permanência d)A retroatividade de lei penal benéfica ao réu é expressamente prevista na Convenção Americana sobre Direitos Humanos. e)Admite-se a aplicação da analogia in malam partem no Direito Penal. 06 - 2018 - VUNESP - PC-SP - Delegado de Polícia João comete um crime no estrangeiro e lá é condenado a 4 anos de prisão, integralmente cumpridos. Pelo mesmo crime, João é condenado no Brasil à pena de 8 anos de prisão. João a)cumprirá 8 anos de prisão no Brasil, uma vez que para essa quantidade de pena não se reconhece o cumprimento no estrangeiro. b)não cumprirá pena alguma no Brasil caso de trate de país com o qual o Brasil tem acordo bilateral para reconhecer cumprimento de pena. c)não cumprirá pena alguma no Brasil, uma vez já punido no país em que o crime foi cometido. d)cumprirá 8 anos de prisão no Brasil, uma vez que o Brasil não reconhece pena cumprida no estrangeiro. e)ainda deverá cumprir 4 anos de prisão no Brasil. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 39 07 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia Em relação à aplicação da lei penal é CORRETO afirmar que: a)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes cometidos contra a vida ou o patrimônio do Presidente da República; b)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes praticados por brasileiro; mesmo que o fato não seja punível também no país em que foi praticado; c)ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; d)para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza privada onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras mercantes, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar; e)é aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou em alto-mar. 08 - 2018 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena privativa de liberdade previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro de 2016 condenado a 5 (cinco) anos de reclusão. No ano seguinte decorreu o período de sua duração, findando-se a citada lei no dia 31 de USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 40 dezembro de 2017. Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA. a)Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando- se ao fato criminoso a lei temporária. b)Ninguém pode ser punido por fato que medida provisória posterior deixa de considerar crime. c)Deve continuar a execução da pena de Caio até o dia 31 de dezembro de 2017. d)A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. e)Caio deve ser imediatamente solto. 09 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia Com relação a lugar do crime e territorialidade e extraterritorialidade da lei penal, conforme previstos no CP, assinale a opção correta. a)Nos crimes tentados, o lugar do crime será onde o agente pretendia que tivesse ocorrido a consumação do delito. b)Nos crimes conexos, não se aplica a teoria da ubiquidade, devendo cada crime ser julgado pela legislação penal do país em que for cometido. c)No concurso de pessoas, o lugar do crime será somente aquele em que ocorrerem os atos de participação ou coautoria, independentemente do local do resultado. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 41 d)No crime continuado, somente será aplicada a lei nacional quando todos os fatos constitutivos tiverem sido praticados em território brasileiro, por se tratar de delito unitário. e)Nos crimes complexos, não se aplica a teoria da ubiquidade,mesmo que o delito-meio tenha sido cometido em território brasileiro. 10 - 2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia Em relação à lei penal no tempo e à irretroatividade da lei penal, é correto afirmar que à lei penal mais a)severa aplica-se o princípio da ultra-atividade. b)benigna aplica-se o princípio da extra-atividade. c)severa aplica-se o princípio da retroatividade mitigada. d)severa aplica-se o princípio da extra-atividade. e)benigna aplica-se o princípio da não ultra-atividade. 11 - 2017 - FCC - PC-AP - Delegado de Polícia De acordo com os dispositivos da parte geral do Código Penal, é correto afirmar: a)Na hipótese de abolitio criminis a reincidência permanece como efeito secundário da prática do crime. b)O território nacional estende-se a embarcações e aeronaves brasileira de natureza pública, desde que se encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 42 c)Crimes à distância são aqueles em que a ação ou omissão ocorre em um país e o resultado, em outro. d)O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. e)É isento de pena o agente que pratica crime sem violência ou grave ameaça à pessoa, desde que, voluntariamente, repare o dano ou restitua a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa. 12 - 2015 - VUNESP - PC-CE - Delegado de Polícia Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, mas desde que presentes algumas condições (entrar o agente no território nacional; ser o fato punível também no país em que foi praticado; estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável), os crimes a)contra a administração pública, por quem está a seu serviço. b)de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. c)contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. d)que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir. e)contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 13 - 2014 - ACAFE - PC-SC - Delegado de Polícia USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 43 Observadas as disposições do Código Penal, assinale a alternativa correta. a)É aplicável a lei do país de procedência aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. b)A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, não pode ser homologada no Brasil para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis. c)Para os efeitos penais consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. d)Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, exceto se em outro local produziu ou deveria produzir-se o resultado. e)Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes de injúria, calúnia e difamação praticados contra o Presidente da República do Brasil. 14 - 2014 - NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia Considerando que Marcos fora processado pelo crime de rapto violento em janeiro de 2005 e mencionado crime fora revogado pela Lei n.11.106, de 28 de março de 2005, julgue as afirmações a seguir: USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 44 I – A lei penal pode retroagir em algumas hipóteses. II – Se Marcos já tiver sido condenado antes de março de 2005, permanecerá sujeito à pena aplicada na sentença condenatória. III – Na hipótese, ocorre a abolitio criminis. IV – Se Marcos ainda não tiver sido condenado no juízo a quo, poderá ocorrer a extinção da punibilidade desde que ela seja provocada pelo réu. a)I, III e IV estão corretas b)III e IV estão corretas. c)I e IV estão corretas. d)I e III estão corretas. e)II e IV estão corretas. 15Q316114 Direito Penal Disciplina - Assunto Noções Fundamentais - 2013 - COPS-UEL - PC-PR - Delegado de Polícia Quanto à eficácia temporal da Lei Penal, relacione a coluna da esquerda com a da direita. (I) Novatio legis incriminadora. (II) Novatio legis in pejus. (III) Novatio legis in mellius. (IV) Abolítio criminis. (V) Ultra-atividade. (A) Lei supressiva de incriminação. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 45 (B) Aplicável às leis temporais e excepcionais. (C) Lei nova incrimina fato anteriormente considerado lícito. (D) Lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito. (E) Lei nova modifica o regime anterior, beneficiando a situação do sujeito. a)I-C, II-D, III-A, IV-E, V-B. b)I-C, II-D, III-E, IV-A, V-B. c)I-D, II-B, III-A, IV-E, V-C. d)I-D, II-C, III-B, IV-A, V-E. e)I-D, II-C, III-E, IV-A, V-B. 16 - 2013 - FUNCAB - PC-ES - Delegado de Polícia Quanto à aplicação da lei penal brasileira no espaço, é correto afirmar: I. O princípio da universalidade, preconizado no artigo 7º, II, a, do CP não obsta a concessão da extradição ao Estado no qual ocorreram as práticas delituosas. II. Em razão do princípio da personalidade passiva, o brasileiro nato não pode ser extraditado, entretanto é submetido à lei brasileira quando pratica crime no estrangeiro, mesmo que já tenha cumprido pena ou tenha sido absolvido no país onde praticou o crime. III. A legislação brasileira adota de forma irrestrita o princípio da justiça universal; inclusive nos crimes de tráfico de pessoas esse princípio prevalece em prejuízo do princípio da territorialidade. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 46 IV. O território onde estão instaladas as embaixadas estrangeiras passam a constituir território do Estado da embaixada. Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s) correta(s). a)I, II, III e IV. b)II, III e IV, apenas. c)III e IV, apenas. d)I e IV, apenas. e)I, apenas. 17 - 2013 - FUNCAB - PC-ES - Delegado de Polícia A Presidente da República editou uma Medida Provisória, agravando a pena de um determinado crime. Logo, pode-se afirmar: I. Trata-se de lei emsentido formal. II. Pelo princípio da retroatividade benéfica, a Medida Provisória somente poderá ser aplicada a fatos posteriores à sua edição. III. A agravação da pena somente poderá ocorrer após a aprovação da Medida Provisória pelo CongressoNacional. IV. Apresenta vício de origem que não convalesce pela sua eventual aprovação. Indique a opção que contempla a(s) assertiva(s) correta(s). a)I, II, III e IV. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 47 b)I, II e III, apenas. c)II, III e IV, apenas. d)I, apenas. e)IV, apenas. 18 - 2012 - CESPE - PC-AL - Delegado de Polícia Com base no que dispões a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. A teoria da territorialidade temperada foi adotada pelo direito brasileiro. ( ) Certo ( ) Errado 19 - 2012 - MS CONCURSOS - PC-PA - Delegado de Polícia A lei penal não pode ser aplicada senão pelo juiz com o poder de jurisdição e, porconseguinte, só ele poderá julgar o acusado e/ou denunciado e exigir o cumprimento da sentença condenatória. Para isso, é necessário que tenha competência. Em relação à lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa incorreta: a)Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. O tempus delicti é importante para que se possa ser determinado o momento da prática do crime, aplicando-se corretamente a lei vigente durante a conduta ilícita do agente tipificando-a como ilícito penal. Tal fato é importante, principalmente para avaliar a questão da menoridade ou não do agente. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 48 b)A imputabilidade é aferida ao tempo da conduta, não se podendo punir um adolescente que, às vésperas de completar 18 anos, comete roubo e impulsionando uma arma de fogo, atira sem querer no pé da vítima, que vem a falecer depois de ele atingir a maioridade penal. Neste caso, responderá judicialmente por ato infracional. O menor não responderá pelo ilícito penal de homicídio previsto no artigo 121 do Código Penal. c)Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. O agente será punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. d)Nos termos do artigo 6° do Código Penal, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação e/ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Por considerar tanto o local da conduta como o local do resultado, essa teoria consegue solucionar o problema dos crimes à distância e também os conflitos de direito penal internacional. Assim, o Brasil, poderá ser competente para julgar ilícitos penais que, apesar de serem iniciados ou encerrados em outros países, sejam investigados, resolvidos e decididos de acordo com as normas do nosso país. Assim, utilizando o exemplo da carta bomba remetida por um brasileiro no México para outro brasileiro no Espírito Santo - que ao abri-la morre pela explosão - mesmo estando em outro país, o agente da ação poderá responder pelo seu dolo, conforme a legislação brasileira, por preenchimento dos requisitos do artigo 7° do Código Penal. e)A legislação penal brasileira considera que o crime se realiza pessoalmente, no local onde ocorreu o resultado. Assim, considerando que uma mulher, domiciliada na Inglaterra, queira se vingar de seu ex-marido que atualmente é o USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 49 Vice-Presidente do Brasil, e desejando matá-lo encaminhe pelo correio uma caixa com destino certo, a vítima, ao abri-la, provoca o acionamento de um mecanismo eletrônico, explodindo uma bomba que resulta instantaneamente no óbito dele e de sua filha. Assim, a inglesa não poderá ser punida porque, para ocorrer a tipicidade penal brasileira, o homicida deverá pessoalmente estar presente no local do crime no momento do resultado fatídico. 20Q66278 Direito Penal Disciplina - Assunto Noções Fundamentais - 2010 - FGV - PC-AP - Delegado de Polícia Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise as afirmativas a seguir. I. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço. II. Ficam sujeitos à lei brasileira, os crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro ainda que julgados no estrangeiro. III. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território ou de Município quando não sejam julgados no estrangeiro. Assinale: a)se somente a afirmativa I estiver correta. b)se somente a afirmativa II estiver correta. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 10 50 c)se somente a afirmativa III estiver correta. d)se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e)se todas as afirmativas estiverem corretas. Respostas 01: A 02: B 03: B 04: C 05: D 06: E 07: C 08: A 09: B 10: B 11: C 12: D 13: C 14: D 15: B 16: E 17: E 18: C 19: E 20: A
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