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Direito Penal G2 - Ivan Santiago

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Direito Penal G2
Teoria do Delito
- Conceito analítico: 
1) Conduta
2) Típica
3) Antijurídica
4) Culpável (cometida por agente culpável)
Conduta
Vontade -> finalidade
Houve um direcionamento da vontade na legítima defesa
Tipicidade
- Definição: atributo ou adjetivação dado a conduta que se adequa a determinado tipo penal
 Faltar com o dever de cuidado – crime
Ex.: pode ter havido um homicídio, mas se não houve ausência de cuidado, não houve crime.
- Tipo Penal dos crimes comissivos dolosos:
-> Comissivo – através de ação (omissivo -> sem ação)
O crime é fazer, a comissão, o legislador está preocupado com quem age intencionalmente.
->Ação e dolo
Conduta através de ação e intenção de cometer crime (o preceito é a descrição de crime e a ação é o verbo. Ex.: matar
- Tipo dos crimes culposos: 
- Tipo dos crimes omissivos:
Esse tipo penal se divide em uma parte subjetia e outra objetiva, ele é um tipo complexo porque a tipicidade só vai ocorrer se tiver a parte subjetiva e a parte objetiva.
Tipo complexo = tipo objetivo/ tipo subjetivo = ação/dolo
Se não tiver uma das partes, é atípico 
Ex.: Se eu limpo a arma e ela dispara e mata alguém. Não houve intenção (dolo) em muda-lo, a minha intenção era somente limpar a arma. Isto é um caso atípico para o tipo doloso.
->Ação deve ser ligada ao resultado pela causalidade:
 causalidade
Ação ----------------> Resultado
Art. 13, caput, CP: sobre causalidade
Ex.: Atirou em alguém que já tinha morrido de infarto. Não há dolo de distruir cadáver porque ele não sabia se ele estava morto, achava que estava vivo. Não há crime (porque ele já estava morto) ou tentava de homicídio (não X o tiro nele e ele sobreviveu).
Todo tipo penal protege o bem jurídico (dano ou tentativa de dano)
Método da eliminação hipotética: É causa toda ação e omissão sem que 
No plano da imaginação pensarei que aquela determinada causa não tivesse acontecido, qual seria o resultado. É pensar se a chave não tivesse em cima da mesa, teria ocorrido o crime ou não. No caso negativo, a ação foi causa do crime. Se a ausência ou não da chave não faz diferença no crime, não constitui causa.
O problema é que no código já uma porção de causas mas não um freio. O que vai frear a causa é o dolo. 
Caso fortuito: não caracteriza a causalidade
Não exclui minha responsabilidade se há somatório de causalidades; O fato da causa ser parcial e o resultado ser decorrente de um concurso de causas, não há exclusão de responsabilidades. Essas concausas não afastam a responsabilidade da pessoa. Pode ser que não haja divisão de responsabilidade e sim responde integralmente.
- Art. 13, parágrafo 1º, CP (exceção posta pelo legislador): a hipótese aqui é a concausa superviniante, ou seja, causa posterior que se agrega a minha anterior e gera o resultado. 
Ex.: Dou uma facada no cara, ele é internado contrai uma bactéria e morre -> é uma consequência material da facada, então, o autor será responsabilizado integralmente. 
Ex: Dou uma facada no cara, ele é internado o hospital desaba e ele morre -> o desabamento não está ligado a facada, há uma certa autonomia/independência em relação a ação de dar a facada. Pelo art. 13, parágrafo 1º, limita-se a responsabilidade do autor até onde ele foi/até onde fez. Apesar de que a pessoa não iria ao hospital se não tivesse levado a facada, o desabamento era imprevisível e o autor responde pela tentativa de homicídio porque foi a parte que ele fez.
Tipo dos crimes comissivos dolosos
- Tipo complexo: tipo objetivo/tipo subjetivo 
 causalidade
- T.O -> Ação -------------------------> Resultado
Art. 13, caput: não há freio para a causalidade, é o dolo que vai dar o freio.
O aspecto subjetivo é usado para olhar o indivíduo
- Art. 13, parágrafo 1º - concausa superveniente que por si só ocasiona o resultado, a 2ª causa possui uma relação que supera a 1ª, é o caso da pessoa espancada que contrai infecção no hospital uma vez que ela não a contrariaria se não tivesse sido espancada.
Dolo: conhecimento e vontade
- Dolo direto: a pessoa se comporta de modo a alcançar determinado resultado
- Dolo eventual: a pessoa não quer o resultado, mas se ocorrer ela não repudia; assume um risco porque realiza algo capaz de acarretar um resultado, o problema é a relação entre a pessoa e o risco. A vontade é preenchida pela aceitação.
-Art. 18, I
Problema
É invenção de vontade que nunca existiu quando se diz que a pessoa que dirige alcoolizada sabe do risco que está tomando. A discussão é: se é dolo ou culpa consciente.
Erro de tipo
O tipo, pelo art. 121 é matar alguém. 
Não há dolo se não há aquilo tudo que compõe o tipo penal – art. 20, caput exclui o dolo em caso de erro de tipo porque não pode haver dolo se não houver um dos elementos do tipo.
Resultado:
Normativo: analisar se o bem jurídico protegido foi atingido, ofensa ao bem jurídico é um dano, ameaça ao bem jurídico é uma exposição desse bem ao perigo de ocorrer lesão. 
Naturalista: 
- Crime de dano: resultado normativo (ofensa) ocorre pela lesão ao bem jurídico. 
- Crime de perigo: se houver perigo ou exposição ao perigo do bem jurídico, isso é um resultado normativo (ofensa)
Art. 272, CP – o bem jurídico protegido é a saúde pública. A ofensa por si só caracteriza pela exposição do perigo.
Crime:
- De dano 
- De perigo: 
- Concreto (o perigo precisa ser verificado no caso concreto) - Abstrato
Ex.: biscoito falsificado – se for comprovada em concreto que o biscoito causa danos à saúde pública, somente assim haverá crime.
Ex.: remédio falsificado – em abstrato é crime, não importando se causa danos à saúde pública.
- T.O
 causalidade
Ação --------------------------> Resultado * 
*Resultado:
-Normativo: toda norma existe para proteger um bem jurídico, assim, o resultado é a ofensa ao bem jurídico. 
- Naturalístico: nem todo crime vai gerar resultado, não avalia causalidade porque a conduta já caracteriza o crime por si só. Resultado que se percebe, ex.: poluição (rio poluído), homicídio (resultado morte), lesão (olho roxo). Se resultado se exterioriza, percebe-se o resultado pelos sentidos, resultado naturalístico tem que aber qual é o tipo de crime para saber qual o resultado que está sendo produzido, é um crime de mera conduta. 
Crime de perigo concreto: ação do sujeito gera situação de perigo, expõe o bem jurídico
Crimes
- Materiais: ação produz resultado materialístico. A produção do crime ocorre quando for alcançado o resultado naturalístico; legislador exige resultado para haver consumação do crime material
- De mera conduta: art. 60, lei 9605/98 o legislador não espera que a ação produza resultado naturalístico mesmo havendo resultado normativo, o resultado não se exterioriza como o resultado natural, ação incapaz de produzir resultado naturalístico. 
- Formais: está entre os 2 acima, conduta capaz de produzir resultado, mas o legislador não espera que o resultado ocorra para haver consumação do crime formal. Não interessa se a vontade vai ser materializada, basta que a vontade exista, basta a ação, a consumação ocorre justamente com a ação. 
O momento consumativo varia de acordo com o tipo de crime lidado. 
Ex.: O crime é flagrante, quando está ocorrendo, no caso de solicitar dinheiro para o aluno passar na prova, o crime ocorreu no momento da solicitação, mesmo que o aluno só pague o professor no dia da prova, 2 semanas depois. 
Crime permanente – a consumação se prolonga no tempo, enquanto a consumação não cessar, não digo que o crime está consumado e posso prender em flagrante durante a ocorrência da consumação, a ocorrência do crime. 
Ex.: Sequestro do Pedrinho. Pedrinho foi descoberto com mais de 20 anos, e a prescrição máxima é de 20 anos. Como foi mantida a ignorância pela sequestradora, depois de descoberto, foi possível processá-la, porque o resultado ainda não tinha ocorrido. 
Art. 159 – extorsão mediante sequestro
Art. 148 – sequestro puro 
Crime habitual – crimeocorre pela prática de determinados atos, prática reiterada. 
Não e um ato que caracteriza esse crime, mas um conjunto de atos que pode denotar crime. Você não vai ter crime com o ato sozinho. 
Art 4º lei 7492/86: gestão fraudulenta – conjunto de atos que denotem fraude na instituição financeira. 
Tipicidade dos crimes culposos
Não é dizer que não houve vontade, não se falaria em tipicidade se não houvesse conduta. Porém a sua conduta não dá causa ao resultado que ocasiona.
No crime culposo não há tentativa, não se fala em tentativa pois na tentativa a pessoa queria realizar algo, mas ocorreu algo que as circunstâncias fossem
Ele nunca quis aquele resultado para ele, ele não queria que aquele resultado ocorresse. Ele poderia até saber que agindo daquela maneira iria ocorrer um resultado, mas ele sempre repudia aquele resultado. Não há vontade. 
Para eu falar em tipicidade, quer dizer que ele resultou uma conduta, porém essa vontade dele (necessária para conduta) não é dirigida para o resultado que acabou ocasionando.
Ex.: Ele atropela alguém, ele deixa cair algo que fere alguém.
Pode até passar pela cabeça dele que realizando aquele resultado aquilo pode ocorrer, porém, ele não queria que aquele resultado ocorresse.
Não necessariamente o fato do sujeito não ter realizando xx merecerá que esse sujeito se enquadre na categoria culposa. Preciso olhar no artigo se há previsão de punição na forma culposa do delito, preciso olhar se há uma tipicidade do comportamento culposo.
- Art.  18, P.U.
Se o cara realizar qualquer resultado da parte especial, sem vontade, ele só irá responder se o crime prever uma punição. 
Art. 121 - autoriza punição na forma culposa também
Art. 129 parágrafo 6 - autoriza punição na forma culposa também, pois o 129 autoriza a punir alguém que culposamente realiza algo
Art. 163 - se analisar o art. inteiro não irei encontrar que é possível punição do dano culposo. Então, o crime de dano só ocorrerá dolosamente.
Ex.: se eu pegar uma chave e arranhar o carro do meu vizinho, eu poderia ser punido, pois houve dolo, vontade. Porém, se eu der ré e arranhar sem querer esse carro
Art. 155 (furto) - Se eu peguei acho, julguei que era meu, sem querer e peguei, eu posso responder por culposo? Olharei o art. em questão, e olharei se preve punição na forma culposa. Não há, então, não existe forma culposa não serei responsabilizado.
Fundamento de punição do crime culposo
Como eu puno alguém, o que justifica eu fizer que alguém realizou algo sem vontade e cometeu um crime?
A vontade não é o fundamento do crime culposo, pois ele não queria esse resultado. 
O que fundamenta a possibilidade de punição do crime culposo é uma violação do cuidado, uma violação do dever de cuidado, é a forma descuidada. 
Não existe uma regra geral de cuidado, cada situação deverá ter uma regra desse cuidado. Precisará, às vezes, de um perito para analisar se houve esse cuidado.
Ex.: Se um cara dirigindo bate e ocasiona uma lesão. Deverá se verificar se o comportamento dele está a violar qualquer 
Se o cara tá correto, não teve nenhum problema e mesmo assim ocorreu, ele não poderá ser responsabilizado, eu preciso que haja a violação do dever de cuidado, não poderá ser responsabilizado por aquilo que ele não teve nenhuma culpa, senão haverá uma responsabilidade objetiva!
Para ser responsabilizado por algo que ele não quis realizar, eu precisarei olhar a conduta dele e ver se ele não realizou algum dever de cuidado. 
Dirigir um carro há toda uma normatização, é mais fácil. Mas não necessariamente, falar em dever de cuidado, não necessariamente haverá uma lei regulando, há atividade que não há normativa de como eu devo fazer.
Como eu explicaria por exemplo a responsabilidade de um foguete que explodiu. Deverá analisar o procedimento, analisar se fugiu do normal.
Essa tipicidade, então, é difícil. O juiz deverá chamar um perito (tem um conhecimento específico da determinada área, um leque de pessoas com conhecimentos variados e o juiz deverá saber qual é o mais indicado, tem expertise naquela área). Estou discutindo sobre desabamento, deverá ser um engenheiro civil, no mínimo, não pode ser um engenheiro florestal. Não posso falar e um paciente que morreu porque um médico aplicou uma vacina errada e chamar um oftalmologista.
Devo ver o que é o esperado naquela situação, e se houve um desvio, uma violação do dever de cuidado.
CONDUTA ------------------- RESULTADO
     |               ----------------
     |             CAUSALIDADE
     |
VIOLOU UM DEVER DE CUIDADO
Isso não funciona, sem você olhar o que seria o dever de cuidado. As vezes a cumplicidade é bem maior.
Ex.: Crime ambiental da Baia de Guanabara, quando vazou óleo em 2000. Uma transferência em Caxias, para uma ilha no meio da Baía de Guanabara, onde o óleo tinha que descer dali e subir ali. Tinha uma pessoa de cada lado, a operação demora muito, falam que o tubo fracionou por azar, maré, movimento., fracionou e o óleo furou. Foi fiscalizado que não teve nada de anormal a quem pudesse responsabilizar por isso, o processo estava girando em torno do volume que vazou. O problema é que houve uma falha, no momento que teve a comunicação, já tinha passado uma 4h, e quando desligou, vazou. 
Você tem uma infração de dever de cuidado. O crime de poluição no art. 54, 9605/98 tem a forma culposa, então, dá pra discutir. A discussão é se houve aquela responsabilizada. Já sabia que o material do duto estava ok, não foi por conta disso, o fracionamento entendeu-se que foi um furtuido. A extensão da poluição que se podia discutir a responsabilizado. Só quem foi responsabilizado foi o cara que dormiu, foi identificado que houve um culposo ali, houve uma falta com o dever de cuidado.
Para eu ter conduta (palavra impropriamente utilizada para ação E omissão). 
Art. 18, inciso II
Ele não foi exato ao descrever o crime culposo. 
Os 3 termos implicam dizer violação do dever de cuidado. Não basta um promotor dizer que o cara foi negligente, ele tem que dizer como o cara neglicenciou, como violou o dever de cuidado. 
Imperícia: deveria ter algum conhecimento que não tem, o desconhecimento do fazer.
O importante aqui não é dizer se é alguma das 3, pois as 3 implicam na mesma coisa, a violação do dever de cuidado.
- Causa
A ação dele é causa do resultado, ele violou um dever de cuidado, so que nessa hipótese falta causalidade da violação do dever de cuidado e a causalidade. 
Precisa haver uma ligação entre a violação do dever de cuidado e o resultado.
Ex.: se um cara está a 100 km/h e o máximo é 80 km/h mas prova-se que tanto faz a 80 ou 100, o resultado seria o mesmo. 
Ela não é um fator determinante para a existência do resultado, é atípico o fato. Essa causalidade obrigada a existir, não está presente.
ORDEM:
* Analiso resultado ocasionado  - não há tentativa. precisa de resultado
* Olho no parágrafo se há previsão no art.
* Verifico se foi realizado oa falta de dever de cuidado
Observo a culpa na pessoa
* Se a o resultado teve a ver com a falta do dever de cuidado
Olho se o dever de cuidado foi 
Observo se havia previsibilidade no dever de cuidado
Deve-se analisar o comportamento de quem está sendo julgado. Se 2 pessoas batem em um cruzamento
Esse cuidado não pode ser neurótico, existe uma certa normalidade nesse cuidado, pois tudo na vida tem risco. Existe o chamado risco permitido, e estando dentro dele eu não violei o dever de cuidado, não caracteriza violação do dever de cuidado.
Previsibilidade
É interesse pois é um termo amplo, ele contempla a previsão, mas também quando o cara não previa, mas deveria ter previsto.
É um fator diferenciador para falar se é uma hipótese de culpa consciente ou de culpa inconsciente. 
Previsão é o cara que previa, ele previa que agindo dessa forma, com violação do dever de cuidado, ele poderia verificar que agindo daquela forma ele tiha a possibilidade de causar aquele resultado, e causou. 
Previsão econhecimento é tudo a mesma coisa, o dolo 
	DOLO DIRETO - CONHECIMENTO/VONTADE
DOLO EVENTUAL - CONHECIMENTO/ACEITAÇÃO
CULPA CONSCIENTE - PREVISÃO (CONHECIMENTO)/ SEM VONTADE
Na culpa consciente, todos dizem que aquilo é errado, e ele faz.
Na culpa inconsciente, ele não tinha consciência, mas deveria prever.
A previsibilidade deve ser uma coisa normal. Eu sei ou deveria saber que poderia ocorrer aquilo. 
Tudo isso é uma análise objetiva, o tipo penal dos crimes culposos, adversamente dos dolosos é complexa, aqui eu resolvo tudo no âmbito objetivo. A subjetividade do tipo é a vontade, no crime culposo a única coisa que precisa saber é que a vontade não estava dirigindo para aquele fim, estava dirigindo para qualquer fim outro lícito, mas não para aquele fim. Não preciso analisar a vontade, eu não olho para isso. 
Não se olha a culpa, nem se ela é boa, eu ignoro. Eu vou discutir a tipificação do crime culposo, todo nesse âmbito, é um objetivamente que eu analiso a questão, pois é uma vontade lícita, então não me interessa, não preciso analisa-la. 
Art. 155 (furto) – subtrair coisa alheia móvel
 causalidade 
Conduta ------------------> resultado Responsabilidade Objetiva (repreendida pelo direito penal)
Precisa-se de algo para fundamentar o crime culposo. A vontade fundamenta o crime doloso e não o culposo. O fato da pessoa violar o dever de cuidado (agir de forma descuidada) é o que fundamenta p crime culposo. O comportamento/ conduta da pessoa que deve ser analisada para saber se a pessoa violou um dever de cuidado. Quando se fala em dever de cuidado é porque há norma para isso, cada caso tem seu cuidado próprio.
Art. 54, lei 9605/98 
Imprudência -> pró-ativa 
Diferente 
Negligencia -> omissão
Diferente
Imperícia -> deveria ter um conhecimento, mas não tem. 
Ex.: médico não sabia como tratar um paciente.
O que importa não é classificar em cada uma delas, o que interessa é a violação do dever de cuidado, provando a existência da violação, qual foi o dever violado e como se deu a violação já está de bom tamanho.
A pessoa pode ter violado o dever de cuidado mas se esta violação não contribuir para a ocorrência do resultado, se não causar o resultado não há crime culposo. Portanto, há uma dupla causalidade nos casos de crimes culposos. Se há só uma causa, o caso é atípico. 
Tipo dos Crimes Omissivos
O crime omissivo não é um simples cruzar de braços, a omissão está associada a não fazer o que a norma manda quando é possível o agente atender ao comando. Identifica-se 1º a norma que determinava certa atuação e a identificação do não cumprimento daquilo economicamente com as possibilidades daquele individuo realizar certo comando. 
Crimes omissivos próprios
É reconhecido pelos fatos, crimes de mera conduta ou formais (e não materiais), ou seja, o resultado não é necessário, o simples fato de omitir já constitui crime. 
Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão 
Mecanismos do Código Penal pode-se responsabilizar alguém que não realizou o crime pela obrigação de ter evitado o crime e não o fez. O preceito já descreve o tipo penal, não há dependência do resultado para haver consumação. 
O crime que precisa de resultado, ou seja, ele é necessariamente um crime material. Omissão em impedir que o resultado acontecesse. Técnica de responsabilização o garantidor, quem tinha obrigação de evitar determinados resultados, 1º deve-se identificar a obrigação. Deve-se verificar o comportamento do garantidor, evitaria o resultado.
Ex.: Joga boia em situação de perigo e retira por perceber que quem tá se afogando era uma pessoa que ele não gosta -> a pessoa que jogou a boia cessou o perigo e não é garantidor. 
Dever de agir -> alíneas do parágrafo 2º do art. 13
Processo hipotético diferenciado – São crimes próprios pois qualificam o agente como garantidor, não se pode dizer que crimes próprios são comuns. 
Antijuridicidade de Licitude
Determinados comportamentos são proibidos, é a contrariedade da conduta típica para com o ordenamento jurídico. Se tenho conduta típica em algum lugar do ordenamento, o direito penal deve reconhece-la, ou seja, se há causa que exclua a antijuridicidade, significa que o direito acolheu/reconheceu tipicidade à conduta. 
- Antijuridicidade
- Causas de exclusão, art. 23: descriminantes, legitimantes
Proporcionalidade – causas da antijuridicidade 
Além das causas de exclusão da antijuridicidade presentes no art. 23, CP, há também exclusão de antijuridicidade em caso de consentimento da vítima.
Art. 23, parágrafo único, CP – O excesso é punível, a reação deve ser PROPORCIONAL à ação. 
Art. 25, CP – legítima defesa deve haver proporcionalidade entre as ações, Estado assume que não pode estar em todos os lugares a todo momento, então, permite que o indivíduo haja naquela situação em que ele não estava presente para protege-lo. Todo direito deve ser protegido.
Legítima defesa, art. 25: agressão injusta, atual ou iminente, direito seu ou de 3º 
Elementares – o que define o tipo penal
O tempo não pode ser muito distanciado, respeito a todos os direitos.
- Agressão injusta: presença de uma agressão injusta, ou seja, não está amparada em lei. A agressão é um comportamento humano, não amparado em lei (injusto), quando falta conduta, tipicidade e culpabilidade.
 agride
A ------------------> B
 < ------------------ 
 Reage
A não pode alegar legítima defesa se reagir a agressão secundária de B.
Reação a agressão de indivíduo inimputável (menor de idade, incapaz) há a legítima defesa. Essa agressão do incapaz não está amparada pelo direito, sendo então injusta, por isso a agressão é ilícita. 
Único momento que a agressão não é considerada injusta é quando lhe falta antijuridicidade. 
- Atual ou iminente: Não precisa-se esperar o cara mirar, pode reagir a iminência do ato. O que o legislador não quer é uma coisa passada ou futura (cuidado ao verificar os extremos, tem que estar entre o intervalo de tempo entre atual e iminente.
- Direito próprio ou de terceiros:  Qualquer direito é defensável, tudo vai depender da proporcionalidade, pode ser qualquer 3º, não interessa quem é o titular desse direito. 
- Meios necessários: meios que o indivíduo possui para exercitar sua legítima defesa. Isso afetará a proporcionalidade da ação, interessando quando não há alternativas. O excesso ocorre no modo como o meio será utilizado, vê-se o que é necessário para conter a agressão. Por ex., o problema não está em escolher a arma (ao invés da faca que seria mais proporcional), está em atirar de forma imoderada.
Excesso exculpante – Analisa a conduta do excesso, se o sujeito teve a intenção de se exceder, se agir culposamente (faltou com o cuidado necessário). Verifica se o indivíduo teria outra opção. A inexigibilidade de conduta diversa exclui o excesso, o excesso não será nem culposo, nem doloso. 
Ex.: Se eu vou bolo, mato a pessoa e nisso o cara estava discutindo com a mulher dele e ia matar ela. O meu objetivo não era salvar isso, porém o meu ato de querer matar o cara salvou a mulher. Eu agi moderadamente, uma agressão atual e direito de alguém, eu agi de acordo com o art. 25 porém eu não tinha noção de que estava salvando ninguém, eu não tinha percepção de defesa. Tudo que está no art. 25 estava presente Essa cara vai ser absolvido? É necessário na legítima defesa um pensamento subjetivo? Se entende que é necessário esse elemento subjetivo, essa percepção de legítima defesa, o querer agir em legítima defesa. A maioria entende que precisa sim de um elemento subjetivo, esse conhecimento, percepção de que há uma ação de agressão e de que quer agir em face a essa agressão. 
Estado de necessidade -> Roubar casso para tentar salvar cobrança sequestrado.
A alternativa de fuga pode descaracterizar a legítima defesa? 
Art. 24, CP (estado de necessidade) -> “nem podia de outro modo evitar”
Diferente
Art. 25, CP (legítima defesa) -> norma permissiva – legislador nada falousobre outras alternativas. Assim, a alternativa de fuga não ALTERA em nada a exclusão da antijuridicidade.
Erro/ Supor situação de agressão que não iria de fato ocorrer
Ex.: Se o cara ameaça outro, diz que vai matar o cara, esse cara bota a mão no bolso e ele age, porém, na verdade ele ia pegar um pente/carteira e etc., a princípio houve agressão iminente, porém analisando o caso observa-se que não houve e nem haveria uma agressão. Nesse caso, não houve legítima defesa pois não houve e nem haveria agressão, então não tenho legítima defesa nesse caso. Porém, há um equívoco, um erro, que o legislador leputa relevante, tanto é que o legislador se preocupa. 
Como não há agressão iminente, não há legítima defesa, há nessa caso um erro de tipo.
Art. 20, parágrafo 1º, CP (descriminantes putativas)
Numa situação como essa, não há legítima defesa mas há um erro, se ele tivesse certo haveria claramente uma legítima defesa, ele manda então afastar o dolo, e se o cara tivesse evitado ele manda responder por culpa se houver na modalidade culposa. 
 Ofendículos
Pequenas ofensas, são esses aparatos de segurança que você coloca em casa como por exemplo arame farpado, caco de vidro, cachorro e etc. Se por exemplo alguém vai pular seu muro e se rasga todo, pode-se falar em legítima defesa? 
Pode ser um cara que iria me roubar, ou um garoto que irá brincar.
Tudo será observado a proporcionalidade, porém no caso do ofendículos, deve-se ter uma análise mais criteriosa pois entra a questão da previsibilidade, se estava no caso dos cães uma placa falando cão raivoso, ele sabia. Mas se eu tenho um muro baixo e coloco cerca elétrica e todo mundo se machuca, tá errado. A responsabilização do indivíduo que plantou esses ofendículos vai depender dessa proporcionalidade.
Antijuridicidade
Estado de Necessidade – art. 24 situação de perigo em que para um bem jurídico sobreviver outro deve ser aniquilado.
Obs.: art. 20, parágrafo 3º - erro sobre a pessoa – erro de percepção, equivoca-se com a vítima antes de cometer crime.
- Art. 73: erro na execução/erro acidental – pessoa é ruim de mira, não calculou a distância e o vento, acerta outra pessoa porque bateram no braço dele – Aberrativo Ictus
- Art. 25: não diz que tenho que acertar a vítima que gostaria de atingir, isso não exclui a legítima defesa.
- Erro de execução na legítima defesa: B atinge C mas queria atingir A e é absolivo pela conjugação do art. 25 ao art. 20, parágrafo 3º. 
Ex.: Estado de necessidade sacrifício da vida de um para sobrevivência dos outros (casos de pessoas presas em caverna). 
Art. 24 – Situação de perigo agressão atual ou iminente (perspectiva concreta de que agressão será efetuada) – legítima defesa. Atuação do sujeito depende da existência de perigo (mais + percepção antiga); “perigo” dá a ideia de algo que ainda não se concretizou, há uma grande diferença entre “perigo” e “agressão”. A interpretação extensiva procura ampliar as hipóteses de estado de necessidade (de desguardo de bem jurídico); Quem provoca a situação de perigo não pode alegar depois estado de necessidade.
Situações em que se pesa um bem jurídico a outro (confronto de bens jurídicos): Salvo um gato e deixo uma pessoa morrer no incêndio (vida da pessoa vale mais que do gato), caso de proteger patrimônio em detrimento da vida. Portanto, é preciso que o bem deteriorado seja de menor valor que o que sobreviveu ou destruído/danificado que tenha igual valor para que a situação seja classificada como estado de necessidade. 
Com a evolução jurisprudencial, passa-se a pesar de forma diferente os bens jurídicos.
- Art. 23, III – Estrito cumprimento do dever legal: norma que se comunica com o funcionário público dizendo uma ordem. 
Exercício Regular de um Direito – estado de desempenho de uma faculdade jurídica, diz uma faculdade ao indivíduo, se fizer isso nada lhe acontecerá. 
- Art. 301, CPP: XXXXXX
Consentimento do ofendido: ausência de antijuridicadade pelo consentimento do ofendido depende do bem jurídico a ser protegido. Aos bens disponíveis e indisponíveis. A vida é um bem indisponível, portanto, a eutanásia (pedir para desligar máquina) não tira a culpabilidade do médico já que ele não pode dispor da vida dos pacientes. A integridade física é um bem disponível, portanto, o cabelereiro e o tatuador podem exercer seu trabalho com consentimento e sem culpabilidade. Já seria crime cortar o cabelo de outro na marra para fazer peruca, p.e. O consentimento deve tratar de bem jurídico disponível, o ofendido deve consentir com consciência (possuir capacidade) e deve ocorrer antes ou durante a ação. 
- Art. 150 – violação de domicílio – o consentimento torna atípica a conduta quando o discurso for parte do tipo penal, portanto, não é preciso discutir juridicidade. Tratar de bem jurídico disponível, capacidade de quem consente, consentimento antes e durante atividade do indivíduo são os 3 requisitos. 
Culpabilidade
Impetrabilidade – capacidade biopsicológica do indivíduo (passar dos 18 anos e não tem problema mental), ou seja, está apto de saber que o que fez é crime, está ao alcance do indivíduo saber que o que fazia era proibido/ilícito.
Possibilidade de conhecimento da ilicitude – está ao alcance do indivíduo saber se o que fez era crime ou não. 
Exigibilidade de conduta diversa – a pessoa não tinha opção e cometeu crime sem saber ainda que com capacidade e inserido em ambiente sociocultural favorável. 
- Injusto Penal [C/T/A] culpabilidade
*Juízo de reprobabilidade do agente do injusto penal (imputabilidade). Não há culpabilidade se não estava a seu alcance saber se o que fez era crime. (2-)
A culpabilidade é uma liberdade e reprovação do arbítrio.
 
1 :
Imputabilidade (art. 26, caput) – patologia + incapacidade de compreensão de ilicitude no momento do crime (perícia médica). A pessoa tem doença, sabe que é ilícito mas não consegue evitar (psicose obsessiva) ou apreender comportamento diverso.
- Medida de segurança: art. 96 – 2 espécies de medida: intervenção (manicômio) ou tratamento ambulatorial (sem intervenção, faz atendimento, toma remédios e fica na própria casa). Art. 97 – se o tipo penal é de reclusão, aplica-se a intervenção (prisão: regimes de reclusão e de detenção) se não detenção aplica-se tratamento ambulatorial. 
- Incidente de insanidade: pessoa inimputável: juiz o absolve e implanta qual medida de segurança se encaixa ao tipo penal. Alguns juízes tentam aplicar a medida de segurança mais condizente às necessidades do indivíduo ao atenderem a recomendação médica.
Parágrafo 1º PRAZO – a pessoa pode ficar perpetuamente na intervenção.
Parágrafo 2º PERÍCIA MÉDICA 
Parágrafo 3º DESINTERNAÇÃO 
Parágrafo 4º INTERNAÇÃO
Se sempre disserem que a periculosidade não cessou, a pessoa pode ficar perpetuamente presa.
- Semi-imputáveis: patologia mental do agente, faz atenuar a pena sem excluir a culpabilidade porque considera-se a reprobabilidade do indivíduo como menor (art. 26). 
- Art. 98 – art. 26, PU + necessidade de o condenado (semi-imputável) tratamento curativo.
 Menoridade (art. 27): menor não comete crime. 
Embriaguez acidental (art. 28)
2:
Erro de proibição (art. 21)
3:
Coação Irresistível 
Obediência Hierárquica
Causas Supralegais (outras situações não previstas em lei)
Culpabilidade
Imputabilidade 
- Inimputabilidade, 26, caput: indivíduo que no momento da ação ou omissão possuía desenvolvimento retardado e até podia saber que era ilícito mas não consegue fazer o lítico. Tal retardamento impede o reconhecimento da ilicitude.
- Menoridade, 27 -> ECA - nem é julgado, nem sequer entra no processo penal.
- Embriaguez acidental completa, art. 28, parágrafo 1 - não é inimputabilidade, são casos de exclusão da putabilidade. Ingestão de álcool, remédio, intoxicação aguda e transitório retira do indivíduo a compreensão da ilicitude, não é inimputabilidade e sim causa de exclusão de inimputabilidade. 
Os casos de pessoas viciados, temos que trabalhar nos casos da Lei11343/06, artigo 45 essa lei é a lei de drogas. Embriaguez aqui é para álcool ou qualquer substância análoga. 
Se o cara for dependente, o juiz pode verificar de ofício e pedir um exame para verificar o grau dessa dependência ou o cara pode alegar isso. 
Actio Libera in causal (art. 61, II, “e”)
Ato de se embriagar - embriaguez culposa é aquele de bebi e fiquei doidão. O problema é que muitas vezes o cara comete o crime embriagado e ele não tem consciência do que tá fazendo, em qual momento eu posso responsabilizar esse cidadão? Essa embriaguez não exclui a culpabilidade, eu vou ter que buscar o elemento subjetivo, ou seja, ele antes de se colocar no estado de inconsciência ele sabia que poderia realizar o crime? Ele espera isso? 
- Embriguez pré-ordenada: responde pelo crime em forma dolosa e tem agravamento da pena conforme art. 61, II, e. 
Como por exemplo um vigia noturno que se coloca intencionalmente em um estado de embriaguez para deixar que pessoas entrem e roubem a empresa. Ele está compactuando com esse crime, apesar de estar embriagado naquele momento. Se ele quis aquilo, responderá na forma dolosa. 
Agravamento da pena art. 61  
- A embriaguez acidental completa exclui causa de inimputabilidade e não responde pelo crime: dirigir depois de tomar remédio que dá sono e a pessoa dorme no volante.
Se ele bebe e atropela alguém, ele não quis aquilo, irá responder então na forma culposa.
- Emoção e paixão
Não são situações de amor, mas ira, entusiasmo. Emoção é um estado mais alongado, a paixão é uma coisa mais curta. Na prática não tem diferença. o legislador quer dizer que essas exaltações tanto de raiva quanto de amor, não servem para desconstruiu culpa, mas não são totalmente desprezadas.
No art. 121 do homicídio nos casos do homicídio privilegiado, no parágrafo 1, diz que pode haver redução da pena nos casos de emoção e paixão.
As vezes pode ser que uma situação dessas, passionais, sejam um sintoma de um problema mental. O sintoma é aquilo que transborda, um sinal de algo, é como se fosse a ponta do iceberg, o sintoma é isso, dentro da psicanálise, Freud fala de um ato falho, aquilo que denota o que você quer falar na verdade, Freud fala que o sintoma é aquilo que transborda da alma. Pode ser que eu tenha um ato passional, e a princípio não vai excluir a responsabilidade dele, eu posso investigar sob a luz do art. 26 e verificar se o cara não é inimputável ou um semiputável. Não se descarta tudo de início. 
Não basta eu ter um agente culpável para dizer se eu tenho um agente culpado.
 Possibilidade de conhecimento da ilicitude Erro de proibição 
A análise do meio no qual aquele cara esta inserido é o que verificaremos nesse segundo momento do caso da culpabilidade. Se era dado a ele desconhecer essa ilicitude, estou falando de uma forma mais ampla do que se falasse conhecimento, eu estou dizendo que se era dado a ele conhecer, mas se estava ao alcance dele o acesso a ilicitude daquilo que ele cometeu, não tem desculpa. Eu só irei retirar a culpabilidade dele quando o cara é imputável, quando eu afastar por completo a possibilidade desse cara afastar a informação. Pode acontecer situações que o conhecimento estava longe daquele cara, daquele indivíduo. Antigamente era normal fazerem aquelas generalizações, o homem médio, umas figuras idealizadas. 
Erro de proibição inevitável, art. 21 - ele errou mas não poderia saber 
O erro evitável seria quando ele errou mas tinha como saber que errou.
Exigibilidade de conduta diversa - art. 22
Coação irresistível

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