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30/10/2014 1 Virologia – Histórico, Morfologia Prof. Érico Dianese � Doença é o mal funcionamento de células e tecidos do hospedeiro, que resulta da sua contínua irritação por um agente patogênico ou fator ambiental e que conduz ao desenvolvimento de sintomas (Agrios, 1988) Ambiente Patógeno DOENÇA Hospedeira Solanaceae Asteraceae Temperatura Umidade Bactérias Fungos Vírus Nematóides � Amplamente disseminados na natureza � Doenças / Patógenos podem estruturar comunidades vegetais na natureza (Roy & Kirchner, 2000) � Doenças / Patógenos podem moldar o curso da evolução de espécies vegetais (Roy & Kirchner, 2000) � Podem causar catastróficas perdas econômicas (Klinkowski, 1970) � Primeiro registro relatado In this village It looks as if frosting continuously For, the plant I saw In the field of summer The colour of the leaves were yellowing � Antiga referência de sintomas de vírus em plantas – 753 DC ◦ Koken – Imperatriz japonesa Eupatorium lindleyanum infectado com Eupatorium yellow vein virus (EuYVV) 30/10/2014 2 www.ctahr.hawaii.edu/nelsons/Misc/ HISTÓRICO • 1869-1660: Variegação em Abutilon striatum HISTÓRICO Século X A.C.: Varíola (casos pouco documentados). Século XIV D.C.: Navios sem tripulação – surtos de febre amarela ~1500 A.C.: Raiva – pinturas em pirâmides - cães atacando pessoas, registros de sintomas de poliomielite HISTÓRICO Século XVI: Varíola (Smallpox virus) trazida pelos colonizadores espanhóis ajuda a dizimar os povos ameríndios (Incas, Maias e Aztecas) Século XVI ou XVII: breaking da Tulipa é documentado. HISTÓRICO • 1600-1660: Holanda – Tulipas variegadas • Altos preços: Tulipas variegadas • Perda de vigor e tamanho das plantas HISTÓRICO Exposição em 1656- 1 BULBO INFECTADO $$$$$ 4 ton. de trigo 8 ton. de cevada 4 bois gordos 8 porcos gordos 12 ovelhas gordas 2 barris de vinho 4 barris de cerveja 2 barris de manteiga 450 kg de queijo 1 cama 1 armário 1 pulseira de prata (Hull, 2002) HISTÓRICO Edward Jenner - 1796: “Pai” da vacinação. Suspensão de pústulas de varíola animal (Cowpox virus). Vacina James Phipps (8 anos). HISTÓRICO Gregor Mendel - 1866: publica seu trabalho sobre genética e herança (depois nomeada herença mendeliana) Charles Darwin - 1880: publica A Origem das Espécies Carlos Finlay - 1880: demonstra a transmissão do agente do vírus da febre amarela por mosquitos 30/10/2014 3 HISTÓRICO Louis Pasteur - 1885: produz a primeira vacina contra o agente atenuado da raiva (Rhabdovirus) após várias passagens em coelhos •HASHIMOTO – 1894: Presença de cigarrinha na cultura do arroz- pré- requisito para ocorrência de nanismo. •Loeffler & Flosch - 1898: febre aftosa – primeiro vírus de mamíferos identificado •E. BAUR – 1904: Transmissão da clorose infecciosa do Abutilon - enxertia e não mecanicamente. HISTÓRICO ADOLF MAYER-1886: Transmissão do TMV utilizando-se de extrato de planta doente. Descreveu Mosaikkrankheit. D. IVANOVSKI – 1890: Extrato de plantas com mosaico permanecia infeccioso mesmo após passar por filtros de porcelana - Filtros com defeito? M.W. BEIJERINCK – 1898: Experimento de IVANOVSKI- Novo agente etiológico: Vírus Contagium vivum fluidum. HISTÓRICO •Ellerman & Bang – 1908: transmissibilidade da Leucose das aves •Rous – 1911: Descobre o vírus do “Sarcoma das aves”. Descreve um papilomavírus responsável por câncer de pele em coelhos •1918: epidemia de Influenza na Europa. Vírus estabelecido como agente causal •HOLMES – 1929: Número de lesões locais em Nicotiana glutinosa inoculadas com TMV era relacionado com a [ ] de vírus no inóculo. • K.M. SMITH – 1931: Espécies de plantas usadas em conjunto: distinção de alguns vírus de outros com base em sintomas.GAMA DE HOSPEDEIRAS • W.M. STANLEY – 1935: Purificação química de TMV - proteína com as características do vírus do mosaico do fumo. (EUA) Produção de vacinas contra febre amarela e Influenza (1936). • BAWDEN E PIRIE – 1936: Partículas cristalizadas do TMV continham fósforo e um açúcar (ribose) - ácido nucléico. (Inglaterra) • KAUSCHE et al., 1939: Micrografia eletrônica de partículas do TMV. (Alemanha) • CLARK E ADAMS, 1977: Adaptação da técnica ELISA para virologia vegetal. (EUA) • AHLQUIST E JANDA, 1984: Primeiro clone infeccioso de um vírus de planta (Brome mosaic virus) BMV. (EUA) • POWELL-ABEL et al., 1986 :Plantas transgênicas de fumo expressando a CP de TMV. HISTÓRICO � Vírus: ◦ Conjunto de uma ou mais moléculas de ácido nucléico, encapsidado por uma capa protéica ou lipoproteína, capaz de organizar sua própria replicação somente no interior de uma célula hospedeira � Vírus ◦ Parasitas intracelulares obrigatórios de dimensões sub-microscópicas, infecciosos ◦ Genoma de DNA ou RNA, capa protéica e em alguns casos, envelope ◦ Utilizam-se da maquinaria celular para processos de replicação e síntese de proteínas 30/10/2014 4 � De acordo com Hull (2002): ◦ Vírus � Conjunto de um ou mais modelos de moléculas de ácidos nucléicos � Normalmente envolvidos por uma capa de proteínas ou lipoproteínas � Capaz de organizar sua própria replicação no interior de células de uma hospedeira � Pode ser horizontalmente transmitido entre hospedeiros � De acordo com Hull (2002): ◦ Dentro dessas células a replicação é: � Dependente do maquinário sintetizador de proteínas do hospedeiro � Organizado a partir de uma gama de materiais necessários e não por fissão binária � Localizado em sítios que não são separados do conteúdo citoplasmático da célula hospedeira por uma bicamada lipídica � Continuamente promove o surgimento de variantes através de vários tipos de mudanças no ácido nucléico viral � Critérios que separam vírus de células ◦ Não há membrana que separa o parasita do hospedeiro durante a replicação ◦ Não há sistema de síntese de proteínas ◦ Replicação se dá através da síntese de uma gama de componentes, seguida da montagem de várias partículas. As células mais simples replicam por fissão binária � Critérios que separam vírus de plasmídeos ◦ Vírus normais: � Partícula com estrutura desenvolvida para proteger o material genético do ambiente extracelular e facilitar a entrada em nova célula hospedeira ◦ Genomas virais: � Altamente organizados para funções específicas do vírus que não são aproveitadas pela célula hospedeira � Plasmídeos são compostos por material genético útil para a sobrevivência da célula � Critérios que separam vírus de plasmídeos ◦ Vírus podem causar morte de células ou doenças no hospedeiro, plasmídeos não � Por quê estudar fitovírus? ◦ Causam sérias perdas na produção de fibras e alimentos ◦ Excelentes modelos para biologia molecular ◦ Vetores para expressão de genes e síntese de proteínas de interesse comercial e médico em plantas 30/10/2014 5 � Dimensão relativa em relação a outros fitopatógenos Partículas são submicroscópicas � Replicação ◦ Maquinaria da célula hospedeira ◦ Não ocorre fissão binária ◦ Variabilidade contínua � Ácidos nucléicos ◦ RNA: > 90% de todos os vírus de plantas ◦ DNA: < 10% ◦ Fita dupla ou simples – ssRNA, ssDNA, dsRNA, dsDNA ◦ Um ou mais segmentos ◦ Vários genes � Ácidos nucléicos ◦ Quando material genético consiste de mais de uma molécula: � Cada uma em uma partícula separada (Ex. Comovirus) � Todas em apenas uma partícula (Ex. Tospovirus) � Ácidos nucléicos ◦ RNA � Senso positivo - > (+)ssRNA � Como mRNA (RNA mensageiro) – pronto para ser lido � Senso negativo -> (-)ssRNA � Precisa ser convertido em senso + antes de ser lido 30/10/2014 6 � Ácidos nucléicos � Nucleotídeo � Nucleotídeo ◦ Açúcar: Pentose � DNA e RNA � Genomas◦ Variam muito de tamanho � Codificam de 1 a 250 proteínas � Vírus de plantas – entre 1 e 12 proteínas � Funções na replicação, movimento célula a célula, estrutura viral, transmissão por invertebrados e fungos, supressão de sistemas defensivos � Genomas ◦ Vírus passam por mudanças genéticas � Mutações pontuais ocorrem com alta frequência � Mudanças de nucleotídeos graças a erros no processo de cópia durante replicação � Outros tipos de mudanças genéticas: � Recombinação � Rearranjo de pedaços do genoma � Perda ou aquisição de material genético de vírus não relacionados ou do hospedeiro 30/10/2014 7 � Enzimas ◦ Especificadas pelo genoma ou presentes no hospedeiro ◦ Podem estar presentes na partícula viral ◦ A maioria está envolvida na síntese de ácidos nucléicos � Ex.: RdRp: RNA-dependent-RNA-polimerase � Enzimas � Proteínas ◦ Capa protéica ou proteína do capsídeo (CP) ◦ Glicoproteínas � Proteínas ◦ Funções da proteína do capsídeo (CP) � Proteção do material genético � Reconhecimento do hospedeiro � Transmissão (interações vetor-vírus) � Proteínas ◦ Características da CP � Proteínas que envolvem o genoma viral � Constituída por uma ou várias proteínas que formam subunidades denominadas capsômeros � Proteínas ◦ Características da CP � Essas proteínas são organizadas em camadas e padrões regularmente repetidos � Simetria – helicoidal � Simetria – icosaédrica (isométrica ou cúbica) � Simetria - complexa 30/10/2014 8 � Proteínas ◦ Simetria helicoidal: � Proteínas ◦ Simetria helicoidal � Proteínas ◦ Simetria icosaédrica � Proteínas ◦ Simetria icosaédrica � Proteínas ◦ Simetria complexa � Proteínas ◦ Simetria complexa 30/10/2014 9 � Proteínas ◦ Simetria complexa � Proteínas ◦ Estruturais e Não-estruturais � Estruturais (fazem parte da partícula): � Proteína do capsídeo � Glicoproteínas � Não-estruturais (proteínas envolvidas na replicação e infecção): � Replicase, polimerase, proteína de movimento, protease(s) � Lipídios ◦ Envelope lipídico � Alguns vírus � Originário do hospedeiro � Na maioria das vezes contém glicoproteínas 30/10/2014 10 Envelope (membrana lipídica)Ácido Nucléico Nucleocapsídeo Glicoproteínas Nucleocapsídeo Glicoproteínas Membrana lipídicaPolimerase � Resumindo: ◦ Partícula composta por ácido nucléico, proteínas e, em alguns vírus, lipídios � Ácido nucléico: RNA ou DNA, fita dupla ou simples, um ou mais segmentos, vários genes � Proteínas: proteína do capsídeo, glicoproteínas � Lipídios: Envelope � Vírus de plantas � Vírus da Gripe
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