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SIMULADO PESTANA

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Simulado de Português 
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Texto I 
 
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto. 
 
As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do léxico. 
Estão para as outras palavras assim como os mamíferos para os artrópodes. 
 
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Das mais lânguidas às mais 
lúgubres. Das anônimas às célebres. 
 
Se o idioma fosse um espetáculo, permaneceriam longe do público, fingindo que fogem dos 
fotógrafos e se achando o máximo. 
 
Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e, despóticas, ainda exigem acento 
na sílaba tônica! 
 
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. 
É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo. 
O inclinado e o íngreme. 
O irregular e o áspero. 
O grosso e o ríspido. 
O brejo e o pântano. 
O quieto e o tímido. 
 
Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice. 
Uma coisa é estar no topo – outra, no ápice. 
Uma coisa é ser fedido – outra é ser fétido. 
 
É fácil ser valente, mas é árduo ser intrépido. 
Ser artesão não é nada, perto de ser artífice. 
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice. 
 
(Este último parágrafo contém algo raríssimo: proparoxítonas que rimam. Porque elas se 
acham únicas, exóticas, esdrúxulas. As figuras mais antipáticas da gramática.) 
 
Quer causar um impacto insólito? Elogie com proparoxítonas. 
É como se o elogio tivesse mais mérito, tocasse no mais íntimo. 
O sujeito pode ser bom, competente, talentoso, inventivo – mas não há nada como ser 
considerado ótimo, magnífico, esplêndido. 
Da mesma forma, errar é humano. Épico mesmo é cometer um equívoco. 
 
Escapar sem maiores traumas é escapar ileso – tem que ter classe pra escapar incólume. 
 
O que você não conhece é só desconhecido. O que você não tem a mínima ideia do que seja – 
aí já é uma incógnita. 
 
Ao centro qualquer um chega – poucos chegam ao âmago. 
 
O desejo de ser uma proparoxítona é tão atávico que mesmo os vocábulos mais básicos têm o 
privilégio (efêmero) de pertencer a esse círculo do vernáculo – e são chamados de oxítonos e 
paroxítonos. Não é o cúmulo? 
 
 
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Texto de Eduardo Affonso (https://www.facebook.com/eduardo22affonso/) 
 
1) Uma das características mais interessantes do texto é a metalinguagem, que utiliza um 
código para explicar o próprio código. O trecho que exemplifica o uso de vocábulo(s) para 
explicar outro(s) está em 
 
(A) “As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do léxico.” 
(B) “Se o idioma fosse um espetáculo, permaneceriam longe do público, fingindo que fogem 
dos fotógrafos e se achando o máximo.” 
(C) “As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas. Das mais lânguidas às mais 
lúgubres.” 
(D) “É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo.” 
(E) “O sujeito pode ser bom, competente, talentoso, inventivo – mas não há nada como ser 
considerado ótimo, magnífico, esplêndido.” 
 
2) O trecho “Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e, despóticas, ainda 
exigem acento na sílaba tônica!” faz referência à clássica regra de acentuação das 
proparoxítonas. Marque a opção que apresenta uma palavra cuja antepenúltima sílaba seja 
tônica (propositadamente o acento gráfico foi suprimido). 
 
(A) ibero. 
(B) interim. 
(C) avaro. 
(D) recorde. 
(E) pudico. 
 
3) Releia: 
 
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito. 
É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo. 
O inclinado e o íngreme. 
O irregular e o áspero. 
O grosso e o ríspido. 
O brejo e o pântano. 
O quieto e o tímido. 
 
Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice. 
Uma coisa é estar no topo – outra, no ápice. 
Uma coisa é ser fedido – outra é ser fétido. 
 
É fácil ser valente, mas é árduo ser intrépido. 
Ser artesão não é nada, perto de ser artífice. 
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice. 
 
Sobre o excerto acima, pode-se afirmar corretamente que 
 
(A) As duas vírgulas presentes no trecho a seguir são empregadas facultativamente: “Uma 
coisa é estar na ponta – outra, no vértice. / Uma coisa é estar no topo – outra, no ápice. / 
Uma coisa é ser fedido – outra é ser fétido”. 
(B) As palavras “fácil” e “árduo” não podem ser consideradas proparoxítonas, e sim 
paroxítonas, logo os acentos gráficos se justificam por outra regra de acentuação. 
 
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(C) O trecho “É fácil ser valente, mas é árduo ser intrépido” pode, sem prejuízo da correção e 
do sentido, ser reescrito da seguinte forma: “É fácil ser valente. Mas, é árduo ser intrépido”. 
(D) A escolha pela ausência da vírgula na enumeração dos termos presentes em “... entre o 
arruaceiro e o vândalo, o inclinado e o íngreme, o irregular e o áspero... o quieto e o tímido” 
sugere que o autor teve a intenção de mostrar uma gradação semântica decrescente entre os 
pares desse trecho. 
(E) O nexo semântico existente entre o primeiro período e o restante do trecho é de 
explicação, corroborando e ilustrando o juízo de valor que o autor atribui às proparoxítonas. 
 
4) Sobre o trecho “Escapar sem maiores traumas é escapar ileso – tem que ter classe pra 
escapar incólume”, marque a paráfrase correta. 
 
(A) Esquipar sem maiores impactos é evadir-se intacto; é preciso requinte com o fito de 
desarvorar indene. 
(B) Fugir sem muitos conflitos é livrar-se são e salvo: tem de haver robustez a fim de 
esgueirar-se sem lesão. 
(C) Escapulir sem grandes dificuldades significa evaporar-se imaculado – necessita-se de 
convicção para safar-se incorruptível. 
(D) Escampar sem intensos ferimentos está em impedir-se tocado: é necessário clareza para 
que se libertar inteiro. 
(E) Livrar-se sem tantos abalos é o mesmo que safar-se inatingido; há de haver casta visando 
ao escape prejudicado. 
 
5) Sobre os aspectos gramaticais do texto, afirma-se incorretamente: 
 
(A) em “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto”, os dois-pontos introduzem um 
aposto. 
(B) em “As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do léxico”, há um predicado 
nominal, pois há um verbo de ligação. 
(C) em “Quer causar um impacto insólito? Elogie com proparoxítonas”, há dois sujeitos ocultos 
que se referem ao interlocutor. 
(D) em “Das mais lânguidas às mais lúgubres. Das anônimas às célebres”, a crase é 
obrigatória. 
(E) em “Estão para as outras palavras assim como os mamíferos para os artrópodes”, há uma 
construção que explicita uma conformidade. 
 
6) Sobre o trecho “O desejo de ser uma proparoxítona é tão atávico que mesmo os vocábulos 
mais básicos têm o privilégio (efêmero) de pertencer a esse círculo do vernáculo – e são 
chamados de oxítonos e paroxítonos. Não é o cúmulo?”, marque a afirmação correta. 
 
(A) O último parágrafo do texto termina com uma proparoxítona, o que significa que o autor 
teve a intenção de, no fim, desprezá-la, sendo isso evidenciado pelo emprego da palavra 
“cúmulo”. 
(B) Todas as palavras acentuadas do fragmento são proparoxítonas, exceto “têm” e “é”, que 
recebem acento consoante a regra das monossílabas. 
(C) A oração “que mesmo os vocábulos mais básicos têm o privilégio (efêmero) de pertencer a 
esse círculo do vernáculo” tem valor circunstancial causal. 
(D) Segundo o autor, as proparoxítonas são tão relevantes que oxítonas e paroxítonas têm a 
oportunidade passageira de serem proparoxítonas, o que justifica o emprego do adjetivo 
“atávico” no contexto frasal. 
(E) O termo preposicionado “de oxítonos e paroxítonos” é objeto indireto do verbo chamar, 
que está em sua forma participial; ademais, os núcleos desse complemento verbal estão no 
 
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masculino pluralem obediência à regra de concordância nominal, pois fazem referência ao 
substantivo “vocábulos”. 
 
Texto II 
 
Napoleão Mendes de Almeida foi almoçar num restaurante: 
— Traga-me um bife "à cebolado"... com "a" craseado. 
— Não servimos esse "a craseado", senhor. 
— Como não? Está escrito aqui no cardápio: "Bife à cebolado"... 
#crasioneurose 
 
Texto da página Gramática Sarcástica da Língua Portuguesa 
(https://www.facebook.com/gramaticasarcastica/) 
 
7) Em muitos cardápios, constatam-se incorreções gramaticais de ordens diversas, sobretudo 
de crase. Marque a opção que apresenta desvio gramatical. 
 
(A) Finalmente, após as 18h, poderei comer um bife a cavalo. 
(B) Aquele frango a passarinho nos espera, até às 23 horas. 
(C) Aquele bacalhau à Gomes de Sá estava um espetáculo, às avessas. 
(D) Um tutu à mineira e um arroz à grega tem sempre o seu valor. 
(E) Poucos pratos são tão bons como um filé à Oswaldo Aranha. 
 
8) O adjetivo “acebolado” é formado por derivação parassintética, isto é, apresenta prefixo e 
sufixo que se juntaram ao radical, simultaneamente: a + cebola + ado. Qual palavra a seguir 
apresenta processo de formação diferente? 
 
(A) desalmado 
(B) subterrâneo 
(C) descampado 
(D) avermelhado 
(E) amoralidade 
 
Texto III 
 
 
 
Imagem retirada da página Português da Depressão 
(https://www.facebook.com/PortuguesDaDepressao/) 
 
 
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9) As redes sociais são um terreno extremamente fértil para o humor, sobretudo quando 
alguém escreve de maneira errada. O texto acima ilustra bem isso. Marque a frase abaixo que 
“traduz”, de acordo com a norma-padrão, o que o indivíduo acima escreveu. 
 
(A) Nunca ninguém vai me derrubar, porque Deus é muito maior do que o que as pessoas 
pensam. Mas quem vai mostrar as recompensas é Deus, não sou eu, pois nasci para vencer, 
não para perder. 
(B) Nunca ninguém vai-me derrubar, porque Deus é muito maior do que o que as pessoas 
pensam; mas quem vai mostrar as recompensas é Deus, não sou eu, pois nasci para vencer... 
não para perder. 
(C) Nunca ninguém me vai derrubar, porque Deus é muito maior que aquilo que as pessoas 
pensam. Mas quem vai mostrar as recompensas é Deus, não sou eu, pois nasci pra vencer, 
não pra perder. 
(D) Nunca ninguém vai derrubar-me, porque Deus é muito maior que aquilo que as pessoas 
pensam. Mas quem vai mostrar as recompensas é Deus, não sou eu pois nasci para vencer, 
não para perder. 
(E) Nunca ninguém vai me derrubar, porque Deus é muito maior que o que as pessoas 
pensam. Mas quem vai mostrar as recompensas é Deus – não sou eu – pois nasci para vencer, 
não para perder. 
 
10) A partir da frase “traduzida para o português-padrão”, marque a afirmação correta. 
 
(A) O trecho “Nunca ninguém” é um exemplo de pleonasmo. 
(B) Se a forma verbal “pensam” estivesse antes do termo “as pessoas”, o pronome relativo 
“que” exerceria função sintática diferente. 
(C) A oração “quem vai mostrar as recompensas” exerce a mesma função sintática que o 
segmento do qual o demonstrativo “o” é o núcleo. 
(D) Em “nasci para vencer, não para perder”, há duas conjunções (para), um advérbio (não) e 
três verbos (nasci, vencer e perder). 
(E) A conjunção “pois” equivale, semanticamente, a “porquanto”, que equivale, 
semanticamente, a “conquanto”. 
 
 
 
GABARITO 
 
 
 
 
 
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6 
 
 
 
1- C 
2- B 
3- E 
4- A 
5- E 
6- D 
7- D 
8- E 
9- A 
10- C 
 
 
 
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