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Projeto de Dissertação Abuso de Poder Religioso no Direito Eleitoral

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CAMPUS DE JACAREZINHO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
MESTRADO EM CIÊNCIA JURÍDICA
“ABUSO DE PODER RELIGIOSO”: OS LIMITES DO DISCURSO
RELIGIOSO NO PROCESSO DEMOCRÁTICO
Linha de Pesquisa: Estado e Responsabilidade: Questões Críticas
Candidato: Rafael Antônio Costa
Projeto apresentado para o processo de
seleção do Programa de Mestrado em
Ciência Jurídica (Área de Concentração:
Teorias da Justiça: Justiça e Exclusão), do
Centro de Ciências Sociais Aplicadas da
UENP/Campus de Jacarezinho.
Jacarezinho - 2016
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2. OBJETIVOS..............................................................................................................4
3. JUSTIFICATIVA........................................................................................................4
4. REFERÊNCIAL TEÓRICO.......................................................................................5
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................9
6. CRONOGRAMA........................................................................................................9
7. SUMÁRIO PROVISÓRIO........................................................................................10
8. REFERÊNCIAS.......................................................................................................10
3
1. INTRODUÇÃO
A liberdade religiosa, ensinam Sarlet, Marinoni e Miditiero (2014, p. 458),
constitui uma das mais antigas e fortes reivindicações do indivíduo, de modo que
seu estudo deve levar em conta o seu caráter sensível, bem como as perseguições
e atrocidades cometidas em nome da religião ou por conta da intolerância religiosa
ao longo dos tempos. 
No Brasil, a proteção à liberdade religiosa é garantida
constitucionalmente, não apenas como direito fundamental, previsto no art. 5º, inciso
VI, da Constituição Federal de 1988, mas também por meio de garantias, como a
assistência religiosa (CF, art. 5º, VII), a objeção de consciência (CF, arts. 5º, VIII, e
143), a laicidade do Estado (CF, art. 19, I), e a imunidade de impostos sobre templos
de qualquer culto (CF, art. 150, VI, b). Além disso, a livre divulgação das ideias
religiosas também se relaciona intimamente com outros direitos fundamentais, como
a liberdade de expressão (CF, art. 5º, IV e XI) e de informação (CF, art. 5º. XIV).
Nos últimos anos vem chamando atenção a crescente influência do
discurso religioso na política brasileira, tanto no que se refere à disputa por cargos
eletivos, como na formulação de políticas públicas. A questão que se coloca, e que
será objeto da pesquisa que se propõe, é se o Estado pode impor limites ao direito
fundamental à liberdade religiosa no contexto do processo democrático, a fim de se
assegurar o princípio da laicidade estatal.
Enfatiza Jürgen Habermas (2007, p. 344) que as comunidades religiosas
têm interesse “de se afirmar no interior das sociedades modernas e de obter
condições para exercer, através da esfera pública política, influência na sociedade
como um todo”. Até que ponto essa influência atende aos ditames democráticos, ou
quando ela se revela ilegítima e passível de correição pelo Estado são algumas das
questões que a pesquisa proposta tentará elucidar. 
Serão analisados o conteúdo e o alcance do direito fundamental à
liberdade religiosa, seu âmbito de proteção e de regulação, bem como os limites
eventualmente impostos ao seu exercício pelo ordenamento jurídico. Também será
estudado o princípio da laicidade estatal, a relação entre Estado e Religião, e a
influência do discurso religioso no processo democrático. Serão analisados, ainda,
os meios disponíveis para assegurar a legitimidade da representatividade popular,
em face da a influência do poder na esfera política. Com base na pesquisa a ser
4
realizada, espera-se chegar à uma conclusão sobre a possiblidade – ou
impossibilidade – de o Estado impor limitações ao exercício da liberdade religiosa
como forma de preservação da legitimidade do regime democrático.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL 
Analisar a possibilidade de o Estado impor limitações ao exercício da
liberdade religiosa no processo democrático, à luz Constituição e dos direitos
fundamentais.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Analisar o direito fundamental à liberdade religiosa, seu âmbito de
proteção e de regulação, núcleo essencial, bem como os limites impostos pelo
ordenamento jurídico.
 Estudar o sentido e o alcance do princípio da laicidade estatal e sua
relação com o Estado Democrático de Direito.
 Estudar os instrumentos jurídicos criados para conferir legitimidade ao
regime democrático contra a influência do poder na formação dos seguimentos de
representação popular.
 Verificar se o discurso religioso na esfera política viola o princípio da
laicidade estatal, e se é legítima a interferência do Estado limitadora da liberdade
religiosa no contexto político-eleitoral.
3. JUSTIFICATIVA 
Verificamos cotidianamente a presença do discurso religioso nas
questões políticas. Temas como aborto, células-tronco, família, adoção, entre outros,
5
têm gerado profundas controvérsias na sociedade, as quais são transpostas para o
Estado, quer na formulação de políticas públicas, quer na julgamento de ações
judiciais.
O discurso religioso também está presente no processo político-eleitoral,
sendo alvo do que se convencionou chamar de “abuso de poder religioso”.
Mandatos eletivos, conferidos pelo voto popular, têm sido cassados pelo Estado (por
meio da Justiça Eleitoral) com base no entendimento – cuja validade será
investigada – de que a influência do discurso religioso na formação da vontade do
eleitor estaria submetida a limites e que a violação desses limites comprometeria a
legitimidade do processo democrático, em sua acepção formal.
Daí a relevância da pesquisa proposta, vez que a Constituição Federal de
1988 assegura o direito fundamental à liberdade religiosa de forma ampla, assim
como à liberdade de expressão e de informação. A pesquisa deve ser realizada,
portanto, para que seja averiguada a constitucionalidade das limitações impostas
pelo Estado à liberdade religiosa no contexto do processo democrático. 
O motivo que levou à escolha do tema foi a escassez de formulações
doutrinárias e elementos legais sobre o assunto. Este candidato, servidor da Justiça
Eleitoral por mais de oito anos, verificou as dificuldades teóricas e práticas de se
aferir a influência do poder – em suas diversas formas – no resultado eleições. Em
relação ao “abuso de poder religioso” essa dificuldade é ainda maior, vez que não
estão claros – quer na legislação, na doutrina ou na jurisprudência – quais os limites
impostos à influência religiosa no jogo político. Essa falta de clareza pode,
perigosamente, transmudar o combate ao abuso de poder em perseguição e
intolerância religiosa, subvertendo os valores democráticos.
Em razão disso, a pesquisa que se propõe contribuirá para a consecução
da Justiça, formulando propostas, com a isenção e o rigor científico necessários,
para harmonizar o exercício do direito fundamental à liberdade religiosa com a
preservação da legitimidade do regime democrático.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
São muitos os trabalhos jurídico-científicos que tratam do direito
fundamental à liberdade religiosa e do princípio da laicidade estatal. Os manuais de
6
Direito Constitucional tratam do tema, que também é abordado por obras1 e artigos2
específicos coletados em um levantamento bibliográficopreliminar.
Possui a liberdade religiosa natureza jurídica de direito fundamental, não
apenas por estar prevista no Título II da Constituição de 1988 (fundamentalidade
formal), mas também por carregar decisão fundamental sobre a estrutura básica do
Estado e sua relação com a sociedade (fundamentalidade material)3. 
Segundo José Afonso da Silva (2005, p. 248), a liberdade religiosa é
forma de manifestação do pensamento, embora de conteúdo mais complexo – pelas
implicações que suscita – compreendendo três formas de expressão: liberdade de
crença, liberdade de culto, e a liberdade de organização religiosa. 
A liberdade de crença abrange “a liberdade de escolha da religião, a
liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou o direito) de mudar de
religião, mas também a liberdade de não aderir a religião alguma, assim como a
liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo”
(SILVA, 2005, p. 249). A liberdade de culto “se exterioriza na prática dos ritos, no
culto, com suas cerimônias, manifestações, reuniões, fidelidades aos hábitos, às
tradições, na forma indicada pela religião escolhida” (SILVA, 2005, p. 249). A
liberdade de organização religiosa “diz respeito à possibilidade de estabelecimento e
organização das igrejas e suas relações com o Estado” (SILVA, 2005, p. 250).
1 Por exemplo: ADRAGÃO, Paulo Pulido. A liberdade religiosa e o Estado. Coimbra:
Almedina, 2002; DWORKIN, Ronald. Is democracy possible here? Principles for a new
political debate. Princeton/Oxford: Princeton University Press, 2008; HABERMAS, Jürgen.
Entre naturalismo e religião: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2007;
SALDAÑA SERRANO, Javier; ORREGO SANCHEZ, Cristóbal. Poder estatal y liberdad
religiosa. México: UNAM, 2001; entre outros.
2 Por exemplo: ALVES, Fernando de Brito; BREGA FILHO, Vladimir. Da liberdade religiosa
como direito fundamental: Limites, proteção e efetividade. Revista Argumenta. n.º 11
(julho-dezembro) – Jacarezinho, 2009; BASTOS, Celso Ribeiro; MEYER-PELUG, Samantha.
Do direito fundamental à liberdade de consciência e crença. Revista de direito
constitucional e internacional, São Paulo, Ano 9, n. 36, p. 106-114, jul/set. 2001; BOTELHO,
Marcos César. Liberdade religiosa, homossexualismo e discurso do ódio. Revista
Argumenta, UENP, Jacarezinho, n. 16, p. 283-301, jan./jul. 2012; e COSTA, Ilton Garcia;
REIS, Junio Barreto. Os Limites da Intervenção do Poder Público nas Organizações
Religiosas. In: LISBOA, Roberto Senise; REZENDE, Elcio Nacur; COSTA, Ilton Garcia
(Orgs.). Relações Privadas e Democracia. Florianópolis: Conpedi, 2014. p. 100-119; entre
outros.
3 A característica da fundamentalidade é instrínseca a noção de direitos fundamentais, e foi
estudada por Robet Alexy (2008, p. 520-523), Canotilho (2002, p. 378-379) e Ingo Wolfgang
Sarlet (2007, p. 88-92), entre outros.
7
Na evolução constitucional brasileira, a liberdade religiosa se faz presente
em todos os textos constitucionais4. Na Constituição Federal de 1988, o art. 5º,
inciso VI, dispõe que: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Alves e Brega Filho (2009, p. 79), distinguem três direitos protegidos pelo
dispositivo acima transcrito: a liberdade de consciência, a liberdade de crença e a
liberdade de culto. Para que se protejam efetivamente as referidas liberdades,
salientam os autores, é necessária a observância do princípio da laicidade, ou seja,
a separação política e jurídica entre Estado e Igreja (ALVES; BREGA FILHO, 2009,
p. 80). O princípio da laicidade estatal está previsto no art. 19, inciso I, da
Constituição Federal de 1988:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I –
estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
Ronald Dworkin (2008, p. 58) assevera que um Estado secular (laico, não
confessional) deve ser religiosamente permissivo, se mantendo neutro em relação à
existência de Deus ou de Deuses ou se alguma religião é a melhor, e não deve
tolerar qualquer referência ou insinuação religiosa ou antirreligiosa em cerimônias
oficiais ou em declarações políticas.
Segundo Ilton Garcia da Costa e Junio Barreto dos Reis (2014, p. 107):
A laicidade estatal vem denominada como a desvinculação do Estado de uma religião
oficial e com a garantia da liberdade religiosa, seja ela individual ou coletiva. O
Estado laico tem a sua fundamentação na democracia, pois ele não é instituído por
dogmas religiosos, mas pela vontade popular. Então, laico não deriva da religião, mas
sim da imposição de como o Estado quer se constituir para conduzir a sociedade, e
escolhendo ser laico, cabe a ele salvaguardar as diversas confissões religiosos contra
os abusos que estas venham a sofrer, sejam do poder público ou do particular.
O direito fundamental à liberdade religiosa, todavia, encontra limitações.
Segundo Sarlet, Marinoni e Miditiero (2014, p. 469) são múltiplos os conflitos da
liberdade religiosa com outros direitos fundamentais e bens jurídico-constitucionais.
4 Carta Imperial de 1824 (art. 179, V). A Constituição de 1891 (art. 72). A Constituição de
1934 (art. 113). Constituição de 1937, (art. 122). Constituição de 1946 (art. 141).
Constituição de 1967 (art. 150), EC 1/1969 (art. 153).
8
Em razão disso, “podem ser justificadas, a depender do caso, restrições quanto ao
uso da liberdade religiosa para fins de prática do curandeirismo e exploração da
credulidade pública, especialmente quando com isso se estiver incorrendo em
prática de crime ou afetando direitos de terceiros ou interesse coletivo” (SARLET;
MARINONI; MIDITIERO, 2014, p. 469).
A pesquisa que se propõe objetiva perquirir quais são os limites que
podem ser legitimamente impostos à liberdade religiosa no âmbito do processo
democrático.
Conforme demonstra Néviton Guedes (2013, p. 657), existe entre os
direitos fundamentais e a democracia uma relação paradoxal de mútua implicação e
tensão. Se por um lado, a democracia exige uma sociedade em que sejam
garantidos os direitos fundamentais (relação de implicação), o papel
contramajoritário dos direitos fundamentais impõe limites à vontade da maioria
(relação de tensão).
No que diz respeito ao processo político-eleitoral, a própria Constituição
Federal de 1988 estabelece as diretrizes para o combate à influência abusiva do
poder no resultado das eleições:
Art. 14 (...) §9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Nos últimos anos, alguns autores têm discorrido sobre os limites da
influência dos segmentos religiosos na tomada de decisões políticas e no processo
eleitoral, no último caso alcunhado de “abuso de poder religioso”. A bibliografia sobre
o tema ainda é escassa, de modo que o levantamento bibliográfico preliminar
identificou poucos artigos5 sobre o tema – a maioria na internet –, dois livros
5 CORDEIRO, Auracyr Azevedo de Moura. Justiça Eleitoral deve coibir abuso do poder
religioso. RevistaConsultor Jurídico. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2014-jun-
12/auracyr-cordeiro-justica-eleitoral-coibir-abuso-poder-religioso>. Acesso em 28 de jun.
2016; CUTRIM, Mirla Regina da Silva. Abuso de poder religioso: uma nova figura no
direito eleitoral? Disponível em: http://asmac.jusbrasil.com.br/noticias/2388379/abuso-do-
poder-religioso-uma-nova-figura-no-direito-eleitoral>. Acesso em: 17 de jun. 2016; KUFA,
Amilton Augusto. O controle do Poder Religioso no processo eleitoral, como garantia
do Estado Democrático de Direito. Revista Justiça Eleitoral em Debate. Rio de Janeiro, v.
6 n. 1. Jan./mar. 2016. p. 21-24; LIVIANU, Roberto; ALMEIDA, Renato Ribeiro de. Vontade
do cidadão tem de ser protegida da corrupção eleitoral religiosa. Revista Consultor
Jurídico. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-mai-23/mp-debate-cidadania-
protegida-corrupcao-eleitoral-religiosa>. Acesso em: 29 de jun. 2016; PECCININ, Luiz
9
publicados no exterior6 e uma dissertação de mestrado7. Desses trabalhos, apenas o
artigo de Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro (2008) abordou o tema a partir da
perspectiva do direito fundamental à liberdade religiosa, como se propõe no
presente projeto.
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
 
Para a realização da pesquisa será utilizado o método teórico-
bibliográfico, pelo qual serão aplicados textos constantes de livros, artigos e
publicações jurídicas no geral, bem como pesquisas jurisprudenciais pertinentes ao
tema. Abordar-se-á o tema através do método indutivo, ou seja, identificando as
partes de um fenômeno e colecionando-as de modo a se obter uma conclusão geral.
6. CRONOGRAMA
Ano: 2017
ATIVIDADE MESESJ F M A M J J A S O N D
Levantamento Bibliográfico X X X X
Leitura e Fichamento das obras X X X X X X X
Eduardo. Democracia e o discurso religioso na arena política. Revista Brasileira de
Direito Eleitoral – RBDE, Belo Horizonte, ano 7, n. 12, jan./jun. 2015. p. 107-126; PINHEIRO,
Maria Cláudia Bucchianeri. Liberdade religiosa, separação Estado-Igreja e o limite da
influência dos movimentos religiosos na adoção de políticas públicas. Aborto,
contraceptivos, células-tronco e casamento homossexual. Revista de Informação
Legislativa. Brasília a. 45 n. 180, p. 347-373, out./dez. 2008; e SILVA, Alexandre Assunção e;
ASSUNÇÃO, Magaly de Castro Macedo. Abuso do poder religioso nas eleições:
desincompatibilização de sacerdotes e pastores. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano
18, n. 3797, 23 nov. 2013. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/25860>. Acesso em: 28
jun. 2016.
6 OROZCO HENRÍQUEZ, J. Jesús. Laicidad y elecciones. México: UNAM, 2013; e TREJO
OSORNIO, Luis Alberto. De urnas, sotanas y jueces. Nulidad de elecciones por
vulneración del principio de laicidad. México: UNAM, 2015.
7 SANTOS, Valmir Nascimento Milomen. Análise dos limites ético-jurídicos da influência
da religião no processo político-eleitoral brasileiro. 2015. 102 f. Dissertação (Mestrado
Teologia) – Faculdades EST. São Leopoldo, 2015.
10
Ano: 2018
ATIVIDADE MESESJ F M A M J J A S O N D
Revisão Bibliográfica X X
Análise Crítica do Material X X
Redação Provisória X X X
Redação Definitiva X X
Apresentação X
Defesa Pública X
Versão Final X
7. SUMÁRIO PROVISÓRIO
Para o desenvolvimento da pesquisa sugere-se organizá-la em quatro
partes. Na primeira parte, abordar-se-á o direito fundamental à liberdade religiosa na
Constituição Federal de 1988, seu âmbito de proteção e regulação, núcleo
essencial, e os limites que podem ser legitimamente impostos ao seu exercício. Na
segunda parte, será analisada a relação entre Estado e Religião, o princípio da
laicidade estatal e a influência do discurso religioso na esfera política. Na terceira
parte, avaliar-se-á as normas jurídicas e formulações doutrinárias e jurisprudenciais
a respeito do combate ao abuso de poder no processo político-eleitoral. Finalmente,
na quarta parte, apresentar-se-á análise da constitucionalidade das limitações
estatais impostas ao exercício da liberdade religiosa no âmbito do processo
democrático.
Sugere-se, assim, a divisão sumária a seguir: 1. Introdução; 2. O Direito
Fundamental à Liberdade Religiosa; 3. A Relação entre Estado e Religião; 4. Abuso
de Poder no Processo Político-Eleitoral; 5. (In)Constitucionalidade da Limitação ao
Exercício da Liberdade Religiosa pelo Estado no Processo Democrático; 6.
Conclusão; 7. Referências.
11
8. REFERÊNCIAS
ADRAGÃO, Paulo Pulido. A liberdade religiosa e o Estado. Coimbra: Almedina,
2002.
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da
Silva. São Paulo: Malherios, 2008
ALVES, Fernando de Brito; BREGA FILHO, Vladimir. Da liberdade religiosa como
direito fundamental: Limites, proteção e efetividade. Revista Argumenta, UENP,
Jacarezinho, n. 11, p. 75-94, jul./dez. 2009.
ALVES, Fernando de Brito. Constituição e participação popular: a construção
histórico discursiva do conteúdo jurídico-político da democracia como direito
fundamental. Curitiba: Juruá, 2013.
ARISTOTLE. Politics. Trad. Benjamin Jowett. Kitchener: Batoche Books, 1999.
BASTOS, Celso Ribeiro; MEYER-PELUG, Samantha. Do direito fundamental à
liberdade de consciência e crença. Revista de direito constitucional e
internacional, São Paulo, Ano 9, n. 36, p. 106-114, jul/set. 2001.
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. 11. ed. Brasília: UnB, 1998.
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade. 14. ed. São Paulo: Paz e Terra,
2007.
BORN, Rogério Carlos. Objeção de Consciência e as restrições aos direitos
políticos e fundamentais. Curitiba: Juruá, 2014.
BOTELHO, Marcos César. Liberdade religiosa, homossexualismo e discurso do
ódio. Revista Argumenta, UENP, Jacarezinho, n. 16, p. 283-301, jan./jul. 2012.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. A Constituição e o Supremo. 4. ed. Brasília:
STF, 2011. 
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complementar. 12. ed. Brasília: TSE, 2016.
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	Linha de Pesquisa: Estado e Responsabilidade: Questões Críticas
	Candidato: Rafael Antônio Costa
	Projeto apresentado para o processo de seleção do Programa de Mestrado em Ciência Jurídica (Área de Concentração: Teorias da Justiça: Justiça e Exclusão), do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UENP/Campus de Jacarezinho.

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