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Rogers: Ética Hu manista e Psicoterapia Maur o Marti ns Amatuzzi Cap. 2 Abordagem Centrada na Pessoa e P sicoterapi a (p. 61 a 8 1) Em ra zão de uma a mpliação do leque de camp os de atuaçã o, a Te rapia Centrada na Pesso a (TCP) pass ou a s er chamada de Abordagem Centrada na Pess oa. Começou-se a buscar na f ilosofia el ement os que per mitissem e qu acionar melhor a visã o de homem e d e r eali dade que era s ubjacent e a essa ab or da gem. A f eno menologia mostr ou-s e um campo fecun do para iss o, e ta mb ém u ma fi los ofia de cu nho mais exist encial. (Rogers praticou a p esquis a f enomenol ógica, embora nã o dominas se assim o qu e fazia n es s es mo ment os). A Abordagem Ce ntrada na Pessoa, então, não é sinôni mo de psicoterapia. É a lgo ma is ger al, u m modo d e ser, uma at itude diante da vida ou diant e das r ela çõ es qu e construí mos. Psicoterapi a é um d os t ipos de r elação de a ju da psicol ógi ca, na prática do qual podemos s er orientad os pelos pr i ncípi os da ACP. E xistem outr os tip os: plantão psicológico, orient ação de cas ais, ajud a no camp o da comuni c aç ão pessoal, orient ação de pais, trab alho s em e duc ação, d esenvolvi me nto o rganizacion al, projetos co mu nitários etc., qua lquer ativida de que envolva o s er huma no relaciona ndo-s e. Inici ando nossa r eflexã o c om a psico terap i a, podemos dizer que para u ma pess oa s e p entear, u m espelho ajuda; para uma pessoa se conhecer melhor, u m espelho huma n o é a melhor a juda. A contribuição mais imp orta nte de R ogers f oi ter for mula do essas t eor ia s não e m t er mos de t écnicas, mas em t er mos de disp osição. Rogers chama va essas disposiçõ es de atitudes, que s ignifica predisposição. Mas, de quais at itudes (predisposições) falava Rogers ? As t r ês clássicas at it udes r oger ianas seguem de perto o t r ipé acolhe r com si mp atia, comp reender co m e mp atia e eventual mente, dizer u ma pal avr a que faça p ens ar . Acolher co m s imp atia é a predisposição enr aizada no t era peuta de a c eit ar a pessoa do client e da for ma como ele s e manifesta. É o que R ogers cha ma va de Consideraç ão Positiva Incondicional. Compreender co m empatia é a pr edisposição enr ai za da no t era peut a de mer gul har no mundo dos sentiment os e i nt enç ões do client e, quase co mo s e fos se ele mes mo, para ver e s entir o mundo co mo ele o sente. É o que R ogers cha mava de E mp atia. Dizer u ma p alavra que f aç a pens ar é a pr edisposição do t era peuta d e ser aut ênt ico, genuíno, s em máscar as. É o qu e R ogers chamava de Congruência e Autenticidade. Além da psic ot era pia, t emos a moda lidade do Plantão Psicológico. O que cara cteriza é o fato de ele ser u m encontro único ( exc epcional mente com u m ou dois r et or nos) e que a cont ece no mes mo moment o em que a pess oa procura a juda. Quando ele c hega pr ocur a ndo ajuda, já é at endida. Não há agenda ment o. A di fer ença está no e nquadr e exter no que pr oc ura tirar pr ovei t o do moment o motivacional da pess oa. Contudo, no qu e diz r es peit o às disposi ções (atit udes) do terapeuta, não há mu da nça algu ma. Outr a moda lidade i mportant e é a Ludoterapia. Com a ludot era pia infantil, há u m fator novo e m j ogo. A comunicação entr e criança e t era peuta não p od e seguir pel os ca minhos que s egue uma conversa de adult os. O mei o de co mu nica ção ma is viável é o lú dic o, isto é, o brincar. O t er a peuta preci sa entrar no mundo da brincadeira e a ceitar as manif estações da cr iança compr eendendo o significado d e suas expr ess ões. Uma vez qu e el e c onsiga entrar n o mundo da brin ca deira, as atitudes (disposiç ões) serão as mes mas. O que mu da apenas é a f or ma de comunicaçã o. A criança br inca, mas se o t er a peuta nã o r esp onder no int er ior d o pr ópr io brincar, p erma nec endo no mu n d o simbólico e fa lando na mes ma linguag em, a conver sa nã o c hega a se const ituir em diálogo. Uma outra esp ecif icidade da ludot er a pia é a imp ort ância do est abeleciment o de limit es na per missivi dade. Esses limites devem s er pouc os, ma s fir mes (aquel es que protegem a int egr idad e f ísica da pr ópr ia cria nça, do terapeuta e d o a mbient e). Outr a modalidade é o tr abalho com gr upos e m q ue o t erapeuta será um facilitad or na comunicação inter na do gr upo. A oficina d e cr iat ivid ade é outra moda lidade int eressante cujo ob jetivo i mediato nã o é nec essar iament e o des envolviment o psicológic o ou a psicoterapia, embora possa t er efeit os t erapêuticos. Exemplos: oficina de criativi dade em arte ou art esanato, oficina de dança, de bor da do, de expressão a rtística plástica, de culinária, etc. Essas oficinas s e constituem c omo exper i ment os r elat iva mente à part e da vida corr ent e da p essoa. Já os trabalhos comu nit ári os a cont ecem na vida comum corrente da pess oa, onde elas mora m. O que o traba lho comunitário traz de novo é que, muitas v ez es, o pr ofissiona l não é pr ocur ado em s eu espaço p ela comunidade, mas el e sa i de s eu es paço e é el e quem pr ocura. Nã o exist e u m pressu post o de a ceit ação ou uma s it uação previa mente d efini da em r elação a ele na sua especificida de. Nesses cas os, o ps icólo go é u ma pess oa c omum que, sem nenhuma carta de a pr esentaçã o, bus ca u ma a pr oxi ma ção com u ma c omunidade, por sua própr ia conta e r isco ( por ex empl o: cr a colância ) Agora que já fizemos u m passeio p elas várias modalidades de at endiment os, voltemos u m pouc o ma is na ACP. A ACP é basica mente uma postura étic a, u ma ét ica hu ma na. Ela se aplica a vários ca mpos d e atividades. P ot encia lment e, t odos a qu eles que envolv em r elações dos ser es huma nos. E o papel do psicólog o é reco nhecer, s egundo a pr op osta de Rogers, que nada está defini do. Nem o comporta mento, n em a situação, nem o modo de comunicação. S oment e as pr edisp osiç ões. C om bas e nessas predisposições, tu do t er á que ser inventa do: o en quadr e, o modo de c omu nicação, a conduta. Ro gers não especific ou nada disso. T alvez a melh or pr epar ação para ser psicólo go orientado pela abordagem c entra da na pessoa s eja apr opr iar-se d e autê nticos valores huma nos, o que pressupõe intenso tra ba lh o pessoal de a utoc onstrução ética.
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