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UNIVERSIDADE de SÃO PAULO FACULDADE de ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO e CONTABILIDADE DEPARTAMENTO de ECONOMIA EAE 110 – Fundamentos de Microeconomia- Atuaria 1ª Lista de Exercícios - 1º. Semestre de 2015 GABARITO Professor: José Paulo Zeetano Chahad Auxiliar (PAE): Leonardo Santana Nunes Rosa PARTE I – Questões discursivas ______________________________________________________________ 1. Fronteira das possibilidades de produção a) O que são fronteiras de possibilidade de produção? Ilustre sua resposta desenhando uma curva típica. A Fronteira das possibilidades de produção dá as possíveis alternativas de produção de uma economia levando em consideração a disponibilidade de recursos produtivos (tradeoff entre bens que podem ser produzidos, dados os insumos disponíveis). Em um modelo simplificado, supõe-se a existência de apenas dois tipos de bens, A e B, cujas quantidades são medidas nos eixos. A quantidade máxima que pode ser produzida de A (com B = 0) determina o ponto extremo C da curva e analogamente, a produção máxima de B (com A = 0), marca o ponto D. Os pontos intermediários da curva (como o ponto E) mostram as possibilidades de produção simultânea de A e B indicando que, dada a produção A, qual o máximo de B que pode ser produzido, e vice-versa. b) Mostre, graficamente, a ocorrência das seguintes situações, dada uma fronteira de possibilidades de produção: b.1) Pleno emprego dos fatores de produção. Ponto E, C ou D do gráfico acima. b.2) Um nível de produção impraticável no curto prazo. Ponto F do gráfico acima. b.3) Um nível de produção em que há capacidade ociosa. Ponto G do gráfico acima. 1 c) Suponha agora que João ganhe R$300,00 por mês, e que seu consumo se restringe a livros e sanduíches. Os livros custam R$ 30,00 e os sanduíches, R$ 5,00. c.1) Represente, em um gráfico, a linha de possibilidades de consumo de João, indicando corretamente o que é medido em cada um dos eixos. Ver gráfico abaixo: Se João gastar todo seu salário mensal em livros, pode comprar 10 livros por mês, mas, se optar por gastar tudo em sanduíches, pode comprar 60 sanduíches. FPP é sempre retilínea pois os preços não variam. c.2) Qual o custo de oportunidade de 1 livro para João? A relação entre um livro e um sanduíche é sempre a mesma, o que implica que o custo de oportunidade do livro em termos de sanduíches, e vice-versa, é constante. Um livro tem custo de oportunidade igual a 6 sanduíches para João. 2. Diagrama do fluxo circular da renda a) Descreva o diagrama de fluxo circular da renda baseando-se na figura acima. O fluxo circular da renda contempla dois tipos de tomadores de decisões, que interagem no mercado: empresas e famílias. As empresas produzem bens e serviços utilizando como insumos, capital, terra e trabalho (os fatores de produção). As famílias, por sua vez, são proprietárias dos fatores de produção e consomem os bens e serviços produzidos pelas empresas. Assim, existe um fluxo de produção e outro de renda, já que há o pagamento pelos fatores como contrapartida de seu uso. b) Identifique os elementos do modelo que correspondem ao fluxo de bens e serviços e fluxo de moeda em cada uma das seguintes atividades: b.1) Gustavo paga R$ 0,90 por um litro de leite na padaria. 2 Fluxo de moeda: despesas das famílias no mercado de bens e serviços. Fluxo de bens e serviços: Gustavo compra do mercado de bens e serviços. b.2) Daniel ganha R$ 15,00 por hora de trabalho em uma livraria. Fluxo de moeda: renda do mercado de fatores de produção para as famílias. Fluxo de bens e serviços: trabalho de Daniel para o mercado de fatores. b.3) Eduardo gasta R$ 8,00 para assistir a um filme. Fluxo de moeda: despesas das famílias no mercado de bens e serviços. Fluxo de bens e serviços: Eduardo compra do mercado de bens e serviços. c) Embora o diagrama de fluxo circular da renda seja uma boa maneira de pensar sobre a economia, ele ignora uma série de complicações do mundo real. Cite um exemplo. A presença do governo, cobrando impostos sobre mercadorias, por exemplo. Outro exemplo é a falta de incerteza por parte dos agentes, ou de riscos por parte das empresas. 3. A curva de demanda a) Indique, na situação abaixo, quando ocorre variação na quantidade demandada e quando ocorre variação na demanda. a.1) Uma grande colheita de trigo reduz os preços do pão. Pode-se supor que uma grande colheita leve a uma queda no preço do trigo, fazendo baixar o custo de produção do pão, que tem o trigo como insumo. Conseqüentemente, a curva de oferta de pães tende a se deslocar para a direita, o que fará baixar o preço do pão, aumentando a quantidade demandada de pães: variação na quantidade demandada. a.2) Um aumento no rendimento dos consumidores que aumenta o desejo de comprar televisores. O aumento na renda dos consumidores fará aumentar sua capacidade de comprar televisores a cada preço: deslocamento da demanda. a.3) Um aumento do ICMS sobre a gasolina, (imposto sobre a venda) que faz aumentar o preço do combustível. Quando o governo estabelece um aumento do ICMS sobre a gasolina, a quantidade transacionada desse produto se reduz, bem como se eleva o seu preço. Quando o mercado se move para o novo equilíbrio, os compradores pagam mais pelo produto, embora os vendedores recebam menos por ele (há um compartilhamento do ônus tributário). Esse fenômeno é mais usualmente representado por um deslocamento para cima da curva de oferta: com isso, os consumidores desejarão comprar menos gasolina: variação na quantidade demandada. Mas o lançamento do imposto pode ser equivalentemente representado por um deslocamento para baixo da curva de demanda: deslocamento da curva de demanda. a.4) Uma redução dos preços das roupas de inverno, com a chegada do verão. No verão, diminui o desejo dos consumidores de comprar roupas de inverno, a cada preço: deslocamento da curva de demanda. Outra interpretação possível é a de que com a percepção da chegada do verão, os vendedores realizam uma liquidação de estoques, 3 abaixando os preços. Dessa forma, qualquer quantidade de roupas de inverno é ofertada a um preço menor que anteriormente, o que equivale a um aumento da oferta: variação na quantidade demandada. b) Agora suponha que como resultado de uma revolucionária inovação tecnológica em fotocopiadoras, elas passam a ser vendidas a um preço médio de R$ 100,00. Mostre os prováveis efeitos dessa mudança no mercado de cópias e no mercado de livros didáticos. Explique em palavras e trace as curvas de oferta e demanda para cada um desses dois mercados indicando as alterações nas curvas, bem como nos preços e nas quantidades de equilíbrio resultantes da inovação. No mercado de cópias, a redução nos custos decorrente do barateamento das máquinas copiadoras pela inovação tecnológica fará com que as fotocopiadoras desejem contratar mais funcionários para produzir mias cópias, além de novos produtores entrarem no mercado (agora mais lucrativo).Por sua vez, isso fará deslocar-se para a direita a curva de oferta, o que provocará uma queda no preço do xerox. Com isso, muitas pessoas optarão por adquirir uma cópia da parte dos livros didáticos que lhes interessa ao invés de comprá-los, o que irá causar uma redução na procura por livros. Esse movimento, por sua vez, leva a uma queda do preço de livros. 4. Elasticidade-renda da demanda Responda os itens abaixo com base no texto a seguir: Criação de gado americana viu-se atingida por doença, o que comprometeu sua exportação de carne bovina Toda vez que a carne bovina é colocada em xeque, cresce o consumo de frango. Essa opção é duplamente favorável ao Brasil. Primeiro, porque o país deve aumentar a participação no mercado externo. Segundo, porque a evolução do consumo de frango nos EUA deve empurrar para cima os preços do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração. [...] Cláudio Martins, diretor da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango), diz que o impacto negativo sobre a carne bovina transfere consumidores para o frango. [...] “O Brasil abocanhou grandes fatias do mercado externo desde 1999, quando vários países tiveram problemas com sanidade animal. O crescimento anual está próximo de 20% há cinco anos, enquanto o mundial é de 4%.[...] Mas o produtor não deve ser tomado por grande euforia”, diz Martins. Um aumento exagerado da produção vai desequilibrar o mercado e reduzir preços [...]” 4 a) A carne bovina e a carne de frango são bens complementares ou substitutos? Justifique. A carne bovina e a de frango são bens substitutos, o que pode ser provado pelos seguintes trechos: “Toda vez que a carne bovina é colocada em xeque, cresce o consumo de frango” e “o impacto negativo sobre a carne bovina transfere consumidores para o frango”. b) Explique, graficamente e em palavras, por que o aumento do consumo de frango pode causar um aumento no preço do milho. Como o milho é um dos insumos para a ração de frangos, um aumento do consumo de frango levaria a um aumento na demanda por ração. Isso representaria um deslocamento para a direita da curva de demanda no mercado de milho e, conseqüentemente, uma elevação do seu preço de equilíbrio. c) Explique, graficamente e em palavras, o que ocorreu com os mercados de carne bovina e de frango. O efeito principal no mercado de carne bovina é a redução de demanda, ou seja, ocorre um deslocamento da respectiva curva para a esquerda (redução de oferta pelo abate de animais infectados é irrelevante). O preço da carne bovina americana cai, mas o impacto disso nas intenções de compra dos consumidores é menos importante que o temor da doença (o novo equilíbrio, em Q´, revela uma menor quantidade demandada que antes, em Q). Como a carne bovina e carne a de frango são bens substitutos, ocorre um aumento de demanda pela carne de frango (representado por um deslocamento para a direita da curva de demanda no mercado de frango), pressionando para cima os preços desse produto. d) Martins alerta para que o produtor não seja tomado por grande euforia. Explique a razão que fundamenta essa posição, fazendo uso de gráficos de oferta e demanda. Martins alerta para que o produtor de frango não seja tomado por grande euforia porque, se a produção se elevar demasiadamente, ocorrerá um deslocamento para a direita da curva de oferta maior do que aquele verificado pelo deslocamento da curva de demanda. Isso ocasionaria 5 queda nos preços do produto e comprometeria os lucros dos produtores de frango. e) Afirma-se que o crescimento do consumo mundial de frango foi de 4% nos últimos 5 anos. Considerando que o crescimento da renda per capita mundial, para o mesmo período, tenha sido de aproximadamente 3%, o que se pode dizer sobre elasticidade-renda da demanda por frango? Definindo a elasticidade-renda da demanda como a razão entre a variação percentual da quantidade demandada e a variação percentual da renda, pode-se afirmar que a elasticidade-renda da demanda terá um valor positivo - a carne de frango pode ser considerada um bem normal - e superior a 1 ( 4%/3%, ou aproximadamente 1,34%): demanda é elástica em relação à renda (aumento na renda provocou aumento mais que proporcional na quantidade demandada). 5. Elasticidade-preço da demanda a) Conceitue e defina elasticidade-preço da demanda. Represente graficamente e explique as diferentes situações da demanda, com respeito à elasticidade-preço, listadas abaixo: a.1) Demanda perfeitamente inelástica. |ε| = 0: a demanda é dada e não reage a preços. a.2) Demanda inelástica. |ε| < 1: uma variação nos preços provoca uma variação menos que proporcional na quantidade demandada do bem. a.3) Demanda de elasticidade unitária. |ε| = 1: uma variação nos preços provoca uma variação de mesma proporção na quantidade demandada do bem. a.4) Demanda elástica. |ε| > 1: uma variação nos preços provoca uma variação mais que proporcional na quantidade demandada do bem. a.5) Demanda perfeitamente elástica. |ε| = ∞: ao preço dado pelo cruzamento da curva com o eixo vertical, os consumidores demandam toda a quantidade ofertada do bem; a um preço ligeiramente superior, a demanda cai para zero. b) Agora suponha que dois produtos, A e B, tenham um aumento de preço de R$ 10,00. Em conseqüência, a quantidade demandada de A cai 10%, e a quantidade demandada de B cai apenas 5%. b.1) Pode-se afirmar que o produto B é mais inelástico que o produto A? Justifique. 6 Não é possível afirmar que B é mais inelástico que A já que o enunciado não diz qual o preço inicial dos bens. Suponha, por exemplo, que B custasse R$ 20,00. Então o aumento do preço seria de 50% e a elasticidade deste seria de 1/10. Se A custasse R$ 5,00 antes do aumento de preço, o aumento deste seria de 150% e a elasticidade-preço da demanda de A seria de 1/15. B, neste caso, seria mais preço elástico que A. b.2) Se o produto A custasse R$ 10,00 antes do aumento e o produto B custasse R$ 20,00, o que pode-se afirmar a respeito da elasticidade de ambos? Calcule-as e descubra qual é o produto mais elástico. A: 10/100= 1/10 B: 5/50 = 1/10. Ambos os produtos tem a mesma elasticidade-preço de demanda. 6. Elasticidade-preço da demanda e receita total Com o objetivo de atrair maior torcida para os jogos do time, o administrador do estádio do Grêmio pretende reduzir o preço dos ingressos de R$ 5,00 para R$ 4,50. Dado que, segundo seus cálculos, a elasticidade-preço da procura por ingressos é -1,2, e que o público médio tem sido de 2.000 torcedores por jogo, qual deverá ser o efeito da redução de preço sobre o número de ingressos vendidos? E sobre a renda média dos jogos? O número de ingressos vendidos deve aumentar, bem como a renda média auferida por partida. Veja que: (Aumento proporcionalna assistência) / (Redução proporcional no preço) = -1,2 [(X - 2.000) / 2.000] / [(4,50 – 5,00) / 5,00 ] = -1,2 [(X - 2.000) / 2.000] / -0,1 = -1,2 (X - 2.000) / 2.000 = 0,12 X - 2.000 = 240 ou X = 2240 A torcida subiu de 2.000 para 2.240 espectadores por jogo, o levou a um aumento da renda média das partidas de R$ 10.000,00 para R$ 10.080,00. 7. Elasticidade da demanda e impostos “Consigo trabalhar com preço baixo porque ganho na quantidade de clientes atendidos” – afirma cabeleireiro. a) O que a afirmativa em destaque sugere quanto à elasticidade-preço da demanda por cortes de cabelo? Quando o cabeleireiro afirma que “ganha na quantidade”, está implícito que esse ganho mais do que compensa o preço mais baixo. Se isso é verdade, então a demanda por cortes de cabelo é elástica ao preço. b) Explique e represente graficamente a relação que existe entre a elasticidade-preço da demanda de um produto e a receita total auferida pelos produtores com esse bem. 7 Se a demanda é inelástica em relação ao preço (elasticidade-preço menor do que 1), um aumento percentual no preço causará uma redução percentual menos que proporcional da quantidade demandada. Analogamente, se a demanda é elástica em relação ao preço (elasticidade-preço maior do que 1), isso significa que, para um percentual de aumento no preço, haverá uma redução percentual mais que proporcional na quantidade demandada. Por fim, se a demanda possui elasticidade unitária em relação ao preço (elasticidade-preço igual a 1), isso significa que, para um percentual de aumento no preço, haverá uma redução percentual proporcionalmente igual na quantidade demandada. c) Com base no raciocínio associado ao item anterior, explique por que é mais eficiente lançar impostos sobre bens de demanda inelástica. Se o lançamento de um imposto sobre um produto de demanda elástica faz subir seu preço e provoca uma forte redução em seu consumo, isso gerará efeito negativo sobre a arrecadação do imposto. Assim, do ponto de vista da arrecadação, os produtos mais indicados para taxação são aqueles cuja quantidade demandada reduz-se relativamente pouco, em resposta a um aumento de preço. 8. A curva de oferta a) Um dos determinantes do formato da curva de oferta é o preço do bem. Tudo o mais constante (ceteris paribus), a quantidade ofertada de um bem aumenta quando o preço aumenta (lei da oferta). Cite mais 2 determinantes da oferta e como cada um deles afeta a curva de oferta. Tecnologia: uma melhora da tecnologia de fabricação de um bem desloca a curva de oferta para a direita já que torna-se menos custoso fabricar determinada quantidade de um bem a um dado preço. Existência de bens substitutos: quanto maior o número de bens substitutos existentes no mercado, menor a inclinação da curva, mais elástica. b) Observe o gráfico abaixo: Em qual intervalo de pontos a curva de oferta é mais inelástica? Calcule as elasticidades-preço da oferta de cada intervalo utilizando o método do ponto médio. Em A, preço: de 4 para 6. Preço Médio = 5. 8 Em A, quantidade: de 100 para 225. Quantidade Média de 162,5. Elasticidade-preço da oferta em A = (125/2)*(5/162,5)= 1,92 Em B, preço: de 13 para 15. Preço Médio de 14. Em B, quantidade: de 500 para 540. Quantidade Média = 520 Elasticidade-preço da oferta em B = (40/2)*14/520 = 0,54 A curva é mais inelástica no ponto B. c) Porque a elasticidade-preço da oferta pode ser diferente no curto e no longo prazo? No longo prazo, entram mais fabricantes para o bem. Com o aumento da competição do mercado, a oferta tende a se tornar mais preço-elástica. 9. Elasticidade-preço da oferta a) Conceitue e defina elasticidade-preço da oferta. Represente graficamente e explique as diferentes situações da oferta, com respeito à elasticidade-preço, listadas abaixo a.1) Oferta perfeitamente inelástica. |η| = 0: a oferta do bem é fixa e não responde a mudanças nos preços. a.2) Oferta inelástica. |η| < 1: uma variação nos preços provoca uma variação menos que proporcional na quantidade ofertada do bem. a.3) Oferta de elasticidade unitária. |η| = 1: uma variação nos preços provoca uma variação de mesma proporção na quantidade ofertada do bem. a.4) Oferta elástica. |η| > 1: uma variação nos preços provoca uma variação mais que proporcional na quantidade demandada do bem. a.5) Oferta perfeitamente elástica. |η| = ∞ : a um dado nível de preços, os produtores irão atender a toda e qualquer demanda do mercado. b) Agora imagine que a obra de determinado pintor do século XIX voltou à moda, de tal forma que aumentou a demanda tanto por seus quadros originais quanto por reproduções deles. Supondo que as curvas de demanda por originais e por reproduções sofram um deslocamento de mesma magnitude para a direita, em que caso o aumento do preço será proporcionalmente maior? Por quê? Responda baseando-se naquilo que foi descrito no item “a”. O aumento do preço será proporcionalmente maior no caso dos originais. Isso ocorre porque os quadros originais não podem mais ser produzidos, ou seja, sua oferta tende a ser mais inelástica do que a oferta das reproduções, que podem ser fabricadas com mais facilidade. 10. Políticas do governo: preços máximos 9 O setor elétrico do país X é regulamentado pelo Ministério de Minas e Energia. Este se utiliza de leilões onde o governo é o comprador. A empresa que fornecer energia ao menor preço ganha o contrato. Entretanto, o governo, procurando forçar uma baixa no preço da energia elétrica para os consumidores, tem oferecido um preço máximo para os contratos com os produtores de energia. a) Represente graficamente a situação sugerida pelas afirmativas acima, rotulando corretamente as curvas e indicando qual a quantidade transacionada de energia elétrica, tanto ao preço de equilíbrio quanto ao preço inferior oferecido pelo governo. Nesse último caso, haverá excesso de demanda ou excesso de oferta? A fixação de um preço inferior ao de equilíbrio faz que a quantidade demandada seja superior à quantidade ofertada ao preço estabelecido. As quantidades transacionadas serão Qe (ao preço de equilíbrio) e Qo (quantidade efetivamente ofertada no mercado pelos produtores ao preço oferecido pelo governo; uma quantidade inferior, portanto, à quantidade de equilíbrio que seria estabelecida no mercado, na ausência da intervenção governamental). Caso o mercado de energia elétrica operasse livremente, a existência de uma demanda insatisfeita (consumidores que não conseguiriam comprar o que queriam, e que estariam dispostos a pagar mais do que o preço praticado no mercado, inferior ao Pe), induziria os produtores, ou alguns deles, a vender por um preço mais alto do que o estabelecido em um mercado informal. b) Em resposta às reclamações dos produtores, suponha que o governo concorde em incentivar a produção de energia elétrica por meio de subsídios e de isenções fiscais aos ofertantes, de modo a igualar oferta e demanda. Mostre graficamente os efeitos dessapolítica sobre a oferta de energia elétrica, indicando a nova quantidade transacionada. Motivando os investimentos no setor elétrico, a fim de eliminar o excesso de demanda, o governo provocará um deslocamento da curva de oferta para a direita, de tal forma que a nova curva cruze a curva de procura no ponto correspondente ao preço tabelado. Agora a quantidade transacionada de energia elétrica (Q1) será maior do que no caso anterior, sendo dada pelo cruzamento da nova curva de oferta com a curva de demanda. 11. Políticas do governo: preços mínimos Suponha que prejuízos com a lavoura de algodão levem agricultores a queimar a produção para protestar contra os baixos preços. Eles reclamam do baixo preço do algodão no mercado e culpam o governo pela falta de uma política de preços para os produtos agrícolas, afirmando ser necessário a garantia de um preço mínimo para o plantio e colheita. 10 Imagine então que o governo estabeleça um preço mínimo a ser recebido pelos produtores, dispondo-se a comprar todo o algodão excedente oferecido a esse preço. Mostre tal situação em um gráfico explicitando: a) a quantidade de algodão que será comprada pelo governo. b) o gasto do governo com essa compra. c) a situação do mercado caso o governo não se dispusesse a adquirir o excesso de oferta de algodão. A fixação de um preço mínimo, superior ao de equilíbrio, fará que, a esse preço, a quantidade ofertada de algodão seja maior que a quantidade demandada no mercado, caracterizando uma situação de excesso de oferta. O volume de algodão comprado pelo governo será justamente esse excesso da oferta sobre a demanda. O gasto do governo com a compra será dado pela multiplicação da quantidade comprada pelo preço pago (o preço mínimo). Graficamente, esse gasto é representado pela área do retângulo determinado pelo segmento pontilhado horizontal que mede o preço mínimo e pelos segmentos pontilhados verticais que medem o excesso de oferta. Caso o governo não se dispusesse a adquirir o excesso de oferta de algodão, os produtores, ou alguns deles, ver-se-iam com estoques indesejados não vendidos e tenderiam a baixar o preço, para liquidar tais estoques. Supondo o mercado de algodão um mercado de concorrência perfeita, esse comportamento induziria uma baixa generalizada no preço, pois quem não baixasse seu preço não conseguiria vender seu produto. Tal pressão para queda no preço manter-se-ia enquanto existisse excesso de oferta, até que se atingisse o equilíbrio de mercado. 12. Bens normais versus bens inferiores A curva de demanda do bem x é dada por: Dx = 30 – 0,7px + 0,9py + 0,5R, onde px e py são, respectivamente, os preços dos bens x e y, e R é a renda dos consumidores. a) Os bens x e y são complementares, substitutos ou nada pode ser inferido a respeito? Justifique e de um exemplo do que poderiam ser os bens x e y. Os bens são substitutos, já que, pela curva de demanda do bem x, percebe-se que o aumento do preço do bem y leva a um aumento desta. O bem x poderia ser representado por “refrigerante”, e y pode ser interpretado como “suco”, por exemplo. b) Suponha que a renda R de um consumidor representativo aumentasse de R$ 500,00 para R$ 700,00. Tomando px = R$ 4,00 e py = R$ 3,00, em que montante e como a demanda pelo bem x iria se alterar? Caso 1: Dx = 30 – 0,7*4 + 0,9*3 + 0,5*500 = 279,9 Caso 2: Dx = 30 – 0,7*4 + 0,9*3 + 0,5*700 = 379,9 A demanda pelo bem x iria aumentar em até 100 unidades (isto dependeria de quanto seria o aumento do preço dado o deslocamento da demanda – quanto mais elástica menor seria a quantidade demandada dado a variação do preço). 11 c) Como você classificaria o bem x no que diz respeito a renda? O mesmo pode ser dito a respeito do bem y? Explique. O bem x é um bem normal já que o aumento da renda leva a um aumento da quantidade demandada. A respeito do bem y nada podemos afirmar uma vez que não temos conhecimento da curva de demanda deste (se o sinal que acompanhasse o coeficiente de R fosse negativo teríamos o caso de um bem inferior). 13. Eficiência versus Equidade “As decisões de produção tomadas pelo mercado costumam ser bem-sucedidas quanto à eficiência, mas podem ser mal-sucedidas quanto à eqüidade”. a) Explique como você entende essa afirmativa, apresentando uma breve diferenciação desses dois conceitos. Entende-se por eficiência que a sociedade tem de obter o máximo benefício possível a partir de seus recursos escassos, enquanto eqüidade consiste em distribuir a prosperidade econômica entre os membros da sociedade. As preferências da coletividade podem ser reveladas no mercado pelas decisões de compra de cada um. Isto costuma ser mais eficiente do que atribuir à burocracia governamental a decisão sobre, por exemplo, quantas padarias devem existir em uma cidade, onde localizá-las e que tipos de pães devem ser produzidos. As decisões de mercado, contudo, podem ser falhas em termos de equidade já que são ponderadas pelo “poder de compra” de cada individuo. b) Classifique cada uma das seguintes atividades do governo de acordo com a sua motivação: uma preocupação com a eqüidade ou uma preocupação com a eficiência. Justifique sua classificação. b.1) Regulamentar os preços de serviços públicos como água e eletricidade. Eqüidade, uma vez que o preço de tais serviços, muitas vezes oferecidos por uma só empresa pode, se fixado pelo mercado, atingir níveis que penalizem o consumidor, especialmente os de menor renda. b.2) Oferecer a uma parcela da população pobre tíquetes que podem ser usados para comprar comida. Eqüidade, pois visa a uma melhor distribuição dos benefícios econômicos entre os membros da população, equiparando-os. b.3) Aumentar as alíquotas de imposto de renda das pessoas com alta renda. Eqüidade, pois tal política consiste, em essência, em uma redistribuição da renda nacional. 14. Imposto As curvas de oferta e demanda de mercado de um bem são dadas por: S = -500+600p D = 4000-400 p Pede-se: a. p0 e q0 de equilíbrio 12 Igualando as duas equações, obtem-se p=4,50 e q= 2.200 b. Dada a alíquota de um imposto T= 0,9 centavos por produto, cobrado sobre os produtores, quais os novos p1 e q1 de equilíbrio. Nova S = -500+600(p – 0,9) D = 4000-400(p+0,9) Novo preço dado por -500+600(p – 0,9)= 4000-400p p=5,04, q= 1984 c. Qual o preço pago pelo consumidor? E o preço recebido pelo vendedor? O preço pago pelo pelos consumidores é de 5,04. (aumenta em 0,54 centavos em relação ao preço de equilíbrio) – consumidores arcam mais com imposto já que a curva de demanda é mais inelástica relativamente à oferta. O preço recebido pelo pelos produtores é de 4,14. (diminui em 0,36 centavos em relação ao preço de equilíbrio) d. Qual o valor da arrecadação do governo nesse mercado? Qual parcela do valor desta arrecadação é paga pelo consumidor em R$? O valor da arrecadação do governo é 0,9*1984= 1.785,60. A parcela paga pelos consumidores é dada por 0,54*1984=1071,36 (parcela igual a 60%) e. Ilustre os equilíbriosgraficamente. f. O que determina a maneira como o ônus tributário se divide entre compradores e vendedores? Por quê? A elasticidade-preço da demanda e oferta determinam como o ônus tributário será dividido entre compradores e vendedores. Quanto mais inelástica a curva de demanda dos compradores, menor será a redução da quantidade demandada por estes dado o aumento de preço causado pelo imposto. O mesmo é valido para os ofertantes, que reduzirão em maior quantidade a oferta conforme mais elástica for a curva de oferta dado a reducao do preço recebido pela fixação do imposto. 15. Salário mínimo e desemprego Considere os seguintes dados relativos ao mercado de trabalho no país X. a) Identifique o ponto de equilíbrio no mercado de trabalho. Associe cada uma das curvas às empresas ou aos trabalhadores O ponto correspondente ao salário A é aquele de equilíbrio. A curva de oferta pode ser associada aos trabalhadores, que se dispõem mais a trabalhar 13 conforme maior o salário. A curva de demanda pode ser associada às empresas, que contratam mais trabalhadores conforme menor o salário. b)Identifique as conseqüências da imposição do salário mínimo. A imposição de um salário mínimo igual a B levaria a geração de desemprego involuntário já que, ao salário mínimo estabelecido, existiram mais trabalhadores dispostos a ofertar mão-de-obra do que a quantidade demandada pelas firmas. Agora observe a tabela a seguir: c) Qual o salário de equilíbrio na ausência de interferência governamental? Quantas pessoas estarão contratadas? Haverá alguém procurando emprego e que não consiga encontrar um (desemprego)? O salário de equilíbrio, na ausência de interferência governamental, seria aquele que iguala a quantidade demandada de trabalho à oferta da mesma, ou seja, seria igual a 1500. Neste ponto não haveria desemprego involuntário. d) Suponha que o governo estabeleça um salário mínimo de R$ 2.000,00. A este salário haverá desemprego? Se sim, quantas serão as pessoas sem emprego? Responda as mesmas perguntas para o caso de o salário mínimo fixado seja de R$ 5.000,00. Haverá desemprego igual a 60 trabalhadores caso o salário mínimo fosse fixado em R$1.500,00 e igual a 125 trabalhadores se o salário mínimo fosse fixado em R$5.000,00. e) Dada sua resposta da parte b) e a informação da tabela, qual a relação entre nível de desemprego e nível do salário mínimo? Quem se beneficia de uma política assim? Quem perde? O desemprego será maior quanto maior for a fixação do salário mínimo acima do salário de equilíbrio. Beneficiam-se os trabalhadores empregados e perdem aqueles que permanecem desempregados. PARTE II – Testes ______________________________________________________________ 1. Bens complementares e substitutos Suponha três bens normais: X, Y e Z. Os bens X e Y são substitutos, enquanto os bens Y e Z são complementares. Considerando tudo o mais constante, um aumento do preço de X provocará redução na quantidade transacionada de: a) X e também redução na de Y. 14 b) X e também redução na de Z. c) X e aumento na de Z. d) Y e aumento na de X. e) Y e aumento na de Z. 2. Custo de oportunidade Dada a curva de possibilidades de produção, aponte a alternativa errada: a) a economia não pode atingir D, com recursos que dispõe. b) o custo de oportunidade de passar de C para A é de 5 unidades do bem X. c) o custo de oportunidade de aumentar a produção de X em 5 unidades, a partir do ponto E, é igual a 2 unidades de Y. d) Em C e D a economia apresenta recursos produtivos desempregados. e) A, B e C e E são pontos viáveis. 3. Fronteiras das possibilidades de produção 3.1 - Os pontos de uma curva de possibilidades de produção expressam: a) As combinações de máxima produção obtenível de dois bens correspondentes ao mínimo custo de produção, dada a tecnologia. b) As combinações de mínima produção obtenível de dois bens, quando a dotação disponível dos fatores é plenamente utilizada, dada a tecnologia. c) As combinações de máxima produção obtenível de dois bens quando a dotação disponível dos fatores é plenamente utilizada, dada a tecnologia. d) As combinações de níveis de produção obteníveis de dois bens correspondentes ao máximo lucro, dada a tecnologia. e) as combinações de níveis de produção obteníveis de dois bens correspondentes à máxima utilidade alcançada pelos consumidores, dados a tecnologia e os preços das mercadorias. 3.2 - No gráfico a seguir, a curva de possibilidades de produção de uma economia é representada pela linha cheia ligando os pontos A e B. O deslocamento da curva para a posição ocupada pela linha interrompida que liga os pontos A e C é compatível com a causa seguinte: 15 a) Progresso tecnológico aplicável à produção dos dois bens, mantidas constantes as dotações dos demais recursos produtivos. b) Redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem Y, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. c) Progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem Y, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. d) Redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem X, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. e) Progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem X, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y. 4. Demanda, oferta e equilíbrio de mercado 4.1 - Suponha uma situação inicial de equilíbrio no mercado de tratores e a ocorrência de duas alterações simultâneas: um aumento no preço do aço – principal matéria-prima da indústria de tratores – e a oferta de crédito facilitado – juros baixos e prazos longos – para a compra de implementos agrícolas. O efeito combinado disso sobre o mercado de tratores deverá ser: a) O preço de equilíbrio diminui, enquanto a quantidade transacionada pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante. b) O preço de equilíbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante, mas a quantidade transacionada aumenta. c) O preço de equilíbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante, mas a quantidade transacionada diminui. d) O preço de equilíbrio aumenta, enquanto a quantidade transacionada pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante. 4.2 - Qual das seguintes frases é verdadeira em relação a uma curva de oferta vertical? a) Vendedores não responderão a uma mudança no preço b) Uma quantidade infinita será ofertada a dado preço c) Vendedores recusarão vender o produto ao preço corrente do mercado d) Se o preço do produto aumenta, a quantidade ofertada aumentará substancialmente. 5. Imposto 5.1 - Suponha uma situação inicial de equilíbrio no mercado do produto B, um bem normal (não inferior). Ocorre então uma queda na renda média dos consumidores desse bem e, simultaneamente, o lançamento de um imposto sobre suas vendas. Nesse caso, 16os seguintes efeitos são esperados sobre o preço de mercado de equilíbrio (pe) e a quantidade transacionada de equilíbrio (qe) de B: a) pe diminui e qe pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante. b) pe tanto pode aumentar, diminuir ou permanecer constante, mas qe aumenta. c) pe tanto pode aumentar, diminuir ou permanecer constante, mas qe diminui. d) pe aumenta e qe pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante. 5.2 - Observe o gráfico a seguir: 5.2.1 - De acordo com o gráfico, o preço que os compradores vão pagar após o imposto é: a. R$18.00 b. R$14.00 c. R$12.00 d. R$8.00 5.2.2 - De acordo com o gráfico, o preço que os vendedores vão receber após o imposto é: a. R$18.00 b. R$14.00 c. R$12.00 d. R$8.00 5.2.3 - De acordo com o gráfico, o montante de imposto que compradores e vendedores pagariam seria a. R$8.00, R$2.00 b. R$6.00, R$4.00 c. R$4.00, R$6.00 d. R$2.00, R$8.00 6. Imposto e elasticidade 6.1 - Os efeitos da imposição de um imposto sobre determinado bem podem ser avaliados por meio da interação das curvas de oferta e demanda. O ônus do imposto é dividido entre compradores e produtores do bem taxado. O ônus do imposto sobre compradores é menor quando: a. maior for a elasticidade da demanda e menor for a elasticidade da oferta a preço, ambas em módulo. 17 b. menores forem as elasticidades da demanda e da oferta a preço, ambas em módulo. c. menor for a elasticidade da demanda e maior for a elasticidade da oferta a preço, ambas em modulo. d. o ônus do imposto é praticamente nulo a medida que a elasticidade preço da demanda se aproxima do infinito já que o equilíbrio do mercado não se altera. e. n.d.a 6.2 – Num mercado competitivo, o governo estabeleceu um imposto especifico sobre determinado produto. A incidência do imposto se dará, simultaneamente, sobre produtores e consumidores se: a. as curvas de oferta e demanda forem absolutamente inelásticas. b. a curva de demanda for absolutamente inelástica e a de oferta elástica. c. a curva de demanda for infinitamente elástica e a de oferta absolutamente inelástica. d. as curvas de oferta e demanda forem elásticas e. as curvas de oferta e demanda forem infinitamente elásticas. 7. Elasticidade-preço da demanda 7.1 - Compradores vão pagar a maior parte de um imposto sobre produto quando: a. A oferta é mais elástica que a demanda. b. A demanda é mais elástica que a oferta. c. O imposto é colocado sobre o vendedor do produto. d. O imposto é colocado sobre o comprador do produto. 7.2 - Uma série de eventos no fim de 1973 revolucionou a indústria do petróleo mundial. Em alguns meses, os treze membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais que quadruplicaram o preço, em dólares, do barril do petróleo bruto (o preço foi de US$ 2,59 para US$ 11,65). Os países exportadores de petróleo ficaram ricos quase que da noite para o dia. Com base no texto acima, é correto supor que, no curto prazo, a elasticidade-preço da demanda por petróleo é: a. maior do que 1 (demanda elástica). b. menor do que 1 (demanda inelástica). c. 1 (unitária). d. positiva. e. infinita. 7.3 – Qual dessas afirmações é a verdadeira? a. Quanto menor for o número de substitutos de um produto, maior será a elasticidade-preço da demanda. b. Se aumentos sucessivos da oferta de um bem resultam em reduções sucessivas da receita dos ofertantes, pode-se dizer que a demanda por esse produto é inelástica ao preço. c. A demanda de um produto é geralmente mais elástica ao preço no longo do que no curto prazo. d. Bens normais tem elasticidade-preço da demanda superior a bens inferiores. 18 8. Elasticidade-renda da demanda Por meio de uma política cultural, o governo pretende incentivar o retorno das pessoas aos cinemas. Após alguns estudos, chegou-se à conclusão de que a elasticidade-renda da demanda per capita por cinema é constante e igual a ¼, enquanto a elasticidade-preço da demanda é também constante e igual a -1. Os consumidores gastam, em média, R$ 200,00 por ano com sessões cinema e têm renda média anual de R$ 12.000,00; cada bilhete custa, atualmente, R$ 2,00. Com base no texto acima, qual das afirmações abaixo pode ser considerada falsa? a. Um desconto de R$ 0,20 no preço do bilhete teria o mesmo efeito, dado o objetivo da política cultural do governo, de uma elevação de R$ 4.800,00 na renda média. b. A elasticidade-renda da demanda igual a ¼ implica que, se a renda média aumentasse R$ 1.000,00, o número médio de sessões de cinema por consumidor aumentaria em 250 por ano. c. O bilhete de cinema é bem normal uma vez que o aumento da renda leva a um aumento da quantidade demandada por este. d. A curva de demanda de bilhetes de cinema é não linear. 9. Bens normais versus bens inferiores Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem inferior, um aumento na renda do consumidor provavelmente: a. Aumentará a quantidade demanda de A, enquanto a de B permanecerá constante. b. Aumentará simultaneamente os preços de A e B. c. O consumo de B diminuirá e o de A crescerá. d. O consumo dos dois bens aumentarão. e. Nenhuma das alternativas anteriores. 10. Políticas de fixação de preços Sobre políticas de fixação de preços e salários pelo governo em um mercado competitivo, leia os itens abaixo e escolha uma das alternativas. I. Em um mercado de bens, uma política de preço máximo só terá efeito caso o preço fixado pelo governo esteja acima do equilíbrio de mercado. F II. Caso o preço máximo fixado pelo governo esteja abaixo do equilíbrio, haverá excesso de oferta. F III. Considerando que a oferta de apartamentos no curto-prazo é inelástica, se o governo fixar um preço máximo abaixo do equilíbrio, haverá escassez de moradias. V IV. Se o governo fixar um salário mínimo superior ao de equilíbrio no mercado de trabalho, haverá desemprego.V 19 a. todas corretas b. todas erradas c. I, III e IV corretas d. III e IV corretas e. II e IV corretas 11. Mercado 11.1 – Em uma economia de mercado, os problemas de “o que”, “quanto”, “como” e “para quem” produzir são resolvidos, na maior parte das vezes: a. pelos representantes do povo. b. pelos preços do serviços econômicos. c. pelo mecanismo de preço. d. pelos preços dos recursos econômicos. e. pela quantidade dos fatores produtivos. 11.2 – Numa economia do tipo centralizado, os problemas econômicos fundamentais são resolvidos: a. pela produção em grande escala de bens de consumo. b. pelo sistema de preços c. pelo controle da curva de possibilidades de produção d. pelo planejamento da atividade econômica e. n.r.a 11.3 – Aponte a alternativa falsa: a. A fronteira de possibilidades de produção existe tanto numa economia de mercado como numa economia centralizada b. Numa economia, é o sistema de preços que resolve o problema de escolher o ponto da fronteira de possibilidades de produção para a qual a economia será levada. c. Quanto menores forem as disponibilidades de recursos da economia, mais afastada da origem estará a fronteira de possibilidades de produção. d. Se os custos de oportunidade forem constantes, a fronteira depossibilidades de produção será uma reta. PARTE III – Exercícios Complementares ______________________________________________________________ 1. Suponha que uma economia só produza máquinas (bens de capital) e alimentos (bens de consumo) e que as alternativas de produção de ambos sejam as seguintes: Alternativas de Produção Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas) A 25 0 B 20 30 C 15 47,5 20 D 10 60 E 0 70 a) Desenhe a fronteira de possibilidades de produção. b) Explique, com detalhes, o significado de pontos sobre, abaixo e acima da curva desenhada no item a). A curva ABCDE indica todas as possibilidades de produção de máquinas e de alimentos nesse economia hipotética. Qualquer ponto sobre a curva significa que a economia irá operar no pleno emprego, ou seja, à plena capacidade, utilizando todos os fatores de produção. No ponto Y (ou demais pontos abaixo da curva), quando a economia está produzindo 12 mil máquinas e 31 toneladas de alimentos, dizemos que se está operando com capacidade ociosa ou com desemprego. Ou seja, os fatores de produção está sendo subutilizados. O ponto Z representa uma combinação impossível de produção (17 mil máquinas e 68 toneladas de alimentos), uma vez que os fatores de produção e a tecnologia de que a economia dispõe seriam insuficientes para obter essas quantidades de bens. Esse ponto ultrapassa a capacidade de produção potencial ou de pleno emprego dessa economia. c) Calcule o custo de oportunidade de aumentar a produção de alimentos de 30 toneladas para 47,5 ton. O custo de oportunidade representa o custo da produção alternativa sacrificada. Para aumentar a produção de alimentos de 30 para 47,5 toneladas (B para C), o custo de oportunidade em termos de máquinas é igual a 5 mil, que é a quantidade sacrificada desse bem para se produzirem mais 17,5 toneladas de alimentos. 21 d) Os custos de oportunidades são crescentes, decrescentes ou constantes? Justifique. É de se esperar que os custos de oportunidades sejam crescentes, uma vez que, quando aumentamos a produção de determinado bem, os fatores de produção transferidos dos outros produtos se tornam cada vez menos aptos para a nova finalidade, ou seja, a transferência vai ficando cada vez mais difícil e onerosa, e o grau de sacrifício vai aumentando. Ou seja, os fatores de produção são especializados em determinadas linhas de produção, e não são completamente adaptáveis a outros usos. 2. A demanda por alimentos de Maria pode ser descrita por QD = 10 – 2P. Se a sua elasticidade-preço da demanda por alimentos ao preço P* é -2/3, quanto é P*? A função de demanda de Maria é Q D = 10 – 2P. Sua elasticidade preço da demanda em P* é Elasticidade = (dQD/dP*) × (P*/QD) = -2 × (P*/Q D) = -2 × (P*/10 – 2P*) ⇒ P* = 2 3. No país A, é proibido o consumo de cigarros, logo os indivíduos comercializam cigarros no mercado negro. A demanda por cigarros é QD = 12 − P, e a oferta de cigarros é Qs = 2P . (a) Encontre o preço e quantidade de equilíbrio no mercado negro. Igualando oferta e demanda, temos: P = 4, Q = 8. (b) O governo toma ciência do Mercado negro e reforça o policiamento de tal maneira que metade da oferta de cigarros é encontrada e destruída. Sob este contexto, quais são as funções de demanda e oferta? Qual é o novo preço e quantidade de equilíbrio? Mostre a mudança no mercado usando o diagrama de oferta e demanda. QD = 12 − P, QS = P. Portanto, igualando oferta e demanda, temos: P = 6, Q = 6. Falta desenhar diagrama: Mostra curva de oferta mais para a direita (rotação sentido horário) (c) Suponha que o governo mude a política e legalize a comercialização do cigarro. Agora cigarros são comercializados no mercado aberto. Entretanto, para cada unidade de cigarro comprada, o consumidor deve pagar o imposto T para o governo. Encontre as novas funções de oferta e demanda neste caso. Qual é o preço (antes do imposto) e a quantidade de equilíbrio? Qual é o preço final (com impostos) pago pelos consumidores? QD = 12 − (P + T ) = 12 − 2P, QS = 2P. Assim, P = 3 e Q = 6. O preço final com impostos é 6. (d) Compare os resultados de b) e c). Qual é a política que o governo prefere? Justifique. As quantidades e os preços com impostos pagos pelos consumidores são os mesmos em ambos os casos. Portanto os consumidores são indiferentes. Para o governo, a 22 política em b require um gasto extra com monitoramento, e em c o governo tem receita tributária. Logo, o governo prefere a política em c. 4. Considere um mercado competitivo no qual as quantidades anuais demandadas e ofertadas a diversos preços sejam as seguintes: Preço (R$) Demanda (milhões) Oferta (milhões) 60 22 14 80 20 16 100 18 18 120 16 20 a) Calcule a elasticidade preço da demanda quando o preço for R$ 80 e também quando for R$ 100. E= (variação percentual na quantidade demandada) / (variação percentual no preço) A variação percentual será calculada pelo método do ponto médio. (i) Quando o preço inicial é R$ 80, temos %Δp = Δp/pm = (100-80)/90= 0,22 = 22% e %Δq = Δq/qm = (18-20)/19 = -0,10 = - 10% Daí, E= (-10%)/(22%) = - 0,45 Ou seja, nesse ponto a demanda é inelástica. (o resultado pode ser representado em módulo) (ii) Quando o preço inicial é R$ 100, temos %Δp = Δp/pm = (120-100)/110= 0,18 = 18% e %Δq = Δq/qm = (16-18)/17 = -0,12 = -12% Daí, E= (-12%)/(18%) = - 0,66 Ou seja, nesse ponto, a demanda é inelástica. b) Calcule a elasticidade preço da oferta quando o preço for R$ 80 e também quando for R$ 100. 23 E= (variação percentual na quantidade ofertada) / (variação percentual no preço) Novamente, a variação percentual será calculada pelo método do ponto médio. (i) Quando o preço inicial é R$ 80, temos %Δp = Δp/pm = (100-80)/90= 0,22 = 22% e %Δq = Δq/qm = (18-16)/17 = -0,12 = 12% Daí, E= (12%)/(22%) = 0,55 Ou seja, nesse ponto, a oferta é inelástica. (ii) Quando o preço inicial é R$ 100, temos %Δp = Δp/pm = (120-100)/110= 0,18 = 18% e %Δq = Δq/qm = (20-18)/19 = 0,10 = 10% Daí, E= (10%)/(18%) = 0,55. (a oferta é inelástica nesse ponto) c) Quais são o preço e quantidade de equilíbrio? O preço de equilíbrio é aquele que iguala as quantidades demandada e ofertada. Isso ocorre em p= R$100 e q= 18 milhões d) Suponha que o governo estabeleça um preço máximo de R$ 80. Haverá excesso ou escassez? Em caso afirmativo, qual é a magnitude? Como o preço de equilíbrio é de R$100, ao preço de mercado de R$80, haverá excesso de demanda ou, de forma equivalente, escassez do bem. Ao preço de R$80 são ofertadas 16 milhões de unidades e demandadas 20 milhões de unidades. Dessa forma, nesse nível de preço, há uma escassez de 4 milhões de unidades. 5. Dadas as funções: Demanda: qd = 19.000 – 20p Oferta: qs = 10.000 + 10p 24 de um produto agrícola, e supondo que o governo fixou um preço mínimo de $ 400,00 , qual a política que o governodeve adotar, de forma a minimizar seus gastos? O preço de equilíbrio, aquele alcançado pela livre movimentação das forças de oferta e demanda, sem a fixação de preço pelo governo, é determinado por: 19.000 - 20p = 10.000 + 10p Daí, p = 300. Ao preço de R$ 300,00 são demandadas e negociadas 13.000 unidades do bem. Com a fixação do preço mínimo em R$ 400,00, haverá excesso de oferta de 3.000 unidades, uma vez que nesse nível de preço, qS = 14.000 e qd = 11.000. Para acabar com o excesso de oferta do bem, o governo poderia adotar duas medidas distintas: comprar a quantidade ofertada, ao preço mínimo estabelecido, ou dar um subsídio aos consumidores. (i) O governo pode comprar o excesso de oferta ao preço mínimo, que seria dado por. (qS – qd).pmin = 3.000(400) = 1,2 milhões. (ii) O valor do subsídio, T, deve ser exatamente aquele que desloca a curva de demanda para o equilíbrio em p=400 e q=14.000. Daí, podemos reescrever as curvas de oferta e demanda, da seguinte forma: Demanda: qd = 19.000 – 20(p-T) Oferta: qs = 10.000 + 10p Igualando as duas funções ao nível de preço p = 400, temos que T=150. Ou seja, o governo gastaria: Tq= 150(14000)=2,1 milhões com a política de subsídio ao consumo. Ou seja, a política que minimizaria os gastos do governo seria comprar o excesso de oferta ao preço mínimo. 6. A figura mostra a demanda e a oferta de aluguéis de imóveis na cidade de Townsville. 25 (a) Qual é o aluguel de equilíbrio e qual a quantidade de equilíbrio para aluguéis de imóveis? O aluguel de equilíbrio será de $450 e a quantidade é de 20 mil. Se é definido um aluguel máximo de $300 por mês, qual é: (b) A quantidade alugada de habitação? 10 mil (c) A escassez de habitação? 20 mil imóveis (d) O preço máximo que alguém está disposto a pagar pela última unidade disponível? $600 por mês Se é definido um aluguel máximo de $600 por mês, qual é: (e) A quantidade alugada de habitação? 20 mil (f) A escassez de habitação? Não há (g) O preço máximo que alguém está disposto a pagar pela última unidade disponível? $450 7. A tabela apresenta a demanda e a oferta de mão-de-obra com idade entre 16 e 18 anos: Salário (dólares por hora) Quantidade demandada (horas por mês) Quantidade Ofertada (horas por mês) 4 5 6 7 8 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 (a) Qual é o salário de equilíbrio e o nível de emprego? $6; 2.000 (b) Qual é a quantidade de desemprego?nulo (c) Se for estabelecido um salário mínimo de $5 por hora para aqueles com idade entre 16 e 18 anos, quantas horas eles trabalharão?2000 (nada muda pois o salário mínimo está abaixo do salário de equilíbrio) 26 (d) Se for estabelecido um salário mínimo de $5 por hora para aqueles com idade entre 16 e 18 anos, quantas horas eles deixarão de trabalhar por ficar desempregados? nenhuma (e) Se for estabelecido um salário mínimo de $7 por hora para aqueles com idade entre 16 e 18 anos, quais serão as quantidades de emprego e desemprego? Emprego: 1500 desemprego: 1000 (f) Se for estabelecido um salário mínimo de $7 por hora e a demanda aumentar 500 horas por mês, qual será o salário pago àqueles com idade entre 16 e 18 anos e quantas horas eles deixarão de trabalhar por ficar desempregados? 500 8 . A tabela apresenta a demanda e a oferta de bolinhos. Preço (centavos de dólar por bolinho) Quantidade demandada (milhões por dia) Quantidade Ofertada (milhões por dia) 50 60 70 80 90 5 4 3 2 1 3 4 5 6 7 (a) Se os bolinhos não estão sujeitos à incidência de impostos, qual é o preço de um bolinho e quantos são comprados? $0,60; 4 (b) Se os vendedores devem pagar um imposto de $0,20 por bolinho, qual é o preço e a quantidade comprada? Quem paga o imposto? $70; 3; consumidores e produtores pagam $0,10 cada. (c) Se os compradores devem pagar um imposto de $0,20 por bolinho, qual é o preço e a quantidade comprada? Quem paga o imposto? $50; 3; consumidores e produtores pagam $0,10 cada. 9. A demanda e a oferta de rosas são dadas pela seguinte tabela: Preço (dólares por buquê) Quantidade demandada (buques por semana) Quantidade Ofertada (buques por semana) 27 10 12 14 16 18 100 90 80 70 60 40 60 80 100 120 (a) Se as rosas não estão sujeitas à incidência de imposto, qual é o preço dos buquês e quantos são comprados? $14; 80 buquês (b) Se é comprado um imposto de $6 por buquê de rosas, qual é o preço e a quantidade comprada? Quem paga o imposto? $16; 60 buquês. 10 . A demanda e a oferta de arroz são dadas pela seguinte tabela: Preço (dólares por pacote) Quantidade demandada (pacotes por semana) Quantidade Ofertada (pacotes por semana) 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 3.500 3.250 3.000 2.750 2.500 2.250 2.000 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 Qual é o preço, o custo marginal da produção de arroz e a quantidade produzida se o governo: (a) Cria um subsídio de $0,30 por pacote de arroz? O preço é $1.20 , o custo marginal é $1.50 e a quantidade produzida é 3.000 28 (b) Cria uma cota de 2 mil pacotes por semana ao invès de um subsídio? O preço é de $1.60, o custo marginal é $1.30 e a quantidade é de 2.000 11 . A figura ilustra o mercado de uma substância ilegal. Qual é o preço de equilíbrio e a quantidade se há uma multa de $20 por unidade para: (a) Os vendedores apenas? De acordo com o gráfico, as equações de oferta e demanda são: Demanda: Qd = -p + 170 Oferta: QS = p + 50 Quando a multa incide sobre os vendedores, temos: QS = (p-20) + 50 = -p + 170. Daí, o novo preço de equilíbrio será p = 70 e nova quantidade será q =100 (b) Os compradores apenas? Qd = -(p+20) + 170 = p + 50. Daí, o novo preço de equilíbrio será p = 50 e nova quantidade será q =100 (c) Para compradores e vendedores? Demanda: Qd = -(p+20) + 170 Oferta: QS = (p-20) + 50 Daí, -(p+20) + 170 = (p-20) + 50 Daí, o novo preço de equilíbrio será p = 60 e nova quantidade será q =90 PARTE IV – Interpretação de textos de jornais e revistas 29 1) Com baixa oferta e demanda em alta, preço do feijão volta a subir Após um período de calmaria na primeira quinzena do mês, o preço do feijão volta a subir. A oferta continua reduzida e a demanda cresce. A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba. Umas das apostas de Brandalizze para a sustentação dos preços é o crescimento do consumo de alimentos básicos. Esse crescimento ocorre em razão do aumento do endividamento da população, o que obriga o consumidor a reduzir o consumo de produtos de maior valor agregado, elevando o de itens de menor valor. Com isso, a opção passa a ser mais feijão e arroz. Brandalizze diz que há um aperto na oferta de feijão porque a safra chegou mais tarde devido à ocorrência de geada na região Sul. Além disso, a oferta foi menor também em Minas Gerais, onde os estoques já são escassos. A oferta de feijão é menor também no Nordeste, onde a produção foi uma das menores nos últimos anos, segundo Brandalizze. (Fonte: Folha de São Paulo, 9/10/2012) (a) Identifique os fatores quedeslocam as curvas de oferta e demanda por feijão. Oferta de feijão: a curva de oferta de feijão se deslocou para a esquerda, devido às safras ruins nas regiões Sul (ocorrência de geadas), Nordeste e em Minas Gerais. Demanda por feijão: a curva de demanda por feijão se deslocou para a direita, devido ao aumento do consumo dos alimentos básicos, estimulado pelo aumento do endividamento da população. 2) Falta de reajustes da gasolina deixou rede de problemas A política de contenção de reajustes da gasolina para segurar a taxa de inflação, adotada pelo governo nos últimos anos, não prejudicou apenas o caixa da Petrobras, mas deixou uma rede de problemas para muitos setores. O álcool perdeu competitividade interna, levando as usinas a investir menos na renovação dos canaviais e, consequentemente, a uma produção e moagem menores... Em 2009, o consumo nacional de gasolina foi de 25,4 bilhões de litros, subindo para 39,5 bilhões no ano passado. O crescimento foi de 55%. No mesmo período, a utilização de álcool hidratado pelos consumidores recuou para 10 bilhões de litros, 39% menos do que em 2009. Essa queda na venda de etanol hidratado ocorreu devido, boa parte, à perda de competitividade em relação à gasolina. (Fonte: Folha de São Paulo, 01/02/2013) (a) O artigo comenta sobre a política de preços adotada para a gasolina no Brasil. Represente as curvas de oferta e demanda por gasolina, antes e depois do estabelecimento de um preço máximo para o combustível e explique os seus efeitos. Mercado de gasolina 30 Suponha que o preço da gasolina fique congelado no nível inicial de equilíbrio, devido à política de preços da Petrobrás. O deslocamento da curva de demanda, de D1 para D2, (devido ao crescimento da economia), fez com que, ao preço em questão, houvesse excesso de demanda por gasolina. A escassez do bem foi coberta pela importação de gasolina, com o preço subsidiado pela empresa, resultando no deslocamento da curva de oferta, de S1 para S2. Mercado de álcool O gráfico da esquerda mostra o preço e quantidade de equilíbrio de álcool no Brasil. Devido à política de preços da Petrobrás para a gasolina, houve uma diminuição na quantidade demandada de álcool, que foi de D1 para D2, uma vez que álcool e gasolina são bens substitutos. Para evitar a queda no preço do álcool, as usinas diminuíram a oferta do produto, que foi de S1 para S2. O resultado foi uma diminuição no mercado do álcool. (b) Explique como a política de preços para a gasolina afetou a demanda por álcool no Brasil. Álcool e gasolina são bens substitutos. Isso significa que muitos consumidores decidem qual dos combustíveis comprar de acordo com o preço relativo dos bens. A política de preços da Petrobrás faz com que aumente a demanda pelo bem, levando assim à queda da demanda por álcool. (c) Sabendo que uma usina pode produzir tanto etanol (combustível) como açúcar, explique economicamente qual foi estratégia das usinas para não deixar o preço do álcool cair. Represente graficamente esse processo. 31 Com a queda da demanda por álcool, a estratégia adotada pelas usinas para evitar perdas foi diminuir a oferta de álcool e aumentar a de açúcar, cujo preço era mais favorável às usinas. Isso foi possível por que as usinas utilizam a mesma matéria prima para produzir álcool e açúcar. A representação gráfica desse processo é mostrada no item (a), no deslocamento da curva de oferta de álcool para a esquerda, de S1 para S2. 3) BC faz a maior intervenção no câmbio desde 2008 O Banco Central realizou em dezembro a maior venda de dólares das reservas internacionais desde a crise de 2008, com objetivo de derrubar a cotação da moeda estrangeira e compensar a forte saída de recursos do país. De acordo com o BC, até o dia 28, foram injetados 5,5 bilhões de dólares no mercado de câmbio, maior intervenção desde a crise de 2008, quando foram vendidos mais de 8 bilhões de dólares. O BC vendeu dólares das reservas com o compromisso de recompra em datas futuras. Isso não era feito desde fevereiro de 2009. Além dessa espécie de "empréstimo" de moeda, o BC realizou ainda leilões de contratos de câmbio no valor de quase 4 bilhões de dólares em dezembro. (VEJA, 04/01/2013) Considerando que a taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda de divisas (no caso, dólar), represente graficamente: (a) O efeito sobre a taxa de câmbio depois da forte saída de dólares do país. Com a forte saída de dólares do país, diminui a oferta da moeda no Brasil. Assim, a curva de oferta de dólares se desloca para a esquerda, de S1 para S2, e o preço do dólar aumenta, ou seja, houve uma desvalorização cambial. (b) O efeito sobre a taxa de câmbio após a intervenção do Banco Central. Com o objetivo de compensar a forte saída de dólares, o Banco Central realizou uma venda expressiva da moeda no sentido de derrubar a sua cotação. Assim, a curva de oferta se desloca para a direita, de S2 para S3, e há uma valorização do câmbio. 32