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2 
 
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER 
CICLOS DE REVISÃO TJ/SP 
PARTE II 
 
Sumário 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................. 6 
1. Constitucionalismo e teoria da constituição. 2. Constituição e Neoconstitucionalismo. ................... 6 
3. Poder Constituinte. 4. Emendas Constitucionais. 9. Mutação Constitucional. 10. Reforma e Revisão 
Constitucional. .............................................................................................................................................. 7 
7. Evolução político-constitucional brasileira. As Constituições Brasileiras............................................ 8 
8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de Interpretação. 
Aplicabilidade e Eficácia. 11. Normas Constitucionais. ............................................................................. 9 
5. Organização do Estado. Estado de Direito Democrático. 6. Federação. Origens. A Federação 
Brasileira. Competências legislativas dos entes federados - Autonomia financeira, administrativa e 
política dos entes federados. ..................................................................................................................... 10 
1. PARTILHA DE COMPETÊNCIA ............................................................................................................. 10 
2. AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS .............................................................................................. 11 
3. PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NA FORMAÇÃO DA VONTADE DO ESTADO. ....................................... 11 
4. EXISTÊNCIA DE RECURSOS PRÓPRIOS PARA CADA ENTE. ............................................................. 12 
12. Controle da constitucionalidade. Controle da constitucionalidade Difuso. Controle da 
constitucionalidade Abstrato. Controle da Constitucionalidade em âmbito estadual. A Constituição 
do Estado de São Paulo como parâmetro para o Controle de Constitucionalidade. 32. Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental. O controle difuso de constitucionalidade. Mandado de Injunção. Ação Direta 
de Inconstitucionalidade por Omissão. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva. ............... 13 
13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional. ................................................ 17 
14. Intervenção Federal e Estadual. ........................................................................................................... 18 
15. Poder Legislativo. ................................................................................................................................. 20 
16. Poder Executivo. ................................................................................................................................... 22 
17. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. 26. Princípios de Defesa na Constituição 
Federal. ........................................................................................................................................................ 23 
18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 19. Ministério Público. 30. 
Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública. ........................... 24 
20. Direitos Fundamentais. Tratados e convenções internacionais. 23. Direitos Fundamentais. 
Direitos Fundamentais Coletivos. 25. Garantias Fundamentais. 22. Ações constitucionais. ................ 26 
21. Direitos sociais e coletivos. 37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia. 
Comunicação Social. Meio Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à Proteção 
Especial. Índios. ......................................................................................................................................... 30 
24. Direitos de cidadania. Direito de sufrágio. Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. .................. 31 
27. Princípios constitucionais da Administração Pública. ........................................................................ 32 
28. Poder Judiciário. 29. A Emenda Constitucional n° 45. 31. Poder Judiciário. Direitos, garantias e 
deveres da Magistratura. O Estatuto da Magistratura. Atividade correcional. 33. Supremo Tribunal 
Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça. Tribunal Superior Eleitoral. 
Tribunais Regionais e Juízes Federais. 34. Poder Judiciário. Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de 
 
3 
 
Justiça do Estado de São Paulo. Disciplina do Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de 
constitucionalidade dos atos estaduais e municipais. ............................................................................. 32 
36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas. 35. Ordem Econômica e 
Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição Paulista. .................................................. 33 
DIREITO CIVIL ..................................................................................................................................................36 
1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. ..............................................................................36 
2. Capacidade. Direitos da Personalidade. Pessoas naturais. Início da personalidade e morte. .......... 38 
3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicílio. Bens. Bens de família... 40 
4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e encargo. 
Representação. ........................................................................................................................................... 41 
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de perigo.
 .................................................................................................................................................................... 42 
6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da anulabilidade. ..... 43 
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência. Da prova. 45 
8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações divisíveis e 
indivisíveis. Obrigações Solidárias. .......................................................................................................... 46 
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal ................. 49 
(1) MORA EX RE x MORA EX PERSONA ................................................................................................ 49 
(2) ARRAS CONFIRMATÓRIAS x ARRAS PENITENCIAIS ...................................................................... 50 
(3) JUROS MORATÓRIOS x CORREÇÃO MONETÁRIA .......................................................................... 51 
(4) CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA x COMPENSATÓRIA ................................................................... 52 
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório. Contrato com 
pessoa a declarar. Contrato preliminar. ................................................................................................... 53 
15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e indeterminado. Efeitos dos 
contratos. Estipulação em favor de terceiros. ......................................................................................... 53 
16. Cláusulas gerais. Conceitos legais indeterminados. Conceitos determinados pela função. 
Interpretação dos contratos...................................................................................................................... 53 
17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos. ......................................................................... 53 
18. Compra e venda. Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou permuta. Contrato 
estimatório. Doação. ................................................................................................................................. 54 
19. Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de serviço. 
Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança. .................................... 54 
20. Seguro. Disposições gerais. Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos referentes a planos e 
seguros privados de assistência à saúde.................................................................................................. 54 
21. Transação. Atos unilaterais. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa.............................. 54 
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA .................................................................................................... 54 
2. CONTRATO DE DOAÇÃO ................................................................................................................... 56 
3. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (COMODATO E MÚTUO) ................................................................. 58 
4. DEMAIS ESPÉCIES CONTRATUAIS .................................................................................................... 58 
22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade sem 
culpa. ........................................................................................................................................................... 61 
23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do dano 
material e do dano moral. .......................................................................................................................... 61 
24. Posse. Aquisição, perda e efeitos. Propriedade. Aquisição da propriedade imóvel e móvel. Perda 
da propriedade. Usucapião. Desapropriação judicial por interesse social. ............................................63 
1. POSSE .................................................................................................................................................. 64 
 
4 
 
2. PROPRIEDADE ................................................................................................................................... 65 
25. Condomínio geral. Condomínio edilício. Direitos de vizinhança. Direito de Superfície. ................ 68 
26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação. ...................................... 68 
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies........................................................... 68 
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies............................................................70 
28. Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia no Código Civil e 
na legislação extravagante ........................................................................................................................ 71 
29. Direito real de aquisição. Loteamento. Incorporação imobiliária. ................................................... 72 
30. Família. Conceito e modalidades de família. Casamento. Processo matrimonial. Celebração. 
Forma. Modalidades. .................................................................................................................................. 72 
31. Casamento: natureza jurídica, existência, validade e eficácia. Impedimentos e causas suspensivas. 
Casamento putativo. Uniões estáveis. Concubinato. Deveres conjugais. .............................................. 73 
32. Regime de bens. Pacto antenupcial. Dissolução da sociedade conjugal. ......................................... 75 
33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida. 
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e socioafetiva. Poder familiar. Alimentos. 
Alienação parental. .....................................................................................................................................76 
34. Família substituta. Perda do poder familiar. Guarda. Tutela e curatela. ......................................... 82 
35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia da herança. 
Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima. Sucessão do 
companheiro. ............................................................................................................................................. 83 
36. Sucessão testamentária. Testamento. Formas de testamento. Disposições testamentárias. 
Codicilo. Fideicomisso. Legados. Direito de acrescer e substituições. Execução do testamento. ...... 84 
37. Sonegados. Redução das disposições testamentárias. Revogação, rompimento e anulação do 
testamento. Testamenteiro. Inventário e partilha. ................................................................................ 84 
38. Direito de autor. Registros Públicos....................................................................................................87 
39. Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses difusos, coletivos 
e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais. .......................................................................... 89 
40. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal ...................................... 89 
DIREITO EMPRESARIAL ..................................................................................................................................93 
1. Origens e história do Direito Comercial. Teoria dos atos de comércio. ..............................................93 
Teoria da empresa e atividade empresarial e mercado. ..........................................................................93 
2. O Direito Civil e o Direito Comercial: autonomia ou unificação. Fontes do Direito Comercial. Os 
perfis do mercado. .................................................................................................................................... 94 
3. Princípios constitucionais econômicos e sua instrumentalidade para o funcionamento do 
mercado. .................................................................................................................................................... 94 
4. Direito de Empresa no Código Civil A empresa e o empresário. Noção econômica e jurídica de 
empresa. Empresário e sociedade empresária. A atividade empresarial. Capacidade. Empresário 
rural. Obrigações gerais dos empresários. ...............................................................................................95 
5. Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Escrituração e demonstrações 
contábeis periódicas...................................................................................................................................97 
6. Empresa individual de responsabilidade limitada. Estabelecimento empresarial. Nome 
empresarial. Direitos e Obrigações relativas à propriedade industrial: Lei nº 9.279, de 14/5/1996. ......97 
1. EIRELI .................................................................................................................................................. 98 
2. Estabelecimento ................................................................................................................................ 98 
3. Nomeempresarial ............................................................................................................................. 99 
4. Propriedade industrial ...................................................................................................................... 99 
 
5 
 
7. Disciplina jurídica da concorrência. Concorrência desleal. Repressão civil e penal. Infração da 
ordem econômica. Sanções por infração da ordem econômica. .......................................................... 100 
8. A atividade empresarial e a publicidade: tutela do consumidor. ...................................................... 103 
15. O empresário e a relação de consumo. Da tutela contratual dos consumidores. .......................... 103 
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das sociedades. 
Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e sociedades empresárias. 
Registro Público das sociedades. Sociedade rural. Desconsideração da personalidade jurídica. ...... 104 
10.Sociedade limitada. .............................................................................................................................. 106 
11. Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76). ................................................................................................. 107 
12. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio, nota 
promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários. Títulos do 
agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais. ......................................................................................... 109 
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS ......................................................................................... 109 
2. PRINCÍPIOS........................................................................................................................................ 109 
3. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................................. 110 
4. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE ................................................................................................... 111 
5. ATOS CAMBIÁRIOS ............................................................................................................................ 114 
13. Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais. Compra e 
venda mercantil. Contratos de colaboração. ........................................................................................... 117 
14. Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento 
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de carga, 
fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade. ................................................................ 117 
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da falência. 
Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos praticados antes 
da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores. Encerramento da falência. 
Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades equiparadas. ................................... 120 
17.Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação judicial e recuperação extrajudicial. 
Órgãos da recuperação judicial. Processo da recuperação. Verificação dos créditos. ........................ 125 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL1 
 
1. Constitucionalismo e teoria da constituição. 2. Constituição e Neoconstitucionalismo. 
 
• O QUE É CONSTITUCIONALISMO? 
 
o (a) Sentido amplo � existência de uma Constituição em determinado Estado. 
 
o (b) Sentido estrito � está relacionado a duas ideias básicas e fundamentais: (i) garantia de direitos 
e (ii) limitação do poder. 
 
 
CONSTITUCIONALISMO 
INGLÊS 
CONSTITUCIONALISMO 
FRANCÊS 
CONSTITUCIONALISMO 
AMERICANO 
- Primeiro a nascer 
- Valorização da tradição 
constitucional 
- Ha vários textos e 
documentos constitucionais 
- Modelo recessivo 
- Revolução francesa (ruptura) 
- Primeira CF escrita da Europa 
(1791) 
- Valorização do Legislativo 
-Desconfiança em relação ao 
judiciário 
- CF é norma, logo, pode ser 
invocada perante o Judiciário 
- Primeira CF do mundo 
moderno (1776) 
- Constitucionalismo liberal 
- Modelo expandiu no pós-2ª 
guerra 
 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
(a) Marco histórico 
Mundo: 2ª guerra mundial 
Brasil: CF/88 
(b) Marco filosófico Pós-positivismo 
(c) Marco Teórico 
(i) Força normativa da CF 
(ii) Expansão da jurisdição constitucional 
(iii) Nova interpretação constitucional 
 
 
TIPOS DE CONSTITUIÇÃO 
1. QUANTO À FORMA 
(a) Escrita/dogmática: formalizada em um texto escrito. 
(b) Não escrita/histórica: não há texto único centralizado. 
2. QUANTO À 
ESTABILIDADE 
(a) Flexível: é alterada da mesma forma que as leis inferiores. 
(b) Semirrígida: uma parte é flexível e outra é rígida. 
(c) Rígida: a alteração é mais difícil do que as leis inferiores. 
(d) Super-rígidas: uma parte é rígida e outra é imutável. 
(e) Imutáveis: todo o texto é imutável. 
3. QUANTO À ORIGEM 
(a) Outorgada: imposta pelo detentor do poder. 
(b) Promulgada: elaborada com ampla participação popular. 
(c) Cesarista (Bonapartista): o soberano edita o texto e, 
posteriormente, o submete a um referendo popular. 
(d) Pactuada (dualista): elaborada através de um pacto feito realizado 
 
1 Por Luiz Fernando. 
 
7 
 
entre os detentores do poder político. 
4. QUANTO À 
VOLUNTARIEDADE 
(a) Heterônoma: é aquela que é imposta por outro país. 
(b) Autônoma: elaborada pelo próprio país. 
5. QUANTO À EXTENSÃO 
(a) Sintética/concisa: apenas definem os princípios gerais da 
organização do Estado. 
(b) Analítica/prolixa: trata de muitos temas. 
6. OUTRAS 
CLASSIFICAÇÕES 
(a) Dirigente: traça metas. 
(b) Normativa: sai do papel. 
(c) Nominal: não consegue sair do papel. 
(d) Semântica: legitima o status quo injusto. 
(e) Ortodoxa: comprometida com uma ideologia específica. 
(f) Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias. 
(g) Dúctil: não impõe um modelo de vida, mas apenas assegura as 
condições para o exercício do projeto de vida de cada pessoa. 
(h) Balanço: visa reger o ordenamento por um determinado tempo. 
CLASSIFICAÇÃO CF/88 Escrita, promulgada, rígida, analítica, normativa e dirigente. 
 
• TEORIAS DA CONSTITUIÇÃO 
Positivista (Kelsen) 
- Conceito formal 
- CF = norma jurídica que valida as normas que lhe são inferiores 
Sociológica (Lassale) 
- CF = fatores reais do poder 
- O resto é "mera folha de papel" 
Concretista (Hesse) 
- CF= não é apenas norma nem apenas fator social. Ela incorpora 
norma e realidade 
- Força normativa da CF 
Política (Schmidt) 
- CF = decisão política fundamental 
- O resto, que está escrito na CF, é apenas "lei constitucional" 
Instrumento de governo 
(Hennis) 
- CF= lei processual que organiza o Estado 
- Neutralidade constitucional 
 
 
3. Poder Constituinte. 4. Emendas Constitucionais. 9. Mutação Constitucional. 10. Reforma 
e Revisão Constitucional. 
 
PODER 
CONSTITUINTE 
Originário: 
- Ilimitado 
- Incondicionado 
- Inicial 
- Indivisível 
Derivado 
Reformador: produz EC 
Decorrente: elabora as Constituições estaduais 
Revisor: art. 3º do ADCT permitiu uma revisão da CF, com quórum 
diferenciado,ocorrida em 1993. 
 
 
 
8 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL: 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: � LIMITES FORMAIS 
I - de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
§ 1º A Constituição NÃO poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa 
ou de estado de sítio. � LIMITE CIRCUNSTANCIAL 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros. � LIMITE 
FORMAL 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem. 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: � LIMITES MATERIAIS 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO pode ser 
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. � Para alguns, LIMITE TEMPORAL (maioria fala 
que não há limite temporal). 
 
O que é MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL? 
Trata-se de mecanismo que permite a transformação do sentido e do alcance de normas da 
Constituição, sem que se opere, no entanto, qualquer modificação em seu texto (alteração informal da 
CF). A mutação está associada à plasticidade de que são dotadas inúmeras normas constitucionais 
 
7. Evolução político-constitucional brasileira. As Constituições Brasileiras. 
 
1824 Outorgada; * PODER MODERADOR; *Voto censitário e indireto; *CF semirrígida 
1891 Criam o STF; *CF rígida; *Criam a federação; *Controle difuso. 
1934 Caráter social; *Rígida; *Inspirada na Constituição alemã de WEIMAR de 1919; 
1937 *Outorgada; *Suspendeu o Legislativo; *Supressão da Justiça Federal; *CF flexível 
1946 
Reestruturação do federalismo e do pluripartidarismo; *CF rígida; *Parlamentarismo; *Criação 
da justiça federal de 1º grau. 
1967 Endurecimento do regime militar; *AI5. 
1969 
Alguns dizem que não foi nova CF, mas sim EC; *DIRETAS JÁ foi derrotado, mas inspirou 
mudança 
1988 Nossa atual CF, que você conhece o suficiente, não é??? 
 
 
 
 
9 
 
8. Normas Constitucionais: Hermenêutica e Filosofia Constitucional. Métodos de 
Interpretação. Aplicabilidade e Eficácia. 11. Normas Constitucionais. 
 
NORMA x ENUNCIADO 
NORMATIVO 
Barroso: “Enunciado normativo é o texto ainda por interpretar. Já a norma é 
o produto da incidência do enunciado normativo sobre os fatos da causa, 
fruto da interação entre texto e realidade. Da aplicação do enunciado 
normativo à situação da vida objeto de apreciação é que surge a norma”. 
CARACTERÍSTICAS DAS 
NORMAS 
(a) Bilateralidade: normalmente dirigida a duas partes. 
(b) Generalidade: obriga a todos em igual situação jurídica. 
(c) Abstratividade: não foi criada para regular um caso concreto. 
(d) Imperatividade: é obrigatória, não dependendo da vontade. 
(e) Coercibilidade: é possível o uso da força para cumpri-la. 
 
#ATENÇÃO #DOUTRINATRADICIONAL #DESPENCAEMPROVA 
 José Afonso da Silva elaborou uma classificação muito tradicional quanto à aplicabilidade das 
normas constitucionais. Fique de olho: 
Eficácia plena e 
aplicabilidade 
imediata 
São normas que desde o advento da CF produzem, ou têm possibilidade de 
produzir, todos os efeitos plenamente e que não podem ser restringidas. 
Ex. Princípio da igualdade. 
Eficácia contida 
e aplicabilidade 
imediata 
Foram suficientemente previstas e, assim, produzem efeitos desde a CF, mas 
podem ser restringidas posteriormente pelo legislador. Há autorização expressa 
ou implícita na CF para que o legislador futuro restrinja. 
Ex. Art. 5º, XI, que fala que a lei pode estabelecer restrições. 
Eficácia 
limitada 
Não são normas desprovidas de efeitos, mas não geram a plenitude de seus 
efeitos imediatamente. Apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, 
porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma 
normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. Segundo Marcelo 
Novelino, estas normas são dotadas de eficácia negativa, ab-rogando a legislação 
precedente que lhe for incompatível e impedindo que o legislador edite normas 
em sentido oposto ao assegurado pela Constituição. 
(i) Normas de princípio programático: 
são normas que estabelecem metas e 
objetivos, mas não dizem como esses 
objetivos serão alcançados. 
Ex. Busca do pleno emprego; redução 
da desigualdade e erradicação de 
miséria, etc. 
• Pode gerar direitos negativos 
(Estado não pode contrariar); 
• Vedação do retrocesso (uma vez 
concretizado, o legislador não pode 
voltar); 
(ii) Normas de princípio institutivo: 
tratam de instituições ou institutos, 
mas não contém todos os elementos 
para que aquelas instituições ou 
institutos ganhem vida imediata. 
 
 
 
10 
 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO 
1. Hermenêutico 
clássico 
2. Tópico-
problemático 
3. Hermenêutico-
concretizador 
4. Científico-
espiritual 
5. Normativo-
estruturante 
Critérios clássicos: 
gramatical, 
histórico, 
sistemático, 
teleológico 
Parte-se de um 
problema 
concreto para a 
norma 
Parte-se da CF para 
o problema 
 
A análise da CF 
deve levar em 
conta também 
a realidade 
social 
Não há 
identidade entre 
texto e norma, 
que compreende 
também um 
pedaço da 
realidade social 
 
5. Organização do Estado. Estado de Direito Democrático. 6. Federação. Origens. A 
Federação Brasileira. Competências legislativas dos entes federados - Autonomia financeira, 
administrativa e política dos entes federados. 
 
 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
Forma de Estado Federação 
Forma de governo República 
Sistema de governo Presidencialista 
Regime de governo Democrático 
 
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FEDERALISMO 
1. Partilha constitucional de competências. 
2. Autonomia dos componentes da federação. 
3. Participação dos entes na formação da vontade do Estado. 
4. Existência de recursos próprios para cada ente. 
 
1. PARTILHA DE COMPETÊNCIA 
 
MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
MODELO CLÁSSICO: União exerce a competência expressa e os Estados a residual. 
MODELO MODERNO: verificado após a 1ª guerra mundial. A CF prevê não apenas a 
competência exclusiva da União, mas também a comum e concorrente dos Estados. 
MODELO HORIZONTAL: não há relação de subordinação entre os entes que legislam. 
Predomina no BRASIL. 
MODELO VERTICAL: há divisão na competência. É o que ocorre no Brasil com a competência 
CONCORRENTE, na qual as normas gerais são de atribuição da União, cabendo aos Estados 
apenas a regulamentação específica. 
 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
EXCLUSIVAS2 
Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, SEM 
possibilidade de delegação. 
PRIVATIVAS 
Da união (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para 
legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar. 
CONCORRENTES 
(artigo 24) 
Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos. 
Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito Federal, 
que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo 24, 
mas, NÃO há superposição. §§ 1º a 4º � À união competemàs normas gerais; os 
Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas gerais, os 
Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se após o exercício 
da competência plena dos Estados, surgir, supervenientemente, regulamentação 
sobre normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa (não é 
revogação nem invalidez, no que contradizer a União, não existindo repristinação). 
SUPLEMENTARES 
Conferida a determinado ente para complementar as normas gerais dispostas por 
outro ou para suprir a ausência dessas normas gerais. Artigo 24, § 2º trata da 
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o art. 30, II fala da 
competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS 
 
Competência 
administrativa 
Exclusiva 
Poderes enumerados 
União (art. 21) 
Municípios (art. 30) 
Poderes reservados Estados (art. 25, §1º) 
Comum 
Cumulativa ou paralela 
(art. 23) 
União/Estados/Distrito 
Federal/Municípios 
 
2. AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS 
AUTONOMIA 
Auto-organização 
Os entes se organizam por suas próprias constituições estaduais ou leis 
orgânicas. Deve ser observado o P. da simetria e, assim, o processo de reforma 
da CE deve, obrigatoriamente, observar os requisitos estabelecidos na CF. 
Autolegislação Exercem, por seus próprios poderes legislativos, as competências legislativas 
que são de sua alçada. 
Autogoverno 
Elegerão seus próprios governantes e deputados, e organizarão suas próprias 
justiças (exceto os Municípios), inclusive com sistema de controle de 
constitucionalidade das leis estaduais e municipais. 
Autoadministração Organizarão suas administrações, seus serviços públicos e seus servidores. 
 
3. PARTICIPAÇÃO DOS ENTES NA FORMAÇÃO DA VONTADE DO ESTADO. 
• A participação ocorre através do Senado Federal, que, em tese, representa os Estados. 
 
2 Segundo Marcelo Novelino, há uma divergência na doutrina brasileira envolvendo as competências exclusivas e 
privativas. A doutrina mais tradicional, como, por exemplo, José Afonso da Silva, adota uma distinção cuja diferença 
principa reside na possibilidade de delegação das competências privativas, ao contrário do que ocorre com as 
competências exclusivas, que são indelegáveis por ausência de previsão expressa. Há autores, contudo, a exemplo 
do Ministro Gilmar Mendes, que entendem inexistir qualquer diferença entre ambas, aduzindo a possibilidade de 
utilização intercambiável das duas expressões. Para esta corrente, as competências privativas e exclusivas traduzem 
a mesma ideia. 
 
 
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o Como os Municípios não são representados no Congresso, há autores que defendem 
que eles não compõem a Federação brasileira. 
� Esse entendimento é MINORITÁRIO. 
 
4. EXISTÊNCIA DE RECURSOS PRÓPRIOS PARA CADA ENTE. 
• A CF estabelece um complexo sistema de repartição de tributos, além do que atribuiu 
competência tributária (poder de criar tributos) a todos os três entes da federação. 
 
#SELIGANACLASSIFICAÇÃO 
Quanto à origem: 
(a) Centrípeto/agregação � é aquele no qual antes havia um modelo 
descentralizado e, com o pacto federal, ocorre a centralização. Ex. EUA. 
(b) Centrífugo/segregação � antes havia mais centralização, mas o 
federalismo impõe a descentralização para os entes autônomos. Ex. Brasil. 
Quanto ao número de 
entes: 
a) Bidimensional � há apenas dois entes. Ex. Apenas União e Estados. 
(b) Tridimensional � há três entes. Ex. União, Estados e Municípios. 
• O Brasil é um dos únicos países que atribui aos Municípios a condição de 
ente federal. 
Quanto à distribuição dos 
poderes: 
(a) Simétrico � o regime de todos os entes iguais é idêntico. 
• No Brasil é assim. As competências do Estado de MG são as mesmas do 
Estado de SP. 
(b) Assimétrico � entidades da federação iguais possuem regimes 
diferentes. 
Obs.: No Brasil, Lenza diz que há ERRO DE SIMETRIA, pois a CF 
tratou os Estados de modo tão igual que acabou desconsiderando 
as dessemelhanças existentes entre eles. 
 
Demais espécies: 
Federalismo DUAL: há extrema e severa divisão entre os entes. 
Federalismo COOPERATIVO: mais flexível e permite a interpenetração entre 
os entes políticos. 
Federalismo ORGÂNICO: os Estados são organismos de um todo maior, que 
é o poder central � fomenta o autoritarismo. 
Federalismo de INTEGRAÇÃO: em nome da integração nacional, há a 
prevalência do Poder Central � é federalismo apenas formal, em tudo se 
aproximando ao Estado unitário descentralizado administrativamente. 
 
 
 
 
 
 
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12. Controle da constitucionalidade. Controle da constitucionalidade Difuso. Controle da 
constitucionalidade Abstrato. Controle da Constitucionalidade em âmbito estadual. A 
Constituição do Estado de São Paulo como parâmetro para o Controle de 
Constitucionalidade. 32. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ação Declaratória de 
Constitucionalidade. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. O controle 
difuso de constitucionalidade. Mandado de Injunção. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
por Omissão. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva. 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Conceito 
Trata-se do procedimento de verificação da compatibilidade, formal e material, de 
determinado ato normativo em relação à Constituição Federal. 
Natureza da norma 
inconstitucional 
A norma 
inconstitucional 
é NULA, com 
eficácia EX 
TUNC. 
#OLHAOGANCHO 
MODULAÇÃO DE EFEITOS 
 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou 
de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal 
Federal, por maioria de dois terços de seus membros (maioria 
qualificada), restringir os efeitos daquela declaração ou decidir 
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou 
de outro momento que venha a ser fixado. 
#DEOLHONASSÚMULAS #NÃOESQUEÇA #DESPENCAEMOBJETIVAS 
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que 
disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. 
 
Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. 
 
Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das 
respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. 
 
Súmula vinculante 39-STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos 
membros das polícias civil e militar do Distrito Federal. 
 
Súmula vinculante 38-STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de 
estabelecimento comercial. 
 
Súmula 419-STF: Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde 
que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas. 
 
Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da 
União. 
 
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Parâmetro Todo o bloco de constitucionalidade (CF + princípios implícitos + tratados do art. 5, 3º). 
 
 
Controle 
difuso 
Conceito É aquele que pode ser exercido por qualquer juiz ou Tribunal. 
Cláusula de 
reserva do 
plenário 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
 
#ATENÇÃO #EXCEÇÕES: 
(a) Se o Tribunal (plenário ou órgão especial) já tiver decidido o tema; 
(b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade. 
Suspensão da 
norma pelo 
Senado 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 
CONTROLE CONCENTRADO 
Noções 
gerais 
(a) Processo objetivo: não há partes; 
(b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade em face de 
artigo diverso do apontado pelo autor da ação; 
(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual) 
FORMAS DE 
INCONSTITU-
CIONALIDADE
1. Quanto à conduta
Ação
Omissão
Total
Parcial
2. Quanto ao defeito
Formal
Orgânica
Propriamente dita
Violação dos 
pressupostos objetivosMaterial
Vício de decoro
3. Quanto à 
extensão
Total
Parcial
4. Quanto à 
finalidade
Concreto
Abstrato
5. Quanto ao 
momento
Preventivo
Repressivo
6. Quanto à 
competência
Difuso
Concentrado
Misto
 
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(d) Legitimados: art. 1033, CF. 
 
 
 
ADI 
 
 
 
Cabe contra Lei ou ato normativo geral e abstrato 
Não cabe 
contra 
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii) 
normas anteriores à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da 
norma); (iv) leis revogadas; (v) súmulas; (vi) projeto de lei ainda não 
promulgado. 
Limite espacial Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL. 
Cautelar Erga omnes, EX NUNC, vinculante. 
Efeitos da 
decisão 
Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, efeito repristinatório tácito. 
 
ADC 
Objeto Lei ou ato normativo FEDERAL 
Requisito 
adicional 
Controvérsia judicial relevante 
Cautelar 
Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180 
dias. 
 
 
ADPF 
 
 
Legitimados Mesmo da ADI. 
Objeto Qualquer ato do poder público que viole preceito fundamental. 
Caráter 
subsidiário 
Só cabe se não for possível ADI nem ADC. 
Objeto Qualquer ato do poder público. 
Aspecto 
temporal 
Pode ser até mesmo anterior à CF/88. 
Aspecto 
espacial 
Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL. 
 
 
 
ADO 
Objeto 
O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais de eficácia 
LIMITADA. 
Legitimidade 
passiva 
 
Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a 
norma constitucional. 
Efeitos da 
decisão 
(a) Poder competente � será dada ciência ao poder competente. 
(b) Órgão administrativo � deverá editar a norma em 30 dias, sob pena 
de responsabilidade. A lei permite que o STF fixe outro prazo, se 
entender mais conveniente. 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL 
Legitimidade 
Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de 
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em 
face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a 
um único órgão. 
Objeto Leis ou atos normativos estaduais ou municipais. 
 
3 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
 I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
 
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Competência TJ (plenário ou órgão especial) 
Parâmetro Constituição Estadual 
Efeitos da decisão EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES. 
RE 
Se a norma da CE for de reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao STF. 
Nesse caso, esse RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI (vinculante, 
ERGA OMNES...) 
 
Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão 
fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
 
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da 
sua competência legislativa municipal. 
 
Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta 
interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal. 
 
PRINCIPAIS JULGADOS SOBRE O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
É possível ADI em face de leis orçamentárias (Info. 817); 
É possível que o STF, em julgamento de RE, revise entendimento fixado em ADI (812); 
Para propor ADI, a procuração deve conter poderes especiais (2012); 
Só se admite controle preventivo através de MS impetrado por parlamentar alegando que: (a) A 
proposta de EC viola cláusula pétrea; (b) Há violação do processo legislativo de produção da norma; 
É cabível ADI em face de lei de efeito concreto (basta ser lei) (2013); 
Não houve mutação constitucional do art. 52, X, CF (suspensão da norma pelo Senado) (2014); 
Não se admite o reconhecimento da inconstitucionalidade, de ofício, em controle abstrato (2014); 
Concluído o julgamento, não pode ser reaberta a discussão sobre eventual modulação dos efeitos 
(2014); 
É possível a cumulação de ADI e ADC na mesma ação (786); 
A controvérsia judicial exigida para fins de ADC é qualitativa, e não quantitativa (786); 
O reconhecimento da inconstitucionalidade de determinada norma não rescinde, imediatamente, 
eventuais decisões embasadas nessa mesma norma (787); 
Cabe ADPF contra decisão judicial, desde que não transitada em julgado (810); 
O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes (808); 
As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas para instaurar 
controle concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados 
(826). 
Se, no curso de uma ação abstrata, a lei impugnada for revogada por outra, em regra, a ADI perderá o 
objeto. Há, no entanto, três exceções (845): (i) Demonstração de “fraude processual”; (ii) O ato 
impugnado foi repetido por outra norma; (iii) O STF julgou o mérito da ação sem ser comunicado da 
revogação. 
Proposta a ADI contra uma MP, se esta for convertida em lei antes do término da ação, não há perda do 
objeto da ADI, pois a conversão não convalida eventuais vícios existentes. Todavia, o autor da ação deve 
aditar o pedido inicial, noticiando a conversão (851); 
Salvo nos casos de notório abuso, o Judiciário não pode se imiscuir na análise dos requisitos da MP – 
relevância e urgência (851); 
 
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13. Processo legislativo. Processo legislativo e reforma constitucional. 
 
#ATENÇÃO 
Não há hierarquia entre LO e LC, mas apenas campos distintos de incidência. O 
procedimento de elaboração das duas espécies é idêntico, exceto pelo quórum, que, na 
LC, é de maioria absoluta. 
 
ESPÉCIES NORMATIVAS 
EC 
Leis ordinárias 
Leis complementares 
Leis delegadas 
MP 
Decretos legislativos 
Resoluções 
 
PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DE LEI ORDINÁRIA 
1º PASSO: 
Iniciativa 
2º PASSO: Deliberação 
(discussão + votação) 
3º PASSO: Sanção ou veto 
Privativa 
Comum 
Compartilhada 
 
Em regra, começa na 
Câmara. O Senado 
pode emendar, caso 
em que o projeto 
volta para a Câmara, 
que decide. 
 
O veto é sempre expresso; 
A sanção pode ser tácita (após 15 dias úteis) 
Veto precisa de motivação, sanção não. 
Veto não é terminativo, pois pode ser derrubado. 
CF admite o veto parcial. 
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado 
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na 
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria 
absoluta dos membros de qualquer das Casas do 
Congresso Nacional.#DEOLHONALEGIS #DESPENCAEMPROVA 
MEDIDA PROVISÓRIA 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
 I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, 
 
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ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo 
financeiro; 
III – reservada a lei complementar; 
 IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto 
do Presidente da República. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se 
não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por 
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas 
delas decorrentes. 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se 
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, 
entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, 
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em 
que estiver tramitando. 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada 
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda 
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados 
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. 
 
Súmula 651-STF: A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC 32/2001, ser 
Reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira 
edição. 
 
Súmula Vinculante 54-STF: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a 
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os 
efeitos de lei desde a primeira edição. 
 
14. Intervenção Federal e Estadual4. 
 
 
4 O gráfico foi retirado do site: http://sapodavez.blogspot.com.br/2013/07/dica-de-constitucional-intervencao.html. Já o 
segundo quadro foi adaptado de um resumo escrito por candidatos à magistratura federal. 
 
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INTERVENÇÃO: 
ESTADOS > MUNICÍPIOS 
UNIÃO > MUNICÍPIOS (dos Territórios) 
FORMA 
1. Deixar de ser paga, sem motivo de força 
maior, por 2 anos consecutivos, a dívida 
fundada; 
Nestes casos o ESTADO, após a expedição do decreto do 
governador, simplesmente intervém, sem pedir autorização para 
ninguém. 
O decreto do governador especificará a amplitude, o prazo e as 
condições de execução da intervenção e, se for o caso, nomeará 
desde logo o interventor. 
O controle é feito a posteriori (em 24 h da expedição do decreto do 
governador e é realizado pela Assembleia ou Câmara Legislativa 
que, se estiver de recesso, será convocado extraordinariamente no 
mesmo prazo de 24h. 
2. Não forem prestadas contas devidas, na 
forma da lei; 
3. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido 
da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde. 
Neste caso NÃO HÁ controle legislativo da intervenção. 
O decreto do governador limitar-se-á a suspender a execução do 
ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da 
normalidade. 
Para assegurar a observância de princípios 
indicados na Constituição Estadual 
(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
SENSÍVEIS) (AÇÃO INTERVENTIVA 
ESTADUAL), ou 
O TJ deve dar provimento à 
representação (embora a CF não 
diga expressamente a quem 
caberia realizar a representação, 
entende-se que a atribuição cabe 
ao PGJ) 
Neste caso NÃO HÁ controle 
legislativo da intervenção. 
O decreto do governador 
limitar-se-á a suspender a 
execução do ato impugnado, 
se essa medida bastar ao 
restabelecimento da 
normalidade. 
4. Para prover a execução de lei, de ordem 
ou de decisão judicial 
Intervenção 
federal
Espontânea
Independe de provocação 
de outros órgãos
Provocada
Para garantir o livre 
exercício dos Poderes 
Executivo/Legislativo
Solicitação do 
respectivo poder 
coacto ou impedido
Para garantir o livre 
exercício do Poder 
Judiciário
Requisição do 
STF
Para prover a execução de lei 
federal ou a observância dos 
princípios sensíveis
Representação do 
PGR perante o STF
Para promover a execução de 
ordem ou decisão judicial
Requisição do 
STF, STJ e TSE
 
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15. Poder Legislativo. 
 
 SENADO FEDERAL CÂMARA DOS DEPUTADOS 
Composição 
Representantes dos ESTADOS e 
DF 
Representantes do POVO 
Sistema de eleição 
Princípio majoritário com 
maioria simples 
Princípio proporcional à população de 
cada Estado e do DF. 
OBS: Cada território elegerá 04 
Deputados. 
Número de 
parlamentares 
3 Senadores por Estado e DF, 
cada qual com 2 suplentes. 
LC 78/93 fixou em 513 Deputados 
Federais. (Nenhum Estado terá menos 
que 8, nem mais de 70 Deputados.) 
Mandato 8 anos = 2 legislaturas 4 anos = 1 legislatura 
Renovação A cada 4 anos, por 1/3 e 2/3. A cada 4 anos. 
Idade mínima 35 anos 21 anos 
 
 
 
#NÃOERRE #TEMADAMODA 
ESTATUTO DOS PARLAMENTARES 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, 
palavras e votos. � IMUNIDADE MATERIAL 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento 
perante o STF. 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos, 
SALVO em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à 
Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. � 
IMUNIDADE FORMAL RELATIVA À PRISÃO OU FREDOM FROM ARREST 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o 
STF dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo 
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do 
seu recebimento pela Mesa Diretora. 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou 
PODER LEGISLATIVO
Função TÍPICA
Legislar
Fiscalizar (auxílio TC)
Função ATÍPICA
Judicante
Administrativa
 
21 
 
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles 
receberam informações. 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em 
tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. 
§ 8º As imunidadesde Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser 
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados 
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 
PERDERÁ O MANDATO... 
Art. 55. PERDERÁ o mandato o Deputado ou Senador: 
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; 
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; 
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da 
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; 
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; 
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; 
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. 
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o 
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens 
indevidas. 
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou 
pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido 
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (EC nº 76, de 2013) 
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de 
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado 
no CN, assegurada ampla defesa. 
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, 
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º 
e 3º. 
 
CPI PODE CPI NÃO PODE 
Notificar testemunhas, investigados e 
convidados 
Impor sanção 
Determinar a condução coercitiva de 
testemunha 
Cassar mandato 
Realizar perícia, exames e vistorias Não tem poder geral de cautela 
Prender em flagrante Determinar interceptação telefônica 
Afastar sigilo bancário, fiscal e de REGISTRO 
telefônico 
Determinar busca e apreensão domiciliar. 
 
Súmula 245-STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa. 
 
Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime 
cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do 
acusado e a realização do inquérito. 
 
22 
 
 
Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser 
escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este 
indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre 
escolha. 
 
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
 
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro 
ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, 
ressalvada a competência revisora do judiciário. 
 
16. Poder Executivo. 
 
Lembre-se que o estatuto do Presidente da República foi objeto de dica da última semana! Para 
evitarmos repetições desnecessárias (só aumentariam nosso resumo!), dê uma olhadinha na síntese que fiz 
para vocês, ok? 
 
PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO 
Identidade entre chefia de estado e chefia de 
governo (são a mesma pessoa). 
� Chefe de estado exerce função simbólica de 
representar internacionalmente o país e de 
corporificar a sua unidade interna. 
� Chefe de governo executa as políticas públicas. 
Ou seja, é quem efetivamente governa e também 
exerce a liderança da política nacional. 
Há uma não identidade entre chefia de estado e 
chefia de governo. O chefe de estado pode ser 
um rei (um monarca) ou um presidente, ao 
passo que o chefe de governo é o 1º ministro, 
que exerce o governo conjuntamente com o seu 
gabinete (conselho de Ministros). 
Estabilidade de governo. Há a figura dos mandatos 
fixos para o cargo de presidente. 
Estabilidade democrática, construída pelo povo 
nos processos democráticos. Pode até existir a 
figura do mandato mínimo e do mandato 
máximo, todavia ele não é fixo. Nesse sentido, 
tem por fundamento a existência dos institutos: 
I) possibilidade de queda do gabinete pelo 
parlamento (através da “moção de censura” ou 
“voto de desconfiança”) e II) possibilidade 
cotidiana de dissolução do parlamento pelo 
gabinete. 
 
Registre-se que o Brasil já foi parlamentarista em dois momentos: 
a) Parlamentarismo à brasileira ou às avessas – Segundo Reinado de D. Pedro II (1847 – 1889). 
Tínhamos o Imperador, chefe de Estado, e um gabinete de ministros. O executivo controlava o 
legislativo por meio do poder moderador (construção de Benjamin Constant, que só foi aplicada no 
Brasil). 
b) Parlamentarismo republicano (09/61 até 02/63). João Goulart era o Presidente (chefe de Estado) 
 
23 
 
e Tancredo Neves era o Primeiro-Ministro (chefe de governo). Em referendo, o povo voltou ao 
presidencialismo. 
 
PODER REGULAMENTAR DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
 
Decreto Regulamentar 
(Decreto de Execução) 
Decreto Autônomo 
Natureza Secundário Primário 
Inova o ordenamento? Não Sim 
Hierarquia Infralegal Legal 
Matéria Em tese, qualquer lei Taxativa (art. 84, VI CF) 
Previsão Art. 84, IV Art. 84, VI 
Criação CF/1988 EC 32/2001 
 
17. Defesa do Estado e das Instituições Democráticas. 26. Princípios de Defesa na 
Constituição Federal. 
 
 
 
Estado de Defesa Estado de Sítio 
Caráter preventivo e âmbito regional Âmbito nacional 
Grave e iminente instabilidade 
institucional ou calamidades de grandes 
proporções na natureza 
Comoção de grave repercussão nacional ou ineficácia do 
estado de defesa e declaração de guerra ou resposta a 
agressão armada estrangeira 
Decretação pelo PR Decretação pelo PR 
Aprovação posterior do Congresso 
Nacional 
Aprovação prévia do Congresso Nacional 
Prazo de vigência de 30 dias, prorrogável 
uma única vez pelo mesmo período 
Em caso de comoção grave ou ineficácia do estado de 
defesa � Até 30 dias, podendo ser prorrogado quantas 
vezes for necessário pelo mesmo período. 
Atividades de 
polícia
Administrativa -
Tem por objeto a 
limitação imposta a 
bens jurídicos 
individuais
Ostensiva 
(preventiva) -
preservação da 
ordem pública
Federal
Polícia Federal; 
Polícia Rodoviária 
Federal; 
Polícia Ferroviária 
Federal 
Estadual
Corpo de 
Bombeiros; 
Polícia militar
Segurança
Judiciária 
(repressiva) -
investigação e 
apuração de 
infrações 
penais
Federal Polícia Federal
Estadual Polícia civil
 
24 
 
Em caso de guerra ou resposta a agressão armada 
estrangeira � pelo tempo que durar 
� Ambos submeter-se-ão a controle político prévio, concomitante e sucessivo (Congresso) e controle 
jurisdicional concomitante e sucessivo. 
� Durante o estado de exceção, a CF não poderá ser emendada. 
� Após a medida, o PR prestará contas, respondendo por eventuais abusos. 
 
18. A Organização dos Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 19. Ministério Público. 
30. Funções essenciais da Justiça. Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública. 
 
 
MINISTÉRIO 
PÚBLICO 
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
 
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade 
e a independência funcional. 
 
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 
 
Art. 128. O Ministério Público abrange: 
I - o Ministério Público da União, que compreende: 
a) o Ministério Público Federal; 
b) o Ministério Público do Trabalho; 
c) o Ministério Público Militar; 
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 
II - os Ministérios Públicos dos Estados. 
 
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios 
formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, 
para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder 
Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. 
 
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios 
poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, 
na forma da lei complementar respectiva. 
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância 
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas 
necessárias a sua garantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio 
 
25 
 
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de 
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, 
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei 
complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, 
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com 
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica 
de entidades públicas. 
 
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze 
membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha 
pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, 
admitida uma recondução, sendo: 
 I o Procurador-Geral da República, que o preside; 
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de 
cada uma de suas carreiras; 
III três membros do Ministério Público dos Estados; 
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil; 
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela 
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
 
ADVOCACIA 
PÚBLICA 
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de 
órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, 
nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e 
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder 
Executivo. 
 
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em 
carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, 
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, 
exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas 
unidades federadas. 
 
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada 
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de 
desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das 
corregedorias. 
 
DEFENSORIA Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função 
 
26 
 
PÚBLICA jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime 
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos 
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma 
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. 
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e 
administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no 
art. 99, § 2º. 
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade 
e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no 
art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. 
 
Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública 
quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença. 
 
 
20. Direitos Fundamentais. Tratados e convenções internacionais. 23. Direitos 
Fundamentais. Direitos Fundamentais Coletivos. 25. Garantias Fundamentais. 22. Ações 
constitucionais. 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Conceito 
São direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos, individual 
ou coletivamente considerados, em um conjunto de prerrogativas, 
faculdades e instituições imprescindíveis para assegurar uma existência 
digna, livre, igual e fraterna entre todas as pessoas. 
Dimensões 
� 1ª Dimensão/Geração � Direitos civis e políticos. 
� 2ª Dimensão/Geração � Direitos sociais, econômicos e culturais. 
� 3ª Dimensão/Geração � Direitos de solidariedade e fraternidade. 
� 4ª Dimensão/Geração � globalização (não é pacífico). 
Status 
(JELLINEK) 
� Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais. 
� Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado. 
� Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado. 
� Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado. 
 
 
 
Restrições 
TEORIA INTERNA 
Cabe ao aplicador apenas explicitar os limites que já 
estão contidos na própria estrutura do direito. 
Assim, interpretando-se corretamente os direitos, 
não haverá efetiva colisão entre eles. 
TEORIA EXTERNA 
É possível efetiva colisão entre direitos 
fundamentais, tornando-se necessária a restrição de 
um deles. 
LIMITE DOS LIMITES 
(LIMITES 
IMANENTES) 
Embora se admita a restrição de direitos 
fundamentais, há um conteúdo mínimo que não 
pode ser atacado. Assim, há limite para a limitação 
 
27 
 
de direitos, que não podem ser descaracterizados. 
 
Características 
 
(a) Relatividade; (b) Universalidade; (c) Aplicabilidade imediata; (d) 
Atipicidade; (e) Indisponibilidade; (f) Imprescritibilidade. 
 
 
Eficácia 
• Vertical � incidem na relação entre sujeito e Estado; 
• Horizontal � incidem na relação entre sujeitos privados; 
• Diagonal � incidem na relação entre privados em posição de 
desigualdade. 
PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE (art. 5º...) 
Igualdade 
I - homens e mulheres são iguaisem direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
Legalidade 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei. 
Liberdade de expressão 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional. 
Direito de resposta 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem. 
Liberdade religiosa 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção 
aos locais de culto e a suas liturgias; 
 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva; 
 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação 
alternativa, fixada em lei; 
Privacidade 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação. 
Liberdade profissional 
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas 
as qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
Liberdade de associação 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar; 
 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu 
 
28 
 
funcionamento; 
 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter 
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, 
o trânsito em julgado; 
 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado; 
 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
Direito adquirido, ato 
jurídico perfeito e coisa 
julgada 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a 
coisa julgada; 
Direitos fundamentais 
processuais 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito; 
 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
Fase internacional 
 
 
 
Fase interna 
HIRARQUIA DOS TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS: 
(i) Aprovados na forma do art. 5º, §3º � emenda constitucional 
(ii) Aprovados no procedimento comum � supralegal. 
 
 
 
a) Negociações 
preliminares
b) Adoção do texto
c) Assinatura
REFERENDO 
CONGRESSUAL
RATIFICAÇÃO
Promulgação e 
Publicação no DOU
 
29 
 
#VAICAIR #MAISUMANACONTA 
NOVA LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO 
(Pontos importantes) 
o Serve para tutelar a falta, total ou parcial, de norma regulamentadora, tornando inviável o exercício 
de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e 
cidadania. 
o Regramento muito similar à Lei de Mandado de Segurança; 
o Lei falou expressamente em MP e Defensoria Pública; 
o Procedimento: segue a mesma lógica do mandado de segurança; 
o Embora o STF estivesse adotando a TEORIA CONCRETISTA DIRETA E GERAL, a lei do mandado de 
injunção adotou a TEORIA CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA INDIVIDUAL, exceto quando comprova-se 
que o impetrado deixou de atender, em MI anterior, ao prazo estabelecido (neste caso, adota-se a 
decisão concretista direta). Além disso, poderá ser conferida eficácia ULTRA PARTES ou ERGA OMNES 
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou prerrogativa objeto do 
mandado de injunção. 
o Na hipótese de superveniência da norma regulamentadora, o MI será prejudicado. Se a 
superveniência for posterior ao trânsito em julgado, aplica-se a nova lei, sem modificar os efeitos já 
produzidos pela decisão do MI, salvo se a norma superveniente for mais favorável. 
 
#OLHAOGANCHO: 
MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO 
Natureza e finalidade 
Trata-se de processo no qual é discutido um 
direito subjetivo. A finalidade é viabilizar o 
exercício de um direito. Há, portanto, controle 
concreto de constitucionalidade. 
Natureza e finalidade. 
A finalidade é declarar que há uma omissão, já que 
não existe determinada medida necessária para 
tornar efetiva uma norma constitucional. Estamos 
diante, portanto, de processo objetivo, em que há 
controle abstrato de constitucionalidade. 
Cabimento 
Cabível quando faltar norma regulamentadora de 
direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
 
Cabimento 
Cabível quando faltar norma regulamentadora 
relacionada com qualquer norma constitucional 
de eficácia limitada. 
Legitimados ativos 
MI individual: pessoas naturais ou jurídicas que se 
afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou 
das prerrogativas. 
MI coletivo: estão previstos no art. 12 da Lei nº 
13.300/2016. 
Legitimados ativos 
Os legitimados da ADI por omissão estão descritos 
no art. 103 da CF/88. 
Competência 
A competência para julgar a ação dependerá da 
autoridade que figura no polo passivo e que 
possui atribuição para editar a norma. 
Competência 
Se relacionada com norma da CF/88: STF. 
Se relacionada com norma da CE: TJ. 
Efeitos da decisão 
Reconhecido o estado de mora legislativa, será 
deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o 
impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora; 
Efeitos da decisão 
Declarada a inconstitucionalidade por omissão, o 
Judiciário dará ciência ao Poder competente para 
que este adote as providências necessárias. 
Se for órgão administrativo, este terá um prazo de 
30 dias para adotar a medida necessária. 
 
30 
 
II - estabelecer as condições em que se dará o 
exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as 
condições em que poderá o interessado 
promover ação própria visando a exercê-los, caso 
não seja suprida a mora legislativa no prazo 
determinado. 
Obs.: será dispensada a determinação a que se 
refere o inciso I, quando comprovado que o 
impetrado deixou de atender, em mandado de 
injunção anterior, ao prazo estabelecido para a 
edição da norma. 
Se for o Poder Legislativo, não há prazo. 
 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de 
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. 
 
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a 
pena-base. 
 
Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituição da 
República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado. 
 
Súmula 280-STJ: O art. 35 do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi 
revogado pelos incisos LXI e LXVll do art. 5º da Constituição Federal de 1988. 
 
Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel,qualquer que seja a modalidade do 
depósito. 
 
Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5°, LXXll, letra “a") se não houve recusa de informações 
por parte da autoridade administrativa. 
 
21. Direitos sociais e coletivos. 37. Ordem Social. Educação e Cultura. Ciência e Tecnologia. 
Comunicação Social. Meio Ambiente. Família, Criança, Adolescente e Idoso. Direito à 
Proteção Especial. Índios. 
 
DIREITOS SOCIAIS 
Conceito 
Os direitos sociais, direitos de 2ª dimensão/geração, são prestações positivas a 
serem implementadas pelo Estado e tendem a concretizar a perspectiva de uma 
isonomia substancial e social. 
Histórico 
• Surgem com a crise do constitucionalismo liberal; 
• As primeiras Constituições que tratam do tema são do séc. XX (México - 1917). 
• Posteriormente, foram veiculados da Constituição de Weimar (1919). 
Judicialização 
Os direitos sociais se efetivam especialmente pela implementação de políticas 
públicas pelo Estado. O Judiciário não é o local adequado para a implementação 
desses direitos, mas sim o Executivo e o Legislativo. No entanto, não se nega 
que, diante da inércia desses poderes, a judicialização seja uma medida 
 
31 
 
importante para a implementação dos direitos sociais. A crítica que se faz é que 
o juiz, por não ser eleito, não poderia decidir a forma de distribuição dos 
escassos bens materiais de que necessita o povo brasileiro. 
Categorias 
importantes 
Reserva do 
possível 
Os recursos estatais são limitados, logo, não é possível que 
todas as prestações sejam atendidas 100% para todas as 
pessoas. Há limitações, (a) orçamentárias e (b) fáticas. A 
teoria surgiu na Alemanha. 
Mínimo 
existencial 
Mesmo que o Estado não possa oferecer tudo a todos, é 
certo que ele deve garantir ao menos um mínimo, básico e 
indispensável, para uma vida digna. Assim, o mínimo 
existencial afasta o argumento da reserva do possível. 
Proibição do 
retrocesso 
(non-cliquet) 
Trata-se de um limite material implícito, de forma que os 
direitos fundamentais sociais já constitucionalmente 
assegurados não poderão ser suprimidos por EC ou por 
legislação infraconstitucional, a não ser que se tenha 
prestações alternativas. 
 
24. Direitos de cidadania5. Direito de sufrágio. Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. 
 
São 
brasileiros 
(art. 12) 
Natos 
(inciso I) 
a) os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país; 
Adotou-se aqui o critério do jus soli (art. 12, I, a); 
Assim, no Brasil, a regra é o critério do solo, (jus soli), com mitigações 
previstas no art. 12, I, alíneas b e c. 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço do Brasil. 
Critério aqui: jus sanguinis + “a serviço do Brasil” (funcional) (art. 12, I, b). 
c1) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro e de mãe brasileira, desde 
que sejam registrados em repartição brasileira competente; 
Critério aqui: jus sanguinis + registro (art. 12, I, c, 1ª parte); 
c2) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro e de mãe brasileira, ainda 
que não tenham sido registrados na repartição brasileira competentes, 
desde que venham a residir no Brasil e optem, a qualquer tempo, depois 
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
Critério aqui: jus sanguinis + residência no Brasil + opção confirmativa 
Chamada de nacionalidade potestativa (porque depende desta opção 
confirmativa, que só pode ser dada após a maioridade). 
 
Naturalizados 
(inciso II) 
Naturalização ordinária (comum) 
a) os estrangeiros que, segundo os requisitos da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira. 
Para os originários de países de língua portuguesa a lei só pode exigir a 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral. 
Obs.: o Brasil pode negar a naturalização (é ato discricionário) 
 
5 O esquema foi retirado do site do DIZERODIREITO. 
 
32 
 
Naturalização extraordinária 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade que estejam residindo no 
Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal. 
Obs.: se o estrangeiro preencher essas condições, o governo brasileiro 
não pode negar a naturalização (é ato vinculado) 
 
#ANOTEAÍ #SELIGANOSCONCEITOS 
 1. Sufrágio � traduz o direito de votar e de ser votado, encontrando-se entrelaçado ao exercício da 
soberania popular. Se divide em 
(a) Ativa: direito de votar, de eleger seus representantes. 
(b) Passiva: direito de ser votado, eleito, escolhido no processo eleitoral. 
2. Plebiscito e referendo � são mecanismos de democracia participativa. A diferença é que, no 
plebiscito, o povo se manifesta antes, ao passo que no referendo a manifestação é posterior à 
deliberação dos seus representantes. 
3. Iniciativa Popular � outro método de democracia participativa. (não se aplica à emenda 
constitucional) 
Art. 61. § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de 
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos 
por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
 
27. Princípios constitucionais da Administração Pública. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte. 
 
28. Poder Judiciário. 29. A Emenda Constitucional n° 45. 31. Poder Judiciário. Direitos, 
garantias e deveres da Magistratura. O Estatuto da Magistratura. Atividade correcional. 33. 
Supremo Tribunal Federal. Conselho Nacional de Justiça. Superior Tribunal de Justiça. 
Tribunal Superior Eleitoral. Tribunais Regionais e Juízes Federais. 34. Poder Judiciário. 
Tribunais e Juízes Estaduais. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Disciplina do 
Poder Judiciário na Constituição Paulista. O controle de constitucionalidade dos atos 
estaduais e municipais. 
 
 Meus amigos, na última semana, elaborei uma dica toda especial tratando justamente sobre o 
Poder Judiciário na Constituição Federal. Para evitar repetição desnecessária, te peço a gentileza de conferir 
o material que já preparei pra você, ok?? 
 
Súmula 628-STF: Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é 
parte legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente. 
 
33 
 
Súmula 627-STF: No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do 
Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da 
impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento. 
 
Súmula 649-STF: É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle 
administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades. 
 
O PODER JUDICIÁRIO NA CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO 
 
 
Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado: 
I - o Tribunal de Justiça; 
II - o Tribunal de Justiça Militar; 
III - os Tribunais do Júri; 
IV - as Turmas de Recursos; 
V - os Juízes de Direito; 
VI - as Auditorias Militares; 
VII - os Juizados Especiais; 
 
Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão Especial, com vinte e cinco Desembargadores, 
para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno, 
inclusive para uniformizar a jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas e o Plenário. 
 
Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuiçõesprevistas nesta Constituição, 
processar e julgar originariamente: 
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os Deputados 
Estaduais, o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Público Geral e 
os Prefeitos Municipais; 
 
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
estaduais ou municipais, contestados em face desta Constituição ou por omissão de medida 
necessária para tornar efetiva norma ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse: 
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia Legislativa; II - o Prefeito e a Mesa da Câmara 
Municipal; III - o Procurador-Geral de Justiça; IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos 
Advogados do Brasil; V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual ou municipal, 
demonstrando seu interesse jurídico no caso; VI - os partidos políticos com representação na 
Assembleia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato normativo municipais, na respectiva 
Câmara. 
 
§ 1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade. 
 
§ 2º - Quando o Tribunal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, 
citará, previamente, o Procurador-Geral do Estado, a quem caberá defender, no que couber, o ato 
ou o texto impugnado. 
 
36. Tributação e Orçamento. Sistema tributário nacional e finanças públicas. 35. Ordem 
Econômica e Financeira. Disciplina da Ordem Econômica na Constituição Paulista. 
 
34 
 
 
Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização geográfica das atividades de produção de bens e 
serviços, visando o desenvolvimento equilibrado das regiões. 
Artigo 178 – O Estado dispensará às microempresas, às empresas de pequeno porte constituídas sob as 
leis brasileiras e que tenham sede e administração no país, aos micro e pequenos produtores rurais, 
assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-los pela simplificação de 
suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, por meio 
de lei. 
Parágrafo único - As microempresas e empresas de pequeno porte constituem categorias econômicas 
diferenciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais, de prestação de serviços e de 
produção rural a que se destinam. 
Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. 
 
 
 
STF (2017 – 822, 859) Brasileiro, já titular de “green card”, que adquire nacionalidade norte-americana, 
PERDE a nacionalidade brasileira e pode ser extraditado pelo Brasil. 
 
- O plenário do STF (INFO 842) entendeu ser inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da 
“VAQUEJADA”, porquanto o tratamento cruel contraria o art. 225, § 1º, VII, da CF/88. Isto é, mesmo 
sendo esta uma atividade cultural, não possa ser permitida. Recentemente, no entanto, fora editada o 
EC 96/2017, que acrescenta o § 7º ao art. 225 da CF/88 “para determinar que práticas desportivas que 
utilizem animais não são consideradas cruéis”. Segundo Márcio do site dizer o direito, o verdadeiro 
objetivo desta emenda foi o de superar uma decisão do STF proferida em 2016 na qual o Tribunal 
declarou que a atividade conhecida como “vaquejada” era inconstitucional em virtude de gerar 
tratamento cruel aos bovinos.6 
 
STF (2017 - 857) Só é possível emendar parlamentar em MP se houver relação de pertinência, sob pena 
de CONTRABANDO LEGISLATIVO 
 
STF (2015 – 774) As Constituições estaduais NÃO podem prever que os Governadores serão julgados 
pela Assembleia Legislativa em caso de crimes de responsabilidade. A competência é de um “Tribunal 
 
6 Para um maior aprofundamento, sugerem-se os comentários do site dizer o direito sobre a EC 96/2017. 
http://www.dizerodireito.com.br/2017/06/breves-comentarios-ec-962017-emenda-da_7.html. 
PRECEDENTES HISTÓRICOS 
#MARCINHOMITA 
#FECHANDOCOMCHAVEDEOURO 
 
35 
 
Especial”, composto especialmente para julgar o fato e que será formado por 5 Deputados Estaduais e 
5 Desembargadores, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça. 
 
STF (2012 – 657) A emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por comissão mista de deputados 
e senadores antes do seu exame configura fase de observância obrigatória no processo constitucional 
de conversão dessa espécie normativa em lei ordinária. 
 
STF (2015 – 787) Perda do mandato por infidelidade partidária NÃO se aplica a cargos eletivos 
majoritários, somente àqueles que adotam o sistema proporcionais. 
 
STF (2017 – 863) Perda do mandato em caso de condenação criminal de deputado federal ou senador: 
Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será 
uma consequência lógica da condenação, cabendo à Mesa da Câmara ou do Senado apenas a 
declaração. 
Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação 
criminal NÃO gera a perda automática do cargo. Caberá ao Plenário da Câmara ou do Senado deliberar, 
nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato. 
#ATENÇÃO: Parece que o tema ainda não foi pacificado, e informativo anterior trazia o entendimento 
de que, independentemente da pena, a perda do mandato NÃO seria automática. (STF (2013 – 714)). 
 
STF (2016 – 824) É possível o afastamento de Deputado Federal do cargo por decisão judicial. 
Entendeu-se que a CF somente outorga às Casas Legislativas a competência para decidir acerca da 
perda do mandado, não impedindo que o Poder Judiciário suspenda o exercício do mandato 
parlamentar. 
 
STF (2013 – 712) Parlamentares NÃO têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação 
definitiva. CF veda apenas a sua prisão penal cautelar. 
 
STF (2015 – 787) BNDES é obrigado a fornecer ao TCU documentos sobre financiamentos concedidos 
 
STF (2015 – 801) O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, NÃO fica vinculado às decisões de 
ADI, ADC ou ADPF. Desse modo, o legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar 
a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo 
de reversão jurisprudencial. 
 
STF (2016 – 815) É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias 
sobre os contribuintes sem intervenção do Poder Judiciário. 
 
STF (2015 – 799) As doações eleitorais feitas por pessoas jurídicas são INCONSTITUCIONAIS, tanto para 
campanhas como para partidos. 
 
STF (798 – 2015) O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas 
Inconstitucional", com uma violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. 
 
STF (2015 – 794) O Judiciário pode determinar a realização de obras emergenciais em estabelecimento 
prisional. 
 
 
36 
 
STF (2015 – 789) Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do 
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. 
 
STF (2014 – 752) O Judiciário pode obrigar administração pública a manter estoque mínimo de 
determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar novas 
interrupções no tratamento, não havendo que se falar em violação ao princípio da separação dos 
poderes. 
 
STF (2016 – 851) Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é 
convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser 
conhecida e julgada, desde que o autor peticione informando a situação ao STF e pedindo o 
aditamento da ação. 
 
STF (2014 – 739) O STF NÃO acolhea teoria da abstrativização do controle difuso. Não há que se falar 
em mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88 e, assim, para a maioria dos Ministros, a decisão em 
controle difuso continua produzindo, em regra, efeitos apenas “inter partes” e o papel do Senado é o 
de amplificar essa eficácia, transformando em eficácia erga omnes. 
 
STF (2013 – 726) O Judiciário pode obrigar a administração pública a garantir o direito a acessibilidade 
em prédios públicos. 
 
 
DIREITO CIVIL7 
 
1. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
 
Em provas objetivas para a magistratura estadual, é suficiente o conhecimento dos principais artigos 
da LINDB. No mais, basta dar uma olhadinha em alguns conceitos básicos. Vamos juntos: 
 
CONCEITOS IMPORTANTES DA LINDB 
A revogação é gênero da qual ab-rogação e derrogação são espécies. 
(a) ab-rogação: é a revogação total da lei. 
(b) derrogação: é a revogação parcial da lei. 
Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela revogação da lei 
revogadora. Só é admitida de forma expressa. 
Princípio da Obrigatoriedade Relativa/Mitigada: a presunção de conhecimento da lei não é absoluta, 
uma vez que se existem situações excepcionais expressamente previstas em lei em que se admite a 
alegação de erro de direito. 
Obrigatoriedade “simultânea”: antigamente, a lei se tornava obrigatória por etapas: primeiro na 
capital federal, depois nas zonas litorâneas e depois ia se interiorizando. Agora, ela entra em vigor em 
 
7 Por Luiz Fernando. 
Obs. O material foi produzido com base na FUC, em anotações pessoais, comentários do DIZERODIREITO (sempre 
brilhante!) e, principalmente, a partir dos excelentes livros da coleção do professor Flávio Tartuce, que, por 
honestidade intelectual, pode ser considerado coautor deste material. 
 
37 
 
todos os locais do país ao mesmo tempo. 
Espécies de Lacunas, conforme Maria Helena Diniz: 
(i) Lacuna normativa: ausência total de norma para um caso concreto; 
(ii) Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social; 
(iii) Lacuna axiológica: presença de uma norma para o caso concreto, mas cuja aplicação seja 
insatisfatória ou injusta; 
(iv) Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas válidas, pendente de solução no 
caso concreto. 
Analogia: é primeiro mecanismo de integração. É o preenchimento da lacuna através da comparação. 
Por meio da analogia, compara-se uma determinada hipótese, não prevista em lei, com outra, já 
contemplada em lei. O seu fundamento é a igualdade jurídica. A analogia pode ter duas formas: 
 
(a) analogia legis: se concretiza pela comparação de um caso não previsto com outro já previsto em 
lei. Assim a lacuna será integrada comparando-se uma situação atípica (não tratada na norma) com 
uma outra situação especificadamente prevista em lei (típica). 
 
(b) analogia iuris: o juiz preenche a lacuna com a comparação do caso com o sistema como um todo. 
Dessa forma, compara-se a situação não prevista em lei com os valores do sistema e não com um 
dispositivo legal. 
 
 
#SELIGANADIFERENÇA 
ANALOGIA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA 
Rompe-se com os limites do que está previsto 
na norma (legislação) 
Apenas amplia-se o sentido da norma, 
havendo a subsunção (conhecimento) 
 
Direito adquirido: é aquele que se incorporou ao patrimônio do particular. É uma concepção 
exclusivamente patrimonialista, de modo que não há direito adquirido personalíssimo. Todo direito 
adquirido é patrimonial. A nova lei deverá respeitar o negócio jurídico celebrado sob termo ou 
condição suspensiva. 
Coisa julgada: é a qualidade que reveste os efeitos decorrentes de uma decisão judicial contra a qual 
não cabe mais impugnação dentro dos mesmos autos. 
Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos. O ato jurídico perfeito 
não mais produz efeitos. Ele é a antítese das relações continuativas, pois estas são as que perpassam 
no tempo (iniciam sob a égide de uma lei e continuam após o início de uma nova lei). 
CRITÉRIOS BÁSICOS DE SOLUÇÃO DOS CHOQUES ENTRE NORMAS 
 
 Critério Cronológico: Norma posterior prevalece sobre a anterior. 
 
 Critério da Especialidade: Norma especial prevalece sobre a geral. 
 
 Critério Hierárquico: Norma superior prevalece sobre a inferior 
 
Antinomia de 1º Grau: Conflito entre normas que envolve apenas UM dos critérios acima expostos. 
 
Antinomia de 2º Grau: Choque de normas válidas que envolve DOIS dos critérios analisados, ou, 
 
38 
 
quando não houver a possibilidade de solucionar um conflito pelos critérios acima, haverá uma 
antinomia de 2º grau. 
 
Antinomia Aparente: Aquela que pode ser resolvida pelos critérios da especialidade, hierarquia e 
cronológico. Quando a própria lei tiver critério para a solução do conflito. 
 
Antinomia Real: Não pode ser resolvida pelos critérios acima. Não houver na lei critério para a solução 
do conflito. 
 
ANTINOMIAS DE 2º GRAU: 
 
(a) Norma especial e anterior X norma geral posterior (especialidade x cronológico): Prevalece a 
primeira, em razão da especialidade. 
 
(b) Norma superior anterior X norma inferior posterior (hierárquico x cronológico): Prevalece a 
primeira, pela hierarquia. 
 
(c) Norma geral superior X norma especial inferior (hierárquico x especialidade): Não há uma 
metarregra geral de solução aqui, sendo esta, portanto, uma antinomia real, segundo Maria Helena 
Diniz, podendo-se preferir para a solução do conflito qualquer um dos critérios. Todavia, para Bobbio, 
deve prevalecer a lei superior. 
 
 
2. Capacidade. Direitos da Personalidade. Pessoas naturais. Início da personalidade e 
morte. 
 
No ponto 2, não se esqueça que, agora, SOMENTE O MENOR DE 16 ANOS É ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. 
 
#OLHAOGANCHO 
INCAPACIDADE X IMPEDIMENTO 
� Impedimento é sinônimo de falta de legitimação, sendo episódico e casuístico, pois o sujeito 
é capaz para prática de atos civis, em geral, só sendo impedido de praticar atos expressamente 
previstos pela legislação. Já a incapacidade é genérica para os atos da vida civil. 
� O impedimento resulta da posição especial que determinada pessoa ocupa em relação a 
certos interesses. 
� Ex. art. 497, I, CC. O tutor é capaz, mas não pode comprar bens do tutelado. 
 
Quanto ao início da personalidade, lembre-se das principais correntes sobre o tema: 
(a) Teoria natalista (Cário Mario, Venosa, Tepedino) � a personalidade jurídica se inicia com o nascimento com 
vida (momento da primeira respiração). O nascituro não teria direitos, mas apenas expectativa de direitos. 
(b) Teoria concepcionista � a personalidade jurídica se inicia com a concepção. Logo, o nascituro teria 
personalidade jurídica. (Prevalece entre os doutrinadores contemporâneos) 
 
39 
 
#OLHANOGANCHO.#AJUDAMARCINHO: 
O DPVAT é um seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, ou 
por sua carga, a pessoas, transportadas ou não. Em outras palavras, qualquer pessoa que sofrer danos 
pessoais causados por um veículo automotor, ou por sua carga, em vias terrestres, tem direito a receber a 
indenização do DPVAT. Isso abrange os motoristas, os passageiros, os pedestres ou, em caso de morte, os seus 
respectivos herdeiros. O art. 3º, I, da Lei 6.194/74 afirma que deverá ser paga indenização do DPVAT aos 
herdeiros do falecido no caso de morte no trânsito. O STJ decidiu que, se uma gestante envolve-se em acidente 
de carro e, em virtude disso, sofre um aborto, ela terá direito de receber a indenização por morte do DPVAT, 
nos termos do art. 3º, I, daLei 6.194/74. O Ministro Relator afirmou expressamente que, em sua opinião, “o 
ordenamento jurídico como um todo – e não apenas o código civil de 2002 – alinhou-se mais à teoria 
concepcionista para a construção da situação jurídica do nascituro, conclusão enfaticamente sufragada pela 
majoritária doutrina contemporânea” (INFO 547 DO STJ). 
 
(c) Teoria da personalidade condicionada (Serpa Lopes) � nascituro teria personalidade jurídica sujeita a 
condição suspensiva. É superada porque praticamente se equipara à concepcionista. 
 
(d) Teoria híbrida entre natalista e concepcionista (Rosenvald, Stolze, Carlos Gonçalves e Maria Helena) � 
alguns sustentam que o nascituro tem personalidade jurídica apenas para o exercício dos direitos da 
personalidade (ex. pleitear alimentos, exigir paternidade). Essa é a chamada de personalidade jurídica formal. 
No entanto, não tem personalidade para o exercício dos direitos patrimoniais (personalidade material). Essa 
teoria é mais afinada com a ideia de despatrimonialização, pois divide bem essa distinção entre direitos 
existenciais e patrimoniais. 
 
#FOCANALEGIS #ATENÇÃOÉTUDO 
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, 
nos casos em que a lei autoriza a abertura de SUCESSÃO DEFINITIVA. 
 
Quanto aos direitos da personalidade, compensa passar os olhos (muito rapidamente!!!) pelos principais 
julgados, já que a redação dos artigos está muito batida, ok? 
 
#SELIGANAJURIS 
 STJ (2013): PJ de direito público não pode sofrer dano moral. 
 STF (2015): Biografado não precisa autorizar publicação de sua biografia. 
 STJ (2015): Sujeito abandonado pelo pai em tenra idade tem justa causa para mudar o nome 
 STJ (2013): Mesmo sem finalidade lucrativa, o uso da imagem de artista gera dano moral. 
 
Para finalizarmos, cuidado para NÃO CONFUNDIR: 
 
Art. 12, parágrafo único Art. 20, parágrafo único 
Regra geral. Trata de direito da 
personalidade de modo geral. 
Regra especial, pois só trata de determinados 
direitos da personalidade (imagem e direitos morais 
do autor). 
Legitimados: ascendentes, descendentes, Legitimados: ascendentes, descendentes e cônjuge. 
 
40 
 
cônjuge e colaterais até o quarto grau. 
 
#OLHAOGANCHO 
ENUNCIADO Nº 5 CJF: Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, 
inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade 
para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil 
têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele 
enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a 
tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras 
instituídas no art. 12. 
 
3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicílio. Bens. Bens 
de família. 
 
Devagar e sempre, vamos ao ponto 3. 
 
Na minha dica de direito civil, já te orientei a conferir a nova redação do CC em relação às pessoas jurídicas, 
lembra? Se ainda não fez isso, não perca tempo e faça agora. Se já fez, vamos em frente. 
 
A desconsideração da PJ foi expressamente disciplinada pelo novo CPC (artigos 133 a 137). Para não 
desperdiçar espaço (o nosso edital de civil é gigantesco!!!!), não vou transcrever os artigos aqui. No entanto, 
fica a recomendação para uma leitura atenta desses artigos, certo? 
#RECORDAREDECORAR 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO ORDENAMENTO BRASILEIRO 
 TEORIA 
ADOTADA 
HIPÓTESE DE CABIMENTO 
ART. 50, NCC 
TEORIA 
MAIOR 
-abuso da personalidade. 
ART.28, CAPUT, CDC8 
TEORIA 
MAIOR 
-abuso de direito; 
-excesso de poder; 
-infração da lei; 
-fato ou ato ilícito; 
-violação dos estatutos ou contrato social; 
-falência; 
-estado de insolvência; 
-encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados 
por má administração. 
 
8 Apesar de CDC adotar a teoria maior no “caput” do art. 28, em questões de provas objetivas, se for abordado qual 
teoria adotada no CDC, sugere-se que o candidato assinale como correta a resposta que faça menção à teoria 
menor, salvo se mencionarem ambas as teorias como correta na mesma assertiva. 
 
41 
 
ART.28, § 5º, CDC 
TEORIA 
MENOR 
-sempre que personalidade for, de alguma forma, obstáculo 
ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
ART. 4°, LEI 9.605/98 
(LEI AMBIENTAL) 
TEORIA 
MENOR 
-quando personalidade for obstáculo ao ressarcimento de 
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
ART. 34, LEI 12.529/2011 
(LEI ANTITRUSTE) 
TEORIA 
MAIOR 
-abuso de direito; 
-excesso de poder; 
-infração da lei; 
-fato ou ato ilícito; 
-violação dos estatutos ou contrato social; 
-falência; 
-estado de insolvência; 
-encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados 
por má administração. 
ART. 135, CTN 
TEORIA 
MAIOR 
-excesso de poderes; 
-infração de lei, contrato social ou estatutos. 
 
Quanto aos bens de família, depois de ler, atentamente, a jurisprudência em teses do STJ (não se esqueça que 
o link foi disponibilizado no raio-x do edital), fique atento com os informativos recentes sobre o tema. Vamos a 
eles: 
 
#SELIGANAJURIS 
STJ (549): A desconsideração da PJ não implica, necessariamente, no afastamento da 
proteção conferida aos bens de família. 
STJ (543): É considerado bem de família o imóvel no qual reside o filho do dono. 
STJ (575): Quando a vítima executar o infrator criminal no juízo cível, ela pode penhorar o 
bem de família adquirido com o produto do crime, ainda que tenha ocorrido a extinção da 
punibilidade do autor do crime pelo cumprimento da suspensão condicional do processo. 
 
 
4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e 
encargo. Representação. 
 
No ponto 4, convém esquematizar, na cabeça, a divisão dos fatos jurídicos. 
Atenção para um detalhe: essa classificação não é uniforme em toda a doutrina. Sendo assim, não se 
preocupe se sua classificação não for exatamente igual!! 
 
 
42 
 
 
 
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de 
perigo. 
 
 
Defeitos ou 
vícios do 
negócio 
jurídico 
Vontade 
Erro/ignorância 
(falsa noção ou 
desconhecimento) 
-Coisa ou objeto 
-Pessoas 
-Direito 
Se essencial, gera 
anulabilidade 
Dolo 
(artifício ardiloso) 
Dolus Bonus Não anula 
Dolus malus Anula 
-Positivo (ação) 
-Negativo (omissão) 
Gera anulabilidade se 
essencial 
Coação 
(pressão) 
-Coação física 
(vis absoluta) 
Negócio nulo ou 
inexistente, havendo 
divergência doutrinária 
-Coação moral 
(vis compulsiva) 
Negócio anulável 
Estado de perigo 
Perigo que acomete o 
negociante/pessoa de sua 
família/amigo (conhecido da 
outra parte) 
Negócio anulável 
Lesão subjetiva 
Premente necessidade ou 
inexperiência + 
desproporção (lesão 
objetiva) 
Negócio anulável 
Fato jurídico em sentido 
amplo
Fato jurídico em sentido 
estrito
Ordinário
Extraordinário
Fato humano
Ato ilícito em sentido 
amplo
Ato ilícito em sentido 
estrito
Ato antijurídico
Ato lícito (ato jurídico em 
sentido amplo)
Ato jurídico em sentido 
estrito
Negócio jurídico
Ato-fato jurídico
 
43 
 
Sociais 
Simulação 
Vontade interna x vontade 
manifestada 
Negócio nulo (sempre, 
mesmo a inocente) 
-Absoluta 
-Relativa 
-Subjetiva 
-ObjetivaFraude contra 
credores 
Alienações gratuitas com 
intuito de prejudicar 
credores (não se confunde 
com fraude à execução) 
Anulabilidade por meio 
de ação pauliana 
 
 
#SELIGANADISTINÇÃO #PARECEMASNÃOÉ 
 
LESÃO ESTADO DE PERIGO 
Premente necessidade ou inexperiência 
Perigo que acomete o próprio negociante, pessoa 
de sua família ou amigo íntimo, sendo esse perigo de 
conhecimento do outro negociante; 
Prestação manifestamente 
desproporcional; 
Obrigação excessivamente onerosa; 
Independe do dolo de aproveitamento; Pressupõe o dolo de aproveitamento; 
Aplica-se a revisão negocial (art. 157, § 2º ); 
Há entendimento de aplicação analógica do art. 157, 
§ 2º, visando a conservação negocial. 
Aplica-se exclusivamente aos contratos 
sinalagmáticos. 
Aplica-se aos NJ em geral (também aos unilaterais, 
ex.: promessa de recompensa). 
 
Fraude contra credores Fraude à execução 
Instituto do direito material; Instituto do direito processual; 
O devedor tem várias obrigações assumidas 
perante credores e aliena de forma gratuita 
ou onerosa os seus bens, visando prejudicar 
credores; 
A alienação se dá na pendência da prestação 
jurisdicional, após citação; 
� Há entendimento de que bastaria a propositura 
da ação. 
Atinge os interesses patrimoniais dos 
credores quirografários; 
Afeta prestação jurisdicional, portanto, matéria de 
ordem pública; 
Pressupõe o manejo de ação 
pauliana/revocatória; 
Pode ser suscitada por simples petição; 
A sentença da ação anulatória tem natureza 
constitutiva negativa, gerando a anulabilidade 
do NJ celebrado. 
O reconhecimento da fraude tem natureza 
declaratória, gerando a ineficácia relativa do ato 
celebrado. 
 
6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da 
anulabilidade. 
 
 
44 
 
Para o ponto 6, basta lembrar as diferenças básicas entre nulidade e anulabilidade: 
 
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE) 
Atinge interesse público Atinge interesse particular 
Pode ser suscitada por qualquer interessado, 
pelo MP e deve ser reconhecia de ofício pelo juiz 
(art. 168)9.10 
Só pode ser suscitada pelos interessados (art. 
177). 
 
É irratificável (art. 169, 1ª parte)11, ou seja, é 
insuscetível de confirmação. 
É ratificável (art. 172). Pode ser suprida, sanada, 
inclusive pelas partes. 
Sentença produz efeitos EX TUNC, pois, regra 
geral, o ato nulo não produz efeitos. 
O tema se tornou controvertido. 
Não convalesce pelo decurso do tempo (art. 169, 
parte final). Isso significa que a nulidade é 
imprescritível12. 
Ação anulatória possui prazos decadenciais (4 
ou 2 anos); 
HIPÓTESES: 
 
Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu 
objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as 
partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei 
considere essencial para a sua validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou 
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
HIPÓTESES: 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente 
declarados na lei, é ANULÁVEL o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, 
estado de perigo, lesão ou fraude contra 
credores. 
 
 
#OLHAOGANHONADOUTRINA 
 
ENUNCIADO 536 DO CJF: Resultando do negócio jurídico nulo consequências patrimoniais capazes de 
ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da prescrição. 
ENUNCIADO 537 DO CJF: A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente, negócios 
jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses merecedores de 
tutela. 
 
9 Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir. 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos 
e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
 
10 381/STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.” Referida 
súmula é criticada, pois nulidade é matéria de ordem pública. 
 
11 Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. 
 
 
45 
 
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência. 
Da prova. 
 
Muita calma no ponto 7. O ato lícito, ilícito e o abuso de direito devem ser analisados em conjunto com a 
responsabilidade civil. Portanto, daqui a pouco trato disso. A teoria da aparência é tema mais doutrinário, 
logo, de baixíssima incidência em provas objetivas. No raio-x do edital, te indiquei em qual ponto da FUC você 
pode estudar um pouco mais sobre o assunto. 
 
Já a prescrição e decadência merecem um estudo cuidadoso nessa revisão de última hora. Vamos juntos!!!!!! 
 
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA 
Extingue a pretensão Extingue o direito 
Está ligada a direitos subjetivos, atingindo ações 
condenatórias 
Ligada a direitos potestativos, atingindo as ações 
constitutivas (positivas e negativas) 
Os prazos são estabelecidos apenas pela lei 
Prazos podem ser estabelecidos por lei (decadência 
legal) ou por convenção das partes (decadência 
convencional) 
Deve ser reconhecida de ofício pelo juiz 
 
A parte pode não alegar a prescrição; pode ser 
renunciada pelo devedor após a consumação. 
Decadência legal: i) deve ser reconhecida de ofício 
pelo juiz; ii) não pode ser renunciada pela parte 
 
Decadência convencional: i) não pode ser 
reconhecida pelo juiz; ii) pode ser renunciada após 
a consumação 
Não corre contra determinadas pessoas 
A decadência se opera contra todos, exceto em 
relação aos absolutamente incapazes 
Há casos de impedimento, suspensão ou 
interrupção da prescrição 
Em regra, não é impedida, suspensa ou 
interrompida (salvo regras específicas) 
Prazo geral: 10 anos 
Majoritariamente entende-se que não há um prazo 
geral de decadência, mas sim um prazo geral para 
anulação do negócio jurídico (2 anos, a contar da 
celebração) 
Prazos especiais (Art. 206, CC): 1, 2, 3, 4 e 5 anos. 
Prazo de decadência formulado em dias, meses, 
ano e dia e anos, previsto em dispositivos diversos 
do Código Civil. 
 
 
 
RESUME AÊ, COACH!!! 
 
OK!!! Ler os artigos tratando dos principais prazos prescricionais é, de fato, uma tarefa enfadonha. Para te 
ajudar, vou fazer uma breve seleção dos principais artigos e prazos que você deve saber, certo? 
 
 
 
46 
 
PRAZO HIPÓTESES 
01 ANO 
(i) Segurado contra o segurador, ou deste contra 
aquele. 
02 ANOS (i) Prestações alimentares 
03 ANOS 
(i) Alugueis de prédios; (ii) enriquecimento sem 
causa; (iii) reparação civil. 
04 ANOS (i) Pretensão relativa à tutela. 
05 ANOS 
(i) Cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular; (ii) pretensão de 
profissionais liberais. 
 
 
#VAMOSDEJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (574): Pequeno mecânico de bairro não tem qualificação profissional suficiente para ser enquadrado 
como profissional liberal (prescrição em 05 anos). Sendo assim, ele pode cobrar pelos seus serviços no 
prazo geral de 10 anos. 
 
STJ (588): É de 03 anoso prazo da ação da entidade de previdência privada contra terceiro que se 
apropriou indevidamente dos valores do benefício. 
 
STJ (557): É de 10 anos o prazo de prescrição de ação de um advogado contra o outro, buscando divisão 
de honorários. 
 
STJ (593): É de 03 anos o prazo prescricional para que o evicto (quem perdeu o bem) proponha a ação 
de indenização contra o alienante. 
 
8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações 
divisíveis e indivisíveis. Obrigações Solidárias. 
 
Nos pontos 8, vamos, finalmente, inaugurar a ala #MEUSQUADRINHOS,MINHAVIDA !!! Os quadros sinópticos 
são extremamente importantes para a revisão de última hora, especialmente em alguns pontos do direito civil 
(ex. obrigações e sucessões). Vamos resumir, agora, as PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES: 
 
1º Quanto ao 
conteúdo 
obrigacional 
Positivas Obrigação de DAR 
Dar coisa certa: É 
aquela que tem por 
objeto algo certo e 
individualizado, e que 
obrigará o devedor a 
entrega da mesma. 
RESTITUIR: Devolução 
da coisa certa ao seu 
dono. 
 
Dar coisa incerta: O objeto é determinado de 
maneira genérica (gênero e quantidade) e será 
determinado quando do adimplemento da 
obrigação 
 
47 
 
Obrigação de FAZER: 
É a que vincula o 
devedor à prestação 
de um serviço ou ato, 
seu ou de terceiros, 
em benefício do 
credor ou de terceira 
pessoa. 
Fungível: A prestação pode ser realizada pelo 
devedor ou por terceiro, pois não requer para 
sua execução aptidões pessoais 
Infungível: Ocorre quando a prestação só pode 
ser executada pelo próprio devedor, uma vez 
que se levam em conta suas qualidades 
pessoais. 
Negativas 
Obrigação de NÃO FAZER: Ocorre quando o devedor se compromete a 
abster-se de algum ato, que poderia praticar se não houvesse se 
comprometido pelo interesse do credor ou de terceiros. 
 
 
2º Quanto à 
presença de 
elementos 
obrigacionais 
Obrigação SIMPLES: 1 Credor, 1 Devedor e 1 Prestação. 
Obrigação 
COMPOSTA: 
Ocorre quando 
temos 
multiplicidade de 
sujeitos e/ou 
objetos 
OBJETIVA: 
Multiplicidade de 
objetos 
(prestação) 
CUMULATIVA (CONJUNTIVA): 
Todos os objetos (prestações) devem ser 
prestados. Tem-se o conectivo “e”. 
Ex.: Entregar-lhe-ei uma saca de trigo “e” 
uma de café 
ALTERNATIVA (DISJUNTIVA): 
Arts. 252-256 Um ou outro objeto deve ser 
prestado. 
SUBJETIVA: 
Multiplicidade de 
sujeitos 
Solidária 
264/266 
SOLIDÁRIA ATIVA: 
Vários credores – arts. 
267/274 
SOLIDÁRIA PASSIVA: 
Vários devedores – arts 
275/285 
SOLIDÁRIA 
MISTA/RECÍPROCA: 
Vários credores e vários 
devedores 
Não solidária: pluralidade simples de 
sujeitos, que sofrerá influência das regras de 
divisibilidade e indivisibilidade da prestação 
 
Et.: Obrigação Facultativa: “para bem se entender a diferença entre a obrigação alternativa e a 
facultativa deve-se notar que, na alternativa, são devidas duas coisas alternativamente; na 
facultativa, apenas uma ciosa é devida, mas o devedor pode preferir pagar com outra. Por 
consequência, na obrigação facultativa, perecendo a coisa, o liame obrigacional se desata, desde 
que não houve no perecimento culpa do devedor” Gaetano Sciascia 
A obrigação facultativa não está expressa no nosso Código Civil. Portanto ela é aquela que tem 
por objeto uma só prestação, mas a lei ou o contrato permite que o devedor substitua essa 
 
48 
 
prestação por outra predeterminada, para facilitar-lhe o pagamento. 
Para obrigação FACULTATIVA se a prestação estiver eivada de qualquer vício, inválida restará toda 
a obrigação; o que não acontecerá com as obrigações ALTERNATIVAS, porque, embora defeituosa 
uma de suas opções, a outra, ou outras, permanece eficaz para ser prestada 
 
 
3ª Quanto à 
divisibilidade ou 
indivisibilidade do 
objeto obrigacional 
 
Obrigação DIVISÍVEL: Ocorre quando é possível o cumprimento parcial da 
prestação, sem prejuízo de sua substância e de seu valor, de modo que, 
havendo pluralidade subjetiva, tal obrigação se presumirá dividida em 
tantas obrigações iguais e distintas, quantos forem os credores ou 
devedores. Art. 257, CC. 
Obrigação INDIVISÍVEL: É aquela cuja prestação só pode ser cumprida por 
inteiro, não comportando sua cisão em várias obrigações parceladas 
distintas, pois, uma vez cumprida parcialmente a prestação, o credor não 
obtém nenhuma utilidade ou obtém a que não representa a parte exata 
de que resultaria do adimplemento integral; logo, havendo pluralidade de 
devores, cada um será obrigado pela dívida toda. Art. 258, CC 
 
Algumas diferenças entre 
SOLIDARIEDADE e INDIVISIBILIDADE 
Solidariedade Indivisibilidade 
Resulta tecnicamente da lei da vontade ou das 
partes, trazendo maior garantia ao credor, que 
tem mais facilidade para cobrar seu crédito; 
Relaciona-se com a unidade do objeto, que 
integra a prestação, objeto esse que, regra geral, 
não pode fracionar-se, seja por sua própria 
natureza, seja por perda do seu valor. 
Mesmo que a obrigação se converta e perdas e 
danos, subsiste a solidariedade, continuando 
indivisível o objeto (art. 271 e 279, CC) 
Se o bem que era indivisível foi convertido em 
DINHEIRO, além das perdas e danos, a 
obrigação, nesse momento, perderá sua 
qualidade de indivisível. Desta forma, far-se-á 
rateio entre as partes, vide art. 263, CC 
O devedor deve pagar por inteiro porque deve o 
TODO 
Embora o devedor seja obrigado ao TODO, ele 
somente deve a sua parte. O pagamento da 
totalidade do objeto devido só se verifica ante a 
impossibilidade do fracionamento desse mesmo 
objeto. 
Extingue-se com a morte do credor, ou seja, o 
crédito reparte-se entre os herdeiros 
Não se extingue com a morte, pois o objeto não 
poderá ser repartido já que ele é indivisível. Art. 
270, CC 
 
Prosseguindo com o estudo do direito das obrigações, vamos condensar o que há de mais relevante: 
 
Sub-rogação 
Dação em 
pagamento 
Novação Cessão de crédito Assunção de dívida 
Regra especial de 
pagamento ou 
forma de 
Forma de 
pagamento 
indireto 
Forma de 
pagamento 
indireto 
Forma de transmissão 
das obrigações 
Forma de transmissão 
das obrigações 
 
49 
 
pagamento 
indireto 
Mera substituição 
do credor por um 
terceiro que paga 
a dívida. Não cria 
nova obrigação 
Entrega de uma 
coisa móvel ou 
imóvel como 
pagamento. Não 
cria nova 
obrigação. 
Cria nova 
obrigação pela 
substituição do 
objeto (novação 
objetiva), do 
credor (novação 
subjetiva ativa) ou 
do devedor 
(novação 
subjetiva passiva, 
por delegação ou 
expromissão) 
Transmissão da 
condição de credor, do 
sujeito ativo 
obrigacional, de forma 
gratuita ou onerosa. O 
devedor não precisa 
concordar, mas deve ser 
notificado. 
Transmissão da condição 
de devedor (cessão de 
débito), com a qual deve 
concordar o credor. 
 
Forma gratuita ou 
onerosa. 
 
 
 
 
FIQUE DE OLHO!!!! 
 
Veja o que diz o artigo 296 do CC: 
 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. 
Pela redação do artigo, percebe-se que, na cessão de crédito, a responsabilidade é PRO SOLUTO, e não 
PRO SOLVENDO. Ou seja, o cedente não responde pela solvência, mas apenas pela existência do 
crédito. 
 
#OLHAOGANCHO 
No endosso, ocorre justamente o oposto, ou seja, a responsabilidade do endossante é PRO SOLVENDO. 
 
 
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penalVamos, agora, sintetizar tudo o que você precisa saber sobre o ponto 12: 
 
#NÃOCONFUNDA 
 
(1) MORA EX RE x MORA EX PERSONA 
 
 
Mora ex re (mora automática) Mora ex persona (mora pendente) 
 
50 
 
Determinadas obrigações possuem mora ex re, ou 
seja, se o devedor não cumprir a obrigação no dia 
certo do vencimento, considera-se que ele está, 
automaticamente, em mora. 
O credor pode ingressar com ação contra o devedor 
mesmo sem notificação. 
A mora ocorre de pleno direito, independentemente 
de notificação. 
Aplica-se a máxima dies interpellat pro homine: o dia 
interpela o homem (o termo interpela no lugar do 
credor) 
Outras obrigações possuem mora ex persona, ou 
seja, exigem a interpelação judicial ou extrajudicial 
do devedor para que este possa ser considerado em 
mora. 
Apenas depois desta notificação, o credor estará 
autorizado a mover ação judicial de cobrança do 
débito. 
Em regra, a mora será ex re se a obrigação a ser 
cumprida pelo devedor for: 
• Positiva (de dar ou fazer) 
• Líquida e 
• Com dia certo de vencimento. 
Ora, se o devedor acertou um prazo certo para 
cumprir a prestação e se não há dúvida quanto ao 
valor dessa prestação, não há motivo para se exigir 
que o credor o relembre sobre sua obrigação. 
Exceção: em alguns casos, a própria lei, por cautela, 
exige expressamente a notificação prévia e afasta a 
constituição automática da mora, mesmo tendo sido 
cumpridos os requisitos acima. 
Obs: não obrigações de não fazer e nas decorrentes 
de ato ilícito, a mora também é ex re. 
A mora será ex persona em duas situações: 
Quando, no contrato, não tiver sido estipulado um 
prazo certo de vencimento. 
Quando, mesmo havendo prazo certo, a lei exigir a 
interpelação (ex: leasing). 
 
Súmula 369-STJ: No contrato de arrendamento 
mercantil (leasing), ainda que haja cláusula 
resolutiva expressa, é necessária a notificação 
prévia do arrendatário para constituí-lo em mora. 
 
A interpelação, quando necessária, pode ser: 
• Judicial, feita, via de regra, pela citação (art. 240 
do CPC). 
• Extrajudicial: realizada sem forma solene, ou seja, 
por meio de qualquer ato que torne certa a 
exigência do pagamento, como. Por exemplo, a 
notificação ou o protesto. 
 
(2) ARRAS CONFIRMATÓRIAS x ARRAS PENITENCIAIS 
 
Confirmatórias (art. 418 e 419) Penitenciais (art. 420) 
São previstas no contrato com o objetivo de 
reforçar, incentivar que as partes cumpram a 
obrigação combinada. 
São previstas no contrato com objetivo de permitir 
que as partes possam desistir da obrigação 
combinada caso queiram e, se isso ocorrer, o valor 
das arras penitenciais já funcionará como sendo as 
pardas e danos. 
A regra são as arras confirmatórias. Assim no 
silêncio do contrato, as arras são confirmatórias. 
Ocorre quando o contrato estipula arras, mas 
também prevê o direito de arrependimento. 
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, 
as arras serão devolvidas para a parte que as havia 
dado. Poderá também ser utilizadas como parte do 
pagamento. 
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, as 
arras serão devolvidas para a parte que as havia 
dado. Poderá também ser utilizadas como parte do 
pagamento. 
• Se a parte que deu as arras não executar (cumprir) • Se a parte que deu as arras decidir não cumprir o 
 
51 
 
o contrato: a outra parte (inocente) poderá reter as 
arras, ou seja, ficar com elas para si. 
• Se a parte que recebeu as arras não executar o 
contrato: a outra parte (inocente) poderá exigir a 
devolução das arras mais o equivalente 
contrato (exercer seu direito de arrependimento): 
ela perderá as arras dadas. 
• Se a parte que recebeu as arras decidir não 
cumprir o contrato (exercer seu direito de 
arrependimento): deverá devolver as arras mais o 
equivalente. 
• Além das arras, a parte inocente poderá pedir: 
• Indenização suplementar, se provar maior 
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima; 
• A execução do contrato, com as perdas e danos, 
valendo as arras como o mínimo da indenização 
A arras penitenciais têm função unicamente 
indenizatória. Isso significa que a parte inocente 
ficará apenas como valor e NÃO terá direito a 
indenização suplementar. Nesse sentido: 
Súmula 412-STF: No compromisso de compra e venda 
com cláusula de arrependimento, a devolução do 
sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, 
por quem o recebeu, exclui indenização maior, a 
título de perdas e danos, salvo os juros moratório e 
os encargos do processo. 
 
 
#OLHAOGANHO 
 
No informativo nº 577, o STJ decidiu que se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço 
total ajustado evidenciar que o pagamento inicial englobava mais do que o sinal, não se pode 
declarar a perda integral daquela quantia inicial como se fosse arras confirmatórias, sendo legítima 
a redução equitativa do valor a ser retido, sob pena de enriquecimento sem causa. Em regra, o STJ 
admite que o valor das arras confirmatórias fique entre 10 a 20% do valor total do negócio. 
 
 
(3) JUROS MORATÓRIOS x CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
DANOS MATERIAIS 
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA 
1. Responsabilidade extracontratual: os juros 
fluem a partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do 
CC e Súmula 54 do STJ). 
2. Responsabilidade contratual 
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a 
partir do VENCIMENTO 
• Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados 
a partir da CITAÇÃO 
Incide correção monetária a partir da data do 
efetivo PREJUÍZO (súmula 43 do STJ) 
 
DANOS MORAIS 
JUROS MORATÓRIOS CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
52 
 
1. Responsabilidade extracontratual: os juros 
fluem a partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC 
e Súmula 54 do STJ). 
2. Responsabilidade contratual 
• Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir 
do VENCIMENTO 
• Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados 
a partir da CITAÇÃO 
A correção monetária do valor da indenização 
do dano moral incide desde a data do 
ARBITRAMENTO (Súmula 362 do STJ). 
 
 
(4) CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA x COMPENSATÓRIA 
 
 
ATENÇÃO: se as partes estipularem cláusula penal em determinado contrato, é possível indenização 
suplementar na hipótese de inadimplemento? De acordo com o STJ (info. 540/2014): 
(i) Cláusula penal moratória = SIM. 
(ii) Cláusula penal compensatória = NÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cláusula 
penais ou 
multa
Moratória Mora Limite
10 % (Lei de Usura)
2% (CDC)
2% (condomínio)
Compensatória Inadimplemento 
absoluto
Limite
Valor da 
obrigação 
principal 
(art. 412, CC)
Art. 413, CC
Redução proporcional tanto para a 
multa compensatória quando para a 
compensatória (princípio da função 
social dos contratos)
 
53 
 
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório. 
Contrato com pessoa a declarar. Contrato preliminar. 
 
15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e indeterminado. 
Efeitos dos contratos. Estipulação em favor de terceiros. 
 
16. Cláusulas gerais. Conceitos legais indeterminados. Conceitos determinados pela 
função13. Interpretação dos contratos. 
 
17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos. 
 
Plano da existência 
• Partes 
• Vontade 
• Objeto 
• Forma 
Plano da validade 
• Partes capazes 
• Vontade livre 
• Objeto lícito, possível, determinável ou determinado 
• Forma prescrita ou não defesa em lei 
Plano da eficácia 
• Condição 
• Termo 
• Juros 
• Multa 
• Perdas e danos 
• Inadimplemento 
• Resolução• Resilição 
• Registro imobiliário 
• Tradição (em regra) 
 
 
Anote aí alguns conceitos básicos: 
(i) Evicção: é a perda do bem ou a privação de alguma utilidade em virtude de circunstância anterior à aquisição 
do domínio 
 
#OLHAAPEDAGINHA 
 
É possível excluir a responsabilidade pela evicção???? 
SIM!! Acompanhe a redação do art. 448: 
 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir OU EXCLUIR a responsabilidade 
 
13 Para breve explicação, confira o link: https://jus.com.br/artigos/19511/lacunas-meios-de-integracao-e-antinomias 
 
54 
 
pela evicção. 
 
(ii) Vícios rebiditórios: o melhor conceito está no próprio código civil. 
 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos 
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. 
 
#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO 
 
No informativo nº 554 (2015), o STJ decidiu que O prazo decadencial para o exercício da 
pretensão redibitória ou de abatimento do preço de bem móvel é de 30 dias (art. 445 do CC). No 
caso de vício oculto em coisa móvel, o adquirente tem o prazo máximo de 180 dias para perceber 
o vício (§ 1º do art. 445) e, se o notar neste período, tem o prazo de decadência de 30 dias (a 
partir da verificação do vício) para ajuizar a ação redibitória. 
 
 
18. Compra e venda. Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou 
permuta. Contrato estimatório. Doação. 
19. Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de 
serviço. Empreitada. Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança. 
20. Seguro. Disposições gerais. Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos 
referentes a planos e seguros privados de assistência à saúde. 
21. Transação. Atos unilaterais14. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa. 
 
 
#TUDOJUNTOEMISTURADO 
 
 
 
Meus colegas, futuros juízes de São Paulo, são muitos os contratos em espécie disciplinados pelo nosso 
Código Civil. Agora, faltando tão pouco para a nossa sonhada prova (e APROVAÇÃO!!!), temos que fazer 
algumas apostas, traçar diferenças importantes entre as espécies nominadas e, também, decorar alguns 
conceitos de predileção da banca examinadora. A seguir, apresentarei um resumão das principais 
características dos contratos em espécie mais relevantes para concursos públicos. 
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
(a) Elementos essenciais do contrato de compra e venda: 
(i) Coisa 
 
 
14 Único tema que não foi objeto de NENHUMA questão nas últimas provas VUNESP. Portanto, basta ler o CC. 
 
55 
 
#SELIGANOGANHO 
A coisa pode ser futura (contrato aleatório). Nesse caso, NÃO CONFUNDA: 
(i) EMPTIO SPEI/venda de esperança (art. 458) � o comprador assume o risco pela inexistência. 
(ii) EMPTIO REI SPARATAE/venda de coisa esperada (art. 459) � o comprador não assume o risco pela 
inexistência da coisa, mas apenas pela quantidade. 
 
#DEOLHONALEGIS 
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a 
respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador 
terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do 
contrato ou abatimento proporcional ao preço. 
§ 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença 
encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de 
provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio. 
§ 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida 
exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço 
ou devolver o excesso. 
§ 3º Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa 
certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não 
conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus. 
 
(ii) Preço 
 
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes 
a fixação do preço. 
 
(iii) Consenso 
 
#DECORE #VAICAIR 
 
Art. 496. É ANULÁVEL a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o 
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o 
da separação obrigatória. 
 
#DOUTRINARECENTE 
ENUNCIADO 545 do CJF – O prazo para pleitear a anulação de venda de ascendente a descendente sem 
anuência dos demais descendentes e/ou do cônjuge do alienante é de 2 (dois) anos, contados da 
ciência do ato, que se presume absolutamente, em se tratando de transferência imobiliária, a partir da 
data do registro de imóveis. 
 
#DESPENCAEMPROVA 
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte 
a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, 
depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e 
oitenta dias, sob pena de decadência. 
 
56 
 
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na 
falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os 
comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço. 
 
No informativo 564, de 2015, o STJ decidiu que o condômino que desejar alienar a fração ideal de bem 
imóvel divisível, mas em ESTADO DE INDIVISÃO, deverá dar preferência na aquisição ao comunheiro 
 
 
(b) Pactos adjetos ao contrato de compra e venda: 
 
 
Ainda sobre a venda com reserva de domínio, NÃO CONFUNDIR: 
RESERVA DE DOMÍNIO ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 
Cláusula no contrato de compra e venda a prazo Garantia real do contrato de mútuo 
Contrato de compra e venda a prazo 
Contrato de compra e venda à vista 
Contrato de mútuo com garantia real 
 (art. 1361 a 1368, do CC) 
Propriedade resolúvel em favor do vendedor Propriedade resolúvel em favor do banco 
Relação bilateral: comprador e vendedor. 
Relação trilateral: comprador, vendedor e instituição 
financeira 
Ação de busca e apreensão 
(art. 1.071 e seguintes, do CC) 
Ação de busca e apreensão 
(Decreto-lei 911/69) 
 
2. CONTRATO DE DOAÇÃO 
(a) Conceito = acompanhe a redação do artigo: 
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio 
bens ou vantagens para o de outra. 
 
(b) Espécies de doação: 
 
(i) Doação remuneratória: 
 
Pactos adjetos ao 
contrato de compra e 
venda
Retrovenda (art. 505)
Venda a contento e venda sujeita à prova (art. 509)
Preempção ou preferência (art. 513)
Reserva de domínio (art. 521)
 
57 
 
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou 
do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará 
sujeito à evicção, salvo convenção em contrário. 
 
(ii) Doação como adiantamento de legítima: 
 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do 
que lhes cabe por herança. 
 
(iii) Doação com cláusula de reversão: 
Art. 547. O doador pode estipular que osbens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao 
donatário. 
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. 
 
(iv) Doação universal: 
 
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência 
do doador. 
 
(v) Doação inoficiosa: 
 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da 
liberalidade, poderia dispor em testamento. 
 
(vi) Doação do cônjuge adúltero: 
 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus 
herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. 
 
(vii) Doação conjuntiva: 
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se 
distribuída entre elas por igual. 
 
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação 
para o cônjuge sobrevivo. 
 
(viii) Doação onerosa (modal): 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde 
que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a 
doação não for sujeita a encargo. 
 
(c) Revogação da doação: 
 
#DESPENCAEMPROVA #NÃOSEENGANEVAICAIR #LEGISPURA 
 
 
58 
 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. 
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do 
donatário. 
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: 
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; 
II - se cometeu contra ele ofensa física; 
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. 
 
3. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (COMODATO E MÚTUO) 
 
COMODATO MÚTUO 
É empréstimo de uso. É empréstimo de consumo. 
Por ser empréstimo de uso, o comodatário se 
compromete a restituir o mesmo bem. 
O mutuário vai consumir a coisa, se obrigando a 
restituir outro bem, da mesma qualidade, 
quantidade e espécie. 
Comodato recai sobre bens infungíveis e 
inconsumíveis. Lembrando que nada impede a 
chamada infungibilidade convencional (gera o 
chamado comodato AD POMPAM). 
É de sua essência que recai sobre bem fungível e 
consumível. 
Não transfere a propriedade. O que ocorre no 
comodato é apenas desmembramento 
possessório. Comodante com a posse indireta e o 
comodatário com a posse direta. Os riscos correm 
pelo comodatário, jamais podendo recobrar do 
comodante as despesas com o uso e gozo da coisa 
empresta (art. 584, CC). O comodante dispõe de 
ação possessória. 
O mutuário vai consumir a coisa. Ele não vai 
restituir a própria coisa, mas sim outra similar. 
Logo, em relação àquele exato bem entregue ao 
mutuário, ocorre a transferência da propriedade. 
Como consequência, pela lógica RES PERIT 
DOMINO, os riscos correm pro mutuário. No 
mútuo, portanto, não há desmembramento 
possessório. Por isso o mutuante não dispõe de 
ação possessória (art. 58715). 
É gratuito (art. 579). É sua causa, sua essência. Se 
for prevista remuneração, o contrato deixa de ser 
considerado comodato. 
O contrato é bifronte. Ou seja, pode ser gratuito 
ou oneroso (feneratício). Admite as duas 
modalidades. Mútuo, mandato e depósito são 
exemplos de contratos bifrontes. 
É contrato real. Art. 579, parte final. Só se constitui 
a partir da entrega da coisa. 
A maioria da doutrina diz que o mútuo também é 
contrato real, mas o tema se tornou 
controvertido. 
 
4. DEMAIS ESPÉCIES CONTRATUAIS 
CONTRATO RESUMO GERAL 
LOCAÇÃO DE COISAS 
Locação de Coisas. Conceito: Contrato pelo qual o locador se obriga a 
ceder ao locatário, por tempo determinado ou não, o uso e o gozo de 
coisa não fungível, mediante certa remuneração (aluguel). 
 
15 Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos 
dela desde a tradição. 
 
59 
 
Natureza Jurídica: O contrato é bilateral, oneroso, consensual, 
comutativo e informal (em regra). 
FIANÇA 
Conceito: A fiança, também denominada caução fidejussória, é o 
contrato pelo qual alguém, o fiador, garante satisfazer ao credor uma 
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra (arts. 818 a 
838 do CC). O fiador assume pessoalmente uma dívida de terceiro 
frente ao credor. 
 
Natureza Jurídica: Contrato unilateral, gratuito, consensual, 
comutativo, exigindo forma escrita. Trata-se de um contrato acessório 
“sui generis”. 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
Conceito: O contrato de prestação de serviços (locatio operarum) 
pode ser conceituado como sendo o negócio jurídico pelo qual 
alguém (o prestador) compromete-se a realizar uma determinada 
atividade com conteúdo lícito, no interesse de outrem (o tomador), 
mediante certa e determinada remuneração. 
 
Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo 
e informal. 
EMPREITADA 
Conceito: O contrato de empreitada (locatio operis) é aquele pelo qual 
uma das partes (empreiteiro ou prestador) obriga-se a fazer ou a 
mandar fazer determinada obra, mediante uma determinada 
remuneração, a favor de outrem (dono de obra ou tomador). Mesmo 
sendo espécie de prestação de serviço, com este contrato a 
empreitada não se confunde, principalmente quanto aos efeitos. 
 
 Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, comutativo, 
consensual e informal. 
MANDATO 
Conceito: É o contrato pelo qual alguém (o mandante) transfere 
poderes a outrem (o mandatário) para que este, em seu nome, 
pratique atos ou administre interesses. Como se vê, o mandatário age 
sempre em nome do mandante, havendo um negócio jurídico de 
representação. 
 
Natureza jurídica. O contrato é, em regra, unilateral, podendo assumir 
também a forma bilateral (por isso é conceituado como sendo um 
contrato bilateral imperfeito). Assim sendo, o contrato pode ser 
gratuito ou oneroso. É também contrato consensual, comutativo e 
informal. 
TRANSPORTE 
Conceito: Trata-se do contrato pelo qual alguém se obriga, mediante 
uma determinada remuneração, a transportar de um local para outro, 
pessoas ou coisas, por meio terrestre (rodoviário e ferroviário), 
aquático (marítimo, fluvial e lacustre) ou aéreo. 
 
Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual, comutativo 
e informal. Na grande maioria das vezes, o transporte assume a forma 
 
60 
 
de contrato de consumo (Lei 8.078/1990) ou de adesão. Assim, é 
possível buscar diálogos entre o CC e o CDC no que se refere ao 
contrato em questão, aplicando-se os princípios sociais contratuais. 
SEGURO 
Conceito: Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o 
pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, 
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados. Trata-se 
de um dos contratos mais complexos do Direito Brasileiro. 
 
Natureza jurídica: Contrato bilateral, oneroso, consensual e aleatório, 
dependendo do fator risco. Na maioria das vezes, constitui contrato 
de adesão, pois o seu conteúdo é imposto por uma das partes, 
geralmente a seguradora. Também, muitas vezes, o contrato é de 
consumo, o que justifica a busca de diálogos de complementaridade 
entre o CC e o CDC (diálogo das fontes). 
 
COMISSÃO 
(arts. 693 a 709 do CC) 
AGÊNCIA e DISTRIBUIÇÃO 
(arts. 710 a 721 do CC) 
CORRETAGEM(arts. 772 a 728 do CC) 
O contrato tem por objeto a 
aquisição ou a venda de bens pelo 
comissário em um território 
determinado, em seu próprio 
nome, mas à conta do comitente. 
O contrato é bilateral, oneroso, 
consensual, comutativo e informal. 
Constitui também contrato 
personalíssimo. 
O comissário fica pessoalmente 
obrigado com as pessoas com 
quem contratar. No Código Civil, no 
que se refere a comissão del 
credere, o comissário passa a 
responder solidariamente com as 
pessoas com que houver tratado 
perante o comitente. Em casos tais, 
o comissário tem direito a uma 
remuneração mais elevada. 
#FICADICA. NÃO CONFUNDIR: A 
comissão del credere é vedada nos 
contratos de representação 
comercial, nos termos do art. 43 da 
lei 4.886/65. 
Pelo contrato de agência uma 
pessoa assume, em caráter não 
eventual e sem vínculos de 
dependência, a obrigação de 
promover, à conta de outrem, 
mediante retribuição, a realização 
de certos negócios em zona 
determinada. Há uma atuação livre 
do agente. 
Nos termos do CC em vigor, a 
distribuição ocorre da mesma 
forma, tendo o agente à sua 
disposição a coisa a ser negociada. 
O distribuidor também age em 
conta própria. 
Ambos os contratos são bilaterais, 
onerosos, comutativos e informais. 
Ambos os contratos também são de 
trato sucessivo. 
Pelo contrato de corretagem, uma 
pessoa, não ligada a outra em virtude 
de mandato, de prestação de 
serviços, ou por qualquer relação de 
dependência, obriga-se a obter para a 
segunda um ou mais negócios, 
conforma as instruções recebidas. 
Quanto à sua natureza jurídica, o 
contrato de comissão é bilateral, 
oneroso e consensual. O contrato 
também é acessório, pois depende 
de um outro negócio para existir, 
qual seja, um contrato principal 
celebrado no interesse do comitente. 
O contrato é aleatório pois envolve 
riscos, particularmente à celebração 
desse negócio principal. 
O contrato é informal. 
Obtido o resultado previsto no 
contrato, o corretor tem direito à 
remuneração, denominada comissão. 
 
 
 
 
 
 
61 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (590): o segurado que, devido às ameaças de morte feitas pelo criminoso a ele e à sua família, 
deixou de comunicar prontamente o roubo do seu veículo à seguradora não perde o direito à 
indenização securitária (art. 771 do CC). 
 
STJ (591): Em regra, mesmo que o proprietário do veículo segurado tenha dado termo de quitação ou 
renúncia ao causador do sinistro, a seguradora continuará tendo direito de ajuizar ação regressiva 
contra o autor do dano e de ser ressarcida pelas despesas que efetuou com o reparo ou substituição do 
bem sinistrado. 
 
STJ (593): Não é possível a estipulação de multa no contrato de honorários para as hipóteses de 
renúncia ou revogação unilateral do mandato do advogado, independentemente de motivação, 
respeitado o direito de recebimento dos honorários proporcionais ao serviço prestado. É direito do 
advogado renunciar ou da parte revogar o mandato a qualquer momento. 
 
STJ (594): No seguro de automóvel celebrado por uma empresa com a seguradora, é devida a 
indenização securitária se o condutor do veículo (funcionário da empresa segurada) estava embriagado? 
(i) Em regra: NÃO. 
(ii) Exceção: será devido o pagamento da indenização se a empresa segurada conseguir provar que o 
acidente ocorreria mesmo que o condutor não estivesse embriagado. 
 
STJ (598): O seguro de RC D&O (Directors and Officers Insurance) não abrange operações de diretores, 
administradores ou conselheiros qualificadas como insider trading. 
 
STJ (599): A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver 
expressa pactuação. Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual, 
semestral, mensal), somente será considerada válida se estiver expressamente pactuada no contrato. 
 
22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade 
sem culpa. 
 
23.Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do 
dano material e do dano moral. 
 
Os pontos 22 e 23 tratam da responsabilidade civil. Para esse tema, é importante passarmos os olhos em alguns 
conceitos básicos e, principalmente, nos últimos informativos do STJ, que tem julgado inúmeros recursos 
tratando da responsabilidade civil. 
 
Pressupostos para a responsabilização civil: 
 
(a) Conduta � a conduta que dá ensejo pode ser de fato próprio, fato de outrem (art. 932 a934) ou por fato da 
coisa (art. 936 a 938). 
 
 
62 
 
(b) Dolo ou culpa em sentido estrito � a culpa em sentido estrito pode ser imprudência, negligência ou 
imperícia. A diferença conceitual é idêntica ao do direito penal. 
 
(c) Dano � o dano pode ser patrimonial, moral ou estético. 
 
#DEOLHONADOUTRINA #RESUMÃODOMARCINHO 
 
O que é a responsabilidade civil pela perda de uma chance? Segundo esta teoria, se alguém, 
praticando um ato ilícito, faz com que outra pessoa perca uma oportunidade de obter uma 
vantagem ou de evitar um prejuízo, esta conduta enseja indenização pelos danos causados. 
Em outras palavras, o autor do ato ilícito, com a sua conduta, faz com que a vítima perca a 
oportunidade de obter uma situação futura melhor. Com base nesta teoria, indeniza-se não 
o dano causado, mas sim a chance perdida. 
A teoria da perda de uma chance é adotada no Brasil? SIM, esta teoria é aplicada pelo STJ, 
que exige, no entanto, que o dano seja REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de 
probabilidade, e não mera possibilidade. 
 
O dano resultante da aplicação da teoria da perda pode ser classificado como dano 
emergente ou como lucros cessantes? Trata-se de uma terceira categoria. 
 
(d) Nexo de causalidade 
 
Síntese dos artigos mais importantes do CC: 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, 
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. � Esse artigo contempla uma cláusula geral de 
responsabilização civil objetiva. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não 
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. � CUIDADO COM A 
PEGADINHA: O INCAPAZ RESPONDE CIVILMENTE. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar 
do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: � RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho 
que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo 
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua 
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o quehouver pago daquele por 
quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. � 
 
63 
 
Restrição ao direito de regresso. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no 
juízo criminal. � Independência das instâncias. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da 
vítima ou força maior. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta 
provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele 
caírem ou forem lançadas em lugar indevido. � Hipótese de causalidade alternativa. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz 
reduzir, equitativamente, a indenização. �Hipótese de redução equitativa do dano. 
 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (589): A sociedade empresária proprietária de semirreboque pode figurar no polo passivo de ação 
de reparação de danos ajuizada em decorrência de acidente de trânsito envolvendo o caminhão trator 
ao qual se encontrava acoplado. 
 
STJ (589): Em ação de cobrança de seguro DPVAT, a intimação da parte para o comparecimento à 
perícia médica deve ser pessoal, e não por intermédio de advogado. 
 
STJ (592): Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil objetiva pelos 
danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção, 
deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a vida 
extrauterina. 
 
STJ (598): A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou adolescente 
configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. Ainda que tenha uma 
percepção diferente do mundo e uma maneira peculiar de se expressar, a criança não permanece 
alheia à realidade que a cerca, estando igualmente sujeita a sentimentos como o medo, a aflição e a 
angústia. 
 
STJ (599): A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, 
mitigada e equitativa Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, 
terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. 
 
 
24. Posse. Aquisição, perda e efeitos. Propriedade. Aquisição da propriedade imóvel e 
móvel. Perda da propriedade. Usucapião. Desapropriação judicial por interesse social. 
 
O ponto 24 é extremamente importante. Vamos estudá-lo em partes: 
 
 
64 
 
1. POSSE 
 
(a) Conceito � domínio fático sobre a coisa. Exercício de um dos atributos da propriedade (art. 1.196 do CC). 
 
POSSE x DETENÇÃO: 
A detenção também é chamada de fâmulo da posse, ou servidor da posse. O detentor tem a 
posse não em nome próprio, mas em nome daquele o qual ele está subordinado, seguindo 
ordens e instruções (art. 1198). 
 
(b) Teorias justificadoras � são várias: 
(A) Teoria Subjetivista ou Subjetiva (Savigny). Posse = Corpus + Animus Domini. Não foi a adotada. 
(B) Teoria Objetivista ou Objetiva (Ihering). Posse = Corpus. Teoria adotada na visão clássica. 
(C) Teoria da Função Social da Posse (Saleilles, Perozzi e Gil). Posse é função social (posse-trabalho). 
Tendência contemporânea. 
 
(c) Classificação da posse: 
Principais classificações da posse 
Quanto à relação pessoa-coisa 
(desdobramento) 
• Posse direta 
• Posse indireta 
Quanto à presença de vícios 
• Posse justa 
• Posse injusta (violenta, clandestina ou precária) 
Quanto à boa-fé subjetiva 
• Posse de boa-fé 
• Posse de má-fé 
Quanto à presença de título 
• Posse com título (ius possiendi) 
• Posse sem título (ius possessionis) 
Quanto ao tempo 
• Posse nova (menos de 1 ano e 1 dia) 
• Posse velha (pelo menos 1 ano e 1 dia) 
Quanto aos efeitos 
• Posse ad interdicta (interditos possessórios) 
• Posse ad usucapionem (usucapião) 
 
 
 Frutos Benfeitorias Responsabilidade (perda) 
Boa-fé 
Tem direito, com exceção 
dos frutos pendentes. 
Tem direito às benfeitorias 
necessárias e úteis 
(indenização e retenção) 
Pode levantar as 
voluptuárias se não houver 
prejuízo para o bem 
principal 
Responde por culpa (perda 
que der causa) 
Má-fé 
Não tem direito e responde 
pelos frutos colhidos e pelos 
que deixou de colher 
Tem direito às benfeitorias 
necessárias (indenização) 
Responde ainda que a perda 
seja acidental, em regra. 
 
(d) Ações possessórias � são três: 
(a) Reintegração, no caso de esbulho; 
 
65 
 
(b) Manutenção de posse, no caso de turbação; 
(c) Interdito proibitório, no caso de ameaça. 
 
#DEOLHONOARTIGO 
Art. 1210. § 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro 
direito sobre a coisa. 
 
#NOVOCPC 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real 
imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de 
bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou 
de ambos os cônjuges. 
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas 
hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um 
dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o 
processo. 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (590): Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via 
municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem. 
 
STJ (594 - ATENÇÃO): Veja a distinção: 
(1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER PÚBLICO: não é 
possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos possessórios porque, 
perante o Poder Público, ele exerce mera detenção. 
(2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro PARTICULAR: terá 
direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre 
particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse. 
 
 
2. PROPRIEDADE 
#GRUD 
 
ATENÇÃO PARA OS ATRIBUTOS DO DIREITO DE PROPRIEDADE: 
 
 
 
66 
 
 
 
 
Formas de 
aquisição da 
propriedade 
Imóvel 
Originárias 
Acessórias 
• Ilhas 
• Aluvião 
• Avulsão 
• Álveo abandonado 
• Construções e 
plantações 
Usucapião 
Derivadas 
Registro 
Sucessão 
Móvel 
Originárias 
Ocupação/Tesouro 
Usucapião 
Derivadas 
• Especificação 
• Confusão• Comissão 
• Adjunção 
• Tradição 
• Sucessão 
 
 
Desapropriação judicial por interesse social: 
 
#SELIGANOARTIGO 
Art. 1228. § 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em 
extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de 
pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços 
considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. 
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o 
preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 
#OLHAOGANCHONADOUTRINA 
ENUNCIADO 83 DO CJF – Art. 1.228: Nas ações reivindicatórias propostas pelo Poder Público, não são 
aplicáveis as disposições constantes dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do novo Código Civil. 
 
67 
 
ENUNCIADO 304 DO CJF – Art.1.228. São aplicáveis as disposições dos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do Código 
Civil às ações reivindicatórias relativas a bens públicos dominicais, mantido, parcialmente, o Enunciado 
83 da I Jornada de Direito Civil, no que concerne às demais classificações dos bens públicos. 
 
#USUCAPIÃO: 
 
Espécies de usucapião Requisitos 
1. Extraordinária 
(i) Posse ininterrupta; 
(ii) Posse mansa e pacífica; 
(iii) ANIMUS DOMINI; 
(iv) Prazo de 15 anos (pode ser 10 anos16); 
2. Ordinária 
(i) Posse ininterrupta; 
(ii) Posse mansa e pacífica; 
(iii) ANIMUS DOMINI; 
(iv) Prazo de 10 anos (pode ser 5 anos17); 
(v) Justo título 
(vi) Boa-fé 
3. Especial rural/PRO LABORE 
(i) Prazo de 05 anos; 
(ii) Usucapiente não pode ser proprietário de 
qualquer outro imóvel urbano ou rural; 
(iii) A área de terra, que deve ser produtiva, não 
pode ser superior a 50 hectares. 
4. Especial urbana 
(i) Prazo de 05 anos; 
(ii) Usucapiente não pode ser proprietário de 
qualquer outro imóvel urbano ou rural; 
(iii) A área, que deve servir de moraria, não pode 
ser superior a 250 metros. 
5. Pró-família 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) 
anos ininterruptamente e sem oposição, posse 
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano 
de até 250m² (duzentos e cinquenta metros 
quadrados) cuja propriedade divida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o 
lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde 
que não seja proprietário de outro imóvel urbano 
ou rural. 
§ 1º O direito previsto no caput não será 
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma 
vez. 
 
16 Art. 1238. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver 
estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
17Art. 1242. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os 
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. 
 
68 
 
6. Coletiva 
(i) Área urbana; 
(ii) Maior do que 250 metros; 
(iii) Utilizada por população de baixa renda; 
(iv) Os usucapientes não podem ser proprietários 
de outro imóvel urbano ou rural; 
(iv) Para fins de moradia; 
(v) Há pelo menos 05 anos; 
(vi) Não pode ser possível identificar o terreno 
ocupado por cada um. 
 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (593): O indivíduo que tem a propriedade de um veículo que, no entanto, está registrado em nome 
de um terceiro no DETRAN, possui interesse de agir para propor ação de usucapião extraordinária (art. 
1.261 do CC) já que, com a sentença favorável, poderá regularizar o bem no órgão de trânsito. 
 
25. Condomínio geral. Condomínio edilício. Direitos de vizinhança. Direito de Superfície. 
 
26. Direitos reais sobre coisas alheias: servidões, usufruto, uso e habitação. 
 
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies. 
 
INSTITUTO CONCEITO 
Servidão 
Servidão é a relação jurídica real por meio da qual o 
proprietário vincula o seu imóvel, dito serviente, a prestar 
certa utilidade a outro prédio, dito dominante, pertencente a 
dono distinto, obrigando-se, em consequência, a não praticar 
determinados atos dominiais no prédio serviente ou a não 
impedir que neste o proprietário do imóvel dominante 
pratique atos de extração da utilidade que lhe foi concedida. 
Usufruto 
Trata-se de direito real temporário concedido a uma pessoa 
para desfrutar um objeto alheio como se fosse próprio, 
retirando as suas utilidades e frutos, conteúdo sem alterar-lhe 
a substância. Assim, o conteúdo do domínio é fracionado, 
pois, enquanto o usufrutuário percebe os frutos naturais, 
industriais e civis e retira proveito econômico da coisa, 
remanesce em poder do nu-proprietário a substância do 
direito, vale dizer, a faculdade de disposição da coisa e o seu 
próprio valor, podendo alienar, instituir ônus real ou dar 
qualquer outra forma de disposição ao objeto, apesar de 
despido de importantes atributos. Portanto, como 
contrapartida ao aproveitamento do bem e às faculdades que 
lhe são concedidas, zelará o usufrutuário pela manutenção da 
 
69 
 
integridade da coisa, em sua destinação econômica 
Uso 
O direito real de uso é próximo ao de usufruto, mas com ele 
não se confunde. Ambos são temporários por essência, mas o 
direito de uso possui abrangência reduzida, pois o seu titular 
não tem autorização para gozar a coisa. Ou seja, o usuário 
pode usar o bem móvel ou imóvel, desde que não sejam 
consumíveis ou fungíveis, sendo-lhe, todavia, impedida a sua 
fruição. 
Habitação 
Circunscreve-se este direito real à faculdade de seu titular 
residir gratuita e temporariamente em um prédio, com sua 
família. O imóvel só se destina à ocupação direta do 
beneficiário, sendo insuscetível de locação ou comodato, sob 
pena de resolução contratual. 
 
Diferenças entre passagem forçada e servidão de passagem 
Passagem forçada Servidão de passagem 
• Instituto de direito de vizinhança 
• Obrigatório 
• Há pagamento obrigatório de indenização ao 
imóvel serviente 
• Cabe ação de passagem forçada 
• Direito real de gozo ou fruição 
• Não é obrigatória 
• Não há pagamento obrigatório de 
indenização ao imóvel serviente 
• Cabe ação confessória 
OBS: a passagem de cabos e tubulações segue o regime da passagem forçada (arts. 1286 e 1287 do 
CC). 
 
Outros 
conceitos 
importantes 
Ofendículas Defesas preventivas do imóvel. Ex: cerca elétrica 
Aqueduto Canais de recebimento ou transporte de água 
Estilicídio 
Despejo de água (ex: de chuva) na propriedade vizinha, o 
que é proibido 
Travejamento Madeiramento da parede divisória 
Alteamento Direito de aumentar a altura da parede-meia 
 
 
 
Direitos de vizinhança Servidões 
Surgem da lei (são impostos pela lei) Constituem-se por meio de: a) declaração 
expressa do proprietário; b) testamento; ou c) 
usucapião 
Possuem natureza de limitações legais ao 
exercício do direito de propriedade. 
Possuem natureza de direito real sobre coisa 
alheia. 
Não necessitam de um título constitutivo nem 
precisam ser registrados em cartório 
Só se formam se o título constitutivo (acordo) 
for registrado no Registro de Imóveis. 
As limitações são impostas reciprocamente, ou 
seja, tanto um vizinho como o outro deverão 
respeitar os direitos de vizinhança.Existe um prédio dominante e um serviente. 
Apenas o dono do prédio dominante tira 
utilidade do prédio serviente. 
Têm por objetivo evitar um dano ao Não há uma necessidade imperativa, 
 
70 
 
proprietário do prédio prejudicado. 
A utilização de parte da propriedade alheia é 
essencial para que o titular do prédio vizinho 
possa aproveitar o seu imóvel 
inafastável, essencial. 
As servidões têm por objetivo conceder uma 
maior facilidade (utilidade) ao prédio 
dominante. 
 
 
Direito de superfície do CC/2002 Direito de Superfície do Estatuto de Cidade 
Imóvel urbano ou rural Imóvel urbano 
Exploração mais restrita: construções e 
plantações 
Exploração mais ampla: qualquer utilização de 
acordo com a política urbana 
Em regra, não há autorização para utilização do 
subsolo e do espaço aéreo 
Em regra, é possível utilizar o subsolo ou o 
espaço aéreo 
Cessão somente por prazo determinado Cessão por prazo determinado ou 
indeterminado 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (588): O condomínio, independentemente de previsão em regimento interno, não pode proibir, em 
razão de inadimplência, condômino e seus familiares de usar áreas comuns, ainda que destinadas 
apenas a lazer. 
 
STJ (591): O proprietário de imóvel tem direito de construir aqueduto no terreno do seu vizinho, 
independentemente do consentimento deste, para receber águas provenientes de outro imóvel, desde 
que não existam outros meios de passagem de águas para a sua propriedade e haja o pagamento de 
prévia indenização ao vizinho prejudicado. 
 
STJ (592): A proibição prevista no art. 1.301, caput, do Código Civil – de não construir janelas a menos de 
1,5m do terreno vizinho – possui caráter objetivo e traduz verdadeira presunção de devassamento 
("invasão"). 
 
STJ (596): Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o condomínio 
geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de cobrança de taxa condominial ordinária 
ou extraordinária, constante em instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao 
vencimento da prestação. 
 
27. Direitos reais de garantia. Hipoteca. Penhor e suas espécies. 
 
#ANOTEAÍ 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA 
 
(a) Natureza acessória � a garantia real pressupõe a existência de um crédito, que tem natureza 
principal. Logo, aplica-se o princípio da gravitação jurídica. 
(b) Publicidade � isso se dá através do registro. É justamente essa publicidade que garante a 
oponibilidade ERGA OMNES, pois surge presunção absoluta de conhecimento. 
(c) Sequela ou ambulatoriedade � é decorrência da oponibilidade ERGA OMNES. O direito real em 
 
71 
 
garantia acompanha o bem, onde quer que ele se encontre. 
(d) Preferência (art. 1422) � claro que o credor tem preferência sobre aqueles bens. 
(e) Excussão � o credor com garantia, real, no caso de inadimplemento, não pode ficar com o 
objeto da garantia, por força da proibição da cláusula comissória (art. 1428). O credor tem direito à 
excussão, ou seja, ao produto da alienação do bem. 
Hipoteca 
A hipoteca é um direito real de garantia, em 
virtude do qual um bem imóvel (exceto navios 
e aeronaves) remanesce na posse do devedor 
ou de terceiros, assegurando 
preferencialmente ao credor o pagamento de 
uma dívida. Um ou mais bens específicos do 
patrimônio imobiliário do devedor ou do 
terceiro garantidor são afetados como caução 
específica de uma obrigação. 
Penhor 
Pelo penhor, entrega-se a coisa móvel, 
fungível ou infungível, corpóreo ou incorpóreo 
(ex. créditos), a título de garantia, mas sem a 
transferência da propriedade, que remanesce 
na titularidade do devedor. 
Anticrese 
Anticrese é o direito real de garantia em que o 
devedor transmite ao seu credor a posse 
direta de imóvel de sua propriedade, a fim de 
que este último pague-se com os frutos 
oriundos da exploração econômica da coisa, 
paulatinamente abatendo os juros e o débito 
principal. 
 
 
28. Propriedade resolúvel. Propriedade fiduciária. Alienação fiduciária em garantia no 
Código Civil e na legislação extravagante 
 
Alienação 
fiduciária 
em 
garantia 
CONCEITO: Negócio jurídico pelo qual o devedor fiduciante aliena o bem adquirido a 
um terceiro, o credor fiduciário, que paga o preço ao alienante originário. Constata-se 
que o credor fiduciário é o proprietário da coisa, tendo, ainda, um direito real sobre a 
coisa que lhe é própria. Com o pagamento de todos os valores devidos, o devedor 
fiduciante adquire a propriedade, o que traz a conclusão de que a propriedade do 
credor fiduciário é resolúvel. 
NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de um direito real de garantia sobre coisa própria, que 
pode ser um bem móvel ou imóvel. A propriedade fiduciária é modalidade de 
propriedade resolúvel. 
TRATAMENTO LEGISLATIVO: 
• Código Civil de 2022, arts. 1361 e 1368-A (o último introduzido pela Lei 10931/04). 
• Decreto-lei 911/69 (Bens móveis), com as devidas alterações pela Lei 10931/04. 
Possibilidade de ação de busca e apreensão da coisa alienada por parte do credor 
fiduciário contra o devedor fiduciante; 
 
72 
 
• Lei 9512/97. Com as devidas alterações pela Lei 11481/07. Possibilidade de leilão 
extrajudicial do bem. 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (588): Em ação de busca e apreensão de bem alienado fiduciariamente, o termo inicial para a 
contagem do prazo de 15 dias para o oferecimento de resposta pelo devedor fiduciante é a data 
de juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido (e não a data da execução da 
medida liminar). 
STJ (599): Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação 
fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69. 
 
29. Direito real de aquisição. Loteamento. Incorporação imobiliária. 
 
#DEOLHONALEGIS 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição 
do imóvel. 
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente 
vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura 
definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se 
houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. 
 
30. Família. Conceito e modalidades de família. Casamento. Processo matrimonial. 
Celebração. Forma. Modalidades. 
 
#ATENÇÃO MODALIDADES DE FAMÍLIA 
 
(a) Família matrimonial: decorrente do casamento. 
(b) Família informal: decorrente da união estável. 
(c) Família homoafetiva: decorrente da união de pessoas do mesmo sexo, já reconhecida por nossos 
Tribunais Superiores, inclusive no tocante ao casamento homoafetivo. 
(d) Família monoparental: constituída pelo vínculo existente entre um dos genitores com seus filhos, no 
âmbito de especial proteção do Estado. 
e) Família anaparental: decorrente “da convivência entre parentes ou entre pessoas, ainda que não 
parentes, dentro de uma estruturação com identidade e propósito”. 
f) Família eudemonista: conceito que é utilizado para identificar a família pelo seu vínculo afetivo, pois, 
nas palavras de Maria Berenice Dias, citando Belmiro Pedro Welter, a família eudemonista “busca a 
felicidade individual vivendo um processo de emancipação dos seus membros”. A título de exemplo, 
pode ser citado um casal que convivesem levar em conta a rigidez dos deveres do casamento, previstos 
no art. 1.566 do CC. 
 
#PERMANEÇAATENTO 
 
73 
 
 
• Vamos, agora, passar os olhos nas principais modalidades de casamento: 
 
o (i) Casamento nos casos de moléstia grave; 
 
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo 
onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas 
que saibam ler e escrever. (...) 
 
o (ii) Casamento nuncupativo (em viva voz) ou in extremis vitae momentis; 
 
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a 
presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o 
casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não 
tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. (...) 
 
o (iii) Casamento por procuração: 
 
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, 
com poderes especiais. 
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, 
celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da 
revogação, responderá o mandante por perdas e danos. 
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no 
casamento nuncupativo. 
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. 
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato. 
 
o (iv) Casamento perante autoridade consular 
 
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas 
autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a 
contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo 
domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir. 
 
 
31. Casamento: natureza jurídica, existência, validade e eficácia. Impedimentos e causas 
suspensivas. Casamento putativo. Uniões estáveis. Concubinato. Deveres conjugais. 
 
(a) CONCEITO DE CASAMENTO: O casamento é a união de duas pessoas reconhecida e regulamentada 
pelo Estado, formada com o objetivo de constituição de uma família e baseada em um vínculo de afeto. 
Pela conceituação clássica, o casamento exigiria diversidade de sexos. Todavia, hoje, reconhece-se a 
possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
 
(b) NATUREZA JURÍDICA: Existem três correntes a respeito da natureza jurídica do casamento: 
 
74 
 
(i) Teoria institucionalista: para essa corrente, o casamento é uma instituição social. Essa concepção é 
defendida por Maria Helena Diniz. 
 
(ii) Teoria contratualista: o casamento constitui um contrato de natureza especial, e com regras próprias 
de formação. A essa corrente está filiado Silvio Rodrigues. 
 
(iii) Teoria mista ou eclética: segundo essa corrente, o casamento é uma instituição quanto ao conteúdo 
e um contrato especial quanto à formação. 
 
(c) IMPEDIMENTOS DO CASAMENTO (art. 1.521 do CC): Impedem a realização do casamento e geram a 
sua nulidade absoluta (art. 1.548, inc. II, do CC): 
 
 Art. 1.521. Não podem casar: 
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II – os afins em linha reta; 
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; 
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive; 
V – o adotado com o filho do adotante; 
VI – as pessoas casadas; 
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. 
 
(d) CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO (art. 1.523 do CC). Não geram a nulidade absoluta ou relativa do 
casamento, mas apenas impõem sanções aos cônjuges. A principal sanção é a imposição do regime da 
separação absoluta de bens (art. 1.641, I, do CC). Vejamos as suas hipóteses: 
 
Art. 1.523. Não devem casar: 
 I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer 
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
 II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, 
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
 III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos 
bens do casal; 
 IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou 
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
 
Deveres dos cônjuges (art. 1566 do CC) 
Fidelidade 
recíproca 
Vida em comum, no 
domicílio conjugal 
(coabitação) 
Mútua assistência 
(patrimonial, moral e 
espiritual) 
Sustento, guarda e 
educação dos filhos 
Respeito e 
consideração 
mútuos 
 
(e) CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL: união entre duas pessoas caracterizada pela convivência pública, 
contínua e duradoura, constituída com o objetivo de constituição de família (art. 1.723, caput, do CC). 
 
75 
 
Segundo o Texto Maior, a lei deve facilitar a sua conversão em casamento (art. 226, § 3.º, da CF/1988). 
Como novidade, o Código Civil de 2002 reconheceu a possibilidade de uma pessoa separada de fato ou 
judicialmente constituir união estável com terceiro (art. 1.723, § 1.º, do CC). Com a aprovação da 
Emenda Constitucional 66/2010, conhecida como Emenda do Divórcio, que retirou do sistema a 
separação jurídica ou de direito, a norma somente tem relevância pela menção ao separado de fato. 
 
União estável (art. 1723 do CC) Concubinato (art. 1727 do CC) 
• Constitui entidade familiar. Há direito a 
alimentos, direito à meação, direitos 
sucessórios, entre outros. 
• Pessoas solteiras, viúvas, divorciadas, 
separadas de fato e separadas extrajudicial ou 
judicialmente antes da Emenda do Divórcio. 
Não pode existir impedimento matrimonial. 
• Cabe eventual ação de reconhecimento e 
dissolução da união estável 
• Competência da Vara de Família 
• Não constitui entidade familiar, mas mera 
sociedade de fato (Súmula 380 do STF). 
• Pessoas casadas não separadas ou havendo 
impedimento matrimonial decorrente de 
parentesco ou crime. 
• Cabe eventual ação de reconhecimento de 
sociedade de fato. 
• Competência da Vara Cível 
 
 
32. Regime de bens. Pacto antenupcial. Dissolução da sociedade conjugal. 
 
O regime de bens já foi objeto de uma dica específica. Portanto, se você ainda tem alguma dúvida ou se 
gostaria apenas de dar aquela revisada, te peço a gentileza de consultar a dica já elaborada, ok? 
 
#DEOLHONADOUTRINA – FLÁVIO TARTUCE 
 
A aprovação da Emenda Constitucional 66/2010 representa uma revolução no Direito de Família 
Brasileiro, que conta com o apoio dos autores desta obra. Vejamos os pontos principais da inovação: 
 
1. O novo texto tem aplicação imediata e eficácia horizontal, o que quer dizer que a emenda tem plena 
incidência nas relações privadas, independentemente de qualquer norma infraconstitucional. 
 
2. A separação de direito ou jurídica – que engloba a separação judicial e a extrajudicial – desaparece 
definitivamente do sistema, o que vem em boa hora. Não há mais a tripla classificação da separação 
judicial em separação-sanção, separação-ruptura e separação-remédio, retirada do art. 1.572 do CC/2002, 
dispositivo deve ser tido como revogado ou não recepcionado pelo Texto Constitucional. Essa é a 
grande revolução do novo texto. 
 
3. Não há mais qualquer prazo para o divórcio. Desaparece a classificação da matéria em divórciodireto 
e indireto. Casa-se um dia e divorcia-se no outro, se essa for a vontade das partes. Esse é o segundo 
ponto de destaque. A inovação não enfraquece a família, muito ao contrário, pois é facilitada a 
constituição de novos vínculos, o que está mais adequado à realidade contemporânea. 
 
4. Está sendo amplamente debatida pela doutrina e pela jurisprudência a possibilidade de discussão de 
culpa em sede de divórcio. Três correntes bem definidas sobre o tema já surgem na doutrina. Para a 
 
76 
 
primeira corrente, a culpa persiste para todos os fins, inclusive para os alimentos. Para a segunda 
corrente, liderada pelos grandes expoentes do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), a 
culpa não pode ser discutida para dissolver o casamento em hipótese alguma (nesse sentido: Giselda 
Maria Fernandes Novaes Hironaka, Rodrigo da Cunha Pereira, Maria Berenice Dias, Paulo Lôbo, Rolf 
Madaleno, Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho, José Fernando Simão, entre outros). Ainda 
há uma corrente intermediária, à qual está filiado Flávio Tartuce, que admite a discussão da culpa em 
casos excepcionais, tais como transmissão de doenças sexualmente transmissíveis entre os cônjuges, 
atos de violência e engano quanto à prole (modelo dual, com e sem culpa). 
 
5. Debate-se situação das pessoas que se encontram separadas juridicamente na vigência da nova lei. 
Na opinião de Tartuce, tais pessoas não podem ser consideradas automaticamente como divorciadas, 
havendo necessidade de ingresso do divórcio judicial ou extrajudicial. 
 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (594): Quando um casal se divorcia sem realizar a imediata partilha dos bens do patrimônio comum, 
eles continuarão mantendo uma relação jurídica em torno desses bens. A doutrina afirma que, neste 
caso, surge um estado de “mancomunhão” (também chamado de “condomínio de mão única ou 
fechada”). 
Caso concreto: o casal se divorciou em 2013. Em 2017, decidiram fazer a partilha. Dentre os bens a serem 
partilhados, há as cotas de um hospital. Ocorre que as quotas se valorizaram absurdamente entre 2013 e 
2017. E agora: o valor das cotas deve corresponder ao ano de 2013 ou ao ano de 2017? 2017 (momento da 
partilha). 
 
STJ (595): A proteção matrimonial conferida pelo art. 1.641, II, do Código Civil de 2002, não deve ser 
aplicada quando o casamento for precedido de união estável que se iniciou quando os cônjuges eram 
menores de 70 anos. 
 
STJ (581): Não deve ser reconhecido o direito à meação dos valores do FGTS anteriores à data da 
constância do casamento. 
 
 
33. Paternidade e filiação. Paternidade post mortem. Filiação por reprodução assistida. 
Reconhecimento da paternidade. Paternidade biológica e socioafetiva. Poder familiar. 
Alimentos. Alienação parental. 
 
Aguente firme, já estamos no ponto 33. 
 
 
Anote os conceitos: 
 
77 
 
(a) FILIAÇÃO: A filiação pode ser conceituada como sendo a relação jurídica decorrente do parentesco por 
consanguinidade ou outra origem, estabelecida particularmente entre os ascendentes e descendentes de 
primeiro grau. 
 
(b) RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE: duas são as formas básicas de reconhecimento de filhos: 
(i) Reconhecimento voluntário ou perfilhação – nas situações descritas no art. 1.609 do CC. 
(ii) Reconhecimento judicial ou forçado – nas hipóteses em que não há o reconhecimento voluntário, o 
mesmo devendo ocorrer de forma coativa, por meio da ação investigatória. 
 
(C) PATERNIDADE SOCIOAFETIVA (posse de estado de filho): o vínculo paterno-filial decorre, não de traços 
sanguíneos, mas sim da relação de amor e afeto estabelecida entre os envolvidos. A tese é pacífica na 
jurisprudência brasileira. 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (588): O filho, em nome próprio, não tem legitimidade para deduzir em juízo pretensão declaratória 
de filiação socioafetiva entre sua mãe - que era maior, capaz e, ao tempo do ajuizamento da ação, pré-
morta (já falecida) - e os supostos pais socioafetivos dela. 
 
STJ (592): Ocorrido o falecimento do autor da ação de investigação de paternidade cumulada com 
nulidade da partilha antes da prolação da sentença, sem deixar herdeiros necessários, detém o herdeiro 
testamentário, que o sucedeu a título universal, legitimidade e interesse para prosseguir com o feito, 
notadamente, pela repercussão patrimonial advinda do potencial reconhecimento do vínculo biológico 
do testador. 
 
STF (840): A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o 
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com efeitos 
jurídicos próprios. 
 
STF (840): A presunção legal de que os filhos nascidos durante o casamento são filhos do marido não 
pode servir como obstáculo para impedir o indivíduo de buscar a sua verdadeira paternidade. 
 
STJ (581): É possível o reconhecimento da paternidade sociafetiva POST MORTEM. 
 
(D) PODER FAMILIAR: O poder familiar será exercido pelo pai e pela mãe, não sendo mais o caso de se utilizar, 
em hipótese alguma, a expressão “pátrio poder”, totalmente superada pela despatriarcalização do Direito de 
Família, ou seja, pela perda do domínio exercido pela figura paterna no passado. O exercício do poder familiar 
está tratado no art. 1.634 do CC, que traz as atribuições desse exercício que compete aos pais, verdadeiros 
deveres legais, a saber: a) dirigir a criação e a educação dos filhos; b) ter os filhos em sua companhia e guarda; 
c) conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; d) nomear-lhes tutor por testamento ou 
documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder 
familiar; e) representá-los, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que 
forem partes, suprindo-lhes o consentimento; f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; g) exigir que 
lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. 
 
 
78 
 
#LEGISLAÇÃO #DESPENCAEMPROVA 
 
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou 
arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, 
adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até 
suspendendo o poder familiar, quando convenha. 
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe 
condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. 
 
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar: 
I - pela morte dos pais ou do filho; 
II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único; 
III - pela maioridade; 
IV - pela adoção; 
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (595): REGRA: o CC determina que, quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à 
guarda do filho, o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada (art. 1.584, § 2º). EXCEÇÕES: 
Não será aplicada a guarda compartilhada se: 
 a) um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor; 
 b) um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar. 
 
STJ (599): É válida a aplicação de astreintes quando o genitor detentor da guarda da criança 
descumpre acordo homologado judicialmente sobre o regime de visitas. 
 
(E) ALIENAÇÃO PARENTAL: 
 
#RESUMÃO #AJUDAMARCINHO #DODFOREVER 
Alienação parental é... 
a) a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente. 
b) promovidaou induzida 
c) - por um dos genitores, 
- pelos avós ou 
- pelos que tenham o menor sob a sua autoridade, guarda ou vigilância 
d) para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos 
com este. 
 
Reconhecimento da prática de alienação parental em juízo: O reconhecimento da prática de 
alienação parental deve ser feito necessariamente em juízo. 
 
Ação autônoma ou reconhecimento incidental: A parte pode ingressar com uma ação autônoma 
pedindo este reconhecimento ou poderá formular pedido incidental em outra ação. 
 
Casos de 
EXTINÇÃO 
Caso de PERDA 
(imposição judicial) 
 
79 
 
O juiz pode reconhecer de ofício a prática de atos de alienação parental? SIM, a Lei faculta ao juiz 
esta possibilidade, desde que seja de forma incidental em um processo já instaurado. 
 
Reconhecimento em qualquer momento processual: A Lei afirma que o reconhecimento de ato de 
alienação parental pode ocorrer em qualquer momento. 
 
Providências no caso de indício de alienação parental: Se o juiz verificar e declarar a existência de 
indício de ato de alienação parental, o processo terá tramitação prioritária, e, ouvido o Ministério 
Público, serão determinadas, com urgência, as medidas provisórias necessárias para preservação da 
integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com 
genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. Assegurar-se-á à criança ou 
adolescente e ao genitor garantia mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há 
iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado 
por profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas. 
 
Perícia: O juiz, se entender necessário, poderá determinar a realização de perícia psicológica ou 
biopsicossocial. 
 
A prática de alienação parental é crime? NÃO. 
 
(F) ALIMENTOS: 
 
RESUMÃO DE ALIMENTOS 
CONCEITO 
Alimentos são as prestações devidas para a satisfação das necessidades 
pessoais daquele que não pode provê-las pelo trabalho próprio. 
Os fundamentos são os princípios constitucionais da dignidade da 
pessoa humana e da solidariedade familiar. 
PRESSUPOSTOS 
Necessidade (de quem pede) + possibilidade (de quem paga) + 
proporcionalidade (doutrina moderna) 
CARACTERÍSTICAS 
a) Direito personalíssimo 
b) Reciprocidade18 
c) Irrenunciabilidade19 
d) Obrigação divisível ou solidária20 
e) Obrigação imprescritível 
f) Obrigação incessível e inalienável21 
 
18 Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, 
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. 
 
19 Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito 
insuscetível de cessão, compensação ou penhora. 
 
20 Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o 
encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas 
devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser 
chamadas a integrar a lide 
 
 
80 
 
g) Obrigação incompensável 
h) Obrigação impenhorável 
i) Transmissível22 
PRINCIPAIS 
CLASSIFICAÇÕES 
I. Quanto às fontes: 
(a) Alimentos legais ou familiares � são os alimentos decorrentes de lei, 
fundamentados no Direito de Família. 
 
(b) Alimentos convencionais � são aqueles fixados por força de 
contrato, testamento ou legado, ou seja, que decorrem da autonomia 
privada do instituidor. 
 
(c) Alimentos indenizatórios, ressarcitórios ou indenitários � são 
aqueles fundamentados na responsabilidade civil (art. 948, II). 
 
II. Quanto à extensão: 
 
(a) Alimentos civis ou côngruos � visam à manutenção do status quo 
antes. 
 
(b) Alimentos indispensáveis, naturais ou necessários � visam somente 
ao indispensável à sobrevivência da pessoa. 
 
III. Quanto ao tempo: 
 
(a) Alimentos pretéritos � são aqueles que ficaram no passado e que 
não podem mais ser cobrados, via de regra, eis que o princípio que rege 
os alimentos é o da atualidade (ex. prescritos). 
 
(b) Alimentos presentes � são aqueles que estão sendo exigidos no 
momento, e que pela atualidade da obrigação alimentar podem ser 
cobrados mediante ação específica. 
 
(c) Alimentos futuros � são os alimentos pendentes, como aqueles que 
vão vencendo no curso da ação e que podem ser cobrados quando 
chegar o momento próprio, mais uma vez diante da atualidade da 
obrigação alimentar. 
 
IV. Quanto à forma de pagamento: 
 
(a) Alimentos próprios ou in natura � são aqueles pagos em espécie, ou 
seja, por meio do fornecimento de alimentação, sustento e 
 
21 Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito 
insuscetível de cessão, compensação ou penhora. 
 
22 Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694 
 
81 
 
hospedagem, sem prejuízo do dever de prestar o necessário para a 
educação dos menores (art. 170123, caput). 
 
(b) Alimentos impróprios � são aqueles pagos mediante pensão. Cabe 
ao juiz da causa, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, fixar 
qual a melhor forma de cumprimento da prestação (art. 1.701, parágrafo 
único24, do CC). 
 
V. Quanto à finalidade: 
 
(a) Alimentos definitivos ou regulares � são aqueles fixados 
definitivamente, por meio de acordo de vontades ou de sentença 
judicial já transitada em julgado. Embora sejam chamados de definitivos, 
o CC permite a revisão25. 
 
(b) Alimentos provisórios � são aqueles fixados de imediato na ação de 
alimentos que segue o rito especial previsto na Lei 5.478/1968 (Lei de 
Alimentos). Em outras palavras, estão fundados na obrigação alimentar 
e, por isso, exigem prova pré-constituída do parentesco (certidão de 
nascimento) ou do casamento (certidão de casamento). São frutos da 
cognição sumária do juiz antes mesmo de ouvir o réu da demanda. 
 
(c) Alimentos provisionais � são aqueles fixados em outras ações que 
não seguem o rito especial mencionado, visando manter a parte que os 
pleiteia no curso da lide, por isso a sua denominação ad litem. São 
fixados por meio de antecipação de tutela ou em liminar concedida em 
medida cautelar de separação de corpos em ações em que não há a 
mencionada prova pré-constituída, caso da ação de investigação de 
paternidade ou da ação de reconhecimento e dissolução da união 
estável (art. 170626). 
 
(d) Alimentos transitórios � como visto, reconhecidos pela mais 
recente jurisprudência do STJ, são aqueles fixados por determinado 
período de tempo, a favor de ex-cônjuge ou ex-companheiro, fixando-se 
previamente o seu termo final. 
 
 
23 Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, 
sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor. 
 
24 Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação. 
 
25 Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança nasituação financeira de quem os supre, ou na de quem os 
recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do 
encargo. 
 
26 Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual. 
 
 
82 
 
#DEOLHONAJURIS #UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMAXIMOTRES 
 
STJ (590): Genitora que, ao tempo em que exercia a guarda judicial do filho, representou-o em ação de 
execução de débitos alimentares possui legitimidade para prosseguir no processo executivo com intuito 
de ser ressarcida, ainda que, no curso da cobrança judicial, a guarda tenha sido transferida ao genitor 
(executado). 
 
STF (857): A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento inescusável de 
prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de saldo devedor. A razão de ser da 
prisão civil é a de compelir o devedor a pagar quantia voltada à subsistência do alimentando, não 
podendo ser utilizada para exigir débitos pretéritos. 
 
 
34. Família substituta. Perda do poder familiar. Guarda. Tutela e curatela. 
 
GUARDA TUTELA ADOÇÃO 
Obriga a prestar assistência 
material, moral e educacional. 
Engloba o dever de guarda e 
de administração dos bens do 
tutelado. 
Forma vínculo familiar. 
Não implica perda ou 
suspensão do poder familiar, 
mas o guardião pode se opor 
aos pais. 
Demanda necessariamente a 
perda ou suspensão do poder 
familiar. 
É necessária a perda do poder 
familiar dos pais biológicos; o 
pedido deve ser expresso na ação 
de adoção; 
Destinada a regularizar a 
posse de fato da criança ou 
do adolescente. 
Destinada ao amparo e à 
administração dos bens da 
criança ou adolescente em 
caso de falecimento dos pais, 
ausência ou perda do poder 
familiar. 
Objetiva a criação do vínculo de 
paternidade/maternidade entre 
pais-adotantes e filhos-adotados. 
Em regra, é deferida no curso 
dos processos de tutela e 
adoção, exceto na adoção 
estrangeira. Cabível também 
como pedido autônomo em 
caso de falta eventual de pais 
ou responsável. 
É possível a concessão de 
guarda no curso do processo 
de tutela. 
É possível a concessão de guarda 
no curso do processo de adoção. 
Em processo de adoção 
estrangeira, não é possível a 
concessão da guarda. 
STJ: não inclui direitos 
previdenciários, pois a lei n. 
8213, que é regra especial, 
não prevê. 
Inclui direitos previdenciários, 
pois há previsão no art. 16, §3º, 
da lei 8213. 
Goza de plenos direitos 
previdenciários, pois é filho tal 
qual o biológico. 
Revogável. Revogável. Irrevogável. 
Não há mudança de nome da 
criança ou adolescente. 
Não há mudança de nome da 
criança ou adolescente. 
O adotado recebe o nome do 
adotante e pode mudar o pré-
nome. 
 
 
83 
 
 
35. Sucessões. A herança e sua administração. Vocação hereditária. Aceitação e renúncia 
da herança. Cessão de herança. Excluídos da herança. Deserdação. Sucessão Legítima. 
Sucessão do companheiro. 
 
RESUME AÊ, COACH!!!! 
REGRAS BÁSICAS DA 
SUCESSÃO 
Art. 1.784 do CC. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, 
aos herdeiros legítimos e testamentários (droit de saisine). Herdeiro 
legítimo é aquele apontado pela lei; herdeiro testamentário é aquele 
nomeado por testamento, legado ou codicilo (art. 1.796 do CC) 
Art. 1.787 do CC. A sucessão e a legitimação para suceder serão reguladas 
pela lei do tempo da abertura da sucessão. 
 Art. 1.788 do CC. Se a pessoa falecer sem testamento, a sua herança será 
transmitida aos herdeiros legítimos. O mesmo vale para os casos de 
ausência de testamento, de caducidade ou nulidade absoluta do ato de 
disposição. 
 Art. 1.789 do CC. Havendo herdeiros necessários (descendentes, 
ascendentes e cônjuge), o testador somente poderá dispor de metade da 
herança. Trata-se da famosa proteção da legítima, que é a quota dos 
herdeiros necessários. 
ADMINISTRAÇÃO DA 
HERANÇA 
 
A herança defere-se de forma unitária, ainda que haja pluralidade de 
herdeiros. A herança, antes da partilha, constitui um bem imóvel por 
determinação legal, indivisível e universal (universalidade jurídica), nos 
termos do art. 1.791 do CC. A herança é administrada pelo inventariante, 
que exerce um mandato legal e, na sua falta, pelo administrador provisório 
(art. 1.797 do CC). 
ACEITAÇÃO DA 
HERANÇA 
A aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro manifesta a 
sua vontade de receber os bens do falecido, confirmando a transmissão 
sucessória. Trata-se de um ato jurídico unilateral, que produz efeitos 
independentemente da concordância de terceiros, tendo, portanto, 
natureza não receptícia. 
 
Três são as formas de aceitação da herança, a saber: 
 (a) Aceitação expressa – feita por declaração escrita do herdeiro, por meio 
de instrumento público ou particular. 
 (b) Aceitação tácita – resultante tão somente de atos próprios da 
qualidade de herdeiro. Como exemplo, cite-se a hipótese em que o 
herdeiro toma posse de um bem e começa a administrá-lo e a geri-lo como 
se fosse seu. 
(c) Aceitação presumida – tratada pelo art. 1.807 do CC, segundo o qual o 
interessado em que o herdeiro declare se aceita ou não a herança, poderá, 
20 dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior 
 
84 
 
de 30 dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro. Isso, sob pena de haver a 
herança por aceita. 
RENÚNCIA 
É o ato solene pelo qual uma pessoa, chamada à sucessão de outra, 
declara que a não aceita. Duas são as modalidades de renúncia à herança: 
 
(a) Renúncia abdicativa – o herdeiro diz simplesmente que não quer a 
herança, havendo cessão pura e simples a todos os coerdeiros, o que 
equivale à renúncia pura. Em casos tais, não há incidência de Imposto de 
Transmissão Inter Vivos contra o renunciante. 
(b) Renúncia translativa – quando o herdeiro cede os seus direitos a favor 
de determinada pessoa (in favorem). Como há um negócio jurídico de 
transmissão, verdadeira doação, incide o Imposto de Transmissão Inter 
Vivos contra o renunciante. 
PETIÇÃO DE HERANÇA 
De acordo com o art. 1.824 que o herdeiro pode, em ação de petição de 
herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para 
obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na 
qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua. 
 
Indignidade sucessória Deserdação 
Matéria de sucessão legítima e testamentária Matéria de sucessão testamentária 
 
Alcança qualquer classe de herdeiro, seja ele 
necessário ou facultativo 
Somente atinge os herdeiros necessários 
(ascendentes, descendentes e cônjuge). 
As hipóteses de indignidade servem para 
deserdação 
Existem hipóteses de deserdação que não 
alcançam a indignidade (arts. 1962 e 1963) 
Há pedido de terceiros interessados ou do MP, 
com confirmação em sentença transitada em 
julgado 
Realizada por testamento, com declaração de 
causa e posterior confirmação por sentença 
 
36. Sucessão testamentária. Testamento. Formas de testamento. Disposições 
testamentárias. Codicilo. Fideicomisso. Legados. Direito de acrescer e substituições. 
Execução do testamento. 
 
37. Sonegados. Redução das disposições testamentárias. Revogação, rompimento e 
anulação do testamento. Testamenteiro. Inventário e partilha. 
 
#SELIGANORESUMO 
TESTAMENTO 
Define-se o testamento como um negócio jurídico unilateral, 
personalíssimo e revogável pelo qual o testador faz disposições de 
caráter patrimonial ou extrapatrimonial, para depois de sua morte. 
FORMAS DETESTAMENTO 
Art. 1.862. São testamentos ordinários: 
I - o público; 
II - o cerrado; 
 
85 
 
III - o particular. 
Art. 1.886. São testamentos especiais: 
I - o marítimo; 
II - o aeronáutico; 
III - o militar. 
 
#OLHAADOUTRINA 
O que é testamento vital? Trata-se documento em que a pessoa 
determina, de forma escrita, que tipo de tratamento ou não 
tratamento deseja para a ocasião em que se encontrar doente, em 
estado incurável ou terminal, e incapaz de manifestar sua vontade. 
DISPOSIÇÃO 
TESTAMENTÁRIA E 
EXECUÇÃO DO 
TESTAMENTO 
13 Regras fundamentais: 
1.ª Regra: Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se 
pura e simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por 
certo motivo. 
2.ª Regra: Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de 
interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a 
observância da vontade do testador. 
3.ª Regra: Art. 1.900. É NULA a disposição: 
I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que 
este disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou de 
terceiro; 
II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar; 
III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua 
identidade a terceiro; 
IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do 
legado; 
V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802. 
4.ª Regra: Art. 1.901. Valerá a disposição: 
I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, 
dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou 
pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um 
estabelecimento por ele designado; 
II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da 
moléstia de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de 
outrem determinar o valor do legado. 
5.ª Regra: Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos 
estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de assistência pública, 
entender-se-á relativa aos pobres do lugar do domicílio do testador ao 
tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos, SALVO se 
manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra 
localidade. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares 
preferirão sempre às públicas. 
6.ª Regra: Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do 
legatário, ou da coisa legada ANULA a disposição, SALVO se, pelo 
 
86 
 
contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos 
inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador 
queria referir-se. 
7.ª Regra: Art. 1.904. Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, 
sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se-á por igual, entre 
todos, a porção disponível do testador. 
8.ª Regra: Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros 
individualmente e outros coletivamente, a herança será dividida em 
tantas quotas quantos forem os indivíduos e os grupos designados. 
9.ª Regra: Art. 1.906. Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro, 
e não absorverem toda a herança, o remanescente pertencerá aos 
herdeiros legítimos, segundo a ordem da vocação hereditária. 
10.ª Regra: Art. 1.907. Se forem determinados os quinhões de uns e não 
os de outros herdeiros, distribuir-se-á por igual a estes últimos o que 
restar, depois de completas as porções hereditárias dos primeiros. 
11.ª Regra: Art. 1.908. Dispondo o testador que não caiba ao herdeiro 
instituído certo e determinado objeto, dentre os da herança, tocará ele 
aos herdeiros legítimos. 
12.ª Regra: Art. 1.909. São ANULÁVEIS as disposições testamentárias 
inquinadas de erro, dolo ou coação. 
Parágrafo único. Extingue-se em 4 anos o direito de anular a disposição, 
contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício. 
13.ª Regra: Art. 1.910. A ineficácia de uma disposição testamentária 
importa a das outras que, sem aquela, não teriam sido determinadas 
pelo testador. 
 
CODICILO 
O codicilo é um ato particular de última vontade simplificado e de 
expressão não considerável, para o qual a lei NÃO exige maiores 
solenidades. 
 
 
LEGADOS 
O legado constitui uma disposição específica sucessória, realizada a 
título singular. Contrapõe-se ao testamento pelo fato de ser este uma 
disposição da herança a título universal. 
 
DIREITOS DE ACRESCER 
O direito de acrescer é aquele mediante o qual um coerdeiro ou 
colegatário recebe proporcionalmente a parte do outro, nomeado 
conjuntamente, que não pôde aceitá-la ou a ela renunciou. 
SONEGADO 
Art.1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo 
no inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu 
conhecimento, no de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva 
levar, ou que deixar de restituí-los, PERDERÁ O DIREITO QUE SOBRE 
ELES LHE CABIA. 
Art. 1.993. Além da pena cominada no artigo antecedente, se o 
sonegador for o próprio inventariante, remover-se-á, em se provando a 
sonegação, ou negando ele a existência dos bens, quando indicados. 
TESTAMENTEIRO 
A testamentaria é instituição que pode surgir quando a vocação opera 
por força de testamento e o autor da sucessão nomeia uma ou mais 
pessoas para que fiquem encarregadas de vigiar o cumprimento do 
seu testamento ou de o executar, no todo ou em parte. 
 
87 
 
REVOGAÇÃO E 
ROMPIMENTO DO 
TESTAMENTO 
Art. 1.969. O testamento pode ser revogado pelo MESMO MODO E 
FORMA como pode ser feito. 
Art. 1.970. A revogação do testamento pode ser total ou parcial. 
Parágrafo único. Se parcial, ou se o testamento posterior não contiver 
cláusula revogatória expressa, o anterior subsiste em tudo que não for 
contrário ao posterior. 
Art. 1.971. A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o 
testamento, que a encerra, vier a caducar por exclusão, incapacidade 
ou renúncia do herdeiro nele nomeado; NÃO valerá, se o testamento 
revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades 
essenciais ou por vícios intrínsecos. 
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o 
tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em 
TODAS as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador. 
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de 
existirem outros herdeiros necessários. 
Art. 1.975. NÃO se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua 
metade, não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência 
saiba, ou quando os exclua dessa parte. 
 
 
38. Direito de autor. Registros Públicos. 
 
#DIREITODO AUTOR #SURRADEJURIS 
STJ (588): Se o Município contratou, mediante licitação, uma empresa para a realização do evento, será 
dela a responsabilidade pelo pagamento dos direitos autorais. Exceções: esta responsabilidade poderá 
ser transferida para o Município em duas hipóteses: 
(1) se ficar demonstrado que o Poder Público colaborou direta ou indiretamente para a execução do 
espetáculo; ou 
(2) se ficar comprovado que o Município teve culpa em seu dever de fiscalizar o cumprimento do 
contrato público (culpa in eligendo ou in vigilando). 
 
STJ (594): O projeto, o esboço e a obra arquitetônica são considerados como obra de criação intelectual 
e, por conta disso, o autor goza de proteção da Lei nº 9.610/98 (Lei dos Direitos Autorais). 
 
STJ (594): Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura como 
encomendada na relação contratual pode ser titular dos direitos autorais, conforme interpretação do 
art. 11, parágrafo único, da Lei nº 9.610/98. Assim, ocorrendoa utilização indevida da obra encomendada, 
sem a devida autorização, caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a reparação dos danos sofridos. 
 
STJ (597): A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego 
da tecnologia streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização prévia e expressa pelo titular 
dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica 
desses direitos. 
 
88 
 
Quanto aos registros públicos, acho que compensa relembrar um pouquinho o procedimento de dúvida. Para 
tanto, nada melhor do que aquela explicação do nosso querido e genial Márcio. 
 
#AGUENTAFIRME #ÉSÓMAISESSA #DAQUIPRAPOSSE #AJUDAMARCINHO 
 
O que é o procedimento de dúvida? A dúvida é um procedimento administrativo iniciado pelo titular da 
serventia extrajudicial, a requerimento do apresentante, nas situações em que houver divergência sobre 
alguma exigência que seja feita pelo Oficial e com a qual o apresentante não concorde. 
Quem suscita a dúvida? O Oficial (Registrador). É ele quem suscita a dúvida (a requerimento do 
interessado). 
 
Procedimento: Encontra-se previsto no art. 198 da Lei nº 6.015/73. Se o Oficial entender que existe 
exigência a ser satisfeita, ele deverá indicá-la por escrito para que o apresentante atenda. 
 
Caso o apresentante não se conforme com a exigência feita, ou se não puder atendê-la, ele poderá 
requerer que o título e a declaração de dúvida sejam remetidos ao juízo competente para dirimi-la, 
obedecendo-se ao seguinte: 
I - o Oficial anotará no Protocolo, à margem da prenotação, a ocorrência da dúvida; 
Il - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, o Oficial deverá rubricar todas as 
suas folhas; 
III - em seguida, o Oficial: 
• dará ciência dos termos da dúvida ao apresentante, ou seja, fornecerá a ele, por escrito, as razões 
pelas quais não aceitou fazer o registro; e 
• notificará o apresentante para, no prazo de 15 dias, impugnar essas razões, ou seja, para apresentar os 
argumentos pelos quais não concorda com a exigência feita. 
 
IV - certificado o cumprimento do disposto no item III, as razões da dúvida e o título deverão ser 
remetidos ao juízo competente, mediante carga. 
 
 
Caso o interessado não impugne a dúvida no prazo de 15 dias: não há problema 
 
Oitiva do MP (prazo: 10 dias): Art. 200. Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado 
apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias. 
 
Diligências: Art. 201. Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no prazo de quinze 
dias, com base nos elementos constantes dos autos. 
 
Produção de provas: Não é possível a dilação probatória, pois se trata de procedimento especial e 
sumário (posição da maioria da doutrina). Assim, o exame de questões mais complexas, que envolvam 
produção de provas deverá ser resolvida pela jurisdicional adequada. 
É possível a intervenção de terceiros no procedimento de dúvida? NÃO. 
 
Sentença: A dúvida é decidida por sentença, que deverá ser prolatada no prazo de 15 dias. 
Apesar de o art. 202 da LRP utilizar o nome "sentença", a doutrina e a jurisprudência entendem que não 
se trata de uma sentença igual àquela prevista no art. 203, § 1º, do CPC/2015. A sentença do 
 
89 
 
procedimento de dúvida (art. 202 da LRP) é um ato decisório administrativo, que não se reveste das 
mesmas características da sentença judicial, não resultando de quaisquer das hipóteses previstas nos 
arts. 485 e 487 do CPC/2015. 
 
Juízo competente: O juízo competente é previsto na Lei de Organização Judiciária. Em geral, é o Juiz da 
Vara de Registros Públicos. 
 
Resultado da sentença (art. 203): Transitada em julgado a decisão da dúvida, proceder-se-á do seguinte 
modo: 
I - se for julgada PROCEDENTE (o Oficial tinha razão): não é efetuado o registro. Os documentos são 
devolvidos à parte, independentemente de translado, dando-se ciência da decisão ao Oficial, para que a 
consigne no Protocolo e cancele a prenotação. 
 
II - se for julgada IMPROCEDENTE (o Oficial não tinha razão): é efetuado o registro. O interessado 
apresentará, de novo, os seus documentos, com o respectivo mandado, ou certidão da sentença, que 
ficarão arquivados, para que, desde logo, se proceda ao registro, declarando o oficial o fato na coluna 
de anotações do Protocolo. 
 
Recurso cabível contra a sentença: APELAÇÃO. Aqui também é importante esclarecer que esta 
"apelação" prevista no procedimento de dúvida não é igual à apelação do art. 1.009 do CPC/2015. A 
apelação do procedimento de dúvida (art. 202 da LRP) tem natureza administrativa e a apelação do CPC 
é recurso judicial. 
 
Quem julga apelação no procedimento de dúvida: Depende da Lei de Organização Judiciária. Em regra é 
a Corregedoria Geral de Justiça. 
 
Inexistência de coisa julgada: Qualquer que seja a decisão proferida no procedimento de dúvida, sobre 
ela não pesarão os efeitos da coisa julgada judicial. Isso significa dizer que a discussão pode ser reaberta 
no campo jurisdicional, por meio de um processo judicial. 
 
 
39. Interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. Defesa dos interesses 
difusos, coletivos e individuais homogêneos em juízo: princípios gerais. 
O tema será estudado com calma em outras disciplinas. 
 
40. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal 
Finalmente, o último tópico. Como você tem fácil acesso às súmulas, vou anotar aqui apenas aquelas que 
considero mais importantes, ok? De todo modo, já fica a recomendação para que você leia todas elas!!! 
 
#DESPENCAEMPROVAOBJETIVA #SÚMULAS #JURISÉTUDO 
 
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
 
 
90 
 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, 
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
 
Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a título de 
participação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo prescricional 
é de vinte anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de 
cinco anos se houver previsão contratual de ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula nesse 
sentido, observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028. 
 
Súmula 380-STJ: A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da 
mora do autor. De juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada 
do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas 
operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. 
 
Súmula 538-STJ As administradoras de consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa de 
administração, ainda que fixada em percentual superior a dez por cento. 
 
Súmula 539-STJ: É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em contratos 
celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP n. 
1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170- 36/2001), desde que expressamente pactuada. 
 
Súmula 541-STJ: A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da 
mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada. 
 
Súmula 529-STJ:No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo 
terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano. 
 
Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo 
proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado. 
 
Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça 
trabalho remunerado. 
 
Súmula 54-STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual. 
 
Súmula 227-STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
 
Súmula 385-STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por 
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
 
 
91 
 
Súmula 37-STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo 
fato. 
 
Súmula 387-STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
 
Súmula 388-STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da 
imagem de pessoa com fins econômicos ou empresariais. 
 
Súmula 540-STJ: Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os 
foros do seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu. 
 
Súmula 544-STJ: É válida a utilização de tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados para 
estabelecer a proporcionalidade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez também na 
hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da entrada em vigor da Medida Provisória nº 451/2008. 
 
Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será 
paga de forma proporcional ao grau da invalidez. 
 
Súmula 257-STJ: A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados 
por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da 
indenização. 
 
Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente fixada. 
 
Súmula 426-STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da citação. 
 
Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório DPVAT prescreve em três anos. 
 
Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não 
é elidida, por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
 
Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente 
responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave. 
 
Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo cláusula 
expressa de exclusão. 
 
Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do 
dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação. 
 
Súmula 229-STJ: O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição 
até que o segurado tenha ciência da decisão. 
 
 
92 
 
Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um 
ano. 
 
Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado 
fiduciariamente. 
 
Súmula.92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de 
registro do veículo automotor. 
 
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
 
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual 
não anuiu. 
 
Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das 
benfeitorias e ao direito de retenção. 
 
Súmula 543-STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel 
submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas 
pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente 
vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. 
 
Súmula 63-STJ: São devidos direitos autorais pela retransmissão radiofônica de música em 
estabelecimentos comerciais. 
 
Súmula 228-STJ: É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral. 
 
Súmula 478-STJ: Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o 
hipotecário. 
 
Súmula 237-STF: O usucapião pode ser arguido em defesa. 
 
Súmula 415-STF: Servidão de trânsito não titulada, mas tomada permanente, sobretudo pela natureza 
das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito a proteção possessória. 
 
Súmula 197-STJ: O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens. 
 
Súmula 149-STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de 
herança. 
 
Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz 
presunção "juris tantum" de paternidade. 
 
Súmula 277-STJ: Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir 
da citação. 
 
93 
 
 
Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de 
investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos. 
 
Súmula 358-STJ: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à 
decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. 
 
Súmula 309-STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as 
três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. 
 
Súmula 49-STF: A cláusula de inalienabilidade inclui a incomunicabilidade dos bens. 
 
Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o 
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral. 
 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL27 
 
1. Origens e história do Direito Comercial. Teoria dos atos de comércio. 
Teoria da empresa e atividade empresarial e mercado. 
 
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO TEORIA DA EMPRESA 
Empresário é quem pratica os chamados atos de 
comércio, previstos expressamente na legislação. 
Foi o modelo do CC/1850. O problema é que 
muitas atividades ficavam de fora, o que gerava 
dificuldades práticas, já que, por não serem 
consideradas atividades empresariais, elas não 
podiam utilizar certos instrumentos tipicamente 
comerciais (ex. falência). 
Empresário é quem exerce “empresa”, ou seja, 
quem executa atividade econômica organizada 
destinada à produção e circulação de bens e 
serviços. Foi a teoria adotada pelo CC/02. 
 
#DEOLHONOARTIGO 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada 
para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. 
 
Teoria dos atos de comércio 
 
27 Por Luiz Fernando. 
 
Obs. O material foi produzido com base na FUC, no resumo do João Paulo Lordelo, nas anotações pessoais de minha 
autoria e, principalmente, a partir do livro do André Luiz Santa Cruz Ramos, do qual eu extraí quase todos os quadros 
sinópticos que ilustramo material. 
 
94 
 
Adoção de critério formal para enquadramento dos agentes econômicos 
Regra 
Abrangia todos aqueles que praticassem algum 
dos atos de comércio (rol enumerativo) 
Exceção 
Não abrangia aqueles que exerciam atividades 
previstas no rol enumerativo, tais como 
prestadores de serviço e negociadores de 
imóveis 
Sujeição ao regime jurídico comercial Não sujeição ao regime jurídico comercial 
 
 
2. O Direito Civil e o Direito Comercial: autonomia ou unificação. Fontes do Direito 
Comercial. Os perfis do mercado. 
 
Fontes do Direito Empresarial 
Fontes formais Fontes materiais 
Primárias ou diretas Subsidiárias ou indiretas 
Exemplo: fatores 
econômicos 
• Código Comercial de 
1850 (só comércio 
marítimo) 
• Código Civil de 2002 
(normas empresariais 
gerais) 
• Legislação esparsa* 
Usos e costumes 
mercantis 
Normas civis, 
especialmente no 
campo das obrigações 
e dos contratos 
• Usos de direito 
(ou usos 
propriamente 
ditos) 
• Usos de fato (ou 
usos 
convencionais) 
 
*Exemplos (microssistemas): Lei nº 8934/94 (registro de empresas); Lei 6404/76 (direitos societário); LC 
123/06 (microempresas e empresas de pequeno porte) 
 
3. Princípios constitucionais econômicos e sua instrumentalidade para o funcionamento do 
mercado. 
 
#BASTAALEI 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, 
 
95 
 
observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
 Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
 
 
4. Direito de Empresa no Código Civil A empresa e o empresário. Noção econômica e 
jurídica de empresa. Empresário e sociedade empresária. A atividade empresarial. 
Capacidade. Empresário rural. Obrigações gerais dos empresários. 
 
Como vimos acima, o CC/02 adotou a TEORIA DA EMPRESA, de modo que todo aquele que exerce 
empresa (atividade) será considerado empresário. Veja a síntese do art. 966, e de seu importante 
parágrafo único28: 
 
Teoria da 
empresa 
Regra: 
Adoção de critério 
material par 
enquadramento dos 
agentes econômicos 
Art. 966 do CC 
• Profissionalmente 
• Atividade econômica 
• Organizada 
• Produção ou circulação de bens ou serviços 
Exceção: 
Adoção de outros 
critérios para 
determinados agentes 
econômicos específicos 
Profissionais intelectuais 
Regra 
Exceção: quando o exercício 
da profissão constitui 
elemento de empresa 
Exercente de atividade 
rural 
 
Regra 
Exceção: quando optar por 
registro na Junta Comercial 
(natureza constitutiva) 
 
28 Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de 
empresa. 
 
96 
 
Cooperativas 
Sociedade por ações 
Sociedades de advogados 
 
 Sujeição ao regime jurídico empresarial 
 Não sujeição ao regime jurídico empresarial 
 
 
 
 
#ATENÇÃONODETALHE: 
Empresário é gênero. Empresário é todo aquele que exerce a atividade empresa. Se o exercente for uma 
pessoa física, chamamos essa pessoa de EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Por outro lado, se o exercente for 
uma pessoa jurídica, então a chamamos de SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou de EIRELI, que é uma pessoa 
jurídica distinta da sociedade (veremos depois). 
 
#CUIDADO 
Como funciona a responsabilidade do empresário individual? Sua responsabilidade é ilimitada, 
justamente em virtude do fato de que não há a constituição de outra pessoa (outro centro de 
imputação). Sendo assim, os bens individuais do empresário individual respondem pelas dívidas 
contraídas no exercício da empresa. 
O Código Civil cria algumas restrições para que uma pessoa física exerça a atividade empresarial (para 
que se transforme em empresária individual). 
 
Vedações ao exercício de empresa 
Os que não estão no pleno gozo da 
capacidade civil (exceção: exercício de 
atividade empresarial por incapaz, mediante 
autorização judicial – art. 974 do CPC) 
Os legalmente impedidos 
• Art. 1011, §1º do CC: condenados a certos 
crimes relacionados na norma; 
• Art. 117, X da Lei 8112/90: servidores públicos 
federais; 
• Art. 36, I da LC 35/79 – LOMAN: magistrados; 
• Art. 44, III da Lei 8625/93: membros do 
Ministério Público; 
• Art. 29 da Lei 6880/80: militares 
 
 
Quanto ao incapaz, ATENÇÃO PARA AS EXCEÇÕES: 
 
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, CONTINUAR a 
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. 
 
97 
 
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da 
empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, 
ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos 
adquiridos por terceiros. 
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão 
ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que 
conceder a autorização. 
 
#DESPENCAEMPROVA #VAICAIR 
Se o empresário for casado, 
Art. 978. O empresário casado pode, SEM NECESSIDADE DE OUTORGA CONJUGAL, qualquer que seja o 
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. 
 
5. Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Escrituração e 
demonstrações contábeis periódicas. 
 
Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua 
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne 
os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo 
naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em 
contrário”. 
 
Ou seja, o registro NÃO TEM NATUREZA CONSTITUTIVA, exceto para o empresário rural. 
Todavia, se não for registrado, o empresário se torna irregular, sofrendo, com isso, algumas restrições 
impostas pela lei. 
Ex. O empresário irregular não pode, por exemplo, pedir a falência de terceiros, embora possa pedir a 
sua própria falência (autofalência). 
Exibição dos 
livros 
Parcial 
Pode ser determinada de ofício 
ou a requerimento da parte 
interessada 
Cabível em qualquer ação judicial 
Integral 
Só pode ser determinada pelo 
juiz a requerimento da parte 
interessada 
Cabível somente em algumas 
ações relativas a, por exemplo: 
• Comunhão ou sociedade 
• Liquidação de sociedade 
• Sucessão por morte de sócio 
• Administração ou gestão à 
conta de outrem 
• Falência 
•Quando e como determinar a 
lei 
 
6. Empresa individual de responsabilidade limitada. Estabelecimento empresarial. Nome 
empresarial. Direitos e Obrigações relativas à propriedade industrial: Lei nº 9.279, de 
14/5/1996. 
 
98 
 
 
Vamos por partes. 
1. EIRELI 
• (a) Conceito: É uma nova pessoa jurídica de direito privado (associações, sociedade, EIRELI) 
constituída por um único titular, que responde limitadamente pelo resultado da empresa. 
o Conforme vimos acima, a responsabilidade do empresário individual é ilimitada. A ideia 
do legislador, ao criar a EIRELI, foi permitir justamente que uma única pessoa pudesse 
exercer a empresa com responsabilidade limitada. 
 
• (b) Capital mínimo: a lei exige capital mínimo (igual ou superior a 100 vezes o valor do maior 
salário mínimo vigente no país) para a sua constituição. 
 
• (c) Nome empresarial: A EIRELI pode usar tanto firma quanto denominação. 
 
• (d) Limitação de constituição: o § 2.º do art. 980-A do CC diz que “a pessoa natural que 
constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma 
única empresa dessa modalidade”. 
 
2. Estabelecimento 
• (a) Conceito: Trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário 
utiliza no exercício da sua atividade. 
Estabelecimento 
empresarial 
Bens corpóreos 
Mercadorias 
Instalações 
Equipamentos 
Veículos e etc 
Bens incorpóreos 
Marcas 
Patentes 
Direitos 
Ponto 
• (b) Natureza jurídica: a doutrina considerada o estabelecimento empresarial uma 
universalidade de fato, uma vez que os elementos que o compõem formam uma coisa unitária 
exclusivamente em razão da destinação que o empresário lhes dá, e não em virtude de 
disposição legal. 
 
• (c) Contrato de trespasse: é um contrato oneroso de transferência do estabelecimento 
empresarial. 
 
#OLHAOGANCHO – ATENÇÃO PARA A SUCESSÃO EMPRESARIAL 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à 
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de UM ANO, a partir, quanto aos créditos vencidos, da 
publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
 
#GANCHO2 #VAICAIR – CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer 
concorrência ao adquirente, nos CINCO ANOS subsequentes à transferência. 
 
99 
 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista 
neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. 
 
#DEOLHONAJURIS: É válida a cláusula contratual de não concorrência, desde que limitada espacial e 
temporalmente. Isso porque esse tipo de cláusula protege a concorrência e os efeitos danosos 
decorrentes de potencial desvio de clientela, sendo esses valores jurídicos reconhecidos 
constitucionalmente. Assim, quando a relação estabelecida entre as partes for eminentemente 
comercial, a cláusula que estabeleça dever de abstenção de contratação com sociedade empresária 
concorrente pode sim irradiar efeitos após a extinção do contrato, desde que por um prazo certo e 
em determinado lugar específico (limitada temporária e espacialmente). Ex: João resolveu montar 
um quiosque no shopping para vender celulares, cartões pré-pagos etc. Para isso, ele fez um contrato 
com a operadora de celular “XXX” por meio da qual ele somente iria vender os produtos e serviços 
dessa operadora e, em troca, ela ofereceria a ele preços diferenciados, consultoria e treinamento 
para abrir a loja. No contrato assinado com a operadora, havia uma cláusula dizendo que João estava 
proibido, por 6 meses após a extinção do contrato de contratar com qualquer empresa concorrente 
naquela cidade. Essa cláusula de não concorrência é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.203.109-MG, Rel. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/5/2015 (Info 561). 
3. Nome empresarial 
Nome 
empresarial 
Firma 
Deve conter o nome civil do 
empresário ou dos sócios da 
sociedade empresária e pode 
conter ramos de atividade 
Serve de 
assinatura 
do 
empresário 
Contrata 
assinando o 
nome 
empresarial 
Denominação 
Deve designar o objeto da 
empresa e pode adotar nome 
civil ou qualquer outra 
expressão 
Não serve 
de 
assinatura 
do 
empresário 
Contrata 
assinando 
com o nome 
civil do 
representante 
 
Nome 
empresarial 
Firma 
Empresário individual 
Sociedade em nome coletivo 
Sociedade em comandita simples 
Denominação Sociedade anônima 
Firma ou denominação Sociedade limitada 
Sociedade em comandita por ações 
 
4. Propriedade industrial 
• Tema de baixa incidência em provas da magistratura estadual (EM QUE PESE O TJSC!!!!). Para 
eventual questão objetiva, entenda apenas as ideias gerais: 
 
 PATENTE REGISTRO 
 Invenção 
Modelo de 
utilidade 
Desenho industrial Marca 
Duração 
20 anos 
(Mín. 10 anos) 
15 anos 
(Mín. 7 anos) 
10 anos 10 anos 
 
100 
 
Prorrogação Não admite 
Prorrogável por até 
3 períodos de 5 
anos cada 
Prorrogável sem 
limite 
(Requer 1 ano 
antes do término) 
Licença 
Cabe licença compulsória (não é pacífica a possibilidade de 
licença compulsória do desenho industrial) 
Não admite 
Requisitos 
Novidade; 
Atividade inventiva; 
Aplicação industrial; 
Licitude 
Novidade; 
Originalidade; 
Licitude 
 
Novidade relativa; 
Não colidência; 
Licitude 
 
 
7. Disciplina jurídica da concorrência. Concorrência desleal. Repressão civil e penal. 
Infração da ordem econômica. Sanções por infração da ordem econômica. 
 
Meus colegas, tenho certeza que esse ponto nº 7, de baixa incidência em provas da magistratura 
estadual, foi negligenciado, compreensivelmente, pela imensa maioria de vocês. Pensando nisso, resolvi 
explicar o tema com mais vagar, só para que não sejamos surpreendidos no dia 25. Vamos lá. 
 
A Lei Antitruste tem como fundamentos constitucionais o art. 170, que prevê a livre concorrência como 
princípio da ordem econômica, e o art. 173, §4º, que estabelece que “a lei reprimirá o abuso do poder 
econômico que vise a dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário 
dos lucros”. 
 
Vale lembrar que, assim como compete à União, aos Estados e ao DF legislar concorrentemente sobre 
direito econômico, compete a eles a legislação do direito da concorrência. 
 
Esquematicamente, pode-se dizer que o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, que tem missão 
preventiva e repressiva, possui 3 vertentes principais de atuação (finalidades), quais sejam: 
 
1. Controle de estruturas: que visa a prevenção de atos de concentração que possam implicar 
em abuso do poder econômico; 
 
Art. 88. Serão submetidos ao CADE pelas partes envolvidas na operação os ATOS DE CONCENTRAÇÃO 
ECONÔMICA29 em que, cumulativamente: 
I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento 
bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 
400.000.000,00; e 
II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento 
bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 
30.000.000,00. 
 
29 Esses atos que visam a qualquer forma de concentração econômica (horizontal, vertical ou conglomeração), podem se dar 
através de fusão ou de incorporação de empresas, de constituição de sociedade para exercer o controlede empresas ou 
qualquer forma de agrupamento societário. 
 
101 
 
(...) 
§ 2º O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será PRÉVIO e realizado em, no 
máximo, 240 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda. 
(...) 
§ 5º Serão PROIBIDOS os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte 
substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam 
resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6º deste 
artigo. 
§ 6º Os atos a que se refere o § 5º deste artigo poderão ser autorizados, desde que sejam observados os 
limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos: 
I - cumulada ou alternativamente: 
a) aumentar a produtividade ou a competitividade; 
b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou 
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e 
II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes. 
 
 
2. Controle de condutas: em face da qual se busca reprimir condutas anticoncorrenciais; 
 
Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a 
quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que 
temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de 
monopólio legal. 
Art. 32. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e 
a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente. 
Art. 33. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econômico, 
de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem econômica. 
Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser 
desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato 
ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. 
Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de 
insolvência, encerramento ou inatividade da PJ provocados por má administração. 
Art. 35. A repressão das infrações da ordem econômica não exclui a punição de outros ilícitos previstos 
em lei. 
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, INDEPENDENTEMENTE DE CULPA, os atos sob 
qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda 
que não sejam alcançados: 
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; 
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; 
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e 
IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 
(...) 
§ 2º Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de 
alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% ou mais do 
mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da 
economia. 
 
102 
 
(...) 
§ 3º As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem hipótese prevista 
no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da ordem econômica: (...) � ROL 
EXEMPLIFICATIVO. 
Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas nesta Lei, levar-se-á em consideração: 
I - a gravidade da infração; 
II - a boa-fé do infrator; 
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; 
IV - a consumação ou não da infração; 
V - o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre concorrência, à economia nacional, aos consumidores, ou 
a terceiros; 
VI - os efeitos econômicos negativos produzidos no mercado; 
VII - a situação econômica do infrator; e 
VIII - a reincidência. 
 
3. Advocacia da concorrência: assim como o controle de estruturas, apresenta um viés 
preventivo, e consiste em promover a cultura da competição, verificando-se, aqui, forte cunho 
educacional. 
Analisemos, agora, as principais inovações introduzidas pela Lei 12.529/11: 
1ª inovação = Houve alteração do critério de apresentação de uniões empresariais: suprime-se o 
critério de detenção de 20% ou mais do mercado relevante, bem como passa a se exigir que dentre as 
empresas envolvidas uma tenha, ao menos, faturamento de 400 milhões, e outra 30 milhões, 
inaugurando-se o sistema de dupla trava cumulativa. 
� A introdução de uma “segunda trava” constitui inovação importante, uma vez que evita que 
todas as aquisições de empresas muito pequenas por empresas maiores tenham que ser 
notificadas, o que tende a reduzir o número de operações a serem notificadas. 
2ª inovação = O controle dos atos de concentração passa a ser PRÉVIO, isto é, as empresas que 
intencionem promover união empresarial deverão aguardar a decisão favorável do CADE antes de 
realizarem a concentração econômica. 
 
3ª inovação = A nova Lei trouxe a permissão ao CADE para aprovar atos de concentração 
econômica que causam danos graves e substanciais à concorrência, desde que tragam eficiências 
econômicas (ganhos de produtividade e inovações tecnológicas) garantindo aos consumidores o 
repasse de parte relevante de tais benefícios. 
� Anteriormente (Lei nº 8.884/94), o CADE não podia autorizar uniões empresariais que 
causassem danos exagerados à concorrência, ainda que ganhos de eficiência econômica 
fossem produzidos. 
#TEMADAMODA #LAVAJATONAPROVA 
Acordo de leniência 
Assemelha-se à delação premiada e consiste na concessão de benefício ao coautor de conduta 
infracional da ordem econômica que passe a colaborar com as investigações, indicando os demais 
envolvidos e fornecendo provas da ocorrência da infração, que muitas vezes é de difícil obtenção. 
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar acordo de leniência, com a 
extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 a 2/3 da penalidade aplicável, nos 
termos deste artigo, com PF ou PJ que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem 
efetivamente com as investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte: 
 
103 
 
I - a identificação dos demais envolvidos na infração; e 
II - a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação. 
§ 1º O acordo de que trata o caput deste artigo somente poderá ser celebrado se preenchidos, 
cumulativamente, os seguintes requisitos: 
I - a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação; 
II - a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob investigação a partir da 
data de propositura do acordo; 
III - a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a condenação da empresa 
ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo; e 
IV - a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as 
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a 
todos os atos processuais, até seu encerramento. 
§ 2º Com relação às PF, elas poderão celebrar acordos de leniência desde que cumpridos os requisitos II, III e 
IV do §1º deste art. 
§ 3º O acordo de leniência firmado com o Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, estipulará as 
condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo. (...) 
§ 7º A empresa ou PF que não obtiver, no curso de inquérito ou processo administrativo, habilitação para a 
celebração do acordo de que trata este artigo, poderá celebrar com a Superintendência-Geral,até a 
remessa do processo para julgamento, acordo de leniência relacionado a uma outra infração, da qual o 
Cade não tenha qualquer conhecimento prévio. 
§ 9º Considera-se SIGILOSA a proposta de acordo de que trata este artigo, salvo no interesse das 
investigações e do processo administrativo. 
§ 10. Não importará em confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da conduta 
analisada, a proposta de acordo de leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer divulgação. 
§ 12. Em caso de descumprimento do acordo de leniência, o beneficiário ficará impedido de celebrar novo 
acordo de leniência pelo prazo de 3 anos, contado da data de seu julgamento. 
 
O acordo de leniência era, antes, realizado pela Secretaria de Direito Econômico (SDE). Agora, com o 
advento da nova lei, é celebrado pelo CADE, por intermédio da Superintendência-Geral. 
 
 
#OLHAOGANCHO 
O acordo de leniência gera, também, efeitos penais: 
Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei no 8.137, e nos demais crimes 
diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os tipificados na Lei no 8.666,e os tipificados 
no art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848 - Código Penal, a celebração de acordo de leniência, nos termos desta 
Lei, determina a SUSPENSÃO do curso do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia com 
relação ao agente beneficiário da leniência. 
Parágrafo único. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, EXTINGUE-SE AUTOMATICAMENTE A 
PUNIBILIDADE dos crimes a que se refere o caput deste artigo. 
 
8. A atividade empresarial e a publicidade: tutela do consumidor. 
15. O empresário e a relação de consumo. Da tutela contratual dos consumidores. 
 
Esses dois tópicos devem ser estudados em direito do consumidor, pois não há nada de diferente que 
mereça um estudo específico aqui no nosso edital de direito empresarial. 
 
104 
 
9. Teoria Geral do Direito Societário. Ato constitutivo das sociedades. Classificação das 
sociedades. Da sociedade não personificada e personificada. Sociedades simples e 
sociedades empresárias. Registro Público das sociedades. Sociedade rural. 
Desconsideração da personalidade jurídica30. 
 
O direito societário compreende o estudo das sociedades. E as sociedades, por sua vez, são pessoas 
jurídicas de direito privado, decorrentes da união de pessoas, que possuem fins econômicos, ou seja, são 
constituídas com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e repartição dos lucros entre 
seus membros. 
• Sociedades empresárias � exercem empresa, nos termos do art. 966, CC. 
• Sociedades simples � não exercem empresa (ex. art. 966, PU, CC). 
 
#ATENÇÃO 
(I) Sociedade entre cônjuges 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham 
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
(II) Sociedade unipessoal? 
O Brasil admite a constituição de sociedade unipessoal? A resposta é NEGATIVA. Em nosso ordenamento 
jurídico, a pluralidade de sócios é pressuposto de existência de uma sociedade (art. 981 do Código Civil). 
Há apenas um caso excepcional de sociedade unipessoal admitido em nosso ordenamento jurídico. 
Trata-se da chamada sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único 
sócio uma sociedade brasileira (art. 251, § 2.º, da LSA). 
(III) Sociedade nacional 
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a 
sede de sua administração. 
 
Classificação das 
sociedades 
Quanto à 
responsabilidade dos 
sócios 
Ilimitada Sociedade em nome coletivo 
Limitada 
Sociedade anônima 
Sociedade limitada 
Mista 
Sociedade em comandita simples 
Sociedade em comandita por ações 
Quanto ao regime de 
constituição e dissolução 
Contratuais 
Sociedade em nome coletivo 
Sociedade em comandita simples 
Sociedade limitada 
Institucionais 
Sociedade anônima 
Sociedade em comandita por ações 
Quanto à composição De pessoas 
Sociedade em nome coletivo 
Sociedade em comandita simples 
(quanto ao sócio comanditado) 
 Sociedade limitada (salvo previsão 
em sentido contrário no contrato 
social) 
 
30 Para relembrar as hipóteses, dê uma conferida na parte de direito civil do NFPSS. 
 
105 
 
De capital 
Sociedade em comandita simples 
(quanto ao sócio comanditário) 
Sociedade anônima 
Sociedade em comandita por ações 
 
Sociedades no 
CC 
Não Personificadas 
Sociedade em comum 
Sociedade em conta de participação 
Personificadas 
Sociedade limitada 
Sociedade anônima 
Sociedade em nome coletivo 
Sociedade em comandita simples 
Sociedade em comandita por ações 
 
#RESUMEOSTIPOS, COACH!!!!!! 
 
OK!!! As sociedades personificadas serão objeto de tópicos específicos. Vou então, apresentar as 
principais características das sociedades não personificadas, certo? São geralmente as que nos causam 
confusão. 
 
TIPO SOCIETÁRIO 
(NÃO PERSONIFICADO) 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
1. SOCIEDADE EM COMUM 
É a que conhecemos tradicionalmente com os nomes de 
sociedade irregular ou sociedade de fato. Trata-se da 
sociedade que ainda não inscreveu seus atos constitutivos no 
órgão de registro competente. Por não possuírem registro, 
também não possuem personalidade jurídica, logo, a 
responsabilidade dos sócios é ilimitada. 
2. SOCIEDADE EM CONTA DE 
PARTICIPAÇÃO 
A sociedade em conta de participação é o que a doutrina 
chama de sociedade secreta. Ela apresenta duas categorias 
distintas de sócios: o sócio ostensivo e os sócios participantes 
(também chamados de sócios ocultos). A conta de 
participação é uma “sociedade” que só existe internamente, 
ou seja, entre os sócios. Externamente, isto é, perante 
terceiros, só aparece o sócio ostensivo, o qual exerce, em seu 
nome individual, a atividade empresarial, e responde sozinho 
pelas obrigações contraídas. 
 
#ANOTEAÍ #CONCEITOSIMPORTANTES #DESPENCAEMOBJETIVAS 
(i) Subscrição � ato pelo qual o sócio se compromete a transferir determinado montante para compor 
o capital social da sociedade. 
 
106 
 
(ii) Integralização � é o efetivo ato de transferência patrimonial do sócio para a sociedade. 
 
#OLHAOGANCHO – SÓCIO REMISSO 
Sócio remisso é aquele que está em mora com a sociedade. Ou seja, é o sócio que ainda não integralizou 
sua parte no capital social. MUITA ATENÇÃO para o art. 1004, que cai demais: 
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no 
contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela 
sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. 
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a 
exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os 
casos, o disposto no §1º do art. 1.031. 
#SEGUEOGANCHO 
É possível a integralização por meio da prestação de serviços? Em regra, não. Apenas a sociedade 
simples pura é que admite esse tipo de operação. 
 
10.Sociedade limitada. 
#SELIGANORESUMO 
IDEIAS GERAIS 
Trata-se do tipo societário mais utilizado no Brasil. Isso se deve, 
basicamente, a dois fenômenos: (i) a responsabilidade dos sócios é 
LIMITADA e (ii) a sociedade é CONTRATUAL, o que permite maior 
flexibilidade aos sócios. 
CONTRATO SOCIAL 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular 
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
I - nome, nacionalidade,estado civil, profissão e residência dos sócios, se 
pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos 
sócios, se jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo 
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação 
pecuniária; 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em 
serviços; 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e 
seus poderes e atribuições; 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais. 
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto 
separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato. 
CAPITAL SOCIAL 
Corresponde ao montante de contribuições dos sócios para a sociedade, 
a fim de que ela possa cumprir seu objeto social. O capital social deve ser 
sempre expresso em moeda corrente nacional. 
Opções para o 
sócio remisso 
Purgar a mora e 
indenizar a 
 
107 
 
sociedade pelos 
danos 
emergentes da 
mora 
Sujeitar-se à 
cobrança judicial 
 
Exclusão da 
sociedade 
Com diminuição do capital 
social 
OU 
Com a aquisição das ações 
pelos sócios, terceiros ou 
pela própria sociedade 
 
RESPONSABILIDADE 
DOS SÓCIOS 
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é 
restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente 
pela integralização do capital social. 
CONSELHO FISCAL 
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o 
contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e 
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na 
assembleia anual prevista no art. 1.078. 
§ 1º Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis 
enumerados no § 1º do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da 
sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer 
delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes 
até o terceiro grau. 
§ 2º É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos 
um quinto do capital social, o direito de eleger, separadamente, um dos 
membros do conselho fiscal e o respectivo suplente. 
EXCLUSÃO 
EXTRAJUDICIAL DE 
SÓCIO MINORITÁRIO 
Exclusão 
de sócio 
na LTDA. 
Minoritário 
Simples alteração contratual desde que 
o contrato social permita e que haja 
deliberação em assembleia 
OU 
Decisão judicial caso o contrato social 
não permita a exclusão do sócio 
Majoritário Apenas judicialmente 
 
 
11. Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76). 
 
A lei da S.A é muito grande e complexa. Justamente por isso, acaba sendo negligenciada pelos 
candidatos. Vou tentar pinçar alguns temas importantes. No entanto, desde já te aviso que, embora de 
expressa relevância prática, felizmente, a lei de S.A não é frequentemente abordada em provas 
objetivas dos concursos públicos. Portanto, nada de desespero. 
 
CONCEITO 
As sociedades anônimas são espécies de sociedades estatutárias, 
também chamadas de “institucionais”. Constituem-se, assim, por meio 
de um estatuto social e seu capital está dividido em frações 
denominadas ações. Cada sócio é titular de determinado número de 
 
108 
 
ações, sendo chamado de acionista. 
 
NOME EMPRESARIAL 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do 
objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou 
"companhia", por extenso ou abreviadamente. 
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, 
acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação 
da empresa. 
 
TIPOS DE S.A 
ABERTA – aquela que negocia seus valores mobiliários no mercado de 
capitais (formado pela bolsa de valores e pelo Mercado de balcão). Para 
tanto, é necessária uma prévia autorização e registro perante a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
FECHADA – aquelas que não negociam seus valores mobiliários no 
mercado de capitais. 
 
VALORES MOBILIÁRIOS EMITIDOS PELA S.A 
Valores mobiliários 
Ações 
Com valor nominal 
Debêntures 
Bônus de subscrição 
Notas promissórias 
Partes beneficiárias Sem valor nominal 
 
(i) AÇÕES – são bens móveis que representam frações em que está dividido o capital social, 
concedendo ao seu titular um complexo de direitos e deveres. São indivisíveis em relação à 
companhia. 
 
(ii) DEBÊNTURES – são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a 
companhia, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. 
 
(iii) PARTES BENEFICIÁRIAS - são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social. 
São emitidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado. 
 
(iv) BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO – são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições 
constantes do certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do 
aumento do capital social autorizado no estatuto, antes de qualquer outro. 
 
(v) COMMERCIAL PAPER – são espécies de notas promissórias e servem para a captação de recursos 
no mercado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo. 
ÓRGÃOS DA S.A 
Órgãos 
sociais 
Assembleia-geral 
Caráter exclusivamente deliberativo que reúne todos os 
acionistas (com ou sem direito a voto). 
Conselho de 
Administração 
Caráter deliberativo e com vistas a agilizar as decisões da 
Cia. (mínimo 3 membros, acionistas ou não). 
Diretoria 
Órgão de representação legal da S/A e execução das 
deliberações da assembleia-geral ou do Conselho de 
 
109 
 
 
Administração (mínimo 2 membros, acionistas ou não). 
Conselho Fiscal 
Órgão colegiado de fiscalização dos órgãos de 
administração (existência obrigatória e funcionamento 
facultativo; mínimo de 3 e máximo de 5 membros, 
acionistas ou não). 
 
 
OPERAÇÕES 
SOCIETÁRIAS 
(A) TRANSFORMAÇÃO: ocorre quando há mudança de tipo societário, ou 
seja, de uma S/A para LTDA ou vice-versa, independentemente, de dissolução 
e liquidação de um tipo para outro. 
(B) FUSÃO: ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se 
extinguem, para formar uma NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos 
os direitos e obrigações. 
 
(C) INCORPORAÇÃO: uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que 
lhe sucede em todos os direitos e obrigações. As sociedades absorvidas 
extinguem-se. 
 
(D) CISÃO: é a operação pela qual a companhia transfere parcela do seu 
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver a transferência de 
todo o seu patrimônio (total), ou dividindo-se o seu capital (parcial). 
 
12. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Letra de câmbio, 
nota promissória, cheque, duplicata. Títulos de crédito impróprios. Títulos bancários. 
Títulos do agronegócio. Títulos eletrônicos ou virtuais. 
 
Meus queridos alunos ciclos, algumas pessoas pediram uma explicação mais detalhada sobre os títulos 
de crédito. Por coincidência, foi justamente no momento em que eu estava preparando este material. 
Portanto, para te ajudar, vou me estender um pouquinho nessa parte do resumo, ok? 
o Atenção para um pequeno detalhe: a explicação mais profunda e densa pode ser 
encontrada na nossa FUC de títulos de crédito. Está tudo lá. Minha preocupação neste 
momento, até mesmo pela proposta do NFPSS, é te lembrar algunsconceitos importantes. 
 
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS GERAIS 
• Acompanhe a definição legal: 
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e 
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei. 
• Características gerais: os títulos de crédito (i) são DOCUMENTOS FORMAIS, por precisarem 
observar os requisitos essenciais previstos na legislação cambiária, (ii) são considerados BENS 
MÓVEIS (nesse sentido, aliás, dispõem os arts. 82 a 84 do Código Civil), sujeitando-se aos 
princípios que norteiam a circulação desses bens, como o que prescreve que a posse de boa-fé 
vale como propriedade, e (iii) são TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO, por serem documentos 
necessários ao exercício dos direitos neles contidos. Outra característica dos títulos de crédito é 
que eles (iv) constituem TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS. 
 
2. PRINCÍPIOS 
 
110 
 
Títulos de crédito 
Princípios 
informadores 
Cartularidade 
 
Literalidade 
Autonomia 
Abstração 
Inoponibilidade das 
exceções pessoais aos 
terceiros de boa-fé 
Principais 
características 
• Natureza essencialmente comercial; 
• Documentos formais; 
• Natureza de bens móveis; 
• São títulos de apresentação; 
• Constituem títulos executivos extrajudiciais; 
• Representam obrigações quesíveis; 
• É título de resgate; 
• É título de circulação 
 
#SELINANOCONCEITO 
 
o (a) Cartularidade � o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a sua 
posse legítima. 
#DOUTRINANELES 
 
O princípio da cartularidade ou incorporação, atualmente, vem sendo posto em xeque, em virtude 
do crescente desenvolvimento tecnológico e da consequente criação de títulos de crédito 
magnéticos, ou seja, que não se materializam numa cártula. É o que se chama de 
DESMATERIALIZAÇÃO (OU LIQUEFAÇÃO) DOS TÍTULOS DE CRÉDITO. 
 
o (b) Literalidade� o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Nem mais, nem menos. Em 
outros termos, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no 
próprio título produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador. 
 
o (c) Autonomia � o título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, 
autônomo, originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. Melhor 
dizendo: o legítimo portador do título pode exercer seu direito de crédito sem depender das 
demais relações que o antecederam, estando completamente imune aos vícios ou defeitos que 
eventualmente as acometeram. 
 
#FIQUEDEOLHO 
Há dois subprincípios que decorrem do princípio da autonomia. São eles: 
(i) Abstração: Segundo o subprincípio da abstração, entende-se que quando o título circula, ele se 
desvincula da relação que lhe deu origem. 
(ii) Inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé: os vícios relativos à relação que 
originou o título não são oponíveis contra terceiro de boa-fé, que recebeu o título legitimamente. 
 
3. CLASSIFICAÇÃO 
 
111 
 
#SELIGANATABELA 
 
CLASSIFICAÇÃO EXPLICAÇÃO 
1. Quanto à forma de 
transferência 
(a) Título ao portador: é aquele que circula pela mera tradição (art. 904 do 
Código Civil), uma vez que neles a identificação do credor não é feita de 
forma expressa. 
 
(b) Título nominal: é aquele que identifica expressamente o seu titular, ou 
seja, o credor. A transferência da titularidade do crédito, pois, não depende 
apenas da mera entrega do documento (cártula) a outra pessoa: é preciso, 
além disso, praticar um ato formal que opere a transferência da titularidade 
do crédito. 
(c) Títulos nominativos: segundo o art. 921 do Código Civil, são aqueles 
emitidos em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro 
específico mantido pelo emitente do título. 
2. Quanto ao modelo 
(a) Título de modelo livre: é aquele para o qual a lei não estabelece uma 
padronização obrigatória, ou seja, a sua emissão não se sujeita a uma forma 
específica preestabelecida. 
(b) Título de modelo vinculado: ao contrário, se submete a uma rígida 
padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo 
feitos legais quando preenchidas as formalidades legais exigidas. 
3. Quanto à estrutura 
(a) Ordem de pagamento (ex. letra de câmbio, cheque e duplicata) = se 
caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas, a partir da 
sua emissão: em primeiro lugar, tem-se a figura do sacador, que emite o 
título, ou seja, ordena o pagamento; em segundo lugar, tem-se a situação 
do sacado, contra quem o título é emitido, ou seja, trata-se da pessoa que 
recebe a ordem de pagamento; por fim, tem-se a figura do tomador (ou 
beneficiário), em favor de quem o título é emitido, isto é, pessoa a quem o 
sacado deve pagar, em obediência à ordem que lhe foi endereçada pelo 
sacador. 
(b) Promessa de pagamento (ex. Nota promissória) = existem apenas duas 
situações jurídicas distintas de um lado tem-se a figura do sacador ou 
promitente, que promete pagar determinada quantia; de outro, tem-se a 
situação do tomador, beneficiário da promessa que receberá o valor 
prometido. 
4. Quanto às hipóteses 
de emissão 
(a) Título causal: é aquele que somente pode ser emitido nas restritas 
hipóteses em que a lei autoriza a sua emissão. É o caso, por exemplo, da 
duplicata. 
(b) Título abstrato: é aquele cuja emissão não está condicionada a nenhuma 
causa preestabelecida em lei. Em síntese: podem ser emitidos em qualquer 
hipótese. É o caso, por exemplo, do cheque, que pode ser emitido para 
documentar qualquer relação negocial. 
 
 
4. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE 
 
 
112 
 
I. LETRA DE CÂMBIO 
ESTRUTURA DO 
TÍTULO 
É um título de crédito que se estrutura como ORDEM DE PAGAMENTO, razão pela 
qual, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas: a) a do sacador, 
que emite a ordem; b) a do sacado, a quem a ordem é destinada; c) a do tomador, 
que é o beneficiário da ordem. 
ACEITE 
Aceite é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor 
principal da letra (aceitante). O aceite, na letra de câmbio, é FACULTATIVO, porém 
irretratável. 
VENCIMENTO 
(a) Dia certo: é a que vence em data preestabelecida pelo sacador, logicamente 
posterior à data do saque. 
 
(b) À vista: é aquela que tem seu vencimento no dia da apresentação do título ao 
sacado. Não há a prefixação de uma data específica, portanto. 
 
(c) A certo termo da vista: é a que vence após um determinado prazo, estipulado 
pelo sacador quando de sua emissão, que começa a correr a partir da vista (aceite) 
do título. 
 
(d) A certo termo da data: também vence após um determinado prazo estipulado 
pelo sacador, mas que começa a correr não a partir do aceite, mas a partir da 
própria emissão (saque) do título. 
 
DATA PARA O 
PAGAMENTO 
Pagamento de uma letra 
de câmbio 
Pagável no exterior 
Deve ser apresentada 
no dia do vencimento ou 
nos dois dias úteis 
seguintes 
Pagável no Brasil 
Deve ser apresentada 
no dia do vencimento 
ou, recaindo em dia não 
útil, no primeiro dia útil 
seguinte 
 
II. NOTA PROMISSÓRIA 
 
ESTRUTURA DO TÍTULO 
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão 
dá origem a duas situações jurídicas distintas: a do sacador ou 
promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor), que emite a nota e 
promete pagar determinada quantia a alguém; e a do tomador, em favor 
de quem a nota é emitida e que receberá a importância prometida. 
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letrade 
câmbio em relação ao endosso, aval e vencimento. 
 
III. CHEQUE 
ESTRUTURA DO TÍTULO 
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em 
razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição 
financeira. É, como visto, um título de modelo vinculado, uma vez que só 
é cheque aquele documento emitido pelo banco, em talonário 
específico, com uma numeração própria 
 
113 
 
CURIOSIDADES 
(a) Lei do Cheque prevê, em seu art. 39, que o banco tem a obrigação 
legal de verificar a regularidade da cadeia de endossos. 
(b) Quando possuírem valor não superior a R$ 100,00 (cem reais), 
podem ser emitidos ao portador. Cheques acima desse valor, todavia, 
deverão ser emitidos nominalmente. 
(c) Embora seja uma ordem de pagamento à vista, popularizou-se 
bastante no Brasil a emissão de cheque para ser pago em data futura 
(cheque pré ou pós-datado). Por ser o cheque uma ordem de 
pagamento à vista, se apresentado o título, o banco é obrigado a pagar. 
No entanto, aquele que apresentou o cheque, nessas condições, será 
civilmente responsabilizado (veremos algumas súmulas logo abaixo). 
MODALIDADES DE 
CHEQUES 
(a) Cheque cruzado: ao ser feito o cruzamento o cheque só pode ser 
pago a um banco ou a um cliente do banco, mediante crédito em conta, 
o que evita, consequentemente, o seu desconto na boca do caixa. 
(b) Cheque visado: aquele em que o banco confirma, mediante 
assinatura no verso do título, a existência de fundos suficientes para 
pagamento do valor mencionado. Ao visar o cheque, o banco garante 
que ele tem fundos e assegura o seu pagamento durante o prazo de 
apresentação. Com o visto, o banco se obriga a reservar a quantia 
constante do cheque durante o período de apresentação. 
(c) Cheque administrativo: é aquele emitido por um banco contra ele 
mesmo, para ser liquidado em uma de suas agências. O banco, portanto, 
é ao mesmo tempo emitente e sacado. 
SUSTAÇÃO DO CHEQUE 
Art. 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê 
de contraordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou 
extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. 
Parágrafo único - A revogação ou contraordem só produz efeito depois 
de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o 
sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos 
termos do art. 59 desta Lei. 
Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o 
portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao 
sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. 
§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contraordem se excluem 
reciprocamente. 
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo 
oponente. 
PRAZO DE APRESENTAÇÃO 
Trata-se do prazo dentro do qual o emitente deverá levar o cheque para 
pagamento junto à instituição financeira sacada. 
 
Se o cheque for “da mesma praça”, o prazo de apresentação é de 30 
dias. Se, todavia, for “de praças diferentes”, o prazo de apresentação 
será de 60 dias. Em ambos os casos, o prazo é contado da data de 
emissão. 
PRESCRIÇÃO 
Art. 59 Prescrevem em 6 (SEIS) MESES, contados da expiração do prazo 
de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador. 
 
114 
 
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do 
cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em 
que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado. 
AÇÃO DE 
LOCUPLETAMENTO 
É uma forma de cobrança do cheque prescrito. 
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros 
obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do 
cheque, PRESCREVE EM 2 (DOIS) ANOS, contados do dia em que se 
consumar a prescrição prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei. 
 
 
IV. DUPLICATA 
ESTRUTURA DO TÍTULO 
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar 
determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de 
regência, quais sejam: (i) uma compra e venda mercantil, ou (ii) um 
contrato de prestação de serviço. 
CARACTERÍSTICAS 
(a) A duplicata só pode ser emitida com dia certo ou à vista. 
(b) É título estruturado como ordem de pagamento 
(c) O ACEITE É OBRIGATÓRIO. 
(d) a duplicata é título de crédito emitido pelo próprio credor 
(vendedor). 
PROCEDIMENTO 
Emitida a duplicata, ela deverá então ser enviada para o devedor 
(comprador), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse 
o aceite, terá que justificar tal ato. O devedor (comprador) se obriga ao 
pagamento desse título independentemente de aceitá-lo 
expressamente. Daí porque se diz que o aceite, na duplicata, pode ser 
expresso (ordinário) ou presumido (por presunção). A grande diferença 
entre o aceite expresso e o aceite presumido se manifesta na execução 
da duplicata. Com efeito, a duplicata aceita expressamente, como é 
título de crédito perfeito e acabado, pode ser executada sem a 
exigência de maiores formalidades. Basta a apresentação do título. No 
entanto, a execução da duplicata aceita por presunção segue regra 
diferente. Além da apresentação do título, são necessários o protesto 
(mesmo que a execução se dirija contra o devedor principal) e o 
comprovante de entrega das mercadorias. Há algumas súmulas 
interessantes sobre o caso, que serão apresentadas logo ali abaixo. 
 
5. ATOS CAMBIÁRIOS 
ENDOSSO 
CONCEITO 
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito 
(endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato cambiário, 
pois, que põe o título em circulação. 
 
#SAIBAADIFERENÇA 
(a) Títulos à ordem � são aqueles transferidos por endosso (a cláusula “à 
ordem” é implícita) 
 
115 
 
(b) Títulos não à ordem � só podem ser transferidos por cessão civil 
EFEITOS 
(a) transfere a titularidade do crédito; 
(b) responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título (se o 
devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante). 
ENDOSSO 
BRANCO 
x 
ENDOSSO 
PRETO 
(i) Endosso branco: O endosso em branco é aquele que não identifica o seu 
beneficiário, chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o 
endossante assina no verso do título, sem identificar a quem está endossando, 
o que acaba, na prática, permitindo que o título circule ao portador, ou seja, 
pela mera tradição da cártula. 
 
(ii) Endosso preto: é aquele que identifica expressamente a quem está sendo 
transferida a titularidade do crédito, ou seja, o endossatário. Assim, só poderá 
circular novamente por meio de um novo endosso, que poderá ser em branco 
ou em preto. Nesse caso, pois, o endossatário, ao recolocar o título em 
circulação, assumirá a responsabilidade pelo adimplemento da dívida, uma vez 
que deverá praticar novo endosso. 
ENDOSSO 
IMPRÓPRIO 
O endosso impróprio compreende duas modalidades distintas: 
(a) endosso-caução (endosso-pignoratício)� caracteriza-se quando o 
endossante transmite o título como forma de garantia de uma dívida contraída 
perante o endossatário. 
 
(b) endosso-mandato (endosso-procuração) � Por meio dele, o endossante 
confere poderes ao endossatário – por exemplo, uma instituição financeira – 
para agir como seu legítimo representante, exercendo em nome daquele os 
direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo etc. 
 
ENDOSSO 
PÓSTUMO 
Esse endosso feito após o protesto ou após o prazo para a realização do 
protesto é chamado pela doutrina de endosso póstumo ou endosso tardio, 
expressões que denotam, claramente, que tal endosso foi levado a efeito tardedemais. Nesse caso, portanto, como a norma acima transcrita deixa claro, o 
endosso não produz os efeitos normais de um endosso, valendo tão somente 
como uma mera cessão civil de crédito. 
ENDOSSO 
X 
CESSÃO CIVIL 
 
Endosso Cessão civil 
O endossante responde pela existência 
do crédito e pela solvência do devedor 
O cedente responde somente 
pela existência do crédito 
Para se defender, o devedor não 
poderá arguir matérias atinentes à sua 
relação jurídica com o endossatário 
(subprincípios da autonomia e 
inoponibilidade das exceções pessoais 
aos terceiros de boa-fé. 
Para se defender, o devedor 
poderá arguir matérias 
atinentes à sua relação jurídica 
com o cessionário 
 
 
 
 
 
116 
 
#MUITAATENÇÃO #CÓDIGOCIVIL 
 
 
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, 
NÃO RESPONDE O ENDOSSANTE PELO CUMPRIMENTO DA PRESTAÇÃO 
constante do título. � O CC inverte a regra da LUG (lei uniforme de Genebra), 
de modo que o endossante não responde pelo pagamento. 
 
AVAL 
CONCEITO 
Ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo pagamento 
da obrigação constante do título. 
 
#OLHAAPEGADINHA 
 
� A LUG admite o AVAL PARCIAL. 
� O CC (art. 897) NÃO ADMITE O AVAL PARCIAL. 
LOCAL 
O local apropriado para a realização do aval é o anverso do título, caso em que 
basta a simples assinatura do avalista. Nada impede, todavia, que o aval seja feito 
no verso da cártula, bastando para tanto, além da assinatura, a expressa menção de 
que se trata de aval. 
PRETO 
x 
BRANCO 
 O aval também pode ser feito em branco, hipótese em que não identifica o 
avalizado, ou em preto, caso em que o avalizado é expressamente indicado. 
Quando o aval é em branco, presume-se que foi dado em favor de alguém: no caso 
da letra de câmbio, presume-se em favor do sacador; nos demais títulos, em favor 
do emitente ou subscritor. 
AVAL 
x 
FIANÇA 
Há três diferenças básicas: 
 
(a) A primeira delas é decorrente da submissão do aval ao PRINCÍPIO DA 
AUTONOMIA, inerente aos títulos de crédito. O aval, por ser um instituto do regime 
jurídico cambial, constitui uma obrigação autônoma em relação à dívida assumida 
pelo avalizado. Assim, se a obrigação do avalizado, eventualmente, for atingida por 
algum vício, este não se transmite para a obrigação do avalista. Na fiança o mesmo 
não ocorre: ela, como obrigação acessória, leva a mesma sorte da obrigação 
principal a que está relacionada. 
 
(b) Outra distinção relevante entre o aval e a fiança diz respeito ao BENEFÍCIO DE 
ORDEM, presente nesta e ausente naquele. De fato, o aval não admite o chamado 
benefício de ordem, razão pela qual o avalista pode ser acionado juntamente com o 
avalizado. Na fiança, todavia, o benefício de ordem assegura ao fiador a 
prerrogativa de somente ser acionado após o afiançado. A responsabilidade do 
fiador é, portanto, subsidiária. 
 
(c) O aval deve ser prestado no próprio título, em obediência ao PRINCÍPIO DA 
LITERALIDADE; já a fiança pode ser prestada em instrumento separado. 
 
117 
 
 
PROTESTO 
CONCEITO 
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse 
fato relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução do 
título ou (iii) a falta de pagamento do título. 
NECESSÁRIO 
x 
FACULTATIVO 
Protesto 
Necessário Contra os coobrigados e endossantes 
Facultativo 
Contra o devedor principal e seu 
avalista 
 
SUSTAÇÃO 
Medida processual muito comum é a cautelar de sustação de protesto. É 
preciso destacar, porém, que ela só é cabível enquanto o protesto ainda não foi 
lavrado. Após a sua lavratura, o máximo que se pode determinar é a sustação 
dos seus efeitos, mas, nesse caso, o protesto permanece incólume e continuará 
registrado nos assentamentos do cartório em que foi lavrado, até que seja feito 
o seu cancelamento. 
 
13. Teoria Geral do direito dos contratos. O Comércio eletrônico. Contratos empresariais. 
Compra e venda mercantil. Contratos de colaboração. 
14. Contratos bancários. Mútuo, fiança, penhor e seguro. Arrendamento mercantil. Fomento 
Mercantil. Franquia. Alienação fiduciária em garantia. Cartões de Crédito. Transporte de 
carga, fretamento e armazenagem. Agenciamento de publicidade. 
 
#VAMOSDETABELA #MEUSQUADRINHOS,MINHAVIDA 
 
CONTRATOS EMPRESARIAIS 
1. COMPRA E VENDA MERCANTIL 
Seguem os requisitos normais previstos no contrato de compra e 
venda disciplinado pelo CC/02. Não há nenhuma especificidade 
digna de nota. 
2. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO 
2.1 Representação 
comercial 
o É modalidade especial de contrato de colaboração em que o colaborador, 
chamado de representante, assume a incumbência de obter pedidos de compra 
e venda para os produtos comercializados pelo colaborado, chamado de 
representado. 
o A representação comercial não se confunde com o mandato, uma vez que o 
representante não tem poderes para concluir os negócios em nome do 
representado. 
o O contrato de representação comercial é um contrato empresarial (entre 
empresários), razão pela qual é inaplicável o CDC. 
o No que se refere à indenização devida em caso de rescisão contratual, 
determina o § 1.° do art. 27 (lei 4.886/65) que “na hipótese de contrato a prazo 
certo, a indenização corresponderá à importância equivalente à média mensal 
da retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos 
meses resultantes do prazo contratual”. 
o A cláusula de exclusividade de zona, nos contratos de representação, é 
 
118 
 
implícita (ATENÇÃO: a cláusula de EXCLUSIVIDADE não é implícita). 
o Os créditos relativos às comissões do representante comercial autônomo 
são equiparados ao crédito trabalhista no processo de falência 
o No caso de resolução imotivada do contrato, aplica-se o art. 34: 
 
Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato 
de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por 
mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no 
contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou 
ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas 
pelo representante, nos três meses anteriores. 
2.2 Franquia 
o De acordo com o art. 2º da lei nº 8.955/1994, “franquia empresarial é o 
sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de 
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou 
semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de 
uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema 
operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração 
direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo 
empregatício”. 
 
o Há na franquia uma clara subordinação empresarial do franqueado em 
relação ao franqueador, sem que exista, todavia, vínculo empregatício. Essa 
subordinação, pois, diz respeito apenas à organização da atividade do 
franqueado, que deve seguir as orientações traçadas pelo franqueador. 
 
o O franqueador interessado em “abrir” franquias deve fornecer aos potenciais 
franqueados uma CIRCULAR DE OFERTA DE FRANQUIA (COF), que conterá os 
dados fundamentais do negócio a ser realizado entre as partes. Assim, sempre 
que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia 
empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma 
circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível. 
 
o A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidatoa franqueado 
no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de 
franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao 
franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este 
 
3. CONTRATOS BANCÁRIOS 
3.1 Mútuo Mesmas considerações já feitas no NFPSS de direito civil. 
3.2 Cartão de crédito 
Trata-se de contrato por meio do qual uma instituição financeira, a operadora do 
cartão, permite aos seus clientes a compra de bens e serviços em 
estabelecimentos comerciais cadastrados, que receberão os valores das 
compras diretamente da operadora. Esta, por sua vez, cobra dos clientes, 
mensalmente, o valor de todas as suas compras realizadas num determinado 
período. Chama-se cartão de crédito, então, o documento por meio do qual o 
cliente realiza a compra, apresentando-o ao estabelecimento comercial 
 
119 
 
cadastrado. 
3.3 Fomento 
(FACTORING) 
Trata-se de um contrato por meio do qual o empresário transfere a uma 
instituição financeira (que não precisa ser, necessariamente, um banco) as 
atribuições atinentes à administração do seu crédito. Algumas vezes, esse 
contrato também envolve a antecipação desse crédito ao empresário. Em 
síntese: a instituição financeira orienta o empresário acerca da concessão do 
crédito a seus clientes, antecipa o valor dos créditos que o empresário possui e 
assume o risco da inadimplência desses créditos. 
3.4 Alienação 
fiduciária 
 em garantia 
Mesmas considerações já feitas no NFPSS de direito civil. 
 
3.5 Arrendamento 
mercantil (LEASING) 
O leasing ou arrendamento mercantil é um contrato de locação em que se 
asseguram ao arrendatário três opções ao final do aluguel: (i) renovar a locação; 
(ii) encerrar o contrato, não mais renovando a locação; (iii) comprar o bem 
alugado, pagando-se o valor residual. Para mais detalhes, confira a tabelinha 
abaixo: 
 
Leasing 
FINANCEIRO 
Leasing 
OPERACIONAL 
Leasing 
DE RETORNO (Lease back) 
Previsto no art. 5º da Resolução 
2.309/96 – BACEN 
Previsto no art. 6º da 
Resolução 2.309/96 – BACEN 
Sem previsão na Resolução 2.309/96 – 
BACEN 
É a forma típica e clássica do leasing 
Ocorre quando uma pessoa jurídica 
(arrendadora) compra o bem 
solicitado por uma pessoa física ou 
jurídica (arrendatária) para, então, 
aluga-lo à arrendatária 
Ocorre quando a arrendadora 
já é proprietária do bem e o 
aluga ao arrendatário, 
comprometendo-se também a 
prestar assistência técnica em 
relação ao maquinário 
Ocorre quando determinada pessoa, 
precisando se capitalizar, aliena seu 
bem à empresa de leasing, que arrenda 
de volta o bem ao antigo proprietário a 
fim de que ele continue utilizando a 
coisa. Em outras palavras, a pessoa 
vende seu bem e celebra um contrato 
de arrendamento com o comprador, 
continuando na posse direta. 
Ex: determinada empresa 
(arrendatária) quer utilizar uma nova 
máquina em sua linha de produção, 
mas não tem recursos suficientes 
para realizar a aquisição. Por este 
motivo, celebra contrato de leasing 
financeiro com um Banco 
(arrendador) que compra o bem e o 
arrenda para que a empresa utilize o 
maquinário 
Ex: a Boeing Capital 
Corporation (arrendadora) 
celebra contrato de 
arrendamento para alugar 
cinco aeronaves à GOL 
(arrendatária) a fim de que 
esta utilize os aviões em seus 
voos. A arrendadora também 
ficará responsável pela 
manutenção dos aviões. 
Ex: em 2011, a Varig, a fim de se 
recapitalizar, vendeu algumas 
aeronaves à Boeing e os alugou de 
volta por meio de um contrato de lease 
back 
O nome completo desse negócio 
jurídico, em inglês, é sale and lease back 
(venda e arrendamento de volta) 
Normalmente, a intenção da 
arrendatária é, ao final do contrato, 
exercer seu direito de compra do bem 
Normalmente, a intenção da 
arrendatária é, ao final do 
contrato, NÃO exercer seu 
direito de compra do bem 
Em geral é utilizado com uma forma de 
obtenção de capital de giro. 
 
 
120 
 
16.Teoria Geral da Falência. Falência na Lei nº 11.101/2005. Órgãos da falência. Efeitos da 
falência. Processo de falência. Pedidos de restituição. Da ineficácia e da revogação de atos 
praticados antes da falência. Realização do ativo. Classificação e pagamento dos credores. 
Encerramento da falência. Liquidação extrajudicial de instituições financeiras e entidades 
equiparadas. 
 
FALÊNCIA 
CONCEITO 
Trata-se de execução especial, na qual todos os credores deverão ser reunidos 
em um único processo, para a execução conjunta do devedor. Em vez de se 
submeter a uma execução individual, pois, o devedor insolvente deverá se 
submeter a uma execução concursal, em obediência ao princípio da par conditio 
creditorum, segundo o qual deve ser dado aos credores tratamento isonômico. 
PRINCÍPIOS 
(i) Princípio da preservação da empresa � Essa atividade (empresa) pode 
continuar sob a responsabilidade de outro empresário (empresário individual 
ou sociedade empresária). 
 
(ii) Princípio da maximização dos ativos � evitando-se a desvalorização e a 
deterioração, consegue-se fazer com que no momento da venda esta seja feita 
por um preço justo, o que em última análise interessa aos credores da massa, 
visto que o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento de seus créditos. 
PRESSUPOSTOS 
Pressupostos 
da falência 
Pressuposto material 
subjetivo 
Devedor empresário 
Pressuposto material 
objetivo 
Insolvência (jurídica ou 
presumida) do devedor 
Pressuposto formal 
Sentença declaratória de 
falência (natureza 
constitutiva) 
 
SUJEITO 
PASSIVO 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; � A lei não distingue 
entre prestadora de serviço público ou exploradora de atividade econômica. 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de 
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras 
entidades legalmente equiparadas às anteriores. � Tais agentes possuem, na 
verdade, leis específicas que disciplinam o tratamento jurídico de sua 
insolvência, submetendo-os a um processo especial de liquidação extrajudicial. 
Citem-se, por exemplo, a Lei 6.024/1974, aplicável às instituições financeiras, e 
o Decreto-lei 73/1966, aplicável às seguradoras. 
SUJEITO 
ATIVO 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: 
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; 
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo 
da sociedade; 
 
121 
 
IV – qualquer credor. 
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas 
que comprove a regularidade de suas atividades. 
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às 
custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei. 
COMPETÊNCIA 
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, 
deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal 
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do 
Brasil. 
Art. 6º. § 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial 
previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de 
falência, relativo ao mesmo devedor. 
SISTEMAS 
Sistemas 
determinantes da 
insolvência 
Estado 
patrimonial 
deficitário 
Insuficiência do 
ativodo 
empresário para 
saldar o seu 
passivo 
 
Cessação de 
pagamentos 
Presunção de 
insolvabilidade 
Impontualidade 
Não pagamento 
injustificado de 
determinada 
obrigação líquida 
no seu 
vencimento 
Adotados 
pelo Decreto-
lei 7661/45 e 
mantidos pela 
Lei 11.10/05 
Enumeração legal 
Prática de atos de 
falência 
 
RESPOSTA 
DO 
DEVEDOR 
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no PRAZO DE 10 
(DEZ) DIAS. 
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 
desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor 
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e 
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso 
julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do 
valor pelo autor. � DEPÓSITO ELISIVO. 
RECURSO 
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga 
a improcedência do pedido cabe apelação. 
EFEITOS DA FALÊNCIA 
Efeitos 
da 
falência 
Em relação à 
pessoa do 
devedor 
• Falência dos sócios de responsabilidade limitada. 
• Apuração de eventual responsabilidade pessoal 
dos sócios de responsabilidade limitada (ação 
prescreve em 2 anos); 
• Inabilitação empresarial; 
• Perda do direito de administração dos seus bens 
e disponibilidade sobre eles (formação da massa 
falida objetiva; 
• Não pode ausentar-se do lugar da falência sem 
 
122 
 
autorização do juiz; 
• Comparecimento a todos os atos da falência; 
• Suspensão do direito ao sigilo à correspondência 
e ao livre exercício da profissão; 
• Dever de colaboração com a administração da 
falência; 
Em relação 
aos bens do 
devedor 
• Formação da massa falida objetiva (arrecadação 
de todos os bens do devedor, exceto os 
absolutamente impenhoráveis) 
• Suspensão do exercício do direito de retenção 
(sobre os bens sujeitos à arrecadação), de retirada 
ou recebimento do valor de quotas ou ações por 
parte dos sócios da sociedade falida; 
• Vencimento antecipado das dívidas do devedor 
e dos sócios ilimitada e solidariamente 
responsáveis (com abatimento proporcional dos 
juros e conversão de todos os créditos em moeda 
estrangeira para a moeda do País); 
• Limitação à compensação de dívidas do devedor 
até o dia da decretação da falência; 
• Inexigibilidade de juros vencidos, previsto em lei 
ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para 
o pagamento dos credores subordinados; 
• Continuidade dos contratos que puderem ser 
cumpridos e que possam reduzir ou evitar o 
aumento do passivo. 
Em relação 
às 
obrigações 
do devedor 
• Formação da massa falida subjetiva 
(procedimento de verificação e habilitação dos 
créditos). 
Em relação 
aos credores 
do falido 
• Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos 
atos). 
Em relação 
aos atos do 
falido 
• Fixação do termo legal da falência (ineficácia dos 
atos). 
 
PERÍODO “SUSPEITO” 
A lei de falência contempla uma série de regras específicas que estabelecem a 
ineficácia de certos atos praticados pelo devedor falido antes da decretação da 
falência, e o reconhecimento da ineficácia desses atos perante a massa, 
consequentemente, permitirá que mais bens sejam incorporados a ela. 
ATOS OBJETIVAMENTE 
INEFICAZES 
O art. 129 traz os atos objetivamente ineficazes, uma vez que o reconhecimento 
de sua ineficácia independe da demonstração de fraude do devedor ou de 
conluio com o terceiro que com ele contratou. 
ATOS SUBJETIVAMENTE 
INEFICAZES 
Os atos com ineficácia subjetiva só terão reconhecida a sua ineficácia se forem 
provados (i) a intenção de prejudicar os credores, (ii) o conluio fraudulento 
entre o devedor e o terceiro que contratou com ele e (iii) o real prejuízo da 
massa. 
 
SUCESSÃO EMPRESARIAL 
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou 
de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este 
artigo: 
 
123 
 
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 
desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; 
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e NÃO HAVERÁ 
SUCESSÃO do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza 
tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes 
de trabalho. � O CTN já foi modificado para se adaptar a essa nova realidade. 
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o 
arrematante for: 
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consangüíneo ou 
afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou 
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. 
CRÉDITOS 
EXTRACONCURSAIS 
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com 
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os 
relativos a: 
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos 
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho 
relativos a serviços prestados após a decretação da falência; 
II – quantias fornecidas à massa pelos credores; 
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e 
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; 
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha 
sido vencida; 
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a 
recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da 
falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da 
falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
CLASSIFICAÇÃO DOS 
CRÉDITOS 
CONCURSAIS 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e 
cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de 
trabalho; 
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias; 
IV – créditos com privilégio especial, a saber: 
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição 
contrária desta Lei; 
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada 
em garantia; 
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das 
microempresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar 
no 123, de 14 de dezembro de 2006 
V – créditos com privilégio geral, a saber: 
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; 
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; 
 
124 
 
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária 
desta Lei; 
VI – créditos quirografários, a saber: 
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; 
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens 
vinculados ao seu pagamento; 
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o 
limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; 
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou 
administrativas, inclusive as multas tributárias; 
VIII – créditos subordinados, a saber: 
a) os assim previstos em lei ouem contrato; 
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor 
do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua 
venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem 
individualmente considerado. 
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao 
recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade. 
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as 
obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência. 
§ 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados 
quirografários. 
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
DO FALIDO 
Art. 158. Extingue as obrigações do falido: 
I – o pagamento de todos os créditos; 
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta 
por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da 
quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a 
integral liquidação do ativo; 
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da 
falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto 
nesta Lei; 
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, 
se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. 
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido 
poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas 
extintas por sentença. 
§ 1º O requerimento será autuado em apartado com os respectivos documentos 
e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação. 
§ 2º No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação do edital, qualquer 
credor pode opor-se ao pedido do falido. 
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá sentença e, se o 
requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as 
obrigações na sentença de encerramento. 
§ 4º A sentença que declarar extintas as obrigações será comunicada a todas as 
pessoas e entidades informadas da decretação da falência. 
 
125 
 
§ 5º Da sentença cabe apelação. 
§ 6º Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência. 
Art. 160. Verificada a prescrição ou extintas as obrigações nos termos desta Lei, 
o sócio de responsabilidade ilimitada também poderá requerer que seja 
declarada por sentença a extinção de suas obrigações na falência. 
 
 
 
 
17.Teoria Geral da Recuperação da empresa. Recuperação judicial e recuperação 
extrajudicial. Órgãos da recuperação judicial. Processo da recuperação. Verificação dos 
créditos. 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
CONCEITO 
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da 
situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a 
manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos 
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua 
função social e o estímulo à atividade econômica. 
AUTOR DO PEDIDO 
Somente EMPRESÁRIOS podem pedir a recuperação judicial, com exceção 
daqueles listados no art. 2º. 
REQUISITOS 
MATERIAIS PARA O 
PEDIDO 
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do 
pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que 
atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: � Fica claro que o 
empresário individual irregular e a sociedade empresária irregular não têm 
direito à recuperação judicial. 
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; � Quando o 
dispositivo em enfoque utiliza a expressão “falido”, está se referindo ao 
empresário individual: se ele já teve sua falência decretada, não pode 
requerer recuperação judicial, salvo se suas obrigações já foram declaradas 
extintas por sentença transitada em julgado. Tratando-se de sociedade 
empresária, será óbice ao deferimento de seu pedido a existência de sócios 
de responsabilidade ilimitada que já tenham tido a sua falência decretada 
anteriormente ou que tenham participado de outra sociedade que teve sua 
falência decretada. 
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial; 
 III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste 
Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio 
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. 
� Perceba-se que, se um sócio minoritário, sem poder de controle ou de 
administração, já tenha eventualmente sido condenado por crimes 
 
126 
 
tipificados na LRE, isso por si só não impede o juiz de deferir o 
processamento do pedido de recuperação da sociedade devedora. 
FASES 
A recuperação judicial possui 3 fases: 
(a) Postulação: inicia-se com o pedido de recuperação e vai até o despacho de 
processamento; 
(b) Processamento: vai do despacho de processamento até a decisão 
concessiva; 
(c) Execução: da decisão concessiva até o encerramento da recuperação 
judicial. 
DEFERIMENTO DO 
PROCESSAMENTO 
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz 
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato (...) 
 
APRESENTAÇÃO DO 
PLANO 
Publicada a decisão que defere o processamento do pedido de recuperação, o 
devedor terá prazo de 60 dias para apresentar ao juízo o seu plano de 
recuperação. 
Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de 
recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da 
relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei. 
CONCESSÃO DA 
RECUPERAÇÃO COM O 
CONSENTIMENTO DO 
CREDORES 
Se os credores consentirem com o plano do devedor, sem a apresentação de 
qualquer objeção, ou se eles aprovarem o plano, com ou sem alterações, na 
assembleia geral, caberá apenas ao devedor providenciar a apresentação de 
certidões negativas de débitos tributários, nos termos previstos pela 
legislação tributária. 
 
CONCESSÃO DA 
RECUPERAÇÃO SEM O 
CONSENTIMENTO DO 
CREDORES 
Art. 58. § 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano 
que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na 
mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: 
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de 
todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; 
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 
desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a 
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; 
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um 
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei. 
§2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 
1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os 
credores da classe que o houver rejeitado. 
NOVAÇÃO 
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos 
anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, 
sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei. 
§ 1º A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título 
executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III,do caput da Lei no 5.869, 
de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 2º Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que 
poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público. 
 
ENCERRAMENTO 
O objetivo do processo de recuperação judicial é propiciar ao devedor as 
condições necessárias à superação de sua crise econômico-financeira. As 
medidas propostas no plano, pois, devem ser levadas a cabo para que surtam 
 
127 
 
os efeitos esperados e permitam que a empresa continue em atividade. 
 
 
CONVOLAÇÃO EM 
FALÊNCIA 
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor 
permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as 
obrigações previstas no plano que se vencerem ATÉ 2 (DOIS) ANOS depois da 
concessão da recuperação judicial. 
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento 
de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da 
recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. 
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42 desta 
Lei; 
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo 
do art. 53 desta Lei; 
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 
4º do art. 56 desta Lei; 
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de 
recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei. 
 
ADENDO CICLOS #SEGUEOJOGO 
SÚMULAS MAIS IMPORTANTES: 
 
1. LIVROS COMERCIAIS 
Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os 
litigantes. 
Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, 
limitado o exame aos pontos objeto da investigação. 
 
2. MARCA 
Súmula 143-STJ: Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso de marca comercial. 
 
3. CONTRATOS BANCÁRIOS 
 
Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já 
integrava o patrimônio do devedor. 
 
Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado 
fiduciariamente. 
 
Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de 
registro do veículo automotor. 
 
Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do 
demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. 
 
 
128 
 
Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de 
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. 
 
Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-
corrente, não é título executivo. 
 
Súmula 300-STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de 
crédito, constitui título executivo. 
 
Súmula 283-STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por 
isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura. 
 
Súmula 285-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a 
multa moratória nele prevista. 
 
Súmula 286-STJ: A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a 
possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores. 
 
Súmula 379-STJ: Nos contratos bancários não regidos por legislação específica, os juros moratórios 
poderão ser fixados em até 1% ao mês. 
 
Súmula 381-STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das 
cláusulas. 
 
Súmula 477-STJ: A decadência do art. 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter 
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários. 
 
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por 
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
 
 
4. SOCIEDADES 
Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não 
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a 
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. 
 
5. TÍTULOS DE CRÉDITO 
Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é 
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula. 
 
Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos. 
 
Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo 
credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
 
129 
 
 
Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao 
mutuante, no exclusivo interesse deste. 
 
Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o 
cheque ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação cambiária. 
 
Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe 
por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando 
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
 
Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos 
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde pelas 
obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário. 
 
Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
 
Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. 
 
6. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Súmula 248-STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título 
hábil para instruir pedido de falência. 
 
Súmula 361-STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige 
a identificação da pessoa que a recebeu. 
 
Súmula 29-STJ: No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e 
honorários de advogado. 
 
Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e 
execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia 
cambial, real ou fidejussória. 
 
 
#UMJULGADOUMAFRASE #TALVEZDUAS #NOMÁXIMOTRÊS 
 
INFORMATIVOS: 
 
1. SOCIETÁRIO 
STJ (595): Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada, de prazo limitado, exerce o direito de 
retirada por meio de inequívoca e incontroversa notificação aos demais sócios, a data-base para a 
apuração de haveres é o termo final do prazo de 60 dias, previsto no art. 1.029 do CC/02. 
 
 
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STJ (595): Excepcionalmente, admite-se a dissolução de S.A (sociedade de capital) na hipótese em que 
houver quebra da confiança entre os sócios. Ex. Sociedade composta por membros da mesma família. 
 
STJ (595): Admite-se a dissolução parcial de S.A. 
 
2. PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
STJ (593): Se o titular da marca autoriza o seu uso até o dia X, então o interesse de agir da ação inibitória 
do uso dessa marca só nasce a partir do dia X. 
 
STJ (585): Em ação de nulidade de registro de marca, a que o INPI não deu causanem ofereceu 
resistência, não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios sucumbenciais. 
 
3. TÍTULO DE CRÉDITO 
STJ (580): O prazo para a ação de locupletamento para a cobrança de nota promissória prescrita é de 03 
ANOS. 
 
STJ (580): O aceite lançado em separado da duplicata não possui eficácia cambiária, por força do 
princípio da literalidade. 
 
STJ (584): A pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão) amplia o prazo de 
apresentação do cheque, mas a irregular não. 
 
STJ (584): Será sempre possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque com 
a indicação do emitente como devedor. 
 
STJ (587): Em ação de cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data da emissão da 
cártula, ao passo que os juros de mora são contados da primeira apresentação do título à instituição 
financeira sacada. 
 
4. CONTRATOS EMPRESARIAIS 
STJ (582): Não é abusiva a previsão contratual que estabelece a duplicação do valor do aluguel, em 
shopping Center, no mês de dezembro. 
STJ (585): Não é abusiva a previsão da cláusula de raio em contrato de shopping Center. 
 
5. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
STJ (589): A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor. 
 
STJ (589): É possível que a maioria dos integrantes da Assembleia-Geral autorize a supressão das 
garantias reais e fidejussórias existentes. 
 
STJ (592): Em liquidação extrajudicial, a decretação da indisponibilidade de bens não retira o interesse, 
pelo MP, de requerer, também, o arrolamento de bens do administrador, pois as duas medidas não se 
confundem. 
 
STJ (580): A nomeação de liquidante só é necessária na hipótese de dissolução total da sociedade, e não 
no caso de simples dissolução parcial.

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