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EMPREENDEDORISMO FEMININO NO BRASIL

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EMPREENDEDORISMO FEMININO NO 
BRASIL 
Tatiany Serafim 
Professor: Renan Silveira Pimentel 
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI 
Administração (EMD15) – Seminário I 
17/MAIO/2018 
 
RESUMO 
Ser empreendedor significa possuir um conjunto de habilidades e atitudes únicas ao 
individuo, por ser capaz de criar novas formas de inovação e modernização, 
impulsionando assim a economia. O empreendedorismo feminino é uma realidade nos 
dias atuais, as mulheres estão assumindo posições de destaque nas grandes 
corporações, e se sobressaem quanto as suas características empreendedoras, pois 
possuem atitudes, ética e habilidades que são exclusivas a elas. Nesta perspectiva, o 
seguinte trabalho tem como principal objetivo analisar o perfil empreendedor da 
mulher brasileira, valorizando a sua ética mora. Desta forma, buscaram-se através do 
estudo bibliográfico, conceitos, fundamentos e pesquisas que ponderaram o perfil 
empreendedor e a ética feminina. Conclui-se que as mulheres possuem muitas 
qualidades quanto sua personalidade empreendedora, por serem autênticas, 
comunicativas, persuasivas, autoconfiantes e muito produtivas. 
Palavras Chaves: Empreendedorismo; personalidade; ética feminina. 
 
INTRODUÇÃO 
O empreendedorismo feminino vem crescendo cada vez mais no Brasil e no 
mundo. Contudo, os desafios da mulher empreendedora ainda são muito diferentes 
daqueles enfrentados pelos homens, muito embora a sua importância para o mercado 
seja indiscutível como você poderá ver neste artigo. 
Nunca antes ouvimos tanto falar sobre esse tema como na atualidade. O 
empreendedorismo feminino tem se destacado e com isso ganhou notoriedade. No 
entanto, observamos que além dos desafios comuns no ato de empreender, as mulheres 
possuem outras dificuldades que precisam administrar para obterem sucesso em sua 
jornada. 
Empreender é transformar, gerar movimento. Quem abre uma empresa cria 
produtos, estabelece novos relacionamentos com fornecedores e colaboradores geram 
emprego e renda e se esforça para atender à demanda de clientes cada vez mais atentos e 
exigentes. Nesse cenário de constante desenvolvimento, a liderança feminina tem 
ganhado cada vez mais força no mercado. 
As mulheres têm aumentado sua representatividade e inovado nas formas de 
trabalho. Com elas, surgem também novos desafios e oportunidades para serem 
exploradas nos negócios. Na mesma medida em que as empreendedoras contribuem 
para o desenvolvimento do país, elas também investem na educação de suas famílias e, 
assim, possibilitam o crescimento de mais pessoas. O empreendedorismo feminino tem 
toda essa força. 
Esse é um caminho de desafios. Mesmo com todo o potencial econômico e 
empreendedor, as mulheres ainda precisam superar algumas barreiras. As empresas 
abertas por elas tendem a ter a vida mais curta. As empresárias têm menos redes de 
contato e nem sempre participam de negócios maiores ou inovadores. 
 Nesta perspectiva, o seguinte trabalho tem como principal objetivo analisar o 
perfil empreendedor da mulher brasileira, valorizando a sua ética mora. Desta forma, 
buscaram-se através do estudo bibliográfico, conceitos, fundamentos e pesquisas que 
ponderaram o perfil empreendedor e a ética feminina. 
2. DESENVOLVIMENTO 
O mundo vem passando por várias transformações em curtos períodos de tempo, 
intensificadas da metade do século XX para cá, período em que os avanços tecnológicos 
mudaram os conceitos e o estilo de vida das pessoas. Toda mudança surge de uma 
inovação, seja do processo de criação de algo novo ou a adaptação ou recriação de algo 
já existente. 
O empreendedor é aquela pessoa capaz de envolver as pessoas e os processos em 
um conjunto harmônico, levando à transformação de ideias em oportunidades e, como 
consequência, transforma isso em um negócio de sucesso. 
Joseph Schumpeter (1949) afirmou que “O empreendedor é aquele que destrói a 
ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação 
de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. 
Já Kizner (1973) tem uma abordagem distinta, afirmando que “o empreendedor 
é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um 
ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente”. 
 
Empreendedorismo feminino pode ser considerado como qualquer ação 
empreendedora que é realizada especialmente por mulheres. Quando falamos de 
empreendedorismo, muitas vezes limitamos nosso pensamento às grandes empresas e 
projetos, mas é importante compreender que, principalmente o empreendedorismo 
feminino, vai muito, além disso. 
 De acordo com Jonathan (2001), 
As principais fontes desta satisfação diferenciada das 
empreendedoras remetem ao ritmo de trabalho, à quantidade 
mínima de interferência de terceiros e aos interesses pessoais 
satisfeitos. Pode-se argumentar, então, que a satisfação das 
empreendedoras se deve ao fato de poder atuar com autonomia 
e ter poder de decisão, fatores importantes na satisfação de 
mulheres que lideram e que predizem o bem-estar psicológico 
de mulheres casadas. (JONATHAN, 2011, p.68) 
Afinal, mais do que apenas ter o próprio negócio e lucrar insanamente com ele, o 
empreendedorismo feminino empodera, dá mais espaço e visibilidade para tratarmos 
sobre questões de gênero, impacta positivamente as comunidades e oferece uma nova 
perspectiva de vida para quem realmente precisa. 
Mais do que como o simples ato de empreender, é importante entender o 
empreendedorismo feminino como um importante instrumento de transformação social. 
Muitas pessoas tendem a achar que ele é apenas uma variação do empreendedorismo 
geral, um termo chato e desnecessário. Mas não! Ele é necessário na medida em que vai 
além do tradicional e se traduz como um movimento importante para dar força e 
visibilidade a outras questões relacionadas ao universo feminino. 
Através do empreendedorismo feminino, muitas mulheres encontram uma forma 
de se sustentar, de ganhar espaço na sociedade, de fazer a diferença em sua família ou 
comunidade e por isso o movimento é tão importante. Alguns estudos hoje já mostram 
que as mulheres, quando empreendem, além de buscarem por lucro, fazem isso para 
terem satisfação pessoal e, principalmente, para que possam trazer algo de bom para o 
mundo. Além do mais, elas também costumam investir prioritariamente na educação de 
sua família, o que é essencial para a sociedade como um todo. 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.1 EMPREENDEDORISMO FEMININO 
Analisando a questão da independência da mulher, Raposo e Astoni (2007) 
ressaltam que foi importante a iniciativa das mulheres em reivindicar seus direitos, mas 
que através dessa atitude, vieram muitas responsabilidades: 
As condições de independência adquiridas pela mulher vão 
além da Revolução Feminista de 1969, quando várias mulheres 
protestantes queimaram peças íntimas em praça pública. A atual 
conjuntura econômica empurra a mulher a auxiliar nas questões 
financeiras da família, tornando-se, muitas vezes, a chefe da 
casa, como aponta a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística - IBGE (RAPOSO; ASTONI, 2007, 
p. 36). 
Ao longo da história da humanidade, o papel da mulher na sociedade foi sempre 
bem definido: dona de casa, responsável pelo zelo e bem-estar dos filhos e da casa, 
invariavelmente submissa aos pais ou ao marido, não tendo direito de expressar suas 
vontades ou de realizar seus sonhos. Mas a realidade hoje é outra: pode-se verificar uma 
mudança no comportamento das mulheres, não para se assimilarem aos homens, mas 
sim para competir em igualdade com os mesmos (CATARDO,2005). Segundo Mussak 
(2004), a Revolução dos sexos está para a mulher hoje, assim como a Revolução 
Industrial se deu para os homens no século XX. 
De acordo com o levantamento mundial Global Entrepreneurship Monitor 2017, 
que no Brasil é realizado em parceria com o Sebrae, mais de metade dos novos negócios 
abertos em 2016 foi fundada por mulheres. Elas são mais escolarizadas do que os 
homens empreendedores e atuam, principalmente, no setor de serviços. “A taxa de 
empreendimentos iniciados no país, desde 2007, oscila entre 47% e 54% para homens e 
mulheres. Em 2016, a taxa foi de 48,5% para homens e 51,5 % para mulheres”, afirma a 
especialista em empreendedorismo Hilka Machado, professora da Universidade do 
Oeste de Santa Catarina. Sinal de que o número de homens e mulheres interessados em 
empreender é proporcional há anos. 
Muitos estudos no campo do empreendimento feminino indicam que as 
mulheres brasileiras não são tendenciosas a mensurar seu sucesso mediante o 
crescimento de seu negócio – não sendo este um critério único para tanto – e sim, a auto 
realização se constitui ponto fundamental quando estão em atuação no mercado tão 
competitivo. 
De acordo com Jonathan (2003, p. 43): 
Mulheres empreendedoras percebem que o crescimento do 
negócio requer um propósito; o crescimento pelo crescimento 
não interessa às empreendedoras (...). Pode se argumentar, 
então, que as empreendedoras escolhem uma estratégia de 
crescimento diferente (...), e está relacionado às características 
psicológicas e ao sistema de valores do empreendedor, bem 
como ao seu desejo e habilidade para procurar oportunidade no 
mercado. 
Na visão de Jonathan (2003, p. 44), pra além dos diferentes critérios utilizados 
para definir sucesso, concebido como produto final, “é importante analisar as formas de 
ação utilizadas pelas mulheres na liderança de suas empresas ou de empresas de outras 
pessoas”. 
Além disso, embora inexista um modelo único de empreendedorismo feminino, 
há indícios de tendências no comportamento feminino que implicam em um molde, tais 
como: objetivos claramente definidos e amplos; estruturas organizacionais simples, não 
formais, horizontais e não centralizados; foco na cooperação e nos relacionamentos de 
integração; além de liderança interativa e cooperativa com valorização de todos os 
membros da equipe. (JONATHAN, 2003). 
Na condução dos seus empreendimentos, as empreendedoras exercem “liderança 
compartilhada, baseada em parcerias internas e externas. Dessa forma, evidencia-se que, 
ao invés de exercerem o poder sobre os outros, as empreendedoras exercem o poder 
com os outros” (JONATHAN, 2011, p. 83). 
Dentro do contexto literário, sobre os principais motivos que levam as mulheres 
a desenvolverem ações empreendedoras são: “sobrevivência, insatisfação com a 
liderança masculina, satisfação em fazer as próprias decisões, percepção do desafio que, 
em combinação com o prazer e o contentamento aí associados” (JONATHAN, 2012, p. 
67). 
Ainda, segundo a mesma autora: 
As mulheres também deixam seus empregos formais para criar 
suas empresas devido a três fatores, ordenados pelo seu grau de 
importância: autodeterminação, autonomia e liberdade; desafios 
e atrações do empreendedorismo, envolvendo aspectos como 
reconhecimento e oportunidade de estar no controle do seu 
destino; obstáculos ao desenvolvimento dentro das corporações, 
envolvendo descompasso com a cultura corporativa, 
discriminação e barreiras ao desenvolvimento profissional (...). 
De forma complementar e diferente do que ocorre com os 
homens, a flexibilidade de horário bem como razões familiares 
são apontadas como motivos que impulsionam mulheres 
empreendedoras a desejarem serem seus próprios patrões 
(JONATHAN, 2011, p. 67). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A empreendedora brasileira desempenha um papel importante no 
desenvolvimento econômico do país, sendo responsável pela maioria dos novos 
negócios criados atualmente. Percebe-se que elas ganharam espaço e 
reconhecimento ao longo dos anos, que seus negócios apresentam muitas 
características positivas, porém que ainda há muitos desafios pela frente, como a 
consolidação dos seus direitos na sociedade e da conciliação dos seus papeis dentro 
da família e dos negócios. 
Embora o papel das mulheres empreendedoras no Brasil venha crescendo, os 
desafios do empreendedorismo feminino ainda são muitos. As conquistas são graduais, 
mais ainda existem barreiras a serem quebradas como, por exemplo: 
 Baixa autoconfiança e crença em seu potencial empreendedor; 
 Falta de apoio de familiares 
 Barreiras em um ambiente predominantemente masculino; 
 Discriminação de gênero 
 Dupla jornada de trabalho das mulheres 
Diante da compreensão do perfil e evolução do empreendedorismo feminino no 
Brasil o trabalho espera contribuir com os agentes econômicos responsáveis pela 
geração de ações e/ou formulação de políticas voltadas para incentivar e apoiar as 
mulheres a inserir-se mais ativamente e de forma mais sustentável e competitiva no 
processo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
JONATHAN, Eva G. Mulheres empreendedoras: o Desafio da ESCOLHA do 
empreendedorismo E O Exercício do Poder. Psicol. clin. Rio de Janeiro, v.23, n. 1,2011. 
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
56652011000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01 junho. 2018. 
JONATHAN, E. G. (2003b). Enfrentando o sucesso e os desafios trabalho-família no 
Brasil: o caso das mulheres empresárias. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. 
Php?Script=sci_arttext&pid=S010356652011000100005&ng=en&nrm=ISO>>. Acesso 
em: 01 junho. 2018. 
SCHUMPETER, Joseph A. (1946). John Maynard Keynes: 1883-1946. American 
Economic Review, v. XXXVI, n. 4, p. 495-518, setembro. 
RAPOSO, Kariny C. de Souza; ASTONI, Sílvia A. Ferreira. A mulher em dois tempos: 
a construção do discurso feminino nas revistas dos anos 50 e na atualidade. Cadernos 
Camilliani. Revista do Centro Universitário São Camilo, ES, v. 8, n. 2, p. 36-37, 2007. 
 
	2. DESENVOLVIMENTO
	3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	3.1 EMPREENDEDORISMO FEMININO
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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