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O QUE É ALZHEIMER? A Doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, degenerativa e progressiva com início mais frequente após os 65 anos, que produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, que afeta as áreas da linguagem e produz alterações no comportamento. 1 Lembrar da Historia Idade Antiga: Egito (3.000 anos A.C). Casos de esquecimento crônico em população idosa. Período do imperado Nero (54 a 68 D.C ). Uma paciente por nome de Lavínia, esposa de Cornélio o Centurião (Referencia na Bíblia e Historiadores Romanos). Essa paciente chegou a uma fase de demência muito avançada, ficando alienada, não falava nem se movimentava, apenas piscava os olhos. 2 Idade Média: Entre 130-200 D.C. O medico e filosofo(Romeno) Cláudio Galeno, também conhecido como Élio Galeno descreveu sintomas de esquecimento crônico em população idosa. Em 1.383 D.C. na Inglaterra, existia um teste verbal para avaliar o esquecimento crônico da população idosa Lembrar da Historia 3 Período Moderno: 1745-1826, O termo demência foi cunhado por um médico chamado Philippe Pinel, ele era diretor do manicômio de Bicêtre. Entre os anos de 1772-1840, Jean Etienne Esquirol, que descreveu demência como uma doença cerebral caracterizada por perda dos sentidos, inteligência e interesse. Lembrar da Historia 4 Lembrar da Historia A Doença de Alzheimer foi descrita em 1906 pelo médico Psiquiatra e Neurofisiologista alemão, Alois Alzheimer, publicou em um Congresso, o estudo de caso de uma paciente com 51 anos, denominada Auguste Deter. 5 Ela tinha comportamentos estranhos, andava descuidada com a casa, vivia irritada e que lhe fazia constantes acusações a fidelidade do seu marido. Depois que Auguste faleceu, Alzheimer pode estudar seu cérebro tendo encontrado atrofia generalizada de células em seu córtex cerebral, observou que eram as mesmas alterações encontradas em cérebros de idosos, só que em maior quantidade e mais acentuadas no hipocampo. Lembrar da Historia 6 Em 1984 um grupo de pesquisadores propôs critérios diagnósticos para a doença de Alzheimer, que passaram a nortear as pesquisas e a atividade clínica de atendimento a estes pacientes Lembrar da Historia Em 1912, o renomado professor de psiquiatria alemão E. Kraepelin popularizou a expressão “esta doença descrita por Alzheimer”. 7 A Doença de Alzheimer ou DA é uma demência senil incapacitante, a perda do raciocínio e da capacidade de cuidar de si mesmo, que afeta aproximadamente 11% da população acima de 65 anos. O termo "demência" refere-se a uma série de sintomas que se encontram geralmente em pessoas com doenças cerebrais que cursam com destruição e perda de células cerebrais. O dano cerebral afeta o funcionamento mental da pessoa (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento). Definição de Alzheimer Cérebro de pessoas com DA apresentam três anormalidade: Perda dos neurônios que libertam acetilcolina. Placas beta-amiloide Emaranhados neurofibrilares FATORES DE RISCO IDADE MULHERES FAMILIARES COM A DOENÇA (FATOR NÃO NECESSARIAMENTE HEREDITÁRIO) Sintomas Em geral inicia-se pela memória, mais a memória recente, com a pessoa apresentando dificuldade de guardar informações mais recentes, porém com uma certa preservação da memória para fatos mais antigos. A doença pode evoluir e acometer a linguagem, com dificuldade para encontrar palavras, dar nome à objetos e lembrar-se de nomes de parentes mais distantes. Dependendo da fase da doença pode haver certo comprometimento de comportamento como apatia, depressão ou até agressividade. 13 Sintomas Quais as fases da doença de Alzheimer? De uma forma geral costuma-se dividir a evolução da DA em três fases: Leve, Moderada e Grave. Cada uma com duração de tempo que varia de pessoa a pessoa, e que pode depender de uso de medicação ou não. 14 Sintomas → Inicial (estágio l ou leve) Na fase inicial da doença, a pessoa afetada mostra-se um pouco confusa eesquecida e parece não encontrar palavras para se comunicar em determinados momentos; às vezes, apresenta descuido da aparência pessoal, perda da iniciativa ealguma perda da autonomia para as atividades da vida diária. 15 Sintomas → Moderada (estágio ll ou intermediário) Na fase intermediária necessita de maior ajuda para executar as tarefas de rotina, pode passar a não reconhecer seus familiares, pode apresentar incontinência urinária e fecal; torna-se incapaz para julgamento e pensamento abstrato, precisa de auxílio direto para se vestir, comer, tomar banho, tomar suas medicações e todas as outras atividades de higiene. Pode apresentar comportamento inadequado, irritabilidade, desconfiança, impaciência e até agressividade; ou pode apresentar depressão, regressão e apatia. 16 Sintomas → Grave (estágio lll ou avançado) No período final da doença, existe perda de peso mesmo com dieta adequada; dependência completa, torna-se incapaz de qualquer atividade de rotina da vida diária e fica restrita ao leito, com perda total de julgamento e concentração. Pode apresentar reações a medicamentos, infecções bacterianas e problemas renais. Na maioria das vezes, a causa da morte não tem relação com a doença e sim com fatores relacionados à idade avançada 17 Tratamento de Alzheimer Farmacológicos Primeira medicação: fisostigmina Primeira droga produzida em larga escala: tacrina Drogas aprovadas: rivastigmina, donepezila, galantamina (anticolinesterásicos) – funcionam melhor no início da doença; memantina (antagonista não competitivo dos receptores NMDA do glutamato) – fase moderadora e grave Não farmacológicos O treinamento das funções cognitivas como: atenção, memória, linguagem, orientação são extremamente úteis para investimento em qualidade de vida e para a estimulação cognitiva, pois há evidencias cientificas que as atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção das habilidades preservadas (que não foram danificadas) e favorecem a funcionalidade do cérebro. Estimulação cognitiva Estimulação social Estimulção física Obs: Ambiente Alimentação Os medicamentos mais usados para o tratamento da doença de Alzheimer são: - Alois - Emama - Eranz - Exelon - Memantina A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para diminuir problemas, e orientar a família, com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo a qualidade de contato e relacionamento. Muitos são os profissionais que cuidam de pessoas com DA. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de outros profissionais de saúde: psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas. Abraz - A Associação Brasileira de Alzheimer Apaz – Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer Prevenção Os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social permite, pelo menos, retardar a manifestação da doença. Entre as atividades recomendadas para estimular a memória, estão: leitura constante, exercícios de aritmética, jogos inteligentes e participação em atividades de grupo. Além de praticar exercícios físicos e ter uma alimentação saudável pode diminuir as chances da doença se manifestar ao longo da vida ou como já foi dito a retardar. Estatísticas e Prevalência Estatísticas e Prevalência Formas mais comuns de Demências Doença de Alzheimer: é a causa mais frequente de demência, representando cerca de 60% a 70% de todos os casos. Demência Vascular: é a segunda causa mais comum de demência, representando cerca de 20% dos casos. Origina-se de doença vascular que causa infartos cerebrais únicos ou múltiplos, de pequena ou de grande proporção. Estatísticas e Prevalência Formas mais comuns de Demências Demência Mista: é caracterizada pela ocorrência de Doença de Alzheimere Demência Vascular ao mesmo tempo. Corpos de Lewy: é uma forma de demência que apresenta depósitos anormais de uma proteína que acumula no interior das células do cérebro, inicialmente na área do tronco cerebral. Degeneração Lobar Fronto-temporal: é a segunda causa de demência em indivíduos com idade abaixo de 60 anos. Inclui a Demência Frontotemporal, e a Afasia Progressiva Primária, formas mais rara de demência. Prevalência Doença de Alzheimer é democrática No Brasil, o conhecido Estudo de Catanduva, demonstrou que a mulher (59%) desenvolve mais demência do que o homem (41%). Ninguém sabe ao certo a razão, mas uma forte possibilidade é o fato de que a mulher vive mais que o homem, em média 7 anos. Estatísticas e Prevalência Envelhecimento da População: Segundo dados do IBGE (2012), atualmente há aproximadamente uma pessoa de 60 anos ou mais de idade, para cada duas pessoas de menos de 15 anos de idade. Estatísticas e Prevalência Envelhecimento Populacional * Infográfico retirado da matéria publicada no site da exame.com Estatísticas e Prevalência Em 2012 havia cerca de 35,5 milhões de pessoas com demência no mundo. Este número praticamente irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 65,7 milhões em 2030 e a 115,4 milhões em 2050 Dados fornecidos pelo Relatório de 2012 da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizado juntamente com a associação Internacional de Doença de Alzheimer (ADI). Estatísticas e Prevalência Estatísticas e Prevalência A cada 4 segundos, um novo caso de demência é detectado no mundo e a previsão é de que em 2050, haverá um novo caso a cada segundo. Estatísticas e Prevalência Atualmente No Mundo – Mais de 35,5 milhões de pessoas No Brasil – Cerca de 1 milhão de pessoas; Estatísticas e Prevalência 21 de Setembro Dia mundial do combate ao Mal de Alzheimer A DEMÊNCIA DE PICK A doença de Pick é uma doença rara, semelhante à demência senil/tipo Alzheimer. Afeta as pessoas de ambos os sexos, porém é mais comum nas mulheres do que nos homens. Pode ocorrer prematuramente aos 20 anos de idade, mas geralmente aparece entre os 40 e 60 anos. A idade média de instalação é aos 54 anos. 32 O PAPEL DO PSICÓLOGO NA DOEÇA DE ALZHEIMER Dentre as principais alterações neuropatológicas da DA, a perda neuronal – perda de neurônios na camada superficial do córtex, redução do número de sinapses, presença de placas senis neuríticas e pelos emaranhados neurofibrilares. Esses emaranhados são neurônios mortos que se agrupam em novelos, caracterizam a DA e são os responsáveis pelo comprometimento da memória. Toda a estrutura da memória se encontrará comprometida em algum momento da evolução do quadro. NEUROPSICOLOGIA Campo da psicologia que possui especialistas voltados para investigar diferentes lesões que causam déficits no cérebro. O Neuropsicólogo está comprometido nos processos de avaliação, habilitação e reabilitação em áreas como o raciocínio abstrato, memória, resolução de problemas, habilidades espaciais, bem como analisar os impactos e consequências emocionais e da personalidade no processo de disfunção cerebral. PAPEL DA NEUROPSICOLOGIA A Reabilitação Neuropsicológica é um processo em que as pessoas com lesão cerebral trabalham junto a profissionais da área de saúde, familiares e membros da comunidade para remediar ou aliviar os déficits cognitivos provenientes de um dano neurológico. Não deixa de ser um preparo, tanto do paciente como de seus familiares, no intuito de alcançar melhorias na qualidade de vida. PAPEL DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Baseia-se na ideia de que os sentimentos e os comportamentos do indivíduo são determinados pelo modo como ele estrutura o mundo, suas cognições. Tem o intuito de estimular a autoestima do paciente, reduzir sentimentos de ansiedade e depressão, ajudar ao paciente a ter mais autonomia e evitar a perda de controle. Desenvolve a linguagem, memória, atenção, coordenação motora. Indicada na DA inicial ou leve. TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS A escolha de determinada terapia está diretamente ligada nas características e preferências individuais de cada paciente. Disponibilidade e do custo de cada atividade a ser aplicada durante as fases do tratamento. Tem o intuito de estimular a autoestima do paciente, reduzir sentimentos de ansiedade e depressão; tem mais autonomia e evita a perda de controle. TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS Treino cognitivo: resolver problemas ou para realizar tarefas que parecem difíceis ou impossíveis. Tem por objetivo, ajudar os indivíduos com DA em estágio inicial a aproveitarem ao máximo sua memória e seu funcionamento cognitivo. Técnicas Compensatórias: envolve organização de tarefas e/ou técnicas de substituição de tarefas. TERAPÊUTICAS NÃO FARMACOLÓGICAS Terapia de Orientação para a Realidade (TOR): se baseia fundamentalmente em estratégias de repetição contínua de informações reais e atualizadas que são manejadas com o paciente juntamente com os cuidadores/acompanhantes por meio de comentários sobre situações que fazem parte da vida do paciente. Ludoterpia; arteterapia; musicoterapia; terapia das reminiscências. Papel da Família 40 Os cuidados prestados por este grupo são de extrema importância para o enfrentamento da doença uma vez que o sistema fica abalado e a família via de regra precisará recorrer a seus recursos internos e externos para atuar com a doença. A família pode apresentar três tipos de reação: primeiro uma reação com o intuito de resgate de seu estado anterior; segundo tipo de reação é a paralisação frente ao impacto da crise que é proporcional à importância que o indivíduo possuía no equilíbrio dinâmico do sistema e o terceiro tipo é quando o sistema identifica “benefícios” advindos da crise e se mobiliza para mantê-la. Muitas vezes o paciente tem dificuldades em aceitar a sua nova realidade. As vezes a própria família esconde do idoso a sua realidade. A adaptação é contínua. 41 42 Caso Ronald Reagan 43 Filmes Relacionados Longe dela (2006)- Sarah Polley. * Amor (2012)- Michael Haneke A separação (2012)- Asghar Farhadi. Diário de uma paixão (2004)- Nick Cassavetes. A família Savage (2007)- Tamara Jenkins. Iris (2002)- Charles Wood / Richard Eyre. O filho da noiva (2002)- Adrián Suar. Meu Pai, um estranho (1970)- Gilbert Cates. Aurora Boreal- Scott Disharoon. Para sempre Alice (2014)- Richard Glatzer, Wash Westmoreland. ‘Planeta dos Macacos: A origem’- Rupert Wyatt A Dama de Ferro (2011)- Phyllida Lloyd. Rugas (2011)- Ignacio Ferreras. The Alzheimer Case (2003)- Erik Van Looy. * Netflix. Referências Disponível em: <http://demencias.webnode.com.br/tipos2/doen%C3%A7a%20de%20pick/>. Em: 14/08/2016.> Disponível em: <http://pt.slideshare.net/marciofborges/cuidar-da-famlia-afetada-pela-doena-de-alzheimer-presentation> Acesso em: 10/08/2016 Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/3070/2/20074695.pdf > Acesso em: 10/08/2016 Disponível em: <http://www.institutoalzheimerbrasil.org.br/demencias-detalhes-Instituto_Alzheimer_Brasil/33/entendendo_a_doenca_de_alzheimer__da__atraves_de_estudos_realizados_com_populacoes__epidemiologia_> Acesso em: 12/08/2016 Disponível em http://slideplayer.com.br/slide/5114161/ Acesso em: 12/08/2016 Disponível em <http://www.acritica.com/channels/manaus/news/evento-vai-alertar-pessoas-sobre-o-mal-de-alzheimer> Acesso em: 12/08/2016 45 SILVA, C. B; SOUZA, E. M. A Demência de Alzhimer e suas Terapêuticas não Farmacológicas: um estudo sobre as estratégias e intervenções em reabilitação neuropsicológica. Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA, Recife-PE, Brasil, 2014. CARVALHO, A. M. X; LIMA A. M. G. Doença de Alzheimer: estudo sobre os aspectos psíquicos e a relação do portador com o cuidador. Curso de Psicologia da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP, Caruaru-PE, Brasil, 2011. 46