Prévia do material em texto
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM TEMPOS ANTIGOS MSc. Cibele Lopes Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época. As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas religiosas. Praticava-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos; acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras. Havia ambulatórios gratuitos, onde era recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados. Realização da descrição de doenças, operações e drogas; Os egípcios realizavam orações durante a administração de drogas; Manuscrito de Imhotep: menciona o cérebro e o seu controle; A prática religiosa e os conhecimentos científicos adquiridos eram constantemente unidos na prática de saúde; Para prática dos estudantes, futuros sacerdotes médicos, os templos mantinham ambulatórios gratuitos; Foram os egípcios que iniciaram as técnicas do uso de bandagens para o preparo do corpo das múmias; Acreditavam na influência dos astros sobre a saúde; Classificavam o coração como o centro da circulação e reconheciam o ato respiratório como importante; A religião proibia a dissecção do corpo humano, opondo barreiras para o progresso científico. Índia O período áureo da medicina e da enfermagem hindu foi devido ao budismo; Os hindus conheciam ligamentos, vasos linfáticos, músculos, nervos e plexos. Julgavam o coração sede da consciência e ponto de partida para todos os nervos; Conheciam o processo da digestão Faziam suturas, amputações, trepanações e corrigiam fraturas; O tratamento geral das doenças consistia em: dieta, banhos, clisteres, inalações; Existem menções de construção de hospitais e de escolha de enfermeiros, exigindo destes uma série de qualidades e conhecimentos; Os hindus queriam que seus enfermeiros tivessem: Asseio(higiene); Habilidade; Inteligência; conhecimento de arte culinária; Preparo de remédios. Deveriam ser moralmente puros, dedicados e cooperantes; Médicos hindus - Susruta e Charaka: Descreveram muitas operações cirúrgicas (catarata, hérnia, cesariana) Estabeleceram normas para o preparo da sala de operações Mencionaram o uso de drogas anestésicas; Durante muitos anos, a prática de saúde foi privilégio de sacerdotes, sendo depois permitida aos guerreiros (considerada categoria inferior); O ensino prático era raro, sendo proibido dissecar cadáveres de animais e de seres humanos; Leis de Manu: as doenças eram consideradas, quer produzidas por espíritos malignos, quer como um castigo que Deus impunha aos culpados. Atribuição de determinadas doenças a determinados crimes. Palestina Moisés, o grande legislador do povo hebreu, prescreveu preceitos de higiene e exame do doente: Diagnóstico Desinfecção Afastamento de objetos contaminados Leis sobre o sepultamento de cadáveres para que não contaminassem a terra. Os enfermos , quando viajantes, eram favorecidos com hospedagem gratuita. Crença em um só Deus (monoteísmo). Moisés prescreveu conceitos de higiene que o colocaram como um dos grandes sanitaristas da época; Para qualquer doença considerada naquela época como contagiosa, era recomendado um isolamento; Os preceitos religiosos prevaleciam como deveres sagrados: a proteção aos órfãos, às viúvas e a hospitalidade ao estrangeiro ASSÍRIA E BABILÔNIA: Estabeleciam-se castigos rigorosos para os médicos em caso de fracasso. O cirurgião incapaz sofria amputação das mãos, e o médico que deixasse um escravo morrer devia pagar uma indenização ao senhor; Os cuidados eram todos baseados na magia e orações, acreditando-se que sete demônios causavam as doenças; Davam grande importância ao regime alimentar, usavam massagem, tinham colírios para conjuntivites e realizavam tamponamento das fossas nasais; Deitavam os enfermos nas ruas para que os transeuntes receitassem conforme suas experiências; As epidemias eram atribuídas às influências astrais. Nos documentos assírios e babilônicos não há menção de hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio Jordão. PÉRSIA PÉRSIA: Havia a crença em dois princípios: o do bem (Ormuzd) e o do mal (Ahriman); Classificaram cerca de 99.999 doenças, o que faz supor que nesse número havia meros sintomas; Construíram hospitais para os pobres, que eram servidos por escravos. China Deram também às experiências de cuidado um caráter religioso; Os médicos que se faziam notar eram adorados como deuses; O cuidado dos enfermos era função sacerdotal; As doenças foram classificadas como benignas, médias e graves; As doenças graves e semi-graves eram tratadas com orações e cerimônias conjuratórias. As doenças da terceira categoria se beneficiava com uma terapêutica rudimentar e nem sempre lógica; Conheciam a varíola e as manifestações primárias, secundárias e terciárias da sífilis, bem como as formas congênitas; Descreveram em sua Farmacopéia mais de 2000 medicamentos; A dissecção de cadáveres era proibida. JAPÃO JAPÃO Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista A única terapêutica era o uso de águas termais. O cuidado também possuía um caráter religioso; GRÉCIA: Os gregos dominavam a filosofia, as ciências, as letras e as artes, estendendo-se também ao campo da medicina; O desenvolvimento biomédico grego se divide em dois períodos: Período Pré-Hipocrático Período Hipocrático; Período Pré-Hipocrático: As primeiras teorias biomédicas gregas se prendiam à Mitologia (Ex: Apolo, o deus do Sol e da saúde); Tinham conhecimento de anatomia e de patologia, classificaram cerca de 141 tipos de ferimentos superficiais e profundos; Além da fisioterapia, usavam sedativos, fortificantes e homeostáticos. Faziam ataduras e extração de corpos estranhos; Período Pré-Hipocrático: Havia as Xenodóquias (primeira menção de um ambiente para o cuidado) para o tratamento de doentes, cujo objetivo também era hospedar viajantes; Havia também os Iatrions, que correspondiam aos nossos atuais ambulatórios; Devido à cultura Mitológica do corpo e ao culto à beleza, prejudicaram o desenvolvimento de estudos anatômicos e a dissecção de cadáveres; Apolo, o deus sol, era o deus da saúde e da medicina. Período Hipocrático: Hipócrates, o Pai da Medicina, conseguiu explicar a cientificidade das doenças; Insistia sobre a observação cuidadosa do doente para o diagnóstico, o prognóstico e a terapêutica; Descreveu doenças do pulmão, do aparelho digestivo, do sistema nervoso e a doença mental; Praticava cirurgia, distinguia cicatrizações por primeira e segunda intenção; Desenvolveu a Teoria Humoral, pela qual considerava a saúde como o equilíbrio dos humores: sangue, linfa e bile (branca e negra). O seu desequilíbrio significava a doença; Quanto à terapêutica, usava como princípio fundamental não contrariar a natureza, mas auxiliá-la a reagir. Escreveu sobre deontologia médica, sobre climas e epidemias; Teve uma grande importância no desenvolvimento da anatomia, através da dissecção de cadáveres Roma Roma Povo dominador e guerreiro, imprimiu sua civilização através de outros povos conquistados; Distinguiram-se pelas obras de saneamento, ruas limpas, redes de esgoto, casas bem ventiladas, água pura abundante, banhos públicos, combate à malária; Construíram grandes edifícios públicos de banhos, para que os habitantes tomassem banho diariamente; Os mortos eram sepultados fora da cidade; Distinguiram-se pelos cuidados aos guerreiros. Estabeleceram para estes vários hospitais e, principalmente, desenvolveram cirurgia de guerra; Os civis recorriam aos médicos gregos, que eram numerosos em Roma, onde a profissão médica foi considerada indigna do cidadão romano. Os médicos quando não eram estrangeiros, eram escravos; Os serviços de enfermagem eram também confiados aos escravos; Com a influência grega crescendo, Júlio César começou a conceder título de cidadão romano aosmédicos estrangeiros. ROMA: A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito tempo era exercida por escravos ou estrangeiros. Os romanos eram um povo, essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se pela limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de esgoto. Os mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O desenvolvimento da medicina dos romanos sofreu influência do povo grego.