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G-I-A-(PGN2863-1512736)-9001_TRABALHO-FINAL-GIA-PAULO-TARCIO-SILVA-JUNIOR

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE BELO HORIZONTE
sISTEMA DE gESTÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS pelas MINERADORAS:
gENERALIDADES.
2014.01.31949-1 PAULO DE TARCIO DA SILVA JUNIOR
TURMA 9001 - 2014/1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Objetivo e Justificativa
O presente trabalho tem como objetivo a elaboração síntese acerca do Sistema de Gestão de Impactos Ambientais em Empresas de Mineração, verificando se tal gestão está sendo feita de maneira adequada, além de desenvolver um pensamento crítico e questionador da nossa realidade legal, analisando nossas ações e omissões diante do meio ambiente e elaborar algumas sugestões para melhorar as atividades de gestão ambiental, como requisito parcial para a aprovação à disciplina Matriz Energética do curso MBA em Petróleo e Energias.
Referencial Teórico
A proteção ao meio ambiente está amadurecendo em todos os ramos de negócios e nas sociedades civis. A integração do desenvolvimento econômico com a preservação dos ecossistemas se tornou uma preocupação evidente e central entre cidadãos, empresas e governos. Dessa forma, os impactos ambientais que são inerentes à sociedade estão sendo focados para que possam ser controlados e minimizados através do gerenciamento adequado das atividades comerciais e dos processos industriais.
Constituição Federal de 1988
Capítulo VI
Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 2º - Aquele que explorar os recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da Lei.
Lei Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981
Art. 2º - Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente:
VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
VIII – recuperação de áreas degradadas;
X – educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Art. 3º - Definições
I – meio ambiente: conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II – degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente;
III – poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: Afetem desfavoravelmente a biota; Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
IV – poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
V – recursos ambientais: ..., as águas interiores, superficiais e subterrâneas, ..., o solo, o subsolo, a fauna e a flora.
Art. 6º - Dos Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)
I – Órgão Superior: CSMA – assessora o Presidente da República;
II – Órgão Consultivo e Deliberativo: CONAMA – assessora o CSMA;
III – Órgão Central: IBAMA – coordena, executa e faz executar a política ambiental;
IV – Órgãos Setoriais: órgãos ou entidades da Administração Federal, ou fundações do Poder Público;
V – Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais que executam programas, projetos e fiscalizam (CPRH).
OBRIGAÇÃOES LEGAIS
Os Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
Art. 10, § 3º - O órgão estadual do meio ambiente e a SEMA, esta em caráter supletivo, poderão, se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados no licenciamento. 
Lei Nº 9.605, de 12 de Outubro de 1998
Capítulo I
Art. 3º - As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativamente, civil e penalmente conforme o disposto nesta lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo Único – A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou participantes do mesmo fato.
Decreto Nº 97.507, de 13 de Fevereiro de 1989
Art. 1º - As atividades, individual ou coletiva, que realizam extração mineral em depósitos de aluvião, ..., nos placeres de cursos d’água ou nas margens reservadas, bem como em chapadas, ..., e altos morros utilizando equipamentos de tipo dragas, moinhos, balsas, ..., e quaisquer outros equipamentos que apresentem afinidade, deverão ser licenciados pelo órgão ambiental competente.
Parágrafo Único – Será fixado, pelo órgão ambiental competente, prazo para o requerimento de licença das atividades em operação.
Art. 2º - É vedado o uso de mercúrio na atividade de extração de ouro, exceto em atividade licenciada pelo órgão ambiental competente. 
§ 2º - É proibido o emprego do processo de cianetação nas atividades descritas no artigo 1º, resguardado o licenciamento do órgão ambiental competente.
Decreto Nº 99.274, de 06 de Junho de 1990
Capítulo IV
Art. 17, § 2º - O estudo de impacto ambiental será realizado por técnicos habilitados e constituirá o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, correndo as despesas à conta do proponente do projeto.
Art. 17, § 3º - Respeitada a matéria de sigilo industrial, assim expressamente caracterizada a pedido do interessado, o RIMA, devidamente fundamentado, será acessível ao público.
Resolução CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986
No Brasil, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) envolve um conjunto de métodos e técnicas de gestão ambiental reconhecidas, com a finalidade de identificar, predizer e interpretar os efeitos e impactos sobre o meio ambiente decorrente de ações propostas, tais como: legislação de solo, políticas, planos, programas, projetos, atividades, entre outros.
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
	I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
	II - as atividades sociais e econômicas; 
	III - a biota; 
	IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
	V - a qualidade dos recursos ambientais.
Normas da ABNT sobre Poluição Ambiental:
Água
NBR 12649/92 – Caracterização de cargas poluidoras na mineração – Procedimento.
NBR 12642/92 – Águas – Determinação de cianeto total – Métodos colorimétrico e titulométrico – Método de ensaio.
NBR 10738/89 – Água – Determinação de surfactantes aniônicos pelo método espectrofotométrico do azul de metileno – Método de ensaio.
Solo
NBR 13028/93 – Elaboração e apresentação de projeto de disposição de rejeitos de beneficiamento, em barramento, em mineração – Procedimento.
NBR 13029/93 – Elaboração e apresentação de projeto de disposição de estéril, em pilha, em mineração – Procedimento.
NBR 13030/93 – Elaboração e apresentação de projeto de reabilitação de áreas degradadas pela mineração – Procedimento.
NBR 10005/87 – Lixiviação de resíduos – Procedimento.
Resolução Nº 20/96, do CONAMA
19.2 – Depósitos de Substâncias Sólidas
19.2.1 A construção de depósitos de estéril, rejeitos e produtos em pilhas deve ser procedida de projeto técnico.
19.2.2 Deve constar no projeto técnico estudo que caracterize aspectos sobre:
	 f) Avaliação dos impactos ambientais e medidas mitigadoras;
	 g) Monitoramento da pilha e dos efluentes percolados;
	 h) Medidas paraabandono da pilha e seu uso futuro;
	 j) Reabilitação superficial da pilha.
	19.2.3 Na determinação da capacidade, das dimensões e do método construtivo dos depósitos devem ser adotadas medidas a evitar ou minimizar:
	 d) Decomposição química e dissolução parcial do material depositado com 		 liberação de substâncias poluidoras.
19.2.6 Devem ser consideradas as seguintes regras básicas para conformação de pilhas:
	 b) Impermeabilização da base da pilha, onde couber.
 g) Efetuar drenagem das bermas e plataformas;
 h) Construir canais periféricos a fim de desviar a drenagem natural da água da 		 pilha.
19.3 Depósitos de Rejeitos Líquidos
19.3.1 A construção de barramento para acumulação de rejeitos líquidos deve ser procedida de projeto técnico.
19.3.2 Deve constar no projeto técnico estudo que caracterize aspectos sobre:
	 f) Avaliação dos impactos ambientais e medidas mitigadoras;
	 g) Monitoramento do barramento e efluentes;
 	 h) Medidas de abandono do barramento e uso futuro.
19.3.3 No tratamento dos efluentes líquidos incluindo as águas da mina, da usina e de drenagem, devem ser esgotadas todas as possibilidades técnicas e econômicas de forma a maximizar a quantidade de água a ser recirculada.
19.3.4 Quando a recirculação completa não for possível, os efluentes líquidos que estiverem fora dos limites e padrões estabelecidos pela legislação vigente de proteção ao meio ambiente devem ser recolhidos e tratados antes de serem lançados nos corpos receptores.
PENALIDADES
Lei Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981
Art. 14 – Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: 
	IV – à suspensão de sua atividade.
Art. 15 – O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR.
§ 1º - A pena é aumentada até o dobro se:
I – resultar:
	a) Dano irreversível à fauna e ao meio ambiente;
Lei Nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998 
Art. 54, § 2º - Se o crime:
III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;
V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ..., em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:
	Pena – reclusão, de um a cinco anos.
Art. 54 – Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
	Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Parágrafo Único: Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão ambiental.
Decreto Nº 99.274, de 06 de Junho de 1990
Capítulo III
Art. 34 – Serão impostas multas diárias de 61,70 a 6.170 Bônus do Tesouro Nacional (BTN), proporcionalmente à degradação ambiental causada, nas seguintes infrações:
III – emitir ou despejar efluentes ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos causadores de degradação ambiental, em desacordo com o estabelecido em resolução ou licença ambiental.
Decreto Nº 3.179, de 21 de Setembro de 1999
Art.41, Inciso III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;
Inciso V – lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias oleosas...;
		Multa de R$ 1.000,00 a R$ 50.000.000,00 ou multa diária.
Art. 42 – Executar pesquisa, lavra ou extração de resíduos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença ou em desacordo com a obtida.
		Multa de R$ 1.500,00, por hectare ou fração.
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
Assunto pouco abordado na nossa sociedade por fatores culturais; profissionais sem conhecimento das Legislações vigentes; penalidades amenas diante da complexidade dos problemas resultantes do crime ambiental.
Será que são disponibilizados e incentivados os conhecimentos necessários para os profissionais e empresas da área sobre nossa Legislação Mineral e Ambiental? O que podemos fazer para incentivar ou fomentar tal busca? Nossas Legislação Mineral e Ambiental estão de acordo com a nossa realidade?
Diante de tal conjectura o que podemos tentar fazer é uma força tarefa global entre instituições de ensino de todos os níveis, empresas dos setores púbico e privado e não só ONGs e órgãos ambientais, não só para conscientizar acerca dessa problemática, mas instruir, fomentar e acompanhar de perto a realidade das empresas e comunidades para construirmos um mundo mais limpo, mais racional, mais sustentável e melhor.
Entender as cadeias produtivas, as rotas de processos das mineradoras, bem como seus produtos e benefícios e associar a isso tudo o conceito e prática da sustentabilidade é a chave para um parceria melhor, mais equilibrada e sustentável, considerando principalmente os pequenos e médios mineradores, que são talvez, o ponto nefrálgico da atividade minerária.
REFERÊNCIAS
Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Pernambuco. Disponível em: <http://www.cprh.pe.gov.br/frme-index-secao.asp?idsecao=62>. Acesso em 26 de abril de 2014.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em: <http://www.abntdigital.com.br/> Acesso em 27 de abril de 2014.
Conselho Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/> Acesso em 26 de abril de 2014.
Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www.cnrh-srh.gov.br/> Acesso em 26 de abril de 2014.
Departamento de Produção Mineral. Disponível em: <http://www.dnpm.gov.br/dnpm_legis/legmin.html>. Acesso em 26 de abril de 2014.
PINTO, U. R. Consolidação da legislação mineral e ambiental. 11. ed. atual. e rev. Brasília: LGE, 2008 670 p.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Elsevier, c 2004. 409 p

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