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(PC – RJ – DELEGADO DE POLÍCIA – RJ/2002) J.P.C., SEGURANÇA DE UMA BOATE, É ACUSADO DE TER MATADO CARLOS, COM QUEM HAVIA BRIGADO SEMANAS ANTES DO CRIME, OCASIÃO EM QUE VÁRIAS PESSOAS ASSISTIRAM À LUTA E TESTEMUNHARAM QUANDO J.P.C. JUROU QUE A CARLOS MATARIA. J.P.C. TOMA CIÊNCIA DE QUE SEU PRIMO PAULO TEM UMA CARTA NA QUAL SEU TAMBÉM PRIMO (DE J.P.C.) FÁBIO, IRMÃO DE PAULO, CONFESSA A AUTORIA DO REFERIDO CRIME. EIS O TEOR DA CARTA:
QUERIDO IRMÃO PAULO, NÃO CONSEGUI SOSSEGAR DESDE QUE DESCOBRI QUE CARLOS TINHA UM CASO AMOROSO COM A MINHA MULHER E, SEM OUTRA SAÍDA PARA MEU SOFRIMENTO, ACABEI MATANDO O DESGRAÇADO. AGORA TEMO QUE ME DESCUBRAM E, POR ISSO, FUGI. POR FAVOR, DÊ AUXÍLIO A MINHA FILHA E NÃO DIGA A NINGUÉM SOBRE ESSA CARTA. TALVEZ, QUANDO AS COISAS SE ACALMAREM, EU POSSA VOLTAR PRA MINHA CASA. DESESPERADO COM A AMEAÇA DE SER CONDENADO NESTE PROCESSO EM QUE É ACUSADO DE TER PRATICADO O HOMICÍDIO, J.P.C. INVADE A CASA DE PAULO E FURTA UM COFRE, NO INTERIOR DO QUAL SE ACHAVA GUARDADA A TAL CARTA. ATO CONTÍNUO, REQUER A JUNTADA DA MESMA AOS AUTOS. O MAGISTRADO DEFERE O PEDIDO DE JUNTADA. MAIS TARDE, VEM A CONHECIMENTO DO JUÍZO QUE A CARTA HAVIA SIDO OBTIDA MEDIANTE FURTO. PERGUNTA-SE:
PODERÁ J.P.C. SER ABSOLVIDO POR FORÇA DA CONVICÇÃO OBTIDA ATRAVÉS DO CONTEÚDO DA CARTA?
EMBORA, A CARTA TENHA SIDO ADQUIRIDA COM VIOLAÇÃO AO DIREITO MATERIAL REFERENTE À INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO, ENTENDE-SE, COM BASE NO PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE, SER ELA PERTINENTE COMO MEIO DE PROVA, A FIM DE DEMONSTRAR A INOCÊNCIA DAQUELE QUE A EXPÕE. 
(PC-RJ – DELEGADO DE POLÍCIA – RJ/2009) ANALISE OS CASOS ABAIXO E RESPONDA:
CASO 1
A POLÍCIA MILITAR TINHA INFORMAÇÕES DE QUE LAMESIL FAZIA UM MOVIMENTO DE TRÁFICO EM UMA LOCALIDADE. UMA GUARNIÇÃO DA PM O AVISTOU EM UMA MOTOCICLETA E O ABORDOU. NO MOMENTO EM QUE UM POLICIAL MILITAR ACABAVA DE REVISTAR LAMESIL E COM ELE ENCONTROU UMA PEQUENA QUANTIDADE DE MACONHA (UM CIGARRO) ALEGADAMENTE PARA SEU USO PRÓPRIO, O TELEFONE DE LAMESIL TOCOU E O POLICIAL MILITAR, INCONTINENTEMENTE, ATENDEU À CHAMADA OUVINDO: “LAMESIL?”, QUANDO ENTÃO RESPONDEU O POLICIAL: “POIS NÃO!” E DAÍ O INTERLOCUTOR ENCOMENDOU UMA TROUXINHA DE COCAÍNA PARA SER ENTREGUE EM LOCAL DETERMINADO. A POLÍCIA MILITAR SE DIRIGIU AO LOCAL E ENCONTROU OSVALDO, O USUÁRIO QUE PRETENDIA COMPRAR DROGA DE LAMESIL. ESTE FOI DENUNCIADO POR TRÁFICO COM BASE NO DEPOIMENTO EM SEDE POLICIAL DE OSVALDO.
CASO 2
O JUÍZO DE DIREITO DA 1º. VARA CRIMINAL DO RIO DE JANEIRO DECRETOU UMA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA COM O FIM DE APURAR CRIME DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA (ART. 288 DO CP), RECLUSÃO, CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317 DO CP) RECLUSÃO E CORRUPÇÃO ATIVA (ART. 333 CP) RECLUSÃO, POR PARTE DE MAURO, EDIVALDO, ZACARIAS E SALOMÃO, APÓS 10 DIAS DE ESCUTA TELEFÔNICA, LOGRARAM DESCOBRIR A AUTORIA DE CRIME DE ADVOCACIA ADMINISTRATIVA DETENÇÃO POR PARTE DE FRANCISCO, IRMÃO DE ZACARIAS (ART. 321 DO CP). COM BASE NAS GRAVAÇÕES, FRANCISCO FOI DENUNCIADO POR ADVOCACIA ADMINISTRATIVA.
CASO 3
O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL REQUEREU MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO DIRIGIDO A UM CONJUNTO RESIDENCIAL EM UMA COMUNIDADE, PRETENDENDO REVISTAR TODA A QUADRA 01 DA RUA “F, EM RAZÃO DE INFORMAÇÕES EM UM INQUÉRITO POLICIAL, DE QUE NO LOCAL EXISTIA DEPÓSITO DE MÁQUINAS DE CAÇA NÍQUEL DA QUADRILHA DE JOÃOZINHO DO PAVÃO. O JUÍZO DE DIREITO, AO APRECIAR O PEDIDO, INDEFERIU O REQUERIMENTO GENÉRICO, AUTORIZANDO TÃO SOMENTE A BUSCA DOMICILIAR NOS NÚMEROS 33 E 44 DA RUA “F” DA REFERIDA COMUNIDADE, COM O FIM DE AVERIGUAR A EXISTÊNCIA DO INDIGITADO DEPÓSITO DE CAÇA NÍQUEL E A EXISTÊNCIA DA QUADRILHA. EM CUMPRIMENTO DO MANDADO, NÃO LOGRARAM ENCONTRAR NENHUMA MÁQUINA DE CAÇA NÍQUEL OU QUALQUER ELEMENTO QUE INDICIASSE QUADRILHA COM TAL ATIVIDADE. NÃO OBSTANTE, DURANTE A BUSCA DOMICILIAR NA CASA 44, ONDE MORA RICARDO DOS SANTOS, ENCONTRARAM UM REVÓLVER CALIBRE 38, COM NUMERAÇÃO RASPADA E UM DOCUMENTO DE PORTE DE ARMA FALSO. RICARDO DOS SANTOS FOI DENUNCIADO POR PORTE DE ARMA E FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO (RESPECTIVAMENTE ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, INC. I, DA LEI 10.826/03 E ART. 297 DO CP). 
CONSIDERANDO O SISTEMA CONSTITUCIONAL E LEGAL SOBRE A ADMISSIBILIDADE DE PROVAS, OS CASOS APRESENTADOS TERÃO A MESMA SOLUÇÃO? FUNDAMENTE. 
OS CASOS 1,2 E 3, EVIDÊNCIAM A APLICAÇÃO DA TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO OU CAUSAL DE PROVAS, OU, AINDA, TEORIA DA SERENDIPIDADE, NA QUAL A AUTORIDADE POLICIAL, A PARTIR DE UMA DILIGÊNCIA REGULARMENTE AUTORIZADA (COMO UMA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA) E SEM COMETER ABUSOS EM SUA EXECUÇÃO, ENCONTRA PROVAS DE MATERIALIDADE OU AUTORIA REFERENTE A DELITO DIVERSO DO PRETENDIDO, NO QUE TANGE AS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS, O STF JÁ SE PRONUNCIOU NO SENTIDO DE QUE É POSSIVEL A DENUNCIA DE CRIME PUNIVEL COM PENA DE DETENÇÃO, A PARTIR DAS INFORMAÇÕES COLETADAS POR ESSE MEIO, DESDE QUE A DILIÊNCIA TENHA SIDO REALIZADA DE FORMA FUNDAMENTADA, LEGAL E LEGITIMA, A FIM DE APURAR CRIME SUBMETIDO A PENA DE RECLUSÃO.
(FUNCAB – DELEGADO DE POLÍCIA – RJ/2013) A AUTORIDADE POLICIAL ESTÁ INVESTIGANDO UM CRIME DE HOMICÍDIO. FORAM ENCONTRADAS AMOSTRAS BIOLÓGICAS NO LOCAL DO CRIME. GALA, A PRINCIPAL SUSPEITA DO DELITO, RECUSA-SE A FORNECER PADRÕES BIOLÓGICOS PARA CONFRONTO DE DNA. NÃO OBSTANTE, SABENDO QUE GALA ESTAVA GESTANTE, O DELEGADO, NO DIA DO PARTO, DIRIGIU-SE AO HOSPITAL ONDE ELA DERA À LUZ, COM EQUIPE TÉCNICA DE LEGISTAS, E APREENDEU A PLACENTA DA INDICIADA, REALIZANDO, ENTÃO, O CONFRONTO DE DNA COM O MATERIAL APREENDIDO NO LOCAL DO CRIME, CONCLUINDO PELA AUTORIA DA INDICIADA. PROCEDA A ANÁLISE JURÍDICA DO CASO.
TRATA-SE DA APLICAÇÃO DO PRINCIPÍO DA PROPORCIONALIDADE PARA SOPESAR OBJETIVAMENTE A TENSÃO ENTRE PRINCIPIOS DE MESMA GRANDEZA. NESSE SENTIDO, A JURISPRUDÊNCIA PÁTRIA JÁ SE MANISFESTOU PELO DEFERIMENTO DO EXAME DE DNA NA PLACENTA DA GESTANTE, SEM SUA AUTORIZAÇÃO, A FIM DE ESCLARECER A VERACIDADE DO SUPOSTO ESTUPRO QUE ELA TERIA SOFRIDO NAS DEPENDÊNCIAS DA PF.
(FGV – DELEGADO DE POLÍCIA – AP/2010) LUIZ DA SILVA, ACUSADO PELO CRIME DE ESTUPRO CONTRA MARIA DOS SANTOS, ENTRA FURTIVAMENTE NA CASA DE UMA AMIGA DA VÍTIMA E SUBTRAI DE SUA ESCRIVANINHA UMA CARTA ASSINADA PELA PRÓPRIA MARIA, ADMITINDO QUE AS ACUSAÇÕES CONTRA ELE FORMULADAS ERAM FALSAS, E QUE FORAM MOTIVADAS POR VINGANÇA, JÁ QUE A VÍTIMA ERA EM VERDADE APAIXONADA PELO RÉU E FOI POR ELE DESPREZADA. DE POSSE DA CARTA, O ADVOGADO DO RÉU PROMOVE SUA JUNTADA NO PROCESSO, SOB A ALEGAÇÃO DE QUE A VÍTIMA DECIDIRA CONFESSAR AO ACUSADO QUE TUDO NÃO PASSAVA DE UMA MENTIRA E QUE ESTAVA ARREPENDIDA, REQUERENDO QUE O JUIZ A ABSOLVA, COM BASE EM TAIS EVIDÊNCIAS DE SUA INOCÊNCIA. CONTUDO, CONSCIENTE DE QUE TAL FATO NÃO OCORRERA DESSA FORMA, O PROMOTOR DE JUSTIÇA REQUER AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA A INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS DO ACUSADO E SEU ADVOGADO, A QUAL É DEFERIDA, VINDO AOS AUTOS A TRANSCRIÇÃO DE CONVERSA ENTRE LUIZ DA SILVA E SEU ADVOGADO NA QUAL O ACUSADO REVELA QUE A PROVA FORA OBTIDA MEDIANTE A ENTRADA FURTIVA NA CASA DA AMIGA DA VÍTIMA, MAS QUE ACHOU MELHOR APRESENTAR OUTRA VERSÃO EM JUÍZO DE MODO A DAR APARÊNCIA LÍCITA PARA A PROVA QUE LEVARÁ A ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO. O PROMOTOR DE JUSTIÇA ENTÃO REQUER O DESENTRANHAMENTO DA CARTA EM VIRTUDE DA SUA ILICITUDE. PERGUNTA-SE:
1. PODERÁ O JUIZ DETERMINAR O DESENTRANHAMENTO DA CARTA OBTIDA POR MEIO DA ENTRADA FURTIVA DE LUIZ NA CASA DE UMA AMIGA DE MARIA EM VIRTUDE DO QUE FOI COMPROVADO NA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA?
A VIOLAÇÃO DE DOMICILIO COMETIDA POR LUIZ, AINDA QUE VIOLE DIREITO MATERIAL E ESTEJA EVIDENTE, ATRAVÉS DA GRAVAÇÃO DA CONVERSA COM SEU DEFENSOR, NÃO TEM O CONDÃO DE SERVIR COMO COLORÁRIO DE UMA PRATICA CRIMINOSA, EVIDENCIADA NO CASO CONCRETO COMO CALÚNIA, JÁ QUE TAL VIOLAÇÃO SE DEU A FIM DE PROVAR SUA INOCÊNCIA, POR MEIO DA CARTA OBTIDA A PRINCIPIO ILICITAMENTE. ASSIM A CARTA DEVE SER ADMITIDA NO PROCESSO COMO PROVA LICITA DA INOCÊNCIA DE LUIZ, TRATA-SE DA APLICAÇÃO DO PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
2. PODERÁ O JUIZ PROFERIR SENTENÇA ABSOLUTÓRIA VÁLIDA COM FUNDAMENTO NA CARTA OBTIDAPOR MEIO DA ENTRADA FURTIVA DE LUIZ NA CASA DE UMA AMIGA DE MARIA, EXCLUSIVAMENTE? 
SIM, CASO CONTRÁRIO SERIA EM VÃO O PROSSEGUIMENTO DA PERSECUSSÃO PENAL TENDO EM VISTA QUE ESTÁ EVIDENCIADO QUE A AUTORIA DO CRIME NÃO DEVE SER IMPUTADA AO RÉU, DEVENDO A CARTA SER MEIO DE PROVA BASTANTE PARA DETERMINAR SUA INOCÊNCIA.
(UFRJ – DELEGADO DE POLÍCIA – DF/2005) CLÁUDIO, DELEGADO DE POLÍCIA DO 5° DISTRITO POLICIAL, INSTAUROU INQUÉRITO POLICIAL PARA APURAR CRIME DE EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO CR PERMANENTE DE QUE FORA VÍTIMA ANA. DURANTE A INVESTIGAÇÃO, A AUTORIDADE POLICIAL REPRESENTOU PELA DECRETAÇÃO DAS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS DE MANOEL E MARIA, PRINCIPAIS SUSPEITOS, OBTENDO PARECER FAVORÁVEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DECISÃO JUDICIAL IGUALMENTE FAVORÁVEL. OCORRE QUE, AO FIM DO MENCIONADO INQUÉRITO, A AUTORIDADE POLICIAL CONCLUIU QUE OS SUSPEITOS NÃO ERAM OS AUTORES DA EXTORSÃO, TODAVIA, MANOEL E MARIA, TERIAM REVELADO ONDE JOÃO DEIXARA O CADÁVER DE PEDRO, MORTO DOLOSAMENTE POR JOÃO EM CIRCUNSTÂNCIAS TOTALMENTE INDEPENDENTES DA EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO INVESTIGADA. O CORPO FOI ENCONTRADO NO LUGAR INDICADO. INDAGA-SE:
É VÁLIDA A PROVA PRODUZIDA PARA INSTAURAR INQUÉRITO POLICIAL EM FACE DE JOÃO, PELO CRIME DE HOMICÍDIO DOLOSO? 
SIM, TRATA-SE DA APLICAÇÃO DA TEORIA DA SERENDIPIDADE, PACIFICAMENTE UTILIZADA PELO ORDENAMENTO JURIDICO PATRIO.
É VÁLIDA A PROVA CASO O CRIME DESCOBERTO SEJA O DE AMEAÇA E NÃO O DE HOMICÍDIO DOLOSO?
SIM, O STF JÁ SE PRONUNCIOU NO SENTIDO DE QUE É VALIDA A PROVA DE CRIME PUNIVEL COM PENA DE DETENÇÃO, A PARTIR DAS INFORMAÇÕES COLETADAS POR MEIO DE INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA, DESDE QUE A DILIÊNCIA TENHA SIDO REALIZADA DE FORMA FUNDAMENTADA, LEGAL E LEGÍTIMA, A FIM DE APURAR CRIME SUBMETIDO A PENA DE RECLUSÃO.
(UEG – DELEGADO DE POLÍCIA – GO/2013) CAPITÃO DIDI RESPONDE A PROCESSO POR PRÁTICA DE CRIME PREVISTO NO ARTIGO 157, § 2°, I, DO CÓDIGO PENAL. ROUBO MAJORADO PARA COMPROVAR SUA INOCÊNCIA, SUBTRAI UM DETERMINADO DOCUMENTO DA RESIDÊNCIA DE PÉ DE PANO E TORTURA PACO PARA OBTER AS GRAVAÇÕES DO DIA DO ASSALTO, VINDO A PROVAR, COM TAL DOCUMENTO E COM AS GRAVAÇÕES, QUE É INOCENTE E QUE, NA REALIDADE, O AUTOR DO DELITO TERIA SIDO PÉ DE PANO. ANALISE, FUNDAMENTADAMENTE, A VALIDADE DAS PROVAS.
ACERCA DO DOCUMENTO OBTIDO COM VIOLAÇÃO DE DIREITO MATERIAL (VIOLAÇÃO DE DOMICILIO) DESDE QUE, POR SI SÓ, POSSA PROVAR A INOCENCIA DO RÉU, DEVE SER ADMITIDO COMO MEIO VALIDO DE PROVA, DEVENDO SER AFASTADA SUA ILICITUDE. EM OUTRO GIRO, NO QUE DIZ RESPEITO À PROVA OBTIDA POR MEIO DE TORTURA, TAL OBJETO PROBATÓRIO, NÃO DEVE SER LEVADO EM CONSIDERAÇÃO PELO JUIZ PORQUE NÃO SERIA CAPAZ AFERIR SEU GRAU DE VERACIDADE, POIS OBTIDO POR MEIO DE VIOLÊNCIA.
A AUTORIDADE POLICIAL PRENDE JOÃO DE FORMA ILEGAL, VALE DIZER, SEM QUE ESTEJA ELE EM SITUAÇÃO DE FLAGRÂNCIA E SEM QUE HAJA ORDEM ESCRITA DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA COMPETENTE. NO CURSO DESSA PRISÃO ILEGAL, SENTINDO-SE COAGIDO, JOÃO VEM A CONFESSAR O CRIME DE QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO. MAIS TARDE, JÁ DURANTE O PROCESSO, QUANDO OUVIDO EM JUÍZO, NA PRESENÇA DE SEU ADVOGADO E LIVRE DE QUALQUER COAÇÃO, JOÃO VEM A CONFESSAR AO MAGISTRADO SEU ENVOLVIMENTO, CONFIRMANDO TUDO O QUE DISSE NA FASE POLICIAL. 
TAL CONFISSÃO OBTIDA NA FASE POLICIAL EIVA DE VÍCIO A CONFISSÃO PRESTADA EM JUÍZO? 
OS DEFEITOS NA INVESTIGAÇÃO POR DESCUMPRIR A LEI OU OS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS NÃO TÊM O CONDÃO DE CONTAMINAR O PROCESSO SUBSEQUENTE, POIS O IP É DSPENSÁVEL. ADEMAIS, NÃO SE APLICA A TEORIA DA PROVA ILICITA QUANDO EXISTE A VONTADE DO ACUSADO EM COLABORAR COM A PERSECUSSÃO PENAL.
QUAL A TEORIA APLICADA NO CASO EM TELA? 
TRATA-SE DA TEORIA DA MANCHA PURGADA, VICIOS SANADOS, TINTA DILUIDA OU, AINDA, NEXO CAUSAL ATENUADO, DIZ-SE DE TAL TEORIA QUANDO:
O NEXO CAUSAL ENTRE A PROVA PRIMÁRIA E A SECUNDÁRIA É ATENUADO EM VIRTUDE DO LAPSO TEMPORAL ENTRE ELAS;
AS CIRCUNSTÂNCIAS SUPERVINIENTES NA CADEIA PROBATÓRIA PERMITE TAL EFEITO;
HAJA MENOR RELEVÂNCIA NA ILEGALIDADE;
A VONTADE DO RÉU EM COLABORAR COM A INSTRUÇÃO CRIMINAL.
A AUTORIDADE POLICIAL, MEDIANTE TORTURA, OBTÉM DE JOAQUIM A LOCALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS DA SUA PARTICIPAÇÃO EM DETERMINADO CRIME. DIANTE DE TAL INFORMAÇÃO, OBTÉM MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO PARA APREENDER REFERIDAS PROVAS. TAIS DOCUMENTOS APREENDIDOS PODEM SER UTILIZADOS COMO PROVA EM FUTURO PROCESSO CRIMINAL CONTRA JOAQUIM? 
NÃO, POIS VIOLAÇÃO AO DIREITO MATERIAL É REVESTIDA DE LEGITIMIDADE QUANDO TEM POR FINALIDADE, NO PROCEDIMENTO PROBATÓRIO, INOCENTAR O RÉU (PROPORCIONALIDADE PRO REO).
IMAGINE-SE, CONTUDO, QUE, INDEPENDENTEMENTE DA FORMA CRIMINOSA COMO OBTIDA A LOCALIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS, AO CHEGAR AO LOCAL ONDE SE ENCONTRAVA A PROVA DOCUMENTAL, A AUTORIDADE POLICIAL E SEUS AGENTES, DEPARAM-SE COM POLICIAIS INTEGRANTES DE OUTRA EQUIPE DE INVESTIGAÇÃO, OS QUAIS, MUNIDOS DE MANDADO JUDICIAL DE BUSCA E APREENSÃO OBTIDO EM FACE DE DECLARAÇÕES PRESTADAS POR UM VIZINHO, ACABAM POR LOCALIZAR OS DOCUMENTOS INCRIMINADORES. TERIA TAL FATO ALGUMA REPERCUSSÃO QUANTO A ADMISSIBILIDADE OU NÃO DA PROVA DOCUMENTAL?
SIM, NESSE CASO, TRATAR-SE-IA DE DADO PROBATÓRIO LÍCITO, COMO ENSINA A TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL DA PROVA, ELENCADA NO ART 157 § 2º CPP. 
VÍTIMA DE CRIME DE PEDOFILIA ADENTRA SEM AUTORIZAÇÃO A CASA DO PRINCIPAL SUSPEITO E OBTÉM PROVAS INCRIMINADORAS CONTRA O MESMO. TAIS PROVAS PODERÃO SER UTILIZADAS, EM FUTURO PROCESSO CRIMINAL, CONTRA O ACUSADO? 
NESSE CASO, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM DADO PROBATÓRIO VÁLIDO, EIS QUE EVIDENTE A ILICITUDE DA PROVA POR DERIVAÇÃO, NÃO PODENDO SER TUTELADA PELA PROPORCIONALIDADE “PRO REO”, UMA VEZ, ESSA, QUE NÃO AUTORIZA O ACUSADO A AGIR DE FORMA DESARRAZOADA.
CASO A INVASÃO ILEGAL DO DOMICÍLIO TIVESSE SIDO REALIZADA PELA ACUSADO NA CASA DA SUPOSTA VÍTIMA DO CRIME DE PEDOFILIA E LÁ TIVESSE ENCONTRADO PROVAS QUE O INOCENTASSEM. TAIS PROVAS PODERIAM SER UTILIZADAS NO PROCESSO CRIMINAL? 
NESSE CASO, A DOUTRINA E A JURISPRUDÊNCIA TÊM ADMITIDO A UTILIZAÇÃO DE PROVA OBTIDA COM VIOLAÇÃO A DIREITO MATERIAL, DESDE QUE SEJA PRODUZIDA EM BENEFÍCIO DO ACUSADO, ENTENDENDO QUE O DIREITO DE DEFESA E O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA DEVEM PREPONDERAR NO CONFRONTO COM O DIREITO DE PUNIR (APLICAÇÃO FATICA DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE). NESSE CASO AFASTA-SE A ILICITUDE DA PROVA COM BASE EM CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO, COMO A EXCLUDENTE DE ILICITUDE DA LEGÍTIMA DEFESA, QUE EXCLUI A ANTIJURIDICIDADE DO ATO.

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