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@ G U I A D A O A B
Questões para
PROCESSO PENAL
Comentadas
 
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1 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 01 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
No dia 10 de julho de 2020, Pedro, primário, é preso em flagrante delito comercializando ecstasy em uma 
rua do bairro onde mora. Com ele, são apreendidos 50 comprimidos e dinheiro em espécie. Assim, é 
imediatamente conduzido à delegacia, onde, no mesmo dia, é lavrado auto de prisão em flagrante pela 
prática do crime descrito no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06, punido com pena de reclusão de 5 a 15 
anos e multa. 
O laudo toxicológico provisório atesta que a substância consta da lista de substâncias proscritas. Feitas as 
comunicações devidas, o auto de prisão é remetido ao juízo competente e, desse modo, no dia 11 de julho, 
passadas 23 horas da prisão, Pedro é apresentado à autoridade judicial. A audiência é realizada sem a 
presença de órgão do Ministério Público e após entrevistar o preso e ouvir os requerimentos da defesa 
técnica, o Magistrado homologa a prisão em flagrante, que é convertida em preventiva, sob o fundamento 
de que existe risco à ordem pública na liberdade do agente, nos termos do Art. 312 do Código de Processo 
Penal. 
Assinale a opção que indica a tese de Direito Processual Penal adequada para se questionar a prisão 
preventiva de Pedro. 
 
A) A prisão deve ser relaxada em razão da inobservância do prazo para a realização da audiência de custódia. 
B) A prisão deve ser substituída por medidas cautelares diversas da prisão, já que suficientes para garantia 
da ordem pública e conveniência da instrução criminal. 
C) A prisão deve ser relaxada, ante a ausência de pedido do Ministério Público, e concedida prisão domiciliar 
ao acusado para garantia da ordem pública. 
D) A prisão deve ser relaxada, pois o magistrado não poderia, diante da ausência de pedido do Parquet, ter 
convertido a prisão em flagrante em preventiva de ofício. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Após a alteração promovida pelo Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), o juiz não pode decretar prisão 
preventiva de ofício, como podemos perceber: 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
Dessa forma, diante da ausência do Parquet, não pode o juiz decretar a prisão preventiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 02 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Leonardo praticou um crime que, objetivamente, admitia o acordo de não persecução penal (ANPP). 
Concluída a investigação criminal, e estando presente a justa causa, o Promotor de Justiça se recusou a 
fazer a proposta de ANPP, por entender que estava demonstrado que a conduta de Leonardo era habitual. 
Diante da recusa do Promotor de Justiça em propor o ANPP, o Juiz da Comarca de Cascais, acolhendo o 
requerimento do advogado de Leonardo, remeteu o investigatório ao Ministério Público para se 
manifestar sobre o tema. 
O MP apresentou ao Juiz da Vara Criminal da Comarca de Cascais uma proposta de ANPP para ser 
homologada. 
O juiz considerou insuficiente a condição de Leonardo pagar como prestação pecuniária a quantia 
correspondente a 02 (dois) salários-mínimos a uma entidade pública, a ser indicada pelo juízo da execução, 
devolvendo os autos ao MP para reformular a proposta nesta parte. 
O MP manteve a proposta nos termos acordados com Leonardo, razão pela qual o Juiz da Vara Criminal de 
Cascais recusou-se a homologá-la. 
Sobre a decisão de não homologação da proposta de ANPP, assinale a opção que indica qual o recurso 
cabível e quem poderá interpô-lo. 
 
A) Recurso de agravo previsto na Lei de Execução Penal, haja vista que a prestação pecuniária era destinada 
a uma entidade pública a ser indicada pelo juízo da execução. O legitimado para interpor esse recurso é 
Leonardo, haja vista que contra o mesmo seria cobrada a prestação pecuniária junto ao juízo da execução. 
B) Recurso em sentido estrito, considerando se tratar de um ato judicial de natureza declaratória. Estavam 
legitimados a recorrer o Ministério Público e Leonardo, por terem, ambos, interesse recursal. 
C) Recurso de apelação (residual), por se tratar de uma decisão definitiva. Somente estava legitimado a 
recorrer o Ministério Público, por ser o autor da proposta, ainda que a ela tenha aderido Leonardo. 
D) Recurso de apelação (residual), por se tratar de uma decisão com força de definitiva, e dela poderia 
recorrer o Promotor de Justiça com atribuição e Leonardo, por terem, ambos, interesse recursal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Observe a resolução das assertivas a seguir, a fim de compreender os fundamentos das erradas e, assim, 
encontrar a assertiva correta: 
 
A) Errada. O recurso de agravo é cabível apenas na fase de execução, o que atrai a aplicação da Lei de 
Execução Penal. Nota-se que a questão aborda, ainda, a fase inicial do processo, quando o Parquet propõe o 
acordo de não persecução penal. 
 
B) Correta. A questão é respondida com a literalidade do artigo 581 do CPP, mais especificamente no inciso 
incluído pelo Pacote Anticrime, senão vejamos: 
 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
C e D) errada. Como dito nas alternativas, o recurso de apelação é residual, porém o Recurso em Sentido 
Estrito prevê expressamente a hipótese de recusa de homologação à proposta de acordo de não persecução 
penal. 
 
 
 
 
 
 
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3 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 03 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Sérgio propôs uma ação penal privada contra Ana e Letícia por crime de dano (impossibilidade de qualquer 
medida penal consensual), isto porque as quereladas, dolosamente, quebraram o para-brisa traseiro do 
seu carro. 
Finda a instrução criminal restaram comprovadas autoria e materialidade, até mesmo porque, além da 
prova testemunhal confirmar a imputação contida na queixa-crime, as acusadas confessaram o delito. 
Em alegações finais orais, Dr. Lúcio, advogado constituído por Sérgio, sem se referir à inicial acusatória, 
finalizou a sua sustentação apenas pedindo que “fosse feita a melhor justiça.” 
Você, como advogado(a) das quereladas, alegaria como prejudicial de mérito a extinção da punibilidade 
 
A) pelo perdão de Sérgio, pois não se manifestou em alegações finais juntamente com o seu patrono para 
pedir a condenação. 
B) pela renúncia do querelante, haja vista que o seu advogado não ratificou em alegações finais os termos 
da acusação articulada na queixa-crime. 
C) pela perempção, porque o advogado constituído por Sérgio, somente pediu em alegações finais que “fosse 
feita a melhor justiça”, deixando de ratificar a pretensão de que as quereladas fossem condenadas, sequer 
tendo renovado o pedido de condenação apresentado na queixa-crime. 
D) pela retratação do querelante, pois não se manifestou em alegações finais juntamente com o seu patrono 
para pedir a condenação das quereladas, ou mesmo ratificar o pedido de condenação apresentado na queixa-
crime. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A) Errada. O perdão, de fato, extingue a punibilidade, porém não se enquadra no caso. Operdão, tácito ou 
expresso, consiste na desistência da vítima em prosseguir com o feito, razão pela qual o momento dessa 
forma de extinção da punibilidade deve ocorrer após a propositura da queixa até o limite do trânsito em 
julgado da sentença. 
 
B) Errada. A renúncia também extingue a punibilidade, mas não se adapta ao caso. A renúncia é ato unilateral 
do ofendido ou de seu representante legal consistente na renúncia, tácita ou expressa, do direito de agir. 
 
C) Correta. No presente caso, a falta de pedido de condenação nas alegações finais já é causa suficiente para 
a perempção da ação, vejamos: 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que 
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; 
 
D) Errada. A retratação extingue a punibilidade nos casos previstos, entretanto não está caracterizado no 
caso da questão. A retratação é o ato do agente de desdizer em sua completude algo que afirmou no passado 
e que deu início a um processo penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 04 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Gregório é defensor público no Estado do Rio de Janeiro, cuja Constituição lhe assegura foro por 
prerrogativa de função no Tribunal de Justiça local. 
Durante o carnaval, na cidade de Salvador/BA, Gregório por acaso se encontra com seu irmão e inimigo 
capital Sandro em uma rua erma, durante a dispersão de bloco carnavalesco. Gregório então se aproveita 
da oportunidade para matar Sandro com golpes de espada. Assinale a opção que indica o foro competente 
para conhecer e julgar esse crime. 
 
A) O Tribunal do Júri da Comarca de Salvador/BA. 
B) O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. 
C) O Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro/RJ. 
D) O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
No caso em comento, Gregório ceifou a vida de Sandro em Salvador/BA, de modo praticar o delito de 
homicídio simples (crime doloso contra a vida). Destarte, nos termos do art. 70 do Código de Processo Penal, 
o julgamento compete ao Tribunal do Júri do local onde se consumou a infração. 
 
No que tange ao foro por prerrogativa de função assegurado pela Constituição Carioca, de acordo com a 
Súmula Vinculante 45, “a competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por 
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 05 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Vitor respondia ação penal pela suposta prática do crime de ameaça (pena: 01 a 06 meses de detenção ou 
multa) contra sua ex-companheira Luiza, existindo medida protetiva em favor da vítima proibindo o 
acusado de se aproximar dela, a uma distância inferior a 100m. 
Mesmo intimado da medida protetiva de urgência, Vitor se aproximou de Luiza e tentou manter com ela 
contato, razão pela qual a vítima, temendo por sua integridade física, procurou você, como advogado(a), 
e narrou o ocorrido. Nessa ocasião, Luiza esclareceu que, após a denúncia do crime de ameaça, Vitor veio 
a ser condenado, definitivamente, pela prática do delito de uso de documento falso por fatos que teriam 
ocorrido antes mesmo da infração penal cometida no contexto de violência doméstica e familiar contra a 
mulher. 
Com base nas informações expostas, você, como advogado(a) de Luiza, deverá esclarecer à sua cliente que 
 
A) não poderá ser decretada a prisão de Vitor, pois não há situação de flagrância. 
B) não poderá ser decretada a prisão preventiva de Vitor, pois o crime de ameaça tem pena inferior a 04 anos 
e ele é tecnicamente primário. 
C) poderá ser decretada a prisão preventiva de Vitor, pois, apesar de o crime de ameaça ter pena máxima 
inferior a 04 anos, o autor do fato é reincidente. 
D) poderá ser decretada a prisão preventiva de Vitor, mesmo sendo tecnicamente primário, tendo em vista 
a existência de medida protetiva de urgência anterior descumprida. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Alternativa A: 
Poderá ser decretada a prisão preventiva de Vitor. 
 
Alternativa B: 
Poderá ser decretada a prisão preventiva de Vitor. 
 
Alternativa C: 
Vitor não é considerado reincidente, uma vez que, de acordo com o art. 63 do CP, a reincidência ocorre 
quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
 
Alternativa D: 
A prisão preventiva pode ser decretada em razão do descumprimento de uma medida protetiva de urgência 
anteriormente estabelecida. 
Com efeito, o art. 313, III, do CPP estabelece que é admitida a decretação de prisão preventiva "se o crime 
envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 06 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Hamilton, vendedor em uma concessionária de automóveis, mantém Priscila em erro, valendo-se de 
fraude para obter vantagem econômica ilícita, consistente em valor de comissão maior do que o devido na 
venda de um veículo automotor. A venda e a obtenção da vantagem ocorrem no dia 20 de novembro de 
2019. O fato chega ao conhecimento da autoridade policial por notícia feita pela concessionária, ainda em 
novembro de 2019 e, em 2 de março de 2020, o Ministério Público oferece denúncia em face de Hamilton, 
imputando-lhe a prática do crime de estelionato. Embora tenha sido ouvida em sede policial, Priscila não 
manifestou sua vontade de ver Hamilton processado pela prática delitiva. A denúncia é recebida e a defesa 
impetra habeas corpus perante o Tribunal de Justiça. 
No caso, assinale a opção que apresenta a melhor tese defensiva a ser sustentada. 
 
A) A ausência de condição específica de procedibilidade, em razão da exigência de representação da 
ofendida. 
B) A ausência de condição da ação, pois caberia à vítima o ajuizamento da ação penal privada no caso 
concreto. 
C) A necessidade de remessa dos autos ao Procurador-geral de Justiça para que haja oferta de acordo de não 
persecução penal. 
D) A atipicidade da conduta, em razão do consentimento da vítima, consistente na ausência de manifestação 
de ver o acusado processado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Alternativa A: 
A Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, entrou em vigor no dia 23/01/2020. Referida lei 
acrescentou o § 5º ao art. 171 do Código Penal, prevendo que no crime de estelionato “somente se procede 
mediante representação”, salvo algumas exceções. 
Sendo assim, seria necessária, no caso apresentado pelo enunciado, a representação da vítima, sem o que 
não seria cabível a apresentação da denúncia pelo Ministério Público. 
 
Alternativa B: 
Trata-se de hipótese de ação penal pública condicionada à representação do ofendido, conforme comentário 
à alternativa A. 
 
Alternativa C: 
A tese defensiva a ser sustentada seria a ausência de condição específica de procedibilidade, uma vez que, 
para o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, deveria ter sido formulada representação pela 
ofendida. 
 
Alternativa D: 
A conduta praticada por Hamiltoné típica, não se podendo confundir consentimento da vítima com ausência 
de representação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 07 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
No curso de inquérito que, no início da pandemia de Covid-19, apura a prática do crime contra as relações 
de consumo descrito no Art. 7º, inciso VI, da Lei nº 8.137/90, a autoridade policial representa pela 
interceptação do ramal telefônico de João, comerciante indiciado, sustentando a imprescindibilidade da 
medida para a investigação criminal. 
O crime em questão consiste na sonegação ou retenção de insumos e bens, para fim de especulação, e é 
punido com pena de detenção de 2 a 5 anos ou multa. A interceptação é autorizada pelo prazo de quinze 
dias, em decisão fundamentada, na qual o juízo considera demonstrada sua necessidade, bem como a 
existência de indícios suficientes de autoria. 
No caso narrado, o(a) advogado(a) do comerciante poderia sustentar a ilegalidade da interceptação das 
comunicações telefônicas, porque 
 
A) o prazo fixado pelo juiz excede o legalmente permitido. 
B) a interceptação não é admitida quando o fato objeto da investigação constitui infração penal punida, no 
máximo, com pena de detenção. 
C) a interceptação não é admitida quando o fato objeto da investigação constitui infração penal cuja pena 
máxima não seja superior a cinco anos. 
D) caberia apenas ao Ministério Público requerê-la. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Alternativa A: 
O art. 5º da Lei nº 9.296/1996 estabelece o prazo de 15 (quinze) dias para a interceptação, que poderá ser 
renovado, não havendo qualquer limitação na lei, na doutrina ou na jurisprudência acerca da quantidade de 
prorrogações, que poderão ser deferidas se ainda presentes os pressupostos de admissibilidade. 
 
Alternativa B: 
O art. 2º da Lei nº 9.296/96 estabelece as hipóteses em que a interceptação telefônica não é permitida, entre 
elas, quando o fato objeto da investigação constitui infração penal punida, no máximo, com pena de 
detenção. 
 
Alternativa C: 
Não há qualquer previsão legal nesse sentido. 
 
Alternativa D: 
De acordo com o art. 3° da Lei nº 9.296/96, a interceptação das comunicações telefônicas poderá ser 
determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - Da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - Do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 08 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
O prefeito do Município de Canto Feliz, juntamente com o juiz estadual e o promotor de justiça, todos da 
mesma comarca (Art. 77, inciso I, do CPP), cometeu um crime contra a administração pública federal - 
interesse da União -, delito que não era de menor potencial ofensivo e nem cabia, objetivamente, qualquer 
medida penal consensual. Todos foram denunciados pelo Ministério Público federal perante a 1ª Vara 
Criminal da Justiça Federal da correspondente Seção Judiciária. 
Recebida a denúncia, a fase probatória da instrução criminal foi encerrada, sendo que o Dr. João dos Anjos, 
que era advogado em comum aos réus (inexistência de colidência de defesas), faleceu, tendo os acusados 
constituído um novo advogado para apresentar memoriais (Art. 403, § 3º, do CPP) e prosseguir em suas 
defesas. Nessa fase de alegações finais, somente há uma matéria de mérito a ser defendida em relação a 
todos os réus, que é a negativa de autoria. Todavia, antes de adentrar ao mérito, existe uma questão 
preliminar processual a ser suscitada, relativa à competência, e consequente arguição de nulidade. 
Como advogado(a) dos réus, assinale a opção que indica como você fundamentaria a existência dessa 
nulidade. 
 
A) O processo é nulo, por ser o juízo relativamente incompetente, aproveitando-se os atos instrutórios. 
Anulado o processo, este deverá prosseguir para todos a partir da apresentação dos memoriais perante uma 
das Turmas do Tribunal Regional Federal da respectiva Seção Judiciária, por serem os réus detentores de foro 
especial por prerrogativa de função junto àquele órgão jurisdicional. 
B) O processo é nulo, por ser o juízo absolutamente incompetente desde o recebimento da denúncia, 
devendo ser reiniciado para todos a partir deste momento processual perante o Tribunal de Justiça do 
respectivo Estado da Federação, por serem os réus detentores de foro especial por prerrogativa de função 
perante aquela Corte estadual de justiça. 
C) O processo é nulo, por ser o juízo relativamente incompetente, aproveitando-se os atos instrutórios. 
Anulado o processo este deverá prosseguir a partir da apresentação dos memoriais perante o Tribunal de 
Justiça do respectivo Estado da Federação, por serem todos os réus detentores de foro especial por 
prerrogativa de função perante aquela Corte estadual de justiça. 
D) O processo é nulo, por ser o juízo absolutamente incompetente. Em relação ao Prefeito do Município de 
Canto Feliz, o processo deverá ser remetido a uma das Turmas do Tribunal Regional Federal da respectiva 
Seção Judiciária, sendo reiniciado a partir do recebimento da denúncia. Em relação ao Juiz estadual e ao 
Promotor de Justiça, há nulidade por vício de incompetência absoluta, com a necessidade de 
desmembramento do processo, devendo ser reiniciado para ambos a partir do recebimento da denúncia, 
sendo de competência do Tribunal de Justiça do respectivo Estado da Federação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Como o crime foi cometido em detrimento da União, o órgão competente para julgamento do prefeito será 
o Tribunal Regional Federal da respectiva Seção Judiciária (art. 109, IV, da CF/88 e Súmula 702 do STF). 
 
Por sua vez, compete aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, 
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral (art. 96, III, da CF/88). 
 
Por fim, tratando-se de nulidade absoluta, nenhum ato será aproveitado, devendo o processo retomar seu 
andamento a partir do recebimento da denúncia. 
 
 
 
 
 
 
 
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9 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 09 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Renata, primária, foi condenada à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado, por crime de 
estelionato, em continuidade delitiva, sendo atestado o seu bom comportamento carcerário. Rogério, 
marido de Renata, que cuidava da filha do casal de 10 (dez) anos de idade, veio a falecer, sendo que Renata 
já havia cumprido 1/8 (um oitavo) da pena no regime fechado. A filha de Renata está morando 
provisoriamente com uma amiga de Renata, por não existir qualquer parente para cuidar da criança. 
Em relação ao cumprimento de pena por Renata, você, como advogado(a), postularia ao juízo da execução 
a progressão para o regime 
 
A) semiaberto, em razão de a penitente já ter cumprido a fração de pena estabelecida na Lei de Execução 
Penal e comprovado o bom comportamento carcerário. 
B) semiaberto e a saída temporária, em razão de a penitente já ter cumprido o percentual de pena 
estabelecido na Lei de Execução Penal e por ter comprovado o bom comportamento carcerário. 
C) domiciliar, para que ela cuide da filha de 10 (dez) anos de idade, em observância ao Estatuto da Primeira 
Infância e por ser medida de caráter humanitário. 
D) aberto, em razão de a penitente já ter cumprido 1/8 (um oitavo) da pena estabelecido na Lei de ExecuçãoPenal e comprovado o bom comportamento carcerário, somado ao fato de ser a única responsável pela filha 
menor de 10 (dez) anos de idade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Alternativa A: 
De acordo com o § 3º do art. 112 da LEP, no caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: 
I - Não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; 
II - Não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; 
III - Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; 
IV - Ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento; 
V - Não ter integrado organização criminosa. 
Desse modo, o advogado deve postular a progressão para o regime semiaberto, em razão de a penitente já 
ter cumprido a fração de pena estabelecida na Lei de Execução Penal e comprovado o bom comportamento 
carcerário. 
 
Alternativa B: 
Não há que se falar em saída temporária, uma vez que Renta cumpre a pena em regime fechado. 
 
Alternativa C: 
Renata não tem direito à prisão domiciliar e sim à progressão de regime, conforme explicado na alternativa 
"a". 
 
Alternativa D: 
Renata tem direito à progressão para o regime semiaberto, uma vez que é vedada e progressão do regime 
fechado diretamente para o aberto (Súmula 491 do STJ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 10 - FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase 
 
Maria foi brutalmente assassinada em sua própria casa por seu vizinho, Antônio, que morava em frente à 
sua casa. Em julgamento no Tribunal do Júri, o juiz presidente, ao formar o 
Conselho de Sentença, iniciou os sorteios de costume. Dentre os voluntários para a formação dos jurados, 
estavam vários outros vizinhos, inclusive o próprio filho de Maria, todos revoltados clamando por justiça 
e pela condenação de Antônio. 
Assim, segundo o Código do Processo Penal, com relação à composição do Tribunal do Júri, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) As hipóteses de impedimento e suspeição não se aplicam aos jurados, de forma que os vizinhos e o filho 
da vítima podem compor o Conselho de Sentença. 
B) A suspeição dos vizinhos deve ser arguida por petição dirigida ao Tribunal de Justiça, ao passo que o 
impedimento do filho da vítima deve ser reconhecido de ofício pelo Juiz togado. 
C) A suspeição e o impedimento do filho e dos vizinhos devem ser alegados pela parte que aproveita, sendo 
incabível ao Juiz dela conhecer de ofício. 
D) A suspeição dos jurados deve ser arguida oralmente ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Alternativa A: 
As hipóteses de impedimento e suspeição também se aplicam aos jurados, devendo ser arguida oralmente 
ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri, conforme art. 106 do CPP. 
 
Alternativa B: 
A suspeição dos jurados deve ser arguida oralmente ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri, conforme art. 106 
do CPP. 
 
Alternativa C: 
A suspeição dos jurados deve ser arguida oralmente ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri, conforme art. 106 
do CPP. 
 
Alternativa D: 
De acordo com o art. 106 do CPP, a suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidindo de plano 
do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente 
comprovada, o que tudo constará da ata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 11 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Caio, primário e de bons antecedentes, sem envolvimento pretérito com o aparato policial ou judicial, foi 
denunciado pela suposta prática do crime de tráfico de drogas. 
Em sua entrevista particular com seu advogado, esclareceu que, de fato, estaria com as drogas, mas que 
as mesmas seriam destinadas ao seu próprio uso. Indagou, então, à sua defesa técnica sobre as 
consequências que poderiam advir do acolhimento pelo magistrado de sua versão a ser apresentada em 
interrogatório. 
Considerando apenas as informações expostas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer ao seu cliente que, caso 
o magistrado entenda que as drogas seriam destinadas apenas ao uso de Caio, deverá o julgador 
 
A) condenar o réu, de imediato, pelo crime de porte de drogas para consumo próprio, aplicando o instituto 
da mutatio libelli. 
B) condenar o réu, de imediato, pelo crime de porte de drogas para consumo próprio, aplicando o instituto 
da emendatio libelli. 
C) reconhecer que não foi praticado o crime de tráfico de drogas e encaminhar os autos ao Ministério Público 
para analisar eventual proposta de transação penal. 
D) reconhecer que não foi praticado o crime de tráfico de drogas e encaminhar os autos ao Ministério Público 
para analisar proposta de suspensão condicional do processo, mas não transação penal, diante do 
procedimento especial previsto na Lei de Drogas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
No caso da questão, temos a chamada desclassificação do crime de tráfico de drogas para porte de drogas 
para consumo próprio, caso a alegação do réu seja acolhida. Nessa hipótese, excepcionalmente cabe a 
análise dos benefícios, como da transação penal, nos termos da súmula 337, STJ: 
SÚMULA 337 do STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na 
procedência parcial da pretensão punitiva. 
 
Nos casos de aplicação da Súmula n. 337/STJ, os autos devem ser encaminhados ao Ministério Público para 
que se manifeste sobre a possibilidade de suspensão condicional do processo ou de transação penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 12 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Rodrigo responde ação penal pela suposta prática do crime de venda irregular de arma de fogo de uso 
restrito, na condição de preso. O magistrado veio a tomar conhecimento de que Rodrigo seria pai de uma 
criança de 11 anos de idade e que seria o único responsável pelo menor, que, inclusive, foi encaminhado 
ao abrigo por não ter outros familiares ou pessoas amigas capazes de garantir seus cuidados. 
Com esse fundamento, substituiu, de ofício, a prisão preventiva por prisão domiciliar. Rodrigo, intimado 
da decisão, entrou em contato com seu(sua) advogado(a) em busca de esclarecimentos sobre o cabimento 
da medida e suas consequências. 
A defesa técnica de Rodrigo deverá esclarecer que a concessão da prisão domiciliar foi 
 
A) adequada, e o tempo recolhido em casa justifica o reconhecimento de detração do período de 
cumprimento, que deverá ser observado na execução da pena, mas não no momento da fixação do regime 
inicial do cumprimento de pena. 
B) adequada, e o tempo recolhido em casa justifica o reconhecimento de detração do período de 
cumprimento, que poderá ser observado no momento da fixação do regime inicial de cumprimento de pena. 
C) inadequada, pois somente admitida para as mulheres que sejam mães de crianças menores de 12 anos. 
D) adequada, mas não justifica o reconhecimento de detração. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Cabe prisão domiciliar. O tempo de prisão deve ser detraído do tempo de cumprimento de pena, o que já 
será feito no momento de proferir a sentença condenatória e fixar o regime de cumprimento de pena. 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: 
VI – Homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos. 
Art. 387, § 2o Otempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no 
estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 13 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Joel está sendo processado por crime de estelionato na Vara Criminal da Comarca de Estoril. Na peça de 
resposta à acusação, o Dr. Roberto, advogado de Joel, arrolou 03 (três) testemunhas. Dentre elas, estava 
Olinto Silva, residente na Comarca de Vieiras. 
O juízo da Vara Criminal da Comarca de Estoril determinou a expedição de carta precatória ao juízo da Vara 
Criminal da Comarca de Vieiras com a finalidade de ser ouvido Olinto Silva, notificando o Promotor de 
Justiça e o Defensor Público. 
Na Vara Criminal da Comarca de Vieiras, o juiz designou a audiência para oitiva de Olinto Silva, notificando 
somente o Ministério Público, não obstante haver Defensor Público na comarca. 
Realizada a oitiva de Olinto Silva, a deprecata foi devolvida ao Juízo da Vara Criminal da Comarca de Estoril. 
Recebida a carta precatória, o Dr. Roberto tomou ciência do seu cumprimento. 
Assinale a opção que apresenta a providência que o advogado de Joel deve tomar em sua defesa. 
 
A) Requerer ao Juízo da Vara Criminal da Comarca de Estoril a declaração de nulidade da audiência de oitiva 
de Olinto Silva, que se deu na Vara Criminal da Comarca de Vieiras, por ter sido realizado aquele ato 
processual sem a intimação do Defensor Público. 
B) Requerer ao Juízo da Vara Criminal da Comarca de Vieiras a declaração de nulidade da audiência de oitiva 
de Olinto Silva, em razão de ter ocorrido aquele ato processual sem que tenha sido intimado como advogado 
de Joel. 
C) Requerer ao Juízo da Vara Criminal da Comarca de Vieiras a declaração de nulidade da audiência de oitiva 
de Olinto Silva, em razão de ter ocorrido aquele ato processual sem que tenha sido intimado o Defensor 
Público. 
D) Requerer ao Juízo da Vara Criminal da Comarca de Estoril a declaração de nulidade do processo a partir 
da expedição da carta precatória ao Juízo da Vara Criminal da Comarca de Vieiras, como também a dos atos 
que dela diretamente dependessem ou fossem consequência, haja vista que, como advogado de Joel, não 
foi intimado da remessa da referida carta ao juízo deprecado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
O pedido de declaração de nulidade deve ser feito na vara de origem do processo (juízo processante), ou 
seja, na vara criminal da comarca de Estoril. 
O advogado de Joel não foi intimado da expedição da carta precatória, como exige a súmula 273, STJ. 
Súmula 273 – STJ: Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da 
data da audiência no juízo deprecado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 14 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Tendo sido admitido a cursar uma universidade nos Estados Unidos da América (EUA), cuja apresentação 
deveria ocorrer em 05 (cinco) dias, Lucas verificou que o seu passaporte brasileiro estava vencido e entrou 
em contato com Bento, na cidade de Algarve, no Estado do Paraná, o qual lhe entregaria um passaporte 
feito pelo mesmo, idêntico ao expedido pelas autoridades brasileiras. 
Lucas fez a transferência da quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para a conta corrente de Bento numa 
agência bancária situada na cidade de Vigo (PR). Confirmado o depósito, Lucas se encontrou com Bento no 
interior de um hospital federal, onde o primeiro aguardava uma consulta, na cidade de Antonésia (PR). 
Já no aeroporto de São Paulo, Lucas apresentou às autoridades brasileiras o passaporte feito por Bento, 
oportunidade em que a polícia federal constatou que o mesmo era falso. 
Lucas foi preso em flagrante delito. O Ministério Público do Estado de São Paulo ofereceu denúncia contra 
Lucas pelo crime de uso de documento falso, a qual foi recebida pelo juízo da 48ª Vara Criminal da Comarca 
da Capital (SP), oportunidade em que foi posto em liberdade, sendo-lhe impostas duas medidas cautelares 
diversas da prisão. 
O advogado de Lucas foi intimado para apresentar resposta à acusação, oportunidade em que se insurgiu 
contra a incompetência absoluta do juízo da 48ª Vara Criminal da Comarca da Capital (SP). 
Assinale a opção que indica a peça processual em que o advogado de Lucas deverá arguir a relatada 
incompetência. 
 
A) Exceção de incompetência, por entender que o juízo natural seria uma das Varas Criminais da Comarca de 
Vigo (PR), onde se consumou o crime imputado, haja vista que a compra do passaporte se aperfeiçoou na 
cidade em que Bento possuía conta bancária e recebeu a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). 
B) Na própria resposta à acusação, sustentando que o juízo natural seria uma das Varas Criminais da Comarca 
de Algarve (PR), onde o passaporte falso foi confeccionado. 
C) Na própria resposta à acusação, por entender que o juízo natural seria uma das Varas Criminais Federais 
da Seção Judiciária do Estado do Paraná, em razão de Bento ter entregue o passaporte falsificado no interior 
de um hospital federal na cidade de Antonésia (PR), onde Lucas aguardava uma consulta. 
D) Exceção de incompetência, por entender que o juízo natural seria uma das Varas Criminais Federais da 
Seção Judiciária do Estado de São Paulo, em razão de Lucas ter tentado embarcar para os EUA manuseando 
o passaporte falso confeccionado por Bento. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Como o documento falso foi apresentado na polícia federal, órgão da União, a competência será da Justiça 
federal, nos termos da súmula 546, STJ, e do art. 109, inciso IV, CF. 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em 
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do 
órgão expedidor. 
A forma de alegação se dará via exceção de incompetência, que nos termos do art. 396-A do CPP, deve ser 
apresentada em peça específica no prazo da resposta à acusação, e tramitará em apartado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 15 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Policiais militares, ao avistarem Jairo roubar um carro no município de Toledo (PB), passaram a persegui-
lo logo após a subtração, o que se deu ininterruptamente durante 28 (vinte e oito) horas. Por terem 
perdido de vista Jairo quando estavam prestes a ingressar no município de Córdoba (PB), os policiais 
militares se dirigiram à Delegacia de Polícia de Toledo para confecção do Boletim de Ocorrência. 
Antes que fosse finalizado o Boletim de Ocorrência, a Delegacia Policial de Toledo recebeu uma ligação 
telefônica do lesado (Luiz), informando que Jairo, na posse do seu carro (roubado), estava sentado numa 
mesa de bar naquele município tomando cerveja. Os policiais militares e os policiais da Distrital se 
deslocaram até o referido bar, encontrando Jairo como descrito no telefonema do lesado, apenas de 
chinelo e bermuda, portando uma carteira de identidade e a quantia de R$ 50,00 (cinquenta) reais. Nada 
mais foi encontrado com Jairo, que negou a autoria do crime. 
Jairo foi preso em flagrante delito e lavrado o respectivo auto pelo Delegado de Polícia, cujo despacho que 
determinou o recolhimento à prisão do indiciado teve como fundamento a situação de quase-flagrante, já 
que a diligência não havia sido encerrada e nem encerradoo Boletim de Ocorrência. 
Os policiais militares que efetuaram a perseguição reconheceram Jairo como o motorista que dirigia o 
carro roubado. O lesado (Luiz) também foi ouvido e reconheceu Jairo pessoalmente. 
A família de Jairo contratou você, como advogado(a), para participar da audiência de custódia na Comarca 
de Toledo e requerer a sua liberdade. 
Assinale a opção que indica o fundamento da sua manifestação nessa audiência para colocar Jairo em 
liberdade. 
 
A) A prisão de Jairo era ilegal, pois a perseguição, ainda que não cessada como constou do despacho da 
autoridade policial, exigia que o carro fosse apreendido para comprovar a materialidade do crime. 
B) A prisão de Jairo era ilegal, pois, ainda que fosse, inicialmente, uma situação de quase-flagrante (ou 
flagrante impróprio), a perseguição foi encerrada em Toledo, tanto que os policiais militares se dirigiram à 
Delegacia de Polícia do município para confecção do Boletim de Ocorrência. Restava cessada a situação a 
caracterizar um flagrante delito. Posterior prisão cautelar somente caberia por ordem judicial. 
C) A prisão de Jairo era ilegal, pois o Código de Processo Penal somente autoriza a prisão em flagrante delito 
quando o agente está cometendo o crime, acaba de cometê-lo (flagrante real) ou é encontrado, logo depois, 
com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal (flagrante 
presumido). 
D) A prisão de Jairo era ilegal, pois o Código de Processo Penal autoriza a prisão em flagrante delito quando 
o agente é perseguido, logo após, pela autoridade em situação que faça presumir ser autor da infração 
(quase-flagrante), não podendo passar a perseguição de 24 (vinte e quatro) horas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
As espécies de flagrante delito estão previstas no art. 302 do CPP: 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I – Está cometendo a infração penal; 
II – Acaba de cometê-la; 
III – É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça 
presumir ser autor da infração; 
IV – É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor 
da infração. 
Inicialmente, Jairo estava na situação do inciso III, quase-flagrante. No entanto, a perseguição foi 
interrompida, rompendo a possibilidade de prisão em flagrante. A prisão, portanto, se tornou ilegal. Jairo 
apenas poderá ser preso se houver ordem judicial. 
 
 
 
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16 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 16 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXV - Primeira Fase 
 
Magda é servidora pública federal, trabalhando como professora em instituição de Ensino Superior 
mantida pela União no Estado do Rio de Janeiro. Magda vem a ser vítima de ofensa à sua honra subjetiva 
em sala de aula, sendo chamada de “piranha” e “vagabunda” por Márcio, aluno que ficara revoltado com 
sua reprovação em disciplina ministrada por Magda. 
Nessa situação, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Magda só pode ajuizar queixa−crime contra Márcio, imputando−lhe crime de injúria. 
B) Magda só pode oferecer representação contra Márcio, imputando−lhe crime de injúria. 
C) Magda não pode ajuizar queixa−crime nem oferecer representação contra Márcio, 
imputando−lhe crime de injúria. 
D) Magda pode optar entre ajuizar queixa−crime ou oferecer representação contra Márcio, imputando−lhe 
crime de injúria. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Fundamento: 
Súmula 714 STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público 
em razão do exercício de suas funções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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17 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 17 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
João Eustáquio, após passar por situação vexatória promovida por Lucia Helena, decide procurar um 
advogado. Após narrar os fatos, o advogado de João Eustáquio promove uma ação indenizatória em face 
de Lucia Helena, no Juizado Especial Cível de Sousa/PB. 
Lucia Helena, devidamente representada por seu advogado, apresenta contestação de forma oral, bem 
como apresenta uma reconvenção contra João Eustáquio. 
João Eustáquio, indignado com tal situação, questiona se é válida a defesa processual promovida por Lucia 
Helena. 
Como advogado de João Eustáquio, nos termos da Lei nº 9.099/95, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A contestação pode ser apresentada de forma oral, porém não se admitirá a apresentação de 
reconvenção. 
B) A contestação não pode ser apresentada de forma oral, sendo somente permitida de forma escrita. Além 
disso, não se admitirá a apresentação de reconvenção. 
C) A reconvenção pode ser apresentada, prezando pelo princípio da eventualidade, porém a contestação 
deve ser feita de forma escrita. 
D) A contestação pode ser apresentada de forma oral, bem como é cabível a apresentação de reconvenção. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
No âmbito dos Juizados Especiais, a contestação pode ser apresentada de forma oral, em decorrência do 
princípio da oralidade, já a reconvenção, prevista no CPC, não é admitida, o que cabe no JEC é o pedido 
contraposto, que não se confunde com a reconvenção. 
 
Lei nº 9.099/95: 
 
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto arguição de suspeição 
ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor. 
 
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor (pedido 
contraposto), nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto 
da controvérsia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 18 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Após ter sido exonerado do cargo em comissão que ocupava há mais de dez anos, Lúcio, abatido com a 
perda financeira que iria sofrer, vai a um bar situado na porta da repartição estadual em que trabalhava e 
começa a beber para tentar esquecer os problemas financeiros que viria a encontrar. 
Duas horas depois, completamente embriagado, na saída do trabalho, encontra seu chefe Plínio, que fora 
o responsável por sua exoneração. Assim, com a intenção de causar a morte de Plínio, resolve empurrá-lo 
na direção de um ônibus que trafegava pela rua, vindo a vítima efetivamente a ser atropelada. Levado para 
o hospital totalmente consciente, mas com uma lesão significativa na perna a justificar o recebimento de 
analgésicos, Plinio vem a falecer, reconhecendo o auto de necropsia que a causa da morte foi unicamente 
envenenamento, decorrente de erro na medicação que lhe fora ministrada ao chegar ao hospital, já que o 
remédio estaria fora de validade e sequer seria adequado no tratamento da perna da vítima. 
Lúcio foi denunciado, perante o Tribunal do Júri, pela prática do crime de homicídio consumado, 
imputando a denúncia a agravante da embriaguez preordenada. 
Confirmados os fatos, no momento das alegações finais da primeira fase do procedimento do Tribunal do 
Júri, sob o ponto de vista técnico, a defesa deverá pleitear 
 
A) o afastamento da agravante da embriaguez, ainda que adequada a pronúncia pelo crime de homicídio 
consumado. 
B) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, bem como o afastamento da agravante da 
embriaguez. 
C) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, aindaque possível a manutenção da 
agravante da embriaguez. 
D) a desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte, bem como o afastamento da agravante 
da embriaguez. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Para resolver a questão é necessário saber o conceito de embriaguez preordenada, na qual o agente se 
embriaga deliberadamente para praticar o crime → é agravante genérica. 
Sabendo disso, observa-se que tal circunstância não ocorreu na questão, uma vez que o agente não bebeu 
para criar coragem para praticar o crime, mas sim para esquecer os problemas. Ok, então a agravante deve 
ser afastada. 
No que tange à responsabilização do agente, a questão já nos diz que ele tinha a intenção de causar a morte 
da vítima. Ok, então o crime pretendido era o de HOMICÍDIO. Seguindo, deve-se descobrir se o agente 
responderá por crime tentado ou consumado. Para tanto, é importante frisar o seguinte trecho: 
"reconhecendo o auto de necropsia que a causa da morte foi unicamente envenenamento, decorrente de 
erro na medicação que lhe fora ministrada ao chegar ao hospital". Ora, se a causa da morte foi erro médico, 
vê-se que estamos diante de uma causa relativamente independente superveniente que por si só causou o 
resultado, de modo que o agente não deve responder pelo resultado, mas sim apenas pelos atos praticados 
(homicídio tentado). 
O erro médico é causa relativativamente independente porque não existiria sem a atuação do agente. A 
vítima não precisaria de cuidados médicos se o agente não tivesse empurrando-a na direção de um ônibus. 
Ademais, a referida causa por si causaria o resultado morte porque o envenamento não precisa de outra 
circunstância para ocorrer. 
Para fixação: 
Causa relativamente independente superveniente que por si só causaria o resultado: o agente responde só 
pelos atos que praticou, e não pelo crime consumado. 
Causa relativamente independente superveniente que por si só NÃO causaria o resultado: o agente responde 
pelo resultado. 
Fundamento: art. 13, §1º do Código Penal. 
 
 
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19 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 19 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Lorena, em 01/01/2019, foi violentamente agredida por seu ex companheiro Manuel, em razão de ciúmes 
do novo relacionamento, o que teria deixado marcas em sua barriga. 
Policiais militares compareceram ao local dos fatos, após gritos da vítima, e encaminharam os envolvidos 
à Delegacia, destacando os agentes da lei que não presenciaram a briga e nem verificaram se Lorena estava 
ou não lesionada. Por sua vez, Lorena, que não precisou de atendimento médico, disse não ter interesse 
em ver o autor do fato processado, já que seria pai de suas filhas, não esclarecendo o ocorrido. Manuel, 
arrependido, porém, confessou a agressão na Delegacia, dizendo que desferiu um soco no estômago de 
Lorena, que lhe deixou marcas. 
A vítima foi para sua residência, sem realizar exame técnico, mas, com base na confissão de Manuel, foi o 
autor do fato denunciado pelo crime de lesão corporal praticada no contexto de violência doméstica e 
familiar contra a mulher (Art. 129, § 9º, do CP, na forma da Lei nº 11.340/06). Durante a instrução, foi 
juntada apenas a Folha de Antecedentes Criminais de Manuel, sem outras anotações, não comparecendo 
a vítima à audiência de instrução e julgamento. Os policiais confirmaram apenas que escutaram um grito 
de Lorena, não tendo presenciado os fatos. Manuel, em seu interrogatório, reitera a confissão realizada 
em sede policial. 
No momento das alegações finais, o novo advogado de Manuel, constituído após audiência, poderá 
pleitear 
 
A) a absolvição sumária de seu cliente, tendo em vista que não houve a indispensável representação por 
parte da vítima e a lesão causada seria de natureza leve. 
B) a nulidade da decisão que recebeu a denúncia, tendo em vista que não houve a indispensável 
representação por parte da vítima e a lesão identificada foi de natureza leve. 
C) a absolvição de seu cliente, diante da ausência de laudo indicando a existência de lesão, não podendo a 
confissão do acusado suprir tal omissão. 
D) a suspensão condicional da pena, já que não se admite a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos no crime, mas a representação da vítima era dispensável, assim como o corpo de delito. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Pontos a se atentar: 
 
Lesão corporal praticada no contexto de violência doméstica e familiar contra a mulher enseja a percussão 
penal através de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, independentemente de a lesão ter sido leve ou 
culposa, uma vez que não se aplica a Lei nº 9.099/95 nessas situações; 
Sendo a ação penal incondicionada, não há que se falar em necessidade de representação da ofendida para 
o oferecimento da Denúncia; 
Nos crimes que deixam vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo 
supri-lo a confissão do acusado (art. 158, CPP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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20 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 20 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Matheus está sendo investigado por suposta prática de crime de uso de documento público falso. Após 
representação da autoridade policial, o juiz deferiu que fosse realizada busca e apreensão na residência 
do investigado. 
Realizadas diversas diligências e concluído o procedimento investigatório, os autos foram encaminhados 
ao Ministério Público, ocasião em que Lúcia, promotora de justiça junto à 5ª Vara Criminal daquela mesma 
comarca, ofereceu denúncia imputando a Matheus a prática do crime do Art. 304 (uso de documento falso) 
do Código Penal. 
O magistrado recebeu a denúncia oferecida, e a defesa técnica de Matheus foi intimada, após citação, para 
a adoção das medidas cabíveis. Ocorre que o advogado de Matheus veio a tomar conhecimento que o 
denunciado devia R$ 2.000,00 (dois mil reais) a Lúcia, pois, em momento anterior, não havia prestado um 
serviço contratado e pago pela promotora de justiça. 
Considerando as informações narradas e de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, o 
advogado de Matheus poderá 
 
A) apresentar resposta à acusação, mas não exceção, tendo em vista que as causas de suspeição e 
impedimento do magistrado não são aplicáveis aos membros do Ministério Público. 
B) opor exceção de ilegitimidade da parte, diante da constatação de causa de impedimento do membro do 
Ministério Público que ofereceu denúncia. 
C) opor exceção de suspeição, diante da causa de impedimento do membro do Ministério Público que 
ofereceu a denúncia. 
D) opor exceção de suspeição, diante da constatação de causa de suspeição do membro do Ministério Público 
que ofereceu a denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Na questão, o denunciado era devedor da promotora que ofereceu a denúncia. Trata-se de hipótese de 
suspeição do membro do Ministério Público, que deve ser arguida em exceção de suspeição, vejamos: 
CPP, Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: 
[...] 
V - Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
 
CPP, Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das 
partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive, e a eles se estendem, no que lhe for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos 
impedimentos dos juízes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 Questões comentadas para OAB – ProcessoPenal 
QUESTÃO 21 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
José, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela prática do crime de receptação simples (pena: 
01 a 04 anos de reclusão e multa). Após ser certificado que o denunciado estava em local incerto e não 
sabido, foi publicado edital com objetivo de citá-lo. Mesmo após passado o prazo do edital, José não 
compareceu em juízo nem constituiu advogado. 
O magistrado, informado sobre o fato, determinou a suspensão do processo e do curso do prazo 
prescricional. Na mesma decisão, decretou a prisão preventiva de José, exatamente por ele não ter sido 
localizado para citação, além da produção de duas provas, antecipadamente: oitiva de Maria, senhora de 
90 anos de idade, que se encontrava internada e com risco de falecer, e da vítima, Bruno, jovem de 22 
anos, sob o fundamento de que o decurso do tempo poderia prejudicar essa oitiva e gerar esquecimento. 
José, dez dias após a decisão, veio a tomar conhecimento dos fatos e entrou em contato com seu advogado. 
Considerando apenas as informações expostas, o advogado de José deverá buscar o reconhecimento de 
que 
 
A) a suspensão do processo após citação por edital foi legal, mas não a suspensão do prazo prescricional, já 
que o magistrado determinou a produção antecipada de provas. 
B) o magistrado poderia ter determinado a produção antecipada de provas em relação à Maria, mas não em 
relação à oitiva de Bruno, sendo, ainda, inadequada a decretação da prisão preventiva. 
C) a prisão foi decretada de maneira inadequada, mas a determinação da oitiva de Maria e de Bruno de 
maneira antecipada foi correta. 
D) não poderiam ser produzidas quaisquer provas antecipadas, já que o processo se encontrava suspenso, 
apesar de legal a decretação da prisão preventiva. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
O art. 366 do CPP prevê a possibilidade da produção antecipada de provas e o art. 225, ao dispor 
especificamente sobre a prova testemunhal, fornece os parâmetros que autorizam a antecipação da oitiva 
de testemunhas. É o caso do denominado depoimento ad perpetuam rei memoriam. Supondo-se que 
determinada testemunha presencial do delito esteja hospitalizada, em grave estado de saúde, afigura-se 
possível a colheita antecipada de seu depoimento, o que será feito com a presença do juiz, e com a 
participação das partes sob contraditório, como no caso de Maria, senhora de 90 anos de idade, que se 
encontrava internada e com risco de falecer. 
 
Além disso, na dicção do STJ (RHC 45.263/SP), a produção antecipada de provas, com base no art. 366 do 
CPP, deve ser concretamente fundamentada, não bastando a mera alegação de que o decurso do tempo 
poderá levar as testemunhas ao esquecimento, como no caso de Bruno. 
 
 Por fim, é evidente que a revelia isoladamente considerada não é suficiente para atingir a finalidade do art. 
312 do CPP (prisão preventiva). Se não demonstrada a presença do periculum in mora/periculum libertatis, 
a justificar a necessidade da custódia antes de uma condenação definitiva, a simples revelia do réu não é 
motivo suficiente para embasar decreto de prisão preventiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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22 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 22 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Francisco foi preso em flagrante, logo após a prática de um crime de furto qualificado, pelo rompimento 
de obstáculo. Agentes públicos compareceram ao local dos fatos e constataram, por meio de exame 
pericial, o arrombamento do fecho da janela que protegia a residência de onde os bens foram subtraídos. 
No interior da Delegacia, em conversa informal com a autoridade policial, Francisco confessou a prática 
delitiva, fato que foi registrado em gravação de áudio no aparelho celular pessoal do Delegado. Quando 
ouvido formalmente, preferiu exercer o direito ao silêncio que lhe foi assegurado naquele momento. 
Francisco, reincidente, foi denunciado, sendo juntados pelo Ministério Público, já no início da ação penal, 
o laudo de exame de local que constatou o arrombamento e o áudio da confissão informal encaminhado 
pela autoridade policial. 
No momento das alegações finais, o advogado de Francisco, sob o ponto de vista técnico, deverá destacar 
que 
 
A) a condenação não poderá se basear exclusivamente no laudo de exame de local, considerando que não 
foi produzido sob crivo do contraditório, e o áudio acostado, apesar de não poder ser considerado prova 
ilícita, se valorado na sentença, deverá justificar o reconhecimento da atenuante da pena da confissão. 
B) tanto o áudio com a confissão informal quanto o laudo de exame de local são provas lícitas, podendo, 
inclusive, o magistrado fundamentar eventual condenação com base exclusivamente no exame pericial 
produzido antes da instrução probatória. 
C) a confissão informal foi obtida de maneira ilícita, devendo ser o áudio desentranhado do processo, mas 
poderá o laudo pericial ser considerado em eventual sentença, apesar de produzido antes de ser instaurado 
o contraditório. 
D) tanto o áudio com a confissão informal quanto o laudo de exame de local são provas ilícitas, devendo ser 
desentranhados do processo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Tendo em vista que se considera ilícita a prova colhida mediante violação a normas constitucionais, 
notadamente aquelas que tutelam direitos fundamentais (CF/88, art. 5º, inciso LVI, c/c art. 157, caput, do 
CPP), e como decorrência da necessidade de advertência quanto ao direito de não produzir prova contra si 
mesmo, não se pode considerar lícita, portanto, gravação clandestina de conversa informal de policiais com 
o preso, em modalidade de “interrogatório” sub-reptício, quando, além de o capturado não dar seu 
assentimento à gravação ambiental, não for advertido do seu direito ao silêncio, devendo ser o áudio 
desentranhado do processo. 
 
 Por sua vez, na visão do STJ (AgRg no REsp 1.699.758/MS), como a destruição e o rompimento de obstáculo 
deixam vestígios, é imprescindível a elaboração de exame de corpo delito, direto ou indireto, para 
comprovação da materialidade, não podendo a confissão do acusado substituí-lo (CPP, art. 158). Mas, não 
sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal 
poderá suprir-lhe a falta (CPP, art. 167). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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23 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 23 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Ricardo, motorista profissional e legalizado para transporte escolar, conduzia seu veículo de trabalho por 
uma rua da Comarca de Celta (MS), sendo surpreendido com a travessia repentina de Igor que conduzia 
uma bicicleta, vindo com isso a atropelá-lo. Igor ficou caído no chão reclamando de muita dor no peito, 
não conseguindo levantar-se. 
Ricardo, diante das reclamações de dor da vítima, e com receio de agravar o seu estado de saúde, 
permaneceu no local e pediu ajuda ao Corpo de Bombeiros, ligando para o número 193. 
A polícia militar chegou, fez o teste em Ricardo para apurar a concentração de álcool por litro de sangue, 
sendo 0 (zero) o resultado de miligrama de álcool. Diante da situação de flagrância, Ricardo foi preso e, no 
dia seguinte, levado à audiência de custódia. 
Igor foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros constatando-se no hospital, por exame de imagem, que a 
vítima havia fraturado 03 (três) costelas e o tornozelo direito, sendo operado com sucesso. 
Você, como advogado(a) de Ricardo, postularia 
 
A) concessão da liberdade provisória, sem fiança, diante da legalidade da prisão, por se tratar de indiciado 
primário e de bons antecedentes, além de ter prestado imediato e integral socorro à vítima. 
B) somentea imposição da medida cautelar diversa da prisão, consistente no comparecimento periódico em 
juízo, diante da legalidade da prisão e considerando que a custódia cautelar deve ser a última medida imposta 
diante do princípio da proporcionalidade. 
C) relaxamento da prisão de Ricardo por ser ilegal, haja vista que prestou imediato e integral socorro à vítima. 
D) concessão da liberdade provisória, mediante fiança, arbitrado o menor valor legal, diante da legalidade da 
prisão, por ser o indiciado primário e de bons antecedentes, bem como em razão da sua capacidade 
econômica. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
O art. 301 da Lei 9.503/1997: 
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a 
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. 
 
Portanto, reconhecida a ilegalidade da prisão, deve a prisão de Ricardo ser relaxada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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24 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 24 - FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase 
 
Ao término da instrução criminal no processo em que Irineu foi denunciado pelo crime de homicídio doloso 
consumado que vitimou Alberto, o advogado de Irineu teve a palavra em audiência para fazer suas 
alegações finais (juízo de admissibilidade da acusação). 
No curso do inquérito policial o Delegado de Polícia representou ao juízo competente pelo incidente de 
insanidade mental, cujo laudo afirmou que, na data em que o crime foi praticado, Irineu era inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato. 
Ouvidas as testemunhas arroladas na denúncia, Roberta, cliente que estava no bar em que aconteceu o 
crime, declarou que Irineu tinha traços semelhantes àqueles da pessoa que efetuou o disparo de arma de 
fogo, mas não poderia afirmar com certeza a autoria. No mesmo sentido foi o depoimento de Laércio, que 
era garçom daquele estabelecimento comercial. Rui, que estava no caixa do bar, e Ana, a gerente, disseram 
não ter condições de reconhecer o réu. 
Irineu sempre negou a autoria do homicídio. 
Você, como advogado(a) de defesa de Irineu, em alegações finais, deve sustentar a tese de 
 
A) nulidade do processo desde a decisão que determinou o exame de insanidade mental, pois o Delegado de 
Polícia não poderia representar pelo incidente de insanidade mental, por não ter qualidade de parte. 
B) absolvição sumária, em razão do laudo do exame de insanidade mental ter afirmado que Irineu era 
absolutamente incapaz, por doença mental, sem condições, à época, de entender o caráter ilícito do fato. 
C) impronúncia de Irineu, posto que a prova testemunhal não revelou a existência de indícios suficientes de 
autoria. 
D) despronúncia, em razão das declarações de Rui e Ana, que não reconheceram Irineu como autor do 
disparo de arma de fogo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Se a denúncia foi pelo crime de homicídio doloso, sabe-se que estamos diante do procedimento no Tribunal 
do Júri. Como a questão fala em alegações finais no juízo de admissibilidade da acusação, verifica-se que o 
processo ainda está na 1ª fase do júri. 
 
Da 1ª fase só pode resultar 3 situações: Pronúncia, Impronúncia ou Absolvição sumária. 
 
Assim, já excluímos a alternativa D que fala sobre "despronúncia". 
 
Seguindo, excluímos a alternativa A já que o delegado de polícia pode sim representar pelo incidente de 
insanidade mental do acusado no curso do inquérito policial (art. 149, §1º do CPP). 
 
Resta, portanto, apenas a alternativa B e C, ambas aparentemente benéficas ao acusado. 
 
Todavia, como há mais que uma tese defensiva ao acusado (inimputabilidade + inexistência de indícios 
suficientes de autoria), não se aplica a absolvição sumária aqui, isto porque, se o caso for levado a 
julgamento, o júri pode reconhecer uma tese mais favorável ao acusado do que a inimputabilidade, que 
enseja aplicação de medida de segurança (art. 415, parágrafo único do CPP). 
 
E ainda que assim não fosse, na qualidade de advogado do réu há de se verificar o que é mais benéfico para 
ele. Ora, da absolvição sumária por inimputabilidade resultaria a aplicação de medida de segurança, 
enquanto na impronúncia o réu sairia totalmente "livre" do processo. 
 
Assim, o advogado deve sustentar a tese de inexistência de indícios suficientes de autoria, pugnando pela 
impronúncia de seu cliente. 
 
 
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25 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 25 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Vanessa foi presa em flagrante, logo após cometer um crime de furto em residência. A proprietária do 
imóvel, Jurema, 61 anos, informou aos policiais que viu, pelas câmeras de segurança, Vanessa escalando o 
alto muro da residência e ingressando na casa, acreditando a vítima que a mesma rompeu o cadeado da 
porta, já que este encontrava-se arrombado. Por determinação da autoridade policial, um perito oficial 
compareceu à residência de Jurema e realizou laudo pericial para confirmar que o muro que Vanessa pulou 
era de grande altura e demandava esforço no ato. Deixou, porém, de realizar a perícia no cadeado e na 
porta por onde Vanessa teria entrado na casa. 
Vanessa foi denunciada pelo crime de furto qualificado, sendo imputado pelo Ministério Público a 
qualificadora da escalada e do rompimento de obstáculo. No curso da instrução, assistida a ré pela 
Defensoria Pública, as partes tiveram acesso ao laudo pericial e, em seu interrogatório, Vanessa confessou 
os fatos, inclusive o rompimento do cadeado para ingresso na residência, bem como informou que sabia 
que a lesada era uma senhora de idade. A vítima Jurema não compareceu, alegando que não poderia deixar 
sua residência exposta, já que o cadeado da casa ainda estava arrombado, argumentando ser idosa, 
acostando sua carteira de habilitação, e destacando que as imagens da câmera de segurança, já juntadas 
ao processo, confirmavam a autoria delitiva. 
Você, como advogado(a), foi constituído(a) por Vanessa para a apresentação de alegações finais. 
Considerando as informações expostas, você deverá alegar que 
 
A) a perícia realizada no muro não poderá ser considerada prova, mas tão só elemento informativo a ser 
confirmado por provas produzidas sob o crivo do contraditório, tendo em vista que as partes não 
participaram da elaboração do laudo. 
B) deve ser afastada a qualificadora com fundamento no rompimento de obstáculo, já que não foi produzida 
prova pericial, não sendo suficiente a confissão da acusada. 
C) a perícia realizada para demonstrar a escalada foi inválida, pois não foi realizada por dois peritos oficiais, 
nos termos da determinação do Código de Processo Penal. 
D) a idade da vítima não foi comprovada por documento idôneo, não podendo ser reconhecida agravante 
por tal fundamento. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
A questão cobrou conhecimentos acerca das provas no Processo Penal. 
 
A – Incorreta. A perícia poderá ser determinada pelo Delegado de Polícia ou pelo Juiz, ou seja, tanto pode ser 
realizada na fase investigativa como na fase processual. A perícia resultará na produção de um laudo. Assim, 
a perícia e o laudo pericial são feitos por um órgão oficial do Estado e as partes poderão formular perguntas 
que serão respondidas pelos peritos ou contestar o laudo pericial. 
 
B – Correta. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado (art. 158 do Código de Processo Penal). 
 
C – Incorreta. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de 
diploma de curso superior (art. 159, CPP). Na falta de perito oficial, o exameserá realizado por 2 (duas) 
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as 
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame (art. 159, § 1°, CPP). 
 
D – Incorreta. A idade da vítima pode ser provada por qualquer documento idôneo e foi provada através da 
cópia da sua carteira de habilitação. 
 
 
 
 
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26 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 26 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Durante uma festa em uma casa noturna, Michele se desentende com sua amiga Flávia e lhe desfere um 
tapa no rosto, causando-lhe lesão corporal de natureza leve. Flávia, então, se dirige à autoridade policial e 
registra o fato, manifestando expressamente seu interesse em representar contra Michele, tendo em vista 
a natureza de ação penal pública condicionada à representação. 
Findo o procedimento policial, os autos foram encaminhados ao Juizado Especial competente e o 
Ministério Público apresentou proposta de transação penal à Michele, que não a aceitou. Após o 
oferecimento de denúncia pelo Parquet, Flávia se diz arrependida e manifesta ao seu advogado interesse 
em se retratar da representação oferecida, destacando que ainda não foi recebida a inicial acusatória. 
Considerando os fatos acima narrados, você, como advogado(a) de Flávia, deverá esclarecer que 
 
A) a representação será irretratável na hipótese, por já ter sido oferecida a denúncia. 
B) a retratação da representação poderá ser realizada até o momento da sentença, não dependendo de 
formalidades legais. 
C) a retratação da representação será cabível até o recebimento da denúncia, em audiência perante o juiz, 
especialmente designada para tal finalidade. 
D) a representação será irretratável, independentemente do momento processual, por se tratar de ação 
penal de natureza pública, de modo que o Ministério Público continua sendo o titular da ação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
A questão cobrou conhecimentos acerca da retratação da representação. 
 
A representação, nos crimes de ação penal pública condicionada a representação deverá ser apresentada no 
prazo de 6 meses a contar da data em que a vítima tomar conhecimento do autor do fato, conforme as regras 
dos art. 38 do CPP e 103 do Código Penal: 
Art. 38 do CPP: 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se 
não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do 
dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
 
Art. 103 do CP: 
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro 
do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, 
do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 
 
Assim, Flávia apresentou representação dentro do prazo legal. 
 
Flávia, entretanto, poderá desistir de prosseguir com o processo e para isso precisa apresentar uma 
retratação da representação. 
 
A retratação da representação poderá ser apresentada até o oferecimento da denúncia, ou seja, a 
representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia, conforme o art. 25 do Código de Processo 
Penal: 
 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 
 
 
 
 
 
 
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27 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 27 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Bartolomeu foi denunciado e pronunciado pela suposta prática de um crime de homicídio qualificado. No 
dia da sessão plenária do Tribunal do Júri, no momento dos debates orais, o Promotor de Justiça iniciou 
sua fala lendo o teor da denúncia para que os jurados tivessem conhecimento sobre os fatos imputados. 
Após, afirmou que estaria presente a prova da materialidade e de autoria, passando a ler a decisão de 
pronúncia e destacar que esta demonstraria a veracidade do que assegurava sobre a prova da prática do 
crime por Bartolomeu. Por fim, o Parquet leu reportagem jornalística que apontava Bartolomeu como 
possível autor do homicídio, sendo certo que tal documentação foi acostada ao procedimento sete dias 
antes da sessão plenária, tendo a defesa acesso à mesma quatro dias úteis antes do julgamento. Em sua 
fala, a defesa técnica de Bartolomeu pugnou pela absolvição, negando a autoria, e consignou em ata seu 
inconformismo com a leitura da denúncia, a menção à pronúncia e a leitura da reportagem jornalística. O 
réu foi condenado. 
Considerando as informações narradas, com base nas previsões legais e sob o ponto de vista técnico, no 
momento de apresentar recurso de apelação, o(a) advogado(a) de Bartolomeu poderá alegar a existência 
de nulidade, em razão 
 
A) da leitura da denúncia, da menção à pronúncia e leitura da reportagem jornalística. 
B) da menção à pronúncia e leitura da reportagem jornalística, apenas. 
C) da leitura da reportagem jornalística, apenas. 
D) da menção à pronúncia, apenas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A questão cobrou conhecimentos acerca do Tribunal do Júri. 
 
O art. 478, inc. I do Código de Processo Penal proíbe que as partes façam referências à decisão de pronúncia, 
às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como 
argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado, sob pena de nulidade. 
 
Já o art. 479 do CPP proíbe a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos 
autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte, incluindo-se no 
conceito de documentos a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, 
gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar 
sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados, conforme o art. 479, parágrafo 
único). 
 
Assim, apenas é vedada em plenário a leitura da decisão de pronuncia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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28 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 28 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Paulo, advogado, foi intimado de duas decisões proferidas pelo juízo da execução penal do Rio de Janeiro, 
em relação a dois de seus clientes. Na primeira, foi determinada a perda de 1/5 (um quinto) dos dias 
remidos por Lúcio, considerando que foi reconhecida, por meio de procedimento regular, observadas as 
exigências legais, a prática de falta grave pelo mesmo. Na segunda decisão, o pedido de progressão de 
regime formulado por Paulo em relação ao apenado Flávio foi deferido, tendo o magistrado fixado, como 
condição a ser observada no regime aberto, o cumprimento de prestação de serviços à comunidade. 
Diante das intimações, Paulo poderá apresentar 
 
A) recurso em sentido estrito para questionar as duas decisões do magistrado, que seriam ilegais. 
B) agravo para questionar as duas decisões do magistrado, que seriam ilegais. 
C) agravo para questionar apenas a decisão que determinou a perda dos dias remidos, que seria ilegal, mas 
não a que fixou condições especiais para a progressão de regime. 
D) agravo para questionar a decisão que fixou a prestação de serviço à comunidade como condição para a 
progressão para o regime aberto, não havendo ilegalidade, porém, na determinação da perda de 1/5 (um 
quinto) dos dias remidos por Lúcio. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativacorreta letra D. 
 
A questão cobrou conhecimentos acerca da execução da pena. 
Em relação à decisão Judicial no processo em que Lúcio é o condenado temos que a remição (abatimento da 
pena) é um direito do apenado que cumpre pena no regime fechado ou semiaberto. O condenado pode 
adquirir o direito de remir sua pena através do trabalho e/ou estudo, conforme art. 126 da lei n° 7.210/1984 
– Lei de Execução Penal – LEP. 
A contagem de tempo remição será feita à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência 
escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de 
requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias e 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias 
de trabalho. 
Porém, o condenado poderá perder parte desse tempo remido. Nos termos do art. 27 da LEP “Em caso de 
falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, 
recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar". Portanto, a perda de 1/5 dos dias remidos 
está dentro dos limites legais. 
Já em relação a Flávio temos que o cumprimento de prestação de serviços à comunidade tem natureza 
jurídica de pena restritiva de direitos (art. 43, IV do Código Penal), substitutiva das penas privativas de 
liberdade (art. 44, CP). 
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça “não é cabível a fixação da prestação de serviços à comunidade 
como condição especial do regime aberto, nos termos no art. 115 da lei n° 7.210/1984, por configurar afronta 
ao princípio do ne bis in idem". (informativo 460 – STJ). 
Portanto, a decisão do juiz ao fixar a prestação de serviços à comunidade como condição especial do regime 
aberto é ilegal e das decisões proferidas pelo Juiz da execução caberá recurso de agravo, nos termos do art. 
197 da LEP. 
Assim, Paulo poderá apresentar agravo para questionar a decisão que fixou a prestação de serviço à 
comunidade como condição para a progressão para o regime aberto, não havendo ilegalidade, porém, na 
determinação da perda de 1/5 (um quinto) dos dias remidos por Lúcio. 
 
 
 
 
 
 
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29 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 29 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase 
 
Carlos, em relatório final conclusivo de inquérito policial, foi indiciado pela prática do crime de receptação 
qualificada (Art. 180, §1º, CP – pena: 3 a 8 anos de reclusão e multa). Recebido o procedimento 
investigatório, o Promotor de Justiça verificou, na Folha de Antecedentes Criminais, que Carlos possuía 
uma única anotação e era tecnicamente primário, mas que teria sido beneficiado, oito anos antes da 
suposta nova prática delitiva, por proposta de suspensão condicional do processo em relação a crime de 
estelionato. 
Considerando as informações expostas, você, como advogado(a) de Carlos, deverá esclarecer que, de 
acordo com o Código de Processo Penal, 
 
A) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, independentemente da confissão do indiciado, 
podendo, contudo, ser imposto ressarcimento do dano e prestação de serviço à comunidade por tempo 
limitado em caso de aceitação. 
B) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, tendo em vista que o suposto autor já foi 
beneficiado com suspensão condicional do processo anteriormente. 
C) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, considerando a pena e natureza do crime, mas 
Carlos necessariamente deverá confessar a prática delitiva. 
D) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, em razão da pena máxima prevista para o 
delito ultrapassar quatro anos de reclusão. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A questão cobrou conhecimentos acerca do Acordo de Não Persecução Penal – ANPP. 
 
O Acordo de Não Persecução Penal – ANPP está previsto no art. 28 – A do Código de Processo Penal: 
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração 
penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de 
não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime (…). 
 
Para a realização ANPP a lei exige os seguintes requisitos: 
1 - Não seja caso de arquivamento da investigação; 
2 - Que o agente confesse formal e circunstancialmente a prática de infração penal; (confissão). 
3 - Não seja crime praticado com violência ou grave ameaça a pessoa; (natureza do crime) 
4 - A pena mínima em abstrato seja inferior a 4 anos; (pena) 
5 – A medida deve ser necessária e suficiente para reprovação e prevenção do crime; 
 
Não há acordo de não persecução penal quando: 
1 - O crime envolver violência doméstica; 
2 - O agente for reincidente; 
3 – For possível a transação penal; 
4 - O agente possua antecedentes que denotem conduta criminosa habitual); 
5 – O agente tiver sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação ou sursis processual. 
 
Assim, poderá ser proposto acordo de não persecução penal, considerando a pena e natureza do crime, mas 
Carlos necessariamente deverá confessar a prática delitiva. 
 
A letra A está incorreta porque é obrigatória a confissão para que o acordo de não persecução seja realizado. 
A letra B está incorreta porque a suspensão condicional (sursi processual) que beneficiou o acusado ocorreu 
há 8 anos e a lei só veda o ANPP se o sursi tiver ocorrido nos últimos 5 anos. 
A letra D está incorreta porque o ANPP leva em conta a pena mínima de até 4 anos (como é o caso do crime 
de receptação qualificada que tem pena mínima de 3 anos) e não a pena máxima, como afirma a questão. 
 
 
 
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30 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 30 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
Após concluído inquérito policial para apurar a prática do crime de homicídio em desfavor de Jonas, o 
Ministério Público requereu o seu arquivamento por falta de justa causa, pois não conseguiu identificar 
o(s) autor(es) do delito, o que restou devidamente homologado pelo juiz competente. Um mês após o 
arquivamento do inquérito policial, uma testemunha, que não havia sido anteriormente identificada, 
compareceu à delegacia de polícia alegando possuir informações quanto ao autor do homicídio de Jonas. 
A família de Jonas, ao tomar conhecimento dos fatos, procura você, como advogado(a) da família, para 
esclarecimentos. Diante da notícia de existência de novas provas aptas a identificar o autor do crime, você 
deverá esclarecer aos familiares da vítima que o órgão ministerial 
 
A) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento não faz coisa julgada 
material independentemente de seu fundamento. 
B) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento é imutável na 
presente hipótese. 
C) não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois se trata de mera notícia, inexistindo 
efetivamente qualquer prova nova quanto à autoria do delito. 
D) poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento fez apenas coisa 
julgada formal no caso concreto. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A solução da questão exige o conhecimento acerca do inquérito policial previsto no título II do Código de 
Processo Penal, mais precisamente sobre o seu arquivamento. O inquérito é um conjunto de atos 
investigatórios realizados pela polícia judiciária com o objetivo de colher indícios de autoria e materialidade 
para que possa haver a ação penal. 
O arquivamento do inquérito ocorre quando há falta de fundamentação para a denúncia, ou seja, quando 
não há indícios suficientes de autoria e materialidade e só pode ser arquivado pelaautoridade judiciária. 
Analisando as alternativas: 
 
a) ERRADA. O Ministério Público poderá promover o desarquivamento quando houver novas provas, pois, 
em regra a decisão do arquivamento não faz coisa julgada material. Entretanto, quando for arquivado por 
atipicidade do fato, extinção da punibilidade, fará coisa julgada material, não podendo ser desarquivado. No 
caso de ser arquivado por excludente de culpabilidade ou ilicitude, há divergências doutrinárias, Nucci (2020) 
entende que nesse caso também deve gerar decisão definitiva. 
 
b) ERRADA. Em regra, poderá haver o desarquivamento do inquérito, de acordo com o art. 18 do CPP: “Depois 
de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a 
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia." As hipóteses em 
que não poderá ser desarquivado estão na alternativa anterior. 
 
c) ERRADA. Poderá haver o desarquivamento, o depoimento de uma nova testemunha que não havia sido 
identificada constitui nova prova e não mera notícia. 
 
d) CORRETA. De fato, a decisão de arquivamento fez apenas coisa julgada formal no caso concreto, veja a 
súmula 524 do STF: “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de 
justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas." 
 
 
 
 
 
 
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31 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 31 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
Rita foi denunciada pela suposta prática de crime de furto qualificado, pois teria, mediante fraude, 
subtraído uma bicicleta de sua amiga Regina. Ao ser citada, de imediato Rita procurou seu advogado, 
informando que, na verdade, a bicicleta seria de sua propriedade e que, inclusive, já era autora de ação 
cível na qual buscava o reconhecimento da propriedade do objeto, mas que a questão não seria de simples 
solução. 
Com base apenas nas informações expostas, o advogado de Rita poderá buscar 
 
A) a suspensão da ação penal diante da existência de questão prejudicial obrigatória, ficando, nessa hipótese, 
suspenso também o curso do prazo prescricional. 
B) a suspensão da ação penal diante da existência de questão prejudicial facultativa, e, caso o juiz indefira o 
pedido, caberá recurso em sentido estrito. 
C) a suspensão da ação penal diante da existência de questão prejudicial facultativa, podendo o magistrado 
também decretar a suspensão de ofício. 
D) a intervenção do Ministério Público na ação de natureza cível, mas não a suspensão da ação penal, diante 
da independência entre as instâncias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A solução da questão exige o conhecimento acerca das questões e processos incidentes dentro do processo 
penal, previstos no título VI do CPP. Questões prejudiciais são aquelas que versam sobre o elemento do crime 
e que precisa ser resolvida para só depois dar seguimento à ação penal. Analisando as alternativas: 
 
a) ERRADA. Não se trata de questão judicial obrigatória e sim facultativa, vez que envolve questões 
pendentes de julgamento em outro processo, que estão justamente no art. 93 do CPP, são aquelas que não 
dizem respeito ao estado civil das pessoas e que é da competência do juízo extrapenal. Neste caso, o juiz 
poderá suspender a ação penal e remeter as partes ao juízo extrapenal, que acarreta a suspensão do processo 
e a prescrição. Veja o art. 93: 
 
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da 
prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-
la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova 
a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras 
provas de natureza urgente. 
 
b) ERRADA. A primeira parte da alternativa está correta, vez que pode se ter a suspensão da ação e está se 
tratando de uma questão prejudicial facultativa, entretanto se for determinada a suspensão do processo (e 
não se for negada), caberá recurso em sentido estrito, nos termos do art. 581, XVI do CPP. Do despacho que 
denegar a suspensão não caberá recurso, de acordo com o art. 93, §2º do CPP. 
 
c) CORRETA. De fato, o advogado poderá buscar a suspensão da ação penal diante da existência de questão 
prejudicial facultativa, conforme vimos nas alternativas anteriores, podendo o magistrado também decretar 
a suspensão de ofício, de acordo com o art. 94 do CPP: A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos 
artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes. 
 
d) ERRADA. Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público 
intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento, de acordo com o art. 
93, §3º do CPP. 
 
 
 
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32 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 32 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
Vitor foi denunciado pela suposta prática dos crimes de furto e ameaça, já que teria ingressado em 
estabelecimento comercial e, enquanto subtraía produtos, teria, para garantir o sucesso da empreitada 
delitiva, ameaçado o funcionário que realizava sua abordagem. Considerando que o funcionário não 
compareceu em juízo para esclarecimento dos fatos, Vitor veio a ser absolvido por insuficiência de provas, 
transitando em julgado a sentença. 
Outro promotor de justiça, ao tomar conhecimento dos fatos e localizar o funcionário para ser ouvido em 
juízo, veio a denunciar Vitor pelo mesmo evento, mas, dessa vez, pelo crime de roubo impróprio. 
Após citação, caberá ao(à) advogado(a) de Vitor, sob o ponto de vista técnico, 
 
A) buscar a desclassificação para o crime de furto simples em concurso com o de ameaça no momento das 
alegações finais, mas não a extinção do processo, considerando que a absolvição anterior foi fundamentada 
em insuficiência probatória. 
B) requerer, em resposta à acusação, a absolvição sumária de Vitor, pois está provado que o fato não ocorreu. 
C) apresentar exceção de litispendência, requerendo a extinção do processo. 
D) apresentar exceção de coisa julgada, buscando extinção do processo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A solução da questão exige o conhecimento acerca das exceções no processo penal, previstas no título VI do 
CPP. Analisando as alternativas: 
 
a) ERRADA. Deveria sim buscar a extinção do processo, vez que já havia sido absolvido. 
 
b) ERRADA. O fato ocorreu, porém, houve insuficiência de provas quanto à autoria do delito. 
 
c) ERRADA. A litispendência só ocorre quando há duas ações em tramitação com as mesmas partes, as 
mesmas causas e os mesmos pedidos. Na questão, o réu já tinha sido absolvido, não havia mais processo. 
 
d) CORRETA. De fato, caberia a exceção da coisa julgada, de acordo com o art. 95, V do CPP, somente poderá 
ser oposta em relação ao fato principal, que tiver sido objeto da sentença. Como o processo já havia 
transitado em julgado, não há que se falar em novo processo para discutir a mesma questão. A exceção da 
coisa julgada é uma forma indireta de se defender do processo visto que a mesma causa já foi julgada 
definitivamente em outro foro (NUCCI, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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33 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 33 - FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
Caio praticou um crime de furto (Art. 155 – pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa) no interior da sede da 
Caixa EconômicaFederal, empresa pública, em Vitória (ES), ocasião em que subtraiu dinheiro e diversos 
bens públicos. Ao sair do estabelecimento, para assegurar a fuga, subtraiu, mediante grave ameaça, o carro 
da vítima, Cláudia (Art. 157 – pena: reclusão, de 4 a 10 anos, e multa). Houve perseguição policial, somente 
vindo Caio a ser preso na cidade de Cariacica, onde foi encontrado em seu poder um celular produto de 
crime anterior (Art. 180 – pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa). 
Considerando a conexão existente entre os crimes de furto simples, roubo simples e receptação, bem como 
a jurisprudência dos Tribunais Superiores, assinale a opção que indica a Vara Criminal competente para o 
julgamento de Caio. 
 
A) A Justiça Estadual, em relação aos três crimes, sendo competente, territorialmente, a comarca de Vitória. 
B) A Justiça Estadual, em relação aos três crimes, sendo competente, territorialmente, a comarca de 
Cariacica. 
C) A Justiça Federal, em relação ao crime de furto, e a Vara Criminal de Vitória, da Justiça Estadual, no que 
tange aos crimes de roubo e receptação. 
D) A Justiça Federal, em relação a todos os delitos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A solução da questão exige o conhecimento acerca da competência, mais precisamente sobre a conexão, ela 
está tratada no art. 76, I, II e III do CPP e é uma causa modificadora da competência e ocorre quando há a 
prática de dois ou mais crimes; a primeira hipótese trata da conexão intersubjetiva e se dá quando ocorrendo 
duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por 
várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras. 
Já o inciso II trata da conexão objetiva ou teleológica, em que se, no mesmo caso, houverem sido umas 
praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a 
qualquer delas; que é justamente do que trata a alternativa, já o inciso III trata de uma conexão instrumental, 
que ocorre quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na 
prova de outra infração. 
 
 Analisando a questão, a competência será da Justiça Federal para os crimes de furto e roubo, e da justiça 
estadual para o crime de receptação, isso porque os crimes de furto e roubo são conexos, vez que o roubo 
foi praticado para facilitar a fuga do crime de furto. O crime de furto já seria da competência da justiça 
federal, vez que praticado contra a Caixa Econômica. Como a receptação não tem a ver com o crime cometido 
contra a caixa, não há que se falar em conexão e, portanto, a competência será da justiça estadual. 
 
Veja a súmula 122 do STJ: “compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos 
de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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34 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 34- FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase 
 
Em 14/01/2021, Valentim, reincidente, foi denunciado como incurso nas sanções penais do Art. 14 da Lei 
n º 10.826/03, cuja pena prevista é de reclusão, de 2 a 4 anos, narrando a denúncia que, em 10/01/2017, 
o denunciado portava, em via pública, arma de fogo de uso permitido. 
Após recebimento da denúncia e apresentação de resposta à acusação, o magistrado, verificando que a 
única outra anotação que constava da Folha de Antecedentes Criminais era referente a delito da mesma 
natureza, decretou, apesar da ausência de requerimento, a prisão preventiva do denunciado, destacando 
o risco de reiteração delitiva. 
Ao tomar conhecimento dos fatos, sob o ponto de vista técnico, a defesa de Valentim deverá argumentar 
que a prisão é inadequada porque 
 
A) não poderia ter sido decretada de ofício e pela ausência de contemporaneidade, apesar de a pena máxima, 
por si só, não impedir o decreto prisional na situação diante da reincidência. 
B) não poderia ter sido decretada de ofício, não havia contemporaneidade e porque, considerando a pena 
máxima, os pressupostos legais não estariam preenchidos. 
C) não haveria contemporaneidade, apesar da possibilidade de decretação de ofício pelo momento 
processual e com base na reincidência. 
D) não haveria contemporaneidade e considerando a pena máxima prevista para o delito, apesar de, pelo 
momento processual, ser possível a decretação de ofício. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
A solução da questão exige o conhecimento acerca da prisão preventiva, que é uma das medidas cautelares, 
que estão previstas no título IX do Código de Processo Penal. A prisão preventiva é uma das modalidades de 
prisão cautelar e cabe em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, que será decretada 
pelo juiz a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da 
autoridade policial, de acordo com o art. 311 do CPP. Há vários requisitos a serem preenchidos, dentre eles, 
ela só poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e 
indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. 
Além disso, a decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de 
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida 
adotada. Analisemos as alternativas: 
 
a) CORRETA. Com a Lei Anticrime (13.964/2019), a prisão preventiva não poderá mais ser decretada DE 
OFÍCIO pelo juiz! Apenas a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. Como também, há ausência de contemporaneidade, pois a decisão 
deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou 
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida, de acordo com o art. 312, §2º do CPP. De fato, 
máxima, por si só, não impede o decreto prisional, vez que poderia se estar diante de uma reincidência em 
crime doloso, o que autorizaria a decretação da preventiva mesmo que a pena máxima privativa de liberdade 
não fosse superior a 4 anos. 
b) ERRADA. Não podia ter sido decretada de ofício e não havia contemporaneidade, mas pela pena em si, 
ainda poderia caber a prisão preventiva vez que poderia se estar diante de uma reincidência em crime doloso. 
c) ERRADA. Não há contemporaneidade, mas não há possibilidade de decretação da prisão preventiva de 
ofício. 
d) ERRADA. É certo que não haveria contemporaneidade, considerando a pena máxima prevista para o delito 
ainda seria possível a decretação se fosse constatada a reincidência em crime doloso, mas NÃO é possível a 
decretação de ofício. 
 
 
 
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35 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 35 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Caio foi denunciado pela suposta prática do crime de estupro de vulnerável. Ocorre que, apesar da 
capitulação delitiva, a denúncia apresentava-se confusa na narrativa dos fatos, inclusive não sendo 
indicada qual seria a idade da vítima. Logo após a citação, Caio procurou seu advogado para 
esclarecimentos, destacando a dificuldade na compreensão dos fatos imputados. 
O advogado de Caio, constatando que a denúncia estava inepta, deve esclarecer ao cliente que, sob o 
ponto de vista técnico, com esse fundamento poderia buscar 
 
A) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apresentar recurso em sentido estrito em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, ou oferecer, posteriormente, nova denúncia. 
B) sua absolviçãosumária, podendo o Ministério Público apresentar recurso de apelação em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, ou oferecer, posteriormente, nova denúncia. 
C) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apresentar recurso em sentido estrito em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, mas, transitada em julgado a decisão, não poderá ser oferecida 
nova denúncia com base nos mesmos fatos. 
D) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apresentar recurso de apelação em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, mas, uma vez transitada em julgado a decisão, não caberá 
oferecimento de nova denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
A decisão que rejeita a denúncia não faz coisa julgada material por razão evidente: o juiz não analisa o mérito 
e nem tem como fazer isso diante de uma denúncia inepta. Assim, a decisão faz coisa julgada formal, apenas, 
pois não existe análise da questão de fundo, razão pela qual o MP poderá oferecer nova denúncia. 
 
Fundamentação legal: 
CPP 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta; 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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36 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 36 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Durante longa investigação, o Ministério Público identificou que determinado senador seria autor de um 
crime de concussão no exercício do mandato, que teria sido praticado após sua diplomação. Com o 
indiciamento, o senador foi intimado a, se fosse de sua vontade, prestar esclarecimentos sobre os fatos no 
procedimento investigatório. Preocupado com as consequências, o senador procurou seu advogado para 
esclarecimentos. 
Considerando apenas as informações narradas e com base nas previsões constitucionais, o advogado 
deverá esclarecer que 
 
A) o Ministério Público não poderá oferecer denúncia em face do senador sem autorização da Casa 
Legislativa, pois a Constituição prevê imunidade de natureza formal aos parlamentares. 
B) a denúncia poderá ser oferecida e recebida, assim como a ação penal ter regular prosseguimento, 
independentemente de autorização da Casa Legislativa, que não poderá determinar a suspensão do 
processo, considerando que o crime imputado é comum, e não de responsabilidade. 
C) a denúncia não poderá ser recebida pelo Poder Judiciário sem autorização da Casa Legislativa, em razão 
da imunidade material prevista na Constituição, apesar de poder ser oferecida pelo Ministério Público 
independentemente de tal autorização. 
D) a denúncia poderá ser oferecida e recebida independentemente de autorização parlamentar, mas deverá 
ser dada ciência à Casa Legislativa respectiva, que poderá, seguidas as exigências, até a decisão final, sustar 
o andamento da ação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A exigência de autorização do Poder Legislativo para que seja oferecida denúncia existe apenas para os cargos 
de Presidente da República, Vice-Presidente da República e Ministros de Estado. 
 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os 
Ministros de Estado; 
 
Com relação aos demais cargos pode ser oferecida denúncia independentemente de qualquer autorização, 
sem prejuízos das imunidades formais a que fazem jus os Deputados (Federais e Estaduais) e Senadores: 
 
Art. 53, § 3º, da CRFB/88: Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo 
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de 
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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37 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 37 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tiago e Talles, imputando-lhes a prática do crime de 
sequestro qualificado, arrolando como testemunhas de acusação a vítima, pessoas que presenciaram o 
fato, os policiais responsáveis pela prisão em flagrante, além da esposa do acusado Tiago, que teria 
conhecimento sobre o ocorrido. 
Na audiência de instrução e julgamento, por ter sido arrolada como testemunha de acusação, Rosa, esposa 
de Tiago, compareceu, mas demonstrou que não tinha interesse em prestar declarações. O Ministério 
Público insistiu na sua oitiva, mesmo com outras testemunhas tendo conhecimento sobre os fatos. 
Temendo pelas consequências, já que foi prestado o compromisso de dizer a verdade perante o 
magistrado, Rosa disse o que tinha conhecimento, mesmo contra sua vontade, o que veio a prejudicar seu 
marido. Por ocasião dos interrogatórios, Tiago, que seria interrogado por último, foi retirado da sala de 
audiência enquanto o corréu prestava suas declarações, apesar de seu advogado ter participado do ato. 
Com base nas previsões do Código de Processo Penal, considerando apenas as informações narradas, Tiago 
 
A) não teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na sua ausência durante o 
interrogatório de Talles e nem na oitiva de Rosa na condição de testemunha, já que devidamente arrolada 
pelo Ministério Público. 
B) teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na ausência de Tiago no interrogatório de 
Talles e na oitiva de Rosa na condição de testemunha. 
C) não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, 
mas deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, já que ela poderia se recusar a prestar 
declarações. 
D) não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, 
mas deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, pois, em que pese seja obrigada a prestar 
declarações, deveria ser ouvida na condição de informante, sem compromisso legal de dizer a verdade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Não era necessário nesse caso a oitiva da Rosa, podendo o advogado questionar esse ponto. Ela poderia se 
abster por ser cônjuge. 
Vejamos o artigo 206 do CPC: 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou 
descendente, o afim em linha reta, O CÔNJUGE, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo 
quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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38 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 38 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Durante escuta telefônica devidamente deferida para investigar organização criminosa destinada ao 
contrabando de armas, policiais obtiveram a informação de que Marcelo receberia, naquele dia, grande 
quantidade de armamento, que seria depois repassada a Daniel, chefe de sua facção. 
Diante dessa informação, os policiais se dirigiram até o local combinado. Após informarem o fato à 
autoridade policial, que o comunicou ao juízo competente, eles acompanharam o recebimento do 
armamento por Marcelo, optando por não o prender naquele momento, pois aguardariam que ele se 
encontrasse com o chefe da sua organização para, então, prendê-los. De posse do armamento, Marcelo se 
dirigiu ao encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas,quando, então, ambos foram 
surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a operação. 
Encaminhados para a Delegacia, os presos entraram em contato com um advogado para esclarecimentos 
sobre a validade das prisões ocorridas. 
Com base nos fatos acima narrados, o advogado deverá esclarecer aos seus clientes que a prisão em 
flagrante efetuada pelos policiais foi 
 
A) ilegal, por se tratar de flagrante esperado. 
B) legal, restando configurado o flagrante preparado. 
C) legal, tratando-se de flagrante retardado. 
D) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A supra questão envolve o crime de organização criminosa (Lei nº 12.850/13). 
 
A ação controlada (espécie de flagrante postergado/diferido) encontra previsão no art. 8º, da Lei nº 
12.850/13, que assim dispõe: 
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização 
criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no 
momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, 
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
 
Extrai-se do referido dispositivo que não há falar em autorização judicial, mas sim, de simples comunicação 
ao juiz. 
Não se pode, ainda, confundir o flagrante postergado (caso da questão) com o flagrante preparado ou 
provocado, que são provas ilícitas: 
 
Súmula 145/STF: 
“não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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39 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 39 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Mariana foi vítima de um crime de apropriação indébita consumado, que teria sido praticado por Paloma. 
Ao tomar conhecimento de que Paloma teria sido denunciada pelo crime mencionado, inclusive sendo 
apresentado pelo Ministério Público o valor do prejuízo sofrido pela vítima e o requerimento de reparação 
do dano, Mariana passou a acompanhar o andamento processual, sem, porém, habilitar-se como 
assistente de acusação. 
No momento em que constatou que os autos estariam conclusos para sentença, Mariana procurou seu 
advogado para adoção das medidas cabíveis, esclarecendo o temor de ver a ré absolvida e não ter seu 
prejuízo reparado. 
O advogado de Mariana deverá informar à sua cliente que 
 
A) não poderá ser fixado pelo juiz valor mínimo a título de indenização, mas, em caso de sentença 
condenatória, poderá esta ser executada, por meio de ação civil ex delicto, por Mariana ou seu representante 
legal. 
B) poderá ser apresentado recurso de apelação, diante de eventual sentença absolutória e omissão do 
Ministério Público, por parte de Mariana, por meio de seu patrono, ainda que não esteja, no momento da 
sentença, habilitada como assistente de acusação. 
C) poderá ser fixado pelo juiz valor a título de indenização em caso de sentença condenatória, não podendo 
a ofendida, porém, nesta hipótese, buscar a apuração do dano efetivamente sofrido perante o juízo cível. 
D) não poderá ser buscada reparação cível diante de eventual sentença absolutória, com trânsito em julgado, 
que reconheça não existir prova suficiente para condenação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Conforme previsto nos artigos 31 e 598 do CPP, vejamos: 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir 
na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão 
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo 
Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado 
como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo. 
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério 
Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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40 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 40 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Ricardo foi pronunciado pela suposta prática do crime de homicídio qualificado. No dia anterior à sessão 
plenária do Tribunal do Júri, o defensor público que assistia Ricardo até aquele momento acostou ao 
processo a folha de antecedentes criminais da vítima, matérias jornalísticas e fotografias que poderiam ser 
favoráveis à defesa do acusado. O Ministério Público, em sessão plenária, foi surpreendido por aquele 
material do qual não tinha tido ciência, mas o juiz presidente manteve o julgamento para a data agendada 
e, após o defensor público mencionar a documentação acostada, Ricardo foi absolvido pelos jurados, em 
23/10/2018 (terça-feira). 
No dia 29/10/2018, o Ministério Público apresentou recurso de apelação, acompanhado das razões 
recursais, requerendo a realização de novo júri, pois a decisão dos jurados havia sido manifestamente 
contrária à prova dos autos. 
O Tribunal de Justiça conheceu do recurso interposto e anulou o julgamento realizado, determinando nova 
sessão plenária, sob o fundamento de que a defesa se utilizou em plenário de documentos acostados fora 
do prazo permitido pela lei. A família de Ricardo procura você, como advogado(a), para patrocinar os 
interesses do réu. 
Considerando as informações narradas, você, como advogado(a) de Ricardo, deverá questionar a decisão 
do Tribunal, sob o fundamento de que 
 
A) respeitando-se o princípio da amplitude de defesa, não existe vedação legal na juntada e utilização em 
plenário de documentação pela defesa no prazo mencionado. 
B) diante da nulidade reconhecida, caberia ao Tribunal de Justiça realizar, diretamente, novo julgamento, e 
não submeter o réu a novo julgamento pelo Tribunal do Júri. 
C) não poderia o Tribunal anular o julgamento com base em nulidade não arguida, mas tão só reconhecer, se 
fosse o caso, que a decisão dos jurados era manifestamente contrária à prova dos autos. 
D) o recurso foi apresentado de maneira intempestiva, de modo que sequer deveria ter sido conhecido. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
O tribunal não pode reconhecer de ofício uma nulidade sem que ela tenha sido pleiteada. 
Súmula 160 do STF: "É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados 
os casos de recurso de ofício." 
 
Deveria tão só reconhecer se fosse o caso, que a decisão dos jurados era manifestamente contrária a prova 
dos autos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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41 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 41 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Carlos, advogado, em conversa com seus amigos, na cidade de Campinas, afirmou, categoricamente, que 
o desembargador Tício exigiu R$ 50.000,00 para proferir voto favorável para determinada parte em 
processo criminal de grande repercussão, na Comarca em que atuava. 
Ao tomar conhecimento dos fatos, já que uma das pessoas que participavam da conversa era amiga do 
filho de Tício, o desembargador apresentou queixa-crime, imputando a Carlos o crime de calúnia majorada 
(Art. 138 c/c. o Art. 141, inciso II, ambos do CP. Pena: 06 meses a 2 anos e multa, aumentada de 1/3). 
Convicto de que sua afirmativa seria verdadeira,Carlos pretende apresentar exceção da verdade, com a 
intenção de demonstrar que Tício realmente havia realizado a conduta por ele mencionada. Procura, 
então, seu advogado, para adoção das medidas cabíveis. 
Com base apenas nas informações narradas, o advogado de Carlos deverá esclarecer que, para julgamento 
da exceção da verdade, será competente 
 
A) a Vara Criminal da Comarca de Campinas, órgão competente para apreciar a queixa-crime apresentada. 
B) o Juizado Especial Criminal da Comarca de Campinas, órgão competente para apreciar a queixa-crime 
apresentada. 
C) o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, apesar de não ser o órgão competente para apreciar a queixa-
crime apresentada. 
D) o Superior Tribunal de Justiça, apesar de não ser o órgão competente para apreciar a queixa-crime 
apresentada. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Carlos afirmou que o desembargador Ticio exigiu 50 mil reais para proferir voto favorável à determinada 
parte em processo criminal. 
Atente-se logo a uma coisa, o desembargador Tício supostamente PRATICOU CRIME, qual tipo penal? 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO (art. 357 do Código Penal). 
Se o desembargador Tício praticou crime, de quem é a competência para julgá-lo? Do STJ. Onde tem essa 
informação? Na CRFB/88. Veja: 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores 
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os 
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas 
dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
 
É O FAMOSO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. 
 
Porém, quem apresentou a queixa-crime pela prática do crime de calúnia primeiramente foi o 
desembargador, e Carlos não tem foro por prerrogativa de função. No entanto, não é isso que a questão quer 
saber. 
 
Continuando, Carlos não deu o braço a torcer e decidiu provar que o desembargador cometeu o crime de 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO, e a forma que ele fará isso é usando do que se veio a chamar de EXCEÇÃO DA 
VERDADE, com isso, o desembargador passa a figurar no polo passivo como réu pela suposta prática de crime 
comum, por isso, o juízo competente será o Superior Tribunal de Justiça (STJ), não o sendo competente pela 
queixa-crime, já que nesse caso o Réu é Carlos e nesse crime (CALÚNIA MAJORADA) será julgado pela Vara 
Criminal de Campinas. 
 
 
 
 
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42 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 42 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Após uma partida de futebol amador, realizada em 03/05/2018, o atleta André se desentendeu com 
jogadores da equipe adversária. Ao final do jogo, dirigiu-se ao estacionamento e encontrou, em seu carro, 
um bilhete anônimo, em que constavam diversas ofensas à sua honra. Em 28/06/2018, André encontrou 
um dos jogadores da equipe adversária, Marcelo, que lhe confessou a autoria do bilhete, ressaltando que 
Luiz e Rogério também estavam envolvidos na ofensa. 
André, em 17/11/2018, procurou seu advogado, apresentando todas as provas do crime praticado, 
manifestando seu interesse em apresentar queixa-crime contra os três autores do fato. Diante disso, o 
advogado do ofendido, após procuração com poderes especiais, apresenta, em 14/12/2018, queixa-crime 
em face de Luiz, Rogério e Marcelo, imputando-lhes a prática dos crimes de calúnia e injúria. 
Após o recebimento da queixa-crime pelo magistrado, André se arrependeu de ter buscado a 
responsabilização penal de Marcelo, tendo em vista que somente descobriu a autoria do crime em 
decorrência da ajuda por ele fornecida. Diante disso, comparece à residência de Marcelo, informa seu 
arrependimento, afirma não ter interesse em vê-lo responsabilizado criminalmente e o convida para a 
festa de aniversário de sua filha, sendo a conversa toda registrada em mídia audiovisual. 
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que o(a) advogado(a) dos querelados poderá 
 
A) questionar o recebimento da queixa-crime, com fundamento na ocorrência de decadência, já que 
oferecida a inicial mais de 06 meses após a data dos fatos. 
B) buscar a extinção da punibilidade dos três querelados, diante da renúncia ao exercício do direito de queixa 
realizado por André, que poderá ser expresso ou tácito. 
C) buscar a extinção da punibilidade de Marcelo, mas não de Luiz e Rogério, em razão da renúncia ao exercício 
do direito de queixa realizado por André. 
D) buscar a extinção da punibilidade dos três querelados, caso concordem, diante do perdão oferecido a 
Marcelo por parte de André, que deverá ser estendido aos demais coautores. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
O prazo da ação privada (6 meses) inicia do conhecimento da autoria, não do fato! Portanto, se foi sabido 
dia 28 de junho, o prazo para apresentar a queixa vai até o fim de dezembro. 
 
Sobre a desistência de persistir com o intuito de processar, observe que foi após o recebimento da inicial. 
Isso caracteriza o perdão, e sobre ele vale a leitura do art. 51 do CPP; 106, I, §1º e 107, V, do CP. Estes artigos 
aclaram que o perdão: 
- É bilateral. Portanto pode ser recusado pelo querelado. 
- Pode ser expresso ou tácito. A postura de convidar o querelado para um aniversário configura um perdão 
tácito. 
- Se concedido a um, a todos aproveita (que aceitarem), pois a ação privada é regida pelo princípio da 
indivisibilidade. Não é meio para vinganças e perseguições. 
- Ela extingue a punibilidade . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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43 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 43 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Fred foi denunciado e condenado, em primeira instância, pela prática de crime de corrupção ativa, sendo 
ele e seu advogado intimados do teor da sentença no dia 05 de junho de 2018, terça-feira. A juntada do 
mandado de intimação do réu ao processo, todavia, somente ocorreu em 11 de junho de 2018, segunda-
feira. 
Considerando as informações narradas, o prazo para interposição de recurso de apelação pelo advogado 
de Fred, de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, será iniciado 
 
A) no dia seguinte à juntada do mandado de intimação (12/06/18), devendo a data final do prazo ser 
prorrogada para o primeiro dia útil seguinte, caso se encerre no final de semana. 
B) no dia da juntada do mandado de intimação (11/06/18), devendo ser cumprido até o final do prazo de 05 
dias previsto em lei, ainda que este ocorra no final de semana. 
C) no dia da intimação (05/06/18), independentemente da data da juntada do mandado, devendo ser 
cumprido até o final do prazo de 05 dias previsto em lei, ainda que este ocorra no final de semana. 
D) no dia seguinte à intimação (06/06/18), independentemente da data da juntada do mandado, devendo a 
data final do prazo ser prorrogada para o primeiro dia útil seguinte, caso se encerre no final de semana. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
S. 710 do STF: "No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta 
precatória ou de ordem". 
 
Portanto, o dia de início foi dia 05 (terça), começando a contar a partir do dia seguinte (dia 06, quarta). O 
prazo da Apelação é de 5 dias (6-7-8-9-10). O prazo terminará no dia 10, domingo, devendo ser prorrogado 
para o próximo dia útil subsequente: dia 11 (segunda). 
 
E sobre a data final do prazo, será no primeiro dia útil subsequente caso o prazo fatal seja domingo ou feriado, 
conforme o art.798 §3º do CPP, vejamos: 
Art. 798 CPP. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou 
dia feriado. 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida 
aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr. 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária. 
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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44 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 44 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Rogério foi denunciado pela prática de um crime de homicídio qualificado por fatos que teriam ocorrido 
em 2017. Após regular citação e apresentação de resposta à acusação, Rogério decide não comparecer aos 
atos do processo, apesar de regularmente intimado, razão pela qual foi decretada sua revelia. 
Em audiência realizada na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, sem a presença de Rogério, 
mas tão só de sua defesa técnica, foi proferida decisão de pronúncia. Rogério mudou-se e não informou 
ao juízo o novo endereço, não sendo localizado para ser pessoalmente intimado dessa decisão, ocorrendo, 
então, a intimação por edital. Posteriormente, a ação penal teve regular prosseguimento, sem a 
participação do acusado, sendo designada data para realização da sessão plenária. 
Ao tomar conhecimento desse fato por terceiros, Rogério procura seu advogado para esclarecimentos, 
informando não ter interesse em comparecer à sessão plenária. 
Com base apenas nas informações narradas, o advogado de Rogério deverá esclarecer que 
 
A) o processo e o curso do prazo prescricional, diante da intimação por edital, deveriam ficar suspensos. 
B) a intimação da decisão de pronúncia por edital não é admitida pelo Código de Processo Penal. 
C) o julgamento em sessão plenária do Tribunal do Júri, na hipótese, poderá ocorrer mesmo sem a presença 
do réu. 
D) a revelia gerou presunção de veracidade dos fatos e a intimação foi válida, mas a presença do réu é 
indispensável para a realização da sessão plenária do Tribunal do Júri. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A) Errado, pois só haveria possibilidade de suspensão de prazo se o réu não possuísse advogado (art. 366, 
CPP). 
B) Errado, pois o artigo 361 do CPP autoriza a intimação por edital. 
C) Certo, é o descrito no artigo 457 do CPP. 
D) Errado, pois não há que se falar em revelia no Direito Penal, ou seja, o réu não está obrigado a comparecer 
a todos os atos processuais, em regra. 
 
 
QUESTÃO 45 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
O advogado de Josefina, ré em processo criminal, entendendo que, entre o recebimento da denúncia e o 
término da instrução, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva estatal, apresentou requerimento, antes 
mesmo do oferecimento de alegações finais, de reconhecimento da extinção da punibilidade da agente, 
sendo o pedido imediatamente indeferido pelo magistrado. 
Intimado, caberá ao(à) advogado(a) de Josefina, discordando da decisão, apresentar 
 
A) recurso em sentido estrito, no prazo de 5 dias. 
B) recurso de apelação, no prazo de 5 dias. 
C) carta testemunhável, no prazo de 48h. 
D) reclamação constitucional, no prazo de 15 dias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Indeferimento de causa extintiva de punibilidade na sentença cabe Apelação, mas caso tal indeferimento 
ocorra em outro momento processual, caberá RESE (art. 581, IX, CPP), vejamos: 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade. 
 
 
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45 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 46 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Anderson, Cláudio e Jorge arquitetam um plano para praticar crime contra a agência de um banco, empresa 
pública federal, onde Jorge trabalhava como segurança. Encerrado o expediente, em 03/12/2017, Jorge 
permite a entrada de Anderson e Cláudio no estabelecimento e, em conjunto, destroem um dos cofres da 
agência e subtraem todo o dinheiro que estava em seu interior. 
Após a subtração do dinheiro, os agentes roubam o carro de Júlia, que trafegava pelo local, e fogem, sendo, 
porém, presos dias depois, em decorrência da investigação realizada. 
Considerando que a conduta dos agentes configura os crimes de furto qualificado (pena: 2 a 8 anos e multa) 
e roubo majorado (pena: 4 a 10 anos e multa, com causa de aumento de 1/3 até metade), praticados em 
conexão, após solicitação de esclarecimentos pelos envolvidos, o(a) advogado(a) deverá informar que 
 
A) a Justiça Federal será competente para julgamento de ambos os delitos conexos. 
B) a Justiça Estadual será competente para julgamento de ambos os delitos conexos. 
C) a Justiça Federal será competente para julgamento do crime de furto qualificado e a Justiça Estadual, para 
julgamento do crime de roubo majorado, havendo separação dos processos. 
D) tanto a Justiça Estadual quanto a Federal serão competentes, considerando que não há relação de 
especialidade entre estas, prevalecendo o critério da prevenção. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Podemos encontrar fundamentação para a resposta em diversos dispositivos legais, vejamos: 
 
Compete à justiça federal processar e julgar infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. Art. 109, IV, CF. 
 
A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo no concurso entre a jurisdição 
comum e a militar; no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. Art. 79, I, II, CPP. 
 
Sumula 122 STJ - Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de 
competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal. 
 
Súmula 556 
É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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46 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 47 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Tomás e Sérgio foram denunciados como incursos nas sanções penais do crime do Art. 217-A do Código 
Penal (estupro de vulnerável), narrando a acusação que, no delito, teria ocorrido ato libidinoso diverso da 
conjunção carnal, já que os denunciados teriam passado as mãos nos seios da criança, e que teria sido 
praticado em concurso de agentes. 
Durante a instrução, foi acostado ao procedimento laudo elaborado por um perito psicólogo oficial, 
responsável pela avaliação da criança apontada como vítima, concluindo que o crime teria, de fato, 
ocorrido. As partes tiveram acesso posterior ao conteúdo do laudo, apesar de intimadas da realização da 
perícia anteriormente. 
O magistrado responsável pelo julgamento do caso, avaliando a notícia concreta de que Tomás e Sérgio,durante o deslocamento para a audiência de instrução e julgamento, teriam um plano de fuga, o que 
envolveria diversos comparsas armados, determinou que o interrogatório fosse realizado por 
videoconferência. 
No momento do ato, os denunciados foram ouvidos separadamente um do outro pelo magistrado, ambos 
acompanhados por defesa técnica no estabelecimento penitenciário e em sala de audiência durante todo 
ato processual. Insatisfeitos com a atuação dos patronos e acreditando na existência de ilegalidades no 
procedimento, Tomás e Sérgio contratam José para assistência técnica. 
Considerando apenas as informações narradas, José deverá esclarecer que 
 
A) o interrogatório dos réus não poderia ter sido realizado separadamente, tendo em vista que o acusado 
tem direito a conhecer todas as provas que possam lhe prejudicar. 
B) não poderia ter sido realizado interrogatório por videoconferência, mas tão só oitiva das testemunhas na 
ausência dos acusados, diante do direito de presença do réu e ausência de previsão legal do motivo 
mencionado pelo magistrado. 
C) o laudo acostado ao procedimento foi válido em relação à sua elaboração, mas o juiz não ficará adstrito 
aos termos dele, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
D) o laudo deverá ser desentranhado dos autos, tendo em vista que elaborado por apenas um perito oficial, 
sendo certo que a lei exige que sejam dois profissionais e que seja oportunizada às partes apresentação de 
quesitos complementares. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Trata-se do conhecido: Judex Peritus Peritorum, O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou 
rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
Art. 182 do CPP, vejamos: 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
 
Comentando as alternativas: 
a) CPP. Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente. 
b) CPP. Art. 185. 
§ 2 Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do 
réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde 
que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização 
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 
c) CPP. Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
d) CPP. Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 
 
 
 
 
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47 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 48 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Luiz foi denunciado pela prática de um crime de estelionato. Durante a instrução, o ofendido apresentou, 
por meio de assistente de acusação, documento supostamente assinado por Luiz, que confirmaria a prática 
delitiva. Ao ter acesso aos autos, Luiz informa ao patrono ter certeza de que aquele documento seria falso, 
pois não foi por ele assinado. 
Com base nas informações narradas, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, o advogado 
de Luiz poderá 
 
A) alegar apenas a insuficiência de provas e requerer a extração de cópias para o Ministério Público, mas não 
poderá, neste processo, verificar a veracidade do documento. 
B) alegar, desde que seja procurador com poderes especiais, a falsidade do documento para fins de 
instauração de incidente de falsidade. 
C) arguir, com procuração com poderes gerais, a falsidade do documento, gerando incidente de falsidade em 
autos em apartado. 
D) alegar, oralmente, a falsidade do documento, devendo o incidente ser decidido nos autos principais. 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Fundamentação legal: 
Código Processo Penal: 
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo: 
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta; 
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas alegações; 
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias; 
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao 
Ministério Público. 
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais. 
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. 
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil. 
 
Comentando demais alternativas: 
A) INCORRETA. Pode verificar a falsidade sim. 
C) INCORRETA. A procuração exige poderes específicos. 
D) INCORRETA. A alegação de falsidade de documento se dará por escrito e será autuada em apartado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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48 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 49 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Vitor foi denunciado pela prática de um crime de peculato. O magistrado, quando da análise da inicial 
acusatória, decide rejeitar a denúncia em razão de ausência de justa causa. 
O Ministério Público apresentou recurso em sentido estrito, sendo os autos encaminhados ao Tribunal, de 
imediato, para decisão. Todavia, Vitor, em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça, toma 
conhecimento da existência do recurso ministerial, razão pela qual procura seu advogado e demonstra 
preocupação com a revisão da decisão do juiz de primeira instância. 
Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o 
advogado de Vitor deverá esclarecer que 
 
A) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista que a decisão de rejeição da 
denúncia é irrecorrível. 
B) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia recurso de apelação, e não recurso 
em sentido estrito. 
C) ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de ainda não figurar como réu, mas 
tão só como denunciado. 
D) caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão encaminhados para o juízo de primeira instância 
para nova decisão sobre recebimento ou não da denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A - o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista que a decisão de rejeição da 
denúncia é irrecorrível. - É recorrível e está no rol taxativo do RESE [CPP, 581]; 
B - o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia recurso de apelação, e não recurso 
em sentido estrito. - Seria Apelação se fosse um crime de menor potencial ofensivo [Lei nº 9099/95, 82]; 
D - caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão encaminhados para o juízo de primeira instância 
para nova decisão sobre recebimento ou não da denúncia. - A admissibilidade do recurso já serve como 
decisão de recebimento 
C (ALTERNATIVA CORRETA) - ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de ainda 
não figurar como réu, mas tão só como denunciado. - "Súmula 707/STF: Constitui nulidade a falta de 
intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a 
suprindo a nomeação de defensor dativo." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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49 Questões comentadas para OAB –Processo Penal 
QUESTÃO 50 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Vanessa foi condenada pela prática de um crime de furto qualificado pela 1ª Vara Criminal de Curitiba, em 
razão de suposto abuso de confiança que decorreria da relação entre a vítima e Vanessa. 
Como as partes não interpuseram recurso, a sentença de primeiro grau transitou em julgado. Apesar de 
existirem provas da subtração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por ocasião da instrução por 
não ter sido localizada. Durante a execução da pena por Vanessa, a vítima é localizada, confirma a 
subtração por Vanessa, mas diz que sequer conhecia a autora dos fatos antes da prática delitiva. Vanessa 
procura seu advogado para esclarecimento sobre eventual medida cabível. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Vanessa deve esclarecer que 
 
A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em vista que a pena já está sendo executada, mas poderá 
ser buscada reparação civil. 
B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo imprescindível a representação de Vanessa por advogado, 
devendo a medida ser iniciada perante o próprio juízo da condenação. 
C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da cliente, tendo em vista que a nova prova não é apta 
a justificar a absolvição de Vanessa, mas tão só a redução da pena. 
D) caberá apresentação de revisão criminal, podendo Vanessa apresentar a ação autônoma 
independentemente de estar assistida por advogado, ou por meio de procurador legalmente habilitado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
O advogado de Vanessa deve esclarecer que: "caberá apresentação de revisão criminal, podendo Vanessa 
apresentar a ação autônoma independentemente de estar assistida por advogado, ou por meio de 
procurador legalmente habilitado". 
Conforme em comento no art. 623, CPP, diz que: A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por 
procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou 
irmão. 
Ainda assim, vale reforçar o que diz a Súmula 393 STF que: 
"Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se à prisão". 
Vejamos os comentários por alternativas: 
A) INCORRETA: Cabe revisão criminal a qualquer tempo (desde que tenha havido trânsito em julgado), ou 
seja, independente da fase processual em que se encontre, antes ou após a extinção da pena. 
Art. 622, CPP - A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. 
B) INCORRETA: A representação por advogado não é imprescindível, tendo em vista que a Revisão pode ser 
interposta pelo próprio réu, por procurador legalmente habilitado ou, em caso de morte, pelo cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão do condenado. 
Art. 623, CPP - A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, 
pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
C) INCORRETA: A Revisão é cabível tanto para absolvição quanto para redução da pena aplicada, entretanto, 
não se presta a piorar a situação do réu. 
Art. 621, CPP - A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize 
diminuição especial da pena. 
D) CORRETA: 
Art. 623, CPP - A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, 
pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas: 
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas; 
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos. 
OBS: A Revisão criminal é uma ação autônoma. 
 
 
 
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50 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 51 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Glauber foi denunciado pela prática de um crime de roubo majorado. Durante a audiência de instrução e 
julgamento, que ocorreu na ausência do réu, em razão do temor da vítima e da impossibilidade de 
realização de videoconferência, o Ministério Público solicitou que a vítima descrevesse as características 
físicas do autor do fato. Após a vítima descrever que o autor seria branco e baixo e responder às perguntas 
formuladas pelas partes, ela foi conduzida à sala especial, para a realização de reconhecimento formal. 
No ato de reconhecimento, foram colocados, com as mesmas roupas, lado a lado, Glauber, branco e baixo, 
Lucas, branco e alto, e Thiago, negro e baixo, apesar de a carceragem do Tribunal de Justiça estar repleta 
de presos para a realização de audiências, inclusive com as características descritas pela ofendida. A vítima 
reconheceu Glauber como o autor dos fatos, sendo lavrado auto subscrito pelo juiz, pela vítima e por duas 
testemunhas presenciais. 
Considerando as informações narradas, o advogado de Glauber, em busca de futuro reconhecimento de 
nulidade da instrução ou absolvição de seu cliente, de acordo com o Código de Processo Penal e a 
jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá consignar, na assentada da audiência, seu inconformismo 
em relação ao reconhecimento realizado pela vítima, 
 
A) em razão da oitiva da vítima na ausência do réu, já que o direito de autodefesa inclui o direito de presença 
em todos os atos do processo. 
B) tendo em vista que, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, ela não poderia ter descrito 
as características do autor dos fatos antes da realização do reconhecimento. 
C) em razão das características físicas apresentadas pelas demais pessoas colocadas ao lado do réu quando 
da realização do ato, tendo em vista a possibilidade de participarem outras pessoas com características 
semelhantes. 
D) tendo em vista que o auto de reconhecimento deveria ter sido subscrito pelo juiz, pelo réu, por seu 
defensor e pelo Ministério Público, além de três testemunhas presenciais. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Vejamos o artigo 226 do CPP: 
Art. 226/CPP. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; 
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer 
semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não 
diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao 
reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 
Parágrafo único. O disposto no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento. 
 
Agora, vejamos os comentários por alternativas. 
Alternativa A: o direito de autodefesa pode ser flexibilizado se a defesa técnica do réu estiver presente na 
oitiva da vítima. 
Alternativa B: primeiro descreve (inc. I do art. 226) e depois reconhece (inc. II) 
Alternativa C: CORRETA! 
Alternativa D: inciso IV do artigo acima. Só precisa subscrever a autoridade, a pessoa chamada p/ reconhecer 
e DUAS testemunhas presenciais (e não 3). 
 
 
 
 
 
 
 
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Todos os direitos reservados.51 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 52 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Adolfo e Arnaldo são irmãos e existe a informação de que estão envolvidos na prática de crimes. Durante 
investigação da suposta prática de crime de tráfico de drogas, foi deferida busca e apreensão na residência 
de Adolfo, em busca de instrumentos utilizados na prática delitiva. 
O oficial de justiça, com mandado regularmente expedido, compareceu à residência de Adolfo às 03.00h, 
por ter informações de que às 07.00h ele deixaria o local. Apesar da não autorização para ingresso na 
residência por parte do proprietário, ingressou no local para cumprimento do mandado de busca e 
apreensão, efetivamente apreendendo um caderno com anotações que indicavam a prática do crime 
investigado. 
Quando deixavam o local, os policiais e o oficial de justiça se depararam, na rua ao lado, com Arnaldo, 
sendo que imediatamente uma senhora o apontou como autor de um crime de roubo majorado pelo 
emprego de arma, que teria ocorrido momentos antes. 
Diante disso, os policiais realizaram busca pessoal em Arnaldo, localizando um celular, que era produto do 
crime de acordo com a vítima, razão pela qual efetuaram a apreensão desse bem. 
Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Adolfo e Arnaldo procurou você, como advogado(a), para a 
adoção das medidas cabíveis. 
Assinale a opção que apresenta, sob o ponto de vista técnico, a medida que você poderá adotar. 
 
A) Pleitear a invalidade da busca e apreensão residencial de Adolfo e a da busca e apreensão pessoal em 
Arnaldo. 
B) Pleitear a invalidade da busca e apreensão residencial de Adolfo, mas não a da busca e apreensão pessoal 
de Arnaldo. 
C) Não poderá pleitear a invalidade das buscas e apreensões. 
D) Pleitear a invalidade da busca e apreensão pessoal de Arnaldo, mas não a da busca e apreensão residencial 
de Adolfo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Pela leitura rápida do enunciado, já poderíamos ter em mente que algo de errado aconteceu. Só temos que 
encontrar esse algo. 
O oficial de justiça tinha um mandado judicial, até aí tudo bem, porém, percebe-se pela leitura do enunciado 
que o oficial compareceu à residência de Adolfo às 03:00h, esse horário é madrugada, então, é período 
noturno, e se lembrassem da regrinha básica incutida lá na Constituição Federal, lembrariam que não é 
permitida a entrada na casa do indivíduo durante a noite, mesmo com mandado judicial, salvo exceções, que 
não o caso dessa. 
Sendo assim, essa busca e apreensão deve ser invalidada. 
Em relação a Arnaldo, a mesma sorte não lhe assiste, pois fica claro que o mesmo é o suspeito da prática do 
crime. 
 
Fundamentação Jurídica: 
CRFB/885°, Xl (..) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o DIA, por determinação judicial. 
 
Destrinchando o inciso: 
A regra é que a casa é asilo inviolável, porém, toda regra tem exceção, e, aqui, temos várias. 
A casa pode ser violada sem mandado judicial em caso de flagrante delito, a qualquer hora do dia, manhã, 
tarde ou noite. 
A casa pode ser violada sem mandado judicial em caso de desastre, a qualquer hora do dia, manhã, tarde ou 
noite. 
A casa pode ser violada sem mandado judicial para prestar socorro, a qualquer hora do dia, manhã, tarde ou 
noite. 
 
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52 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
A casa pode ser violada nos demais casos que não sejam os citados anteriormente, porém, somente com 
mandado judicial e tem que ser durante o período do dia, o que não inclui o período noturno, ressalte-se que 
se o morador consentir com a entrada, poderá ser a qualquer momento também. 
 
Art. 244 CPP: A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa 
esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no 
curso de busca domiciliar. 
 
Destrinchando o artigo: 
 
A busca pessoal independerá de mandado no caso de prisão; 
A busca pessoal independerá de mandado quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de arma proibida; 
A busca pessoal independerá de mandado quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de objetos que constituam corpo de delito; 
A busca pessoal independerá de mandado quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de papeis que constituam corpo de delito; 
A busca pessoal independerá de mandado no caso de prisão quando a medida for determinada no curso de 
busca domiciliar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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53 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 53 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
A autoridade policial recebeu denúncia anônima informando que Gabriel seria autor de um crime de 
apropriação indébita (Art. 168 do CP. Pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa). Realizou, então, diligências 
para verificar a relevância daquela informação e, após constatar que havia motivos para justificar o início 
de investigação, instaurou inquérito para apurar a infração penal antes mencionada, indiciando Gabriel. 
O primeiro ato da investigação foi requerer, ao juízo competente, interceptação das comunicações 
telefônicas de Gabriel, pedido esse que foi deferido. Após a interceptação, a autoridade policial buscou 
obter outros elementos informativos, ouvindo a vítima e testemunhas que tinham conhecimento dos fatos 
e da autoria delitiva. 
Após o fim do prazo de 15 dias fixado para interceptação, com nova representação da autoridade policial 
e requerimento do Ministério Público, o juiz deferiu a prorrogação da medida, reiterando os termos da 
decisão que autorizou a medida inicial e destacando que aqueles fundamentos persistiam e foram 
confirmados pelo teor das transcrições das conversas já obtidas. 
Gabriel, no curso das investigações, foi intimado para prestar esclarecimentos, momento em que entrou 
em contato com seu advogado, que obteve acesso ao procedimento. 
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Gabriel poderá questionar a interceptação 
telefônica realizada, porque 
 
A) a primeira notícia do crime foi oriunda de denúncia anônima, o que impede que seja instaurada 
investigação, ainda que a autoridade policial realize diligências para confirmar a necessidade de iniciar 
procedimento investigatório. 
B) o crime investigado é punido com pena de reclusão que não ultrapassa 04 anos de pena privativa de 
liberdade. 
C) a prova da infração poderia ter sido obtida por outros meios disponíveis. 
D) a decisão de prorrogação do prazo da medida utilizou-se de fundamentação per relationem, o que não é 
admitido no Processo Penal brasileiro. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Bem, primeiramente, em relação ao conteúdo, o candidato deveria saber pelo menos uma base sobre 
quando é cabível a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, pois esta é uma medida excepcional, que para ser utilizada 
deverá preencher alguns requisitos. 
 
Desta feita, o enunciado informa que depois que fora deferida a interceptação, a autoridade policial utilizou 
de outros meios para obter mais informações, deixando claro que não era necessário o pedido de 
interceptação telefônica para solucionar o caso. Com isso, já poderíamos chegar ao nosso gabarito. 
 
Utilizando os macetes, observaríamos que na alternativa C temos uma palavra que indica possibilidade, o 
vocábulo PODERIA, encaixando-se perfeitamente no nosso método. 
 
Fundamentação Jurídica: 
Lei 9.296/1996c: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quandoocorrer qualquer das seguintes 
hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
 
 
 
 
 
 
 
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54 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 54 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Jucilei foi preso em flagrante quando praticava crime de estelionato (Art. 171 do CP), em desfavor da 
Petrobras, sociedade de economia mista federal. De acordo com os elementos informativos, a fraude teria 
sido realizada na cidade de Angra dos Reis, enquanto a obtenção da vantagem ilícita ocorreu na cidade do 
Rio de Janeiro, sendo Jucilei preso logo em seguida, mas já na cidade de Niterói. 
Ainda em sede policial, Jucilei entrou em contato com seu(sua) advogado(a), que compareceu à Delegacia 
para acompanhar seu cliente, que seria imediatamente encaminhado para a realização de audiência de 
custódia perante autoridade judicial. 
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer ao seu cliente que será 
competente para processamento e julgamento de eventual ação penal pela prática do crime do Art. 171 
do Código Penal, o juízo junto à 
 
A) Vara Criminal Estadual da Comarca do Rio de Janeiro. 
B) Vara Criminal Estadual da Comarca de Angra dos Reis. 
C) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade do Rio de Janeiro. 
D) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade de Angra dos Reis. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Colocar a Petrobras como “vítima” foi para induzir o candidato ao erro e fazê-lo acreditar ser competência 
da VARA CRIMINAL. Quando perceberem essa INDUÇÃO, NÃO CAIAM. 
 
Fundamentação Jurídica: 
Súmula n. 42, do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia 
mista e os crimes praticados em seu detrimento. 
Art. 70, CPP: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo 
lugar em que for praticado o último ato de execução. 
 
E a Jurisprudência, esclarece que no crime de ESTELIONATO, o LOCAL da ação é onde se deu a obtenção da 
vantagem ilícita, sendo este o lugar de fixação da COMPETÊNCIA, como aduz o art. 70 do CPP, neste caso, de 
acordo com o teor da questão, tal vantagem ilícita ocorreu na cidade do Rio de Janeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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55 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 55 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Miguel foi denunciado pela prática de um crime de extorsão majorada pelo emprego de arma e concurso 
de agentes, sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteiramente procedente e aplicada sanção 
penal, em primeira instância, de 05 anos e 06 meses de reclusão e 14 dias multa. 
A defesa técnica de Miguel apresentou recurso alegando: 
(i) preliminar de nulidade em razão de violação ao princípio da correlação entre acusação e sentença; 
(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da vítima, que não presta compromisso legal de dizer a 
verdade, não poderiam ser consideradas; 
(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do emprego de arma, uma vez que o instrumento 
utilizado era um simulacro de arma de fogo, conforme laudo acostado aos autos. 
A sentença foi integralmente mantida. Todos os desembargadores que participaram do julgamento 
votaram pelo não acolhimento da preliminar e pela manutenção da condenação. Houve voto vencido de 
um desembargador, que afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma. 
Intimado do teor do acórdão, o(a) advogado(a) de Miguel deverá interpor 
 
A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, sua absolvição e o 
afastamento da causa de aumento de pena reconhecida. 
B) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar e o afastamento da causa de 
aumento do emprego de arma, apenas. 
C) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, apenas. 
D) embargos infringentes, buscando o afastamento da causa de aumento do emprego de arma, apenas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Essa questão é um pouco difícil para quem não conhece um pouco do assunto. Até o uso dos macetes não 
ajudariam muito. 
 
Se o candidato soubesse apenas a diferença de embargos INFRINGENTES e EMBARGOS DE NULIDADE, 
mataria fácil a questão, pois os embargos infringentes versam sobre o MÉRITO (jus puniendi) e os embargos 
de nulidade versam sobre VÍCIO PROCESSUAL. E na questão, o que fora alegado pelo advogado de defesa 
está voltado para o mérito, e não vício processual. Com isso, observando as alternativas, apenas a alternativa 
D não traz a expressão EMBARGOS DE NULIDADE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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56 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 56 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Marcus, advogado, atua em duas causas distintas que correm perante a Vara Criminal da Comarca de 
Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como denunciado em ação penal por crime de natureza 
tributária, enquanto, na segunda ação, Hélio consta como denunciado por crime de peculato. 
Entendendo pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas corpus, perante o Tribunal de 
Justiça, em busca do “trancamento” da ação penal. Já em favor de Hélio, impetra mandado de segurança, 
também perante o Tribunal de Justiça, sob o fundamento de que o magistrado de primeira instância, de 
maneira recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos do processo. 
Na mesma data são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por Câmara Criminal do Tribunal 
de Justiça do Ceará, sendo que a ordem de habeas corpus não foi concedida por maioria de votos, 
enquanto o mandado de segurança foi denegado por unanimidade. 
Intimado da decisão proferida no habeas corpus e no mandado de segurança, caberá a Marcus apresentar, 
em busca de combatê-las, 
 
A) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. 
B) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 
C) Embargos infringentes, nos dois casos. 
D) Embargos infringentes e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
O examinando deve ter atenção quanto ao CABIMENTO DO RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES E DE 
NULIDADE. 
 
Só caberá Embargos Infringentes e de nulidade da decisão não unanime de tribunal de decisão que julgar: 
Recurso de Apelação; Recurso em Sentido Estrito, e Recurso de Agravo em Execução. 
 
Quanto a decisão não unanime que julgar HC e MS, caberá ROC (Recurso Ordinário Constitucional). 
 
Obs.: Não cabe Recurso de Embargos infringentes e de nulidade da decisão não unanime proferida pela 
turma recursal do JECRIM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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57 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 57 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Gabriel, nascido em 31 de maio 1999, filho de Eliete, demonstrava sua irritação em razão do tratamento 
conferido por Jorge, namorado de sua mãe, para com esta. Insatisfeito, Jorge, no dia 1º de maio de 2017, 
profere injúria verbal contra Gabriel. 
Após a vítima contar para sua mãe sobre a ofensa sofrida, Eliete comparece, em 27 de maio de 2017, em 
sede policial e, na condição de representante do seu filho,renuncia ao direito de queixa. No dia 02 de 
agosto de 2017, porém, Gabriel, contra a vontade da mãe, procura auxílio de advogado, informando que 
tem interesse em ver Jorge responsabilizado criminalmente pela ofensa realizada. 
Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Gabriel deverá esclarecer que 
 
A) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente, em razão da renúncia do representante legal do 
ofendido, sem prejuízo de indenização no âmbito cível. 
B) poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, mas, para que o patrono assim atue, precisa de 
procuração com poderes especiais. 
C) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente em razão da decadência, tendo em vista que 
ultrapassados três meses desde o conhecimento da autoria. 
D) poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, pois, de acordo com o Código de Processo Penal, ao 
representante legal é vedado renunciar ao direito de queixa. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
As ações penais públicas podem ser condicionadas ou incondicionadas. A questão trata das ações 
condicionadas à representação da vítima, que são aquelas que interferem de forma tão expressiva na vida 
íntima do indivíduo, que o Ministério Público deixa a cargo deste a decisão de ingressar com a ação. 
Entretanto, uma vez ingressada, o Ministério Público a assume incondicionalmente. 
No caso em estudo, à época dos fatos Gabriel era menor de idade e, portanto, precisaria ser representado 
para oferecer a queixa. Entretanto, teve o direito de queixa renunciado pela mãe, sua representante. 
Em momento posterior, quando já era maior de idade, resolve ir em frente com a representação, contratando 
advogado para tanto. Nesse caso, o advogado só poderá atuar se Gabriel lhe conceder poderes especiais 
para oferecer a queixa, indicando na procuração o nome de Gabriel e o fato criminoso, especificamente. É o 
que determina o art. 44 do Código de Processo Penal: 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
Assim, a alternativa correta é a letra B. 
Analisemos as demais afirmações: 
a) INCORRETA. Ainda que Eliete tenha renunciado ao direito de queixa quando representava Gabriel, este 
poderá oferecê-la novamente ao completar 18 anos, desde que dentro do prazo decadencial de até 6 meses 
após o crime, contados da ciência da autoria. Diz o Parágrafo único do art. 50, CPP: 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não 
privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. 
No mesmo sentido, diz a Súmula 594 do STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. 
b) CORRETA. 
c) INCORRETA. O prazo decadencial é de 6 meses, os quais não terão expirado caso Gabriel ou seu advogado 
ofereçam a queixa em tempo. 
d) INCORRETA. A afirmação contraria o previsto no “caput” do art. 50 do CPP: 
 
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. 
 
 
 
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58 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 58 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Paulo, ofendido em crime contra o patrimônio, apesar de sua excelente condição financeira, veio a 
descobrir, após a identificação da autoria, que o autor dos fatos adquiriu, com os proventos da infração, 
determinado bem imóvel. Diante da descoberta, procurou você, na condição de advogado(a), para a 
adoção das medidas cabíveis. 
Com base apenas nas informações expostas, a defesa técnica do ofendido deverá esclarecer ser cabível 
 
A) o sequestro, desde que após o oferecimento da denúncia, mas exige requerimento do Ministério Público 
ou decisão do magistrado de ofício. 
B) o arresto, ainda que antes do oferecimento da denúncia, mas a ação principal deverá ser proposta no 
prazo máximo de 30 dias, sob pena de levantamento. 
C) o sequestro, ainda que antes do oferecimento da denúncia, podendo a decisão judicial ser proferida a 
partir de requerimento do próprio ofendido. 
D) o arresto, que deve ser processado em autos em apartados, exigindo requerimento do Ministério Público 
ou decisão do magistrado de ofício. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
SEQUESTRO 
Conforme dispõe Norberto Avena (2018, Processo Penal) o sequestro trata-se de uma medida assecuratória regulada 
pelo Código de Processo Penal, devendo ser ingressada perante o juízo criminal, visando à indisponibilidade de bens 
móveis ou imóveis havidos pelo investigado ou pelo réu com o proveito extraído da infração penal (art. 125 do CPP). 
Exemplo: imóveis adquiridos pelo réu com valores provenientes do desvio de verbas públicas. 
Características: 
* bens determinados de origem ilícita. 
* Bens móveis ou imóveis (desde que tenham origem ilícita); 
* Tem como objetivo garantir o ressarcimento da vítima e impedir que o criminoso obtenha benefícios com a prática da 
infração. 
 
ARRESTO 
Conforme dispõe Norberto Avena (2018, Processo Penal) o arresto previsto no art. 137 do CPP é simétrico à hipoteca 
legal, referindo-se, porém, a bens móveis de origem lícita pertencentes ao réu. Em suma, os requisitos, como 
legitimidade, fases e procedimento, antes examinados em relação à hipoteca, têm inteira aplicação ao arresto. 
Características: 
* Bens indeterminados de origem lícita (aqueles bens que foram adquiridos de forma justa e licita 
* Bens móveis 
* Tem como objetivo garantir o ressarcimento da vítima 
 
HIPOTECA 
Conforme dispõe Norberto Avena (2018, Processo Penal) a hipoteca trata-se de direito real de garantia que incide sobre 
bens imóveis lícitos pertencentes ao réu (arts. 134 e 135 do CPP), não podendo atingir patrimônio registrado em nome 
de terceiro. Alerta-se que existe entendimento no sentido de que é possível a especialização do patrimônio do terceiro, 
se este for corresponsável civil, caso em que o procedimento servirá como preparatório ou incidental para o processo 
de conhecimento condenatório, uma vez que o terceiro responsável não é parte no processo penal. 
Características: 
* Bens indeterminados de origem lícita (aqueles bens que foram adquiridos de forma justa e lícita) 
* Bens imóveis 
* Tem como objetivo garantir o ressarcimento da vítima 
 
 
 
 
 
 
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59 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 59 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Flávio apresentou, por meio de advogado, queixa-crime em desfavor de Gabriel, vulgo “Russinho”, 
imputando-lhe a prática do crime de calúnia, pois Gabriel teria imputado falsamente a Flávio a prática de 
determinada contravenção penal. 
Na inicial acusatória, assinada exclusivamente pelo advogado, consta como querelado apenas o primeiro 
nome de Gabriel, o apelido pelo qual é conhecido, suas características físicas e seu local de trabalho, tendo 
em vista que Flávio e sua defesa técnica não identificaram a completa qualificação do suposto autor do 
fato. A peça inaugural não indicou rol de testemunhas, apenas acostando prova documental que 
confirmaria a existência do crime. Ademais, foi acostada ao procedimento a procuração de Flávio em favor 
de seu advogado, na qual consta apenas o nome completo de Flávio e seus dados qualificativos, além de 
poderes especiais para propor eventuais queixas-crime que se façam pertinentes. 
Após citação de Gabriel em seu local de trabalho para manifestação, considerando apenas as informaçõesexpostas, caberá à defesa técnica do querelado pleitear, sob o ponto de vista técnico, a rejeição da queixa-
crime, 
 
A) sob o fundamento de que não poderia ter sido apresentada sem a completa qualificação do querelado, 
sendo insuficiente o fornecimento de características físicas marcantes, apelido e local de trabalho que 
poderiam identificá-lo. 
B) porque, apesar de fornecidos imprescindíveis poderes especiais, a síntese do fato criminoso não consta 
da procuração. 
C) porque a classificação do crime não foi adequada de acordo com os fatos narrados, e a tipificação realizada 
vincula a autoridade judicial. 
D) tendo em vista que não consta, da inicial, o rol de testemunhas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Conforme previsto no CPP, vejamos: 
Art. 44 Código de Processo penal 
 A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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60 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 60 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Após receber denúncia anônima, por meio de disque denúncia, de grave crime de estupro com resultado 
morte que teria sido praticado por Lauro, 19 anos, na semana pretérita, a autoridade policial, de imediato, 
instaura inquérito policial para apurar a suposta prática delitiva. Lauro é chamado à Delegacia e apresenta 
sua identidade recém-obtida; em seguida, é realizada sua identificação criminal, com colheita de digitais e 
fotografias. 
Em que pese não ter sido encontrado o cadáver até aquele momento das investigações, a autoridade 
policial, para resguardar a prova, pretende colher material sanguíneo do indiciado Lauro para fins de futuro 
confronto, além de desejar realizar, com base nas declarações de uma testemunha presencial localizada, 
uma reprodução simulada dos fatos; no entanto, Lauro se recusa tanto a participar da reprodução simulada 
quanto a permitir a colheita de seu material sanguíneo. É, ainda, realizado o reconhecimento de Lauro por 
uma testemunha após ser-lhe mostrada a fotografia dele, sem que fossem colocadas imagens de outros 
indivíduos com características semelhantes. 
Ao ser informado sobre os fatos, na defesa do interesse de seu cliente, o(a) advogado(a) de Lauro, sob o 
ponto de vista técnico, deverá alegar que 
 
A) o inquérito policial não poderia ser instaurado, de imediato, com base em denúncia anônima 
isoladamente, sendo exigida a realização de diligências preliminares para confirmar as informações iniciais. 
B) o indiciado não poderá ser obrigado a fornecer seu material sanguíneo para a autoridade policial, ainda 
que seja possível constrangê-lo a participar da reprodução simulada dos fatos, independentemente de sua 
vontade. 
C) o vício do inquérito policial, no que tange ao reconhecimento de pessoa, invalida a ação penal como um 
todo, ainda que baseada em outros elementos informativos, e não somente no ato viciado. 
D) a autoridade policial, como regra, deverá identificar criminalmente o indiciado, ainda que civilmente 
identificado, por meio de processo datiloscópico, mas não poderia fazê-lo por fotografias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
CPP 
Art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública PODERÁ, 
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar 
inquérito. 
 
Tanto o STF quanto o STJ possuem o mesmo entendimento. A instauração do inquérito policial baseada tão 
somente em denúncia anônima não é possível, mas é possível que a autoridade policial faça diligências e, a 
partir delas, caso encontre algum elemento que justifique, poderá instaurar o inquérito policial. 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
A - CERTO. Para instaurar com base em denúncia anônima é necessário VPI (Verificação de procedência das 
informações) 
 
B - ERRADO. Princípio da vedação à autoacusação - nemo tenetur se detegere 
 
C - ERRADO. Em regra, vícios no IP não contaminam a AP. 
 
D - ERRADO. O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo casos específicos. 
 
 
 
 
 
 
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61 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 61 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
No âmbito de ação penal, foi proferida sentença condenatória em desfavor de Bernardo pela suposta 
prática de crime de uso de documento público falso, sendo aplicada pena privativa de liberdade de cinco 
anos. Durante toda a instrução, o réu foi assistido pela Defensoria Pública e respondeu ao processo em 
liberdade. 
Ocorre que Bernardo não foi localizado para ser intimado da sentença, tendo o oficial de justiça certificado 
que compareceu em todos os endereços identificados. Diante disso, foi publicado edital de intimação da 
sentença, com prazo de 90 dias. Bernardo, ao tomar conhecimento da intimação por edital 89 dias após 
sua publicação, descobre que a Defensoria se manteve inerte, razão pela qual procura, de imediato, um 
advogado para defender seus interesses, assegurando ser inocente. 
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que 
 
A) houve preclusão do direito de recurso, tendo em vista que a Defensoria Pública se manteve inerte. 
B) foi ultrapassado o prazo recursal de cinco dias, mas poderá ser apresentada revisão criminal. 
C) é possível a apresentação de recurso de apelação, pois o prazo de cinco dias para interposição de apelação 
pelo acusado ainda não transcorreu. 
D) é possível apresentar medida para desconstituir a sentença publicada, tendo em vista não ser possível a 
intimação do réu sobre o teor de sentença condenatória por meio de edital. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A resposta está no art. 392, VI, §§ 1º e 2º c/c art. 593, I do CPP: 
Art. 392. A intimação da sentença será feita: 
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça. 
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 
60 dias, nos outros casos. 
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer 
das outras formas estabelecidas neste artigo. 
 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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62 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 62 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa 
praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção de seis meses a 
dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, 
possuía três anotações referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração 
penal, todas aptas a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado. 
Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes 
investigado; diante da reincidência específica dodenunciado civilmente identificado, foi requerida a 
decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente decretou a prisão preventiva, 
reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa circunstância faria com que todos os requisitos 
legais estivessem preenchidos. 
Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer 
 
A) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas. 
B) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser legal, é desnecessária. 
C) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é desnecessária. 
D) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Para se decretar a prisão preventiva do imputado seria necessário estarem presentes os requisitos dos artigos 
312 e 313. CPP. Em todas elas, é requisito de admissibilidade da prisão preventiva que a conduta imputada 
ao acusado constitua crime doloso. Não bastando a mera reincidência. 
 
Vejamos o que diz o artigo 313 do CPP: 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, 
de 2011). 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do 
art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
IV - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta 
não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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63 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 63 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Cátia procura você, na condição de advogado(a), para que esclareça as consequências jurídicas que 
poderão advir do comportamento de seu filho, Marlon, pessoa primária e de bons antecedentes, que 
agrediu a ex-namorada ao encontrá-la em um restaurante com um colega de trabalho, causando-lhe lesão 
corporal de natureza leve. 
Na oportunidade, você, como advogado(a), deverá esclarecer que: 
 
A) o início da ação penal depende de representação da vítima, que terá o prazo de seis meses da descoberta 
da autoria para adotar as medidas cabíveis. 
B) no caso de condenação, em razão de ser Marlon primário e de bons antecedentes, poderá a pena privativa 
de liberdade ser substituída por restritiva de direitos. 
C) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais namorando quando ocorreu o fato, não será aplicada 
a Lei nº 11.340/06, mas, ainda assim, não será possível a transação penal ou a suspensão condicional do 
processo. 
D) no caso de condenação, por ser Marlon primário e de bons antecedentes, mostra-se possível a aplicação 
do sursis da pena. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
 
Consiste na suspensão da execução da pena por um período determinado, desde que o sujeito se disponha 
a cumprir determinados requisitos. 
 
Art.77, CP: o sursis comum é aplicado à execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, 
podendo ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: o condenado não seja reincidente em crime 
doloso; a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos 
e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício. 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
 
Art.89 da Lei n.º 9.099/95 A suspensão condicional do processo é uma forma de solução alternativa para 
problemas penais, que busca evitar o início do processo em crimes cuja pena mínima não ultrapassa 1 ano. 
 
No caso de Marlon por ser primário e ter bons antecedentes ele pode sim recorrer ao sursis da pena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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64 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 64 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Pablo e Leonardo foram condenados, em primeira instância, pela prática do crime de furto qualificado, à 
pena de 02 anos e 06 meses de reclusão e 12 dias-multa, por fatos que teriam ocorrido quando Pablo tinha 
18 anos e Leonardo, 21 anos. A pena-base foi aumentada, não sendo reconhecidas atenuantes ou 
agravantes nem causas de aumento ou diminuição. Intimados da sentença, o promotor e o advogado de 
Leonardo não tiveram interesse em apresentar recurso, mas o advogado de Pablo apresentou recurso de 
apelação. Por ocasião do julgamento do recurso, entenderam os desembargadores por reconhecer que o 
crime restou tentado, bem como que deveria ser aplicada a atenuante da menoridade relativa a Pablo. 
Com base nas informações expostas, os efeitos da decisão do Tribunal 
 
A) não poderão ser estendidos a Leonardo, tendo em vista que houve trânsito em julgado da sua condenação. 
B) poderão ser integralmente estendidos a Leonardo, aplicando-se a atenuante e a causa de diminuição de 
pena da tentativa. 
C) poderão ser parcialmente estendidos a Leonardo, aplicando-se a causa de diminuição de pena da 
tentativa, mas não a atenuante. 
D) não poderão ser estendidos a Leonardo, pois, ainda que sem trânsito em julgado, em recurso exclusivo de 
Pablo não poderia haver reformatio in mellius para o corréu. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Questão resolvida a partir da análise da letra da lei, vejamos: 
Artigos 580, CPP e 65, CP, vejamos: 
Art. 580, CPP: no caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não 
sejam de caráter exclusivamente pessoal aproveitará aos outros. 
Art. 65, CP: são circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; 
 
Portanto, tem esse benefício parcialmente por questões objetiva, a decisão do recurso interposto por um 
dos réus, se fundada por motivos objetivos se aproveita para os demais corréus. Sendo a atenuante da 
menoridade relativa, um motivo exclusivamente pessoal de Pablo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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65 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 65 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação penal pública 
incondicionada, determina, de ofício, a instauração de inquérito policial. Após adotar diligência, verifica 
que, na realidade, a conduta investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do 
inquérito e procura seu advogado para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja 
imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que a 
autoridade policial 
 
A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa 
julgada material. 
B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatóriofinal ao Poder Judiciário 
para arquivamento direto e imediato por parte do magistrado. 
C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de 
investigação, independentemente da existência de provas novas. 
D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento caberá ao Ministério Público, 
havendo coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A autoridade Policial não poderá mandar arquivar autos do IP (art. 17 do CPP). 
 
O arquivamento do IP também não pode ser determinado de ofício pela autoridade judiciária. Incumbe, 
exclusivamente ao Ministério Público avaliar se os elementos de informação de que dispõe são (ou não) 
suficientes para o oferecimento da denúncia. 
 
De fato, o arquivamento poderá ser determinado pelo MP não só quanto ao Inquérito Policial, como também 
em relação a outras peças de informação a que tenha acesso o órgão do Ministério Público. 
 
O próprio art. 28, com redação dada pela lei 13.964-19 pacote anticrime) faz menção ao arquivamento do IP 
ou de qualquer elemento informativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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66 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 66 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Caio vinha sendo investigado pela prática de crime de organização criminosa. Durante os atos de 
investigação, agentes da Polícia Civil descobriram que ele realizaria ação no exercício da atividade 
criminosa da organização que deixaria clara a situação de flagrante e permitiria a obtenção de provas. 
Todavia, a investigação também indicava que nos dias seguintes outros atos do grupo criminoso seriam 
praticados por Caio, o que permitiria a identificação de outros envolvidos na organização. Diante disso, a 
autoridade policial determina diretamente e em sigilo que ocorra ação controlada, comunicando apenas 
ao Ministério Público, retardando a intervenção policial para que a medida se concretizasse de forma mais 
eficaz à formação da prova e obtenção de informações. Considerando apenas as informações narradas, o 
advogado de Caio poderá buscar a invalidade da chamada “ação controlada”, porque 
A) não foi deferido acesso aos autos, antes do encerramento da diligência, à defesa técnica, mas tão só ao 
Ministério Público e ao delegado. 
B) não é instrumento previsto na Lei de Organização Criminosa, diferente da infiltração de agentes, 
devidamente disciplinada no diploma legal. 
C) não houve prévia comunicação ao juiz competente, que nos termos da lei, poderia, inclusive, estabelecer 
os limites do ato. 
D) não poderia haver retardo na realização da prisão em flagrante, sob pena de não mais ser admitida medida 
cautelar restritiva de liberdade, apesar de ser possível o retardo na formação e obtenção das provas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A ação controlada consiste em retardar a intervenção policial, é um instituto aplicado a organização 
criminosa. A Ação controlada será precedida de comunicação ao juízo competente, a fim de que este 
estabeleça os limites do ato. Lei 12.850/13, art.8°, §1° 
Lei 12.850/13 
Art. 8°, in verbis" Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por 
organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se 
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações." 
§1° "O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, 
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público." 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
a) o advogado só tem direito a ter acesso aquilo já documentado. No caso em tela, a diligência estava em 
curso; 
b) tem sim artigo na lei de organização criminosa disciplinando tal "instituto"; 
c) CORRETA. O juiz tem que saber e autorizar tudo; 
d) há previsão legal para o retardamento da intervenção policial, de modo que não é correto afirmar que a 
prisão deixará de ser possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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67 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 67 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Maicon, na condução de veículo automotor, causou lesão corporal de natureza leve em Marta, 
desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse ter interesse em representar em face do 
autor dos fatos, diante da prática do crime do Art. 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em 
audiência preliminar, com a presença de Maicon e Marta acompanhados por seus advogados e pelo 
Ministério Público, houve composição dos danos civis, reduzida a termo e homologada pelo juiz em 
sentença. No dia seguinte, Marta se arrepende, procura seu advogado e afirma não ter interesse na 
execução do acordo celebrado. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Marta deverá 
 
A) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a composição dos danos civis. 
B) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de representação. 
C) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou composição dos danos civis. 
D) esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não caberia composição dos danos civis, 
mas sim transação penal, de modo que a sentença é nula. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Trata-se de crime de lesão corporal culposa (art. 303 CTB); 
É ação penal pública condicionada à representação (art. 88, Lei 9.099/95); 
Houve a "composição dos danos civis", "reduzida a termo" e "homologada pelo juiz em sentença". Logo, 
"acarretou a renúncia ao direito de representação" (art. 74, Lei 9.099/95). 
 
Fundamentação legal: 
CTB: 
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor. 
 
Lei 9.099/95: 
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código 
penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, no que couber. 
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008) 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de 
título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes 
de lesões corporais leves e lesões culposas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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68 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 68 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Maria recebe ligação de duas delegacias diferentes, informando a prisão em flagrante de seus dois filhos. 
Após contatar seu advogado, Maria foi informada de que Caio, seu filho mais velho, praticou, em Niterói, 
um crime de lesão corporal grave consumado, mas somente veio a ser preso no Rio de Janeiro. Soube, 
ainda, queBruno, seu filho mais novo, foi preso por praticar um crime de roubo simples (pena: 04 a 10 
anos de reclusão e multa) em Niterói e um crime de extorsão majorada (pena: 04 a 10 anos de reclusão, 
aumentada de 1/3 a 1/2, e multa) em São Gonçalo, sendo certo que a prova do roubo influenciaria na 
prova da extorsão, já que o carro subtraído no roubo foi utilizado quando da prática do segundo delito. 
Considerando apenas as informações constantes do enunciado, o advogado de Maria deverá esclarecer 
que o(s) juízo(s) competente(s) para julgar Caio e Bruno será(ão), 
 
A) Niterói, nos dois casos, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de 
Processo Penal, continência. 
B) Niterói, nos dois casos, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de 
Processo Penal, conexão. 
C) Rio de Janeiro e São Gonçalo, respectivamente, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de 
acordo com o Código de Processo Penal, continência. 
D) Niterói e São Gonçalo, respectivamente, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo 
com o Código de Processo Penal, conexão. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Caio: crime consumado em Niterói- aplica-se a teoria do resultado (art. 70, CPP-será julgado e processado no 
lugar da consumação da infração). 
Bruno: cometeu dois crimes que têm uma conexão instrumental, assim, deverão ser reunidos sob a regra do 
lugar onde foi consumado o crime mais grave (art. 78, II, a, CPP) -São Gonçalo. 
 
Para entender melhor: 
REGRAS DE CONEXÃO: 
Prevalência da competência do crime mais grave – Exemplo 01; 
 
Prevalência de maior número de infrações, quando estivermos em crimes de mesma gravidade – Exemplo 
02; 
Prevalência da prevenção, se a gravidade e número de crimes forem iguais – Exemplo 03; 
Prevalência da jurisdição especial sobre a comum – Exemplo 04. 
 
Exemplo 01: Roubo em São Paulo e venda da res em Santos – será julgado em São Paulo (crime roubo mais 
grave) – Santos (receptação crime menos grave). 
 
Exemplo 02: Prática de 02 Roubos em Porto Alegre e 01 roubo em Santa Maria – será julgado em Porto 
Alegre, por maior número de infrações. 
 
Exemplo 03: Se o agente praticar 01 roubo em Curitiba e 01 roubo em Florianópolis, o juiz que se tornar 
prevento primeiro será competente. 
 
Exemplo 04: Se o crime for cometido por militar será competência da jurisdição militar. 
 
 
 
 
 
 
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69 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 69 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
 
Durante as investigações de um crime de associação criminosa (Art. 288 do CP), a autoridade policial 
representa pela decretação da prisão temporária do indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria 
imprescindível para a continuidade das investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério Público, 
que se manifesta favoravelmente à representação da autoridade policial, mas deixa de requerer 
expressamente, por conta própria, a decretação da prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao 
receber o procedimento, decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei admite 
a prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, ainda, que Jorge não poderia 
permanecer acautelado junto com outros detentos que estavam presos em razão de preventivas 
decretadas. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Jorge, ao ser constituído, deverá alegar que 
 
A) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal. 
B) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos demais detentos é ilegal. 
C) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação criminosa não está prevista no rol 
dos crimes hediondos e nem naquele que admite a decretação dessa espécie de prisão. 
D) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de ofício, já que não houve requerimento 
do Ministério Público. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
A prisão temporária será decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, ou mediante 
representação da autoridade policial. Neste último caso, o juiz, antes de decidir, deverá ouvir o Ministério 
Público, o que bem se coaduna com o sistema acusatório vigente. 
O prazo da prisão temporária é de 5 (cinco) dias, prorrogáveis por igual período, e, no caso de crimes 
hediondos ou equiparados, de 30 (trinta) dias, prorrogáveis também por igual período. Só é permitida uma 
única prorrogação, que depende de decisão judicial igualmente fundamentada. 
É prisão a termo, ou seja, dispensa-se o alvará de soltura. Findo o prazo, o preso será colocado imediatamente 
em liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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70 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 70 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
 
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus, imputando-lhe a prática de um crime de 
estelionato. Na cota da denúncia, o Promotor de Justiça solicitou a realização de exame grafotécnico para 
comparar as assinaturas constantes da documentação falsa, utilizada como instrumento da prática do 
estelionato, com as de Matheus. Após ser citado, Matheus procura seu advogado e esclarece, em sigilo, 
que realmente foi autor do crime de estelionato. 
Considerando as informações narradas, sob o ponto de vista técnico, o advogado deverá esclarecer que 
Matheus 
 
A) deverá realizar o exame grafotécnico, segundo as determinações que lhe forem realizadas, já que 
prevalece no Processo Penal o Princípio da Verdade Real. 
B) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico até o momento de seu interrogatório, ocasião em que 
deverá fornecer padrão para o exame grafotécnico, ainda que com assinaturas diferentes daquelas 
tradicionalmente utilizadas por ele. 
C) deverá realizar o exame grafotécnico, tendo em vista que, no recebimento da denúncia, prevalece o 
princípio do in dubio pro societatis. 
D) poderá se recusar a realizar o exame grafotécnico durante todo o processo, e essa omissão não pode ser 
interpretada como confissão dos fatos narrados na denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A resposta está respaldada no princípio da presunção da não culpabilidade, artigo 5º, LVII da CF. Também no 
Pacto de São José da Costa Rica (CADH) que prevê art. 8º, número 2, alínea, g: “que toda a pessoa tem direito 
de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem declarar-se culpada”. 
 
Deve-se obedecer a regra do Nemo tenetur se detegere. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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71 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 71 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
 
Zeca e Juca foram denunciados pela prática de crime de sequestro, figurando como vítima Vanda. Por 
ocasião do interrogatório, Zeca nega a autoria delitiva e diz que nem conhece Juca; já Juca alega que 
conhece Zeca e que somente este seria o autor do fato, declarando-se inocente. 
Após a instrução, o juiz profere sentença absolvendo os denunciados. No dia da publicação da sentença, 
Vanda e Juca procuram seus respectivos advogados e reiteram a certeza quanto à autoria delitiva de Zeca 
e ao interesse em intervir no processo como assistentes de acusação. 
Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O advogado de Juca poderá requerer a intervenção de seu cliente como assistente de acusação, devendo, 
porém, o Ministério Público ser ouvido previamente sobre a admissão do assistente. 
B) Os advogados de Juca e Vanda não poderão requerer a intervençãode seus clientes como assistentes de 
acusação, tendo em vista que já foi proferida sentença. 
C) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como assistente de acusação, mas 
não poderá solicitar a realização de nova audiência para elaborar as perguntas que entender pertinentes. 
D) O advogado de Vanda poderá requerer a intervenção de sua cliente como assistente de acusação, e do 
despacho que admitir ou não o assistente caberá recurso em sentido estrito. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Como se sabe, o autor da ação penal pública é o Ministério Público. 
 
Contudo, o ofendido (vítima) do crime poderá pedir para intervir no processo penal a fim de auxiliar o 
Ministério Público. A essa figura, dá-se o nome de “assistente da acusação”. O corréu no mesmo processo 
não poderá intervir como assistente do Ministério Público. Observa-se que a questão também exigiu a 
observância do artigo 269 do CPP que prevê: “O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar”. Já houve a instrução criminal, assim, não poderá 
ser solicitada à realização de nova audiência para elaboração de perguntas que entender pertinentes. 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
 
a) FALSA 
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público. 
 
b) FALSA 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no 
estado em que se achar. 
 
c) VERDADEIRO 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no 
estado em que se achar. 
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público. 
 
d) FALSO 
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar 
dos autos o pedido e a decisão. 
 
 
 
 
 
 
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72 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 72 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
 
Bruna compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima de um crime de ameaça, delito este de ação penal 
pública condicionada à representação, que teria sido praticado por seu marido Rui, em situação de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. Disse, ainda, ter interesse que seu marido fosse 
responsabilizado criminalmente por seu comportamento. 
O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em face de Rui pela prática 
do crime de ameaça (Art. 147 do Código Penal, nos termos da Lei nº 11.340/06). Bruna, porém, comparece 
à Delegacia, antes do recebimento da denúncia, e afirma não mais ter interesse na responsabilização penal 
de seu marido, com quem continua convivendo. Posteriormente, Bruna e Rui procuram o advogado da 
família e informam sobre o novo comparecimento de Bruna à Delegacia. 
Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que 
 
A) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é irrelevante e não poderá ser 
buscada proposta de suspensão condicional do processo. 
B) a retratação de Bruna, perante a autoridade policial, até o momento, é válida e suficiente para impedir o 
recebimento da denúncia. 
C) não cabe retratação do direito de representação após o oferecimento da denúncia; logo, a retratação foi 
inválida. 
D) não cabe retratação do direito de representação nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica 
e familiar contra a mulher, e nem poderá ser buscada proposta de transação penal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra 
 
A retratação só poderia ser feita no judiciário, porque a justiça já recebeu a denúncia. 
E quanto a ação ser de representação condicionada é porque o crime é de ameaça. Se fosse de lesão corporal 
seria de ação incondicional do processo. 
Essa questão trata da Lei 11.340/95 lei Maria da Penha. Portanto não cabe suspenção condicional do 
processo pois esse é um instituto do JRCRIM lei 9.99/95. 
 
Vejamos o que diz a lei: 
Art. 16. da Lei 11.340/06 Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata 
esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada 
com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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73 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 73 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
 
Luiz foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime de homicídio qualificado em razão de 
recurso que dificultou a defesa da vítima. Durante seu interrogatório em Plenário, Luiz confessou a prática 
delitiva, mas disse que não houve recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que ele estava 
discutindo com ela quando da ação delitiva. Insatisfeito com o reconhecimento da qualificadora pelos 
jurados, já que, diferentemente do que ocorreu em relação à autoria, não haveria qualquer prova em 
relação àquela, o advogado apresentou, de imediato, recurso de apelação. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Luiz deverá buscar, em sede de recurso, 
 
A) o reconhecimento de nulidade, com consequente realização de nova sessão de julgamento. 
B) o reconhecimento de que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos em relação 
à qualificadora, com consequente realização de nova sessão de julgamento. 
C) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com imediata readequação, pelo órgão, da 
pena aplicada pelo juízo do Tribunal do Júri. 
D) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com baixa dos autos, para que o juízo do 
Tribunal do Júri aplique nova pena. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Fundamentação no art. 593, inciso III, alínea “d” c/c art. 593, § 3º, ambos do Código de Processo Penal, 
vejamos: 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
[...] 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
[...] 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
[...] 
§ 3o Se a apelação se fundar no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente 
contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, 
segunda apelação. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
A) Errada. O examinador quer saber se o examinando tem ciência do teor do artigo 593, inciso iii, alínea d do 
CPP. Apesar de concordar que houve nulidade e a alternativa A seria correta também, a alternativa B é a que 
melhor se encaixa na situação porque o enunciado da questão diz "... diferentemente do que ocorreu em 
relação à autoria, não haveria qualquer prova em relação àquela..." Isso dá a entender que o veredicto do 
Júri é manifestamente contrário aos autos . 
 
B) Correta conforme dito acima. 
 
C) "...com imediata readequação, pelo órgão, da pena aplicada ..." o orgão a que se refere a alternativa é o 
Tribunal de Justiça. Não é o Tribunal de Justiça que vai readequar a pena e sim o Júri mediante novo 
julgamento. Por isso a C está errada. 
 
D) Quem deve afastar a qualificadora é o júri mediante novo julgamento. O Tribunal vai mandar que o Júri 
faça novo julgamento e é o júri que vai determinar se afasta ou não a qualificadora. Por isso errada. 
 
 
 
 
 
 
 
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74 Questõescomentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 74 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
 
No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14 anos, conduzia um veículo automotor, em 
via pública, às 14h, quando foi solicitada sua parada em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, 
os policiais constataram que o veículo era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, 
às 09h. Diante da suposta prática do crime de receptação, realizaram a prisão e encaminharam Caio para 
a Delegacia. 
Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a todas as 
formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autoridade policial lavrou auto 
de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de receptação. O Ministério Público, em 
audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, valorizando o 
fato de Caio ser reincidente, conforme confirmação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais. 
Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer 
 
A) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não estão presentes os pressupostos 
para prisão preventiva. 
B) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante. 
C) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de roubo foi ilegal. 
D) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é responsável pelos cuidados de 
adolescente de 14 anos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
A prisão em flagrante de Caio foi ilegal, uma vez que apesar de ele ter sido encontrado com o objeto do crime 
(carro), fazendo o candidato acreditar na possibilidade do flagrante presumido, contudo já havia passado 
mais de 48 horas. Assim, apesar, de não existirem os requisitos previstos no art. 312 do CPP referente a prisão 
preventiva, o flagrante era ilegal. 
 
O estado de flagrância pode variar conforme a modalidade constatada e, poderá ultrapassar dias no flagrante 
IMPRÓPRIO, não sendo, portanto, possível fixar um lapso temporal máximo de sua duração. Mas questão 
demonstrou que a prisão em flagrante era PRESUMIDO e ocorrera 02 (dois) dias depois da prática da infração; 
A autoria é presumida porque o agente está trazendo consigo instrumentos, armas, objetos ou papéis 
relacionados com o delito. Por isso, a descoberta e a prisão do agente devem ocorrer dentro de parâmetros 
de tempo razoáveis. Se o lapso de tempo decorrido da prática do crime for de horas, então não há mais 
flagrante. 
 
Foi uma questão que tentou induzir o candidato a confusão, pois a prisão em flagrante era ilegal e não 
existiam os requisitos da prisão preventiva. Fazendo com que o examinando ficasse na dúvida entre a 
liberdade provisória e o relaxamento da prisão em flagrante. Contudo, como deve ser analisado primeiro a 
legalidade do flagrante, alternativa correta é o relaxamento do flagrante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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75 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 75 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
Vinícius, sócio de um grande escritório de advocacia, especializado na área criminal, recebeu, no dia 02 de 
outubro de 2017, duas intimações de decisões referentes a dois clientes diferentes. 
A primeira intimação tratava de decisão proferida pela 1ª Câmara Criminal de determinado Tribunal de 
Justiça denegando a ordem de habeas corpus que havia sido apresentada perante o órgão em favor de 
Gilmar (após negativa em primeira instância), que responde preso a ação pela suposta prática de crime de 
roubo. 
A segunda intimação foi de decisão proferida pelo Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Fortaleza, também 
denegando ordem de habeas corpus, mas, dessa vez, a medida havia sido apresentada em favor de Rubens, 
que figura como indiciado em inquérito que investiga a suposta prática do crime de tráfico de drogas. 
Diante das intimações realizadas, insatisfeito com as decisões proferidas, Vinícius, para combater as 
decisões prejudiciais a Gilmar e Rubens, deverá apresentar 
 
A) Recurso Ordinário Constitucional e Recurso em Sentido Estrito, respectivamente. 
B) Recurso em Sentido Estrito, nos dois casos. 
C) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. 
D) Recurso Especial e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Contra decisão de tribunal/órgão colegiado não cabe recurso em sentido estrito e não cabe apelação (RESE 
só cabe quando o a decisão é proferida por juiz de 1º instância). 
Ponto chave: havendo denegação da ordem de HC ou da segurança em sede de 2º instância, não 
interessando se foi de forma unânime ou não, o recurso cabível é o ROC (recurso ordinário constitucional). 
 
Fundamentação legal: 
Constituição Federal. 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; 
 
Quanto ao Recurso em Sentido Estrito: 
Código de Processo Penal. 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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76 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 76 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
Durante instrução probatória em que se imputava a João a prática de um crime de peculato, foram 
intimados para depor, em audiência de instrução e julgamento, os policiais civis que participaram das 
investigações, a ex esposa de João, que tinha conhecimento dos fatos, e o padre para o qual João contava 
o que considerava seus pecados, inclusive sobre os desvios de dinheiro público. 
Preocupados, todos os intimados para depoimento foram à audiência, acompanhados de seus advogados, 
demonstrando interesse em não prestar declarações. 
Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Apenas o advogado da ex esposa de João poderá requerer que sua cliente seja eximida do dever de depor, 
devendo os demais prestar declarações. 
B) Todos os advogados poderão requerer que seus clientes sejam eximidos do dever de depor. 
C) Apenas o advogado do padre poderá buscar que ele não preste declarações, já que proibido, por ofício, 
de depor, devendo os demais prestar declarações. 
D) Apenas os advogados da ex esposa de João e do padre poderão requerer que seus clientes não sejam 
ouvidos na condição de testemunhas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Fundamentação legal: 
Art. 206, CPP. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente 
ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo 
quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 
Art. 207, CPP. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, 
salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
RESUMÃO DE TESTEMUNHAS PROCESSO PENAL 
REGRA: NÃO SE pode negar a depor salvo: 
 
Exceção: O ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado( ALERTA 
PEGADINHA) o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 206 
 
PROIBIÇÃO DE DEPOR: As pessoas que,em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar 
segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
 
OUTRAS DISPOSIÇÕES: 
SISTEMA CROSS EXAMINATION Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à 
testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa 
ou importarem na repetição de outra já respondida. Diferente do ocorre por exemplo no processo do 
trabalho, em que vigora o princípio da imediatidade. 
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito. 
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos. Semelhante 
aqui ao processo civil. 
 
ACAREAÇÃO - MECANISMO UTILIZADO QUANDO HOUVER CONTRADIÇÃO ENTRE PONTOS RELEVANTES PELA 
TESTEMUNHA 
Que não se confunde com contradita. 
CONTRADITA - INSTITUTO QUE SERVE PARA QUESTIONAR A PARCIALIDADE DE DETERMINADA TESTEMUNHA 
 
 
 
 
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77 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 77 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de suas funções. Após Tiago narrar 
os fatos em sede policial e demonstrar interesse em ver o autor do fato responsabilizado, é instaurado 
inquérito policial para investigar a notícia de crime. 
Quando da elaboração do relatório conclusivo, a autoridade policial conclui pela prática delitiva da 
difamação, majorada por ser contra funcionário público em razão de suas funções, bem como identifica 
João como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a este as conclusões 1 (um) mês 
após os fatos. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tiago, de acordo com a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que 
 
A) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face de João após representação do ofendido, mas 
Tiago não poderá optar por oferecer queixa-crime. 
B) caberá a Tiago, assistido por seu advogado, oferecer queixa-crime, não podendo o ofendido optar por 
oferecer representação para o Ministério Público apresentar denúncia. 
C) Tiago poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, ou oferecer representação ao 
Ministério Público, para que seja analisada a possibilidade de oferecimento de denúncia. 
D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente de representação do ofendido. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Nos crimes contra a honra, a regra é perseguir a pena mediante ação penal privada da vítima ou de seu 
representante legal. Entretanto, será penal pública condicionada à representação no caso de o delito ser 
cometido contra funcionário público, no exercício das suas funções (art.141,II, CP) e condicionada à 
requisição do Ministro da Justiça no caso do n. I do art 141(contra o Presidente da República ou chefe de 
governo estrangeiro). 
 
Vejamos a súmula 714, STF: 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. 
 
Tal enunciado, no entanto, trará consequências extras, pois, se a opção for pelo oferecimento de queixa-
crime, caberá a incidência de algumas causas extintivas da punibilidade (perdão do ofendido, retratação etc.), 
até então incompatíveis com os princípios informadores da ação penal pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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78 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 78 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
Na cidade de Angra dos Reis, Sérgio encontra um documento adulterado (logo, falso), que, 
originariamente, fora expedido por órgão estadual. Valendo-se de tal documento, comparece a uma 
agência da Caixa Econômica Federal localizada na cidade do Rio de Janeiro e apresenta o documento falso 
ao gerente do estabelecimento. 
Desconfiando da veracidade da documentação, o gerente do estabelecimento bancário chama a Polícia, e 
Sérgio é preso em flagrante, sendo denunciado pela prática do crime de uso de documento falso (Art. 304 
do Código Penal) perante uma das Varas Criminais da Justiça Estadual da cidade do Rio de Janeiro. 
Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o 
advogado de Sérgio deverá 
 
A) alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será competente, devendo ser considerada a cidade de 
Angra dos Reis para definir o critério territorial. 
B) alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será competente, devendo ser considerada a cidade do Rio 
de Janeiro para definir o critério territorial. 
C) alegar a incompetência, pois, apesar de a Justiça Estadual ser competente, deverá ser considerada a cidade 
de Angra dos Reis para definir o critério territorial. 
D) reconhecer a competência do juízo perante o qual foi apresentada a denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
O uso de documento falso apresentado a Caixa Econômica Federal caracteriza crime de competência da 
Justiça Federal que se consumou no momento da apresentação do documento, portanto, na agência no Rio 
de Janeiro. 
Súmula 546, STJ: “A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou 
órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.". 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
a - Errada - A Justiça Federal será competente, mas a ação penal deverá ser ajuizada em uma das varas da 
cidade do Rio de Janeiro. 
 
b - Certa - A Justiça Federal é competente, já que o crime em questão (uso de documento falso) foi cometido 
em entidade federal e na cidade do RJ, portanto, deve ser ajuizada em uma vara desta cidade. 
 
c - Errada - Como o documento falso foi apresentado na CEF, a Justiça Estadual não é competente, bem como 
o foro de Angra dos Reis não é competente para o ajuizamento da ação penal. 
 
d - Errada - Vide primeira parte do item "c". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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79 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 79 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
João foi denunciado pela prática do crime de furto qualificado previsto no Art. 155, § 4º, inciso I, do Código 
Penal. Em primeira instância, João foi absolvido. 
Em sede de recurso de apelação apresentado pelo Ministério Público, houve provimento parcial do 
recurso, sendo o agente condenado de maneira unânime. Apesar da unanimidade na condenação, o 
reconhecimento da qualificadora restou afastado por maioria de votos. Ademais, um dos 
desembargadores ainda votou pelo reconhecimento do privilégio do Art. 155, § 2º, do CP, mas restou 
isolado e vencido. 
Insatisfeito com a condenação pelo furto simples, o Ministério Público apresenta embargos infringentes 
em busca do reconhecimento da qualificadora. 
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que o advogado de João, sob o ponto de 
vista técnico, deverá defender 
 
A) o não conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e apresentar recurso 
de embargos infringentes em busca da absolvição de João. 
B) o conhecimento e não provimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e 
apresentar embargos infringentes em busca do reconhecimento do privilégio. 
C) o não conhecimento dos embargos infringentes apresentados pelo Ministério Público e apresentar 
embargos infringentes em busca do reconhecimento doprivilégio. 
D) o conhecimento e não provimento dos embargos do Ministério Público e não poderá apresentar recurso 
de embargos infringentes. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Fundamentação legal, artigo 609 do CPP, vejamos: 
Art. 609 do CPP. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo 
com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes 
e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o 
desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
 
Portanto, a decisão de não reconhecer a qualificadora, apesar de não unânime, foi favorável ao réu. Não 
sendo cabível Embargos Infringentes e portanto, não devendo ser conhecido o recurso do Ministério Público. 
Deste modo, a decisão de não reconhecimento de privilégio foi desfavorável ao réu e não unânime, portanto, 
cabe Embargos Infringentes por parte da defesa. 
 
OS EMBARGOS INFRINGENTES: 
 
Segundo Tourinho Filho (2013) os embargos infringentes são oponíveis contra a decisão não unânime de 
segunda instância e desfavorável ao réu. Visam a modificação do feito. 
 
OS EMBARGOS DE NULIDADES: 
 
Segundo Tourinho Filho (2013) os embargos de nulidades são oponíveis contra a decisão de segunda 
instância não unânime e desfavorável ao réu, entretanto, a divergência é sobre matéria estritamente 
processual, capaz de tornar inválido o processo. Porta 
 
 
 
 
 
 
 
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80 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 80 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
Lívia, insatisfeita com o fim do relacionamento amoroso com Pedro, vai até a casa deste na companhia da 
amiga Carla e ambas começam a quebrar todos os porta-retratos da residência nos quais estavam expostas 
fotos da nova namorada de Pedro. Quando descobre os fatos, Pedro procura um advogado, que esclarece 
a natureza privada da ação criminal pela prática do crime de dano. 
Diante disso, Pedro opta por propor queixa-crime em face de Carla pela prática do crime de dano (Art. 163, 
caput, do Código Penal), já que nunca mantiveram boa relação e ele tinha conhecimento de que ela era 
reincidente, mas, quanto a Lívia, liga para ela e diz que nada fará, pedindo, apenas, que o fato não se 
repita. 
Apesar da decisão de Pedro, Lívia fica preocupada quanto à possibilidade de ele mudar de opinião, razão 
pela qual contrata um advogado junto com Carla para consultoria jurídica. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que ocorreu 
 
A) renúncia em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime não deve ser recebida em relação a Carla. 
B) renúncia em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime deve ser recebida apenas em relação a Carla. 
C) perempção em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime deve ser recebida apenas em relação a Carla. 
D) perdão do ofendido em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime deve ser recebida apenas em relação 
a Carla. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Estamos diante do princípio da indivisibilidade consistente na necessidade de representação a todos os 
autores do crime. 
Sob o ponto de vista técnico da questão e alicerçada no artigo 49 do CPP, a renúncia de Pedro em relação à 
Lívia se estenderá a Carla, de modo que, não poderá apenas “perdoar” sua ex. 
É o teor do artigo 49, CPP: 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
A) CORRETA - A renúncia pode ser expressa ou tácita. Poderá ser formalizada por meio de procurador com 
poderes especiais (art. 50 do CPP). Se for dirigida a um dos autores, deverá ser estendida a todos, em virtude 
do princípio da indivisibilidade (art., 49, CPP): A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um 
dos autores do crime, a todos se estenderá. 
 
Dessa forma, a queixa-crime não deve ser recebida em relação a Carla. (B - INCORRETA) 
 
C) INCORRETA - Não está em conformidade com as possibilidades previstas no art., 60 do CPP. 
 
D) INCORRETA - O perdão do ofendido, é o "perdão" depois que o processo é instaurado. De acordo com as 
possibilidades do art. 106, do código penal. Não é o caso da questão. Porém, mesmo se fosse, a alternativa 
estaria incorreta, pois prevê no art. citado: O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: I - se 
concedido a qualquer dos querelados, a todos se aproveita; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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81 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 81 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
 
Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo encaminhado para a Delegacia. Ao 
tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo entra, de imediato, em contato com o advogado, 
solicitando esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. 
De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o 
advogado esclarecer que 
 
A) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advogado na 
delegacia. 
B) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sempre 
imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será considerado nulo. 
C) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos informativos nele 
constantes, ainda que já documentados no procedimento. 
D) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de modo que existe 
uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do procedimento em sede policial. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A Paulo deve ser garantida a possibilidade de estar acompanhado por advogado, de modo que a contratação 
é facultativa, ou seja, é um direito seu estar acompanhado por advogado, mas Paulo não é obrigado a contar 
com um. Caso não tenha interesse em estar acompanhado por advogado, a realização do ato é perfeitamente 
válida, não havendo qualquer ilegalidade. 
 
Por fim, a decretação do sigilo não pode impedir o advogado eventualmente contratado de ter acesso aos 
autos do IP, no que tange aos elementos de prova já documentados nos autos (súmula vinculante 14). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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82 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 82 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
 
Douglas responde a ação penal, na condição de preso cautelar, pela prática do crime de furto qualificado, 
sendo ele triplamente reincidente específico. No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas 
seria semi-imputável e que haveria risco de reiteração. 
O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Douglas, entendendo que não persistem 
os motivos que justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a medida cautelar de internação 
provisória, com base no Art. 319 do Código de Processo Penal. 
Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o afastamento da cautelar aplicada, em 
razão 
 
A) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas estão sujeitas ao 
princípio da taxatividade. 
B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela inimputabilidade, mas não pela semi-
imputabilidade. 
C) de o crime imputadonão ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. 
D) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento pretérito do 
Ministério Público. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
O advogado do réu, neste caso, deve sustentar não ser cabível tal medida, pois o crime imputado (furto 
qualificado) não foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, na forma do art. 319, VII do CPP, o 
que é um dos pressupostos para a decretação de tal medida. 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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83 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 83 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
 
No dia 31 de dezembro de 2015, Leandro encontra, em uma boate, Luciana, com quem mantivera uma 
relação íntima de afeto, na companhia de duas amigas, Carla e Regina. 
Já alterado em razão da ingestão de bebida alcoólica, Leandro, com ciúmes de Luciana, inicia com esta uma 
discussão e desfere socos em sua face. Carla e Regina vêm em defesa da amiga, mas, descontrolado, 
Leandro também agride as amigas, causando lesões corporais leves nas três. 
Diante da confusão, Leandro e Luciana são encaminhados a uma delegacia, enquanto as demais vítimas 
decidem ir para suas casas. Após exame de corpo de delito confirmando as lesões leves, Luciana é ouvida 
e afirma expressamente que não tem interesse em ver Leandro responsabilizado criminalmente. 
Em relação às demais lesadas, não tiveram interesse em ser ouvidas em momento algum das investigações, 
mas as testemunhas confirmaram as agressões. Diante disso, o Ministério Público, em 05 de julho de 2016, 
oferece denúncia em face de Leandro, imputando-lhe a prática de três crimes de lesão corporal leve. 
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de Leandro 
 
A) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação a nenhum dos três crimes. 
B) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas não quanto aos 
delitos praticados contra Carla e Regina. 
C) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação aos três crimes. 
D) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas poderá 
pleitear a imediata rejeição quanto aos delitos praticados contra Carla e Regina. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Em determinadas situações, o MP somente pode oferecer Denúncia mediante prévia representação da 
vítima, é a chamada ação penal pública condicionada à representação. Nesses delitos, a representação é uma 
condição de procedibilidade. 
 
Neste sentido, diante da ausência de representação das amigas Carla e Regina, é incabível que o MP ofereça 
a denúncia, ainda que tenha elementos informativos suficientes sobre a autoria e a materialidade do crime. 
Se o represente do Parquet ignora o fato de não haver representação do ofendido, impõe-se o 
reconhecimento da nulidade do processo desde o seu início. Evidentemente, a existência de representação 
não obriga o Ministério Público a promover a denúncia, devendo analisar se há justa causa para tanto. 
 
Noutro giro, quanto à Luciana, tendo em vista que a questão fala em "relação íntima de afeto", aplica-se o 
art. 5º, III, da Lei nº 11.340/06 (ação penal pública incondicionada), a qual dispõe: 
Art. 5º. para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no 
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
(...) 
III- em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de 
coabitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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84 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 84 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
 
Vitor, corretor de imóveis, está sendo investigado em inquérito policial. Considerando que o delegado vem 
atuando com abuso e colocando em risco a liberdade de Vitor, o advogado do investigado apresenta 
habeas corpus perante o órgão competente. Quando da análise do habeas corpus, a autoridade 
competente entende por denegar a ordem. 
Considerando as informações narradas, o advogado de Vitor poderá recorrer da decisão que denegou a 
ordem por meio de 
 
A) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o Tribunal de Justiça foi o órgão competente para análise 
do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. 
B) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o juiz de primeiro grau era competente para a análise do 
habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. 
C) recurso ordinário constitucional, tendo em vista que o Tribunal de Justiça foi o órgão competente para 
análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. 
D) recurso ordinário constitucional, tendo em vista que o juiz de primeiro grau era competente para a análise 
do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Fundamentação legal: 
Art. 581, CPP Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
.... 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
 
Este recurso, em regra, somente será cabível nas hipóteses em que a lei expressamente determinar. Aplica-
se o princípio da taxatividade nos recursos. Serve para impugnar de decisões que atentem ou rejeitam a 
pretensão postulada. 
RESE: Primeiro grau 
RO: Segundo grau 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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85 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 85 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
 
Mateus foi denunciado pela prática de um crime de homicídio qualificado, sendo narrado na denúncia que 
a motivação do crime seria guerra entre facções do tráfico. Cinco dias antes do julgamento em plenário, o 
Ministério Público junta ao processo a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) do acusado, conforme 
requerido quando da manifestação em diligências, em que, de fato, constavam anotações referentes a 
processos pela prática do crime da Lei de Drogas. 
Apenas três dias úteis antes do julgamento, a defesa de Mateus vem a tomar conhecimento da juntada da 
FAC. No dia do julgamento, após a manifestação oral da defesa em plenário, indagado pelo juiz presidente 
sobre o interesse em se manifestar em réplica, o promotor de justiça afirma negativamente, reiterando 
aos jurados que as provas estão muito claras e que o réu deve ser condenado, não havendo necessidade 
de maiores explanações. Posteriormente, o juiz presidente nega à defesa o direito de tréplica. Mateus é 
condenado. 
Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Mateus, em sede de apelação, deverá busca 
A) a nulidade do julgamento, pois foi juntada documentação sem a antecedência necessária exigida pela lei. 
B) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal, pois foi juntada documentação que influenciou seu 
reconhecimento sem a antecedência necessária exigida pela lei. 
C) a nulidade do julgamento, pois o direito de tréplica da defesa independe da réplica do Ministério Público. 
D) a nulidade do julgamento, pois houve réplica por parte do Ministério Público, de modo que deveria ser 
deferido à defesa o direito de tréplica. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Neste caso não houve nulidadecom relação à juntada do documento, pois respeitou o prazo mínimo de 03 
dias úteis, nos termos do art. 479 do CPP. 
Todavia, houve nulidade do julgamento em relação à ausência de tréplica para a defesa. Isso porque houve 
réplica pelo MP, já que a Doutrina entende que se o MP pretende não falar em réplica, deve limitar-se a dizer 
que não fará uso da palavra. Quando o MP vai além e tece qualquer consideração sobre o caso, como 
aconteceu na hipótese, na prática, já está fazendo uso da palavra, ou seja, considera-se que falou em réplica, 
motivo pelo qual deve ser dada oportunidade de tréplica à defesa. 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
A – NULIDADE POR JUNTADA DE DOCUMENTO FORA DO PRAZO. 
ERRADA 
Em regra geral, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo 231 CPP. Entretanto no 
procedimento especial do Júri cabe uma exceção, só será permitida a juntada de documentos com no mínimo 3 (três) 
dias úteis de antecedência 479 CPP, o que coadunou com o caso, não ensejando assim nenhuma nulidade. 
B – AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA, POR JUNTADA DE DOCUMENTO FORA DO PRAZO. 
ERRADA. 
Mais uma vez cumpre mencionar que o prazo foi respeito, conforme letra A, não gerando assim nenhuma nulidade. 
C – O DIREITO DA TREPLICA INDEPENDETE DA REPLICA. 
ERRADA. 
O direito a Treplica só ocorrerá se tiver a Réplica. 476 CPP 
D – NULIDADE, POIS HOUVE REPLICA E FOI INDEFERIDO O DIREITO A TRÉPLICA. 
CORRETO 
“O promotor de justiça afirma negativamente, reiterando aos jurados que as provas estão muito claras e que o réu deve 
ser condenado, não havendo necessidade de maiores explanações. ” 
Não há que se falar em análise qualitativa ou temporal, o simples trecho citado acima, já caracteriza a Replica, ensejando 
assim direito a Treplica. 
 
 
 
 
 
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86 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 86 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
 
Ricardo foi denunciado, perante a 1ª Vara Criminal de determinada cidade, pela prática de crime de 
associação para o tráfico com mais 04 outros indivíduos, destacando a denúncia o local, o período e a 
existência de outros indivíduos não identificados, integrantes da mesma associação. Foi condenado em 
primeira instância e foi mantida a prisão preventiva, apresentando a defesa recurso de apelação. No dia 
seguinte da condenação, na cadeia, Ricardo vem a ser notificado em razão de denúncia diversa oferecida 
pelo Ministério Público, agora perante a 2ª Vara Criminal da mesma cidade, pela prática do mesmo crime 
de associação para o tráfico, em iguais período e local da primeira denúncia, mas, dessa vez, foram 
denunciados também os indivíduos não identificados mencionados no primeiro processo. Ricardo, então, 
entra em contato com seu advogado, informando da nova notificação. Considerando a situação narrada, 
caberá ao advogado de Ricardo apresentar exceção de 
 
A) litispendência. 
B) coisa julgada. 
C) incompetência. 
D) ilegitimidade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Neste caso, Ricardo está sendo duplamente processado pelo mesmo fato, estando ambas as ações penais 
ainda em curso, pois na primeira ação penal, embora tenha havido condenação, houve recurso da defesa, 
ainda não julgado, logo, não ocorreu o trânsito em julgado. 
 
Assim, a defesa deverá apresentar exceção de litispendência, nos termos do art. 95, III do CPP. 
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: 
I - suspeição; 
II - incompetência de juízo; 
III - litispendência; 
IV - ilegitimidade de parte; 
V - coisa julgada. 
 
CPC/2015 - ART 337, §3 - CONCEITO DE LITISPENDÊNCIA. 
Art. 337, §3º do CPC/2015: § 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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87 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 87 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
 
Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a José a prática de um crime 
de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas 
declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já Lívia também diz 
que estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi cometido. A vítima não foi 
localizada para prestar depoimento. Diante dessa situação, poderá o advogado de José requerer 
 
A) a realização de contradita das testemunhas. 
B) a realização de acareação das testemunhas. 
C) a instauração de incidente de falsidade. 
D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar divergência. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
O Juiz, neste caso, deve proceder à acareação das testemunhas, em razão dos depoimentos conflitantes, nos 
termos do art. 229 do CPP. 
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha 
e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias 
relevantes. 
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de 
acareação 
 
ACAREAÇÃO DAS TESTEMUNHAS 
Pode-se conceituar a acareação como sendo um ato processual, meio de prova, em que há uma confrontação 
entre duas ou mais pessoas, cujos depoimentos foram conflitantes, a fim de que, frente à Autoridade 
competente, esclareçam as divergências apresentadas. Segundo o dicionário Aurélio, “acarear” é um verbo 
transitivo direto que significa “1. Pôr cara a cara, ou frente a frente; afrontar, enfrentar, acarar. 2. Pôr 
(testemunhas cujos depoimentos ou declarações não são concordes) em presença uma das outras” 
(FERREIRA, p. 08). 
 
 CONTRADITA DAS TESTEMUNHAS 
A contradita de testemunha é ato pelo qual uma das partes envolvidas no processo requer a impugnação da 
oitiva de uma testemunha, por entender que esta é impedida, suspeita ou incapaz de depor. De acordo com 
o Código de Processo Civil, o momento oportuno para se contraditar a testemunha é após a sua qualificação 
e antes que preste o compromisso de dizer a verdade. 
 
INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE FALSIDADE 
Previsto em capítulo próprio do Código de Processo Penal, em seus artigos 145 a 148, o incidente de 
falsidade, para Guilherme de Souza Nucci: [...] é um processo incidente, voltado à constatação da 
autenticidade de um documento, inclusive o produzido eletronicamente (art. 11, caput, Lei 11.419/2006), 
inserido nos autos do processo criminal principal, sobre o qual há controvérsia. A importância desse 
procedimento é nítida, pois visa à garantia da formação legítima das provas produzidas no processo penal, 
onde prevalece o princípio da verdade real, impedindo, pois, que esta seja obnubilada pela falsidade trazida 
por uma das partes. (NUCCI, 2007, p. 323). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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88 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 88 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
 
Em 23 de novembro de 2015 (segunda feira), sendo o dia seguinte dia útil em todo o país, Técio, advogado 
de defesa de réu em ação penal de natureza condenatória, é intimado da sentença condenatória de seu 
cliente. No curso do prazo recursal, porém, entrou em vigor nova lei de natureza puramente processual, 
que alterava o Código de Processo Penal e passava a prever que o prazo para apresentação de recurso de 
apelação seria de 03 dias e não mais de 05 dias. No dia 30 de novembro de 2015, dia útil, Técio apresenta 
recurso de apelação acompanhado das respectivas razões. Considerando a hipótese narrada, o recurso do 
advogadoé 
 
A) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o novo prazo recursal 
deve ser observado. 
B) tempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal 
deve ser observado. 
C) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo 
recursal deve ser observado. 
D) tempestivo, aplicando-se o princípio constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, e o antigo prazo 
recursal deve ser observado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal tem aplicação imediata aos processos em curso, 
mas só se aplica aos ATOS PROCESSUAIS FUTUROS, ou seja, não se aplica àqueles que já foram realizados, 
nos termos do art. 2¼ do CPP. 
No caso do recurso, como o prazo recursal já havia se iniciado antes da entrada em vigor da lei nova, esse 
prazo será regido pela lei antiga (que vigorava quando o prazo começou a fluir). 
A lei processual nova só se aplica aos prazos recursais FUTUROS, não àqueles que já se iniciaram antes de 
sua vigência. 
Assim, considerando o prazo antigo (05 dias), o recurso é tempestivo, pois o prazo findou em 28.11.2015, 
que foi sábado, sendo prorrogado até dia 30.11.2015, dia útil seguinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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89 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 89 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
 
Fagner, irmão de Vitor, compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima de agressões que lhe causaram 
lesão corporal de natureza leve. Afirmou Fagner, em sede policial, que Vitor desferiu um soco em seu rosto, 
deixando a agressão vestígios, mas esclareceu que não necessitou de atendimento médico. Apesar de 
demonstrar interesse inequívoco em ver seu irmão responsabilizado criminalmente pelo ato praticado, 
não assinou termo de representação formal, além de não realizar exame de corpo de delito. Vitor foi 
denunciado pela prática do crime do Art. 129, § 9º, do Código Penal. Durante a instrução, Fagner não foi 
localizado para ser ouvido, não havendo outras testemunhas presenciais. Vitor, em seu interrogatório, 
contudo, confirmou que desferiu um soco no rosto de seu irmão. Em relação aos documentos do processo, 
consta apenas a Folha de Antecedentes Criminais do acusado. Considerando apenas as informações 
narradas na hipótese, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O processo deve ser extinto sem julgamento do mérito, pois a representação do ofendido 
necessariamente deve ser expressa e formal. 
B) Não existe prova da materialidade, pois, quando a infração penal deixa vestígios, o exame de corpo de 
delito é indispensável, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
C) Não existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal apenas admite o exame de corpo de 
delito direto. 
D) Existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal admite a figura do exame de corpo de 
delito indireto e este ocorreu no caso concreto. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
A. O processo deve ser extinto sem julgamento do mérito, pois a representação do ofendido necessariamente 
deve ser expressa e formal. 
ERRADO. O crime em questão é de natureza pública condicionada a representação, desta forma o art. 39 do 
CPP, dispõe: 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante 
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. 
B. Não existe prova da materialidade, pois, quando a infração penal deixa vestígios, o exame de corpo de 
delito é indispensável, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
CORRETO! 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado. 
C. Não existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal apenas admite o exame de corpo de 
delito direto. 
ERRADO. 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado. 
Direto: feito por perito oficial ou duas pessoas com conhecimento na área. art. 159 CPP 
Indireto: Tanto prova testemunhal como documentos comprobatórios (Jurisprudência Majoritária) 
D. Existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal admite a figura do exame de corpo de 
delito indireto e este ocorreu no caso concreto. 
ERRADO. 
Não houve prova de materialidade, pois não teve prova testemunhal ou documental e não houve exame de 
corpo de delito. 
Observação: Existe alguma prova que pode substituir o exame de corpo de delito? 
Sim. A prova testemunhal. 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-
lhe a falta. 
 
 
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90 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 90 - FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
 
Daniel foi autor de um crime de homicídio doloso consumado em desfavor de William. Após a denúncia e 
ao fim da primeira fase do procedimento bifásico dos crimes dolosos contra a vida, Daniel foi pronunciado. 
Inconformado, o advogado do acusado interpôs o recurso cabível, mas o juiz de primeira instância, ao 
realizar o primeiro juízo de admissibilidade, negou seguimento ao recurso. Novamente inconformado com 
a decisão, o defensor de Daniel impetrou nova medida. Considerando a situação narrada, assinale a opção 
que indica o recurso interposto da decisão de pronúncia e a medida para combater a decisão que denegou 
o recurso anterior, respetivamente. 
 
A) Apelação e Recurso em Sentido Estrito. 
B) Recurso em Sentido Estrito e novo Recurso em Sentido Estrito. 
C) Recurso em Sentido Estrito e Carta Testemunhável. 
D) Apelação e Carta Testemunhável. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A carta testemunhável é uma espécie de Recurso, que tem por finalidade o reexame da decisão que denega 
ou não dá seguimento ao recurso interposto, conforme expressa o artigo 639 do Código de Processo Penal 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso; 
 
Recurso em Sentido Estrito ---> Pronúncia ou Desclassificação, tem seus efeitos devolutivo, iterativo, 
regressivo, admite juízo retratação. 
Carta Testemunhável ---> é cabível contra decisão que denega os recurso em sentido estrito e agravo em 
execução penal, bem como seus respectivos seguimentos para o Tribunal Superior. 
 
Meio de memorização: 
- Pronúncia – (RESE - artigo 581, IV, CPP); - CONSOANTE 
- Desclassificação – (RESE - artigo 581, II, CPP); - CONSOANTE 
- Absolvição Sumária – (APELAÇÃO); - VOGAL 
- Impronúncia – (APELAÇÃO); - VOGAL 
 
- Se começar com Consoante é RESE. 
- Se começar com Vogal é APELAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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91 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 91 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase 
 
Victória e Bernadete entram em luta corporal em razão da disputa por um namorado, vindo Victória a 
desferir uma facada no pé da rival, que sofreu lesões graves. Bernadete compareceu em sede policial, 
narrou o ocorrido e disse ter intenção de ver a agente responsabilizada criminalmente. 
Em razão dos fatos, Victória é denunciada e pronunciada pela prática do crime de tentativa de homicídio. 
Em sessão plenária do Tribunal do Júri, os jurados entendem, no momento de responder aos quesitos, que 
Victória foiautora da facada, mas que não houve dolo de matar. 
 
Diante da desclassificação, será competente para julgamento do crime residual, bem como da avaliação 
do cabimento dos institutos despenalizadores, 
 
A) o Juiz Presidente do Tribunal do Júri. 
B) o corpo de jurados, que decidiu pela desclassificação. 
C) o Juiz Criminal da Comarca, a partir de livre distribuição. 
D) o Juiz em atuação perante o Juizado Especial Criminal da Comarca em que ocorreram os fatos. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
DESCLASSIFICAÇÃO FEITA PELO JÚRI: art. 492, §1º CPP > o juiz-presidente proferirá a sentença, Lembrando 
que se for de menor potencial ofensivo, remeterá ao juizado especial. Vejamos: 
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: 
§ 1° Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá 
proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração 
penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos artigos 69 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
Lembrando que se for de menor potencial ofensivo, remeterá ao juizado especial. 
 
DESCLASSIFICAÇÃO FEITA PELO JUIZ SUMARIANTE: art. 419 CPP > remeterá os autos ao juiz competente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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92 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 92 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase 
 
Carlota foi denunciada pela prática de um crime contra a ordem tributária. Após ser citada, sua advogada 
foi intimada para apresentar resposta à acusação. Analisando os autos, o(a) advogado(a) de Carlota 
entendeu que deveria apresentar certas exceções. 
Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A arguição de suspeição precederá a de litispendência, salvo quando aquela for fundada em motivo 
superveniente. 
B) As exceções serão processadas nos autos principais, em regra. 
C) As exceções serão processadas em autos em apartado e suspenderão, em regra, o andamento da ação 
penal. 
D) Se Carlota pretende recusar o juiz, deverá fazer em petição assinada por ela própria ou por procurador 
com poderes gerais. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
a) CORRETA: esta é a exata previsão contida no art. 96 do CPP. 
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. 
 
b) ERRADA: as exceções serão processadas em autos apartados, nos termos do art. 111 do CPP. 
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal. 
 
c) ERRADA: as exceções não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal, nos termos do art. 111 do 
CPP. 
 
d) ERRADA: “quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por 
ela própria ou por procurador com poderes especiais”, nos termos do art. 98 do CPP. 
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador 
com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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93 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 93 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase 
 
Marlon, Wellington e Vitor foram denunciados pela prática de um crime de lesão corporal dolosa 
gravíssima em concurso de agentes. Após o recebimento da denúncia, o oficial de justiça compareceu ao 
endereço indicado no processo como sendo de residência de Marlon, mas não o encontrou, tendo em vista 
que estava preso, naquela mesma unidade da Federação, por decisão oriunda de outro processo. Marlon, 
então, foi citado por edital. Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não sabido, sendo também 
citado por edital. 
Em relação a Vitor, o oficial de justiça foi à sua residência em quatro oportunidades, constatando que ele, 
de fato, residia no local, mas que estava se ocultando para não ser citado. Após certificar-se de tal fato, foi 
realizada a citação de Vitor com hora certa. 
Considerando a hipótese narrada, o(a) advogado(a) dos acusados deverá alegar ter sido inválida a citação 
de 
 
A) Marlon, apenas. 
B) Marlon e Vitor, apenas. 
C) Vitor, apenas. 
D) Marlon, Wellington e Vitor. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Marlon, mas não o encontrou, tendo em vista que estava preso, naquela mesma unidade da Federação, por 
decisão oriunda de outro processo. 
Súmula 351 STF - É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. 
 
Vitor, o oficial de justiça foi à sua residência em quatro oportunidades, constatando que ele, de fato, residia 
no local, mas que estava se ocultando para não ser citado. Após certificar-se de tal fato, foi realizada a citação 
de Vitor com hora certa. 
Citação com Hora Certa: 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com 
hora certa, na forma estabelecida nos artigos. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação 
dada pela Lei nº 11.719/2008). 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. 
 
Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não sabido, sendo também citado por edital. 
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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94 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 94 - FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase 
 
Em uma mesma rua da cidade de Palmas, em dois imóveis diversos, moram Roberto e Mário. Roberto foi 
indiciado pela prática do crime de estelionato, razão pela qual o magistrado deferiu requerimento do 
Ministério Público de busca e apreensão de documentos em sua residência, sem estabelecer o horário em 
que deveria ser realizada. Diante da ordem judicial, a Polícia Civil compareceu à sua residência, às 04h da 
madrugada para cumprimento do mandado e ingressou no imóvel, sem autorização do indiciado, para 
cumprir a busca e apreensão. 
Após a diligência, quando deixavam o imóvel, policiais receberam informações concretas de popular, 
devidamente identificado, de que Mário guardava drogas para facção criminosa em seu imóvel e, para 
comprovar o alegado, o popular ainda apresentou fotografias. Diante disso, os policiais ingressaram na 
residência de Mário, sem autorização deste, onde, de fato, apreenderam 1 kg de droga. 
Sobre as diligências realizadas, com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) Nas residências de Roberto e Mário foram inválidas. 
B) Na residência de Roberto foi inválida, enquanto que, na residência de Mário, foi válida. 
C) Nas residências de Roberto e Mário foram válidas. 
D) Na residência de Roberto foi válida, enquanto que, na residência de Mário, foi inválida. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
A busca e apreensão na casa de ROBERTO foi precedida de ordem judicial, no entanto ocorreu no horário 
errado. 
CPP, Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de 
penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a 
abrir a porta. 
 
O que é considerado DIA para efeitos deste artigo? 
 
Tradicionalmente a doutrina entendiacomo dia o intervalo que vai das 6h da manhã às 18h. 
 
No entanto a nova lei de abuso de autoridade alterou este parâmetro, considerando dia para a busca e 
apreensão o período das 5h às 21h. (Lei 13.869/19, art. 22, §1º, inciso III). 
 
A busca e apreensão domiciliar de MÁRIO foi de acordo com os parâmetros legais: 
CF, Art. 5º, XI. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, 
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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95 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 95 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase 
 
Luciane ajuizou na Vara Criminal da Comarca de Romã (ES) uma ação penal privada contra Jorge (guarda 
municipal daquele município) por crime de injúria (Art. 140, caput, do CP). 
Antes de oferecer a queixa-crime, Luciane propôs uma ação cível de indenização contra Jorge e não 
conseguiu citá-lo pessoalmente em sua residência, sita no próprio Município de Romã (ES), tendo em vista 
que o oficial de justiça certificou que esteve em duas oportunidades na casa de Jorge e não o localizou. 
Luciane foi informada por vizinhos que Jorge estava temporariamente residindo com sua mãe na cidade 
vizinha de Oeiras (ES), onde ela já havia passado um final de semana. 
Em se tratando de infração penal de menor potencial ofensivo, você, como advogado(a) da querelante, 
deverá, na ação penal privada, requerer a citação de Jorge 
 
A) por intermédio do seu chefe de serviço, em razão de Jorge ser guarda municipal, expedindo-se ofício ao 
comandante da Guarda Municipal. 
B) por hora certa, haja vista que Jorge estava se ocultando para não ser encontrado. 
C) por carta precatória, visto que Jorge está residindo temporariamente fora da jurisdição do juiz 
processante, considerando que a querelante tinha conhecimento do endereço da mãe do querelado na 
Comarca de Oeiras (ES). 
D) por correspondência com aviso de recebimento em mão própria, considerando que a querelante tinha 
conhecimento do endereço da mãe do querelado na Comarca de Oeiras (ES). 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A alternativa A está incorreta. 
A citação por intermédio do Chefe de Serviço se aplica aos Militares, à luz do artigo 358 do CPP: 
“A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço”, o que não é aplicado aos 
guardas municipais. 
 
A alternativa B está incorreta. 
A citação por hora certa é aplicável apenas quando o citado está se ocultando, conforme o artigo 362 do CPP: 
“Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá 
à citação com hora certa(...)” 
 
A alternativa C está correta. 
Nos casos em que o citando está fora da jurisdição do juízo processante, a citação deve ocorrer por meio da 
carta precatória, nos termos do artigo 353 do CPP: 
“Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.” 
 
A alternativa D está incorreta. 
Nos casos em que o citando está fora da jurisdição do juízo processante, a citação deve ocorrer por meio da 
carta precatória, nos termos do artigo 353 do CPP: 
“Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.” 
 
 
 
 
 
 
 
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96 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 96 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase 
 
Arthur e sua esposa Aline, residentes no Distrito Federal, decidem viajar em um cruzeiro, partindo de 
Fortaleza com destino à cidade do Rio de Janeiro e fazendo uma parada em Recife. 
Durante passagem pela costa pernambucana, em alto-mar, o casal tem uma discussão e Arthur agride 
Aline, vindo a ser contido por seguranças do navio e retirado logo na primeira parada. Aline sofreu lesão 
que a incapacitou para suas atividades habituais por mais de trinta dias, mas que não deixou sequela ou 
debilidade permanente. 
Assinale a opção que indica a autoridade judiciária competente para processar Arthur. 
 
A) O Juizado Especial Federal da cidade do Rio de Janeiro. 
B) O Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Distrito Federal. 
C) O Juízo Federal de Recife. 
D) A Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A alternativa A está incorreta. 
Considerando a incapacitação por período superior a 30 dias, resta configurada lesão de natureza grave, nos 
termos do artigo 129, §1º, do CP, cuja pena máxima é de 5 anos, superior, portanto, ao estabelecido no artigo 
61 da Lei 9.099/95. De mais a mais, o artigo 41 da Lei Maria da Penha veda a incidência da lei 9.099/95 aos 
crimes praticados com violência doméstica. 
Desta forma, o crime em tela não poderia ser julgado pelo Juizado Especial Federal. 
 
A alternativa B está incorreta. 
Conforme o artigo 109, IX, da CF, compete à justiça federal julgar “os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar”. 
Portanto, a justiça estadual é incompetente para dirimir o presente caso. 
 
A alternativa C está correta. 
Conforme o artigo 109, IX, da CF, compete à justiça federal julgar “os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar”. 
Ademais, o artigo 89 do CPP dispõe que compete ao primeiro porto que tocar a embarcação, após o crime, 
o processamento deste, senão vejamos: 
“Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos 
fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela 
justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, 
pela do último em que houver tocado.” 
 
A alternativa D está incorreta. 
Conforme o artigo 109, IX, da CF, compete à justiça federal julgar “os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar”. 
Portanto, a justiça estadual é incompetente para dirimir o presente caso. 
 
 
 
 
 
 
 
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97 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 97 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase 
 
João dirigia seu veículo, um Porsche Cayenne ano 2015, por uma rodovia quando, em abordagem de rotina, 
foi parado pela Polícia Militar. João exibiu sua carteira nacional de habilitação e o certificado de registro e 
licenciamento de veículo (CRLV) do ano corrente. 
Após consulta ao sistema, o que é feito rotineiramente em abordagens na estrada, a Polícia Militar 
constatou que o CRLV era falso e o veículo era produto de roubo. João admitiu que pagou cerca de R$ 
35.000,00 (trinta e cinco mil reais) pelo veículo, avaliado em R$ 400.000,00, mas que não sabia que o 
veículo havia sido roubado, exibindo o respectivo recibo. 
Sabe-se que a pena do crime de receptação é de 1 a 4 anos e multa; e que a pena do crime de uso de 
documento público falso é de 2 a 6 anos e multa. 
Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção que contém as regras processuais penais 
corretamente aplicáveis ao caso. 
 
A) A circunstância de o acusado ter adquirido o bem por preço muito inferior ao valor de mercado configura 
indício da prática de receptação. 
B) O delito de receptação, por expressa disposição legal, impõe a inversão do ônus da prova à defesa, 
cabendo a esta produzir a prova no sentido do desconhecimento da origem ilícita do bem. 
C) A comprovação da materialidade do delito de uso de documento materialmentefalso prescinde de 
produção de prova pericial. 
D) O processo deve ser desmembrado, pois é cabível suspensão condicional do processo à receptação, 
devendo o feito prosseguir em relação ao uso de documento falso. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
A alternativa A está correta. 
Conforme o artigo 180, §3º, do CP, § 3º a “desproporção entre o valor e o preço” é indício para que se 
presuma a origem ilícita do bem. 
 
A alternativa B está incorreta. 
Não há disposição legal neste sentido. Ademais, conforme a jurisprudência, exigir que a defesa apresente 
provas da ilicitude do bem não significa inverter o ônus da prova: “no crime de receptação, se o bem houver 
sido apreendido em poder do paciente, caberia à defesa apresentar prova da origem lícita do bem ou de sua 
conduta culposa, nos termos do disposto no art. 156 do Código de Processo Penal, sem que se possa falar 
em inversão do ônus da prova. (HC 626.539/RJ)”. 
 
A alternativa C está incorreta, todavia deveria ter sido considerada correta. Embora a banca tenha 
considerado a questão incorreta, a jurisprudência é farta em estabelecer que a prova pericial é prescindível 
nos crimes de uso de documento falso: 
“(...) inexistindo prévia manifestação da defesa no sentido da necessidade de realização de exame pericial na 
fase instrutória, não se vislumbra qualquer ilegalidade na condenação do paciente pelo delito previsto no 
artigo 304 do Código Penal fundamentada em documentos e testemunhos constantes do processo. (HC 
307.586/SE)”. 
 
A alternativa D está incorreta. 
A Súmula 243 do STJ dispõe que: 
“O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso 
material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, 
seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.”. Portanto, no caso em tela, 
considerando que a soma das penas mínimas superaria um ano, não seria possível aplicar a suspensão 
condicional do processo no caso em tela. 
 
 
 
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98 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 98 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase 
 
Margot adquiriu de Cesar, de boa-fé e a título oneroso, um imóvel, mas não levou o instrumento ao 
Registro de Imóveis competente. Por isso, quando Cesar foi acusado de prática de crimes em uma ação 
penal, vindo a sofrer sequestro de todos os seus bens imóveis, foi incluído na ordem de sequestro o imóvel 
adquirido por Margot. 
Nessa situação hipotética, como advogado de Margot, assinale a opção que, de acordo com as disposições 
do Código de Processo Penal, melhor defenda os interesses da sua assistida. 
 
A) Por não ser parte no processo penal, Margot não pode opor embargos ao sequestro, devendo efetuar 
pedido de reconsideração. 
B) Margot pode opor embargos ao sequestro, alegando que a aquisição ocorreu a título oneroso e de boa-
fé. 
C) Por não ser parte no processo penal originário, Margot deve impetrar mandado de segurança em face da 
decisão que determinou o sequestro. 
D) Margot pode opor embargos ao sequestro, alegando que os bens não foram adquiridos com os proventos 
da infração penal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
A alternativa A está incorreta. 
Conforme o artigo 130, II, do CPP, é possível que terceiro oponha embargos ao sequestro de bens que lhe 
atinja: 
“O sequestro poderá ainda ser embargado: (...) 
II - Pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los 
adquirido de boa-fé.” 
 
A alternativa B está correta. 
Conforme o artigo 130, II, do CPP, é possível que terceiro oponha embargos ao sequestro de bens que lhes 
tenham sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de que foram adquiridos de boa-fé: “O 
sequestro poderá ainda ser embargado: (...) 
II - Pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los 
adquirido de boa-fé. 
 
A alternativa C está incorreta. 
Conforme já destacado acima, à luz do artigo 130, II, do CPP, o recurso cabível é o embargo, de modo que, 
não se mostra possível o manejo do Mandado de Segurança, sob pena de utilização 
deste como sucedâneo recursal. Neste sentido, a Súmula 267 do STF dispõe: “Não cabe mandado de 
segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição”. Da mesma forma, o artigo 5,II, da 12.016/09, 
que regulamenta o Mandado de Segurança, veda o uso deste em face de “decisão judicial da qual caiba 
recurso com efeito suspensivo”. 
 
A alternativa D está incorreta. 
Conforme o artigo 130, II, do CPP, é possível que terceiro oponha embargos ao sequestro de bens que lhes 
tenham sido transferidos a título oneroso, o fundamento, todavia, é a aquisição dos bens de boa-fé: 
“O sequestro poderá ainda ser embargado: (...) 
II - Pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los 
adquirido de boa-fé. 
 
 
 
 
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99 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 99 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase 
 
A Polícia Civil ingressou na residência de Gustavo com o objetivo de cumprir mandado de prisão em 
desfavor de seu filho, Mariano, o qual era acusado de tráfico de drogas. A ordem de prisão foi expedida 
pelo Juiz de Direito da Comarca. 
Durante o cumprimento do mandado de prisão, a Polícia pegou o telefone celular de Gustavo, 
desbloqueado, que estava sobre uma mesa da residência e, sem sua autorização, passou a verificar seu 
conteúdo, constatando material de pornografia infantil, armazenado e compartilhado via aplicativo de 
troca de mensagens instantâneas, acessível pela internet a partir de qualquer país. Diante disso, a Polícia 
imediatamente realizou a prisão em flagrante de Gustavo. 
Sobre o meio de obtenção da prova extraída do celular de Gustavo, assinale a afirmativa correta. 
 
A) É nula, e a nulidade decorre do fato de ser a pornografia infantil na internet crime de competência federal, 
de forma que somente a Polícia Federal poderia realizar a prisão em flagrante. 
B) É válida, pois foi um encontro fortuito de provas, uma vez que os policiais tinham autorização legal para 
ingresso no domicílio de Gustavo e Mariano. 
C) É ilícita, pois o cumprimento de mandado de prisão não compreende a autorização para busca em 
residência ou para o acesso a dados telemáticos, o que demandaria ordem judicial específica. 
D) É anulável, porque somente com um mandado de busca e apreensão se poderia livremente acessar o 
conteúdo de comunicações telemáticas, ainda que diversos fossem o objeto ou o destinatário do mandado, 
podendo a autoridade judiciária, entretanto, ratificar a diligência. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A alternativa A está incorreta. 
Conforme se depreende do artigo 301 do CPP, qualquer do povo poderá realizar a prisão em flagrante, e as 
autoridades policiais têm o dever de fazê-lo: 
“Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer 
que seja encontrado em flagrante delito”. 
Portanto, a competência jurisdicional não limita a possibilidade da prisão em flagrante à Polícia Federal. 
 
A alternativa B está incorreta. 
Conforme o entendimento do STJ é “Ilícita é a devassa de dados, bem como das conversas de WhatsApp, 
obtidas diretamente pela polícia em celular apreendido no flagrante, sem prévia autorização judicial (RHC 
51.531/RO)”. 
Portanto, no caso em apreço, considerando a ausência de anuência do investigado, a devassa no aparelho 
não poderia ter ocorrido. 
 
A alternativa C está correta. 
O STJ, através do HC 695.457, entendeu que: “O cumprimento de mandado de prisão não justifica a 
realização de busca na residênciado agente, procedimento que demanda autorização judicial expressa ou a 
autorização explícita e espontânea do réu”. Já no REsp 1920404/PA, o STJ entendeu que: “É ilícita a devassa 
de dados e das conversas de whatsapp, obtidas diretamente pela polícia em celular apreendido, por ocasião 
da prisão em flagrante, sem prévia autorização judicial.” 
 
A alternativa D está incorreta. 
No julgamento do HC 663.055/MT o STJ considerou ilegal a prática do fishing expedition, de modo que as 
provas dela resultante são reputadas ilícitas: 
“Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa conceder um salvo-
conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira pescaria probatória 
(fishing expedition), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade. ( HC 663.055/MT , 
julgado em 22/03/2022, disponível no informativo 731).” 
 
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100 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Portanto, o ingresso em morada alheia deve se circunscrever apenas ao estritamente necessário para 
cumprir a finalidade da diligência, conforme de extrai do artigo 248 do CPP, segundo o qual: 
"Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do que o indispensável 
para o êxito da diligência". 
 
 
QUESTÃO 100 - FGV - 2023 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVIII - Primeira Fase 
 
Flávia foi acompanhada por você, na qualidade de advogado(a), à presença da Autoridade Policial, para 
noticiar a prática dos crimes de apropriação indébita e fraude processual supostamente praticados por seu 
ex-marido, descrevendo a prática do crime, fornecendo os dados qualificativos completos do suposto autor 
do fato, apresentando rol de testemunhas e anexando documentação pertinente à materialidade delitiva 
e de indícios de autoria. 
O Delegado de Polícia Civil, após cinco dias da confecção do registro da ocorrência, sem que tenha sido 
praticado nenhum ato para a verificação da procedência das informações, despachou nos autos do 
Inquérito Policial pelo indeferimento da instauração do Inquérito Policial e determinou a suspensão do 
procedimento. 
Nesse caso, você deve 
 
A) requerer a remessa dos autos ao Ministério Público para que se manifeste, uma vez que o Delegado de 
Polícia não possui poderes para arquivar o procedimento. 
B) requerer a remessa dos autos ao Juízo para que se manifeste, uma vez que o Delegado de Polícia não 
possui poderes para arquivar o procedimento. 
C) apresentar recurso para a Chefia de Polícia para que se manifeste sobre o indeferimento da instauração 
do Inquérito Policial. 
D) apresentar recurso ao Ministério Público para que se manifeste sobre o indeferimento da instauração do 
Inquérito Policial. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A alternativa C está correta. Conforme se depreende do artigo 5º, §2º, do CPP: 
“Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.” 
 
A alternativa A, B e D estão incorretas com base no mesmo artigo mencionado acima.

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