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Resumo Tecnologia, Informação e Comunicação em Segurança Pública aula 01 a 10

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eAULA 01
O Que é Comunicação.
Introdução:
	Nesta aula, voltaremos à atenção para conceituarmos Comunicação, sendo este um passo fundamental para o entendimento do objeto a ser estudado e caminharemos abordando o seu contexto histórico. É essencial estudarmos separadamente cada palavra da sigla TIC (Tecnologia + Informação + Comunicação) antes de analisarmos seu uso em Segurança Pública. Vamos começar por Comunicação, pois é a primeira e sem ela não teríamos informação nem tecnologia. Em seguida, construiremos um cabedal de conhecimento que possibilitará entendermos a influência das TICs em Segurança Pública.
Comunicação:
	É a transmissão de uma mensagem em que um emissor usa gestos, sons, escrita, para passar uma informação a um ou mais receptores.
	Quando tentamos conceituar comunicação empiricamente ou pela observação como acabamos de fazer, basicamente descrevemos o processo comunicativo, que implica a emissão de:
	Sons; Gestos; e, Escrita.
	Essa emissão tem o propósito de dar a conhecer uma mensagem, mas, para que ela seja bem-sucedida, o receptor deve ser capaz de entender os sons, os gestos, a escrita etc.
	Analisando o conceito com uma visão acadêmica, verificaremos que ele é complexo, pois todos os seres vivos, de alguma forma, comunicam-se.
	Podemos de imediato verificar seis conceitos de comunicação:
Conceito etimológico
Conceito biológico
Conceito pedagógico
Conceito histórico
Conceito sociológico
Conceito antropológico
Conceito etimológico:
	Como vamos estudar Tecnologia de Informação e Comunicação em Segurança Pública, o conceito utilizado será o etimológico.
	O conceito etimológico nos diz que a palavra “comunicação” deriva do latim, do termo communicare, que significa:
Pôr em comum; 
Associar; 
Entrar em relação;
Estabelecer laços; 
Tornar comum; 
Partilhar.
	Podemos dizer então que comunicação é uma troca de ideias, opiniões, mensagens, é uma partilha de informações com o objetivo de torná-la comum.
	Vamos agora pensar um pouco, ainda que timidamente, em Segurança Pública:
O que você entende sobre Segurança Pública?
Qual é a função do profissional de Segurança Pública?
Segurança Pública seria prender bandido para manter a ordem? 
	Considerando essas interrogações, você deve ter buscado o conceito de Segurança Pública que já estudou e deve ter se lembrado do art. 144 da CF, que trata dos órgãos responsáveis pela Segurança Pública. Quanto à terceira interrogação, sua resposta deve ter sido: “Claro que não, é muito mais que apenas prender bandido!”.
	Após suas respostas, podemos dizer que a Segurança Pública implica convivência em harmonia de cidadãos, em que cada um respeita os direitos individuais do outro. 
	O Estado é o garantidor da Segurança Pública e o maior responsável no momento de evitar as alterações da ordem social.
Atenção:
	Partindo do princípio de que, quando falamos de comunicação, nos referimos a um fenômeno espontâneo e natural, envolvendo a troca de informações e utilizando os sistemas simbólicos como suporte, podemos dizer que, se houver ruído na comunicação entre o Estado e os cidadãos, teremos alterações na ordem pública.
Consequência do ruído na comunicação:
	Já entendemos que, por meio da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. Se um cidadão ou um agente público não obedece à informação expressa em lei, ou seja, escrita, compartilhada, que torna comum, estabelece laços, ele será responsabilizado por alterar a ordem pública, pois o não entendimento, o não acatamento dos gestos, da ordem falada, escrita gerará ruído e, consequentemente, desordem pública.
	O ruído pode gerar desordem, briga, confusão.
	Percebeu a importância da comunicação em Segurança Pública?
Contexto histórico da comunicação:
	Se fosse perguntado a você, hoje, qual é o principal meio de comunicação humana, acreditamos que sua resposta seria a fala. 
	Essa pergunta nos faz pensar como era a comunicação anteriormente entre os seres humanos, e é sobre isso que trataremos agora.
Algumas teorias:
	Sabemos que existem diversas teorias que buscam explicar nossas origens, a origem do universo etc. 
	Seja na escola, na Igreja, seja em diálogo com amigos, em confronto de ideias, em discussão religiosa, todos já ouvimos falar da teoria evolucionista e da teoria criacionista.
	Aqui nos interessa a teoria evolucionista.
Paleoantropologia:
	Vamos agora apoiar nossos estudos na Paleoantropologia (paleontologia + antropologia), que é a junção de dois ramos científicos importantes, possibilitando promover um estudo antropológico, modos de vida, interações sociais etc. 
	Paleoantropologia nada mais é que um estudo paleontológico, de vida passada na terra, ou seja, vamos nos apoiar em uma ciência que nos dirá como os antepassados viviam em grupos, sociedades etc.
Hominídeos:
	Em tempos longínquos, em torno de 70 milhões de anos, existiam os primatas. 
	A ordem dos primatas é composta de várias famílias, entre elas os hominídeos, considerados primatas superiores. 
	Esses primatas tinham formas semelhantes à do homem e é dessa família que surge o gênero homo.
	Você pode estar se questionando: “Eu vou ter que estudar isso?”.
	Sim, pois queremos entender a comunicação em sua gênese.
Homo habilis:
	Voltando ao nosso pensamento anterior, já podemos imaginar como seria a comunicação nessa época e vamos tomar por base ser semelhante à dos demais mamíferos, ou seja, posturas corporais, gritos, urros, grunhidos, rosnados que procuravam traduzir a necessidade de alimentação, de acasalamento, de diversão e, sobretudo, de ameaça ou aviso de perigo.
	Entre 2,5 a 1,8 milhões de anos, surge o homo habilis, que significa homem com habilidades manuais.
Atenção:
	Há muita discussão entre os especialistas sobre esse assunto, mas, para nós, interessa saber que, ao serem verificadas ferramentas rudimentares de pedra lascada próximas a fósseis, fica perceptível que a inteligência rudimentar e a organização social dos homo habilis eram bem mais evoluídas que as de seus antecessores.
Processo de evolução da espécie homo:
	Este processo seguiu seu curso, e naturalmente o homo habilis foi substituído pelo homo rudolfensis, homo erectus, homo ergaster e homo sapiens. 
	A evolução mudou as características físicas da espécie homo e a modificação do crânio possibilitou o aumento da massa cerebral.
	Essa mudança fez com que a linguagem natural semelhante à dos mamíferos passasse a ser intencional, como a imitação de sons de animais e da natureza, gerando a capacidade de interpretação, sobretudo dos gestos corporais e símbolos incluídos no grupo.
Atenção:
	A introdução simbólica e sua interpretação deram o passo inicial para o nascimento do pensamento, da linguagem e da sociedade como nos dias de hoje.
Os homens de Cro-Magnon:
Na França, na região de Cro-Magnon, entre 40.000 e 10.000 anos atrás, viveram os antecessores diretos do homem moderno.  
Eles já tinham um grande desenvolvimento cultural, que fica aparente quando observamos que seus instrumentos eram fabricados com sílex, uma pedra mais dura que a lascada; utilizavam ainda como instrumento marfim e ossos; produziam armadilhas, armas para caça, tais como dardos, lanças, arco e flecha, e, nesse período da pré-história, já dominavam o fogo.
Eles viviam da caça, da coleta, já domesticavam animais, tinham uma economia de subsistência, começavam a abandonar o nomadismo por uma vida mais sedentária, apresentavam os primeiros sinais de uma linguagem articulada, pinturas nas paredes das cavernas representando caçadores e animais como mamutes, bisões e renas.
História da civilização:
Agora estamos a um passo de deixarmos a pré-história e iniciarmos a história da civilização, pois, com a vida mais sedentária, temos a construção de casas de barro, de junco de madeira, o surgimento das aldeias, a necessidade de armazenar alimentos, melhorar os instrumentos, abandonando a pedra e o osso por cobre,bronze e ferro, e estabelecer regras no trabalho, como:
Mulher tece e cultiva; 
Homem caça e constrói.
 	Podemos já compreender que todos esses fatores adicionados ao crescimento da população exigiram regras de convivência nas tribos e entre as tribos.
Como fazer uma tribo vizinha entender o que se quer no momento do escambo que naturalmente surgiu com a pecuária e a agricultura?
Tem que pôr significado nos símbolos gráficos. 
Para um melhor entendimento desse assunto, vamos recorrer aos pesquisadores Philippe Breton e Serge Proulx (2002, p. 18). Segundo esses pesquisadores, a história da escrita passa por dois modos diferentes: 
A escrita ideográfica e a escrita alfabética.
As tribos começaram a registrar figuras nas argilas (escrita pictográfica), que representavam a quantidade de animais e os objetos a serem negociados.
Figuras nas argilas: (Escrita pictográfica)
Esse recurso possibilitou o entendimento de fácil compreensão nas tribos e em negociação com outras tribos. 
O grande problema desse sistema foi a quantidade de símbolos, que só aumentava com o passar do tempo.
Fazendo uma pausa:
	Até agora entendemos o conceito de comunicação e sua importância em Segurança Pública.  
	Vimos que a comunicação inicial, provavelmente, era semelhante à dos mamíferos. 
	Aprendemos que a evolução da espécie homo e sua mudança física, sobretudo com o aumento do crânio e o ganho de massa cerebral, levou a espécie a imitar os sons e a desenhar de forma rudimentar representações gráficas em suas cavernas.  
	Agora vamos entrar na história da civilização, pois o fim da pré-história se dá com o aparecimento da escrita.
	Nessa era, vamos encontrar arquivos que registram e datam os acontecimentos. 
	Só então sairemos das suposições da pré-história e teremos uma real noção de como o homem vivia e de como se comunicava, pensava e o que sentia em relação ao mundo em que vivia.
A comunicação escrita:
	Acompanhando os acontecimentos históricos, vamos nos reportar à região Sul da Mesopotâmia, mais precisamente à Suméria, pois foi nessa região que se verificaram os primeiros registros na história, que, segundo os arqueólogos, datam de aproximadamente 3.400 anos a.C.: da escrita cuneiforme.
	A escrita cuneiforme tem esse nome porque as figuras e os objetos eram desenhados, por escribas, em placas de argila molhada, usando-se um estilete de caniço com a ponta na forma de cunha. 
	É o mais antigo sistema de escrita.
A escrita egípcia, mais conhecida como hieróglifo (gravação sagrada):
	Essa escrita data em torno de 3100 a.C. Além de usar a escrita pictográfica, usava ao mesmo tempo a escrita ideográfica, ou seja, imagens bastante simplificadas para objetos concretos representando ideias abstratas.   
	O grande acontecimento que mudou significativamente a organização social e cultural da sociedade data de 2500 a 2200 a.C. Foi a descoberta do papiro pelos egípcios. 
	O uso da haste exterior da planta aquática papiro resolveu a questão da transportabilidade. 
	A utilização da pedra como suporte para registro tinha durabilidade, mas trazia dificuldades para transportar. 
	Agora, com o papiro, além do suporte para registro, temos a transportabilidade e a informação começando a circular.
Papiro como suporte para escrita:
	Quando o papiro surge como suporte para escrita, outros povos, como gregos, romanos, bizantinos e árabes, adotaram esse sistema.  
	Durante muito tempo, esse sistema de escrita foi usado, mas os comerciantes que circulavam em boa parte do mundo antigo precisavam de poucos caracteres para escrever qualquer palavra, e, como você já pode imaginar, teremos uma nova evolução na escrita.
	Nosso objetivo é tratar de comunicação, e não de como surgiu a escrita. Percorremos esse caminho para que você entendesse que os sons, os gritos, os urros viraram fala e foram representados por desenhos e sinais até o surgimento da escrita como conhecemos hoje.   
	A evolução continua, os meios de comunicação a cada dia evoluem; saímos dos urros e gritos para a fala; da pedra lascada para o papiro e, com a evolução, hoje temos a tecnologia auxiliando o ato de comunicar.  
	Ao acompanharmos essa breve e superficial evolução da humanidade no tocante à comunicação humana, podemos perceber que os profissionais de Segurança Pública utilizarão a fala para a resolução de problemas em suas ocorrências e se apoiarão em equipamentos tecnológicos para exercerem um serviço de melhor qualidade ao cidadão.
AULA 02
Comunicação Humana.
Introdução:
Estamos iniciando a aula 2 e caminharemos por um campo do conhecimento que podemos chamar de inato, haja vista a linguagem estar presente em nossa própria natureza, ela nasce conosco, todos nós a usamos e aprendemos espontaneamente. Você já observou que mesmo os analfabetos usam a linguagem, eles se comunicam no cotidiano sem maiores dificuldades, com naturalidade. É por esse motivo que temos que compreender, ainda que superficialmente, a linguagem, sua função, as expressões oral e escrita, e a comunicação verbal e corporal, pois, um profissional de Segurança Pública, no seu dia a dia trabalhará com pessoas, onde elas usam da linguagem naturalmente.
Relembrando:
O homem é um ser social, logo estabelece regras para conviver harmonicamente nesta mesma sociedade. 
A linguagem é usada para a comunicação humana, para o estabelecimento de regras que irão definir o estado de ordem.  
Como sabemos a Segurança Pública implica na convivência harmônica dos cidadãos e o Estado é o garantidor da Ordem Social.
Então, a linguagem é a ferramenta essencial na capacitação da comunicação dos seres humanos, onde expressam seus pensamentos.
Linguagem:
Segundo Ferdinand Saussure linguagem é: 
(...) linguagem é multiforme e heteróclita; cavalgando sobre diferentes domínios, ao mesmo tempo físico, fisiológico e psíquico, ela pertence ainda ao domínio individual e ao domínio social; ela não se deixa classificar em nenhuma categoria dos fatos humanos, e é por isso que não sabemos como determinar sua unidade.
Não entendeu? Vamos explicar melhor. 
Quando Saussure nos dá essa definição, deixa claro que não é possível termos um conhecimento científico da linguagem humana, e que devemos estudar seus aparatos técnicos, como por exemplo, a língua.
A denominação de linguagem diferencia-se do conceito de língua:
A linguagem está em um universo maior, ela é mais abrangente, sendo um conjunto de signos: visual, gestual, corporal, fisionômicos, sonoro, escritos ou vocais.
A língua seria um recorte da linguagem.
Linguagem:
Verbal 
Não verbal.
Linguagem verbal:
Oral;
Escrita.
Linguagem não verbal:
Símbolos, desenhos, gestos, expressão corporal etc. 
Agora que já entendemos que a linguagem é a visão abrangente e que devemos estudar seus aparatos técnicos, vamos então ver as funções da linguagem, a expressão oral e escrita e a comunicação verbal e corporal. Não como em uma aula de Português, mas vinculando o entendimento na Segurança Pública.
Componentes:
O profissional de Segurança Pública, no desempenhar de sua função, irá quase que em tempo integral, se comunicar, seja para dar uma informação, orientação, uma ordem legal, ou até mesmo em uma conversa informal com seus colegas de trabalho e com o cidadão.  
Assim vamos lembrar rapidamente um tema que você talvez tenha estudado no seu ensino fundamental ou médio: o processo de comunicação.
O processo de comunicação segue a seguinte ordem:
Emissor: é o remetente da mensagem para o receptor.
Codificação: é o processo de transformar o pensamento em forma simbólica.
Mensagem: é o conteúdo, o objeto da comunicação.
Decodificação: Processo pelo qual o receptor confere significado aos símbolos transferidos pelo emissor.
Receptor: é o destinatário da mensagem transferida pelo emissor.
Resposta: conjunto de reações do receptor após a mensagem.
Feedback: é a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor.
Ruído: 
É a distorção na mensagem que pode acontecer em qualquer momento do processo de comunicação.
Funçãoda linguagem:
Lembrado o processo de comunicação, vamos agora ao próximo passo. Entendermos que há ações intrínsecas no ato de comunicar que não estão atrelados ao conteúdo da mensagem, sendo elas chamadas de função da linguagem.
Vamos usar o modelo do linguista Roman Jakobson. Segundo ele, para cada elemento da comunicação existe uma função linguística específica. Como já vimos, os elementos são: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto (é o assunto contido na mensagem).
	São elas:
Emotiva ou Expressiva:
Essa função é centrada no emissor, reflete sua visão de mundo, seu juízo de valor, suas opiniões, claramente no discurso.  
Para compreender melhor, vamos refletir juntos. O profissional de Segurança Pública, no seu cotidiano, trabalha em contato com pessoas, certo? Imaginemos uma simples ocorrência em que, no estacionamento público de uma praia, dois cidadãos discutem por uma vaga. 
A desordem está instalada e logo é chamado o representante do poder para resolver o problema. Os envolvidos apresentaram suas versões centradas em suas opiniões, em seus juízos de valor, em suas razões, discurso emotivo.  
Quando o profissional chega ao local, já sabe o tipo de discurso que irá encontrar, logo, está a um passo na frente do problema, com tempo de formular as resoluções possíveis antecipadamente.
Apelativa ou Conativa:
Função centrada no receptor, que procura mudar a ideia, a opinião e o ânimo do mesmo.
 
Exemplo: 
“Seu guarda “veja bem”, não foi do jeito que está parecendo ser, não avancei o sinal, ele estava no amarelo...”.
O profissional de Segurança Pública não pode perder a razão com ato de desequilíbrio ao se deparar com um discurso apelativo, ele faz parte da comunicação humana. 
Observe! Não estamos discutindo certo ou errado, estamos refletindo aspectos da comunicação humana.
Fática:
Esta função abre, fecha, testa o canal de comunicação. 
Quando o agente de Segurança Pública inicia uma conversa com o cidadão, fecha ou testa a comunicação, está usando esta funcionalidade. 
Exemplo:
“Boa noite cidadão, documento do veículo e habilitação, tudo ok, dirija com cuidado, o senhor entendeu? Dirija com cuidado e boa viagem.”.
Aqui temos a abertura da conversa, o teste do entendimento e o fechamento da comunicação.
Metalinguística:
Esta função dá ênfase em explicar o código usado na comunicação. É quando a língua fala de si mesma. 
Exemplo:
O dicionário ou uma explicação oral da própria língua.  
É considerado metalinguística também, quando se explica o que foi dito com outras palavras. No tocante ao uso pelos profissionais de Segurança Pública, torna-se inviável explicar um fato, uma ocorrência, modificando as palavras ditas pelas vítimas ou acusados, deve-se colher as informações na íntegra.
Referencial:
Esta função se preocupa com a precisão e a objetividade das informações, com a clareza.
 
Podemos dizer que é a função mais importante na comunicação do profissional de Segurança Pública, pois, a precisão, a objetividade e a clareza, são importantíssimas na descrição de um relatório, de uma ocorrência de um projeto.  
Basta um ruído na comunicação, uma palavra imprecisa, para que um trabalho bem executado perca a credibilidade. 
Exemplo: 
A prisão bem executada de um criminoso, pode naufragar, caso o registro seja feito contendo ruído ou mal elaborado, em juízo, provavelmente, o preso será inocentado.  
Como aprendemos, a linguagem é inata, nasce conosco, é natural.  Agora que estamos atentos a essa realidade, saímos um pouco do empirismo e refletimos como usamos naturalmente a comunicação sem se dar conta do nosso enquadramento natural nas funções linguísticas.  
Fizemos isto para que você observe a importância de conhecer, como profissional de Segurança Pública, detalhes da comunicação humana que lhe ajudarão a compreender gestos, atitudes e discursos no seu dia a dia de trabalho.
Expressão oral e escrita:
Vamos iniciar afirmando que o desenvolvimento da habilidade oral e escrita, amplia a habilidade comunicativa. 
Acreditamos que você concorde com a afirmativa acima e compreenda que o profissional de Segurança Pública deva prezar e buscar habilidades comunicativas para desempenhar suas funções com maestria.
Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza, se você quer amplificar a linguagem oral, deve aprimorar a linguagem escrita, que segundo eles, dois aspectos indispensáveis são apresentados: a escrita atravessa o tempo (linha temporal) e o espaço (barreiras geográficas).
Isto fica claro quando deparamos, por exemplo, com pergaminhos egípcios e quando enviamos uma carta para outro estado, país, ou um email. Podemos verificar que a escrita torna-se uma memória de informação para ser compartilhada independente da linha do tempo ou espaço.  
Escrita:
Dentro da perspectiva apresentada, vamos observar que a escrita nos dá noção de permanência e domínio do mundo. Se ela domina o mundo, devemos dominá-la para melhorarmos nosso poder de comunicação. 
Então daremos algumas dicas para você melhorar sua escrita e, consequentemente, aprimorar sua expressão oral, sua habilidade comunicativa e sua interação social.
Ler com muita atenção bons textos, e sempre assumindo uma postura crítica;
Ler principalmente textos e livros da área que pretende seguir;
Observar a forma como os autores de livros de sua área escrevem;
Corrija suas deficiências da Língua Portuguesa;
Produza textos.
Adquirir a habilidade de comunicação é indispensável para o profissional de Segurança Pública. 
Comunicação Verbal e Corporal:
Observando tudo que já estudamos até o momento, podemos dizer que desde os primórdios da trajetória humana, a comunicação mostrou-se uma ferramenta essencial para nossa evolução, pois ela estabelece laços e cultura, nos organiza, possibilita que expressemos nossas necessidades, que compartilhemos nossas experiências, deficiências e nos potencializa no convívio social.
“Mas eu sou envergonhada, não gosto de falar em público, prefiro ficar na minha”.
Usando as palavras de Reinaldo Passadori, escritas em seu livro As Sete Dimensões da Comunicação Verbal (2009): 
“Comunicação não é dom, é treino. Mudança de atitude.”
Podemos dizer que comunicar-se bem é uma condição para melhoria das relações sociais e essencial para o profissional de Segurança Pública. E ainda, afirmamos que é uma competência acessível a quem desejar desenvolvê-la. Para isto, basta treinar e mudar atitudes.
Toda esta reflexão que lhe foi trazida até agora, serve para você entender que a comunicação verbal e a não verbal faz parte do dia a dia do profissional de Segurança Pública, seja nas resoluções das desordens instauradas no convívio com colegas de trabalho seja com o cidadão que é o recebedor do serviço prestado pelo profissional de Segurança Pública etc. 
Já é possível percebermos que a comunicação verbal são os principais meios de comunicação nos dias de hoje, mas não devemos descartar a comunicação corporal, pois em um diálogo aproximado e tem muito a dizer.
Exemplo:
Os gestos, as posturas, as expressões faciais, os movimentos dos olhos, podem revelar realidades diferentes da fala em uma conversa, na qual, o profissional de Segurança Pública deseja descobrir detalhes de uma ocorrência.
Comunicação corporal:
Os militares usam a comunicação corporal através de gestos para transmitirem informação de agrupar, acelerar, parar, entre outras situações. 
Dependendo da postura adotada pelo profissional de Segurança Pública, ele pode transmitir uma ideia errada para seus ouvintes, e estes podem produzir reações diferentes da esperada.
Posturas de orientação:
Sinais Positivos: 
Manter os braços e as mãos em posição neutra (não cruzados);
Manter a cabeça e os ombros levantados;
Olhar diretamente para o interlocutor;
Balançar a cabeça (em sinal de “sim”) quando o outro está falando;
Manter os olhos bem abertos;
Manter uma postura quase estacionária (muitos movimentos distraem o interlocutor).
Sinais Negativos: 
Ombros encolhidos;
Olhar desinteressado e aborrecido;Lábios apertados;
Ficar olhando para outras direções;
Ficar batendo o pé;
Suspiros;
Bater na mesa com os dedos;
Braços cruzados;
Balançar a cabeça (em sinal de “não”) quando outro está falando.
AULA 03
Comunicação de Massa e o Sistema de Segurança Pública.
Introdução:
Até o momento, estudamos a comunicação centrada no emissor e receptor, onde o emissor transmite a mensagem, o receptor recebe e se necessário, envia o feedback; o emissor após o feedback, se necessário retorna e assim por diante, ou seja, há possibilidade de ouvir o outro e ser ouvido. Agora iremos tratar de uma forma de comunicação de mão única, ainda que disponham de vários feedbacks como: índices de audiência, cartas dos leitores, telefonemas, emails etc. Tratamos a comunicação de massa como uma comunicação de uma só direção, porque a sua característica é enviar a mensagem a vários receptores ao mesmo tempo e apenas alguns retornarão, ainda que seja necessário o feedback. Dito isto, vamos conhecer o conceito de comunicação de massa, refletir como a mídia pode atuar como formadora de opinião e ainda a interferência dos meios de comunicação de massa nos assuntos de Segurança Pública.
Comunicação de massa:
Iniciaremos fazendo uma breve explanação abordando aspectos fundamentais, pois acredito que assim, ficaremos habilitados ao entendimento do conceito de comunicação de massa. 
É certo afirmarmos que a revolução tecnológica do século XX impôs mudanças na natureza humana e na vida social. 
A sociedade, antes privada de um poder aquisitivo que possibilitava aspirar bens materiais e culturais, passa a viver, no presente século, o aumento do poder aquisitivo, possibilitando assim a satisfação de suas aspirações. Surge um mercado consumidor. 
Segundo Louis Wirth: “Nesse admirável novo mundo a principal trama da vida social é a comunicação de massa.”.
Comunicação horizontal e vertical:
Vamos imaginar que você deseja enviar uma mensagem, fornecendo ideias e informações com objetivo de alcançar grupos diferenciados e dispersos que constituem a sociedade.
Como você faria isso se até então a comunicação que conhece é horizontal e usa meios de manejo simples?
O emissor e receptor são determinados e se conhecem, sendo o diálogo estabelecido em sua plenitude, pois o receptor pode operar sua mensagem de retorno e se o diálogo necessitar de continuidade seguirá naturalmente o processo de comunicação que já estudamos.
Para a comunicação assumir a posição central, no processo civilizatório contemporâneo, ela precisava evoluir e assim o fez. 
Surge também a comunicação vertical, que é produzida unilateralmente pelo comunicador e utiliza de meios artificiais e complexos para transmissão da mensagem, ela é dirigida para um receptor que passa a ser chamado de audiência, sendo este anônimo e disperso.  
Chamamos a comunicação de massa de vertical por ela apresentar uma característica de enviar a mensagem a um receptor não conhecido, não determinado, um anônimo.
Ela busca um tipo padrão determinado e não uma pessoa ou grupo e estes estão dispersos, em locais diversos e recebendo ao mesmo tempo ou em diferentes lapsos de tempo, a mensagem, reagindo quer ignorando quer rejeitando ou acatando. Não sendo possível ao emissor conhecer a reação desse público. 
O feedback só acontece através de pesquisa científica, não podendo ser levado em conta apenas respostas comuns via telefone, carta, email etc.  
É exatamente a impossibilidade de conhecer o feedback dos receptores como um todo, que caracteriza a verticalidade da comunicação de massa. 
Conceito de comunicação de massa:
É o processo de produção de mensagens que são distribuídas por meios de comunicação denominados mídias e buscam alcançar vastos públicos que constituem a massa social, visando informar, educar, persuadir. 
Entendendo o que é mídia: (formadora de opinião).
No dicionário online de português encontramos o seguinte: 
Qualquer suporte de difusão de informações (rádio, televisão, imprensa escrita, computador, etc) que constitua simultaneamente um meio de expressão e um intermediário capaz de transmitir uma mensagem a um grupo; meios de comunicação, comunicação de massa. 
Fonte: www.dicio.com.br
Então, mídia é o meio utilizado para distribuir a informação. Sendo inegável afirmamos que a mídia é formadora de opinião na sociedade contemporânea tecnológica e globalizada, haja vista que nos informamos dos acontecimentos diários, através dos noticiários na tv, lendo jornal, ouvindo rádio, etc.
A mídia como o principal canal que nos dá acesso à informação:
Partindo do princípio que nosso canal de informação vem da mídia, eles são os meios utilizados para distribuir mensagens, informações. Podemos perceber rapidamente que é através dela, de uma maneira geral, que teremos acesso às notícias relacionadas à Segurança Pública.
Logo a maneira como as notícias são divulgadas na TV, nas rádios, nos jornais, na internet, nas revistas... podem criar uma falsa realidade que será utilizada como base para nossas escolhas diárias.
“Estupro de turista jovem em van no Rio de Janeiro choca o Brasil”.
Um bom exemplo disto é um noticiário relacionado à violência, na zona norte do estado, gerando mudanças de atitude na zona sul, ainda que nada tenha acontecido nesta localidade e vice-versa. 
Podemos citar como mudanças indagações do tipo: 
Até que horas posso andar na rua com segurança?
Qual é o bairro mais seguro de minha cidade? 
Em que ônibus devo embarcar?
Não vou pegar mais transporte alternativo, pois, há estupro nestes transportes! 
A mídia como formadora de opinião:
O que temos que entender é que a mídia apresentará pontos positivos e negativos na difusão da informação, nós já sabemos que ela é formadora de opinião e os meios de comunicação têm grande poder para mobilizar as pessoas, sendo usado positivamente ou negativamente.  
Se fossemos as ruas e pedíssemos às pessoas para relatarem um caso difundido na mídia que a influenciou, a maioria pensaria de imediato em casos negativos, esquecendo-se dos aspectos positivos da mídia.
Os aspectos positivos da mídia:
Podemos citar também as novelas e os filmes, sendo estes uns dos meios mais populares para atingir as pessoas. E, em geral, os autores buscam cada vez mais usar as histórias de ficção para tratar de dramas do cotidiano.  
Já foram para novelas cenas que trataram de temas como esquizofrenia e Síndrome de Down, sendo estas abordagens, mesmo que misturadas à ficção, esclarecedoras e muito importantes para quem conhece ou convive com alguém que tem alguma destas doenças.
Outro viés é o grande poder que a mídia tem para difundir e esclarecer os fatos para a população e incentivá-la a agir da maneira correta. 
A maioria das pessoas, por exemplo, não saberia as formas de contágio da AIDS e os infectados estariam sendo tratados como foram os leprosos no passado, vivendo à margem da sociedade em espaços destinados para eles, aguardando a morte trágica.
Os aspectos negativos da mídia:
Podemos iniciar citando o exagero e o sensacionalismo de alguns apresentadores de telejornal. 
As emissoras, objetivando pontos e mais audiência, transmitem a informação com parcialidade, fugindo da ideia central da imprensa, que é a difusão da notícia com imparcialidade. 
Podemos citar também as propagandas que influenciam as pessoas a um desejo de consumo exagerado e a vulgarização dos programas televisivos, ficando notória a busca por lucro imediato.
Os fatos apresentados nos levam a pensar se as informações que recebemos diariamente pela imprensa são oriundas de fontes comprometidas com a população ou com os interesses alheios. 
Certamente, temos outros pontos negativos e positivos a serem citados, mas o objetivo e levá-lo ao entendimento do benefício e malefício que o uso da mídia pode trazer à sociedade e os exemplos citados são o suficiente para nosso entendimento.
REFLEXÃO:
Se aparentemente temos uma impressa que usa os meios de comunicação para interesses lucrativos, e este meio é poderoso para influenciar a opiniãodas pessoas, com certeza teremos interferência dos meios de comunicação de massa nos assuntos de Segurança Pública.
Interferência dos meios de comunicação de massa nos assuntos de Segurança Pública:
Vamos relembrar o que é Segurança Pública.
O art. 144 da CF nos diz que: “A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos”.
Para um entendimento mais pedagógico, vamos analisar o artigo em partes:
Finalidade:
Preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. 
Preservar a ordem pública significa: impedir o cometimento de crime, garantir a paz e o cumprimento da lei dentro da sociedade.
Incolumidade significa: manter as pessoas e os patrimônios ilesos, sãos e salvos.
Após esta breve clareada na mente, vamos verificar as interferências da mídia nos assuntos de Segurança Pública e nada melhor do que um estudo de caso.
Muitas argumentações são expostas para justificar o desserviço da mídia, uma argumentação bem interessante é relacionada ao dinheiro das empresas detentora dos meios de comunicação, este vem das propagandas e anúncios publicitários que são transmitidos durante os comerciais e do dinheiro dos patrocinadores dos seus programas.  
Podemos dizer também que nós damos dinheiro para as emissoras, porque quanto maior é a audiência de um programa, maior é o preço cobrado por um anúncio.
O sensacionalismo e o Ibope:
Vamos ser realistas, Segurança Pública é um tema constante nos noticiários de qualquer parte do mundo, pela importância do tema e pela carga de interesse da sociedade que acompanha as notícias produzindo audiências elevadas. 
Podemos dizer que tratar de Segurança Pública e, principalmente, de ocorrências policiais, é a oportunidade que as emissoras têm para informar o desrespeito à integridade da ordem pública ou de produzirem verdadeiros shows baseados em ocorrências, que chamam a atenção por sua gravidade e são tratadas como uma maneira de aumentar “o Ibope”.
IBOPE:
Foi criado em 1942 pelo radialista Auricélio Penteado, proprietário da Rádio Kosmos, de São Paulo e por Arnaldo da Rocha e Silva.
Naquele ano, eles decidiram aplicar no Brasil técnicas de pesquisa aprendidas nos Estados Unidos com George Gallup, fundador do American Institute of Public Opinion, para saber como andava a audiência de sua emissora.
O IBOPE é a maior empresa privada de pesquisa da América Latina e a 12ª maior do mundo. Com 70 anos de experiência, tem na credibilidade o seu maior patrimônio. 
O reconhecimento obtido nos mercados por onde atua é fruto do comprometimento da empresa com a ética e a qualidade de suas pesquisas, em conformidade com a regulamentação da atividade no Brasil e no mundo:
O IBOPE segue com rigor os códigos de ética da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) e da Associação Mundial de Profissionais de Pesquisa (Esomar).
No Brasil, adquiriu grande notoriedade pela medição de audiência de TV e pelas pesquisas eleitorais e de opinião pública, contribuindo com o amadurecimento da democracia e dos mercados que atende.
O sensacionalismo e o Ibope:
É exatamente a escolha de como irá tratar a notícia, de como ela será comentada, que vai nos dizer se a emissora está orientando seus esforços para o interesse da sociedade naquele noticiário ou puramente visando aos negócios.
Em uma cobertura jornalística, onde não há uma contextualização do que levou ao crime, sendo a notícia restringida à cena do crime e à divulgação de imagens chocantes, dificulta uma reflexão da própria sociedade sobre o fato. 
Esta ocorrência noticiada colabora para aumentar a sensação de insegurança, haja vista o meio de comunicação que está divulgando a notícia, fornecer apenas a visão da violência pura e simples.
Influenciando a percepção da sociedade: 
Segundo Marcos Rolim: 
(...) o primeiro problema a ser destacado quanto à maneira pela qual a mídia retrata o crime, notadamente o crime violento, diz respeito à tendência de divulgar eventos dramáticos a partir de um “tensionamento” de sua singularidade com as dimensões do particular e do universal. 
Dito de outra forma: o que é apresentado como “fato” – um assassinato, por exemplo – parece desejar “emancipar-se” de suas circunstâncias e já é mostrado, invariavelmente, sem que se permita qualquer referência às condições que poderiam ser identificadas como precursoras da própria violência.
Quando essa forma de noticiar o crime se torna a regra – o que, infelizmente, é o caso -, passa a ser improvável que os fenômenos contemporâneos da violência sejam percebidos pelo público em sua complexidade. (Rolim, 2006, p. 190).
Neste momento, já podemos perceber que a mídia, ao abordar um assunto relacionado à Segurança Pública, dependendo de como irá escolher noticiar o fato, influenciará na percepção da sociedade quanto ao crime.
De acordo com David Garland (1990, p. 20, apud Carvalho Júnior, 2009, p. 22),
 “(...) não é o crime ou mesmo a criminologia que mais afetam as decisões políticas, mas o modo como o ‘problema crime’ é oficialmente percebido e as escolhas políticas que emanam de tais percepções”.
Uma notícia que gera uma percepção social de insegurança, ainda que seja apenas uma percepção e não uma realidade promove mudança de hábitos na sociedade e, segundo pesquisa publicada nos Estados Unidos, em 1980, denominada informe FIGGIE, relacionada ao medo do crime, as percepções que geram a insegurança produzem efeitos nefastos sobre a vida social, a saber:
Deterioração das cidades;
Desconfiança mútua entre os cidadãos;
Ansiedade perante a probabilidade da segurança do lar ser violada;
Abandono de certos lugares e ruas;
Isolamento autoprotetor. 
Finalizando:
Tivemos aqui uma discussão longa e extensa, com vários pontos de vista. O importante para nós é não sermos levianos, pois no mundo capitalista, seria infantilidade de nossa parte exigir que as empresas midiáticas divulgassem suas notícias sem pensar em lucro.  
O que temos que levar em conta, incluindo neste discurso as empresas do ramo em questão, é a interferência que as notícias divulgadas pelos meios de comunicação de massa podem produzir na sociedade. Principalmente, as interferências das notícias relacionadas à Segurança Pública que, conforme vimos na pesquisa, são nefastas sobre a vida da sociedade.
AULA 04
Tecnologia.
Introdução:
Até agora, nós trabalhamos dentro da nossa disciplina a palavra comunicação que está na sigla TIC. Devemos lembrar que, na aula 1, explicou-se o motivo de iniciarmos por essa palavra, lembra? Hoje vamos trabalhar a palavra tecnologia. Quanto à palavra informação, também presente na sigla, nós já vimos, na aula 1, que informação é uma partilha da comunicação, ou seja, quando se comunica deseja-se enviar uma mensagem. Como já vimos, estudamos a palavra comunicação; e informação sendo a segunda como uma partilha da primeira. Cabe-nos agora, trabalharmos a palavra tecnologia. Vamos então, iniciar conceituando tecnologia, e posteriormente analisaremos seu contexto histórico.
Conceito:
Caso lhe fosse perguntado qual é o conceito de tecnologia, acreditamos que responderia: 
“Tecnologia, no meu imaginário, está vinculada a máquinas, robótica e computadores.”
E nós diríamos que você está parcialmente certo.
Segundo Vani Kenski (2008, p. 15), as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana. Ela ainda nos fala que foi a engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às mais diferenciadas tecnologias. 
Analisando o texto de Vani Kenski, já é possível perceber que cada época foi marcada por elementos tecnológicos que se fizeram importantes para a sobrevivência da espécie humana.
Tudo bem, mas o que é tecnologia?
O conceito na verdade é bem complexo.
Não podemos apenas analisar a palavra tecnologia etimologicamente e nem recorrermos somente ao dicionário. O conceito não pode ficar apenas no senso comum do termo, como vimos que seria sua resposta nopossível imaginário que criamos.
Atenção:
Torna-se crucial, no atual contexto histórico do capitalismo, entendermos tecnologia como uma prática social cujo sentido e significado econômico, político, social, cultural e educacional se definem dentro das relações de poder entre as classes sociais.
Com intuito de minimizar a complexidade do conceito, de facilitar nosso entendimento e com o objetivo de evitarmos questões filosóficas tais como:
Qual é o significado da tecnologia nas nossas vidas? 
Qual é o lugar da tecnologia no universo?
Qual é o lugar dela na condição humana?
Qual é o espaço que ela deveria ter na minha vida pessoal?
É a única força que restou na cultura?
Estas questões não estão diretamente ligadas ao objetivo do nosso estudo que é o uso da tecnologia em segurança pública.  Então para não perdermos o objetivo, vamos entender tecnologia como tudo o que é criado para facilitar as atividades humanas.
Um exemplo inusitado:
E seguindo o raciocínio de Vani Kenski, citamos como exemplo a vassoura - isso mesmo a vassoura!
Vassoura:
Ela está ultrapassada, contudo é considerada como tecnologia porque foi criada para facilitar uma atividade humana.
Este conceito abre um leque de entendimento em nossas mentes, pois, se tecnologia é tudo que venha a facilitar a vida da humanidade, os profissionais de Segurança Pública, utilizam, desde os primórdios de sua função, a tecnologia, que como foi dito por Vani Kenski, são tão antigas como a espécie humana.
Primórdios de sua função:
O uso de um bastão, uma arma de fogo, uma algema, um rádio, uma viatura, um computador etc., são ferramentas que facilitam a atividade de Segurança Pública, que como já vimos, têm a finalidade de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Agora vamos conhecer o contexto histórico da tecnologia!
Contexto histórico:
O ser humano construiu uma vida melhor graças ao desenvolvimento tecnológico, mas isso não se processou de uma hora para outra. Até chegar ao que grande parte da população mundial vive nos dias de hoje, um longo caminho foi percorrido.  
Vamos remontar partes desse caminho iniciando pela pré-história.
Desde o período Paleolítico também conhecido como a Idade da Pedra Lascada, época em que os homens eram nômades, ou seja, deslocavam-se atrás de alimento, eles fabricavam instrumentos de pedra, destinados à caça e à coleta de frutos e raízes.  
No período denominado Neolítico ou Idade da Pedra Polida, iniciou-se a organização em clãs e aldeias, deixando o homem de ser nômade e fixando suas raízes, graças ao desenvolvimento da agricultura, a domesticação de animais e a criação de instrumentos fabricados com pedra, desta vez polida, que melhorava em muito o corte.
Quando o homem começa a viver em sociedade, e com passar do tempo, gera a evolução social e consequentemente, as tecnologias são aperfeiçoadas.  
Neste momento, podemos lembrar novamente o que disse Vani Kenski (2008, p. 15), as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana.
Sendo assim, verificamos que as tecnologias estão presentes em todas as atividades que realizamos, pois para se realizar qualquer atividade, precisamos de ferramentas que conforme o conceito que estudamos, facilitaram as atividades humanas.
Invenções tecnológicas que mudaram o mundo:
Você já imaginou a sua vida sem papel, caneta, telefone, computador, internet, carro, moto, avião...?
Fica difícil, atualmente, imaginarmos nossa vida sem essas invenções, pois os impactos na vida social seriam gritantes. A seguir, citaremos algumas das invenções que mudaram o mundo.
A roda:
Segundo algumas hipóteses, a roda parece ter sido inventada na Ásia, há 6000 anos, talvez na Mesopotâmia.  
Esta invenção tem uma importância extraordinária, não só por promover uma revolução no campo dos transportes, mas também porque a roda, com diferentes modificações, passou a fazer parte de numerosos mecanismos e contribuiu para um incrível impulso ao progresso humano.
Prensa móvel:
A prensa móvel foi um processo gráfico criado por Johannes Gutenberg no século XV. Inicialmente, a prensa era usada para produção de livros, mas, a partir do século XVIII, foi usada para imprimir jornais.
O telefone:
Há muita controvérsia sobre a invenção do telefone, que geralmente tem sido atribuída a Alexander Graham Bell. 
Entretanto, como reconheceu o Congresso dos Estados Unidos, através da resolução 269, de 15 de junho de 2002, o aparelho foi inventado por volta de 1860 pelo italiano Antonio Meucci, que o chamou telettrofono (A primeira demonstração pública da invenção de Meucci teve lugar em 1860 e sua descrição publicada em um jornal de língua italiana de Nova York).
Lâmpada:
Certos materiais (como ferro), quando ficam muito quentes, começam a emitir luz. Chamamos esse fenômeno de incandescência. 
É assim que funciona o lampião, e foi esse o princípio que Thomas Edison seguiu para confeccionar a primeira lâmpada elétrica que deu certo.
Enquanto os lampiões queimam gás ou querosene, as lâmpadas acendem graças à eletricidade. A energia passa por um filamento que quando aquecido a temperaturas muito altas – a partir de 2.200º C – produz luz visível.
Câmera fotográfica:
Uma câmara ou câmera fotográfica é um dispositivo usado para capturar imagens (geralmente fotografias), única ou em sequência, com ou sem som, quando com câmera de vídeo.  
Seu formato peculiar deriva-se das antigas observações de Leonardo da Vinci tido até hoje como o primeiro a descrever os princípios da câmara escura.
Resumo:
Basicamente, uma câmara, qualquer que seja ela, deriva de um único princípio: uma caixa preta com um orifício por onde é captada a imagem.
O nome é derivado de câmera obscura, do latim para “câmara escura”.
O automóvel:
A autolocomoção de veículos já havia sido demonstrada em 1769, por Nicolas Cugnot, na França, ao utilizar um motor a vapor para movimentar um veículo. 
No entanto, só com a introdução do motor de combustão interna a quatro tempos movido à gasolina, em 1885, inventado por Karl Benz, na Alemanha, é que se começou a considerar a viabilidade de um veículo autopropulsionado que oferecesse as condições mencionadas.
A patente desta invenção data de 29 de janeiro de 1886 em Mannheim. Contudo, apesar de Benz ser creditado pela invenção do automóvel moderno, muitos outros engenheiros, também alemães, pesquisavam simultaneamente sobre a construção de automóveis.
Em 1870, o germano-austríaco Siegfried Marcus construiu uma carroça motorizada que, contudo, não passaria da fase experimental.
Em 1886, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach, em Stuttgart, patentearam a primeira motocicleta, construída e testada em 1885 e, no ano seguinte, construíram a primeira adaptação da carruagem para o transporte automóvel.
Décadas mais tarde, Henry Ford passaria a fabricar automóveis em série, destacando-se o Ford T, fabricado de 1908 a 1927, cujas vendas ultrapassaram 15 milhões de unidades.
Televisão:
Em 1923, Vladimir Zworykin, registra a patente do tubo iconoscópico para câmaras de televisão, o que veio a tornar possível a televisão eletrônica.
O primeiro sistema semi-mecânico de televisão analógica foi demonstrado em fevereiro de 1924, em Londres, e, posteriormente, imagens em movimento, em 30 de outubro de 1925. 
Um sistema eletrônico completo foi demonstrado por John Logie Baird, Philo Farnsworth e Philo Taylor Farnsworth em 1927. O primeiro serviço analógico foi a WGY em Schenectady, Nova York, inaugurado em 11 de maio de 1928.
O computador de uso pessoal:
Até o final dos anos 1970, reinavam absolutos os mainframes, computadores enormes, trancados em salas refrigeradas e operados apenas por alguns poucos privilegiados. 
Em 1975, surge o Altair 8800, um computador pessoal baseado na CPU Intel 8080.  
Vendido originalmente como um kit de montar através da revista norte-americana Popular Electronics, os projetistas pretendiam vender apenas algumas centenas de unidades.
Surpreenderam-se quando venderam 10 vezes mais que o previsto para o primeiromês. Custava cerca de 400 dólares e se comunicava com o usuário através de luzes que piscavam. 
Entre os primeiros usuários estavam o calouro da Universidade de Harvard, Bill Gates, e o jovem programador, Paul Allen, que juntos desenvolveram uma versão da linguagem “Basic” para o Altair. Pouco tempo depois, a dupla resolveu mudar o rumo de suas carreiras e criar uma empresa chamada Microsoft.
Internet:
O projeto base foi chamado de ARPANET, em 1969, da Agência de Pesquisa de Projetos Avançados, uma subdivisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. 
A ideia era a de criar um sistema de comunicação entre computadores de forma a enviar os dados divididos em pequenos pacotes e depois ser remontado no destinatário. Isto funciona assim até hoje, quando você manda um e-mail, por exemplo, sua mensagem é dividida em pequenos pacotes e são enviados separadamente ao destinatário, quando todos os pacotes chegam, a mensagem é remontada como originalmente é, e entregue ao destinatário.
ARPANET:
Este projeto ocorreu durante a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética. Com essa rede promissora, os dados valiosos do governo americano estariam espalhados em vários lugares, ao invés de centralizados em apenas um servidor. Isso evitaria a perda desses dados no caso de, por exemplo, uma bomba explodisse no campus.
O ator Michael Caine, como um espião no filme "Billion Dollar Brain", de 1967. Nas gravações, foi utilizado um computador Honeywell, como o que a equipe da UCLA usou para se conectar à ARPANET.
Refletindo:
Como constatamos através do conceito, todas as invenções tecnológicas têm por finalidade facilitar as atividades humanas.  
Nesta aula, estamos refletindo a partir de um conceito, a importância da tecnologia na vida social e nas atividades labutar, em especial em Segurança Pública.
Dentro dessa perspectiva, nós lhe convidamos a entrar no imaginário e juntos criarmos um fato hipotético usando dentre os agentes de Segurança Pública a figura de um policial.
O policial, em sua unidade, recebe a missão de seus superiores, após ter ciência caminha para o seu setor de trabalho.
O serviço transcorre normalmente, até um individuo com porte físico avantajado, o dobro do porte físico do policial, resolve iniciar uma luta com outros indivíduos. Cabe agora ao policial, restaurar a ordem.
Ele se aproxima e, com voz firme, ordena que o indivíduo avantajado pare de imediato com o ato de violência que está causando a desordem. Este olha para o policial e, ao perceber que possui um porte físico maior, deferi-lhe um murro, fazendo com que a autoridade venha a desmaiar.
Neste momento, você poderia perguntar: 
“Por que o policial não pegou o cassetete e o usou para cessar o ato de violência desse indivíduo que praticava a desordem?”
Lembrando que no nosso exemplo não há tecnologia, temos apenas a força física para resolver esses tipos de ocorrências. Nesta época hipotética, os mais fortes seriam escolhidos para manter a ordem e quando deparassem com alguém que pudesse vencê-lo, teria que somar forças com outro policial. Estamos falando da “lei do mais forte”.
Você percebeu que, em um simples exemplo, nós, de imediato, vinculamos a tecnologia para que o policial resolvesse a ocorrência?
Tecnologia e Segurança Pública caminham juntos desde os primórdios dessa atividade.
Hoje você respeita o policial porque ele usa tecnologias permitidas pela lei que você não pode ter, e podemos citar, como exemplo, a arma de fogo, cujo porte é regulado pela Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
AULA 05
Telecomunicação.
Introdução:
Até agora, em nossa disciplina, fizemos uma caminhada estudando conceitos referentes à comunicação, comunicação humana, comunicação de massa e tecnologia. O intuito foi levar você a compreender que desde os primórdios, a humanidade, por ser relacional, tem necessidade de se comunicar e criou várias formas de fazê-lo. Nesta aula, verificaremos que uma das preocupações da humanidade, em relação às comunicações, foi quanto às telecomunicações ou comunicações a distância. O homem sentiu a necessidade de saber o que estava acontecendo nos lugarejos vizinhos e distantes. Esta é a última aula que trabalharemos conceitos. Após ela, você terá um cabedal de conhecimentos para iniciarmos nossas reflexões trabalhando em uma perspectiva mais voltada para o uso das Tecnologias da Informação em Segurança Pública. Então, vamos conhecer o conceito de telecomunicação e verificar seu contexto histórico.
Conceito de Telecomunicação:
Iniciaremos a definição do conceito lhe informando que a palavra telecomunicação inclui o prefixo grego tele, que significa “distância” ou “longe”.  
O conceito de telecomunicação abarca todas as formas de comunicação a distância. Como tal, é uma técnica que consiste na transmissão de uma mensagem de um ponto para outro e, geralmente, é bidirecional.
Como exemplo de telecomunicação, podemos citar: a telefonia, o rádio, a televisão, os computadores entre outros.
Premissa:
Vamos convidá-lo a entrar conosco no campo do imaginário.
Vamos idealizar uma sociedade sem a possibilidade de comunicar-se a distância, ou seja, sem telecomunicação.  
Nesta sociedade, como trabalharia o profissional de segurança? 
Atenção; 
Fica difícil de imaginar um policial, por exemplo, que sai de sua base e devido a distância, só irá comunicar-se com ela novamente ao voltar.
E, em uma ocorrência, como o policial irá pedir auxílio se ele não consegue se comunicar a distância?
Os estudiosos da área dizem que os primeiros meios que a humanidade utilizou para comunicar-se a distância foram através de fumaça, movimentos com os braços ou outros instrumentos, porém qualquer um desses métodos fica limitado ao alcance visual.
Provavelmente, um dos primeiros instrumentos que a humanidade utilizou para fazer suas mensagens atingir uma maior distância foi a mão em concha. A modulação do grito com a mão em concha projetava o som da voz a uma distância maior.
Nesta sociedade imaginária, o policial iria pedir auxílio modulando a voz com a mão de concha ou acenando os braços e outros instrumentos. 
Vamos ainda imaginar um membro da sociedade que está sendo vítima de um roubo, por exemplo, para ele pedir socorro após a saída do criminoso, ele terá que gritar o famoso “pega ladrão, pega ladrão”.
Não terá o celular ou um telefone público para pedir socorro a polícia.
Não há qualquer possibilidade de imaginarmos, nos dias atuais, uma sociedade sem telecomunicação e estamos apenas focando assuntos voltados para a nossa disciplina, não estamos entrando nas questões de comodidade, conforto, evolução e revolução que foi trazida com o advento da telecomunicação na comunicação humana.
Agora que você já entendeu o conceito e percebeu a importância das telecomunicações para o profissional de Segurança Pública e para a sociedade, vamos verificar seu contexto histórico.
O contexto histórico da telecomunicação:
Há aproximadamente um século e meio, a comunicação vem transformando o dia a dia das pessoas em todo o mundo.
Ela trouxe novas formas para as pessoas se comunicarem, acrescentando ainda, outras maneiras de contato e acesso a informação. Como tudo isso começou é o que vamos estudar a partir de agora.
Os satélites possibilitam cobertura global e sua grande maioria é destinada a telecomunicação por meio das transmissões de TV, rádio, ligações telefônicas e internet.
Em busca de enviar mensagens a longas distâncias, os homens utilizaram diversos métodos de transmissão, entre eles podemos citar: 
Aceno de mãos e instrumentos (sendo o limite deste método a visão do receptor);
Mão de concha para modular a voz;
Homens correndo e repassando a mensagem falada ou escrita a cada (x) quilômetros; 
O uso de cavalo para dar velocidade à chegada da mensagem;
Instrumentos inventados, que buscavam reduzir o tempo de transmissão das mensagens dando a elas a segurança do recebimento, sem haver quebra do sigilo.  
O ano de 1837 é histórico: o surgimento do telegrafo inicia as telecomunicações.
Desdeo início dos tempos, a necessidade de transmitir palavras a grandes distâncias, conduziu o homem à busca de meios mais rápidos de fazê-lo. Em 1837, Samuel Morse criou o telégrafo elétrico.
O telégrafo é um sistema concebido para transmitir mensagens de um ponto para outro em grandes distâncias, utilizando códigos para a rápida e confiável transmissão. As mensagens eram transmitidas através de um sistema composto por fios.
O principal código utilizado pelos telégrafos foi o Morse. O telégrafo foi o fundamental sistema de comunicação a longa distância nos séculos XIX e começo do século XX. Foi muito utilizado por indústrias, governos e até mesmo pelas forças armadas de diversos países em momentos de guerra. Passou a ser esquecido com o surgimento e a disseminação do telefone, principalmente na primeira metade do século XX.
Telefone:
É um dispositivo de telecomunicações desenhado para transmitir sons por meio de sinais elétricos. As controvérsias referentes a sua criação foram sanadas com o reconhecimento pelo Congresso dos Estados Unidos, na resolução 269, de 15 de junho de 2002.  
Esta resolução reconheceu que o telefone foi inventado no ano de 1860 por Antonio Meucci, que o chamou de teletrophone. Antes desta resolução, sua invenção era geralmente atribuída a Alexander Graham Bell.
É definido como um aparelho eletroacústico que permite a transformação, no ponto transmissor, de energia acústica em elétrica e, no ponto receptor, terá a transformação da energia elétrica em acústica, permitindo desta forma a troca de informações entre os pontos.
Este invento tecnológico foi rapidamente absorvido pelos órgãos de Segurança Pública, que colocaram cabines nas ruas para facilitar o contato com a polícia.
Rádio:
Os primeiros passos para a descoberta do rádio começaram a ser dados em 1863 quando o inglês, James Clerck Maxwell, demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas.  
Ele apenas comprova matematicamente esta teoria, sem poder confirmá-la experimentalmente.
Contribuições para o aprimoramento do Rádio:
Entre eles, temos o jovem Henrich Rudolph Hertz que, impressionado com a teoria de Maxwell, construiu um aparelho em 1887, onde se verificava o deslocamento de faíscas através do ar, assim Hertz conseguiu passar energia elétrica entre dois pontos sem utilizar fios. 
Com esta experiência Hertz provou experimentalmente a teoria de Maxwell que a eletricidade viaja através da atmosfera em forma de onda, mas não se apercebeu das vantagens desta experiência. 
No entanto, o primeiro sistema de rádio surge por intermédio de Nikola Tesla, um cientista nascido na Sérvia e podemos afirmar que ele, do ponto de vista prático e experimental, foi quem contribuiu mais para a descoberta do rádio. 
Em 1896, Guglielmo Marconi demonstra o funcionamento dos seus aparelhos de emissão e recepção de sinais na Inglaterra, chegando à era da telegrafia sem fios. Marconi foi o primeiro homem a enviar uma mensagem para o outro lado do oceano. 
Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França) inventaram o “coesor”, um dispositivo que melhorava a detecção das ondas. Não se imaginava, até então, a possibilidade do rádio transmitir a voz do ser humano através do espaço. 
Oliver Lodge inventou também o circuito elétrico sintonizado, que possibilitava a mudança de estação selecionando a frequência desejada. 
A transmissão de sons só foi possível com o aparecimento da válvula de três elementos (tríodo) inventada em 1906 por Lee de Forest, americano. Com o aparecimento desta válvula destacaram-se mais dois homens, o alemão Von Lieben e o americano Armstrong que utilizaram a válvula para amplificar e produzir ondas electromagnéticas de forma contínua.
Atenção:
Em 1947, com a invenção do transistor, os rádios tornaram-se menores. Nos dias atuais, já é possível ouvir rádio até do computador. O rádio é um instrumento importante na Segurança Pública. Os profissionais desta área comunicam-se com suas centrais através do aparelho de rádio. Podemos afirmar que ficam cientes, no seu turno de trabalho, dos acontecimentos através da escuta do rádio de suas viaturas.
Televisão:
Imaginamos que transmitir uma imagem era um sacrifício enorme naquela época, então imagine transmitir um vídeo, era quase impossível!
Como vimos na aula anterior, a criação da televisão foi algo extremamente demorado. Ela está ligada a descobertas anteriores, tais como: 
As ondas de rádio por parte de Rudolf Hertz, em 1887; 
A invenção da antena para captá-las, por parte de Aleksandr Popov em 1895;
E por parte de Guglielmo Marconi que, ao inventar a radiotelegrafia sem fios, em 1896, conseguiu emitir sons e captá-los a centenas de metros.
Em aulas anteriores nós discutimos sobre a influência da mídia na opinião pública. Falamos que as principais fontes de informações da população e dos profissionais de Segurança Pública eram a televisão, a internet, o rádio.
Atenção:
Nessa nossa reflexão, foi possível verificar que é através dessas mídias que temos notícias relacionadas à Segurança Pública. É inegável afirmarmos, mesmo com o crescimento da internet, que a televisão ainda é o meio de comunicação mais importante do mundo e seus noticiários, dependendo de como são transmitidos, criam uma falsa realidade que será utilizada como base para escolhas diárias como já discutimos na aula 3, sendo fato, prejudicial para a Segurança Pública.
Foi somente por volta de 1923, que Vladimir Zworykin, um russo que vivia nos Estados Unidos, criou o tubo iconoscópico, que é a base da televisão. Mas apenas em 1928, foi realizada a primeira transmissão de TV, feita por Ernst F. W. Alexanderson.
Essa televisão ainda era muito rudimentar, sendo mais parecida com o rádio e as imagens mostradas eram embaçadas.
Foi na Alemanha, em 1935, que a televisão ganhou força, este fato ocorreu com transmissões em 22 salas públicas. Depois da 2ª Grande Guerra a televisão ganhou popularidade, e isto está ligado à queda dos preços e ao aumento da renda em geral.
A televisão em cores foi criada em 1954, poucos anos depois, em 1962, as primeiras transmissões via satélite de um continente para o outro, tornaram a televisão o principal meio de comunicação do mundo.
Internet:
Como também já vimos na aula anterior, o início da internet veio do projeto base chamado de ARPANET, criado em 1969, pela Agência de Pesquisa de Projetos Avançados, uma subdivisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.  
Este projeto ocorreu durante a guerra fria entre Estados Unidos e União soviética. 
Com essa rede promissora, os dados valiosos do governo americano estariam espalhados em vários lugares, ao invés de centralizados em apenas um servidor. Isso evitaria a perda desses dados no caso de, por exemplo, uma bomba explodisse no campus.
A ideia foi criar um sistema de comunicação entre computadores de forma a enviar os dados divididos em pequenos pacotes e depois ser remontado no destinatário. Isto funciona assim até hoje, quando você manda um e-mail, por exemplo, sua mensagem é dividida em pequenos pacotes e são enviados separadamente ao destinatário, quando todos os pacotes chegam, a mensagem é remontada como originalmente e entregue ao destinatário.
A internet é tão importante nos dias de hoje, que se tornou um dos meios de comunicação que mais ganha espaço, sua aceitação dentro da sociedade é algo incontrolável.
Atenção:
Acreditamos que devido à eficiência de seus recursos, a utilização da internet se torna mais constante a cada dia e conquista um público mundial de todas as idades e etnias.
Neste contexto, os órgãos de Segurança Pública devem adequar suas realidades ao uso desta ferramenta fenomenal.
Reflexão final:
Como já vimos, fica difícil nos tempos atuais, imaginarmos uma instituição responsável pela Segurança Pública efetuar seu trabalho sem usar a telecomunicação. 
Portanto, a comunicação a distância tem ajudado os órgãos de Segurança Pública a desempenharem um serviço com mais qualidade à população há décadas.  
Esta realidade vem conduzindo as autoridadesresponsáveis no intuito de mudar a mentalidade dos profissionais desta área, aproximando-os dos cidadãos e das modernizações tecnológicas. Só assim, se montará um sistema moderno e eficiente capaz de reduzir o fenômeno da violência que se instalou na maioria das grandes metrópoles.
AULA 06
Uso da Telecomunicação na Segurança Pública.
Introdução:
Caro aluno, até este momento, discutimos e refletimos, sobre diversos conceitos relacionados à Tecnologia de Comunicação e Informação em Segurança Pública. Começamos por Comunicação, passamos por Informação, vimos o próprio conceito de Segurança Pública, e por fim, tratamos de Tecnologia e Telecomunicação. Quando estudamos telecomunicação, aprendemos que se trata de toda comunicação à distância, vimos que o prefixo grego tele refere-se a “distância”, “longe”. Entendemos também a importância de poder se comunicar em longas distâncias, principalmente para os profissionais de Segurança Pública. O objetivo agora é compreendermos que a comunicação à distância do Sistema de Segurança Pública, se rompida, trará prejuízos sociais com proporções incalculáveis. Sendo assim, o Sistema de Comunicação a Distância da Segurança Pública é uma comunicação crítica, e por isto, deve funcionar 24h ininterruptamente.
Comunicação crítica:
Quais seriam os prejuízos sociais caso o sistema de telecomunicações da Segurança Pública entrasse em pane e as comunicações das emergências não pudessem ser transmitidas?
Podemos começar nossas argumentações declarando que a sociedade teria a segurança fortemente abalada, haja vista os serviços de telecomunicação da Segurança Pública, não poderem prescindir de um ambiente de missão crítica, ou seja, de uma infraestrutura tecnológica projetada especificamente para evitar que qualquer falha em alguns dos sistemas, se houver, não possa chegar a comprometer a continuidade do funcionamento das operações, sendo esta, rapidamente solucionada.
Vamos verificar quem iniciou o Sistema de Missão Crítica no Brasil:
Os militares foram os pioneiros a empregarem, no Brasil, este sistema, também chamado de equipamentos de tolerantes a falhas, foram usados por volta da década de 1960.
Nos anos 1970 e 1980, os bancos e algumas corporações que lidavam com grande volume de informações e precisavam contar com um ambiente extremamente seguro, também passaram a utilizar equipamentos tolerantes a falhas.
Como seriam estes equipamentos?
São chamados de espelhados, ou seja, produziam-se dois equipamentos idênticos em uma mesma estrutura ou gabinete, sendo que um deles em atividade, enquanto o outro permanece a posto, pronto para ser usado a qualquer momento.
Se acontecer uma falha no equipamento que está em atividade, a sua cópia assume seu lugar, automaticamente, dando continuidade às operações como se nada tivesse acontecido.
ATENÇÃO:
Trabalhar sem poder falhar ou com falha imperceptível, gera um ambiente com tanta seriedade que o tempo em que todo sistema permanece ativo ou disponível tem índice na faixa de 99,9% a 99,99%, enquanto que os sistemas tolerantes a falha apresentam índice da ordem de 99,999%.
Comunicação crítica:
Acabamos de verificar que Sistemas de Comunicação em Segurança Pública não podem parar de funcionar, sendo ele tratado como uma missão crítica.
Nós compreendemos primeiro o que é missão crítica, agora vamos entender o que é a comunicação crítica.
Comunicação Crítica é sigilosa, constante e sem interferências, e não pode falhar ou ficar congestionada em momento algum.
Observou? 
A Missão Crítica é um ambiente tecnológico construído para evitar a paralisação de serviços e a Comunicação Crítica é o serviço que não pode parar.
ATENÇÃO:
Entendido isto, vamos reafirmar que o segmento comunicação, na Segurança Pública, não pode falhar. Já pensou se os rádios das viaturas policiais parassem de funcionar, como seria designada uma viatura para atender uma solicitação se o sistema está “fora do ar”, em área de sombra, ou interrompido?
Missão dos profissionais de Segurança Pública: 
Precisamos ter ciência que os profissionais de Segurança Pública têm a missão de proteger as pessoas, guardar os patrimônios, manter a ordem. 
Uma comunicação com falhas, entre o centro de comando e a equipe externa, pode gerar uma chegada tardia ao local da solicitação ou impedir que sejam passadas instruções sobre o procedimento a ser adotado pela equipe, sendo as consequências provavelmente drásticas.
A estrutura das telecomunicações no Brasil:
Para compreendermos melhor a estrutura das telecomunicações do nosso país, vamos verificar como tudo começou.
No Império: 
A primeira ferramenta tecnológica de comunicação à distância no Brasil foi o telégrafo elétrico, inaugurado em 1852, ligando o palácio da Quinta da Boa Vista ao Quartel de Polícia. O governo manteve em suas mãos toda iniciativa de instalação do telégrafo.
 
Em 1879, a empresa americana Bell Telephone Co., recebeu concessão para construir e operar linhas na capital do Império. Este apenas exerceu o poder normativo sobre a rede, que por definição legal era, de fato, sua propriedade.
No Brasil República: 
Com o fim da Monarquia no Brasil e o início da República, a telecomunicação ganha um crescimento acelerado, sendo um fator primordial a descentralização.
O princípio de descentralização político-administrativa, presente na Constituição de 1891, foi o principal responsável pela emergência de um conjunto de medidas referentes à área de telecomunicações, cujo traço comum era a atuação do setor privado em mercados fragmentados. Sob a égide da nova Carta, as unidades da federação passaram a dispor de políticas próprias para as telecomunicações e muitos estados reproduziram este espírito descentralizador para os municípios (Brasil, 1998, p. 11).
Na década seguinte, o crescimento foi acelerado e o desbravador Cândido Rondon, construiu as linhas Telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas, e a Repartição Geral dos Telégrafos construía linhas ao Sul e Oeste. Em 1928, a rede cabeada era de 55.859 Km, com 1.350 estações. 
Neste mesmo período, a infraestrutura do telefone era instalada por empresas estrangeiras somente nos grandes centros econômicos, onde o lucro era certo.
Comunicação sem fio:
Falaremos agora do uso de ondas eletromagnéticas para transmissão de sinais através do ar, ou seja, a radiocomunicação. Inicialmente teremos a radiotelegrafia e posteriormente a radiofusão.
Em decorrência de interesses militares, a radiotelegrafia foi monopolizada pelo Estado, servindo principalmente às comunicações marítimas.
A radiofusão, em seu início, transmitia programas culturais em prol do lazer e integração nacional. Em 1932, com a liberação da propaganda dos patrocinadores, transformou-se em uma poderosa ferramenta de divulgação de serviços e produtos de mercado.
Após verificarmos os dados históricos precedentes, é possível percebermos que a expansão dos serviços de telecomunicação no Brasil se deu através de fios metálicos dos telégrafos e telefones, bem como, sem fios com a radiotelegrafia e a radiofusão.
Em certos períodos, a falta de domínio tecnológico e a percepção do atraso, em relação aos outros países, pressionaram a abertura do setor à iniciativa privada, permitindo o estabelecimento de empresas estrangeiras no Brasil. Em outros momentos, prevaleceu à estatização dos serviços de telecomunicação, com a instituição de monopólios e restrições aos investimentos externos e privados.
Por último, temos o movimento Neoliberal, revitalizado na década de 1990 com o fim das barreiras impostas na guerra fria, definindo o modelo atual de livre competição e na diversidade de operadoras, como expressa a Lei Geral de Telecomunicações:
Art. 6° Os serviços de telecomunicações serão organizados com base no princípio da livre, ampla e justa competição entre todas as prestadoras, devendo o Poder Público atuar para propiciá-la, bem como para corrigir os efeitos da competição imperfeita e reprimir as infrações da ordem econômica (Brasil, 1998, p. 11).
O governo atualmente regula o setor para impediros preços abusivos e a deterioração dos serviços. Atualmente a Anatel, autarquia especial independente, regula os serviços de telecomunicações no Brasil, com a missão de promover o desenvolvimento e dotar o país de infraestrutura moderna que ofereça serviços de qualidade a preços justos.
Incentivo à livre concorrência:
Em poucas palavras, fizemos um breve histórico das telecomunicações, agora, iremos chamando a atenção para as dimensões continentais de nosso país, para a independência existente entre as três esferas de poder definidas pelo sistema federativo e para o incentivo à livre concorrência.
A livre concorrência acabou por favorecer a criação de sistemas isolados a partir de tecnologias incompatíveis, e este fato tem dificultado a integração das forças de Segurança Púbica em operações conjuntas em território nacional.
A Lei Geral das Telecomunicações, Lei Nº 9.472, de 16 de julho de 1997, no seu art 2º, reproduz os mesmos valores da competição e da diversidade de investimento, com o objetivo de garantir qualidade e preços baixos nos serviços contratados. 
Art. 2° O Poder Público tem o dever de: 
I - garantir, a toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em condições adequadas; 
II - estimular a expansão do uso de redes e serviços de telecomunicações pelos serviços de interesse público em benefício da população brasileira; 
III - adotar medidas que promovam a competição, a diversidade dos serviços, incremente sua oferta e propiciem padrões de qualidade compatíveis com a exigência dos usuários; 
IV - fortalecer o papel regulador do Estado; 
V - criar oportunidades de investimento e estimular o desenvolvimento tecnológico e industrial, em ambiente competitivo; 
VI - criar condições para que o desenvolvimento do setor seja harmônico com as metas de desenvolvimento social do país.
O incentivo expresso no inciso III, ligado à privatização do setor, acabou por incentivar a construção de redes federais, estaduais e municipais sem o estabelecimento de um padrão tecnológico que facilitasse o compartilhamento de recursos e a integração dos órgãos de Segurança Pública. 
Sendo este fato uma particularidade do Sistema de Comunicação da Segurança Pública no Brasil.
O meio mais eficaz:
No processo de escolha pela telecomunicação adequada para condução de missões de salvamento e segurança, o rádio foi agraciado, provavelmente a razão deve ter sido os baixos custos.
Para verificarmos a veracidade desta informação, basta observarmos as rotinas operacionais dos órgãos de Segurança Pública.
Exemplo:
Uma equipe externa pode ser acionada através do rádio, sem a necessidade de que estejam em uma base fixa, estabelecendo um canal de comunicação seguro e estável entre o local da operação e um centro de comando. E como vimos em situações de desastre ou incidente de segurança uma informação pode salvar vidas.
O grande problema gerado ao longo dos anos é a falta de integração dos Sistemas de Segurança Pública e já vimos o motivo (falta de padronização tecnológica).
A falta de integração é tão grave que, em alguns estados que investiram recentemente em novos sistemas de radiocomunicação, não planejaram ajustes de seus projetos, uns com os outros, desprezando a integração no próprio estado e também com a União.
Sem integração não há como buscar simetrias que facilitem as operações integradas ou a racionalização dos custos de manutenção do sistema.
Outra possibilidade de integração é a interoperabilidade. Isso mesmo, que palavra diferente e incomum não? Vamos entender o que significa a seguir.
Estamos às portas de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada e, nessas competições, a integração dos órgãos de Segurança Pública são vitais para o sucesso dos eventos, todos devem se comunicar (policia federal, civil, militar, bombeiros, guardas municipais, entre outros).
A palavra de ordem para integração é radiocomunicação:
Os últimos anos foram marcados por uma grande evolução tecnológica que permite a construção de sistemas de radiocomunicação com todas as características desejadas, ou seja, a integração atualmente é uma possibilidade real. 
As dificuldades a serem combatidas ainda são oriundas de vontades políticas dos governos locais e centrais, sendo esta em menor escala atualmente, e não de ausência de recursos tecnológicos. 
No dia 10 de setembro de 2012, tivemos o amistoso Brasil contra China, em Recife, no estádio popularmente conhecido como “Mundão do Arruda”. Este dia foi escolhido para fazer um teste piloto com o sistema de radiocomunicação, o objetivo era ver o funcionamento da comunicação integrada entre todos os órgãos que trabalhariam no evento e o teste foi muito positivo. 
A radiocomunicação está sendo testada visando à integração dos órgãos por ser mais barata e livre de incertezas de mau funcionamento como é o caso das operadoras de telefone e internet. 
É no contexto de comunicação crítica que os serviços públicos, tais como: Segurança Pública (polícias e bombeiros), Engenharia de Tráfego, Guarda Municipal, bem como outros órgãos, trabalharão em sua capacidade máxima para manter a segurança dos dois maiores eventos esportivos do mundo, logo, não pode haver falhas. 
Além disso, a radiocomunicação está presente em muitos serviços no Brasil, que vai de comunicação entre avião e torres de controle, até os mais simples serviços como o controle de uma ronda noturna de uma empresa, por exemplo. 
Esta tecnologia é eficiente e eficaz no cumprimento da missão.
A Interoperabilidade:
É a capacidade que componentes, dentro de uma infraestrutura de TI, têm de conversar entre si. Assim, com interoperabilidade garante-se que aplicações possam conversar de forma a trocar e a processar dados geridos por outras aplicações.
Vamos ser menos técnicos e usar uma linguagem mais fácil para nosso entendimento.
Podemos dizer que é a capacidade de integrar telefonia móvel, fixa, internet e radiocomunicação, ainda que de diferentes protocolos, na qual, em situações de emergência, redes diferentes sejam capazes de operar integradas. Esse sistema seria o ideal, integrar equipamentos com protocolos diferentes, fazendo com que eles se comuniquem, podemos dizer que é “surreal”.
E a comunicação via satélite?
Há uma inviabilidade dessa comunicação para nosso país, pois ela apresenta elevados custos na construção, na projeção, no espaço e na manutenção de um satélite. Ela seria perfeita, haja vista não depender de cabos, e toda informação emitida pode ser recebida em qualquer região do planeta.
Em contrapartida, a radiocomunicação não depende de cabo, é mais barata, contudo, não chega a qualquer região do planeta, mas é eficiente e eficaz para o cumprimento da missão.
Nesta aula, estudamos a importância da comunicação crítica e missão crítica, estendemos que a radiocomunicação é a forma mais barata e segura de integrar os órgãos que labutam na Segurança Pública e que trabalharam na Copa do Mundo e Olimpíadas, e por fim, entendemos o significado de interoperabilidade.
Conclusão:
As telecomunicações são essenciais para a atividade de Segurança Pública.
Atualmente, os progressos tecnológicos têm revolucionado o mundo, o processo de comunicação tem alcançado distâncias antes inimagináveis e sem o uso de redes cabeadas.
Em meio a toda essa evolução, a radiocomunicação persiste em ser agraciada como a escolhida para comunicação das centrais de operação com as equipes de campo.
Com base no que refletimos nesta aula, pense na seguinte questão: porque no Brasil, a radiocomunicação é uma ferramenta fundamental para a Segurança Pública.
AULA 07
O Sistema de Informação.
Introdução:
Você sabia que a humanidade, desde os primórdios, percorre o caminho da busca pelo conhecimento? Que a inquietude do ser humano por explicações conduziu-o a aceitar vários tipos de conhecimentos para apropriar-se da realidade que é complexa? E que, nesta busca, diversas etapas foram essenciais para a consolidação do conhecimento da realidade com fundamentação científica? Se você não tinha

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