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DIREITO EMPRESARIAL I AULA 05 Sociedades Personificadas e Desconsideração da Personalidade Jurídica SOCIEDADE É UMA PESSOA JURÍDICA PESSOA NATURAL PESSOA JURÍDICA O QUE É SOCIEDADE ? É uma pessoa jurídica que poderá praticar todo e qualquer ato ou negócio jurídico, desde que não haja proibição expressa. Sociedade é um contrato celebrado entre pessoas físicas e/ou jurídicas, ou somente entre pessoas físicas (art.1.039), por meio do qual esta se obrigam reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilhar, entre si, os resultados. (Ricardo Negrão) Art. 985 CC - A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. SOCIEDADE É UMA PESSOA JURÍDICA DIR.PÚBLICO DIR. PRIVADO SEM ATIV. ORGANIZADA SOC. SIMPLES COM ATIV. ORGANIZADA SOC. EMPRESÁRIA SEM FIM LUCRATIVO COM FIM LUCRATIVO INT.PÚBLICO INT. SÓCIOS DIREITO EMPRESARIAL Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. DIREITO EMPRESARIAL Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. EX.: Santa Sé, ONU, OEA, OIT... A pessoa jurídica estrangeira é constituída conforme a lei do local de sua constituição e, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do poder executivo, funcionar no país, ainda que por estabelecimento subordinados (art. 1.134 CC) DIREITO EMPRESARIAL Art. 43 do Código Civil - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo DIREITO EMPRESARIAL Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) DIREITO EMPRESARIAL CONCEITOS: SOCIEDADE EMPRESÁRIA - “é uma pessoa jurídica do direito privado que atende aos interesses e seus membros atuando com objetivo de lucro e que exerça atividade economicamente organizada.” - “Consiste num conjunto de pessoas ou de bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, para a consecução de fins comuns.” - “São pessoas jurídicas de direito privado constituídas por pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens para o exercício de atividade econômica organizada.” DIREITO EMPRESARIAL Os sócios da sociedade empresária são empreendedores ou investidores, de acordo com a colaboração dada à sociedade. • Os empreendedores, além de capital, costumam devotar também trabalho à pessoa jurídica, na condição de seus administradores, ou as controlam; • Os investidores limitam-se a entrar somente com o capital. DIREITO EMPRESARIAL SOCIEDADE E A NOMENCLATURA EMPRESA FIRMA E COMPANHIA ASSOCIAÇÃO SOCIEDADE PESSOA JURÍDICA SEM FIM LUCRATIVO ATIVIDADE NOME EMPRESARIAL DIREITO EMPRESARIAL PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA • A sociedade empresária tem personalidade jurídica distinta dos seus sócios; são pessoas inconfundíveis, independentes entre si. • A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem. Art. 985 Cód. Civil “ A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).” Art.45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando - se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. ÓRGÃO REGISTRAL Art. 1.150 Cód. Civil “O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro (...)” ÓRGÃO REGISTRAL SOCIEDADES: EFEITOS DA PERSONALIDADE JURÍDICA EFEITOS DOMICÍLIO NACIONALIDADE TITULARIDADE NEGOCIAL AUTONOMIA PATRIMONIAL LEGITIMIDADE PROCESSUAL DIREITO EMPRESARIAL TITULARIDADE NEGOCIAL • Quando a sociedade empresária realiza negócios jurídicos, embora o faça pelas mãos de um representante legal, é ela, pessoa jurídica, como sujeito de direito autônomo, personalizado, que assume um dos pólos da relação negocial. • O eventual sócio que a representou não é parte do negócio jurídico, mas sim a sociedade. TITULARIDADE PROCESSUAL • A pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo; tem capacidade para ser parte processual. • A ação referente a negócio da sociedade deve ser endereçada contra a pessoa jurídica e não aos seus sócios ou representantes legais. • Quem outorga mandato judicial, recebe citação, recorre, é a sociedade, pois ela tem autonomia própria RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL • A sociedade empresária terá patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de cada um dos sócios. • A sociedade responderá com seu patrimônio pelas obrigações que assumir. • Os sócios em regra não responderão pelas obrigações da sociedade, somente em hipóteses excepcionais, poderá ser responsabilizado. Princípio da autonomia patrimonial Quando a sociedade faz o arquivamento dos seus atos constitutivos no órgão competente, nasce a pessoa jurídica, que passa a ter existência própria distinta da pessoa de seus sócios. Essa independência diz respeito sobretudo às questões patrimoniais, ou seja, os bens, direitos e obrigações da sociedade empresária não se confundem com os de seus acionistas. A Sociedade assume direitos e obrigações, e por eles responde sem o comprometimento ou vinculação do patrimônio dos sócios. DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA SÓCIO “B” SÓCIO “A” DESCONSIDERAÇÃO CREDOR “X” DIREITO EMPRESARIAL NOÇÕES DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA No início do XIX, em 1809, as Cortes norte-americanas já admitiam a responsabilidade pessoal dos sócios, a fim de evitar manobras fraudulentas, ainda que por ato praticado em nome da pessoa jurídica. No Brasil a desconsideração da personalidade jurídica passou a ser utilizada após artigo escrito por Rubens Requião, no final dos anos 60, publicado na Revista dos Tribunais 410/2, sob o título “Abuso de Direito e Fraude Através da Personalidade Jurídica” DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - TEORIA MAIOR E TEORIA MENOR. Parte da doutrina, defende a divisão da teoria da desconsideração em teoria maior e teoria menor. Teoria maior - (concepção subjetiva), a personalidade jurídica pode ser desconsiderada sempre que se provar a existência de fraude, em sentido lato. Teoria menor - (concepção objetiva), a fraude é irrelevante, bastando para sua aplicação, a comprovação da simples insatisfação do crédito. DIREITO EMPRESARIAL TEORIA SUBJETIVA E TEORIA OBJETIVA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Na teoria subjetiva é necessário a comprovação inequívoca de uma intenção de prejudicar o credor, tornando-se difícil a aplicação da desconsideração. A teoria objetiva não é preciso demonstrar a intenção de usar a pessoa jurídica de forma fraudulenta, bastando verificar se houve o desvio de finalidade e a confusão patrimonial. DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA Uma vez detectada a fraude aos credores, desconsidera- se a pessoa jurídica para atingir o patrimônio dos sócios envolvidos na fraude, preservando o princípio maior na relação jurídica, que é o princípio da boa-fé garantindo os direitos dos credores. Fábio Ulhôa Coelho (1989, p. 92): “O juiz pode decretar a suspensão episódica da eficácia do ato constitutivo da pessoa jurídica, se verificar que ela foi utilizada como instrumento para a realização de fraude ou de abuso de direito”. DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA CONCEITO - Entende-se por Desconsiderar a Personalidade Jurídica de determinada sociedade, quando a mesma estiver ocupando o polo passivo de uma relação processual, onde deseja se afetar o sócio que, sob o véu da sociedade praticou o ato lesivo ao credor, através da fraude. Requião (2015, p.484), esclarece que “não se trata de considerar ou declarar nula a personificação, mas de torná-la ineficaz para determinados atos”. Nesta situação retira-se o véu que separa o sócio da sociedade e se tem como único objetivo alcançar o patrimônio do(s) sócio(s) e devolver a situação no estado natural, ficando assim desconsiderada a Personalidade Jurídica por pouco tempo. DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL LEGISLAÇÃO QUE TRATA DA DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA : Art. 28 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90); Art. 18 da Lei Antitruste (Lei de Infrações à Ordem Econômica – LIOE – Lei n. 8.884/1991); Art. 4º da lei protetora do meio ambiente (Lei n. 9.605/1998), Art. 50 do Código Civil (dispositivo, aliás, inspirado na formulação objetivista de Fábio Comparato) DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 28 do CDC, “O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.” § 5º, “Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.” DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA – Art. a Lei Antitruste (Lei8.884/94) que determinava em seu art. 18 (revogado posteriormente pelo art. 34 da Lei 12.529/2011: “A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica, provocados por má administração.” DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) foi a seguinte na cronologia de cristalização legislativa do instituto, dispondo em seu art. 4º: “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente” DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 50 do CC/2002, ao tratar da teoria da desconsideração trouxe de forma mais abrangente, conforme dispõe: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA As condições para a desconsideração da personalidade jurídica regida pelo o CC/2002 são distintas das do CDC (lei 8.078/90), pois: • A lei 8.078/90 - traz hipóteses mais amplas, sendo a simples existência de prejuízo patrimonial para o consumidor é suficiente para autorizar a desconsideração da personalidade jurídica • ao passo que o CC/2002 permite a desconsideração apenas em casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, prescinde de prova de abuso da personalidade ou desvio de finalidade nos litígios entre empresários. (art. 187 e 188,I do CC/2002) DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA O Enunciado 283 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal dispõe que é cabível quando se faz necessário alcançar bens do sócio, pessoa física, que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízos a terceiros. (Jornada de Direito, 2007, p.36) Somente com a vigência do CPC/2016 é que veio suprir esta lacuna, trazendo os dispositivos legais, especificamente os arts. 133 a 137, pois não existia lei regulamento, era tratado apenas pela doutrina e jurisprudência que admitiam e tratavam do tema. DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA INVERSA O art. 133, determina que: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1° O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2° Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL RESPONSABILIDADE DIRETA Quando os sócios praticam atos ilícitos ou com infração dos estatutos ou contrato social, não é necessário a desconsideração da personalidade jurídica para responsabilizar os sócios, a responsabilidade recairá diretamente nos seus sócios. Somente é cabível falar em desconsideração da personalidade jurídica quando a responsabilidade pelo ato não puder ser imputada diretamente ao sócio, administrador. DISCIPLINA DIREITO EMPRESARIAL Questão Objetiva - da aula 05 01- Questão Objetiva: Sobre o exercício da atividade empresarial exercido por um empresário individual é correto afirmar: a)( ) é equiparado legalmente a sociedade empresária; b)( ) ao possuir um cadastro de CNPJ, limita sua responsabilidade; c)( ) possui responsabilidade limitada; d)( ) assume responsabilidade pessoal com todos os seus bens em caso de insucesso da atividade empresarial; e)( ) Todo Empresário Individual, atualmente e por força de lei é EIRILI, não respondendo com seu patrimônio pessoal de forma alguma. Questão Objetiva 02- Quanto à Teoria da Superação ou Desconsideração da Personalidade Jurídica, podemos afirmar que : a) ( )não é aceita em nosso direito; b) ( )é aceita e aplicável nos casos de responsabilidade penal e não aos de responsabilidade civil dos dirigentes; c) ( )tem aplicação restrita às relações de consumo; d) ( )não tem aplicação em sociedades contratuais; e) ( )foi desenvolvida pela jurisprudência e tem como pressuposto a fraude e o abuso de direito. ( Art. 50 do CC ) Caso Concreto – 05 Antônia é sócia de uma sociedade empresária limitada, com sua irmã Adalgisa, no ramo de vendas de roupas e acessórios multi marcas. A sociedade passa por uma crise financeira, devendo a vários fornecedores, embora seus impostos estejam em dia, bem como as suas obrigações trabalhistas. A sociedade foi executada por um dos fornecedores. Antônia possui bens particulares e consulta você, advogado (a) no ramo societário, se neste caso, responderá com seus bens pessoais. Caso Concreto C & Cia Materiais de Construção Ltda. propõe execução, fundada em título executivo judicial em face de ?Porcelana do Norte Ltda.. Diante da insuficiência de bens de propriedade da executada, a exequente requer a desconsideração da personalidade jurídica para atingir os bens dos sócios, pois, com abuso de gestão, a sociedade foi utilizada para frustrar o cumprimento das obrigações com a parte credora. Aduz, ainda, que a sociedade não passa de entidade de existência meramente formal, utilizada como meio de exercício no mundo dos negócios com limitação das responsabilidades pelas obrigações que, na realidade são dos sócios. O exequente apresenta, através de prova documental, elementos que confirmam o abuso de gestão. Trata-se de situação que ensejaria a aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica?
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