Sociedades empresarias

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Questionário para Avaliação 
Disciplina: Sociedades Empresárias 
Professora: Kátia Tolentino Gusmão 
Acadêmico: Mário Cézar de Albuquerque Paiva 
Matrícula: 04061317 
Data: 25.04.2020 
 
1. Dê o conceito de Sociedades Empresárias. 
 
Sociedades empresárias são as entidades dotadas de personalidade jurídica e 
patrimônio próprio, resultantes do acordo de vontades de duas ou mais pessoas que 
reúnem capital e trabalho para exercer atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens e serviços. 
 
2. Dentro dos elementos de uma Sociedade, elenque os elementos gerais e 
os específicos, exemplificando cada um. 
 
Elementos Gerais: 
a) Consenso – Todos os sócios de uma empresa que busca sustentabilidade, 
entram em comum acordo sobre qual prática empresarial irá contribuir para a 
proteção do meio ambiente. 
b) Objeto lícito – A sociedade não pode ter como atividade a aquisição e 
comercialização de drogas, por tratar-se de atividade proibida por lei, qual seja, o 
tráfico de drogas. 
c) Forma - Compra de um sorvete de vendedor ambulante. 
 
Elementos Específicos: 
a) Contribuição para o Capital Social – Uma empresa possui dois sócios. O 
sócio nº1 contribui com R$60.000,00 em dinheiro. O sócio nº 2 contribui com um 
carro de R$30.000,00 mais R$10.000,00 em dinheiro. Dessa forma, o Capital inicial 
da empresa é R$100.000,00, ou seja, a soma do valor dos bens. 
b) Participação nos lucros e nas perdas – Seguindo o exemplo anterior, o 
Sócio nº1 tem participação de 60% e o sócio nº2 tem participação de 40% na 
empresa. 
c) Affectio Societatis – Dois sócios decidem criar uma empresa sustentável. 
d) Pluralidade de Partes – A empresa sustentável que possui dois sócios. 
 
3. No ato constitutivo – Natureza Jurídica, nos deparamos com algumas 
teorias. Explique as Teorias Contratualistas e a Teoria do Ato Institucional. 
 
As Teorias Contratualistas defendem a tese de que os contratos constitutivos 
das sociedades possuem as mesmas características dos demais contratos 
do Direito Privado, chegam inclusive a defender a bilateralidade e, até mesmo 
possíveis antagonismos, dentro da sociedade. 
A Teoria do Ato Institucional se traduz no interesse da manutenção da 
atividade empresarial, com o objetivo de assegurar estabilidade econômica a partir 
da proteção à falência. 
 
4. Dentro da Personalidade Jurídica das Sociedades, responda o seguinte: 
 
a) Qual é a função das Pessoas Jurídicas? 
 
A razão de ser, das pessoas jurídicas, está na necessidade ou conveniência de 
as pessoas singulares combinarem recursos de ordem pessoal ou material para a 
realização de objetivos comuns, que transcendem as possibilidades de cada um dos 
interessados por ultrapassarem o limite moral da sua existência ou exigirem a prática 
de atividades não exercitáveis por eles. 
 
b) Quando se dá o início da Personalidade Jurídica? 
 
A personalidade jurídica de uma sociedade se inicia com a constituição da 
sociedade, que nasce do encontro de vontade de seus sócios e se concretiza por 
meio de um contrato social ou estatuto. 
 
c) No estudo das Teorias sobre a Pessoa Jurídica discorra sobre a Teoria 
da Realidade Técnica. 
 
A Teoria da Realidade Técnica foi desenvolvida a partir dos acertos e das 
críticas das teorias da ficção e da realidade orgânica. Atualmente é a teoria mais 
aceita pela doutrina, pois conhece a atuação social da pessoa jurídica, admitindo 
ainda que a sua personalidade é fruto da técnica jurídica. 
 
d) Quais as consequências da Personificação? Responda de forma 
minuciosa e técnica. 
 
A personalidade jurídica é uma técnica jurídica que visa a alcançar determinados 
fins práticos. As Pessoas Jurídicas possuem um nome próprio, pelo qual se vinculam 
no universo jurídico, não sendo necessário usar o nome de algum sócio; pode lhes 
ser reconhecida uma nacionalidade, mas não é reconhecida para as sociedades de 
fato; possuem domicílio próprio, cuja importância é fundamental na órbita tributária e 
na definição do foro competente para ações contra a sociedade; possuem aptidão 
para ser parte em contratos de per si, não necessitando de firmar contratos no nome 
de seus membros, porquanto a sociedade possui capacidade de fato e de direito 
para firmar seus negócios jurídicos; podem ser parte em processos; possui 
existência distinta da dos seus sócios; autonomia patrimonial, isto é, a existência de 
um patrimônio próprio, o qual responde por suas obrigações. 
 
5. O que se entende por Desconsideração da Personalidade Jurídica? 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica é o "afastamento" da 
personalidade jurídica de uma sociedade. Dessa forma, desconsidera-se a 
personalidade jurídica para atingir o patrimônio pessoal de seus sócios quando a 
sociedade é utilizada como instrumento para a fraude, abuso de direito, for obstáculo 
ao ressarcimento de prejuízos causados a consumidores, meio ambiente, ilicitudes, 
(falência, insolvência e encerramento irregular decorrentes de má administração - no 
sentido de irregularidade -, fraude, dolo). 
 
6. Trace brevemente a origem histórica da Desconsideração. 
 
Parte da doutrina entende que o primeiro caso de aplicação da 
Desconsideração da Personalidade Jurídica, ocorreu nos Estados Unidos da 
América em 1809, com o caso Bank of United States vs. Deveaux, onde o juiz 
considerou as características individuais dos sócios. Entretanto, não se trata 
propriamente de um caso principal a respeito da desconsideração da pessoa 
jurídica, mas apenas de uma primeira manifestação, que olhou além da pessoa 
jurídica e considerou as características individuais dos sócios. 
Mas para maioria da doutrina, o julgamento do caso Salomon X Salomon Co na 
Inglaterra em 1897, onde o empresário Aaron Salomon foi julgado responsável 
pelos débitos de sua empresa, foi considerado o primeiro caso de aplicação da 
Desconsideração da Personalidade Jurídica. 
No Brasil, a Desconsideração da Personalidade Jurídica, foi apresentada em 
1969 por Rubens Requião como a superação para o conflito entre as soluções 
éticas, que questionam a autonomia patrimonial da pessoa jurídica para 
responsabilizar sempre os sócios, e as técnicas que se apegam inflexivelmente ao 
primado da separação subjetiva das sociedades. 
Porém, somente na década de 1990, foi efetivamente positivada no Código de 
Defesa do Consumidor (CDC) dispondo em seu artigo 28 que “o juiz poderá 
desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do 
consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato 
ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social”; e posteriormente, no Código Civil 
de 2002 que em seu artigo 50 estabeleceu que “em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o 
juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 
processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios 
da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso”. 
 
7. Quais são os requisitos para a Desconsideração? Responda de forma 
detalhada. 
 
Na Teoria Maior Subjetiva, o pressuposto fundamental da desconsideração é o 
desvio da função da pessoa jurídica, que se constata na fraude e no abuso de direito 
relativos à autonomia patrimonial, pois a desconsideração nada mais é do que uma 
forma de limitar o uso da pessoa jurídica aos fins para os quais ela é destinada. 
A fim de desconsiderar o fenômeno da personificação, é necessária a 
existência de uma pessoa jurídica, e o patrimônio dos sócios ou administradores 
responda pelas obrigações contraídas em nome da sociedade e não se trate de 
responsabilização direta do sócio, por ato próprio. 
Mas para que isso ocorra, é necessário que se configure a fraude, que é 
atitude ilícitamaliciosa para prejudicar terceiros; ou o abuso de direito, que a 
princípio lícito, mas que foge a sua finalidade social, e sua prevalência gera um mal-
estar no meio social; relacionado à autonomia patrimonial que só subsiste quando 
ela não se confunde com os sócios e quando não é utilizada para fins não 
merecedores de tutela de acordo com o ordenamento jurídico.