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DESCONSIDERACAO DA PESSOA JURIDICA

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JURISPRUDÊNCIA: PESSOA JURÍDICA
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA
JURÍDICA
ITABUNA - BAHIA, BRASIL
NOME COMPLETO DOS DISCENTES:
AISHA RODRIGUES, GISELLE DUTRA,
JHONYS NEVES, KAILANE MIRANDA,
LETYCIA GABRIELE E PEDRO WANDERLEY
DATA DA ENTREGA: 05/08/2022
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I
DOCENTE: CAROLINE BRAULIO
2° SEMESTRE – MATUTINO – CURSO DE DIREITO
ITABUNA - BAHIA, BRASIL
1. PESSOA JURÍDICA
Em definição obtida por Asdrubal Franco Nascimbeni, pessoa jurídica é um grupo de
pessoas, ou conjunto de bens, ao qual o Estado reconhece a aptidão para ser sujeito de
direitos e obrigações, com existência distinta da de seus membros e com a função social de
realizar também os interesses da coletividade, especialmente o dever de contribuir com a
arrecadação de tributos, ou seja, a pessoa jurídica possui uma importante missão social a
cumprir, que é a do atendimento de interesses não apenas de seus sócios, mas também de
toda a comunidade. O Estado confere personalidade com este fim e não para a facilitação
de fraudes e falcatruas.
Pessoa jurídica é uma ficção jurídica instituída pela lei para suprir a inquietação humana.
Permite que os empresários enfrentem os desafios e a álea inerentes à prática comercial.
Para abrir um comércio ou uma indústria os sócios se expõem a riscos de vários matizes,
que podem redundar em dilapidação patrimonial.
Os sócios da pessoa jurídica passam a atuar no mundo dos negócios com personalidade
distinta da natural. Podemos dizer que a personalidade da pessoa jurídica tem o efeito de
escudo do patrimônio pessoal do sócio. A pessoa jurídica é uma máscara, um biombo, atrás
do qual são ocultados os verdadeiros protagonistas das relações jurídicas.
Tem-se então, no ordenamento jurídico nacional, dois tipos de pessoa: a pessoa natural do
sócio e a pessoa jurídica. Dessa bipartição advém o princípio da separação patrimonial
entre os bens do sócio e os bens da sociedade, o qual possui a prerrogativa de limitar a
responsabilidade do sócio, resguardando o seu patrimônio pessoal de eventuais infortúnios.
Oferece, portanto, segurança ao sócio ao mesmo tempo em que estimula o investimento.
— FATIMA NANCY ANDRIGHI Ministra do Superior Tribunal de Justiça
A pessoa jurídica é distinta de seus sócios, é titular de direitos e obrigações, tem patrimônio
próprio, que não se confunde com o dos membros, pode contratar, estar em juízo, e é de
todos conhecida sua existência pela publicidade que decorre do registro, com o que se dá
maior garantia a interesses de terceiros que com tais organizações estabeleçam relações
negociais.
— SZTAJN, Rachel. Desconsideração da personalidade jurídica. Doutrinas Essenciais de
Direito do Consumidor 5/1357, abr. 2011.
O jurista de escol Orlando Gomes ao tratar acerca "DAS PESSOAS JURÍDICAS" (in
Introdução do Direito Civil, p. 209/210) leciona magistralmente:
"Não são apenas as pessoas naturais que podem ser sujeitos de direito. Entes formados
pelo agrupamento de homens, para fins determinados, adquirem personalidade distinta dos
seus componentes. Reconhece-lhes a lei a capacidade de ter direitos e contrair obrigações
2. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA .
Para fins de conceituação, a teoria da desconsideração da personalidade jurídica é
conhecida como aquela que permite ao juiz desconsiderar a autonomia jurídica da
personalidade da empresa e da personalidade de seus sócios, toda a vez que a sociedade
tiver sido utilizada para fins ilegais ou que acarretem prejuízo a seus credores.
O juiz pode determinar a constrição sobre os bens dos sócios para pagar dívida da
empresa, ou também sobre os bens da empresa para pagar dívidas particulares dos sócios,
ou, ainda, sobre bens de uma empresa para pagar dívidas de outra empresa do mesmo
grupo.
Domingos Afonso Kriger Filho (in "Aspectos da Desconsideração da Personalidade
Societária na Lei do Consumidor" p. 21), sintetizando doutrina com maestria:
"A desconsideração da pessoa jurídica significa tornar ineficaz, para o caso concreto, a
personificação societária, atribuindo-se ao sócio ou sociedade condutas que, se não fosse a
superação, seriam imputadas à sociedade ou ao sócio respectivamente. Afasta a regra
geral não por inexistir determinação legal, mas porque a subsunção, do concreto ao
abstrato, previsto em lei, resultaria indesejável ou pernicioso aos olhos da sociedade."
Essa teoria corresponsabiliza os patrimônios, isto é, afasta o princípio da autonomia
patrimonial entre os bens dos sócios e os bens da sociedade.
Nesse sentido, é importante delimitar a aplicação da teoria da separação ou autonomia dos
patrimônios, salientando-se que a lei só protege a separação enquanto a pessoa jurídica
operar licitamente.
Assim, a distinção da personalidade da pessoa natural e da pessoa jurídica só se opera
enquanto não prejudicar ou causar danos aos credores. Tal afirmação traz no seu bojo o
fundamento da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, qual seja: a ausência
de prejuízo na utilização da ficção jurídica.
A personificação tem seus limites que são a ocorrência da fraude e ou do abuso do direito
de personificação.São várias as hipóteses em que a fraude é flagrante e que permitem a
desconsideração direta da personalidade jurídica, evidenciando a aplicação da teoria maior,
adotada em caráter predominante pela jurisprudência e doutrina brasileiras, fundada na
fraude e preservação do princípio da autonomia patrimonial.
Cite-se como exemplo da adoção da teoria maior o caso da sociedade anônima falida
utilizada por sócios controladores, diretores e ex-diretores para fraudar credores. O juiz
falimentar determinou, de ofício, na própria sentença declaratória de falência, medida
cautelar de indisponibilidade de bens dos sócios fraudadores (REsp 370.068/GO, de minha
relatoria, julgado em 16/12/2003).
Pode ocorrer a desconsideração “inversa” quando o sócio se utiliza da sociedade como
escudo de proteção, escondendo nela seus bens pessoais. Exemplo muito freqüente que
permite a desconsideração “inversa” é o do cônjuge que pretende se separar e se empenha
em esvaziar o patrimônio do casal, transferindo os bens para uma sociedade. Quando do
desfecho do matrimônio, a meação do cônjuge burlado restará dissipada.
A desconsideração indireta da personalidade jurídica é aquela que ocorre quando diante da
criação de constelações de sociedades coligadas, controladoras e controladas, uma delas
se vale dessa condição para fraudar seus credores. A desconsideração se aplica então a
toda e qualquer das sociedades que se encontre dentro do mesmo grupo econômico, para
alcançar a efetiva fraudadora que está sendo encoberta pelas coligadas.
São várias as leis que prevêem expressamente a aplicação da teoria da desconsideração
quando se verifica o prejuízo causado pela pessoa jurídica. Na CLT , no CTN, na Lei
Ambiental, no CDC, na prevenção contra infrações à ordem econômica, fiscalizada pelo
CADE e, mais recentemente, no CC/2002.
Dessas previsões legais, passa-se à análise do instituto da desconsideração da
personalidade jurídica sob o prisma do CC/2002 e do CDC.
O CC/2002 prevê que o abuso da personalidade jurídica se refere ao excesso de poder
praticado pelos sócios na administração da que viola a finalidade constante do estatuto ou
do contrato social da pessoa jurídica. O abuso pressupõe sempre a ausência de boa- fé
diante do prejuízo
O art. 28 do CDC enumera como hipóteses de aplicação da desconsideração da
personalidade jurídica o abuso de direito, o excesso de poder;a infração à lei; o fato ou ato
ilícito (ato desvirtuado em sua finalidade), a violação dos estatutos ou do contrato social, a
falência ou o estado de insolvência, o encerramento ou a inatividade provocados por má
administração.
A aplicação da teoria da desconsideração se caracteriza pela efemeridade, que permite, de
forma passageira, sem desconstituir, sem dissolver, nem liquidar a sociedade, tornar
momentaneamente ineficaz o limite que distingue o patrimônio da sociedade com o
patrimônio dos sócios para cumprir compromissos assumidos em nome da pessoa jurídica.— FATIMA NANCY ANDRIGHI Ministra do Superior Tribunal de Justiça
3. JURISPRUDÊNCIA
TJSP - PESSOA JURÍDICA - Desconsideração da personalidade jurídica - Grupo societário
- Responsabilidade subsidiária - Aplicação da teoria quando o consumidor sofreu prejuízos,
diante da manifesta insuficiência de bens do patrimônio da empresa que contratou -
Insuficiência da simples comodidade ou conveniência do credor para dirigir sua escolha
contra a sociedade controlada, em lugar da controladora, ou vice-versa.
TJRS - SOCIEDADE COMERCIAL - Teoria da desconsideração da pessoa jurídica -
Aplicação - Empresa controladora - Falência da controlada - Negócios realizados pela falida
graças ao ostensivo apoio extracontratual que a primeira dava perante o público interessado
- Suposto proveito econômico indevidamente auferido pela controladora - Coobrigação
reconhecida pelas consequências do inadimplemento da contraente direta - Exclusão da
lide inadmissível - Declaração de voto.
É oportuno ressaltar que a jurisprudência trabalhista se tem pronunciado no sentido de que
os bens dos sócios respondem pelos débitos da sociedade de que os mesmos participem:
EXECUÇÃO. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO. No âmbito do Direito do Trabalho, em face
do princípio da despersonalização do empregador, fica o sócio obrigado a indicar bens livres
e desembaraçados da sociedade, na forma do parágrafo 1o. do art. 596 do CPC, sob pena
de serem executados seus bens pessoais. Desconsidera-se, no caso, a personalidade
jurídica da sociedade ( "disregard of legal entity") para responsabilizar diretamente o sócio
pela lesão de direito para a qual contribuiu e da qual se locupletou. Inidônea
economicamente a empresa, devem os sócios ser chamados a responder pelas obrigações
trabalhistas inadimplidas, considerando que o empregado não corre o risco do
empreendimento e deve encontrar no patrimônio dos beneficiários diretos de sua prestação
de serviços a garantia da satisfação dos direitos inobservados na vigência do contrato.
Conforme a lição consagrada de Arion Sayão Romita "a limitação da responsabilidade dos
sócios é incompatível com a proteção que o Direito do Trabalho dispensa aos empregados;
deve ser abolida nas relações da sociedade com seus empregados de tal forma que os
créditos dos trabalhadores encontrem integral satisfação, mediante a execução subsidiária
dos bens particulares dos sócios". Cabe ressaltar que a legitimidade da penhora efetuada
sobre os bens do sócio encontra sólido respaldo nas disposições do art. 10 do Decreto
3.708/19, que regula as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, sempre que
constatada a ocorrência de atos praticados com violação da lei ou do contrato, hipótese na
qual se insere, indiscutivelmente, a infringência de preceitos da legislação trabalhista.
Nesse mesmo sentido, pode ser invocado o disposto no art. 135 do CTN e no artigo 4o. da
Lei 6.830/80. Acórdão: 19990432158, Turma: 8a. TRT/SP, Data julg. 05.08.99, Data de
Pub.: 14.09.99, Processo: 02980577850, Relatora: Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva.
Atribui-se a responsabilidade do sócio, com seus bens particulares, pelos débitos da
sociedade, seja pelos seus atos faltosos (art. 10, do Decreto 3.708/1919), seja pela sua
responsabilidade "in vigilando" e "in elegendo" (art. 293, do C. Comercial) ou, ainda, pela
despersonalização da pessoa jurídica (art. 135, do CTN, art. 28, do CDC e arts. 16, 17 e 18,
da Lei 8.884/94). Imperioso, todavia, que à época da relação de trabalho o sócio detivesse
tal qualidade na empresa 9AP 75/98), Ac. 4a. T 10.081/98). Rosemarie D. Pimpão - TRT -
PR. (In nova jurisprudência em direito do trabalho - Valentim Carrion, p. 224).
4. CONCLUSÃO
Em síntese, ao exposto, é necessária atenção acerca das nuances específicas, postadas
em sua singularidade, de forma que, sempre ocorra o ressarcimento da parte lesada,
independentemente da causa da dissolução da sociedade anteriormente responsável pelos
dividendos sob tutela do Art. 596, § 1 do Código Processo Civil, que prevê o uso dos bens
da empresa, se estes forem suficientes para quitação da dívida, antes do uso da
propriedade particular do(s) sócio(s) envolvidos. Entretanto, é exigida cautela ao se utilizar
do recurso da descaracterização de personalidade jurídica, pois, a leviandade de tal ato se
tornaria desencorajamento àqueles que fazem do empreendedorismo sua principal fonte de
renda, dessa forma, o Estado se vê defensor dos que estão dispostos a investir recursos
financeiros em um bem de forma a realizar um ideal final, e aqueles que não dispõem de
parte desse bem, contudo, utilizam de seu tempo e esforço, para quaisquer que seja sua
função, geralmente limitada em quesito hierarquia, com objetivo de receber compensação
financeira pelo trabalho realizado.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOMES, Orlando. INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL. 6a. edição. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 1979.
DINIZ, Maria Helena. CURSO DE DIREITO CIVIL BRASILEIRO, 1o. Volume, São Paulo,
Editora Saraiva.
AMARO, Luciano. Desconsideração da Pessoa Jurídica no Código de Defesa do
Consumidor. Ajuris, Vol. 20, N 58, P 69 A 84, Julho, 1993.
KRIGER FILHO, Domingos Afonso. Aspectos da Desconsideração da Personalidade
Societária na Lei do Consumidor. Revista Jurídica. Porto Alegre, Vol. 42, N 205, P 17 a 27,
Novembro, 1994.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, V. I. 22a. edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1991.
PARAÍBA, Tribunal de Justiça. João Pessoa: REVISTA DO FORO, V. 104, 1999. COELHO.
Fabio Ulhoa. Lineamento da Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica, Revista do
Advogado, AASP, 1992, no. 36.
SZTAJN, Rachel. Desconsideração da personalidade jurídica. Doutrinas Essenciais de
Direito do Consumidor 5/1357, abr. 2011.
KRINGER, Domingos Afonso Filho (in "Aspectos da Desconsideração da Personalidade
Societária na Lei do Consumidor" p. 21)
ANDRIGHI, Fátima Nancy. Ministra do Superior Tribunal de Justiça, citações de

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