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HEMORRAGIA PÓS-PARTO: RELEVÂNCIA E DESAFIOS 1 https://www.youtube.com/watch?v=gS7fCvCIe1k Nunca trate a HPP sem simultaneamente investigar o foco do sangramento. A embolização não está indicada nos casos de hemorragia maciça aguda. Gestantes com placenta prévia e cesariana anterior parto em serviço terciário. Se necessário mais de uma droga para tratar a atonia uterina, fique a beira do leito da paciente até a resolução da hemorragia. NÃO SE AFASTE! Se a paciente está oligúrica, a furosemida não é a resposta. Ela está hipovolêmicas! Ter protocolos de transfusão maciça baseado nos protocolos do trauma: Faça isso agora! Clark et al Obstet Gynecol 2012; 119:360 RELEVÂNCIA DA HEMORRAGIA PREVENINDO A MORTE MATERNA : 10 DIAMANTES CLÍNICOS 1 2 3 4 5 6 3 RELEVÂNCIA DA HEMORRAGIA PÓS PARTO • HPP: ± 1 caso a cada 10 partos vaginais • HPP grave: ± 3 casos a cada 100 partos • Transfusão ±3,5 casos a cada 1000 partos • Histerectomia ± 2,5 casos a cada 1000 partos • Muitos dos casos sem fator de risco evidente • Tendência a aumento dos casos HPP Sosa CG et al. Obstet Gynecol 2009; 113(6): 1313; Kramer MS et al. Am J Obstet Gynecol2013; Alan SI et al. Arch Gynecol Obstet (2014) 290:891–896 4 AbouZahr C. Br Med Bull 2003 67:1-11; ACOG 2012, DASS/SIM/Notificação 14.000.000 casos de HPP grave no mundo/ano 140.000 mortes maternas anuais 1 morte materna a cada 4 minutos no mundo 360 mortes maternas por dia Maioria das morte maternas são evitáveis RELEVÂNCIA HEMORRAGIA PÓS PARTO RELEVÂNCIA HEMORRAGIA PÓS PARTO A Lalonde et al. Int J Gynaecol Obstet. 2006 Sep;94(3):243 Protocolo HPP SES-MG, 2016. Protocolo HPP BH 2016 Vélez-Álvaerz GA et al Rev Colomb Obstet Ginecol 2009; 60(1): 34 0 20 40 60 80 100 0 10 20 30 40 50 60 90 % s o b re vi d a Minutos Relação entre tempo e sobrevida no choque hemorrágico HORA DE OURO 6 HORA DE OURO na HPP: consiste na recomendação do controle do sítio de sangramento, sempre que possível, dentro da primeira hora a partir do seu diagnóstico; ou pelo menos estar em fase avançada do tratamento ao final dessa hora. “HORA DE OURO NA HPP ” A Lalonde et al. Int J Gynaecol Obstet. 2006 Sep;94(3):243 Protocolo HPP SES-MG, 2016. Protocolo HPP PBH 2016 Alguns autores utilizam tal expressão para se referirem ao princípio da intervenção precoce e oportuna e não necessariamente para definirem um tempo ideal de controle do foco hemorrágico. 7 Visa reduzir a morbimortalidade relacionada aos atrasos de manejo Propõe intervenções agressivas e precoces para se evitar a Tríade letal do choque hemorrágico (hipotermia, acidose e coagulopatia) Existem situações críticas em que o controle do sangramento deve ainda mais precoce. Deve-se focar no tempo e na qualidade das ações terapêuticas A Lalonde et al. Int J Gynaecol Obstet. 2006 Sep;94(3):243 Protocolo HPP SES-MG, 2016. Protocolo HPP BH 2016. SOGIMIG 2016 “HORA DE OURO NA HPP ” ANTEPARTO INTRAPARTO História pregressa de HPP Distensão uterina (Gemelar, polidrâmnio, macrossomia) Distúrbios de coagulação Uso de anticoagulantes Placentação anormal (acreta, prévia) Multiparidade (> 4 vaginais ou ≥ 3 cesáreas) Pré-eclâmpsia Anemia Primeiro filho após os 40 anos Trabalho de parto prolongado (>12h) Trabalho de parto taquitócico Laceração vaginal de 3º/4º graus Prolongamento de episiotomia Placentação anormal (acreta, prévia) Descolamento Prematuro de Placenta Parto induzido Corioamnionite Parada de progressão do polo Cesariana, especialmente intraparto Parto instrumentado (fórceps, vácuo) RELEVÂNCIA HEMORRAGIA PÓS PARTO FATORES DE RISCO PARA HPP A AMIORIA DOS CASOS HPP OCORRE EM PACIENTES SEM FATORES DE RISCO EVIDENTES, MAS UMA PARCELA EXPRESSIVA OCORRE NO GRUPO DE RISCO. VIGILÂNCIA PARA TODAS AS PACIENTES! Sosa CG et al. Obstet Gynecol 2009; 113(6): 1313; RCOG 2011. Green Top Guideline 52; Ononge et al. Reproductive Health (2016) 13:38; Oyelese Y et al. Clin Obstet Gynecol.2010; 53(1):147 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PARA HPP Baixo risco Médio risco Alto risco Ausência de cicatriz uterina Parto cesariana anterior ou cirurgia uterina Placenta prévia ou de inserção baixa Gravidez única Corioamnionite Descolamento prematuro de placenta ≤ 3 partos vaginais prévios ≥4 partos vaginais Suspeita de acretismo placentário Ausência de distúrbio de coagulação Distensão uterina (gemelar, miomatose , polidrâmnio, macrossomia,) Hematócrito < 30 + outros fatores de risco Plaquetas < 100000 Coagulopatias Ausência de história de PPH História de HPP Sangramento ativo de grande volume Obesidade (IMC > 35) Múltiplos fatores de médio risco = Alto Risco CMQC 2015 Protocolo HPP SES-MG, 2016. Protocolo HPP BH 2016. SOGIMIG 2016 10 ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E CUIDADOS Baixo risco - - Manejo ativo do 3º estágio Observação conforme protocolo da instituição Estimular presença do acompanhante para ajudar a detectar sinais de HPP Médio Risco Avaliar acesso Venoso (J 16) Tipagem sangue Manejo ativo do 3º estágio Observação rigorosa por 1-2 horas em local adequado Estimular presença do acompanhante para ajudar a detectar sinais de HPP Alto risco Obter acesso Venoso (J 16 ) Tipagem sangue + prova cruzada Reserva de sangue (02 unid CH) Manejo ativo do 3º estágio Observação rigorosa por 1-2 horas em local adequado Estimular presença do acompanhante para ajudar a detectar sinais de HPP CMQC 2015 Protocolo HPP SES-MG, 2016. Protocolo HPP BH 2016. SOGIMIG 2016 RAZÕES DE MORTE MATERNA NO MUNDO POR HPP... As mulheres não estão morrendo de uma doença que não tem tratamento. Elas estão morrendo porque as sociedades ainda não tomaram a decisão de que a vida de cada uma dessas mulheres vale ser salva. Fathalla MF, Ex-President da FIGO, 1997 DESCRIÇÃO DO FATOR MORTE MATERNA - n % Problema relacionado a avaliação inicial 2 16.7 Problema relacionado ao reconhecimento/diagnóstico 3 25 Manejo incorreto ( Diagnóstico incorreto) 2 16.7 Manejo subótimo (Diagnóstico correto) 4 33.3 Problema relacionado ao monitoramento 5 41.7 Ausência de ação (diante de uma monitorização anormal prolongada) 5 41.7 Problema relacionado a ressuscitação 6 50 Lombaard H et al. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol 2009; 23:317. DIFICULDADES NO MANEJO 13 PROBLEMAS NO PRÉ-NATAL • A não valorização da anemia durante o pré-natal • A não valorização dos aumentos pressóricos na gestação (PA: 140 ou 90mmHg pensar em Pré-eclâmpsia e suas complicações) • A dificuldade de acesso ao Pré-natal 14 PROBLEMAS NO PARTO • Os trabalhos de parto excessivamente prolongados • As altas taxas de cesariana • Processo de trabalho obsoleto não baseado em boas práticas • A subvalorização do protagonismo da mulher durante o parto 15 PROBLEMAS NO PÓS PARTO • A não valorização da profilaxia contra HPP (REALIZAR OCITOCINA 10UI IM APÓS TODOS OS PARTOS) • A não valorização do monitoramento materno avaliação sistematica dos sinais vitais • A pouca inclusão dos familiares no processo de cuidados e monitoramento no pós parto 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS A HPP determina importante morbimortalidade Hora de Ouro: intervenções precoces e agressivas Estratificação: Reconhecer os fatores de risco de HPP Problemas importantes pré-natais, intraparto, pós parto e de manejo: corrija-os Necessário motivação para combater a morte por HPP 16 Identificação fatores de risco Definição da Causa os 4 Ts TÔNUS Atonia uterinaTRAUMA Inversão uterina Rotura uterina Lacerações de trajeto TECIDO Restos placentários TROMBINA Distúrbio de coagulação Massagem + Uterotônico Exploração Curetagem História + laboratório Balão de Tamponamento + TAN Correção de inversão Sutura de lacerações Drenagem hematomas Histerectomia Hemocomponentes Hemoderivados Cirurgia CMQC 2015, Moises ECD, 2016; Vélez-Álvaerz GA et al Rev Colomb Obstet Ginecol 2009; 60(1): 34 Medidas de Prevenção Diagnóstico da HPP Cuidados iniciais pós hemorragia