Buscar

Direito de Família e Processos Correlatos Prof. Bruno Vaz

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

​ ​Direito​ ​de​ ​família​ ​e​ ​processos​ ​correlatos​ ​-​ ​aulas​ ​(GERAL)​ ​-​ ​Prof.​ ​Bruno​ ​Vaz 
 
O direito de família tem matriz constitucional (226CFB). A constituição de 1988 foi a 
primeira que deixou de definir o conceito de família. Antes desta, era exigível o instituto do 
casamento para constituir família. Quando a CRFB deixa de exigir o casamento, entendeu-se 
que esta se tornou mais democrática. Até 1977, o casamento era indissolúvel. Após isso, uma 
EC passa a retirar a indissolubilidade ,mas passa a exigir a separação e o divórcio. A 
separação era considerada a dissolução da sociedade conjugal. Essa sociedade só pode ser 
dissolvida quando houvesse falta do dever conjugal,seja na finalidade, coabitação ou regime de 
bens.​ ​Já​ ​o​ ​divórcio​ ​só​ ​se​ ​realizava​ ​com​ ​a​ ​separação​ ​ou​ ​com​ ​a​ ​morte. 
 
No regime pré 1988, vigorava o princípio de preservação do casamento. Logo, o 
casamento só poderia ser extinto consensualmente se houvesse um ano regime. Só não 
poderia ser assim se fosse por violação culposa dos deveres do casamento por alguma das 
partes. Outra maneira, mais grave, seria por violação dolosa do casamento. Mas esta era 
pouco​ ​usada,​ ​uma​ ​vez​ ​que​ ​acarretava​ ​consequências. 
 
No CCB, o direito de família começa no art.1511. Os deveres de casamento estão 
dispostos no 1566 CCB. O primeiro dever é a fidelidade recíproca, e isso geral uma 
legitimidade exclusiva dos cônjuges para ação de separação. O casamento é um ato formal e 
solene, logo, apenas pode ser provado pela certidão registrada. Já a união estável é uma 
situação probatória factual, não necessária a prova por certidão. A violação dos deveres do 
1566CCB​ ​gera​ ​danos​ ​morais. 
 
O poder familiar só será exercido até certa idade. A família, que era uma estrutura 
formal, passa por transição, e deixa de se tornar um simbolo de poder. A estrutura passa a ser 
instrumental para realização de cada um dos indivíduos que a integra. (226, par.8 CRFB). A 
família como instituição tem a distribuição de direitos e deveres sempre voltados para 
realização de seus integrantes. Esse modelo integrado a constituição faz surgir doi sujeitos no 
direito de família - a mulher e a criança. Quando se dizem sujeitos, entende-se que a realização 
precisa ser observada pelos próprios, e não mais pelos outros. O pai, antigamente considerado 
no topo da estrutura sagrada familiar e indissolúvel, detinha poder de capacidade sobre os 
outros familiares. Essa concepção era considerada proteção aos membros, uma vez que se 
entendia que a estrutura de poder era necessária devida insuficiência da mulher. O conceito 
familiar evolui para uma família de interesse social. A exemplificação disso é a mudança do 
regime de bens - até essa mudança, em 1977, quando vigorava o estatuto damulher casada, o 
regime dos bens matrimoniais era o universal, e assim, os bens da mulher anteriores aos 
casamento passavam para o esposo. Obs importante - toda união/casamento estabelece um 
regime de bens. Antigamente, os filhos não poderiam ser legitimados se não tivesse casamento 
- se duas pessoas tivessem filho sem casamento, o filho não teria pai, mas sim apenas mãe. 
Com o advento da família social, passou-se a admitir os filhos fora do casamento, desde que 
não​ ​fossem​ ​incestuosos​ ​ou​ ​adulterinos. 
A família social passa a interferir na vida privada. Após 1977, passou-se a admitir a 
prévia separação, com causa de mútuo consentimento ou violação culposa, somados ao tempo 
- era necessário 1 ano de casamento para separação consensual em juizo ou não ou 
separação de fato (abandono do lar). O regime de bens passa a ser a comunhão parcial. Outro 
exemplo de intervenção (Lei 6515/77 - art.10) era a importância com a sexualidade familiar - 
vedação​ ​ao​ ​adultério​ ​e​ ​sexo​ ​como​ ​dever​ ​inerente​ ​da​ ​coabitação. 
A CRFB 88 inaugura a família plural, democrática e de valor existencial - passa-se a 
admitir a pluralidade de foras de constituição familiar ou ​princípio do pluralismo familiar​. Não 
mais apenas o casamento (226, par.1), mas também a união estável (226, par.3) e família 
monoparental (226, par.4). O rol constitucional familiar é exemplificativo, e não taxativo (226, 
par.​ ​8). 
Impedimentos para o casamento - não se podem casar ascendentes e descendentes 
(avós, pais e irmãos). O casamento com colaterais são vedados até o terceiro grau inclusive. 
Para o terceiro grau, tem que ter laudo médico que não arrisque a prole. Pra saber o grau, se 
conta a partir do parente comum, no tronco comum. O primo, filho do irmão dos pais, é primo 
de 4 grau, e pode casar. Os já casados também não podem casar. Recentemente o STJ 
decidiu que os filhos podem ter mais de um pai (pode considerar o padrasto ou namorado da 
mãe separada também como pai, considerando o vínculo afetivo). A origem do vínculo de 
parentesco​ ​não​ ​é​ ​necessariamente​ ​biológica,​ ​mas​ ​pode​ ​ser​ ​por​ ​afeto. 
 
Ex.​ ​*​ ​cada​ ​seta​ ​é​ ​um​ ​grau​ ​contado​ ​-​ ​pegar​ ​imagem​ ​com​ ​Caio​ ​do​ ​tronco​ ​comum 
 
- Eu​ ​→​ ​pais​ ​→​ ​avós​ ​→​ ​irmão​ ​do​ ​pai​ ​→​ ​primos 
 
O casamento é civil, e regulado pelos termos da lei civil. O casamento é o único ato 
solene do direito brasileiro, sendo necessário pelo menos 5 pessoas para o ato (o casal, 2 
testemunhas e a autoridade celebrante). São deveres da autoridade mostrar o que é o 
casamento, perguntar se a vontade é livre. Essa autoridade é do cartório. O nosso direito 
permite o juiz de paz pelos juízes ou pela própria autoridade religiosa. Isto é, se o casamento 
for na igreja, sinagoga e etcm,pode a autoridade religiosa validá-la para efeitos civis. Mas 
qualquer religião pode? Sim pela liberdade religiosa protegida pela CRFB, mas não pelo ponto 
de vista abstrato - para o casamento religioso passar a ter efeitos civis, a união do vínculo 
precisa seguir normas de celebração civil. Para o casamento religioso ter efeitos civis, é 
necessário​ ​respeito​ ​aos​ ​mínimos​ ​requisitos​ ​da​ ​celebração​ ​civil. 
ADPF do casamento entre pessoas do mesmo sexo. CNJ 175 resolução - permissão 
para que todos os cartórios devam habilitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. STF 
viabilizou a uniao estável para pessoas do mesmo sexo. A CNJ 175 ampliou para o casamento 
homoafetivo​ ​também. 
 
Princípios​ ​do​ ​direito​ ​de​ ​família 
 
- Princípio​ ​do​ ​Pluralismo​ ​Familiar 
- Na constituição de 1988, a família deixa de ser exclusivamente fundada 
no casamento, e passa a ser fundada em novos vínculos, como também 
a união estável. Até 88, só poderia fazer família por casamento, e a união 
sem casamento era chamada de concubinato (do latim, ​“dividir a cama”​). 
Para​ ​união​ ​estável,​ ​os​ ​integrantes​ ​são​ ​chamados​ ​de​ ​companheiros. 
- Até 88, o concubinato poderia ser puro ou impuro. O concubinato puro 
era aquele que deu origem a união estável. Ambas as partes não tinham 
impedimentos para o casamento. Hoje, a união estável é a relaçãopública, contínua, duradoura, com intenção de constituir família em que 
não se verificam impedimentos para o casamento. A pessoa que não 
pode casar, não pode constituir união estável, mas há exceção. A relação 
pública é aquela em que a sociedade reconhece a sua existência. União 
estável cria vínculo de família e gera dever de solidariedade, para até 
mesmo além da união, ou do término. Uma relação duradoura não tem 
previsão expressa no CCB, logo, não ha definição (1723CCB). A 
definição de duradoura parte da intenção de constituir família no caso 
concreto - toma-se o exemplo de um relacionamento de 8 meses com 
filhos, em que um dos pais morre. Havia inflamada intenção de constituir 
família, e o elemento tempo passa a ser menos relevante. Agora, 
toma-se o exemplo do mesmo relacionamento, sem filhos e preservam 
distância, casas diferentes, convivência frágil familiar, em que o tempo 
passa​ ​a​ ​ser​ ​bem​ ​mais​ ​relevante. 
- Hoje, o STJ pede que exista materialização expressa da intenção de 
constituir família. O silêncio não pode gerar consequência tão intensa 
como gerar um vínculo familiar. A intenção da jurisprudência é vedar que 
o​ ​vínculo​ ​familiar​ ​seja​ ​utilizado​ ​para​ ​outros​ ​fins. 
- O concubinato impuro (1727CCB) traz efeitos. Um deles é a cessão dos 
deveres alimentados para com o alimentado (1708CCB). Pela 
jurisprudência,​ ​o​ ​concubinato​ ​impuro​ ​não​ ​constitui​ ​família. 
- O parentesco com afinidade é aquele decorrente do casamento. É o 
vínculo familiar do cônjuge com a família do outro (sogro,sogra). É 
vedado o casamento com os parentes de linha reta (sogros e filhos, mas 
não​ ​com​ ​colaterais​ ​(cunhados). 
- Hoje, entende-se que o princípio do pluralismo familiar e o afeto podem 
passar por cima dos requisitos formais para o casamento. Ao exemplo do 
homem que perde a esposa e quer casar com a sogra, e assim acaba 
impedido, o direito não pode se render a quesitos morais, para obstar 
essa união, se ficarem provados o tempo, o afeto, os princípios do 
pluralismo​ ​familiar. 
- RExt​ ​397762​ ​-​ ​famílias​ ​simultâneas 
- vedação​ ​legal​ ​e​ ​judicial. 
- ADPF 132 e ADI 4277 - interpretam o art.1723 CCB - união estável entre 
pessoas​ ​do​ ​mesmo​ ​sexo 
- é​ ​família​ ​a​ ​união​ ​de​ ​pessoas​ ​do​ ​mesmo​ ​sexo. 
- REsp​ ​1183378​ ​STJ 
- casamento entre pessoas do mesmo sexo. O casamento exige 
que se leve antes, na fase de habilitação, um processo 
administrativo de verificação das condições e impedimentos para 
o casamento. A resolução 175CNJ aplica-se para ​REsp 1183378 
e para o ​ADPF 132 - todo cartório em território nacional deve 
habilitar​ ​pessoas​ ​do​ ​mesmo​ ​sexo​ ​ao​ ​casamento. 
- Obs. para a pessoa de boa fé, a lei reconhece efeitos do casamento, 
quando o outro é casado - Quando a amante constitui família com 
casado​ ​e​ ​não​ ​sabe​ ​disso. 
- O​ ​casamento​ ​cria​ ​presunção​ ​de​ ​paternidade​ ​dos​ ​filhos 
- Direito brasileiro é inspirado na família monogâmica, e por isso, veda a 
família poliafetiva, com base nos deveres de fidelidade recíproca, 
vedação ao casamento e união estável já casadas. Os tribunais só 
reconhecem quando há putatividade (desconhecimento de boa fé de um 
dos​ ​companheiros​ ​da​ ​outra​ ​família). 
- A Lei Maria da Penha tenta contornar o conceito de família (art. 5, II da 
Lei 11340/2006), abraçando a pluralidade familiar. As relações 
independem da orientação sexual - a família plural não depende de 
orientação, mas sim abraça todas as tipologias (art. 5, par.un). Hoje, 
vigora visão mais excludente de família em relação a sexualidade. Este 
termo​ ​não​ ​é​ ​requisito​ ​para​ ​constituição​ ​de​ ​família. 
- Família anaparental ​- construção doutrinária - família que não tem 
relações sexuais. É a família que ignora o vínculo de parentesco 
para construir modelo semelhante ao casamento ou união 
estável.​ ​Exemplo​ ​das​ ​irmãs​ ​que​ ​vivem​ ​juntas. 
- Afeto 
- fundamental para construção da família. A vontade está para o direito 
das​ ​obrigações​ ​assim​ ​como​ ​o​ ​afeto​ ​está​ ​para​ ​o​ ​direito​ ​de​ ​família 
- Princípio​ ​da​ ​Solidariedade​ ​(1566​ ​CCB) 
- fazer o bem ao integrante familiar. É exemplificado nos atos de altruísmo. 
O​ ​nascimento​ ​do​ ​vínculo​ ​familiar​ ​gera​ ​dever​ ​de​ ​solidariedade 
- ação de alimentos contra os avós exige litisconsorte dos 4 avós, não é 
exemplo​ ​de​ ​solidariedade,​ ​mas​ ​sim​ ​de​ ​equidade. 
- pela lei, o direito aos alimentos dos filhos é inquestionável até os 18 
anos. Se estiver matriculado em curso superior ou técnico, tem que pagar 
até o fim. Não se pode cessar os alimentos sem contraditório - não pode 
cessar voluntariamente. A justificativa para os alimentos é a invalidez das 
partes, sejam pais ou filhos. Cônjuges também podem pedir alimentos. 
Pelo princípio da igualdade, ambos podem pedir. Os alimentos serão 
fixados de acordo com as possibilidades e recursos do alimentante e de 
acordo​ ​com​ ​as​ ​necessidades​ ​do​ ​alimentado​ ​(1694​ ​CCB). 
- STJ entende que para ter necessidade tem que ter incapacidade 
quando​ ​for​ ​pedir​ ​alimentos​ ​para​ ​cônjuge 
- Princípio​ ​da​ ​Privacidade​ ​(226,​ ​par.7​ ​CRFB) 
- a família é um objeto de realização de pessoa humana, e por isso está 
vinculado a dignidade. Por conta disso, entende-se que para se chegar a 
felicidade, deve-se ter intervenção mínima do estado, e 
consequentemente,​ ​com​ ​maior​ ​privacidade 
- Lei​ ​11.441 
- mostra que a privacidade é um princípio do casal, uma vez que 
possibilita divórcio sem que passe pela justiça, a menos que 
tenha-se​ ​filhos​ ​menores 
- é o princípio que estabelece que não se deve ter interferência das 
pessoas jurídicas de direito público e privado na família. Mas há um 
limitador, pois a constituição resguarda a proteção da família pelo estado 
e​ ​pela​ ​sociedade​ ​(227​ ​CRFB).​ ​O​ ​poder​ ​dever​ ​dos​ ​pais​ ​não​ ​é​ ​absoluto. 
- Entende-se por privacidade o controle do da ciência dos da vida própria 
por terceiros, quando dizem respeito a sua vida íntima. Hoje, a 
privacidade é mais abrangente. A privacidade é a proteção da vida 
privada, da liberdade de escolhas existenciais livre de interferências. É 
liberdade de vida sexual, das escolhas profissionais e políticas. A 
privacidade é um respeito a consolidação da afirmação e bem estar 
consigo mesmo e consequentemente de autorrealização da pessoa 
humana. Reconhecer privacidade é reconhecer um espaço livre para 
escolhas. 
- Entretanto, estar dentro do núcleo familiar, não se abdica da liberdade 
em relação aos outros membros, mas sim se consolida. A privacidade é 
inerente a instituição familiar e aos componentes que a integram, ainda 
que​ ​seja​ ​contra​ ​os​ ​próprios. 
- O limitador da privacidade é a segurança. Por motivos de falta de 
segurança nas escolhas existenciais, essas são cerceadas pelo dever de 
cuidado e segurança dos pais. Esse campo de escolha e segurança vai 
aumentando e diminuindo respectivamente e gradativamente na medida 
em que cresce a autonomia. Toma-se o exemploda criança que cresce e 
perde-se aos poucos o controle de segurança. Os pais têm dever de 
cuidado sendo limitador da privacidade dos filhos quando tiver 
vulnerabilidade​ ​em​ ​relação​ ​a​ ​lei. 
- Provas que violam a privacidade podem ser ilícitas. Exemplo do casal 
que compartilha senhas de redes sociais e descobrem traição - a prova é 
lícita porque se entendia que a privacidade abria possibilidade disso. Mas 
se o mesmo casal não compartilhava senhas, e uma das partes viola 
esse​ ​princípio 
- acordão que não permite violação da privacidade para produzir prova 
relativa a vida privada das partes. Exemplo da parte que não pode expor 
em​ ​prova​ ​discussões​ ​sobre​ ​sexualidade​ ​do​ ​casal 
- Ler​ ​para​ ​Prova​ ​→ 
- Resp 1159242 - dano moral por abandono de afeto. Pais que não 
participam ativamente da vida dos filhos, condenados a indenizar 
os​ ​mesmos​ ​pela​ ​falta​ ​de​ ​dever. 
- Resp 1087163 - pai biológico que quer reconhecimento da 
paternidade e não nega a de outro. O afeto faz 2 pais - o biológico 
e​ ​o​ ​afetivo. 
- RE​ ​898060​ ​-​ ​permite​ ​dupla​ ​paternidade 
 
Casamento 
 
- art.​ ​226,​ ​par.​ ​1,​ ​2​ ​5​ ​e​ ​6​ ​da​ ​CRFB 
- O casamento é civil e está dentro de um âmbito familiar. O casamento não deixa 
de ser civil se for religioso. Todo casamento deve ser igual (​igualdade conjugal​) 
entre companheiros. Refletido na igualdade de guarda dos filhos. É uma 
instituição​ ​dissolúvel​ ​quando​ ​requerido.​ ​Logo,​ ​no​ ​casamento​ ​há 
- família 
- civil 
- igualdade​ ​conjugal 
- dissolubilidade 
- comunhão​ ​(afeto) 
- moral/pessoal​ ​-​ ​requisito​ ​subjetivo 
- material/patrimonial​ ​-​ ​requisito​ ​objetivo 
- art.​ ​1511​ ​CCB 
- não​ ​há​ ​tributação​ ​sobre​ ​divórcio 
- casamento com erro → quando se casa com uma pessoa achando que é 
outra → entendimento dos tribunais que o casamento achando que é 
outra pessoa incide em erro. Jurisprudência de São Paulo entende que é 
caso​ ​de​ ​anulação. 
- “comunhão plena de vida” - os componentes se afetam. Há um dever 
mútuo de assistência moral/pessoal (dever subjetivo) material/patrimonial 
(objetivo). O fato de ter comunhão de vida não permite que seja violada a 
integridade psíquica e física das partes. Isto é, o princípio da privacidade 
protege as partes até contra si mesmos. A comunhão de afeto do ponto 
de vista moral e material servem como requisitos qualificadores da 
relação conjugal. Todo cônjuge é sucessor e dependendo do regime de 
bens podem concorrer entre si (1829CCB) e todo casamento gera 
obrigação de subsistência dos alimentos. A comunhão de vida é baseada 
na​ ​igualdade​ ​de​ ​direitos​ ​e​ ​deveres 
- art.​ ​1513​ ​CCB​ ​-​ ​interfere​ ​no​ ​princípio​ ​da​ ​privacidade​ ​familiar 
- art.1514​ ​CCB 
- artigo​ ​gera​ ​dúvida​ ​-​ ​o​ ​casamento​ ​é​ ​contrato​ ​ou​ ​ato​ ​jurídico​ ​complexo? 
- teorias dizem que o casamento é um contrato suis generis e 
especial do direito de família (​teoria contratualista​). A teoria do 
ato jurídico complexo diz que um contrato tem interesses 
divergentes, enquanto o casamento teria interesses 
convergentes. Esses entendem que o casamento não é contrato, 
mas na verdade é uma instituição com direitos e deveres 
inafastáveis entre as partes, em que se escolhe não disciplinar 
modificar e criar direitos na orbita de cada um, mas sim fazer 
parte de uma instituição estabelecida pelo direito. A ​teoria 
institucionalista ​diz que há deveres inafastáveis que tornam a 
natureza do casamento com núcleo duro (deveres morais e 
materiais). Ainda diz que é necessário um juiz para fazer valer o 
casamento, denunciando que é um ato jurídico complexo, pois 
precisa​ ​de​ ​uma​ ​chancela​ ​do​ ​Estado. 
- a finalidade do casamento é a realização existencial. Não é mais uma 
finalidade em si mesmo. Não é uma finalidade conjunta, mas cada 
cônjuge​ ​deve​ ​ter​ ​a​ ​realização​ ​própria. 
- o casamento muda para sempre o estado civil e impede a mudança do próprio 
durante a vigência deste. Para uma pessoa casada fazer novo casamento, é 
necessário divórcio. Para pessoa casada que deseja constituir união estável, 
tem que ter a prova da separação de fato. A jurisprudência tem negado a 
existência​ ​de​ ​família​ ​paralela. 
- para​ ​fiança,​ ​é​ ​necessário​ ​aval​ ​de​ ​ambas​ ​as​ ​partes. 
- O casamento precisa ser voluntário, uma escolha existencial livre de pressão 
externa, para ter validade. O termo “contraentes” no art. 1535CCB evidencia a 
natureza institucionalista do matrimônio. O mesmo artigo diz que é necessário 
terceiros para o casamento (testemunha, oficial de registro e presidente do ato). 
Os nubentes são aqueles que se apresentam ao Estado e estão habilitados a 
realizar​ ​o​ ​casamento,​ ​com​ ​marcação​ ​de​ ​data. 
- O noivado não é uma promessa de casamento. O direito brasileiro não prevê a 
promessa de casamento ou noivado fazer nascer direito subjetivo das partes. 
Isso porque o direito não quer que ninguém se case, salvo de livre e espontânea 
vontade. O noivado e a promessa de casamento geram danos morais? É 
pacífico que os danos materias existem, aplicado um princípio de razoabilidade. 
Para os danos morais, há três linhas - a primeira, não vê dano moral por não ter 
ato ilícito; a segunda, entende que sempre haverá dano moral pois a preparação 
e desistência violam a integridade pscico-física da pessoa, por legítima 
expectativa, e a terceira linha diz que , a princípio não há vínculo jurídico no 
noivado e por isso não deve haver dano moral, mas o dano pode ser concedido 
quando urgem os elementos objetivos de que o acontecimento aconteceria. Tem 
que​ ​ultrapasar​ ​a​ ​simples​ ​frustração​ ​das​ ​partes. 
- O​ ​casamento​ ​não​ ​retira​ ​as​ ​liberdades​ ​individuais. 
- Capacidade​ ​jurídica​ ​para​ ​o​ ​casamento 
- a capacidade é uma aptidão genérica para prática de determinados atos 
jurídicos e manifestação livre e autônoma da vontade. A legitimidade é a mesma 
aptidão, mas não genérica, e sim relativa. Não há legimitidade para o casamento 
entre​ ​irmãos 
- a capacidade para o casamento é regulada pelo art. 1517. Observar o Estatuto 
da Pessoa com Deficiência. Segundo artigo, aos 16 anos já há idade núbil para 
o casamento, pois passa a ser nubente. Até que a pessoa complete 18 anos, ela 
precisará de autorização legal dos pais para se casar (1525 CCB - 67 a 69 da 
Lei ). Se meus pais negarem a autorização, pode-se pedir suprimento judicial - a 
vontade do juiz substituirá a vontade dos pais. Menores de 18 anos se casam 
por​ ​regime​ ​obrigatório​ ​de​ ​separação​ ​de​ ​bens 
- autorização tem que ser por escrito. Se casarem sem autorização, é anulável 
(1550, par. 2 CCB). O prazo é de decadência - depois de passar o prazo, deixa 
de ser anulável. O prazo é de 180 dias. Os legitimados para propor ação de 
anulação são os próprios incapazes, a partir do momento em que cessa a 
incapacidade. A incapacidade cessa aos 18 anos ou a partir da contração do 
casamento? A partir dos 18 anos para os casados. Para terceiros, a partir docasamento. E para os herdeiros necessários, a partir da morte de um dos 
nubentes 
- a causa de anulabilidade não ensejará anulação se houver manifestação tácita 
de anuência. É necessário saber quem está no exercício do poder familiar. 
Exemplo dos pais que comparecem ao casamento dos filhos ou que depois 
expressam​ ​anuência 
- 1551​ ​e​ ​1520​ ​CCB 
- o casamento é anulável de quem não completou a idade mínima pra casar - 
quem tem legitimidade são os conjugês, ascendentes e representantes legais - 
1552 CCB. Para os conjugês, o prazo de 180 passa a contar a partir dos 16 
anos. Para ascendentes e representantes legais, o prazo conta a partir do 
casamento 
- A lei 13146 diz que a incapacidade absoluta dos deficientes não é 
imprescindível,​ ​mas​ ​modula​ ​e​ ​dá​ ​limites​ ​pra​ ​isso. 
- o​ ​art.​ ​10​ ​dessa​ ​lei​ ​diz​ ​os​ ​direitos​ ​fundamentais 
- a vida em a família e o direito de constituir a própria. Não se pode 
negá-las o direito de se casar. O art. 6 dessa lei garante o 
casamento/união estável para esses. Essas normas são 
protetivas do incapaz, mas não pode ser uma norma restritiva. As 
proteções são patrimoniais, mas não obstam ou questionam a 
capacidade​ ​dessas​ ​pessoas​ ​serem​ ​casadas​ ​ou​ ​não. 
- Teoria​ ​dos​ ​Impedimentos 
- no CCB de 1916, havia 3 tipos de impedimento - os dirimentes públicos, 
dirimentes privados e impedientes. Com advento do CCB 2002, a lógica muda. 
Os antigos impedimentos dirimentes públicos vão receber o tratamento de 
impedimentos, e diz “​essas pessoas não podem se casar​” e geram casamento 
nulo (1521CCB). Os dirimentes privados serão as causas de anulabilidade 
(1550CCB) e invalidade do casamento, sujeitos a prazo de decadência. Essas 
causas de anulabilidade estão relacionadas a vontade (erro ou coação) ou a 
formalidade (vício de representação ou ausência de autoridade competente 
celebrante). Já os impedientes se tornaram causas suspensivas (1523CCB), são 
pessoas que não devem se casar. Se essas se casam, o casamento é válido, 
mas há interferência no regime de separação de bens, impondo regime 
obrigatório 
- 1916​ ​→​ ​​ ​2002 
- dirimentes​ ​públicos​ ​→​ ​impedimentos​ ​→​ ​não​ ​podem​ ​(nulo) 
- dirimentes privados → causas de anulabilidade e invalidade → 
não​ ​querem/formal​ ​(decadência) 
- impedientes → causas suspensivas → não devem (válido) → 
regime​ ​de​ ​separação​ ​de​ ​bens​ ​obrigatório 
- art.​ ​1521 
- “​não​ ​podem​ ​casar​” 
- nulidade do casamento que pode ser reconhecida a qualquer 
tempo. Não se pode casar quando há parentesco de linha reta. 
Os afins são os parentes do cônjuge (parentesco por afinidade 
adquirido), menos cunhados.Os adotados e os que foram 
casados com filhos adotados também não podem casar entre si. 
Irmãos unilaterais ou bilaterais não podem casar. Primo pode 
casar porque já é quarto grau. Até o terceiro grau (tios) não pode 
casar​ ​(colaterais​ ​de​ ​terceiro​ ​grau). 
- DL3200/1941 - Há decreto lei que diz que os colaterais de terceiro 
grau podem casar desde que tenha atestado médico dizendo que 
não​ ​há​ ​riscos​ ​para​ ​prole. 
- não pode casar quem já é casado. A união estável só é possível 
para os casados se esses estiverem separados de fato. A pessoa 
casada​ ​só​ ​muda​ ​o​ ​estado​ ​civil​ ​quando​ ​houver​ ​divórcio​ ​ou​ ​viuvez. 
- art.​ ​1523 
- não​ ​devem​ ​se​ ​casar 
- essa limitação não torna o casamento anulável ou nulo, pois são 
causas suspensivas. As pessoas que se habilitam e que estão 
sobre causa suspensiva poderão se casar, com uma limitação no 
que diz respeito a possibilidade de escolher o regime de bens. Na 
regra geral, os nubentes podem escolher o regime de bens - a 
comunhão parcial (vigora quando as partes não fazem pacto 
antenupcial); comunhão universal ; de participação final nos 
aquestos; e da separação absoluta (os três últimos podem ser 
escolhido nos pactos). A base para a escolha do regime de bens 
é o princípio da privacidade. As partes ainda podem fazer 
comunhões híbridas - resguardar bens nos regimes escolhidos 
para que não entrem em comunhão. Ainda há um regime de 
separação obrigatória ou legal de bens. O CCB não disciplina a 
separação de bens, mas sim o pacto antenupcial o faz, e por isso 
é necessário fazê-lo de maneira minuciosa. Há possibilidade de 
regimes de bens sob condição ou termo que podem ser 
modificados​ ​com​ ​advento​ ​dessa 
- no silêncio das partes → comunhão parcial de 
bens 
- com​ ​pacto​ ​antenupcial 
- comunhão​ ​parcial​ ​convencionada 
- comunhão​ ​universal 
- participação​ ​final​ ​nos​ ​aquestos 
- ao final do casamento, há 
participação do patrimômio comum 
que foi construído no casamento. 
Aquestos são os bens adquiridos 
após o casamento; aprestos são 
antes​ ​do​ ​casamento 
- separação​ ​absoluta 
- Obs. No regime obrigatório ou real, lei impõe às pessoas que não 
terão liberdade para escolha do próprio regime de bens. Essas 
pessoas são aquelas que: precisam de suprimento judicial para 
casar;​ ​casam​ ​sobre​ ​causa​ ​suspensiva 
- I - “viúvo(a) com cônjuge do falecido” - se o viúvo quer se 
casar com os filhos da ex exposa, deve-se terminar antes 
o inventário de espólio para poder escolher o regime. Se 
não,​ ​terá​ ​que​ ​ser​ ​regime​ ​obrigatório 
- III - o divorciado que ainda não tiver feito partilha de bens 
do casal. Na escritura do divórcio, haverá termos como “há 
ou​ ​não​ ​há​ ​bens​ ​a​ ​compartilhar”. 
- IV - o tutor (representante de menores) ou curador 
(representante​ ​dos​ ​maiores​ ​incapazes) 
- esses incisos, somente ​em tese​, podem afastar a liberdade para 
escolher regime de bens, isso porque pode-se requerer medida 
judicial​ ​que​ ​comprove​ ​a​ ​falta​ ​de​ ​prejuízo​ ​com​ ​herdeiros 
- art.​ ​1523,​ ​II​ ​do​ ​CCB 
- prazo de 10 meses é justificado pela gravidez da 
mulher​ ​(1597,​ ​I​ ​e​ ​II​ ​do​ ​CCB) 
- art.​ ​1550 
- causas​ ​de​ ​anulabilidade,​ ​submetidas​ ​a​ ​prazo​ ​decadencial 
- o vício da vontade (erro/coação) podem levar a anulação do 
casamento (1556 e 1558 CCB).Quando alguém se casa em erro 
essencial (falsa percepção da pessoa com quem se casa), 
pode-se anular o casamento. Parte da doutrina critica anulação 
do casamento, pois com divórcio unilateral e incondicionado, não 
faria sentido anular. Mas porque há ainda anulação? Porque a 
anulação faz retoragir os efeitos (ex tunc) da data da celebração, 
fazendo com que as partes retornem ao seus ​status quo ante. ​O 
erro essencial pode ser pela identidade física ou psiquica do 
indivíduo 
- Para o erro, o fato tem que ser anterior ao casamento, pois se for 
posterior, não há mais erro; e tem que tornar insuportável a vida 
em comum (1557CCB). O erro tem que provocar na pessoa o 
sentimento de que se soubesse do erro, não teria se casado. O 
pedido de anulação, ainda que no prazo, é afastado quando uma 
das partes implica anuência e aceita as características do outro 
após casar. Isto é, se o indivíduo “dá mais uma chance”, torna-se 
afastável. 
- o erro em relação a identidadediz respeito a pessoa física. Mas a 
jurisprudência começou a desenvolver o conceito de identidade 
psciquica. A imprudência financeira não caracteriza falsidade de 
identidade​ ​psiquica. 
- homosexualismo e transexualismo são causas de anulabilidade 
do casamento? Fatos passados homosexuais leva hipótese de 
anulação? Parte da doutrina acredita que sim, pois entendem que 
há erro porque não havia intenção do conjuge homosexual de se 
casar​ ​com​ ​outro​ ​hetero. 
- moral e boa fama como causa de anulabilidade não é mais 
aceito. 
- nesses casos, o que for violador do projeto de vida é 
considerado​ ​erro. 
- Bruno diz que as práticas sexuais anteriores ao 
casamento não integram nossa essência e não ensejam 
anulação 
- SP entende que a traição contínua, que começa antes do 
casamento​ ​e​ ​se​ ​prolonga​ ​por​ ​esse​ ​é​ ​caso​ ​de​ ​anulação 
- mas e o transexualismo? Casar-se com pessoa que 
tornou-se​ ​outra? 
- para o art. 1557, II, a doutrina diz que deve-se ter condenação. Se 
ocorre crime e não é condenado, incide no inciso I do mesmo 
artigo 
- art. 1557, III - a doutrina e jurisprudência dividiu a impotência para 
o ato (coeundi) e impotência para procriação (generare). O defeito 
físico imediato é a impotência para o ato e assim, causa para 
anulabilidade. Isso porque a vida sexual é uma das formas de 
realização plena do casamento. A generare é causa de divórcio, 
pois​ ​ter​ ​filhos​ ​não​ ​é​ ​um​ ​dever​ ​de​ ​casamento 
- a teoria da anulação do casamento diz que deve-se investigar a 
real intenção ou não de ter casamento. Exemplo do cônjuge que 
tinha relações fora do namoro - o cônjuge estaria em erro porque 
não​ ​sabia​ ​da​ ​real​ ​identidade​ ​do​ ​outro. 
- coação também é vício da vontade. Não se considera coação o 
temor reverencial - coação exige um risco de vida ou a saúde da 
pessoa. 
- No erro, são 3 anos de prazo de decadência. Na coação, 4 anos. 
Pela lei, conta-se da celebração do casamento. Em ambos os 
casos, não terá possibilidade de cessar o casamento por 
anulação se houver coabitação em erro ou sob coação. No caso 
do erro, o defeito físico irremediável, a moléstia física ainda pode 
anular​ ​sob​ ​coabitação. 
- Elementos​ ​de​ ​eficácia​ ​do​ ​casamento 
- art.1565 
- o casamento cria comunhão de vida. Assume-se compromisso 
existencial e patrimonial, e ambos são responsáveis pelo 
planejamento familiar. Atenta-se ao nome, que via de regra, não 
pode ser alterado. O casamento permite mudar o nome, e a via é 
de​ ​mão​ ​dupla 
- a doutrina diverge. Essa é a primeira teoria - artigo diz que 
se pode acrescer o sobrenome, mas parte da doutrina diz 
que não se pode fazer supressão ao próprio sobrenome 
(pode acrescer o nome do outro, mas não pode excluir o 
seu próprio sobrenome). A outra doutrina diz que se pode 
adotar qualquer sobrenome, ainda que não se pertença a 
ambos​ ​(?!). 
- supondo que a esposa resolve adotar o sobrenome 
do conjuge e depois resolva se separar. Como 
ficaria agora o nome da esposa? O 1578 CCB 
prevê uma série de hipóteses em que é direito 
prever o nome - evidente prejuizo a sua distinção. 
Entretanto, há hipóteses relacionadas a culpa na 
separação. Para o conjuge perder o sobrenome 
adquirido, o conjuge tem que ser declarado 
culpado, o outro conjuge tem que requerer a 
retirada do sobrenome de outro, e não podem estar 
presentes as hipóteses presentes no inciso do 
1578​ ​CCB. 
- hoje entende-se que a culpa não é mais 
elemento a ser investigado na separação 
de divórcio. O divórcio é a manifestação de 
um direito potestativo. Hoje, a culpa está no 
âmbito da responsabilidade civil, na maioria 
das​ ​vezes,​ ​danos​ ​morais. 
- Bruno entende que o nome é direito da 
personalidade, e portanto, fundamental. 
Representativo da esfera intima do 
indivíduo. Na prática, o artigo perdeu a 
utilidade. 
- art. 1566 → deveres inafastáveis por pacto antenupcial. O legislador só 
deu legitimidade aos próprios conjuges para ação de divórcio. Ainda que 
falte esses deveres, não podem terceiros se obstar ao casamento, pois 
há entendimento de que existe perdão e tolerância no casamento. O STJ 
diz que o perdão e a tolerância afastam trazer a culpa à tona na ação de 
divórcio. 
- fidelidade​ ​recíproca 
- decorre​ ​do​ ​princípio​ ​da​ ​monogamia. 
- respeito​ ​e​ ​consideração​ ​mútuos 
- art. 1724 → lealdade, respeito. Deveres da união estável. 
Na​ ​união​ ​estável,​ ​não​ ​está​ ​presente​ ​da​ ​fidelidade. 
- Efeitos dos deveres do casamento → as violações aos deveres 
do​ ​casamento​ ​podem​ ​ensejar​ ​responsabilidade​ ​civil. 
- Os deveres evidenciam a distinção entre o contrato e a instituição 
de casamento. Não são obrigações, pois falta o caráter 
obrigacional.​ ​São​ ​deveres​ ​de​ ​caráter​ ​familiar. 
- Obs. para a constituição de família, deve-se ter requesitos 
objetivos (relação duradoura, pública e contínua) e subjetivo 
(intenção de constituir família). Entretanto, cada vez mais fica 
dificil entender o que é a intenção de constituir família. Os 
deveres do casamento e da união estável viraram padrões para 
medir​ ​a​ ​intenção​ ​de​ ​constituir​ ​família. 
- A coabitação não é simplismente morar junto, mas sim 
compartilhar a vida pessoal. Essa é a vida em comum no 
domicílio​ ​conjugal. 
- Divórcio​ ​(Lei​ ​6515/77) 
- O fim do casamento pode se dar por separação ou por divórcio. O divórcio pode 
ser​ ​feito​ ​por​ ​via​ ​extrajudicial,​ ​quando​ ​não​ ​há​ ​filhos​ ​menores​ ​incapazes. 
- a separação pode ser → separar implica no fim de fidelidade, coabitação e fim 
regime​ ​de​ ​bens 
- de​ ​fato 
- cautelar 
- por​ ​sentença​ ​definitiva 
- e​ ​o​ ​divórcio​ ​pode​ ​ser 
- direto 
- indireto 
- até a EC66, que modificou o art.226, par.6 da CRFB, o divórico deveria ter 
prévia separação. Necessariamente tinha que separar para divorciar. A lei do 
divórcio, na sua redação original dizia que para se divorciar, deveria estar quite 
com​ ​as​ ​obrigações​ ​do​ ​casamento. 
- O divócio indireto era a conversão da separação em divórcio. Era necessário o 
requerimento de separação e o decurso de 1 ano para converter separação em 
divórcio indireto. Quando a separação era de fato, pedia-se a conversão em 
divórcio direto. Hoje, a separação é irrelevante para pedir divórcio. A separação 
de fato acaba com a lógica da solidariedade e por conseguinte, com o regime de 
bens.​ ​A​ ​EC66​ ​veio​ ​para​ ​transformar​ ​todo​ ​o​ ​divorcio​ ​em​ ​direto 
 
A doutrina entende que a separação acabou, mas o STF não. A separação é representativa de 
um sistema binário - primeiro, tem que se pensar se realmente se quer separar para depois 
quebrar​ ​o​ ​estado​ ​civil​ ​constituído. 
Hoje, entende-se que o divórcio é um direito potestativo.Não necessita de justificativa. Há um 
poder​ ​de​ ​se​ ​divorciar​ ​sem​ ​precisar​ ​justificar​ ​ao​ ​juízo. 
 
Separação põe fim a alguns aspectos do afeto - fidelidade, coabitação e regime de bens - mas 
não acaba com o casamento. Mantém-se a mútua assistência materiale o estado civil. Com a 
lei do Divórcio e a CRFB/88, cria-se uma família de interesse social. Antes, era necessário ter 
uma prévia separação para entrar com divórcio. Era necessário estar separado por certo 
período de tempo para divorciar. A separação poderia ser de fato ou judicial. A separação de 
fato que autorizava o divórcio precisava ter pelo menos 2 anos. A separação judicial precisava 
de 1 ano. Nesses casos, o risco estava no dever de coabitação e sua confusão com o 
abandono​ ​do​ ​lar,​ ​​ ​que​ ​ensejaria​ ​numa​ ​falta​ ​ao​ ​dever​ ​do​ ​casamento. 
A separação poderia ser por sanção, falta ou. A separação por sanção era aquela em que uma 
dos cônjuges demonstrava que houve lesão ao dever do casamento. Era acusação de que 
houve falta do dever do casamento. Antes era necessário mostrar a razão da separação, o 
porquê da parte querer separar. Outro reflexo da privacidade da família → hoje não é 
necessário dizer porque se quer divorciar. Antes, era necessário averiguar a culpa para fins de 
guarda dos filhos e alimentos. Ainda nesse sistema, para separação consensual, era 
necessário ter um ano de casado. Hoje a culpa não tem nenhuma relevância com os alimentos 
ou com as crias. O melhor interesse da criança será atendido, e não se confunde a capacidade 
dos cônjuges com quem deu causa para o fim do casamento, pois as mesmas são irrelevantes. 
A​ ​falta​ ​no​ ​dever​ ​do​ ​casamento​ ​não​ ​afeta​ ​em​ ​nada​ ​o​ ​regime​ ​de​ ​bens​ ​também. 
- A EC66 matou o sistema binário e firmou que não há mais requisito de separação para 
o​ ​divórcio.​ ​Não​ ​é​ ​mais​ ​necessário​ ​separar​ ​para​ ​divorciar 
- trabalho - a separação acabou ou ainda é uma faculdade? Maior parte da 
doutrina diz que a separação acabou, porque não há mais utilidade. Os 
argumentos pró existência da separação - CPC trata expressamente da 
separação nas ações de família e a possibilidade das pessoas entenderem e 
quiserem escolher a separação ao invés do divórcio direto. Além disso, a 
separação permite reconciliação, enquanto o divórcio não. Para os que 
acreditam que ainda há separação, e ainda para os que já não aceitam mais sua 
existência, há dois tipos de separação - de fato e cautelar. A distinção é 
importante - a separação de fato permite a constituição de união estável com 
outro, enseja fim de separação de bens. A outra separação é a a cautelar de 
separação de corpos - afastamento de um dos cônjuges, medida prevista na Lei 
Maria da Penha. A separação de corpos pode ser pedida em separação, 
nulidade​ ​ou​ ​divórcio. 
 
Ações​ ​de​ ​família 
 
Parte dos procedimentos especiais no novo CPC; art. 693 CPC. Ações majoritariamente 
seguem rito especial, salvo alimentos, que vai ser regulado pela Lei 5478/68. A fixação para 
execução de alimentos é regulado pelo CPC, o CPC não se aplica a ação de alimentos, mas 
revoga os art. 16 a 18 da Lei de Alimentos, e atrai o cumprimeto de sentença da ação de 
alimentos para o NCPC (528CPC). O CPC também está excluido as ações do ECA. O termo 
“visitação”​ ​no​ ​CPC​ ​é​ ​questionável 
O poder familiar (1630CC), pela letra da lei, diz que esse subsiste enquanto casamento 
ou união estável; e que seu exercício individual só poderá acontecer se um deles se ausentar. 
Já o 1634CC diz que é de ambos, independentemente da situação conjugal. A guarda, que é 
uma evidência do poder familiar, será sempre compartilhada. Só há uma exceção - quando em 
família​ ​monoparental,​ ​tiver​ ​suspensão​ ​ou​ ​extinção​ ​do​ ​poder​ ​parental. 
Somente um dos poderes familiares é abalado pela mudança de estado civil dos pais → 
1632. A mudança, via de regra, não muda a relação de pais e filhos, e só muda o direito de 
estar na companhia do filho, pois o mesmo não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. 
Poder​ ​familiar​ ​é​ ​poder​ ​dever​ ​de​ ​viabilizar​ ​o​ ​crescimento​ ​dos​ ​filhos. 
1583 → São dois tipos de guarda - unilateral e compartilhada. Na guarda compartilhada, 
a responsabilidade é conjunta e o exercício dos direitos e deveres são conjuntos. Na guarda 
compartilhada, e não tem a ver com a distribuição do tempo, mas sim com a coadministração 
do​ ​poder​ ​familiar. 
- par.5 → dispositivo leva juízes a darem guarda unilateral. Bruno entende que a 
falta de entendimento entre os pais não pode afastar a guarda compartilhada. 
Ela​ ​deve​ ​ser​ ​preferencialmente​ ​compartilhada. 
- STJ → o convívio ruim entre os pais não pode afastar o poder familiar e nem a 
guarda compartilhada. A guarda unilateral só pode acontecer quando há casos 
extremos - uso de drogas, dependências, depressão, doenças ou hábitos que 
tragam​ ​perigo​ ​a​ ​criança 
- obs. possibilidade de revisão de guarda (guarda assistida) ou redução de 
guarda quando o poder familiar é exercido de maneira bastante adversa 
de​ ​um​ ​para​ ​outro​ ​sobre​ ​os​ ​filhos 
 
Os alimentos são interpretados independentemente de guarda, mas os valores podem 
ser negociados com base na guarda. Guarda compartilhada não exonera dever alimentar, visto 
que​ ​esse​ ​é​ ​regulado​ ​pela​ ​necessidade,​ ​proporcionalidade​ ​e​ ​possibilidade. 
Um do primeiros termos a serem discutidos no divórcio é a guarda, que não exige prévia 
relação entre os pais. O art. 693 CPC fala de guarda e visitação, mas o termo “visitação é visto 
com maus olhos”; o art. 1584 e 1583 fala de guarda e convivência. Isso porque é direito dos 
pais conviverem com os filhos. O direito de convivência dos pais com os filho é um reflexo da 
guarda​ ​compartilhada. 
O CPC diferencia o rito das ações de fe familia das demais. São diferenças das ações 
de família - o mandado de citação não será acompanhado da contrafé porque não há prazo 
para contestar. Por razão disso é que seu direito de ampla defesa não é ferido. A pessoa é 
citada para uma audiência de conciliação. A conciliação tem abertura e concessão recíprocas, 
enquanto a mediação consiste na abertura da privacidade e entendimento do que é melhor. O 
terceiro​ ​mediador​ ​é​ ​um​ ​colaborador​ ​que​ ​auxilia​ ​na​ ​objetividade​ ​com​ ​observãncia​ ​a​ ​lei. 
 
Partilha​ ​de​ ​bens​ ​na​ ​dissolução​ ​de​ ​laços 
 
Se for separada partilha, para depois da dissolução, vai seguir o rito das sucessões; 
mas se for concomitante, segue o rito do CPC. Todo casamento e união estavel gera regime de 
bens. Não tem relacionamento familiar sem regime de bens. A lei previu 5 regimes de bens - 
comunhão parcial, comunhão universal, participação final nos aquestos, separação 
convencional​ ​ou​ ​absoluta,​ ​separação​ ​obrigatória. 
1639 → princípio da privacidade e liberdade de escolha dos bens, mistura de regime de 
bens e alteração. Por exemplo, pode-se escolher o regime universal com características de 
absoluta. O regime de separação obrigatória é aquele destinado a quem não pode escolher. A 
escolha do regime de bens é feita no momento da habilitação. O regime da comunhão parcial é 
considerado o supletivo, porque é ele que se aplica no silênciodo casal - é feito por simples 
anotação​ ​do​ ​registro​ ​de​ ​casamento,​ ​e​ ​não​ ​precisa​ ​de​ ​outra​ ​anotação. 
Qualquer outro regime de bens, tem que ter pacto antenupcial. Salvo regime de 
comunhão parcial, não pode colocar no instrumento de casamento o regime escolhido, mas sim 
tem que fazer pacto. Pacto antenupcial exige acordo de vontades (não pode impor a vontade 
de um conjuge ao outro - requisito de existência), escritura pública (requisito de validade), e 
realização de casamento (requisito de eficácia). Se não houver casamento, é ineficaz (não 
produz efeitos jurídicos). O ato antenupcial não pode ter disposições contrárias a lei. Doutrina 
entennde​ ​que​ ​pacto​ ​antenupcial​ ​é​ ​reservado​ ​para​ ​questões​ ​patrimoniais​ ​,​ ​e​ ​não​ ​existênciais. 
- Bruno pergunta se pode fixar o direito ou não direito aos alimentos no pacto. Não 
pode,​ ​porque​ ​o​ ​direito​ ​é​ ​indisponível​ ​e​ ​inafastável​ ​em​ ​abstrato 
- STJ aceitou cláusula indenizatória pelo fim do relacionamento. Prefixação de 
perdas​ ​e​ ​danos​ ​deve​ ​ser​ ​admitida. 
- não pode afastar o dever de coabitação pelas cláusulas, mas na prática os 
casais​ ​que​ ​tem​ ​esse​ ​direito​ ​e​ ​dever. 
- limites​ ​do​ ​pacto​ ​são​ ​aqueles​ ​que​ ​não​ ​contraditem​ ​previsões​ ​legais 
- Exemplo → estabelecimento de separação absoluta, mas o apartamento do 
conjuge será bem comum. A comunhão é universal do bem de apartamento, 
porque​ ​era​ ​da​ ​pessoa​ ​antes. 
- Comunhão​ ​universal​ ​→​ ​comunicação​ ​de​ ​bens​ ​anteriores​ ​ao​ ​casamento 
- Separação total → não se comunicam os bens anteriores e supervenientes ao 
casamento. 
- 1641 → maiores de 70 anos (vedação a relacionamentos efêmeros que gerem 
ganho​ ​patrimonial​ ​desproporcional​ ​e​ ​sem​ ​causa) 
- Obs importante → a união estável e seu regime de bens começa com o 
começo da união. Mas quando é o começo da união estável? São 
questões de prova, quando fato for público, contínuo, duradouro e com 
intensão​ ​de​ ​constituir​ ​família. 
- não​ ​se​ ​pode​ ​mudar​ ​o​ ​regime​ ​de​ ​bens​ ​retroativamente 
Podem a partes pactuar separação de bens, mesclando regimes. Possibilidade de 
separar bens que não se confundem com o regime ou ainda deixar de confundir certos tipos de 
bens. Alteração do regime de bens tem que ser consensual e judicial. Não pode impor 
mudança. Se quiser impor e não aceitar o outro, é divórcio. Não pode fazer a alteração pelo 
mesmo meio em que fez a escolha do regime de bens. A escolha não é judicializada, é 
administrativa. 
- Obs. 734 CPC. Exigir motivação é inconstitucional porque fere privacidade. Não 
pode afetar direito de terceiro por conta de alteração. Só há uma exceção que 
tem efeito “retroativo” (não é retroativo, é reflexo). Via de regra, os efeitos de 
alteração do regime são ex tunc (“a partir de agora, não retroagem”). O STJ 
decidiu que se pode fazer partilha de bens ainda casado. Quando faz alteraão 
de bens, pode fazer partilha quando já está casado. Exemplo do cônjuge que 
entra na política ou ingressa em importante cargo administrativo de grande 
responsabilidade.​ ​Regime​ ​da​ ​comunhão​ ​universal 
- a partilha de bens, se for isonômica, não é tributada. Exemplo da comunhão 
universal, em que um conjuge tem dois apartamentos (um de 500mil e outro de 
300mil). Para não ter tributação, cada um tem que sair do casamento com 
400mil. Se um ficar com apartamento de 300 e outro de 500, tem que pagar 
imposto. 
No regime de bens, a comunhão é copropriedade. Diferente de condomínio (sobre bem 
determinado e específico); enquanto comunhão é sobre universalidade. Comunhão cria status 
de meeiro. Condomínio é por intervivos ou causa mortis. Comunhão não existe registro e é só 
por​ ​intervivos 
Na comunhão parcial, não se comunicam os bens antecedentes ao casamento. Regra 
geral é de que os bens adquiridos após o casamento são comuns, ainda que em nome de um 
só. Excluídos dessa comunhão (1659), os bens antes do casamento de cada um; bens 
adquiridos na continuidade do casamento por doação ou herança. Se eu alieno bens herdados 
para compra de novos, os novo bens tem natureza de herdados e por isso, não se comunicam. 
Não se comunicam as obrigações anteriores ao casamento, mas só as adquiridas na 
constância desse. Não se comunicam na constância do casamento as dívidas provenientes de 
ato ilícito. Não se comunicam bens de uso pessoal e de profissão. Jurisprudência entende que 
na regra geral, jóias são de uso pessoal. Para que entrem como bens móveis, tem que 
demostrar que é bem de investimento familiar. Não se partilha o direito abstrato ao recebimento 
de salário e pensionamento (proventos de trabalho); isto é, não se comunicam o salário, mas 
sim os bens que esse salário faz adquirir, pois com sua utilização, perde-se a natureza de 
proveito​ ​salarial 
- STJ → não se comunica o direito abstrato a percepção dos frutos trabalhados e 
administração​ ​desses​ ​valores. 
- obs. impossibilidade de dispor do bem adquirido em casal sem autorização do 
outro,​ ​salvo​ ​na​ ​separação​ ​absoluta→​ ​1659​ ​CC 
- regime de bens não tem lógica contratual ou societária, não investiga o quanto 
cada​ ​um​ ​colocou.​ ​Mas​ ​se​ ​transformou​ ​em​ ​patrimônio,​ ​vai​ ​ter​ ​que​ ​partilhar 
Na comunhão parcial (comunica-se os bens somente futuros), só se participa da sucessão do 
conjuge se tiver bens particulares. Os frutos e as benfeitorias dos bens particulares são 
comuns. Dividendos de ações, por exemplo, são bens comuns; frutos dos bens particulares se 
comunicam,​ ​e​ ​por​ ​isso​ ​o​ ​que​ ​for​ ​comprado​ ​com​ ​remuneração​ ​salarial​ ​pode​ ​ser​ ​partilhado. 
 
- 1660 → mesmo que seja comprado só em nome de um, se comunica. Comunicam-se 
os bens adquiridos por fato eventual (exemplo. loteria). Entram na comunhão as 
benfeitorias dos particulares de cada conjuge, os frutos de bens particulares ou comuns, 
e os pendentes no momento que cessa a comunhão.. As dívidas também se 
comunicam, salvo prova de que não beneficiaram o casal (não se comunicam 
decorrentes de ato ilícito, salvo se beneficiarem). Essas dívidas podem atingir o bem 
comum​ ​(podem​ ​penhorar​ ​na​ ​integralidade​ ​se​ ​for​ ​dívida​ ​decorrente​ ​de​ ​ato​ ​ilícito). 
 
Na comunhão universal, regra geral (1667), comunica-se os bens presentes e futuros. O que o 
cônjuge já tem se comunica. Mas há bens que não se comunicam - os doados ou herdados 
com cláusula de inincomunicabilidade, os bens gravados do fideicomissio e os direitos do 
fidecomissário;​ ​não​ ​se​ ​comunicam​ ​os​ ​V​ ​a​ ​VII​ ​do​ ​1559 
 
O regime de separação pode ser convencional (absoluta - 1687) e permite cada um dos 
cônjuges administrar seus bens autonomamente. Não precisa de outorga do outro conjuge 
(1647) para exercer direitos de propriedade. Mas a separação absoluta não fala nada sobre 
partilha de bens. Lembrando que a partilha de bens tem 3 vertentes - administração, partilha e 
sucessão. A partilha de bens será totalmente tratada no pacto, e por isso a lei não tratou dela.Em tese, na partilha de bens não existe porque não há bens a partilhar, salvo se dispostos no 
pacto.​ ​O​ ​art.​ ​1687​ ​dá​ ​livre​ ​administração 
O art. 1688 cita o compartilhamento dos encargos de família. O artigo evidencia um dever do 
casamento, de mútua assistência material, e pode ser aplicável a todos os regimes. Mas como 
saber nesse regime quais são os bens comuns do casal para incluir na partilha? São os bens 
comprados em conjunto, as benfeitorias e melhorias que um fez no bem do outro também. No 
divórcio, não cabe discutir os gastos com suas próprias coisas, mas aqueles que um fez no 
bem do outro, mas isso depende, pois as melhorias podem ser do bem em comum do casal. 
Em suma, quando a benfeitoria for feita no bem exclusivo de um, cabe indenizar. Entretanto, 
quanto a benfeitoria é feita no bem comum estabelecido pela lógica familiar eleita pelos 
conjuges, não caberá indenização, mas sim a mera partilha do bem. Isso porque é encargo 
comum​ ​e​ ​dever​ ​derivado​ ​do​ ​casamento. 
- o que se um conjuge constrói no casamento é dele; e o que ela construiu é dela. O que 
os​ ​dois​ ​construiram​ ​é​ ​deles.​ ​→​ ​1642 
 
A separação obrigatória é destinada as pessoas que não podem escolher seu regime de bens. 
É exceção porque a regra é de privacidade e possibilidade de escolha/mistura de regime. 
Essas pessoas estão previstas no 1641 → aqueles que precisam de suprimento da vontade 
para casar, os maiores de 70 anos, os que casam sobre causa suspensiva (exemplo. conjuge 
viuvo​ ​que​ ​ainda​ ​não​ ​deu​ ​a​ ​partilha​ ​de​ ​bens​ ​do​ ​casamento​ ​anterior) 
- art. 734 CPC → alteração voluntária do regime de bens tem que ser motivada. Exemplo 
daquele que casa com autorização judicial, e depois de alcançar 18 anos, resolve 
mudar​ ​o​ ​regime​ ​de​ ​bens 
- obs​ ​→​ ​até​ ​2010,​ ​era​ ​até​ ​os​ ​60​ ​anos​ ​que​ ​as​ ​pessoas​ ​não​ ​poderiam​ ​escolher​ ​seu​ ​regime. 
- STF 377 → interpreta os art. 258/259 do CC/16. O artigos diziam que no silêncio do 
pacto, aplica-se comunhão parcial. O dispositivo não foi reproduzido em 2002, mas 
entende-se que a regra é implícita. Na separação obrigatória, se comunicam os bens 
comuns adquiridos no casamento quando há esforço comum. A jurisprudência evoluiu 
esse “esforço comum”, não levando em consideração somente o fato de ambos terem 
“colocado grana” para o bem comum. Hoje, entende-se que esse esforço comum é 
seguido​ ​de​ ​uma​ ​lógica​ ​mais​ ​ampla​ ​de​ ​solidariedade. 
- obs. há concorrência de sucessão entre cônjuges e descendentes quando há bens 
particulares de um dos conjuges falecidos. Mas quando o cônjuge é falecido e todos os 
bens daquele eram comuns, não há concorrência entre herdeiros. O herdeiro é a 
conjuge 
- necessidade de outorga na separação universal. Só não precisará quando for 
separação​ ​absoluta. 
 
O regime de bens de participação final nos aquestos é aquele em que as regras são de regime 
de separação durante o casamento; e no momento da dissolução, aplica-se as regras da 
comunhão parcial. É uma espécie de contabilidade, em que ambos tem que sair com o mesmo 
valor​ ​→​ ​1672​ ​a​ ​1675 
- 1675 e 1676 - possibilidade de liberar a outorga para alienação de bens imóveis, mas 
isso​ ​tem​ ​que​ ​estar​ ​no​ ​pacto.

Outros materiais