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trabalho de direito da familia

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1. João e María se divorciaram, porém, não efetuaram a partilha dos bens Pergunta. se: caso João e Maria desejem se casar novamente, que regime deverão adotar diante da falta de partilha dos bens que amealharam quando eram casados um com o outro? Justifique legalmente sua resposta.
R: Caso João e Maria desejem se casar novamente e não tenham realizado a partilha dos bens que amealharam durante o casamento anterior, deverão adotar um novo regime de bens para o novo casamento. 
Isso ocorre porque cada casamento é considerado como um novo negócio jurídico e, portanto, pode ser estabelecido um novo regime de bens. Mesmo que o casal tenha mantido o mesmo regime de bens no casamento anterior, isso não significa que devam adotá-lo novamente no novo casamento.
A escolha do regime de bens é um direito dos cônjuges, devendo ser feita no momento do casamento e formalizada em um pacto antenupcial. O artigo 1.639 do Código Civil Brasileiro prevê que os nubentes podem escolher livremente o regime de bens que lhes aprouver, desde que não seja vedado pela lei.
Dessa forma, caso João e Maria desejem se casar novamente, poderão optar por qualquer um dos regimes de bens previstos em lei: comunhão parcial de bens, comunhão universal de bens, separação total de bens e participação final nos aquestos. 
Cabe ressaltar que, na escolha do regime de bens, é importante levar em consideração o perfil e a situação financeira de cada um dos cônjuges, bem como as expectativas em relação ao casamento. O pacto antenupcial deve ser feito com a orientação de um advogado e registrado em cartório antes do casamento, conforme previsto pelo artigo 1.653 do Código Civil Brasileiro.
2. No Regime de Comunhão Parcial de Bens que patrimônio não se comunica num eventual divórcio? Aponte o dispositivo legal que fundamenta sua resposta.
R: O regime de comunhão parcial de bens é o mais comum no Brasil e é adotado automaticamente pelos casais que não optam por outro regime de bens no momento do casamento.
Nesse regime, todos os bens adquiridos durante o casamento são considerados comuns e devem ser partilhados igualmente entre os cônjuges em caso de divórcio. Entretanto, há exceções previstas no artigo 1.659 do Código Civil, que menciona os bens que não se comunicam no regime de comunhão parcial de bens.
Nesse sentido, não se comunica o patrimônio que cada cônjuge possuía antes do casamento, os bens de uso pessoal, os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge e as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Dessa forma, em caso de divórcio, esses bens não entrarão na partilha a ser realizada entre os cônjuges, permanecendo com o seu respectivo proprietário.
3. Mesmo no Regime de Comunhão Universal de Bens que patrimônio não se comunica num eventual Divórcio? Aponte o dispositivo legal que fundamenta sua resposta.
R: No regime de comunhão universal de bens, todos os bens presentes e futuros dos cônjuges, tanto os adquiridos antes quanto durante o casamento, são considerados como comuns e devem ser partilhados igualmente em caso de divórcio.
Entretanto, há exceções previstas no artigo 1.668 do Código Civil Brasileiro, que menciona os bens que não se comunicam no regime de comunhão universal de bens.
O primeiro bem que não se comunica são os bens que um dos cônjuges possuía antes do casamento e que foram excluídos da comunhão por meio de cláusula antenupcial. Isso significa que, se o casal optou por excluir determinados bens da comunhão universal de bens no momento do casamento, esses bens não serão divididos em caso de divórcio.
Além disso, os bens de uso pessoal, como roupas, sapatos, objetos de higiene pessoal e outros itens que sejam destinados ao uso exclusivo de um dos cônjuges, também não se comunicam no regime de comunhão universal de bens.
Por fim, as doações e as heranças recebidas por um dos cônjuges com cláusula de incomunicabilidade também não se comunicam no regime de comunhão universal de bens. Essas doações e heranças são consideradas como de propriedade individual do cônjuge que as recebeu e não serão divididas em caso de divórcio.
Importante ressaltar que, mesmo com essas exceções, é possível que os bens de propriedade individual de um cônjuge sejam incluídos na partilha caso tenham sido utilizados para beneficiar a família. Por exemplo, se o cônjuge utilizou o dinheiro de uma herança para comprar um imóvel em nome do casal, esse imóvel pode ser incluído na partilha. Nesses casos, é necessário avaliar a situação específica para determinar se o bem deve ser incluído ou não na partilha.
4. Os frutos ou rendimentos exclusivos de bens particulares se comunicam perante o outro cônjuge? Justifique legalmente sua resposta.
R: No regime de comunhão parcial de bens, os frutos ou rendimentos exclusivos de bens particulares não se comunicam perante o outro cônjuge. Isso significa que, se um dos cônjuges possuir um bem particular, como um imóvel, por exemplo, e receber aluguel referente a esse imóvel, esses rendimentos serão considerados como de propriedade exclusiva do cônjuge proprietário do bem e não serão divididos em caso de divórcio.
Essa disposição está prevista no artigo 1.659, inciso I, do Código Civil Brasileiro, que determina que são excluídos da comunhão os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar.
Dessa forma, os frutos e rendimentos obtidos a partir desses bens particulares são considerados como bens sub-rogados em seu lugar e, portanto, também são excluídos da comunhão.
Cabe ressaltar, no entanto, que caso o cônjuge proprietário de um bem particular utilize os frutos ou rendimentos desse bem para beneficiar a família, como por exemplo, pagar as despesas da casa, esses valores podem ser considerados como bens comuns e, portanto, serão incluídos na partilha em caso de divórcio.
5. Guarda Compartilhada e Guarda Alternada são a mesma coisa? Justifique sua resposta
R: Não, guarda compartilhada e guarda alternada não são a mesma coisa.
A guarda compartilhada é um tipo de guarda em que os pais continuam a exercer conjuntamente a responsabilidade sobre os filhos, mesmo após o divórcio ou a dissolução da união estável. Nesse modelo de guarda, os pais dividem igualmente o tempo de convivência com os filhos e as decisões relativas à educação, saúde e bem-estar da criança são tomadas em conjunto.
Já a guarda alternada é um tipo de guarda em que os filhos alternam sua residência com cada um dos pais em períodos previamente estabelecidos. Nesse modelo, a criança mora em um período com um dos pais e no outro período com o outro.
Assim, enquanto na guarda compartilhada os pais mantêm uma responsabilidade conjunta sobre a educação dos filhos e o tempo de convivência é dividido igualmente, na guarda alternada os filhos residem em períodos alternados com cada um dos pais, e a responsabilidade pela educação pode ser exercida individualmente por cada genitor durante o período em que a criança estiver sob sua guarda.
Vale lembrar que ambos os modelos de guarda podem ser adotados de acordo com as circunstâncias de cada caso, levando em consideração o melhor interesse da criança. Cabe ao juiz decidir qual tipo de guarda é mais adequado, de acordo com as particularidades de cada situação.
6. Na execução de alimentos, quem é o Alimentando e quem é o Alimentante?
R: Na execução de alimentos, o alimentando é a pessoa que tem o direito de receber os alimentos, ou seja, é o beneficiário da pensão alimentícia. Geralmente, o alimentando é o filho menor de idade, mas também pode ser o ex-cônjuge, o companheiro ou até mesmo os pais, em alguns casos específicos.
Já o alimentante é a pessoa que é obrigada a pagar os alimentos, ou seja, é aquele que deve prover financeiramente o sustento do alimentando. O alimentante pode ser o pai, a mãe ou qualquer outra pessoa que tenha a obrigação legal de prestar alimentos, como o ex-cônjuge ou o companheiro que não tem a guarda dos filhos, por exemplo.
A obrigação alimentar é estabelecidajudicialmente, e o valor a ser pago é definido levando em consideração as necessidades do alimentando e as possibilidades financeiras do alimentante. Em caso de descumprimento da obrigação de pagar os alimentos, o alimentando pode entrar com uma ação de execução de alimentos para cobrar os valores devidos, incluindo as parcelas atrasadas e as que ainda vão vencer.
7. Quais são os ritos cabíveis para o Cumprimento de Sentença de Débito Alimentar. Explique-os.
R: O cumprimento de sentença de débito alimentar possui ritos próprios, que estão previstos nos artigos 528 a 533 do Código de Processo Civil. São eles:
1. Requerimento: o credor (alimentando) deverá apresentar um requerimento para iniciar o cumprimento de sentença, indicando o valor atualizado do débito e requerendo a intimação do devedor (alimentante) para pagar a dívida em três dias ou apresentar uma justificativa para o descumprimento da obrigação alimentar.
2. Intimação: após o requerimento, o juiz determinará a intimação do devedor para pagar a dívida em três dias, sob pena de multa de até 10% do valor do débito.
3. Penhora: caso o devedor não efetue o pagamento ou não apresente justificativa para o descumprimento da obrigação alimentar, o juiz determinará a penhora de bens suficientes para quitar a dívida, seguindo as regras gerais de penhora previstas no Código de Processo Civil.
4. Prioridade: em qualquer fase do cumprimento de sentença de débito alimentar, será dada prioridade aos procedimentos que envolvam a cobrança de alimentos, com preferência na ordem de pagamento em relação a outras dívidas do devedor.
5. Prisão Civil: em último caso, se a penhora de bens não for suficiente para quitar a dívida e o devedor continuar descumprindo a obrigação alimentar, o juiz poderá decretar a prisão civil do devedor por até 90 dias.
É importante ressaltar que a prisão civil é uma medida extrema e deve ser aplicada somente em casos de comprovada impossibilidade do devedor em quitar a dívida alimentar, e desde que a medida seja efetiva para o cumprimento da obrigação. Além disso, a prisão civil não é uma punição pelo não pagamento da dívida, mas sim uma medida coercitiva para garantir o cumprimento da obrigação alimentar.
8. Estando o Alimentante em atraso com a pensão há 10 anos e contando o alimentando com 19 anos, pode este executar os 10 anos de atraso? Justifique legalmente sua resposta.
9. Defina o parentesco natural, parentesco civil, parentesco por afinidade e parentesco por afetividade
R: O parentesco é a relação de consanguinidade, afinidade ou socioafetividade que une duas ou mais pessoas. Existem quatro tipos de parentesco: o parentesco natural, o parentesco civil, o parentesco por afinidade e o parentesco por afetividade.
O parentesco natural é aquele que se estabelece entre pessoas que têm vínculo sanguíneo, ou seja, que são descendentes umas das outras ou que têm um ancestral em comum. Exemplos de parentesco natural são a relação entre pais e filhos, entre irmãos e entre avós e netos.
Já o parentesco civil é estabelecido por meio de adoção ou por determinação da lei. Ele se dá quando uma pessoa assume o papel de pai ou mãe de outra, mesmo sem ter vínculo sanguíneo. Exemplos de parentesco civil são a relação entre pais e filhos adotivos, entre padrastos ou madrastas e enteados e entre tutores ou curadores e tutelados ou curatelados.
O parentesco por afinidade é aquele que se estabelece por meio do casamento ou união estável. Ele se dá entre uma pessoa e os parentes de seu cônjuge ou companheiro(a). Exemplos de parentesco por afinidade são a relação entre sogros e genros ou noras, entre cunhados e entre padrinhos e afilhados.
Por fim, o parentesco por afetividade é aquele que se estabelece entre pessoas que não têm vínculo sanguíneo, civil ou por afinidade, mas que possuem uma relação de afeto e convivência. Exemplos de parentesco por afetividade são a relação entre pais ou mães adotivos e seus filhos adotivos, entre avós e netos afetivos, entre padrinhos ou madrinhas e seus afilhados afetivos e entre tios e sobrinhos afetivos.

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