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1305202 Posse Propriedade Tributação

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CASOS DE POSSE E TRIBUTAÇÃO
ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA. AUTARQUIA FEDERAL. EXIGÊNCIAS CARTORÁRIAS PARA A TRANSCRIÇÃO DO IMÓVEL. APRESENTAÇÃO DO GEORREFERENCIAMENTO. DESNECESSIDADE. ISENÇÃO DE CUSTAS E EMOLUMENTOS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO.
1. Sendo a desapropriação forma de aquisição originária de propriedade, destituída de qualquer gravame, limitação, ônus ou embaraço decorrente de atos anteriores, e estando o processo de desapropriação devidamente instruído com documentos necessários para individualizar com precisão a área sub judice, não há necessidade de homologação pelo INCRA dos documentos apresentados no processo.
2. Apesar de os arts. 1º e 2º do Decreto-Lei nº 1.537/77 estabelecerem isenção apenas da União quanto ao pagamento de emolumentos perante os cartórios extrajudiciais, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já firmou o entendimento de que os emolumentos devidos em contrapartida aos serviços notariais e registrais têm natureza jurídica de taxa, e como tal devem observar as normas constitucionais pertinentes ao Sistema Tributário Nacional.
3. Por se tratar de um tributo estadual, é vedado à União conceder a sua isenção, de acordo com o disposto no art. 151, III, da Constituição Federal.
4. Agravo parcialmente provido, apenas para afastar a exigência de realização do georreferenciamento do imóvel rural para transcrição da sentença no Cartório de Registro de Imóveis.
(Processo AG 406688020134050000, OrgãoJulgadorTerceira Turma Publicação09/01/2014, Julgamento 19 de Dezembro de 2013, RelatorDesembargadora Federal Joana Carolina Lins Pereira)
NÃO SE TRANSFERE DÉBITO TRIBUTÁRIO DO IMÓVEL AO ENTE EXPROPRIANTE
1. No caso em tela o recorrente exige do ente expropriante, em execução fiscal, os tributos (IPTU e Taxa de Limpeza Pública de Coleta de Resíduos Sólidos) incidentes sobre o imóvel desapropriado, derivados de fatos geradores ocorridos anteriormente ao ato expropriatório.
2. Considerando o período de ocorrência do fato gerador de tais tributos, e, levando-se em consideração que a desapropriação é ato de aquisição originária de propriedade, não há a transferência de responsabilidade tributária prevista no artigo 130 do CTN ao ente expropriante.
3. Recurso especial não provido.
(REsp 1668058/ES – Rel. Min. Mauro Campbell Marques – DJ 14/06/2017 
APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - DÉBITO DO IPTU - FATO GERADOR OCORRIDO APÓS A MORTE DO TITULAR DO DOMÍNIO - CDA CONSTITUÍDA EM FACE DO DEVEDOR FALECIDO - IMPOSSIBILIDADE - RESPONSABILIDADE, NO CASO, DOS SUCESSORES, E NÃO DO ESPÓLIO EM RAZÃO DO FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA TER OCORRIDO DEPOIS DA MORTE DO PRIMITIVO TITULAR DO DOMÍNIO - SUCESSÃO QUE TRANSMITE, DE IMEDIATO A POSSE E O DOMÍNIO DA HERANÇA AOS HERDEIROS - PRINCÍPIO DA SAISINE - ARTIGO 1734 DO CC QUE DEVE SER INTERPRETADO EM CONJUNTO COM O ARTIGO 131 DO CTN - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS HERDEIROS DO DE CUJUS, NA PROPORÇÃO DE SEUS RESPECTIVOS QUINHÕES - NULIDADE DA CDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. A responsabilidade do Espólio limita-se aos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão, a partir de quando a responsabilidade passa aos sucessores do de cujus, em razão do princípio de saisine (artigo 1734 do CC de 2002), o qual estabelece que "aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários". A leitura desse dispositivo, em conjunto com o artigo 131 e seus incisos do CTN , permite formular a compreensão de que a constituição da CDA, para fins de execução fiscal, é possível que se dê em face do espólio se o fato gerador da obrigação tributária ocorrer antes do falecimento do devedor. Se a obrigação tributária tiver fato gerador depois de aberta a sucessão, são responsáveis pelo pagamento seus herdeiros(artigo 131 , II , do CTN ). Sendo a obrigação tributária decorrente de IPTU do período compreendido entre 2010 e 2011, ao passo que o proprietária do imóvel faleceu em 2002, o débito tributário não pode ser constituído em face do espólio, mas sim em face de todos os herdeiros da de cujus, por força do entendimento dos artigos 1734 do CC de 2002e 131 , incisos II e III , do Código Tributário Nacional , incidindo, na espécie, o inciso II desse último dispositivo legal. 4. Recurso conhecido e improvido. 
TJ-MS - Apelação APL 00054226320128120021 MS 0005422-63.2012.8.12.0021 (TJ-MS) Data de publicação: 27/03/2014
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. IPTU. CONTRATO DE ARRENDAMENTO PORTUÁRIO. CONTRIBUINTE. INEXIGIBILIDADE DA EXAÇÃO EM RELAÇÃO AO ARRENDATÁRIO.
1. "O IPTU é imposto que tem como contribuinte o proprietário ou o possuidor por direito real que exerce a posse com animus definitivo" 2. Na hipótese dos autos, a celebração do contrato de arrendamento entre a empresa ora agravada e a Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP -, relativamente à exploração de área pertencente ao Porto de Santos, cuja propriedade é da União, não dá à primeira a condição de contribuinte do IPTU, visto que não exerce a posse do referido imóvel com animus domini .
3. Agravo regimental a que se nega provimento.(REsp 325.489/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 24.2.2003).
TRIBUTÁRIO. IMÓVEL DE DOMÍNIO DA UNIÃO. CONCESSÃO DE USO. IPTU. NÃO INCIDÊNCIA. CESSIONÁRIO. POSSE SEM ANIMUS DOMINI. PRECEDENTES.
1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o bem imóvel de domínio da União, ocupado por cessionária de uso de área, não se sujeita a incidência de IPTU, haja vista que a posse, nessa situação, não é dotada de animus domini.
2. O cessionário do direito de uso não é contribuinte do IPTU, haja vista que é possuidor por relação de direito pessoal, não exercendo animus domini, sendo possuidor do imóvel como simples detentor de coisa alheia.
3. Precedentes: AgRg no Ag 1207082/RJ, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Turma, DJe 14/04/2010; AgRg no Ag 1129472/SP, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 01/07/2009; AgRg no REsp 947267/RJ, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, DJ18/10/2007; REsp 681406/RJ, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, DJ 28/02/2005; AgRg no Ag 1243867/RJ, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 12/03/2010; AgRg no REsp 885.353/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 06/08/2009; REsp 933.699/RJ, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 28/03/2008; REsp 325489/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 24/02/2003. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Processo AgRg no REsp 1034641 RJ 2007/0044985-2, Orgão JulgadorT1 - PRIMEIRA TURMA, PublicaçãoDJe 29/10/2013Julgamento22 de Outubro de 2013RelatorMinistro SÉRGIO KUKINA.
 IPTU - EXTENSÃO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – ENTIDADE RELIGIOSA – PEDIDO DE RECONHECIMENTO BASEADO EM CONTRATO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – INDEFERIMENTO POR FALTA DE APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTO DE REGISTRO DE IMÓVEL – POSSE– ‘ANIMUS DOMINI’ – EXTENSÃO DO BENEFÍCIO CONSTITUCIONAL A IMÓVEL OCUPADO POR TEMPLO DE CULTO RELIGIOSO – CANCELAMENTO DO LANÇAMENTO – RECURSO OFICIAL DESPROVIDO – MANUTENÇÃO DA DECISÃO ‘A QUO’
– Conforme a regra imunizatória insculpida na alínea “b” do inciso VI do artigo 150 da vigente Constituição Federal, é vedado ao Município instituir impostos, ‘in casu’, o IPTU, sobre o patrimônio das instituições elencadas no retro citado dispositivo constitucional.
– No caso em tela, a Recorrida solicitou a extensão de imunidade baseando-se em Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda firmado em abril de 2001. Tal pedido foi indeferido pelo Fisco, em razão da não comprovação da integração da propriedade ao patrimônio da entidade religiosa, haja vista a falta de apresentação de documento de registro do imóvel em seu nome. Entretanto, restou demonstrado através das diligências efetuadas nos autos que o imóvel objeto do processo é ocupado pela Recorrida desde abril de 2000, a título de posse, sendo que nos termos do artigo 66 da Lei nº 5.641/89, o possuidor é contribuinte do IPTU. Ora,
se o possuidor ou o ocupante com animus domini é contribuinte, obviamente a imunidade se estende a ele quando for decorrente do aspecto pessoal da hipótese de incidência tributária.
– Utilizando-se das palavras do i. Relator da JJF1FA, “entende o Fisco de Belo Horizonte que a posse é fato gerador de IPTU (...). Sendo fato gerador de IPTU, deve também estar ao abrigo da imunidade tributária, pois não se pode utilizar do critério somente em benefício da entidade arrecadadora, interpretando-se amplamente para fins de lançamento tributário e restritivamente para fins de reconhecimento da imunidade”. (fl. 78)
– Nestes termos, imperiosa a confirmação da decisão ‘a quo’ que determinou o cancelamento do lançamento efetuado para, em consequência, reconhecer a extensão da imunidade tributária ao referido imóvel, pelos seus próprios e jurídicos fundamentos.
BELO HORIZONTE. CART-BH- Conselho Administrativo de Recursos Tributários. Recurso ExOffcio. Relator: Fernando Guedes Ferreira Filho. Diário Oficial do Município – DOM, Belo Horizonte, 15 mai. 2010.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - ITCD - DOAÇÃO DE COTAS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA - LANÇAMENTO DE OFÍCIO - TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL - DATA DE CONHECIMENTO DO FATO GERADOR PELO FISCO - DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA - REEXAME NECESSÁRIO CONHECIDO DE OFÍCIO - SENTENÇA REVOGADA. - Ausente informação ao Fisco Estadual da doação, para efeito de recolhimento do ITCD, descumpre o contribuinte sua obrigação legal, pelo que o exercício financeiro de referência deve ser aquele em que o Estado de Minas Gerais tomou conhecimento da ocorrência do fato gerador do imposto. - Em se considerando que o pedido de quitação formulado no inventário por morte do doador ocorreu em julho de 2009, não se operou o prazo decadencial de cinco anos previsto no art. 173, inciso I, do CTN, na medida em que a notificação da exigência tributária deu-se em 23 de outubro de 2009. - Sentença revogada em reexame necessário conhecido de ofício. Recurso voluntário prejudicado.RECURSO ESPECIAL Nº 1.475.776 - MG (2014/0210483-2) RELATORA :MINISTRA REGINA HELENA COSTA.
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. EMOLUMENTOS. REGISTRO DE IMÓVEIS. PRETENDIDA ISENÇÃO DO DNOCS. IMPOSSIBILIDADE. DECRETO-LEI 1.537/77. NÃO RECEPÇÃO PELA CR/88. ISENÇÃO HETERÔNOMA. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. ART. 151, III, DA MESMA CARTA.
1. Agravo de instrumento em face da decisão que, nos autos de ação de desapropriação, indeferiu pedido da autarquia expropriante de isenção de pagamento dos emolumentos cartorários para cumprimento da sentença exarada naquela ação.
2. O STF já firmou posicionamento no sentido de considerar que os emolumentos devidos em contrapartida aos serviços notariais e registrais têm natureza jurídica de taxa e, como tal, devem observar as normas constitucionais pertinentes ao Sistema Tributário Nacional. (STF - ADI 3694 - AP - TP - Rel. Min. Sepúlveda Pertence -DJU 06.11.2006 - p. 30). 2. Assim, o Decreto-lei 1.537/77, que concede isenção da taxa de emolumentos dos serviços extrajudiciais à União, não foi recepcionado pela Constituição, pena de se admitir isenção heterônoma, vedada pela mesma Carta em seu art. 151, III.
3. O DNOCS, como autarquia federal, tem a prerrogativa de não antecipar o depósito de custas e emolumentos em sede de ação judicial que tenha promovido (vencido, paga apenas ao final), mas isso não pode ser confundido com um reconhecimento de isenção perante os Cartórios de Registro de Imóveis.
4. Agravo de instrumento não provido e pedido de reconsideração julgado prejudicado.Processo AG 40977620144050000, Orgão Julgador Terceira Turma, Publicação 02/07/2014, Julgamento 26 de Junho de 2014, Relator Desembargador Federal Marcelo Navarro

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