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MICROBIOLOGIA I – CAPÍTULO A PARTE – NATHÁLIA EXEL – CAPITU XLIX NEISSERIA Encontradas em humanos: Todas as espécies não são patogênicas e fazem parte da microbiota do trato respiratótio superior, EXCETO N. gonorrhoeae e N. meningitidis As espécies de Neisseria: o São diplococos GRAM negativos – lados adjacentes achatados similar a um grão de feijão o Imóveis, não esporulam e algumas espécies apresentam cápsula o Todas as espécies são oxidase positiva (possuem enzima citocromo C oxidase) o Todas as espécies produzem a enzima catalase, EXCETO subespécies de N. elongata o São aeróbias e possuem temperatura ótima de crescimento entre 35 e 37 graus N. gonorrhoeae é sempre patogênica, pode infectar a mucosa genital, anal, orofaringe, conjuntiva de recém nascido N. meningitidis pode colonizar a nasofaringe sem causar doenças e ocasionar doença meningocócica (meningite) e processos em decorrência da disseminação hematogênica (osteomielite, artrite, pericardite e peritonite) NEISSERIA GONORRHOEAE Conhecida como gonococo, não apresenta cápsula e é muito sensível à condições ambientais adversas (sofre autólise com facilidade) Tipadas através de auxotipagem e sorotipagem: Diferentes necessidades de nutrientes ou co- fatores para o crescimento e anticorpos monoclonais direcionados contra uma proteína da membrana externa, respectivamente. Fatores de virulência e patogênese: Não secreta toxinas Apresenta proteínas de membrana (OMP) – classificadas em PI, PII e PIII PI: porina denominada PorB -> penetração do gonococo na célula hospedeira e previne a formação do fagolisossomo em neutrófilos PII: associadas à opacidade da colônia (Opa) -> codificam proteínas antigenicamente distintas N. gonorrhoeae N. subflava, perflava e flava N. meningitidis N. sicca N. lactamica N. mucosa N. cinerea N. flavescens N. polysaccharea N. elongata (sub: elongata, glycolytica, nitroreducens) PIII: Rmp ou OMP -> encontrada complexada com PorB e ao lipossacarídeo (LPS) mas é conhecido como LOS pois a membrana externa de N. gonorroheae é composta por um tipo curto de LPS no qual faltam cadeias laterais repetitivas de antígeno O (consiste em um oligossacarídeo simples). LOS: importante fator de virulência, estimula produção de TNF desencadeando reações inflamatórias -> Bactéria liga resíduos de ácido siálico (NAM) sérico a resíduos de galactose do LOS -> cepa resistente à atividade bactericida do soro. IgA1-protease: importante fator de virulência: proteína que cliva a IgA1 humana e dessa forma auxilia a colonização dos epitélios; bloqueia o acesso de IgG e IgM; cliva LAMP1 que processa a degradação do material endocitado por lisossomos; Produtos resultantes da clivagem de IgA1 foram detectados na secreção vaginal de mulheres com gonorreia Sistema de captação de ferro para processo de invasão: por meio de receptores de superfície ou por transferrina ou lactoferrina, captadas por proteínas de superfície do gonococo (TbpA/TpbB e LbpA/LbpB) Estágios da patogênese: ! Infecções causadas pela N. gonorrohoeae: Maioria como gonorreia – uretrite gonocócica ou blenorragia Infecções das mucosas da orofaringe e anorretal Gonorréia: DST Homem: uretrite -> processo inflamatório agudo e piogênico da uretra: corrimento uretral purulento, disúria (dificuldade de urinar) e algúria (dor durante a micção); A infeção pode estender-se para a próstata, vesícula seminal e epidídimo Mulher: cervicite acompanhada corrimento urinário e disúria -> 50% assintomáticas; Pode estender-se para o útero, trompas de falópio e ovários; OBS: adulta raramente apresenta vulvovaginite devido a presença de epitélio escamoso, o qual não é suscetível à infecção, diferente de meninas. Recém-nascido: conjuntiva infectada pelo canal do parto -> oftalmia neonatal Faringite e protite: devido à prática de sexo oral e anal -> disseminação da infecção genital; Ambas podem ser assintomáticas ou apresentarem-se como infecções brandas Infeção cervical não tratada: pode causar peritonite, doença inflamatória pélvica -> salpingite, peritonite pélvica, abscessos tubo-ovarianos A) Adesão inicial dos gonococos aos microvilos das células epiteliais mediada pela fímbria tipo 4 B) Adesão íntima secundária dos gonococos mediada por proteínas da membrana externa (OMP) C) Endocitose direcionada pelos gonococos nas células epiteliais D) Transcitose dos gonococos para a camada subepitelial e disseminação para sítios distantes Gonorreia assintomática não tratada: gonococo invade corrente sanguínea -> infecção gonocócica disseminada manifestada em forma de artrites, endocadites, meningites e lesões cutâneas Variação de fase e Antigênica da N. Gonorrheae: Estas são características importantes na patogenicidade da bactéria, já que permitem que o gonococo escape da resposta imune do hospedeiro. A variação de fase dá-se através do sistema “on/off”, usada em determinados momentos. A variação antigênica atua nos genes, provocando mudanças na composição dos aminoácidos que compõem a proteína que será formada. Além dessa variações genéticas, a Neisseria apresenta uma enorme competência em adquirir DNA exógeno de outras formas heterólogas de Neisseria, assim sendo a Neisseria reflete um estado constante de variações, tornando a resposta imune obsoleta. Tais variações correspondem a uma alteração na fímbria tipo 4, que envolve a recombinação homóloga dos genes da pilina que formarão a fímbria, são dois tipos: Pil E (expressa a característica) e Pil S (característica silenciosa), uma recombinação ocasionaria em um gene variante de pilina, alterando a forma original. Resposta imunológica: Há estímulo da produção de anticorpos secretores e séricos contra os antígenos de superfície do gonococo (Opa, Por e LOS) Anticorpos contra OPM Rmp são produzidos em decorrência da infecção e reagem com a superfície do gonococo, bloqueando a ação de anticorpos contra a PorB e LOS, inibindo a ação lítica do complemento. Dessa forma, anticorpos anti-Rmp podem aumentar a suscetibilidade à infecções por N. gonorrhoeae. Deficiência em componentes do sistema complemento: maior suscetibilidade a infeções por gonococo Diagnóstico: Exame bacterioscópico das secreções uretral, cervical, orofaríngea, retal ou conjuntival, corado por GRAM Observa-se diplococos GRAM negativos e muitos leucócitos polimorfonucleares (início: maioria dos gonococos está fagocitada) Outras infecções: Bacterioscópico é apenas de valor presuntivo. O achado de DGN deve ser confirmado através do isolamento do patógeno, uma vez que a presença de DGN e mesmo cocobacilos GRAM negativos saprófitas na vagina e no reto é muito abundante, o que dificulta a observação microscópica do gonococo Resistência natural: vancomicina, colistina e trimetoprim Coloração de GRAM e reação de oxidase Tratamento: Cefalosporinas de largo espectro Fluoroquinolonas (ciprofloxacina, norfloxacina, cefitriaxona, ofloxacina) e eritromicina (para tto de Chlamydia trachomatis associada a gonorreia) Azitromicina somente em casos de cepas resistentes à Fluoroquinolonas NEISSERIA MENINGITIDIS Casos de meningite meningocócica Meningococos Estruturas de superfície semelhantes aos gonococos, exceto pela presença de uma cápsula polissacarídica Presença de envelope celular -> composto de membrana citoplasmática, camada de peptídeoglicano e membrana externa (LPS e bicamada fosfolipídica) Cepas patogênicas: membrana externa circundada por uma cápsula polissacarídea (diferenças da natureza imunoquímica é a base para sorogrupagem) As OMPs inseridas na membrana externa são classificadas em 5 classes (1, 2, 3, 4 e 5) Todas as cepas possuem proteínas de classe 2 ou 3 = PorB -> poros seletivos – difusão Todas as cepas possuemproteínas de classe 4 = Rmp Proteínas da classe 1 = Por A e proteínas da classe 5 = Opa estão presentes na maioria das cepas -> funcionam como poros seletivos e se expressam em quantidades/qualidades variáveis, respectivamente Fatores de virulência e patogênese: Não secreta toxinas Fatores de virulências associados à aderência e invasão, além da cápsula polissacarídica Estágios de patogênese semelhantes aos do gonococo -> mesmas estruturas relacionadas aos mesmos processos Cápsula: propriedades antifagocíticas e antibactericidas: sobrevivência do meningococo durante a invasão na corrente sanguínea e no líquido cefalorraquidiano Infecções causadas pela N. meningitidis: Meningococo isolado da nasofaringe de portadores assintomáticos é transmitido por contato direto, por meio de secreção nasal ou oral Estado de portador: processo de imunização Menor frequência: meningococo penetra mucosa e invade a corrente sanguínea causando a doença meningocócica Amplo espectro de doenças: conjuntivite, pneumonia, pericardite e osteomielite Meningococcemia: presença de meningococo na corrente circulatória -> pode evoluir para a meningite meningocócica ou infecções metastáticas; Ocorre erupção cutânea petequial ou púrpuras; Alta taxa de mortalidade, surdez, retardo mental, síndrome de Waterhouse- Friderichsen (choque séptico, hemorragia das suprarrenais) e amputações OBS: MENINGITE: afeta meninges -> ocasionada por bactérias vírus ou fungos. A meningite meningocócica refere-se a meninge causada pela N. meningitidis -> meningite bacteriana aguda = mal-estar, febre alta, estado mental alterado, cefaleia, vômitos e rigidez da nuca Resposta imunológica: Portadores assintomáticos Imunidade natural: contatos repetidos e intermitentes com o próprio meningococo ou com espécies de Neisseria não patogênicas Algumas bactérias (Bacillus pumillus e Escherichia coli) contribuem para a imunidade por induzirem anticorpos que reagem cruzadamente com o meningococo Ação do sistema complemento Diagnóstico: Exame bacterioscópico do líquido cefalorraquidiano corado pelo método de GRAM e através do cultivo deste (ou sangue) para o isolamento e identificação do meningococo; Pode-se utilizar material das lesões cutâneas Líquor -> turvo, aumento no número de leucócitos polimorfonucleares, alta concentração de proteínas e baixa de glicose Observam-se diplococos GRAM negativos e leucócitos polimorfonucleares + pesquisa de polissacárides capsulares no líquor Técnica de PCR: alvos -> a amplificação de genes específicos da N. meningitides como ctrA e crgA Colônias de DGN apresentando teste de oxidase-positivo devem ser submetidas a provas bioquímicas para determinação da espécie, entre elas, as provas de fermentação de carboidratos Tratamento: Rifampicina erradica o meningococo da nasofaringe -> agente quimioprofilático Penicilina G: tto de meninge meningocócica e meningococcemia Cloranfenicol pode substituir penicilina em pacientes alérgicos Cefalosporinas de 3ª geração: ultrapassa facilmente a barreira meníngea -> altas concentrações no líquor
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