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Técnicas Radiológicas 
 
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MM EE DD II CC II NN AA NN UU CC LL EE AA RR 
DEFINIÇÃO E INTRODUÇÃO 
 A medicina nuclear envolve o uso de materiais radioativos denominados radiofármacos no estudo e 
no tratamento de várias condições clínicas e doenças. 
 Radiofármacos específicos denominados traçadores são introduzidos no corpo por injeção, inalação 
e/ou oralmente para avaliar órgãos e funções metabólicas específicos. Estes traçadores se concentram em órgãos específicos, 
que permitem que eles emitam radiação gama que é medida por uma câmera gama ou de cintilação. Com base na intensidade 
do sinal, a função de um órgão em particular pode ser determinada. 
 A tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT), introduzida em 1979, fornece 
vistas tridimensionais da anatomia. A SPECT utiliza um a três detectores de câmera gama que rodam 3600 ao redor do 
paciente para coletar sinais que estão sendo emitidos pelo corpo. Esses dados são então reconstruídos por um computador 
em várias perspectivas seccionais para produzir imagens de corte (varreduras) da anatomia. 
 
APLICAÇÕES CLÍNICAS 
As aplicações da 
medicina nuclear estão crescendo através 
de avanços na obtenção de imagens 
digitais e de radiofármacos mais 
eficientes. Pelo fato de que radionuclídeos 
selecionados se concentrarão em órgãos 
ou tecidos específicos, diferentes tipos de 
traçadores de radionuclídeos podem ser 
utilizados para avaliar esses órgãos, 
sistemas orgânicos e várias funções 
fisiológicas. Um dos radionuclídeos mais 
comumente utilizados é o tecnécio 99m 
(99mTc). Diferentes formas de tecnécio 
são utilizadas para estudos do encéfalo, 
coração, rim, fígado e sistema 
esquelético. 
 
 
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CINTILOGRAFIA ÓSSEA 
A cintilografia óssea é um estudo do sistema esquelético que utiliza uma forma de T c99m 
injetada por via intravenosa. O tecnécio é absorvido pelo osso e fornece um estudo do sistema musculoesquelético 
para condições anormais, tais como metástase, fraturas por estresse ou outras lesões ósseas. 
Os radiologistas podem precisar realizar radiografias estreitamente colimadas de "pontos 
quentes" esqueléticos, conforme determinado pelas cintilografias ósseas. 
ESTUDOS GENITURINÁRIOS 
Os estudos nucleares geniturinários fornecem uma avaliação tanto anatômica quanto funcional 
dos rins. Essa modalidade é excelente para a avaliação de um transplante renal. 
CINTILOGRAFIA DO ENCÉFALO 
Os estudos de SPECT-perfusão cerebral avaliarão o encéfalo quanto a várias condições neurológicas, incluindo 
AVC, doença de Alzheimer e doença de Parkinson (veja Fig. 24.2 para amostras de cintilografias do encéfalo). 
ESTUDOS GASTR0 INTESTINAIS 
Os estudos gastrintestinais que utilizam radiofármacos são numerosos. Através da administração oral ou 
de injeções intravenosas, procedimentos tais como esvaziamento gástrico, varreduras hepatobiliares, estudos de refluxo 
gastresofágico e varreduras do fígado e do baço podem ser realizados. Em muitos casos, tanto a aparência anatômica quanto 
à função do órgão podem ser avaliadas. 
Um exame gastrintestinal comum realizado com o uso da medicina nuclear é a avaliação do divertículo de 
Meckel. O divertículo de Meckel é um defeito ou bolsa congênito na parede do neo. Embora a maioria dos divertículos de 
Meckel seja assintomática, eles podem sangrar ou infectar. A medicina nuclear é considerado o padrão ouro na localização 
precisa dessa alteração. 
 
ESTUDOS DO CORAÇÃO (CARDÍACOS) 
Um dos procedimentos de SPECT mais comuns é o estudo de perfusão miocárdica com tálio, no qual 
tálio ou cardiolito radioativo é injetado por via intravenosa e perfundido através do coração. O paciente é então levado a se 
exercitar em uma esteira ou lhe é administrado um vasodilatador, que é um agente que causa dilatação dos vasos sanguíneos, 
resultando em fluxo sanguíneo aumentado. A ação do exercício, ou do vasodilatador, irá demonstrar o grau de perfusão do 
tálio ou do cardiolito através de todo o músculo cardíaco. 
Esse procedimento, combinado com uma segunda varredura de repouso, pode mostrar defeitos da 
perfusão miocárdica na parede ventricular, ou sinais de um infarto do miocárdio, um "ataque cardíaco" resultante de fluxo 
sanguíneo subitamente diminuído, causando morte de músculo cardíaco (miocárdio). 
EXAMES PULMONARES 
O exame de ventilação perfusão pulmonar é um procedimento de medicina nuclear comum utilizado para 
afastar embolia pulmonar, DPOC e câncer de pulmão. Durante a fase de ventilação da varredura pulmonar, o paciente inala 
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gás xenônio-133 durante o início do procedimento. Imagens são obtidas rapidamente para determinar se existem alterações no 
pulmão (Fig. 24.3). 
 
Um exame de perfusão pulmonar é então 
realizado. O exame de ventilação pulmonar tem 
que preceder o exame de perfusão pulmonar. 
Albumina radioativa é injetada por via IV durante 
essa fase da varredura pulmonar. A fase de 
perfusão do estudo revela a presença de possíveis 
êmbolos pulmonares.Para auxiliar na detecção 
precoce de câncer de pulmão, a FDA (Food and 
Drug Administration) aprovou um peptídeo 
radiomarcado denominado"Neo Tect" para ajudar 
a determinar se uma lesão pulmonar é benigna ou 
maligna. Lesões com menos de 1 cm podem ser 
detectadas com esse procedimento 
. 
EXAME DE CAPTAÇÃO DA TIREÓIDE 
Exames de captação da tireóide são 
obtidos para avaliar as funções da 
glândula tireóide (Fig. 24.4). O 
radiofármaco iodeto de sódio (1311) é 
administrado oralmente, com uma 
leitura de seguimento da tireóide 
realizada a intervalos predeterminados, 
tais como 6 horas e 24 horas. O 
hipertireoidismo (tireóide imperativa) 
resultará em uma leitura de absorção 
mais alta, que pode indicar doença de 
Graves (bócio tóxico nodular múltiplo, 
também conhecido como doença de 
Plummer). Uma leitura da tireóide mais 
baixa indica hipotireoidismo (atividade 
reduzida). Essa condição é muito mais 
comum em mulheres do que em 
homens 
 
. 
EQUIPE DE MEDICINA NUCLEAR 
Os procedimentos de medicina nuclear são realizados por uma equipe de profissionais, incluindo os 
seguintes: 
1. Técnico em medicina nuclear: Esse técnico tem uma boa formação em física da radiação, anatomia e fisiologia, 
segurança de radiação, computadores e procedimentos de obtenção de imagens. Suas responsabilidades incluem o 
manuseio, a avaliação e a administração de radionuclídeos. A segurança do paciente é fundamental em medicina nuclear, e é 
essencial que a quantidade correta de radio nuclídeo seja administrada ao paciente. Níveis excessivos de radionuclídeos 
administrados ao paciente podem lesionar o órgão alvo. 
Uma vez que as imagens tenham sido produzidas, o técnico em medicina nuclear tem que realizar análise estatística 
dos dados e processar digitalmente as imagens. 
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No caso de extravasamento de radionuclídeos, o técnico precisará determinar a localização dos vazamentos, desconta minar a 
área e descartar apropriadamente materiais contaminados. 
2. Médico especialista em medicina nuclear: Esse radiologista recebeu treinamento adicional na realização e na 
interpretação de procedimentos de medicina nuclear. O radiologista em medicina nuclear está licenciado para adquirir e utilizar 
materiais radioativos. 
3. Físico em medicina nuclear: Esse indivíduo recebeu treinamento avançado em física nuclear, computadores e 
segurança de radiação. As responsabilidades do físico nuclear incluem o manuseio e o preparo de materiais radioativos e a 
calibração e a manutenção do equipamento de obtenção de imagens. 
O físico freqüentemente funciona como o funcionáriode segurança do departamento de radiação. 
R Á D I O - O N C O L O G I A ( T E R A P I A ) 
DEFINIÇÃO E INTRODUÇÃO 
A rádio-oncologia, comumente denominada terapia através de radiação ou radioterapia, envolve o uso de 
radiação ionizante para o tratamento do câncer e de algumas doenças benignas. O câncer é a segunda causa de morte nos 
Estados Unidos e Canadá, depois das doenças cardíacas. 
 
A cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia 
são os métodos de tratamento do câncer. 
A radiação é freqüentemente combinada 
com a quimioterapia se um tumor é muito 
complexo ou se encontra entrincheirado 
em outro tecido e não pode ser removido 
cirurgicamente. A cirurgia, quando é 
possível, é comumente seguida ou por 
quimioterapia ou pela radioterapia, ou por 
uma combinação de ambas. Infelizmente, 
em certos casos, o câncer está muito 
avançado ou é muito complexo para 
responder a qualquer método de 
tratamento. Nesses casos, a radioterapia 
pode ser usada como tratamento paliativo 
para reduzir os tumores e aliviar a pressão 
e a dor, resultando em melhor qualidade 
de vida. 
 
 
 
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BRAQUITERAPIA E TELETERAPIA 
Existem dois tipos de tratamento pela radiação: o tipo com radiação interna, denominado braquiterapia, e 
os tipos com feixe externo, denominados teleterapia. 
A radiação interna inclui a inserção de nuclídeos radioativos de baixa intensidade dentro do corpo, colocados em estreita 
proximidade com o tumor ou tecido canceroso. O câncer de próstata é um candidato comum a esse tipo de tratamento. 
A teleterapia é a aplicação de radiação de feixe externo, que historicamente é de três tipos: unidades do 
tipo de raios X, raio gama de cobalto 60 e acelerador linear. 
Unidades de cobalto 60 emitindo raios gama de alta energia de cerca de 1,25 meV foram o padrão por muitos anos para 
tratamento tissular mais profundo. Os tipos de raios X e de cobalto ainda podem ser utilizados em algumas localizações, mas 
foram substituídos amplamente por aceleradores lineares, que têm tanto sistemas de capacidade mais baixa quanto mais alta, 
de 4 milhões de volts até 30 milhões de volts (4 a 30 MeV). 
ACELERADORES LINEARES 
O acelerador linear que emite raios X ou feixe de elétrons é capaz de produzir raios 
X de alta energia quando um alvo (anodo) é colocado no caminho da corrente de alta energia em 
aceleração emitidos do filamento (catodo). A faixa de energia dos raios X emitidos é controlada por 
alta voltagem aplicada ao feixe de elétrons em aceleração que atinge o alvo ou anodo, de forma 
semelhante à de um tubo de raios X do tipo de diagnóstico geral. 
Esse mesmo equipamento, removendo-se o anodo ou alvo para fora do feixe de elétrons, também é 
capaz de projetar um feixe de elétrons de energias seleciona das diretamente no sítio do tecido que 
se encontra em tratamento. A energia desse feixe de elétrons emitido é controlada pela voltagem 
aplicada. 
A projeção desses elétrons diretamente no tecido canceroso é mais eficaz no 
tratamento de tecido raso ou superficial do que raios X de energia mais alta ou raios gama. A energia 
do tipo de feixe de elétrons penetrará no tecido apenas na profundidade do câncer superficial e, 
assim, não afetará ou danificará o tecido sadio subjacente mais profundo. 
Cânceres profundamente situados, entretanto, são mais bem tratados através de raios X de alta 
energia conforme produzidos pelo acelerador linear, ou de raios gama de alta energia emitidos por 
unidades de cobalto. Essa radiação de alta energia é distribuída diretamente ao tecido canceroso 
situado profundamente dentro das partes do corpo com o menor dano possível ao tecido normal 
circunjacente. 
SIMULAÇÃO 
A simulação é um primeiro passo importante na determinação da área e do volume 
de tecido a ser tratado. Isso é obtido utilizando-se imagens radiográficas obtidas com um tipo de 
máquina de fluoroscopia através de raios X diagnóstica e/ou imagens de TC ou RM das regiões 
afetadas a serem tratadas. Essa informação é carregada em um programa de computador sofisticado, 
para ajudar a determinar os vários ângulos e a profundidade do tratamento. Tatuagens permanentes e 
distintas estão em grande parte substituindo as múltiplas e óbvias marcações na pele que eram 
necessárias para tratamentos de radioterapia. Se a área de tratamento é a região da cabeça ou do 
pescoço exposta, as marcações são feitas em uma máscara especialmente projetada e estreitamente 
ajustada. 
EQUIPE DE RÁDIO-ONCOLOGIA 
A equipe de trabalhadores em rádio-oncologia e suas responsabilidades gerais são as seguintes: 
1. Radioterapeuta: Esse técnico é responsável pela programação e administração de tratamento radioterápico e pela 
manutenção de registros. O radioterapeuta é responsável pela obtenção de radiografias preliminares das regiões afetadas. Eles 
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podem ser solicitados a utilizar fluoroscopia para determinar as dimensões do campo de tratamento, após o que suas 
marcações são feitas na pele do paciente. 
O terapeuta deve possuir boa capacidade de comunicação e ter empatia e entendimento especiais pelos pacientes 
para interagir efetivamente com eles e com outros membros da equipe de assistência médica, sabendo que os pacientes que 
eles vêem regularmente têm uma doença potencialmente terminal. 
2. Rádio-oncologista: Esse médico especialista prescreve o tratamento necessário e a área a ser tratada. 
3. Dosimetrista médico: Essa pessoa educada em dosimetria delineia o plano para obtenção da dosagem desejada 
para o tecido canceroso como determinado pelo oncologista. 
4. Físico de radiação médica: Esse físico de saúde clínica aconselha o oncologista e o dosimetrista sobre técnicas de 
tratamento e cálculos de dosagem. Essa pessoa é responsável também pela manutenção e calibração do equipamento. 
 
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U L T R A – S O N O G R A F I A 
 
DEFINIÇÃO E INTRODUÇÃO 
A ultra-sonografia (US) é uma técnica de obtenção de imagens que usa ondas 
sonoras de alta freqüência para produzir imagens de órgãos e estruturas do corpo. 
 
Essas imagens são 
produzidas pelo registro das reflexões 
(ecos) das ondas ultra-sônicas dirigidas para 
o interior do corpo. 
Os termos técnicos para US 
comumente usados na obtenção de imagens 
e no seu registro são ultra-sonografia ou 
ultra-som (freqüência ultra-alta). 
O termo ecossonografia também pode ser 
usado para esse processo de obtenção de 
imagens. 
As freqüências das ondas 
sonoras ouvidas pelo ouvido humano são 
chamadas de som audível. Ondas sonoras 
com freqüências mais altas do que o som 
audível são chamadas de ultra-som ou ultra-
sônicas, significando ondas sonoras de 
freqüência "ultra-alta" que estão acima do 
som audível. 
 
 
 
 
A faixa de ondas sonoras ouvidas pelo ouvido 
humano é, aproximadamente, de 20 Hz a 20 kHz 
(20 a 20.000 ciclos por segundo). Para o ultra-
som clínico, a faixa de ondas sonoras usada é de 
1 a 17 MHz (1 a 17 milhões de ciclos por 
segundo). As ondas sonoras dessa freqüência 
são transmissíveis apenas em líquidos e sólidos, 
não em ar ou gás. 
A obtenção de imagens por ultra-som é indolor 
e inócua, porque não está envolvida qualquer 
ionização tissular. Estudos não revelaram quais-
quer efeitos biológicos adversos associados 
com o uso do ultra-som. Isso o torna uma 
modalidade de obtenção de imagens segura e 
referida para certos exames radiossensíveis, 
tais como os de obstetrícia, nos quais o feto é 
poupado de qualquer exposição à radiação. 
 
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HISTÓRIA 
O nascimento do ultra-som pode ser encontrado na Primeira Guerra Mundial ou logo 
depois, com o desenvolvimento do sanar. 
Ele foi mais completamente 
desenvolvido durante a 2ª Guerra Mundial. O 
sonar é uma técnica de envio de ondas sonoras 
através da água e de observação dos ecos de 
retorno para identificar objetos submersos. Após 
a guerra, pesquisadores médicos exploraram e 
desenvolveram formas de aplicar esses 
conceitos ao diagnóstico médico. 
Modo A: A primeira unidade de ultra-som 
no modo A foi construída no Japão no início dos 
anos 1950. Imagens de ultra-som no modo A 
representavam a anatomia por uma série de 
"blips" vistos em um monitor. A altura desses 
blips representava a intensidade do eco de 
retorno. 
Modo B: No final dos anos 1950, 
pesquisadores nos Estados Unidos, no Japão e na 
Europa projetaram dispositivos de ultra-som 
bidimensionais em escala cinza, chamados de 
modo B. 
 
O uso da escala cinza permitia que a intensidade dos ecos de retorno fosse representada por 
vários graus de cinza. 
Um conversor de vídeo-scan amplifica e processa esses ecos e os mostra em um monitor em 
escala cinza. 
Dinâmico em tempo real: Nos anos 1970, avanços na eletrônica e a introdução de 
computadores produziram obtenção de imagens em tempo real ou dinâmicas, o que permite aos 
médicos e técnicos visualizar a anatomia durante a varredura efetiva. Doppler: Os US por Doppler foi 
utilizado primeiramente no Japão para estudar estruturas vasculares e o comportamento do sangue 
circulante. Mais tarde, nos anos 1980, avanços na tecnologia resultaram no ultra-som por Doppler 
com fluxo colorido, que mostra o fluxo sanguíneo em várias cores para indicar velocidade e direção. 
Sistema digital: Sistemas digitais mais novos foram primeiramente introduzidos no início dos 
anos 1990. Eles convertem a imagem de ultra-som em um formato digital para processamento, 
manipulação, visualização e armazenamento. A imagem pode também ser transmitida para sítios 
remotos, assim como todas as imagens do tipo digital. 
Sistemas digitais mais novos de alta definição estão agora disponíveis, os quais oferecem um 
aumento significativo na extensão dinâmica, a extensão total de sinais, do mais forte ao mais fraco, 
que podem ser recebidos e gravados por esses sistemas. 
 
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PRINCÍPIOS DE 
ULTRASSONOGRAFIA 
Transdutor: Um transdutor converte energia de uma 
forma para outra. Um transdutor de ultra-som converte 
energia elétrica em energia ultrasônica. Esse 
transdutor contém um material cerâmico especial que 
cria o som de alta freqüência quando uma corrente 
elétrica passa através dele, fazendo-o vibrar. 
Esse processo é denominado efeito piezelétrico. Esse 
termo, que significa "pressão elétrica", descreve a 
propriedade de certos cristais (tais como o quartzo) de 
se expandir e se contrair em resposta à aplicação de 
um campo elétrico.Durante um exame com ultra-
som, o transdutor, que produz as ondas ultra-
sônicas, é colocado diretamente na superfície da 
pele, sobre a qual é aplicado um gel. Esse gel 
assegura que não haja perda de sinal como um resultado de ar 
encarcerado entre a face do transdutor e a superfície da pele. 
 Diferentes transdutores de freqüência estão disponíveis para propósitos específicos. Por 
exemplo, um tipo de transdutor de freqüência mais alta, de 5 a 7 MHz, é usado para um abdome médio ou pequeno, 
resultando em resolução mais alta mas penetração mais baixa. Para um paciente maior, um transdutor de freqüência 
mais baixa de 3,5 MHz irá diminuir a resolução mas aumentar a penetração. Transdutores intra luminais de até 17 
MHz são usados quando é exigida penetração mínima para a resolução mais alta. 
 
ECOS: 
Uma vez que as ondas sonoras sejam produzidas, elas são direcionadas para o interior do corpo. 
Elas viajam através do corpo até atingirem uma barreira tissular que reflete a onda sonora para o transdutor. Essas 
ondas sonoras que são refletidas por estruturas internas de volta para o transdutor são denominadas ecos. Assim, o 
transdutor age tanto como um transmissor quanto como um receptor; ele tanto envia quanto recebe essas ondas de 
eco, e as converte em voltagens elétricas. Durante o processo de obtenção de imagens, o transdutor envia uma 
pequena descarga de energia ultra-sônica seguida por um período de silêncio enquanto ouve o eco de retomo. Isso é 
chamado de sistema pulsado de obtenção de imagens, em vez de uma energia ultrasônica do tipo de onda contínua, 
mais comumente usada em sistemas de ultra-som terapêutico. Esses ecos de retorno são então medidos e 
mostrados no monitor de visualização como vários matizes de cinza, de acordo com sua intensidade e com o tempo 
que leva para esses ecos retomarem ao transdutor. 
IMAGENS ULTRA-SÔNICAS: 
 Essas imagens podem ser vistas diretamente em um monitor como uma imagem em tempo real 
e/ou gravadas em um filme ou fita de vídeo para visualização posterior e armazenamento. Unidades digitais mais 
novas convertem essas imagens em formato digital para processamento e armazenamento, conforme já foi descrito. 
Cada imagem é uma representação de uma fatia ou secção fina de anatomia mostrada como uma 
imagem bidimensional de certa forma semelhante às imagens de TC ou RM, embora de aparência muito diferente. 
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PLANO DE ORIENTAÇÃO: 
 O plano de orientação produzido varia de acordo com a forma com que o transdutor é seguro. 
Uma varredura transversal produzirá uma imagem que lembra uma varredura de TC axial ou transversal. Uma 
varredura longitudinal produz um tipo sagital de perspectiva. 
 
LIMITAÇÕES E VANTAGENS 
O ultra-som tem certas limitações e vantagens quando comparado a outras modalidades de obtenção de 
imagens. Estruturas ósseas e preenchidas por ar provam ser barreiras para as ondas sonoras de alta freqüência do ultra-som. 
Logo, anatomia circundada por osso é de difícil visualização pelo ultra-som. Grandes quantidades de gás retido dentro do 
intestino também irão limitar a efetividade do ultra-som do abdome. O ultra-som, entretanto, destaca-se na diferenciação entre 
estruturas sólidas e císticas (preenchidas por líquido) no corpo. O ultra-som também tem a vantagem de avaliação dinâmica de 
estruturas articulares durante movimentos articulares, o que exames de RM, TC ou artrografia radiográfica não podem fornecer. 
Os US se tornaram o "padrão ouro" para exames do pâncreas, do fígado, da vesícula biliar e do útero. Por 
não usar qualquer radiação ionizante, o ultra-som é seguro para utilização em exames da pelve e do feto durante a gravidez, e 
substituiu exames de raios X tais como a pelvimetria na determinação de medições da saída pélvica e da posição fetal. 
EQUIPE DE OBTENÇÃO DE IMAGENS DE ULTRA-SONOGRAFIA 
Ultra-sonografista: o papel do ultra-sonografista é um pouco diferente daquele do técnico de radiologia, do 
técnico de medicina nuclear ou do radioterapeuta. Embora todos esses profissionais tenham que ser altamente competentes em 
anatomia, fisiologia, equipamento especializado e procedimentos, o ultra-sonografista também tem que fornecer uma 
interpretação inicial das imagens. O ultra-sonografista tem que ter uma compreensão profunda da fisiopatologia e da anatomia 
seccional para fornecer uma avaliação completa de uma estrutura ou sistema particulares. 
Assim como ocorre com outros técnicos de obtenção de imagens, os ultra-sonografistas também têm que 
possuir excelentes habilidades de comunicação para obter uma história completa do paciente e para comunicar com precisão 
impressões e achados ao radiologista. 
Radiologista: A maioria dos radiologistas registra dos em conselhos pode interpretar imagensde ultra-som. 
Em alguns casos, um departamento terá um radiologista que se especializou em ultra-som. Eles trabalham em conjunto com o 
ultra-sonografistas para garantir que um exame correto e completo foi obtido. O radiologista confirmará e documentará os 
achados do ultra-sonografistas. 
 
 
 
 
 
 
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APLICAÇÕES CLÍNICAS 
Diferenças em tipos de tecidos são demonstradas por vários graus de cinza no monitor ou meio de registro. Muitas estruturas de 
tecido mole irão produzir ecos internos, que freqüentemente indicam ductos e estruturas vasculares. 
FÍGADO E VESÍCULA BILLAR 
 
Uma cintilografias hepática produz uma imagem 
do fígado com vários ecos internos. O fígado é 
um exemplo de uma estrutura ecogênica com 
ecos internos variados representando ductos 
biliares e ramos das veias hepáticas e portais. 
Estruturas císticas são demonstradas por uma 
região "livre de ecos" ou anecóica circundada 
por uma margem ou borda bem-definida. 
 A vesícula biliar é um excelente exemplo de 
estrutura "preenchida por líquido" ou anecóica. 
Um cálculo no interior da vesícula biliar ou dos ductos biliares pode ser 
demonstrado pela interface acústica ou "sombreamento" que é produzido.A região atrás do cálculo 
irá produzir uma sombra ou uma área destituída de sinal. 
ABDOME GERAL 
Existem numerosas aplicações para o ultra-som do abdome. Além da vesícula biliar 
e do fígado, o baço, o pâncreas e os rins podem ser examinados. Pelo fato de poder diferenciar entre 
massas císticas e sólidas, o ultra-som pode detectar coleções anormais de líquido e pode fornecer 
orientação durante biopsias. Para compensar o artefato criado por um estômago cheio de gases, 
líquidos ou agentes de contraste podem ser administrados ao paciente antes 
do procedimento. 
 
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. 
As aplicações ginecológicas e obstétricas do ultra-som são vastas. Os estudos 
transvaginais são populares porque produzem mais imagens diagnósticas do útero e dos ovários do 
que a varredura convencional. As massas dentro do útero e região circunjacente são bem-definidas 
com o ultra-som. 
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Acúmulos anormais de 
líquido circundando o útero podem ser 
facilmente detectados.O ultra-som se tornou 
o meio mais comum para a avaliação do feto 
e do abdome grávido. Defeitos congênitos 
do feto podem ser detectados com o uso do 
ultra-som. Indicações precoces de espinha 
bífida, hidrocefalia e defeitos cardíacos 
podem ser visualizadas antes do 
nascimento. 
Utilizando-se orientação por ultra-som, uma 
agulha pode retirar um volume de líquido 
amniótico intra-uterino para análise 
genética. 
 
Essa análise é realizada para determinar se quaisquer condições genéticas podem 
estar presentes no 
feto. Esse procedimento é denominado amniocentese. O diagnóstico precoce dessas condições pode 
permitir ao médico tomar medidas para corrigir ou monitorar uma condição antes do nascimento. 
CORAÇÃO 
 
A ecocardiografia é um estudo por ultra-som do 
coração. 
 A ecocardiografia irá detectar derrame pericárdico, 
fornecer informações sobre as quatro câmaras e 
diagnosticar defeitos septais e doença valvar 
cardíaca. Esses exames podem medir a fração de 
ejeção, o volume sistólico e o movimento do folheto 
valvar dentro do coração. 
 
MAMA 
Como o ultra-som pode ser utilizado para diferenciar entre massas císticas ou 
sólidas, ele é, assim, freqüentemente utilizado como um adjunto à mamografia radiográfica para esse 
propósito. 
OLHO 
Os US são usados em oftalmologia para a detecção de descolamento de retina, hemorragia vítrea ou 
corpos estranhos intra-oculares. 
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ESTRUTURAS VASCULARES 
O ultra-som por Doppler permite o estudo de estruturas vasculares e do fluxo 
sanguíneo dentro delas. Um transdutor Doppler transmite uma freqüência de ultra-som fixa sobre um 
objeto em movimento (sangue circulante). Como resultado dessa interação, um desvio na freqüência 
transmitida é refletida de volta para os transdutores. Esse "desvio na freqüência" produz um efeito 
chamado desvio Doppler. 
O desvio Doppler ajuda a determinar a 
direção e a velocidade do sangue 
circulante. Cor pode ser adicionada aos 
dados recebidos pelo transdutor para 
indicar a direção do sangue circulante. 
Com o Doppler de fluxo colorido, o fluxo 
sanguíneo na direção do transdutor é 
mostrado como azul, e o fluxo sanguíneo 
que se afasta do transdutor, como 
vermelho. Esse código de cores não pode 
ser confundido com fluxo sanguíneo 
arterial versus venoso. 
Ele indica a direção do fluxo sanguíneo em 
 
relação ao transdutor, e não a fonte do fluxo sanguíneo. 
Com o uso da técnica de fluxo colorido, áreas de estenose, fluxo restrito ou formação 
de placas podem ser detectados dentro de um vaso. Aneurismas, trombose venosa profunda e 
malformações vasculares podem ser demonstrados com ultra-som por Doppler.O ultra-som por 
Doppler está substituindo a venografia convencional do membro inferior. Ele fornece uma forma 
eficiente de detectar trombos venosos profundos na porção inferior da perna sem o uso de meios de 
contraste iodado
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO MUSCULO ESQUELÉTICO 
Um uso mais recente do ultra-som nos Estados Unidos é a obtenção de imagens 
musculoesqueléticas das articulações, tais como ombro, punho, quadril, joelho e tornozelo. Esses 
exames são não-invasivos e possibilitam uma avaliação dinâmica de tecidos moles dentro das 
articulações, tais como roturas do manguito rotador, lesões bursais, rotura ou danos a estruturas 
nervosas, tendões e ligamentos. 
Esses procedimentos musculoesqueléticos podem ser usados como um 
complemento à RM, mais onerosos, ou como uma triagem para a sua realização. Os US têm a 
vantagem da avaliação dinâmica durante movimentos articulares, e está, por isso, se tornando uma 
ferramenta diagnóstica adicional valiosa em medicina esportiva. 
 
DEFINIÇÃO DE TERMOS DE SONOGRAFIA 
Anecóica: Uma estrutura anatômica ou região do corpo que não produz eco; 
Artefato: Um eco que não representa um objeto real e/ou uma estrutura anatômica; 
Comprimento de onda: A distância entre cada onda de ultra-som; 
Dispersão retrógrada: É o aspecto da energia acústica refletido de volta à fonte de origem; 
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Doppler de fluxo colorido: Uma técnica de ultra-som que mede a velocidade e a direção do sangue 
no interior de um vaso; as alterações na velocidade e na direção são vistas como matizes diferentes 
de vermelho e azul. 
Eco: É a medição da intensidade da energia acústica recebida de estruturas anatômicas; 
Ecogênica: Uma estrutura anatômica ou região do corpo que possui estruturas produtoras de eco; 
Ecossonografia pulsada: Técnicas de ultra-som que usam um único transdutor para enviar 
descargas curtas de ultra-som para o interior do corpo e alternativamente ouvindo os ecos; 
Efeito Doppler: Alteração na freqüência ou no comprimento de onda das ondas sonoras refletidas de 
estruturas ou do meio em movimento. 
Escala cinza: A exibição de vários níveis de brilho ou intensidade de eco representados em matizes 
de cinza. 
Freqüência: O número de ondas de ultra-som por segundo. 
Hiperecóica: Uma estrutura anatômica ou região do corpo que produz mais ecos do que o normal. 
Hipoecóica: Uma estrutura anatômica ou região do corpo que produz menos ecos do que o normal. 
Imagem bidimensional: Uma imagem que possui tanto largura quanto altura. 
Isoecóica: Uma estrutura anatômica ou região do corpoque produz um grau de ecos semelhante 
àquele do tecido circunjacente. 
Modo B: Abreviatura de módulo de modulação de brilho; base para todas as imagens de ultra-som 
em escala de cinza; ecos convertidos em pontos brilhantes que variam de intensidade de acordo com 
a força do eco. 
Obtenção de imagens em tempo real: Imagens de ultra-som que demonstram movimentos 
dinâmicos ou alterações dentro de uma estrutura em tempo real. 
Onda: Energia acústica que viaja através de um meio. 
Reflexão: Energia acústica refletida por uma estrutura que interfere com o caminho esperado da 
onda acústica. 
Sombra acústica: Perda do sinal acústico de estruturas situadas atrás de um objeto que bloqueia ou 
interfere com o sinal; por exemplo, a sombra produzida por um cálculo localizado no interior da 
vesícula biliar. 
SONAR: Abreviatura para "Sound Navigation and Ranging" (Navegação e Rastreamento por Som); 
instrumento naval usado para detectar objetos sob a água 
Sonografia: O processo de geração de imagens por ultra-som 
Transdutor: Um dispositivo que contém tipos específicos de cristais que sofrem estresse mecânico 
para produzir uma onda de ultra-som; funciona como um transmissor e receptor do sinal de ultra-som: 
Transmissão direta: Processo de obtenção de imagens pela transmissão do sinal acústico através de 
um objeto ou estrutura e captação da energia transmitida em sua superfície oposta 
Ultra som: Ondas sonoras que excedem um nível de freqüência de 20.000 ciclos por segundo (20 
kHz); para ultra-som diagnóstico, usa freqüências sonoras entre 1 e 17 mHz. 
Ultra som com Doppler: Aplicação do efeito Doppler ao ultra-som para detectar desvios de 
freqüência e de velocidade de uma estrutura ou do meio em movimento; o ultra-som com Doppler é 
utilizado para exames de fluxo sanguíneo do corpo 
Velocidade do som: A razão com que o som passa através de um meio particular; varia grandernente 
entre estruturas contendo gás, ar, gordura e osso 
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RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
DEFINIÇÃO E INTRODUÇÃO 
A obtenção de imagens através de ressonância magnética pode ser definida como o 
uso de campos magnéticos e ondas de rádio para obter uma imagem matematicamente reconstruída. 
Essa imagem representa diferenças entre vários tecidos do paciente no número de núcleos e na 
freqüência em que esses núcleos se recuperam da estimulação por ondas de rádio na presença de 
um campo magnético. 
Tem se tornado cada vez mais popular referir-se aos departamentos de radiologia 
como centros de diagnóstico por imagem. Essa nova terminologia se deve em parte ao uso 
aumentado da obtenção de imagens por ressonância magnética. A necessidade para os técnicos de 
ter um conhecimento básico de RM se torna mais importante à medida que a RM continua a evoluir 
em sua habilidade de mostrar processos patológicos. 
Com o aumento no número de scanners de RM disponíveis, os técnicos continuam a 
ser chamados para assumir posições na equipe da seção de RM da radiologia. Muitos estudantes de 
técnica radiológica terão a oportunidade de observar e de participar de exames de pacientes com a 
utilização de RM, e todos os técnicos devem saber os princípios básicos da RM e como eles diferem 
da produção de raios X e da obtenção de imagens radiográficas. 
 
COMPARAÇÃO COM A RADIOGRAFIA 
Os raios X são ondas eletromagnéticas e, como tal, podem ser descritos em termos de 
seu comprimento de onda, freqüência e quantidade de energia que cada "pacote de ondas", ou fóton, 
carrega. Um fóton de raios X típico usado em obtenção de imagens clínicas pode ter um comprimento 
de onda de 10-11 metros, uma freqüência de 1019 hertz (Hz, ciclos/s) e uma energia de 60.000 elétron 
volts (eV) (Fig. 24.17). 
 
A obtenção de imagens com raios X é 
possível porque o fóton tem energia 
suficiente para ionizar átomos. O padrão de 
fótons transmitido através do paciente 
constitui uma imagem radiográfica que pode 
então ser capturada por um receptor de 
imagem tal como um filme. O fato de que 
fótons de raios X têm energia suficiente para 
ionizar átomos implica que algum pequeno 
risco biológico 
está associado a um exame radiográfico. 
É possível obter uma imagem do corpo 
através do uso de ondas eletromagnéticas 
que tenham energia bem abaixo da exigida 
para ionizar átomos, reduzindo assim (quan- 
 do não eliminando) a ameaça de dano biológico para o paciente. A técnica de obtenção de imagens 
através de ressonância magnética (RM) faz uso da porção de rádio do espectro eletromagnético, no 
qual os fótons têm comprimentos de onda relativamente longos, de 103 a 10-2 metros, com 
freqüências de apenas 105 a 1010 Hz. Um fóton típico usado em RM tem uma energia de apenas 10-7 
eV (um décimo de milionésimo de um elétron volt). (Veja Fig. 24.18.) 
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COMPARAÇÃO COM A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
 
Nas aplicações clínicas, a Resso-
nância Magnética é freqüen-
temente comparada com a to-
mografia computadorizada, porque 
a Ressonância Magnética , assim 
como a Tomografia Computa-
dorizada, mostra imagens em 
seções. 
Os scanners de Tomografia 
Computadorizada adquirem dados 
que são manipulados pelo com-
putador para formar seções axiais 
ou transversais (Fig. 24.19). 
Vistas coronais e sagitais podem 
também ser reconstruídas tanto 
com a Tomografia Computa-
dorizada quanto com a Ressonância 
Magnética. 
 
 
APLICAÇÕES CLÍNICAS 
0s técnicos de Ressonância Magnética e de Tomografia Computadorizada necessitam 
de um conhecimento profundo de anatomia (incluindo anatomia seccional) para a visualização 
precisa de imagens obtidas de vários planos ou seções. Um conhecimento completo de pontos de 
referência ósseos, órgãos e posicionamento de vasos possibilitarão aos técnicos interpretar 
apropriadamente as imagens para determinar se as varreduras cobriram adequadamente a região de 
interesse. 
Os técnicos de RM também precisam ter um entendimento de como fatores técnicos 
afetam a produção de sinais. Esses fatores técnicos influenciam no contraste e na resolução espacial. 
Portanto, o técnico precisa utilizar esses fatores técnicos para uma qualidade de imagem ótima. 
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A TC mostra um avanço no contraste de tecidos moles sobre a obtenção de imagens através da 
radiografia convencional. Essa habilidade para mostrar contraste de tecidos moles é denominada 
resolução de contraste. O sistema de obtenção de imagens através de Ressonância Magnética é mais 
sensível à natureza molecular dos tecidos e assim permite uma excelente resolução de contraste, 
conforme mostrado nessas seções através de RM. Por exemplo, a Ressonância Magnética é sensível à 
pequena diferença na composição tissular das substâncias cinzenta e branca normais do encéfalo. 
Logo, a Ressonância Magnética está substituindo a TC como estudo de escolha para doenças 
envolvendo o SNC, especialmente para o exame de patologia da substância branca. 
Enquanto a TC e a radiografia convencional medem a atenuação do feixe de raios X, 
a Ressonância Magnética usa uma técnica que estimula o corpo a produzir um sinal de 
radiofreqüência e usa uma antena ou bobina de recepção para medir esse sinal. 
O diagnóstico de doenças tais como aquelas que envolvem o SNC pode ser feito com 
a Ressonância Magnética através de comparações entre o sinal produzido no tecido normal e o sinal 
produzido no tecido alterado. 
Por não utilizar radiação ionizante, a Ressonância Magnética é considerada mais 
segura do que a TC em termos de dano tissular biológico. Embora o scanner de RM não useradiação 
ionizante, considerações de segurança, no entanto, têm que ser identificadas e entendidas, conforme 
demonstrado nas páginas seguintes. 
 
 
PRINCÍPIOS FÍSICOS DA RM 
 
Certos núcleos no corpo irão absorver e remitir ondas de rádio de freqüências específicas quando 
esses núcleos estão sob a influência de um campo magnético. 
Esses sinais de rádio reemitidos contêm informação sobre o paciente que é capturada por um 
receptor ou antena. 
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O sinal elétrico da antena é transmitido através de um conversor "analógico-digital" (A a D) e então 
para um computador, onde uma imagem do paciente é reconstruída matematicamente. 
Os componentes principais do sistema de RM estão mostrados na Fig. 24.23 e são discutidos com 
maiores detalhes mais adiante neste capítulo. Entretanto, antes de iniciar um estudo dos componentes 
ou do equipamento de um sistema de RM, os princípios físicos da obtenção de imagens através de RM 
serão discutidos. 
 
INTERAÇÃO DOS NÚCLEOS COM OS CAMPOS MAGNÉTICOS 
A BASE DA OBTENÇÃO DE IMAGENS ATRAVÉS DE RM 
A obtenção de imagens radiográficas envolve a interação de raios X com os elétrons que circundam 
os núcleos dos átomos, enquanto a obtenção de imagens através de RM envolve a interação de ondas 
de rádio (e campos magnéticos estáveis) com os núcleos isoladamente. Nem todos os núcleos 
respondem a campos magnéticos. Uma lista de núcleos encontrados no corpo que são eles mesmos 
magnéticos (aqueles que têm números ímpares de prótons ou nêutrons) e, logo, apropriados para 
estudos de ressonância magnética é mostrada à direita. Embora teoricamente existam alguns desses 
núcleos apropriados, atualmente a maioria das obtenções de imagens é realizada com núcleos de 
hidrogênio (prótons únicos). 
Uma razão para essa preferência é que uma grande quantidade de hidrogênio está presente em 
qualquer organismo. Isso é evidente pelo fato de que há dois átomos de hidrogênio em cada 
molécula de água e de que o corpo é constituído por aproximadamente 85% de água. O hidrogênio 
também está contido dentro de muitas outras moléculas. Assim, um centímetro cúbico (cm3) típico do 
corpo pode conter aproximadamente 1.022 átomos de hidrogênio, cada um dos quais é capaz de 
enviar e receber sinais de rádio. Outros núcleos não existem com tal abundância e, portanto, não irão 
fornecer um sinal tão forte. 
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PRECESSÃO 
A obtenção de imagens através de ressonância magnética é possível porque um 
núcleo magnético oscilará ao redor de um forte campo magnético estático (imutável). O fenômeno de 
precessão ocorre sempre que um objeto em rotação é influenciado por uma força externa. 
 
Três exemplos de precessão são 
mostrados na Fig. 24.24. Um topo 
rotatório, quando influenciado pela força 
da gravidade, oscila ao redor da linha 
definida pela direção da força 
gravitacional. 
Na aplicação de RM, um próton em 
rotação (núcleo de hidrogênio) oscila 
quando colocado em um campo 
magnético forte. Um terceiro exemplo é a 
própria Terra, que oscila devido à 
interação entre as forças do sol e dos 
planetas. A taxa de precessão de um 
próton em um campo magnético aumenta 
à medida que a força do campo 
magnético aumenta. 
A taxa de precessão dos prótons em um sistema de RM é difícil de imaginar. Os prótons em um 
sistema de baixo campo podem oscilar a 5.000.000 ciclos por segundo. (Veja Fig. 24.24.) É mostrado 
que o topo em rotação oscila em uma taxa de um ciclo por segundo, e a Terra em apenas 0,004 ciclo 
por século. 
 
ENVIANDO UM SINAL DE RÁDIO AOS NÚCLEOS EM PRECESSÃO 
Depois que o campo magnético estático foi aplicado, a precessão dos núcleos no 
paciente pode ser influenciada ainda por ondas de rádio, porque uma onda de rádio contém um 
campo magnético variável com o tempo. Um efeito da onda de rádio é levar o núcleo a oscilar em um 
ângulo maior. Quanto mais tempo a onda de rádio é aplicada ao paciente, maior o ângulo de 
precessão. 
No exemplo mostrado na 
Fig. 24.25, a onda de rádio foi aplicada 
por tempo suficiente para levar o núcleo a 
mudar de uma posição quase vertical 
(paralela ao campo magnético estático) 
para uma posição horizontal (em ângulo 
reto com o campo magnético estático). 
Entretanto, mesmo essa duração das 
ondas de rádio suficiente para alterar a 
precessão dos núcleos para uma posição 
quase horizontal parece curta em relação 
aos eventos da vida diária. 
 
.Dizemos que a onda de rádio é aplicada ao paciente em um "pulso" que pode durar 
por uma fração de segundo durante a fase "de envio" do processo de RM. 
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NÚCLEOS APROPRIADOS PARA RM 
 
1 H Hidrogênio 
1 
13 C Carbono 
6 
14 N Nitrogênio 
7 
17 O Oxigênio 
8 
39 K Potássio 
19 
19 F Flúor 
9 
23 Na Sódio 
11 
31 P Fósforo 
15 
 
Núcleos que são magnéticos (número ímpar de prótons ou nêutrons). 
O hidrogênio é o mais abundante no corpo. 
 
RESSONÂNCIA 
As ondas de rádio afetam os núcleos em precessão, porque o campo magnético 
variável com o tempo da onda de rádio muda na mesma razão com que o núcleo oscila. Isso significa 
que, à medida que o núcleo roda, o campo magnético parece ter efeito máximo em "empurrar" o 
núcleo para longe do campo magnético estático exatamente no tempo apropriado. Esse entrosamento 
de uma força com um sistema que se modifica periodicamente é um exemplo do conceito de 
"ressonância". 
Outro exemplo comum de ressonância é quando uma criança é empurrada em um 
balanço. Quando empurramos uma criança em um balanço, naturalmente empurramos a criança em 
"ressonância". Ou seja, aplicamos força ao balanço em uma freqüência que se iguala à freqüência 
com que o balanço retorna a nós. Sabemos que aplicar nossa energia ern qualquer outra freqüência 
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não terá nenhum efeito útil. Assim, o princípio da ressonância explica por que usamos ondas de 
radiofreqüência aplicadas em pulsos para a obtenção de imagens através de RM. As ondas de rádio 
(devido ao seu comprimento de onda específico) encontram-se em ressonância com os núcleos em 
precessão. Isso explica o uso de ondas de rádio na RM, em vez de outras ondas eletromagnéticas, tais 
como as microondas ou a luz visível, as quais, devido ao seu comprimento de onda, não estariam em 
ressonância com os núcleos em precessão. 
 
 
 
RECEBENDO O SINAL DE RM DOS TECIDOS CORPORAIS 
Por ser o próprio núcleo um magneto minúsculo, à medida que roda ele emite ondas 
eletromagnéticas. Essas ondas emitidas de núcleos do interior dos tecidos corporais são captadas por 
uma antena ou bobina receptara durante a fase de "recepção" do processo de obtenção de imagens 
 
através de RM (Fig. 24.27). 
Esse sinal elétrico obtido da bobina receptora é 
enviado a um computador. A imagem do 
paciente é então reconstruída pelo computador. 
Várias técnicas matemáticas podem ser usadas 
para construir uma imagem a partir das ondas de 
rádio recebidas. Algumas técnicas são 
semelhantes àquelas usadas na tomografia 
computadorizada. 
O sinal recebido é descrito em relação aos sinais 
ou ruídos aleatórios sobrepostos que também 
são captados pela antena. 
A relação sinal! ruído (RSR ou S/R) é usada para descrever a contribuição relativa do sinal verdadeiro 
do tecido e do ruído aleatório. 
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RELAXAMENTO 
Quando o pulso deradiofreqüência que foi enviado ao núcleo termina, os núcleos 
estão oscilando conjuntamente em fase. Logo que o pulso de radiofreqüência é desligado, os núcleos 
começam a retornar a uma configuração mais aleatória, em um processo chamado relaxamento. À 
medida que os núcleos relaxam, o sinal de RM recebido dos núcleos em precessão diminui. 
 
A taxa de relaxamento nos fornece informação 
sobre tecidos normais e processos patológicos 
nos tecidos. Assim, o relaxamento influencia a 
aparência da imagem de RM. O relaxamento 
pode ser dividido em duas categorias, conforme 
mostrado na Fig. 24.28. Essas são comumente 
denominadas relaxamento T1 e T2. 
RELAXAMENTO T1 
Essa categoria de relaxamento ocorre quando as 
rotações começam a oscilar com ângulos cada 
vez menores, ou seja, de uma posição quase 
horizontal ou transversal para uma posição mais 
vertical (veja Fig. 24.29). Esse processo, 
denominado relaxamento do tipo de spin meio 
ou longitudinal (T1), leva o sinal de RM a sofrer 
uma diminuição de força. 
Definimos o tempo necessário para a redução 
desse sinal a 37% do seu valor máximo como T1 
(veja Fig. 24.29). 
 
 
RELAXAMENTO T2 
Quando as rotações começam a oscilar fora de 
fase, o resultado é denominado relaxamento 
transversal ou do tipo spin-spin. Isso é chamado 
relaxamento T2. Observe na Fig. 24.30 que os 
núcleos ao longo do topo do gráfico estão "em 
fase" no início, mas eles saem de fase conforme 
indicado pela direção das setas. À medida que 
ocorre o relaxamento T2, o sinal de RM irá sofrer 
uma diminuição de força. O tempo necessário 
para que o sinal de RM se reduza a 37% do seu 
 
valor máximo é definido como T2 (veja Fig. 24.29). 
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O ritmo desses dois tipos de alterações de relaxamento, T1 e T2, seguindo-se à 
exposição à radiofreqüência (aplicada em ressonância), constitui a base primária a partir da qual a 
imagem de RM é reconstruída. Entretanto, um terceiro fator, densidade spin, também desempenha 
um pequeno papel na determinação da aparência da imagem de RM. 
DENSIDADE SPIN 
 Um sinal mais forte será recebido se a quantidade de núcleos de hidrogênio que 
estão presentes em um dado volume de tecido estiver aumentada. Entretanto, essa quantidade, 
chamada de "densidade protônica" ou "densidade spin", é um contribuinte menor para a aparência 
de uma imagem de RM, porque os tecidos cujas imagens são produzidas pelo próton (núcleo de 
hidrogênio) não diferem marcadamente em densidade spin. Uma consideração mais importante, 
conforme discutido acima, é que os núcleos que compõem tecidos diferentes dentro do corpo 
respondem a taxas de relaxamento 
diferentes, T1 e T2. 
SUMÁRIO 
A força do sinal de RM, conforme recebida por uma antena ou bobina receptora, é 
usada para definir o brilho de cada ponto da imagem do paciente. Assim, as diferenças entre as 
densidades T 1, T2 e spin dos tecidos produzem diferenças no brilho relativo de pontos na imagem. 
Os fatores primários que determinam a força do sinal e, conseqüentemente, o brilho de cada parte da 
imagem ou o contraste da imagem são a densidade spin e as taxas de relaxamento T1 e 12. Outros 
fatores tais como o sangue circulante ou a presença de material de contraste também desempenham 
um papel, mas estão além do objetivo desta discussão introdutória. 
 
A obtenção de imagens através de ressonância 
magnética é uma forma fundamentalmente 
diferente de olhar para o corpo quando com-
parada a outras modalidades de obtenção de 
imagens. Por exemplo, na radiografia, a 
densidade física (gramas por cm3) e o número 
atômico dos tecidos determinam a aparência da 
imagem. A taxa de recuperação de átomos de 
suas interações com raios X não é importante na 
radiografia. Na RM, entretanto, a taxa de 
recuperação dos núcleos após a aplicação de 
ondas de rádio(taxa de relaxamento) é o fator 
mais importante na determinação da imagem de 
RM. Isso fornece a base para a imagem de RM 
conforme vista na Fig. 24.31. Alta densidade 
tissular tal como em uma estrutura óssea densa 
não resulta em contraste de imagem na obtenção 
de imagens por RM. Conforme pode ser visto 
nessa varredura de RM sagital da cabeça, 
 
tecidos moles tais como substância cinzenta e branca do encéfalo, o tronco encefálico e o corpo 
caloso são claramente visualizados devido à resposta dos núcleos nesses tecidos, conforme descrito 
acima. 
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GRADIENTE DE CAMPOS MAGNÉTICOS 
Crítico para o entendimento do método de reconstrução de imagens usado em RM é 
o conceito de um gradiente ou de uma mudança de força de campo magnético através de uma certa 
região ou "corte" de tecido corporal. O gradiente do campo magnético é usado para obter 
informações de regiões ou cortes específicos de tecido corporal. O conhecimento da localização 
exata da origem dos sinais de RM recebidos do interior do paciente permite ao computador 
reconstruir a imagem de RM. 
Como já foi exposto, a força do campo 
magnético determina a taxa de precessão 
dos núcleos. A taxa de precessão determina 
o valor exato da freqüência de onda de rádio 
que estará em ressonância com os núcleos. 
O sistema de RM envia e recebe ondas de 
rádio dos núcleos apenas quando esses 
núcleos estão oscilando na mesma 
freqüência que a da onda de rádio, ou seja, 
em freqüência de ressonância. Assim, um 
sistema de RM altera o gradiente ou a força 
do campo magnético através de uma certa 
região ou corpo de tecido corporal de forma 
que o sistema receberá o sinal de RM apenas 
de núcleos que oscilam dentro 
daquela região ou corte. O computador pode decodificar essas e outras informações, tais como 
densidade de spin e relaxamento T1 e T2, podendo assim reconstruir a imagem de RM. 
O uso de gradientes de campos magnéticos na RM é semelhante sob vários aspectos 
ao uso de colimações de raios X na TC (tomografia computadorizada),na qual informações de cortes 
específicos de tecido irradiado são utilizadas para reconstruir a imagem de Te Os campos magnéticos 
de gradiente são produzidos por "bobinas de gradiente" localizadas no interior do magneto principal 
do sistema. 
Os gradientes de campos magnéticos são muito mais fracos do que o campo 
magnético estático produzido pelo magneto principal do sistema de RM. O campo de gradiente 
contribui para ou aumenta a força do campo magnético estático sobre algumas regiões do paciente e 
diminui a força do campo estático sobre outras regiões do paciente. 
Pelo fato de a força do campo magnético determinar a freqüência de precessão dos 
núcleos, essa, por sua vez, determina a freqüência do sinal de RM produzido a partir daquela região. 
Assim, os campos de gradiente levam diferentes regiões do paciente a produzir sinais de RM em 
freqüências ligeiramente diferentes. (Veja Fig. 24.32.) 
SUMÁRIO 
A força do sinal de RM é determinada pelo número de núcleos por unidade de 
volume (densidade spin) e pela orientação dos núcleos em relação ao campo magnético estático 
(relaxamento TC) e em relação uns aos outros (relaxamento T2). 
A localização da origem do sinal de RM no interior do paciente pode ser 
determinada pela freqüência do sinal de RM. A aplicação dos gradientes de campos magnéticos 
assegura-nos de que a freqüência do sinal de RM variará de uma localização para outra dentro do 
paciente e de que o computador pode, assim, produzir uma imagem única do paciente. 
 
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OBTENÇÃO DE IMAGENS MULTICORTE 
 
A Fig. 24.33 mostra a obtenção de imagens 
multicorte da cabeça. Observe pelas 
estruturas anatômicas visualizadas nessas 
várias imagens que cada imagem representa 
uma reconstrução de dados recebidos pelo 
computador através de bobinas receptoras à 
medida que a força do campo magnético foi 
variada ou mudada através de regiões ou 
cortes específicos dos tecidos corporais. 
 
 
COMPONENTES DO SISTEMA DE RM 
 
A aplicação do princípio da ressonância magnética no hospital moderno exige uma 
coleção impressionante de equipamento de ponta. Os cinco componentes principais do sistema de 
RM são mostrados na Fig. 24.34 e são discutidos na seção seguinte. Eles são os seguintes: 
 
1. Magneto 
2. Bobinas de gradiente 
3. Bobinas de radiofreqüência 
4. Sistemas de suporte eletrônico 
5. Computador e monitor 
 
 
MAGNETOS 
O componente do sistema de RM mais visível e provavelmente o mais 
freqüentemente discutido é o magneto. O magneto fornece o campo magnético estático (de força 
constante) poderoso em torno do qual os núcleos oscilam. 
Existem três tipos possíveis de magnetos no sistema de RM. Cada um deles tem 
características únicas. Eles compartilham um propósito comum, entretanto, de criação de um campo 
magnético que é medido em unidades tesla.* 
 
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As forças de campo usadas clinicamente 
variam de 0,1 a 3 tesla. Em comparação, o 
campo magnético da Terra é de 
aproximadamente 0,00005 tesla (Fig. 24.35). 
As forças de campo estáticas que circundam 
o magneto, chamadas de campos 
magnéticos em franja, são algumas vezes 
medidas em Gauss.t Um tesla é igual a 
10.000 Gauss. 
 
 
 
MAGNETOS RESISTIVOS 
 O primeiro tipo de magneto a ser descrito é o magneto resistivo (Fig. 24.36), que 
trabalha no princípio do eletromagneto. Um campo magnético é criado pela passagem de uma 
corrente elétrica através de uma bobina de fio. 
Os magnetos resistivos 
necessitam de grandes quantidades de 
energia elétrica, muitas vezes maiores do 
que aquelas exigidas para o equipamento 
de radiografia típico, para fornecer as altas 
correntes necessárias para a produção de 
campos magnéticos de alta freqüência. O 
custo dessa energia elétrica tem que ser 
considerado como parte do custo de 
operação da unidade. 
Além disso, as altas 
correntes elétricas produzem calor, que 
tem que ser dissipado com um sistema de 
refrigeração. O calor é produzido pela 
resistência do fio ao fluxo de eletricidade. 
Essa resistência atua como um tipo de 
"fricção" que produz calor e, em última 
instância, limita a quantidade de corrente 
 
que pode ser produzida. Sistemas resistivos típicos produzem forças de campo magnético de até 0,3 
tesla. 
 
*Nikola Tesla, 1856-1943, pesquisador norte-americano (nascido na Croácia) em fenômenos 
eletromagnéticos. Testa é uma unidade de densidade de fluxo magnético igual a 1 weber por metro 
quadrado (unidade de medição do SI). 
tCar! F. Causs, físico alemão, 1777-1855. Um gauss é uma medição da densidade de fluxo magnético 
em linhas de fluxo por centímetro quadrado (unidade de medição do GCS). 
 
 
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MAGNETOS PERMANENTES 
 
Um segundo tipo de magneto que pode ser usado na RM é o magneto permanente. 
Os altos custos operacionais associados com os outros dois tipos de magnetos, notadamente a energia 
elétrica e os criogênicos, são evitados no sistema de magneto permanente (Fig. 24.37). 
 
Certos materiais podem receber 
propriedades magnéticas permanentes. Um 
exemplo de um magneto permanente muito 
pequeno desse tipo é o magneto usado para 
fixar anotações em portas de 
refrigeradores. Para o uso na RM, certos 
magnetos permanentes de grande porte 
podem ser feitos com forças de campo de 
até 0,3 tesla, o mesmo que o magneto do 
tipo resistivo. 
O custo inicial do magneto permanente está 
em algum lugar entre os dos outros dois 
tipos. 
Como nenhuma energia elétrica é necessária para esse magneto, o custo 
operacional é quase desprezível. Uma desvantagem, no entanto, pode ser a inabilidade para desligar 
a força do campo magnético. 
Se objetos de metal incidentalmente se alojarem no interior do magneto, eles têm 
que ser removidos contra a energia total do campo magnético. 
 
MAGNETOS SUPERCONDUTORES 
O terceiro tipo, e o mais comum, de magneto de grande porte em uso é o magneto 
supercondutor, que também usa o princípio do eletromagneto. Além disso, ele usa uma propriedade 
que é demonstrada por alguns materiais a temperaturas extremamente baixas, a propriedade de 
supercondutividade. Um material super condutivo é um material que perdeu toda a resistência à 
corrente elétrica. Quando isso ocorre, grandes correntes elétricas podem ser mantidas 
essencialmente sem qualquer uso de energia elétrica. Assim, os custos elétricos de funcionamento de 
um magneto supercondutor são desprezíveis. 
Um fator significativo, entretanto, é o custo 
de fornecimento desses materiais de 
resfriamento a baixas temperaturas, 
chamados criogênicos. Os dois criogênicos 
comumente empregados são o nitrogênio 
líquido (- 195,8°C) e o hélio líquido (- 
268,9°C). O custo de manutenção desse 
sistema de resfriamento intensivo é da 
mesma ordem ou magnitude, ou até maior, 
do que os custos elétricos de um sistema 
resistivo. O custo inicial é também o mais 
alto dos três tipos de magnetos. 
 
 
Forças de campo magnético mais altas são possíveis com o magneto supercondutor, 
com valores tão altos quanto 2 ou 3 tesla para uso clínico. 
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Um novo sistema de obtenção de imagens ultra-rápido de 3 tesla foi introduzido no 
ano 2000 pela Philips Medical Systems, desenvolvido em conjunto com a Universidade de Zurique, na 
Suíça. (Sistemas de 2 T eram os maiores sistemas disponíveis até então.) O campo magnético mais 
forte permite uma relação sinal-ruído melhorada, que otimiza o mapeamento cerebral e 
as aquisições de encéfalo em tempo real. 
 
Desenho Cônico com Interior Curto 
 
FIGURA 24.39 
A Fig. 24.39 demonstra um magneto 
supercondutor moderno com um interior cênico 
e curto (60 cm) para ajudar a aliviar as 
ansiedades claustrofobias dos pacientes. (O 
desenho externo e a aparência desses sistemas 
são semelhantes tanto para o modelo de 1,5 
quanto para o modelo de 3 T.) 
 
 
SISTEMA DE RM ABERTO 
 
Um outro sistema de RM totalmente aberto é 
mostrado na Fig. 24.40. Essa é uma unidade do 
tipo de magneto resistivo de 0,23 T. Certos 
outros fabricantes têm magnetos semelhantes 
abertos do tipo permanente. Uma empresa 
tem agora um tipo supercondutor aberto 
disponível, e várias unidades semelhantes 
maiores, de até 1 T, estão sendo projetadas. 
Todas essas unidades do tipo aberto menores 
são mais lentas, exigindo assim tempos de 
exame maiores, e são restritas a funções de 
RM básicas. Esses tipos abertos são úteis para 
crianças ou adultos com claustrofobia, que não 
podem tolerar os limites fechados dos 
sistemas maiores. 
 
 
 
 
 
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BOBINAS DE GRADIENTE 
Além dos magnetos 
poderosos, um segundo componente 
importante do sistema de RM é a bobina de 
gradiente. Conforme já foi descrito, os 
gradientes dos campos magnéticos levam 
núcleos em diferentes localizações no 
interior do paciente a oscilar em ritmos 
ligeiramente diferentes, permitindo ao 
computador determinar a localização dentro 
do paciente a partir da qual o sinal de RM 
recebidose originou. Essa informação é, 
evidentemente, crucial para a reconstrução 
de uma imagem do paciente. 
 
 
 
Os campos de gradiente são muito mais fracos 
do que os campos magnéticos estáticos, e podem 
ser produzidos por bobinas relativamente 
simples. 
Uma configuração típica das bobinas de 
gradiente é mostrada na Fig. 24.41. 
Um sistema de RM pode conter três jogos de 
bobinas de gradiente, permitindo que um 
gradiente seja aplicado nas três direções - x,ye z. 
Essas bobinas, denominadas bobinas de gradiente x, y e z, estão localizadas dentro do magneto 
principal do sistema e não são visíveis externamente. Ajustando-se eletronicamente a quantidade de 
corrente nesses três jogos de bobinas, é possível obter um gradiente em qualquer direção. Essa 
flexibilidade permite que um sistema de obtenção de imagens através de ressonância magnética 
obtenha imagens em qualquer orientação dentro do paciente. 
BOBINAS DE RADIOFREQÜÊNCIA (RF) 
Um terceiro componente chave do sistema de RM são as bobinas de radiofreqüência 
(RF) ou "de emissão e recepção". Essas bobinas de RF agem como antenas para produzir e detectar 
as ondas de rádio que são denominadas de "sinal" de RM. 
 
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Uma bobina de RF típica é também embutida ou 
contida na armação do magneto e, assim, não é 
especificamente visível. Essas bobinas de RF 
embutidas, algumas vezes denominadas bobinas 
corporais, envolvem o paciente completamente, 
incluindo a mesa na qual o paciente se deita, 
conforme indicado pelas setas na Fig. 24.42. Os 
desenhos das bobinas de RF variam dessa 
bobina corporal grande e embutida a bobinas de 
volume total circunferências menores separadas, 
que também envolvem a parte que está sendo 
submetida à obtenção de imagens. 
Exemplos dessas são a bobina de cabeça e a bobina para membros (extremidades) (letras A e O na 
Fig. 24.43). 
 
Algumas bobinas de superfície, tais como a 
bobina para ombro, são colocadas na área a 
ser submetida à obtenção de imagens. 
Geralmente, esse tipo de bobina de 
superfície é usado para a obtenção de 
imagens de estruturas mais superficiais. 
Uma exposição de uma variedade de 
bobinas circunferenciais de volume total e 
de superfície é mostrada na Fig. 24.43. Um 
outro tipo de bobina de RF freqüentemente 
usada é a bobina em arranjo de fase (phased 
array) (não mostrada). Essas consistem em 
múltiplas bobinas e receptores que são 
agrupados em conjunto. Cada bobina é in-
dependente da outra e tem o seu próprio 
receptor, que permite cobertura de amplo 
campo de visão para uso na obtenção de 
imagens da coluna. 
Fig. 24.41 Bobinas de gradiente. 
 
SISTEMA DE SUPORTE ELETRÔNICO 
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Os sistemas de suporte eletrônico, que 
constituem o quarto componente do sistema de 
RM, fornecem voltagem e corrente para todas 
as partes do sistema de RM, tais como as 
bobinas de gradiente, o sistema de 
resfriamento, o magneto e o computador. O 
consumo de energia varia de cerca de 25 
quilowatts em sistemas de magneto 
permanente a 150 quilowatts em sistemas 
resistivos.O transmissor e o receptor de RF, são 
também parte do sistema de suporte eletrônico. 
Essa parte do sistema desempenha as mesmas 
funções dos transmissores e receptores de 
comunicação através de rádio para 
radiodifusão . Ela envia os pulsos de ondas de 
radio para o interior do paciente e recebe os 
sinais de RM do paciente. 
 
O transmissor de RF também contém amplificadores que reforçam a força de sinais de rádio 
relativamente fracos recebidos da profundidade de um paciente no interior do magneto. 
 
 
COMPONENTE DE COMPUTADOR E MOSTRADOR 
O quinto e último componente do sistema de RM inclui os monitores do computador 
e do display. O computador processa informações de todas as partes do sistema de RM. Durante uma 
varredura, ele controla o ritmo dos pulsos para coincidir com alterações nas forças de gradiente do 
campo. Após uma varredura, ele reconstrói a imagem do paciente usando técnicas que são 
semelhantes àquelas usadas na tomografia computadorizada. 
O computador contém dispositivos de memória tanto internos quanto externos. A 
memória interna permite ao computador manipular os milhões de bits de informação necessários 
para definir uma imagem do paciente. A memória externa inclui os vários tipos de meios de 
armazenamento magnético, tais como discos rígidos e discos ópticos que são usados para armazenar 
informações para uso futuro. O console do operador contendo os controles do computador e o 
monitor de exposição está freqüentemente localizado em uma sala adjacente com uma grande janela. 
Esse console contém os controles usados pelo técnico para selecionar seqüências de pulso, ajustar 
os vários parâmetros ajustáveis pelo operador, tais como o número de médias de sinais e o tempo de 
repetição de pulso (TR), e para iniciar a varredura. 
Os controles no monitor permitem que o brilho e o contraste sejam alterados para 
destacar características significativas na Imagem. 
Estações de exibição independentes adicionais, localizadas fora do sistema de RM 
(em salas totalmente separadas), são freqüentemente incluídas para permitir que as imagens sejam 
visualizadas e processadas ao mesmo tempo em que outros pacientes estão sendo escameados. 
 
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SUMÁRIO DO PROCESSO DE OBTENÇÃO DE IMAGENS DE RM E 
COMPONENTES DO SISTEMA 
ETAPA COMPONENTE RESULTADO 
1. Aplicação do campo magnético 
estático. 
Magneto Os núcleos se alinham e oscilam. 
2. Aplicação dos gradientes de campo 
magnético 
Bobinas de gradiente 
Os núcleos oscilam em uma freqüência 
particular para permitir seleção de cortes. 
3. Aplicação dos pulsos de RF. Bobina ou antena emissora de RF 
Os núcleos na área do corte oscilam em fase 
em um ângulo maior. 
4. Receptor do sinal de RF. Bobina ou antena receptora de RF 
O sinal elétrico é recebido dos núcleos e 
enviado ao computador. 
5. Conversão do sinal em imagem. Computador e monitor A imagem reconstruída é exibida. 
CONTRA-INDICAÇÕES 
Existem certas contra-indicações absolutas para o exame do paciente através de RM. 
Embora não seja uma contra-indicação absoluta, a gravidez também é 
freqüentemente considerada uma contra-indicação. Quando um exame de RM é indicado durante a 
gravidez, um consentimento informado deve ser obtido e documentado clinicamente. 
 
PREPARO DO PACIENTE 
Cada pessoa envolvida na programação e no preparo do paciente desempenha um 
papel chave em uma RM bem-sucedida. Um formulário resumido ou uma brochura explicando o 
exame pode ser fornecido quando o compromisso é programado. Ganhar a confiança do paciente é 
uma preocupação importante, porque, quanto mais relaxado e confortável o paciente estiver, maior a 
probabilidade de um exame bem sucedido. Deve-se permitir tempo suficiente para inquirir sobre a 
história do paciente, explicar o exame detalhada mente, remover todos os objetos metálicos e 
assegurar que o paciente esteja confortável. Informações a serem incluídas durante o preparo de um 
paciente para uma varredura de RM podem incluir explicações sobre os seguintes itens: 
1. Uma descrição do scanner de RM 
2. A importância de permanecer imóvel 
3. O barulho que eles irão ouvir 
4. A extensão de tempo que uma seqüência irá durar 
5. O sistema de comunicação de duas vias e a monitorização que irá ocorrer 
6. A ausência de radiação ionizante 
7. A importância de remover todos os objetos metálicos 
Algumas seqüências de pulso geram um ruído de alto volumeque está associado 
com o uso de gradiente. O paciente tem que ser informado sobre isso, e pode ser necessária 
proteção de ouvido durante essas seqüências. 
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ALIVIANDO A ANSIEDADE DO PACIENTE 
 
A abertura ou o interior do magneto (armação) 
na qual o paciente é posicionado na maca ou 
mesa de varredura para a obtenção de imagens 
por RM é mostrada na Fig. 24.45. Esse pode ser 
um espaço bastante estreito e confinado, e 
alguns pacientes com tendências claustrofóbicas 
podem se tornar ansiosos ou até mesmo 
alarmados por isso. Existem algumas 
controvérsias sobre se deve ser comunicado ao 
paciente que pode ocorrer claustrofobia, mas 
em geral é considerado melhor não mencionar o 
potencial para claustrofobia. O técnico em RM, 
entretanto, tem que estar preparado se o 
paciente mencionar 
claustrofobia, situação na qual podem ser tomadas medidas para assegurar que o paciente tenha o 
mínimo de ansiedade possível. 
A claustrofobia pode ocorrer bastante espontaneamente uma vez que o paciente esteja no magneto. 
As seguintes opções podem ser usadas para reduzir a ansiedade e obter um exame bem-sucedido: 
1. Música e técnicas de relaxamento; os pacientes fecham os olhos e pensam em algo agradável. 
2. Mova o paciente lentamente através do magneto. 
3. Permita a presença de um membro da família na sala durante o exame. O membro da família 
pode segurar a mão ou o pé do paciente, lembrando ao paciente que o scanner é aberto em 
ambas as extremidades. 
Em algumas situações, pode ser necessária sedação. O tipo de sedação e as contra-indicações variam 
dependendo das rotinas 
CONTRA-INDICAÇÃO ABSULUTAS PARA RM 
 
 
 Marca-passos 
 Clipes ferromagnéticos para aneurisma 
 Fragmentos metálicos no olho 
 Implantes cocleares 
 Prótese valvar cardíaca Starr-Edwards modelo pré-6000 
 Bombas internas de infusão de drogas 
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 Neuroestimuladores 
 Estimuladores de crescimento ósseo. 
MONITORAÇÃO DO PACIENTE 
A monitoração do paciente pode exigir tranqüilização freqüente durante a varredura 
ou durante os intervalos entre as seqüências de pulso. Se for fornecida tranqüilização durante o 
exame, o paciente tem que ser lembrado de que não pode se mover ou falar durante a aquisição de 
dados. 
A monitoração do paciente sedado é difícil devido à extensão do interior do 
magneto. As preocupações principais são se os pacientes estão respirando e se têm oxigênio 
suficiente. Observar as incursões respiratórias é geralmente suficiente para assegurar a respiração, 
mas um oxímetro de pulso pode ser usado para verificar uma troca adequada de O2 e CO2. O campo 
magnético e a interferência de RF podem causar problemas na operação desse equipamento de 
monitoração, e, portanto, apresentam algumas limitações. 
As principais preocupações no preparo de um paciente para um exame de RM são as 
seguintes: 
1. Pesquisar contra-indicações 
2. Explicar o exame (reduzindo a ansiedade e o medo do paciente) 3. Remover todos os objetos 
metálicos 
3. Assegurar o conforto do paciente. 
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CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DE SEGURANÇA 
Preocupações de segurança para o técnico, o paciente e o pessoal médico têm que 
ser reconhecidas e são devidas à interação dos campos magnéticos com objetos metálicos e tecidos. 
Durante uma varredura de RM, pacientes assim como outras pessoas na área imediata são expostas a 
campos magnéticos estáticos, induzidos por gradiente (variáveis com o tempo) e de radiofreqüência 
(RF). 
Preocupações com segurança na RM resultando da interação desses campos 
magnéticos com tecidos e objetos metálicos são as seguintes: 
1. Risco potencial de projéteis 
2. Interferência elétrica com implantes 
3. Torque de objetos metálicos 
4. Aquecimento local de tecidos e objetos metálicos 
5. Interferência elétrica com as funções normais das células nervosas e das fibras musculares 
Cada uma dessas cinco preocupações com segurança será discutida, iniciando-se 
com os riscos potenciais de projéteis. 
 
 
RISCO POTENCIAL DE PROJÉTEIS 
Um campo magnético estático envolve o magneto e é denominado campo magnético 
adventício. Certos itens não são permitidos dentro desses campos adventícios, e a monitoração é 
essencial antes de se permitir que qualquer pessoa entre na sala do magneto. Cartazes de alerta e 
sistemas de segurança para portas têm que estar em uso para evitar que pessoal não-autorizado entre 
em áreas restritas dentro do campo magnético adventício.Os campos magnéticos adventícios são 
geralmente medidos em gauss (G). 
A força do campo adventício é inversamente proporcional ao cubo da distância a 
partir do interior do magneto; portanto, o perigo de projéteis se torna maior à medida que se chega 
mais próximo do magneto. Por exemplo, em um sistema de obtenção de imagens de 1,5 tesla, um 
objeto ferromagnético a 0,9 m de distância terá uma força 10 vezes maior que a da gravidade; e a 2,1 
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m suaforça se igualaria à da gravidade .Se um pequeno objeto ferromagnético fosse soltopróximo ao 
magneto, ele poderia se tornar letal quando atingisse uma' velocidade final de 64 quilômetros por 
hora no momento em que chegasse ao centro do magneto. 
No caso de um código (parada respiratória ou cardíaca), o paciente tem que ser 
primeiramente removido da sala de varredura e todo o pessoal alertado sobre o procedimento de 
rotina de resposta para eliminar a possibilidade de que objetos metálicos se tornem projéteis 
perigosos. 
Geralmente, os equipamentos para pacientes, tais como tanques de O2, bombas IV, 
equipamento para monitoração do paciente, cadeiras de rodas e carrinhos não são permitidos dentro 
da linha de 50 gauss, embora alguns equipamentos especiais tenham sido projetados para serem 
usados especificamente em RM. 
 
INTERFERÊNCIA ELÉTRICA COM IMPLANTES ELETROMECÂNICOS 
 
Uma segunda preocupação importante é um 
possível dano a componentes eletrônicos e à 
função de marca-passos cardíacos; portanto, 
esses não são permitidos dentro da linha de 5 
gauss. Além de o campo magnético estático 
poder causar possíveis danos aos marca-passos 
cardíacos, os pulsos de RF podem induzir 
voltagem nas derivações dos marca passos. 
Outros dispositivos que podem 
ser afetados adversamente pela RM são 
implantes cocleares, neuro estimuladores, 
bombas de infusão de drogas implantadas e 
estimuladores de cresci-mento ósseo. 
Objetos tais como fitas magnéticas, cartões de crédito e relógios analógicos também podem ser 
afetados, e devem portanto ser mantidos fora da linha de 10 gauss. 
TORQUE DE OBJETOS METÁLICOS 
A terceira preocupação com segurança envolve objetos metálicos, tais como clipes 
cirúrgicos localizados dentro ou sobre o corpo do paciente e sua interação com o campo estático. O 
campo magnético pode causar torque ou um movimento de torção do objeto e dano ao tecido que 
circunda o sítio cirúrgico. 
A contra-indicação mais importante nessa categoria é para pacientes com clipes 
para aneurisma intracraniano. Foi demonstrado que vários clipes para aneurisma apresentam torque 
quando expostos ao campo magnético estático usado em RM. Os clipes para aneurisma seriam 
considerados uma contra-indicação, a não ser que o tipo exato seja conhecido e tenha sido provado 
que não é ferromagnético. 
É recomendada cautela para todos os pacientes com colocação recente de clipes 
cirúrgicos. Próteses de substituição do estapédio podem ser consideradas

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