Buscar

izabella 04.06.18

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nome: Izabella Vidigal dos Santos
Período: 3º
1.  Na visão de Boaventura de Sousa Santos (1989), a relação entre a Ciência e o senso comum precisa ser revista e recolocada em outro patamar, de modo que possam estabelecer relações mais colaborativas. Explicite os principais argumentos do autor para defender tais proposições?
Boaventura de Sousa Santos, na obra Introdução à uma ciência pós-moderna (1989), afirma que a ciência vivia um momento de crise e consequente transição paradigmática. 
A ciência foi fundada a partir da oposição absoluta ao senso comum, que é considerado um conhecimento vulgar, mera opinião.  A ciência precisou desenvolver métodos e técnicas de investigação para distinguir-se dessa forma de conhecimento falsa que precisava ser abandonada. Os procedimentos científicos permitem a aquisição do conhecimento científico, racional, objetivo, explicativo e válido. Portanto, a ciência tornou-se absoluta desconsiderando como válido todo o conhecimento que não segue seus princípios epistemológicos. Nas palavras de Boaventura, “um modelo totalitário na medida em que nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautam pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas” (SANTOS, 1989, p.21). 
Essa seria a primeira ruptura epistemológica, ou seja, o movimento da ciência que rompe com o senso comum. Boaventura explica que, após a ascensão da burguesia ao poder, o conceito filosófico de senso comum foi desvalorizado e associado a um conhecimento superficial e ilusório. É contra ele que as Ciência Sociais nascem no século XIX, mas o autor caracteriza essa relação como complexa e ambígua (Santos, 1989, p.40). Complexa pois nem todas as correntes teóricas propõem ou acham possível a ruptura com o senso comum, apesar de ser esse o paradigma da ciência dominante que se aplica as ciências sociais por meio do processo de aquisição desse saber. A ambiguidade que o autor menciona é devido a presença de concepções do senso comum (positiva ou negativa) nas bases teóricas de muitas ciências, como o conceito de consciência coletiva de Durkheim. O princípio que rege o conhecimento vulgar e o conhecimento científico, segundo Boaventura, tem a mesma finalidade: reconciliar a consciência social com o que existe. 
Além de questionar a primeira ruptura, as Ciência Sociais criam uma tensão com as ciências naturais e seus quantitativos ao apontar a necessidade de estatutos epistemológico e metodológico próprios para tratar seus objetos. Assim, Boaventura discorre sobre um novo paradigma para uma ciência pós-moderna que proponha uma solução convergente. Esse paradigma estaria pautado no senso comum.
Para tanto, o autor defende uma nova relação entre ciência e senso comum, “uma relação em que qualquer deles é feito do outro e ambos fazem algo de novo” (SANTOS, 1989, p. 43). O primeiro passo é substituir a definição negativa de senso comum criada pela ciência. A caracterização alternativa concebe o senso comum de forma positiva, como um princípio criativo, prático, pragmático, transparente e evidente. No entanto, dupla ruptura epistemológica pressupõe a condição teórica de tanto o senso comum se superar quanto a ciência também superar a si mesma para dar lugar a outra forma de conciliação. Por isso, Boaventura fala da ruptura com a ruptura epistemológica. A crise do modelo de racionalidade do paradigma dominante conduz à crítica da reflexão epistemológica e a superação paradigmática.
A dupla ruptura epistemológica é uma estratégia científica que tem como objetivo dar conta da realidade atual por meio da desconstrução da ciência. Para o autor todo conhecimento é uma prática social, mas para o discurso científico ser transformado em senso comum, compreensível para um cidadão comum, o paradigma científico precisa ser reformulado. 
O autor chama de aplicação edificante a revisão das relações entre ciência e senso comum e comunidade científica e sociedade. Opondo-se a aplicação técnica, que rege a ciência moderna, o cientista estaria afetado ética, existencial, e socialmente pelo método de produção do conhecimento. A aplicação edificante proporciona relações colaborativas entre ciência e senso comum ao propor a superação dos limites e deficiências dos saberes dos contextos da produção, da domesticidade, da cidadania e da mundialidade. Eles seriam desnaturalizando-os por meio da crítica científica, aplicação que reforça as definições e alternativas da realidade deslegitimando os modos de racionalidade em cada um dos contextos. A ampliação da comunicação entre cientistas e sociedade com intuito de contribuir para a formação de sujeitos socialmente competentes também é uma posição que aproxima ciência e senso comum.
3. Tento como base o texto de Backer (1993), responda quais os principais focos de trabalho dos metodológicos e quais as atividades que os mesmos deveriam dar maior atenção?

Outros materiais