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Projeto aprender crimes contra o patrimônio (1)

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PROJETO APRENDER - Iº CURSO DE CAPACITAÇÃO PARA ESTAGIÁRIOS
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Wilson Hallak Rocha*
A DEFENSORIA PÚBLICA E AS VARAS CRIMINAIS:
A Defensoria Pública é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da CF/88 (Art. 134 da CF com a nova redação dada pela EC nº 80/2014).   
ATUAÇÃO NAS VARAS CRIMINAIS:
Primeiramente, necessário enfatizar a necessária observação a algumas prerrogativas dos Defensores Públicos, contidas no artigo 44 da LC 80 e 74 da LCE 65, quais sejam:
Receber, mediante entrega dos autos com vista, as intimações que devem ser pessoal, fazendo valer, quando necessário os prazos em dobro a que temos direito;
Ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias;
Comunicar-se pessoal e reservadamente com os nossos assistidos;
Manifestar nos autos por meio de cota;
Representar a parte independentemente de mandato;
Ter o mesmo tratamento reservado aos magistrados e demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça;
Atuação:
1) Atendimento - Primeiro contato com o assistido ou familiares (saber dos fatos, pedir documentos, bem como indicação de testemunhas, se houver).
2) Resposta à acusação – momento de se arguir preliminares e alegar tudo que interessar à defesa, apresentar documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, daí a necessidade de ler todo o feito e apresentar teses na resposta à acusação - (art. 396-A CPP – prazo de 10 dias – DP tem todos os prazos em dobro) 
Lei nº 11.719/2008 deu nova redação ao artigo 397 do CPP - possibilidade de o magistrado absolver sumariamente, ainda no início do processo, logo após a apresentação da resposta à acusação, quando verificar: 1) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (Legitima defesa; estado de necessidade; exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal); 2) a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente (imputabilidade; potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa); que o fato narrado evidentemente não constituir crime ou quando estiver extinta a punibilidade do agente (art. 107 CP – morte do agente; anistia graça ou indulto; retroatividade de lei que não mais considera o fato como crime; prescrição, decadência ou perempção; renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito; retratação do agente, nos casos que a Lei permite e perdão judicial, nos casos previstos em Lei).
3) Habeas Corpus – mais comuns.
– Excesso de prazo (121 dias) 
– Suspro com condições judiciais (§2º, do artigo 89, da Lei 9.099/95 – Pena mínima 1 ano), se foi proposta pelo Juiz, não permitindo que o MP o faça, bem como verificar se não se trata de antecipação de pena.
– assistido condenado a cumprir pena em regime diverso do fechado e o Juiz não permitir que recorra em liberdade.
4) Alegação Finais (art. 403 do CPP) – prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos (regra) – ou 5 dias (complexidade do caso ou quando houver grande número de acusados).
PRINCIPAIS TESES:
Preliminares.
a.1) ausência de intimação do réu preso (algumas vezes apenas o requisitam para a audiência);
a.2) ausência de intimação para a parte constituir novo advogado (apenas enviam o processo para a DP);
a.3) ausência de admissão expressa e fundamentada acerca do aditamento da denúncia;
a.4) ausência da intimação acerca da revogação da Suspro;
a.5) existência de defensor único quando houver mais de um réu com versões incompatíveis;
a.6) inépcia da denúncia genérica (sem individualizar as condutas de cada réu);
a.7) inépcia da denúncia sem indicação da data ou do local dos fatos;
a.8) inépcia da denúncia sem especificação dos objetos;
a.9) nulidade ante a inversão na ordem da oitiva das vítimas e testemunhas (art. 400 CPP);
a.10) nulidade ante a ausência de intimação pessoal do Defensor Público;
a.11) nulidade ante processo instaurado com investigação feita pela PM;
a.12) nulidade pela juntada tardia (após AIJ) de qualquer laudo pericial (avaliação do objeto, eficiência da arma, toxicológico, entre outros);
a.13) nulidade ante a nomeação de dativo quando há Defensoria Pública na Comarca (princípio do defensor natural);
a.14) nulidade oriunda da apresentação, pelo MP, de alegações finais antes da juntada de Carta Precatória para oitiva de vítima e ou testemunha, quando ainda estiver no prazo (fazer com que o Juiz estipule prazo razoável);
a.15) nulidade quando Juiz não analisar os argumento apresentados em sede de resposta à acusação;
a.16) nulidade quando houver advertência ao ofendido;
a.17) nulidade se houver substituição de testemunhas fora dos casos permitidos em Lei (artigo 543 do CPP);
a.18) nulidade quando houver aplicação da detração (art. 387, §2º, CPP);
Mérito.
b.1) Parte geral.
b.1.1) causa de diminuição de pena – artigo 14, inciso II, do CP;
b.1.2) desistência voluntária (art. 15 do CP);
b.1.3) arrependimento posterior (art. 16 do CP);
b.1.4) inimputabilidade (art. 26 do CP);
b.1.5) apenas declarações da vítima;
b.1.6) apenas ratificação de depoimentos prestados por PM;
DELITOS CONTRA O PATRIMÔNIO:
Do furto (art. 155 CP) – subtrair (retirar da esfera de vigilância), para si ou para outrem, coisa móvel alheia – Pena – reclusão de 1 a 4 anos, e multa. 
Subtrair - abrange tanto a hipótese em que o bem é tirado da vítima quanto aquela em que ele é entregue espontaneamente, e o agente, sem permissão, retira-o da esfera de vigilância. Neste caso, difere da apropriação indébita, porque, nesta, a vitima entrega a posse desvigiada ao agente. Ex: biblioteca pegar um livro escondido e o levar consigo (furto) – fazer carga no livro e nãoo devolver (apropriação indébita). 
Coisa alheia móvel – para fins penais, é aquilo que pode ser levada de um lugar para outro. Res nullius (coisas que nunca tiveram dono) e Res derelicta (coisas que foram jogadas fora) não são objeto de furto. A Res desperdicta) - apoderamento de coisa perdida caracteriza o delito previsto no artigo 169, p.único, inciso II, do CP (apropriação de coisa achada). -§3º, do artigo 155 do CP- equipara a coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra forma de energia que tenha valor econômico (Ex: ligação clandestina da rede elétrica, subtração de sêmen – energia genética) E quando desliga o relógio medidor de sua própria residência? Não, neste caso configura o delito de estelionato.
Finalidade de assenhoramento definitivo (animus rem sidi habendi)- intenção de não devolver o objeto – furto de uso – intenção desde o início de usá-lo momentaneamente, se é caso de arrependimento e devolve – artigo 16 CP – arrependimento posterior – redução da pena de 1/3 a 2/3.
Consumação - quatro teorias sobre o momento da consumação do furto e do roubo; a teoria da "contrectatio", para a qual a consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa alheia; a teoria da "apprehensio" ou "amotio", segundo a qual se consuma esse crime quando a coisa é apreendida pelo agente; a teoria da "ablatio", que tem a consumação ocorrida quando a coisa, além de apreendida, é transportada de um lugar para outro; e a teoria da "illatio", que exige, para ocorrer a consumação, que a coisa seja levada ao local desejado pelo ladrão para tê-la a salvo. No Brasil, cujo Código Penal usa, para caracterizar o furto ou o roubo, a expressão “subtrair", predomina, na doutrina e jurisprudência, a teoria da "apprehensio", pela qual se faz necessária para a consumação do roubo a apreensão da coisa pelo ladrão. Destarte, conforme a doutrina clássica – defendida especialmentepor Nélson Hungria, Heleno Cláudio Fragoso, Cezar Roberto Bittencourt e Guilherme de Souza Nucci�– há a inversão da posse (perda pela vítima e aquisição pelo agente) quando a coisa sai da esfera de vigilância e disponibilidade da vítima, ou seja, quando não pode mais a vítima exercer os poderes inerentes à propriedade, exigindo-se, ainda, que o agente tenha a posse tranquila da coisa, mesmo que breve. Posse tranquila é a que se desenvolve sem oposição atual e efetiva da vítima, noutras palavras, a que não sofre tentativa de retomada. Alertam eles, também, que posse tranquila não se confunde com a simples detenção física da coisa, sendo necessária para a consumação do furto ou do roubo, ainda que por um instante, a possibilidade de disposição livre e pacífica da coisa por parte do ladrão. Para eles, portanto, é necessário o estado de mansidão para que se dê a aquisição da posse. Assim, é furto ou roubo tentado a conduta de quem imediatamente depois de apoderar-se de coisa móvel alheia é perseguido e capturado, em momento algum tendo a livre disposição do bem (posse mansa e tranquila).
Causa de aumento de pena (furto noturno) – §1º, do artigo 155, do CP - a pena aumenta de 1/3 se o crime é praticado durante o repouso noturno (período em que as pessoas descansam, dormem) – não basta que o crime ocorra à noite, deve ocorrer dentro de uma casa ou de algum de seus compartimentos (garagem, varanda, quintal, etc). Não se aplica quando o crime correu em estabelecimento comercial desabitado, dentro de ônibus, etc. Existe discussão se é possível coexistir o furto com causa de aumento de pena e o furto qualificado – Entendo que NÃO – Eis que o furto qualificado já prevê penas majoradas em abstrato.
Furto Privilegiado - § 2º, do art. 155, do CP – réu primário (o transcurso do prazo de 5 anos do art. 64, I CP faz com que o réu volte a ser primário - condenação anterior por contravenção não retira a primariedade) e pequeno valor da coisa furtada (até um salário mínimo) – redução da pena de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente multa. Segundo a Súmula 511 do STJ – É possível o privilegio no furto qualificado.
Furto Qualificado §4º – (pena - reclusão de dois a oito anos e multa) 
I – destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa – (a simples remoção do obstáculo, como desparafusar janela ou retira telhas não qualifica o crime no inciso I, não houve rompimento ou destruição. 
II – 1) abuso de confiança - Amizade, parentesco, relações profissionais – a mera relação empregatícia, por si só, não configura; 2) mediante fraude - meio enganoso usado pelo agente capaz de reduzir a vigilância da vítima (ex: comprador de carro que o subtrai); 3) escalada utilização de via anormal para adentrar no local; ou 4) destreza – habilidade física ou manual que permite ao agente executar a subtração sem que a vítima perceba que está sendo despojada de seus bens.
III – emprego de chave falsa – a imitação da verdadeira obtida de forma clandestina ou qualquer instrumento com ou sem forma de chave, mas, capaz de abrir uma fechadura sem arrombá-la (chave mixa).
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o Exterior.
Nova figura (Leis 13.330/16 e 13.654/18) – introduziu o § 4ºA – A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
§ 7º A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se a subtração for de substância explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
Do furto de coisa comum (artigo 156 do CP) – subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém a coisa comum – pena detenção de seis meses a dois anos ou multa – 
Somente se procede mediante representação
Trata-se de crime próprio (os que podem ser cometidos por determinada categoria de pessoas), pois somente pode ser cometido pelo condômino, co-herdeiro ou sócio.
P.S – crimes comuns (podem ser praticados por qq pessoa) e de mão própria (podem ser executado por uma única pessoa e por isto não admitem co-autoria. Ex: falso testemunho).
§2º - não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo o valor não exceda a quota a que tem direito o agente – coisa fungível é aquela que pode ser substituída por outra da mesma espécie, quantidade e qualidade.
Algumas teses defensivas:
1) atipicidade crime impossível;
2) atipicidade insignificância;
3) escusa absolutória;
4) atipicidade - excludente de ilicitude – estado de necessidade;
5) furto famélico;
6) excludente de ilicitude – inexigibilidade de conduta diversa;
7) crime impossível – nada de valor encontrado;
8) furto de uso;
9) furto privilegiado;
10) desclassificação para o delito de apropriação de coisa achada
11) desclassificação para o delito de exercício arbitrário das próprias razões;
12) decote fraude;
13) decote abuso de confiança;
14) decote arrombamento – objeto dentro de veículo;
15) decote arrombamento;
16) decote destreza;
17) decote furto noturno;
18) decote rompimento de obstáculo;
19) decote escalada – ausência de perícia;
Do roubo (artigo 157 do CP) – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência (roubo próprio) – pena de reclusão de 4 a 10 anos e multa
 Possui os mesmo requisitos do furto (Subtrair; coisa móvel alheia; fim de assenhoreamento + modos de execução a) violência (vis absoluta)– emprego de qualquer desforço físico sobre a vítima a fim de possibilitar a subtração b) grave ameaça (vis relativa) – é a promessa de um mal grave e iminente. Assim o uso de simulação de arma e utilização de arma de brinquedo constituem grave ameaça, mas, não caracterizam a majorante do inciso I, do §2º, do art. 157 do CP. C) qualquer outro meio que reduza a vítima à incapacidade de resistência – é uma fórmula genérica que visa a possibilidade de punição por crime de roubo (Ex: uso de soníferos, hipnose, etc).
Momento consumativo – 2 correntes: a) quando a res sai da esfera de vigilância da vítima e o agente obtém a posse tranquila; b) o roubo consuma-se no instante em que o agente após empregar a violência ou grave ameaça consegue apoderar-se do bem da vítima, ainda que seja presa imediatamente, no próprio local, sem que tenha obtido a posse tranquila da res – infelizmente este é o atual entendimento do STF.
Roubo impróprio- §1º, art.157,CP – na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou pra terceiro.
A diferença do roubo próprio é que neste a violência ou grave ameaça é empregada antes ou durante a subtração e no roubo impróprio depois. O roubo próprio pode ser cometido mediante grave ameaça, violência ou qualquer outro meio que reduza a vítima à incapacidade de resistência.
Causas de aumento de pena – Ver também a Lei 13.654/18: 
 I - Revogado (se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma)
A pena aumenta-se de 1/3(um terço) até metade:
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V –Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego,
§2º - A pena aumenta-se de 2/3(dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo (não mais incide a arma branca);
II – se há destruição ou rompimento de obstáculomediante emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum;
Roubo qualificado.
§3º - Se a violência resulta:
Lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos e multa;
Morte, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos e multa. 
Algumas teses defensivas:
1) excludente de ilicitude – inexigibilidade de conduta diversa;
2) desclassificação do delito de roubo para o de furto;
3) desclassificação do delito de roubo para o de constrangimento ilegal;
4) decote majorante emprego de arma de fogo – ausência de perícia;
5) decote majorante concurso de agentes;
6) decote majorante restrição da liberdade;
Da Extorsão (artigo 158 do CP) – constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa – pena de reclusão de 4 a 10 anos e multa.
Constranger é obrigar, coagir alguém a fazer algo (entregar dinheiro ou algum bem), tolerar que se faça (permitir que o agente rasgue um contrato ou um título) ou deixar de fazer alguma coisa (não entrar em uma concorrência).
Só existirá a extorsão se o agente almejar obter uma indevida vantagem econômica, a vantagem é devida o delito será o de exercício arbitrário das próprias razões – art. 354 do CP.
Causas de aumento de pena - §1º art. 158 CP – Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de 1/3 até ½. 
Extorsão qualificada - §§2º e 3º do art. 158 do CP.
§2º - aplica-se à extorsão praticada mediante violência o seguinte; Se a violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos e multa; Morte, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos e multa. (§3,ºdo artigo157 do CP) 
§3º - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica – pena de reclusão de 6 a 12 anos e multa; Se a violência resulta lesão corporal grave, a pena é de 16 a 24 anos; Morte, a pena é de 24 a 30 anos, não prevê multa (§§2º e 3º do artigo 159 do CP). 
Da Extorsão mediante sequestro (artigo 159 do CP) – Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate – reclusão de 8 a 15 anos. (a vantagem deve ser econômica, uma vez que o delito esta no capítulo dos crimes contra o patrimônio).
Diferencia do rapto, já que nesta caso ocorre a privação de liberdade de uma mulher honesta para fim libidinoso.
Em se tratando de crime formal a consumação ocorre no exato momento em que a vítima é sequestrada, o pagamento do resgate é mero exaurimento da extorsão mediante sequestro.
A tentativa é possível desde que os agentes não consigam levar a pessoa que pretendiam sequestrar.
Extorsão mediante sequestro qualificadora - § 1º - se o sequestro dura mais de 24 horas (deve ser contado desde o momento do sequestro até a liberação da vítima, ainda que o resgate tenha sido pago antes), se o sequestrado é menor de 18 anos ou maior de 60 anos ou se o crime é cometido por quadrilha ou bando – pena de 12 a 20 anos;
§2º - se do fato resulta lesão corporal de natureza grave – pena de 16 a 24 anos;
§3º - se resulta morte – pena de 24 a 30 anos;
Causa especial de diminuição de pena – (delação eficaz)- §4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3 (segundo a maior o menor colaboração para a libertação da vítima);
Da Extorsão indireta (artigo 160 do CP) – Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal conta a vítima ou contra terceiro – Pena – reclusão de 01 a 03 anos e multa.
Requisitos – exigência ou recebimento de documento que possa dar causa a processo penal contra a vítima ou terceiro
- intenção do agente de garantir ameaçadoramente o pagamento da dívida;
Da Usurpação 
Da alteração de limites (artigo 161, caput, CP) – Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória para apropriar-se no todo ou em parte de coisa móvel alheia – pena de detenção de 01 a 06 meses e multa.
Trata-se de crime próprio, somente pode ser praticado pelo vizinho do imóvel alterado.
Da Usurpação de águas (artigo 161, §1º, I, CP) – na mesma pena incorre quem desvia ou represa em proveito próprio ou de outrem águas alheias. (pena de detenção de 01 a 06 meses e multa).
O crime consuma-se no exato instante em que o agente efetua o desvio ou represamento, ainda que não consiga obter o proveito próprio ou alheio.
Do Esbulho possessório (artigo 161, §1º, II, CP) – quem invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio para fim de esbulho possessório (pena de detenção de 01 a 06 meses e multa).
§2º - Se o agente usa de violência incorre também na pena a esta cominada
§3º - Se a propriedade é particular e não há emprego de violência, só se procede mediante queixa. 
Da supressão ou alteração de marca em animais (artigo 162, do CP) – Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado (animais de grande porte) ou rebanho (animais de pequeno porte) alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade – pena de detenção de 06 meses a 03 anos e multa.
Do dano (artigo 163, caput, do CP) – Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia – pena de detenção de um a seis meses ou multa.
Destruir – o objeto é eliminado, extinto. Ex: colocar fogo em livros;
Inutilizar – o objeto continua existindo, mas sem poder ser utilizado para a finalidade de que se destinava. Ex: quebrar os ponteiros de um relógio, cegar um cão de guarda (absurdo!)
Deteriorar – trata-se de forma genérica que abrange qualquer outra forma de dano que não esteja englobada pelas duas hipóteses anteriores. Ex: quebrar o vidro de um carro ou de uma casa.
P.S – a conduta de pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano atualmente configura o crime previsto no artigo 65 da Lei 9.605/98 – pena de detenção de 3 meses a um ano e multa.
Dano qualificado. – Pena de detenção de 6 meses a 3 anos e multa 
Paragrafo único – se o crime é cometido:
I - Com violência à pessoa ou grave ameaça (quando a violência ou a grave ameaça constituírem meio para que o agente consiga danificar o objeto alheio, se há tiver praticado o dano, responderá por dano simples em concurso material com o delito de lesões corporais);
II – Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constituir crime mais grave;
III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista;
IV – por motivo egoístico (o agente pratica o dano visando conseguir algum beneficio de ordem econômica ou moral) ou com prejuízo considerável para a vítima.
A ação penal é privada nos casos de dano simples e dano qualificado do inciso IV (motivo egoístico ou prejuízo considerável); nas demais formas de dano qualificado ação penal é pública incondicionada.
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art. 164 do CP) - Introduzir (o proprietário do animal o coloca lá) ou deixar (o animal entra na propriedade sozinho, mas seu proprietário não o retira) animais em propriedade alheia, sem o consentimento de quem de direito, desde que do fato resulte prejuízo – pena de detenção de 15 dias a 6 meses ou multa.
A ação penal é privada.
Os delitos de Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico (art. 165, do CP) – Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico e alteração de local especialmente protegido (art. 166, do CP) foram revogados pelo artigo 62 e seus incisos da Lei 9.605/98 que prevê pena de 01 a 03 anos de reclusão e multa para estes delitos.
Algumas teses defensivas:
1) atipicidadeda conduta por ausência de dolo;
2) ausência da prova acerca da materialidade;
3) decote da qualificadora patrimônio público;
Da Apropriação Indébita (art. 168 do CP) – Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção – pena de 01 a 04 de reclusão e multa.
A vítima entrega espontaneamente um objeto ao agente, e este, depois de já estar na sua posse ou detenção, inverte seu animo em relação ao objeto, passando a comportar-se como dono.
Requisitos: a) entrega do bem de forma livre; b) posse desvigiada; c) ao receber o bem o agente deve estar de boa fé, ou seja, ter a intenção de devolvê-lo à vítima (se já recebeu o objeto com a intenção de não devolvê-lo o delito será o estelionato). 
Espécies: Apropriação indébita (após estar na posse da coisa comporta como se dono fosse) e Apropriação por negativa de restituição (resolve ficar com a coisa e recusa a devolver)
Causas de aumento de pena - §1º - a pena aumenta de 1/3 quando o agente recebe a coisa:
I – em depósito necessário (pode ser o legal – que decorre de expressa disposição legal, se objeto for público cometerá peculato; miserável - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como incêndio, inundação, etc. ou por equiparação - é o referente às bagagens dos viajantes, hospedes ou fregueses, nas hospedarias, hotéis ou pensões onde eles estiverem;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial (deveriam responder por peculato, mas, já que a Lei excepcionou);
III – em razão de ofício (ocupação manual ou mecânica que supõe certo grau de habilidade), emprego (é a prestação de serviço com subordinação e dependência) ou profissão (caracteriza-se pela inexistência de quaqleur vinculação hierárquica).
Da apropriação indébita previdenciária (art. 168-A)- Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional – pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa.
Delito de competência da Justiça Federal.
Da apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza (art. 169, do CP) – Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro (a vítima, por algum motivo, incorre em erro, ou seja, tem incorreta percepção da realidade – o erro pode ser em relação a pessoa a quem é entregue o bem, Ex: um deposito feito em conta corrente de pessoa diversa daquela a quem o dinheiro era dirigido e o beneficiário, mesmo percebendo o equivoco, gasta o dinheiro; em relação a coisa entregue Ex: a pessoa compra uma bijuteria e o vendedor embrulha, por engano, uma pedra preciosa parecida com a bijuteria; em relação à existência da obrigação por parte dela Ex: quando uma mulher, por engano, paga novamente uma conta que já havia sido paga por seu marido e o beneficiário depois de receber pela segunda vez, percebe o equivoco e permanece silente), caso fortuito (há um acontecimento acidental e inevitável, porém, com uma participação humana. Ex: um acidente automobilístico no qual os objetos existentes na carroceira do veículo são lançados no quintal de uma casa) ou força da natureza (o fato ocorre sem a participação do homem. Ex: um vendaval lança roupas que estavam no vara de uma casa para o quintal de residência vizinha e o proprietário se apodera delas) – pena de detenção de 01 mês a 01 ano ou multa.
Da apropriação de tesouro (art. 169, parágrafo único, inciso I do CP) – Quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio - pena de detenção de 01 mês a 01 ano ou multa.
O artigo 607 do CC dispõe que o depósito antigo de moedas ou coisas preciosas, enterrado ou oculto, de cujo dono não haja memória, uma vez localizado casualmente em prédio alheio, será dividido por igual entre o proprietário deste e quem o encontrar.
O artigo 608 do CC diz que “se o que achar for o senhor do prédio, algum operário a seu mandado em pesquisa, ou terceiro não autorizado pelo dono do prédio, a este pertencerá por inteiro o tesouro”.
Assim quem se apoderar do tesouro comete o crime. 
Da apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, inciso II do CP) – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-a ao dono ou legitimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias - pena de detenção de 01 mês a 01 ano ou multa.
Não se aplica se a coisa era abandonada. Se a coisa foi perdida dentro da residência da vítima o delito será o de furto.
Se, em razão da má conservação da coisa perdida, quem a encontrou a supôs abandonada, não responde pelo crime em face do erro de tipo.
Neste delito é previsto o privilégio disposto no artigo 155, §2º do CP.
Teses defensivas:
1) absolvição – desacordo comercial
2) apropriação indébita de uso;
Da Estelionato (artigo 171 do CP) – Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício (utilização de algum aparato Ex: disfarce, efeitos especiais, documentos falsos, etc.), ardil (é a conversa enganosa), ou qualquer outro meio fraudulento – pena de reclusão de 01 a 05 anos e multa.
É um crime que se caracteriza pelo emprego de fraude, uma vez que o agente, valendo-se de alguma artimanha, consegue enganar a vítima e convencê-la a entregar-lhe algum pertence, e, na sequencia, locupletar-se ilicitamente com tal objeto. 
Estelionato privilegiado (art. 171, §1º, do CP) – Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, §2º do CP (substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa).
§2ª, Nas mesmas penas incorre quem (pena de reclusão de 01 a 05 anos e multa):
I - Da disposição de coisa alheia como própria (art. 171, §2º, inciso I, do CP) – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria.
II - Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria (art. 171, §2º, inciso II, do CP) – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável (Ex: imóveis dotais), gravada de ônus (Ex: é aquela sobre a qual pesa um direito real em decorrência de cláusula contratual) ou litigiosa (Ex: objeto de discussão judicial), ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias. 
III - Defraudação de penhor (art. 171, §2º, inciso III, do CP) - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto emprenhado. Somente coisa móvel.
IV – Fraude na entrega de coisa (art. 171, §2º, inciso IV, do CP) - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém. 
A presente infração penal pressupõe a existência de um negócio jurídico envolvendo duas pessoas e que a responsável pela entrega do objeto, de alguma forma, modifique-o fraudulentamente e o entregue à vítima. Ex: entregar objeto de vidro no lugar de cristal, cobre no lugar de ouro.
V – Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro (art. 171, §2º, inciso V, do CP) - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro.
VI – Fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, §2º, inciso VI, do CP) – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos me poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Duas condutas; emitir o cheque sem fundos ou frustrar o pagamento (o agente tinha o valor depositado no banco, porém, antes do beneficiário conseguir receber aquele o saca, senão, susta o cheque.
P.S – necessário que o agente tenha agido de má-fé quando da emissão do cheque. Assim, não responde pelo crime quem imaginou possuir a quantia no banco – Súmula 246 do STF: “Comprovadonão ter havido fraude, não se considera o crime de emissão de cheque sem fundos”.
O cheque tem natureza jurídica de ordem de pagamento à vista, assim qualquer atitude que lhe retire esta característica afasta a incidência do crime. Ex: cheque pré-datado, ou aquele dado como garantia.
Causa especial de aumento de pena (art. 171, §§ 3º e 4º, do CP) – 
§3º - a pena aumenta de 1/3 se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência
§4 – Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. 
Da duplicata simulada (art. 172, do CP) – Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado – pena de detenção de 02 a 04 anos e multa.
Da falsidade no livro de registro de duplicatas (art. 172, parágrafo único, do CP) – nas mesmas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do livro de registro de duplicatas.
Do Abuso de incapazes (art. 173, do CP) – Abusar (fazer mau uso, aproveitar de alguém), em proveito próprio ou alheio de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou alienação ou debilidade mental de outrem – pena de reclusão de 02 a 06 anos e multa - valer-se da necessidade, paixão ou inexperiência de menor de dezoito anos ou portadora de doença mental e, assim, convencê-la a praticar um ato jurídico que possa produzir efeito em seu próprio prejuízo ou de terceiro. 
Do Induzimento à especulação (artigo 174, do CP) – Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa – pena de reclusão de 01 a 03 anos e multa. 
Da fraude no comércio (artigo 175, do CP) – Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra – pena de detenção de 06 meses a 02 anos ou multa
§1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira vender, como preciosa, metal de outra qualidade – pena de reclusão de 01 a 05 anos e multa.
O sujeito ativo deverá ser comerciante. É aplicável o privilégio – (se o agente for primário e for de pequeno valor o prejuízo, o Juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa). 
Outras Fraudes (artigo 176, do CP) – tomar refeição (engloba bebidas também) em restaurante (abrange lanchonetes, bares e cafés), alojar-se em hotel (abrange motéis, pensões, etc.) ou utilizar-se de meio de transporte (ônibus, taxis, trem, metrô, barco, etc.) sem dispor de recursos para efetuar o pagamento – pena de detenção de 15 dias a 02 meses ou multa. 
Somente se procede mediante representação.
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações (artigo 177, caput, do CP) – Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo – pena de reclusão de 01 a 04 anos e multa. 
Da emissão irregular de conhecimento de depósito ou warrant (art. 178, do CP) – Emitir conhecimento de depósito (documento de propriedade da mercadoria) ou Warrant ( confere ao portador direito real de garantia sobre as mercadorias), em desacordo com disposição legal – pena de 01 a 04 anos e multa.
O Decreto n. 1.102 de 1903, permite a emissão do conhecimento de depósito e do Warrant quando mercadorias são depositadas em armazéns gerais. Esses títulos, negociáveis por endosso, são entregues ao depositante. 
A emissão será irregular quando: a) a empresa não está legalmente constituída; b) inexiste autorização do governo federal para a emissão; c) inexistem as mercadorias especificadas como deposito; d) há emissão de mais de um título para a mesma mercadoria; e) o título não apresenta as exigências legais. 
Da fraude à execução (artigo 179, do CP) – Fraudar execução, alienação, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas – pena de detenção de 06 meses a 02 anos ou multa
Somente se procede mediante queixa. Deve existir uma sentença a ser executada ou de uma ação executiva. 
Algumas teses defensivas:
1) atipicidade - insignificância;
2) crime impossível;
3) privilegio;
Da Receptação (artigo 180 do CP) 1ª parte (dolosa - simples - própria)– Adquirir (obter a propriedade à titulo oneroso ou gratuito), receber (obter a posse), transportar (levar um objeto de um local para outro), conduzir (refere-se a hipótese de tomar a direção de um veículo para leva-lo de um lugar a outro) ou ocultar (esconder), em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime ... pena de reclusão de 01 a 04 anos e multa.
A receptação é um crime acessório, eis que depende da existência de outro crime. 
A receptação dolosa pressupõe que o agente saiba da origem criminosa do bem.
Para que a receptação exista é necessário que o agente queira obter alguma vantagem. Se, entretanto, o sujeito visa beneficiar o próprio autor do crime antecedente, responderá pelo crime de favorecimento real (art. 349 CP).
§4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa .
Assim, o receptador pode ser punido ainda que não se saiba quem foi o autor do crime antecedente – deve, porém, existir prova indubitável de que houve um crime antecedente.
2ª parte (dolosa – simples – imprópria) - ...influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte pena de reclusão de 01 a 04 anos e multa.
O agente aí atua como intermediário, não sendo necessário que o terceiro de boa-fé chegue a concluir o negócio – crime formal (não admite a tentativa)
Causa especial de aumento de pena - §6º - tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. Veja-se que somente cabe na receptação prevista no caput, sendo incabível na receptação qualificada.
Receptação qualificada - §1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar; em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.
Pena de reclusão de 03 a 08 anos e multa. É delito próprio, somente pode ser realizado por quem exerce atividade comercial ou industrial. 
O § 2º equipara à atividade comercial qualquer forma de comercio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
Receptação culposa - §3º - Adquirir (obter a propriedade à titulo oneroso ou gratuito) ou receber (obter a posse) coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço (valor de mercado), ou pela condição de quem a oferece (alguém desconhecido que não tinha condições financeiras para o possuir o bem oferecido), deve presumir-se obtida por meio criminoso - pena de detenção de 01 mês a 01 ano, ou multa, ou ambas as penas. 
Perdão judicial - §5º 1ª parte – Na hipótese do §3º (receptação culposa), se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena...
Receptação privilegiada - §5º 2ª parte – ... Na receptação dolosa aplica-se o disposto no §2º, do art. 155 CP (réu primário e pequeno valor da coisa – redução da pena de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente multa). 
Nova figura (Lei 13.330/16) – Trouxe o art. 180-A – Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidadede produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime – pena de reclusão de 02 a 05 anos e multa.
Algumas teses defensivas:
1) atipicidade por ausência de dolo;
2) desclassificação para receptação culposa;
3) desclassificação para favorecimento real;
DISPOSIÇÕES GERAIS:
Imunidades absolutas - Isenção de pena (art. 181 CP) - quando o delito é cometido em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade conjugal ou contra ascendente ou descendente.
Imunidade relativa - Necessidade de representação (art. 182 CP) – quando o delito é cometido contra cônjuge separado; irmão; tio ou sobrinho com quem o agente coabita.
Não se aplica a isenção nem a necessidade de representação (art. 183 CP) – nos crimes de roubo ou extorsão (há violência ou grave ameaça); ao estranho que participa do crime; se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
*WILSON HALLAK ROCHA – Defensor Público do Estado de Minas Gerais, Titular da 3ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Especialista em Direito Público pelo Instituto Newton Paiva e em “Direitos Fundamentais, Criminologia e Gestão Organizacional do Sistema Penitenciário” pela Universidade Federal do Estado de Minas Gerais
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	� NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 7.ª edição revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.
	MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, Parte Especial, v.2. 20.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
	JESUS, Damásio E. de. Direito Penal – Parte Especial, v.2. 24.ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
	BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte especial, volume 3. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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