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SISTEMA ESQUELÉTICO Francisco Lúcio A. Silva Docente do curso de graduação em Fisioterapia e Educação Física na UNESA Docente do curso de pós-graduação em Fisioterapia Neurológica e Traumato-ortopédica na UNESA francisco.lucio@estacio.br É o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar importantes funções como: - Sustentação (conformação do corpo); - Proteção (para órgãos e sistema nervoso); - Movimento (sistema de alavancas associadas aos músculos); - Hematopoiese (produção de elementos sanguíneos - eritrócitos, leucócitos e plaquetas / medula óssea vermelha) - esterno, vértebras, quadril e epífises proximais (fêmur e úmero); - Armazenamento de substâncias orgânicas (gordura - medula óssea amarela) e armazenamento de minerais (cálcio e fósforo). Sistema Esquelético / Sistema Articular / Sistema Muscular Sistema Locomotor ESQUELETO DIVISÃO DO ESQUELETO - Esqueleto Axial (eixo do corpo - mediana): ossos da cabeça, ossículos da audição, pescoço e tronco (tórax e abdome); - Esqueleto Apendicular: membros superiores e inferiores, e ossos de transição - cíngulos superior (escápula e clavícula) e inferior (ossos pélvicos). Variação - Fatores etários: Ossos cranianos e ossos pélvicos / sinostose: ontogênese e retrogênese; - Fatores individuais: persistência da divisão do osso frontal; - Critérios de contagem: critérios pessoais (ossos sesamóides e ossículos da orelha média). a) Crânio - 22 ossos: - 14 Ossos da Face: maxila (02), palatino (02), zigomático (02), lacrimal (02), nasal (02), vômer (01), concha nasal inferior (02) e mandíbula (01); - 08 Ossos do Crânio: frontal (01), parietal (02), occipital (01), temporal (02), esfenóide (01) e etmóide (01). b) Ossículos da Audição - 06 ossos (cavidade da orelha média): transmitem impulsos sonoros - martelo (02), bigorna (02) e estribo (02). c) Hióide - 01 osso (entre a mandíbula e a laringe): sustenta a língua e auxilia na deglutição. d) Coluna Vertebral - 26 ossos: vértebras cervicais (07), vértebras torácicas (12), vértebras lombares (05), sacro (01) 4 ou 5 unidos e cóccix (01) 3 a 5 unidos. e) Caixa Torácica - 25 ossos: costelas (24) e esterno (01). ESQUELETO AXIAL - 80 Ossos a) Cíngulo do Membro Superior - 4 ossos: escápula (02) e clavícula (02) / Esterno?* b) Membros Superiores - 60 ossos: úmero (02), rádio (02), ulna (02), ossos carpais (16), ossos metacarpais (10) e falanges (28). c) Cíngulo do Membro Inferior - 02 ossos: ossos do quadril (02) 3 ossos unidos / Sacro?* d) Membros Inferiores - 60 ossos: fêmur (02), tíbia (02), fíbula (02), patela (02), ossos tarsais (14), ossos metatarsais (10) e falanges (28). OBS.: 206 ossos totais. ESQUELETO APENDICULAR - 126 Ossos CLASSIFICAÇÃO Para classificação dos ossos é importante considerar a forma e a predominância de uma de suas dimensões sobre as outras (comprimento, largura ou espessura). - Longos: apresenta um comprimento maior que a largura e espessura. Ex.: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges; - Curtos: apresenta equivalência das três dimensões. Ex.: ossos do carpo e tarso; - Planos: apresenta comprimento e largura maiores que a espessura. Ex.: escápula, ossos do quadril e ossos do crânio (frontal, parietal e occipital); - Irregulares: apresenta morfologia complexa sem formas geométricas conhecidas. Ex.: vértebras e osso temporal; - Pneumáticos: apresenta cavidades (seios) revestidas de mucosa e contendo ar. Ex.: ossos cranianos (frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenóide); - Sesamóide: apresenta-se na substância de tendões ou cápsula fibrosa nas articulações. Ex.: patela e ossos suturais (intratendíneo / periarticular). ESTRUTURA DO OSSO LONGO/Tubular Apresenta um comprimento maior que a largura e espessura. Ex.: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges. - Epífises: duas extremidades (osso esponjoso/compacto) - medula óssea vermelha - hematopoiese; - Diáfise: corpo do osso (osso compacto); - Metáfise: porção óssea entre a epífise e a diáfise, que se encontra a lâmina epifisial. - Forames nutrícios: pequenas aberturas na diáfise para passagem de vasos nutrientes; - Cavidade medular: aloja a medula óssea amarela (interior da diáfise); - Endósteo: camada de tecido conjuntivo que reveste a cavidade medular; - Periósteo: camada de tecido conjuntivo denso regular e muito vascularizada que recobre a superfície do osso servindo para fixação de tendões musculares e responsável pelo crescimento aposicional do osso; - Lâmina Epifisial (cartilagem epifisial): disco cartilaginoso entre a epífise e a diáfise (crescimento linear do osso) / Linha Epifisial (ossificação); - Cartilagem Articular: camada fina de cartilagem hialina nas epífises facilitando o movimento articular. PERIÓSTEO O periósteo é uma camada de tecido conjuntivo especializado que reveste a superfície externa dos ossos, com exceção das faces articulares. O periósteo apresenta uma propriedade osteogênica (osteoblastos e osteoclastos) e possui um papel importante nos processos de remodelamento e reparo ósseo. O periósteo apresenta dois folhetos: um superficial e outro profundo. A camada profunda é chamada de osteogênica pelo fato de suas células se transformarem em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso, promovendo seu espessamento (crescimento por aposição - adição de osso neoformado sobre as superfícies livres). Com isso, existe deposição e reabsorção contínua do osso, permitindo a remodelação de sua forma. OBS.: Tecido ósseo é uma especialização do tecido conectivo, com substância intercelular densa separando células ósseas (osteoblastos - osteocitos / osteoclastos). NUTRIÇÃO E INERVAÇÃO ÓSSEA Os ossos são estruturas ricamente vascularizadas. As artérias do periósteo penetram o osso, irrigando-o e se distribuindo na medula óssea. Osteônios (sistema haversiano do tecido ósseo), são estruturas semelhantes a colunas localizadas no tecido ósseo compacto, os quais possuem anéis (lamelas) que envolvem um canal central haversiano onde passam minúsculos vasos nutrientes e um nervo. Os osteócitos que se encontram dispostos em lacunas (espaços) nas lamelas, se difundem através de canalículos levando nutrientes ao tecido ósseo. Entre os osteônios existe um sistema intersticial chamado de, canais perfurantes de Volkmann, que penetram no osso compacto conectando os osteônios aos vasos sanguíneos e nervos. *(b) Disposição dos osteônios no interior da diáfise do osso. (c) Vista ampliada de um osteônio mostrando os osteócitos no interior das lacunas e lamelas concêntricas. (d) Osteócitos no interior de uma lacuna. **Canais de Havers (longitudinais). SUBSTÂNCIA ÓSSEA COMPACTA E ESPONJOSA Macroscopicamente, a substância óssea compacta constitui a parte externa do osso, apresenta lamínulas de tecido ósseo fortemente unidas umas às outras, sem que haja espaço livre interposto, sendo assim, muito duro e denso. Já a substância óssea esponjosa, localizada profundamente ao tecido ósseo compacto, possui minúsculas espículas de tecido ósseo, chamada de trabéculas, que são lamínulas ósseas mais irregulares (em forma e tamanho) que deixa espaços ou lacunas entre si que se comunicam, dando uma aparência de porosidade, que são preenchidas por medula óssea. ESTRUTURA DO OSSO LONGO A forma e os pontos de referência de superfície (acidentes anatômicos) de cada osso indicam seu papel funcional no esqueleto. Ossos longos, por exemplo, fornecem apoio ao corpo e funcionam como alavancas durante os movimentos. Ossos que suportam carga (peso do corpo) são volumosos e têm superfícies articulares grandes e processos para fixação de músculos. Áreas rugosas nesses ossos podem servir para a fixação de ligamentos, tendões ou músculos. Uma superfícieplana fornece um local de fixação para um músculo plano ou pode oferecer proteção. Sulcos ao redor de uma extremidade articular de um osso indicam locais em que passam tendões ou nervos, e as aberturas através de um osso permitem a passagem de nervos ou vasos sanguíneos. Exemplos de estruturas figurativas da superfície óssea: côndilo, fóvea, cabeça, alvéolo, fissura, forame, fossa, seio, sulco, crista, epicôndilo, processo, ramo, espinha, trocanter, tubérculo e tuberosidade. Superfícies Articulares (saliências): servem para articular os ossos entre si ou fixação de músculos, ligamentos e cartilagens. - Côndilo: saliência articular arredondada grande (ex.: côndilo occipital do osso occipital); - Fóvea: superfície articular plana ou rasa - frequente uso como fixação (ex.: fóvea costal de uma vértebra torácica); - Cabeça: extremidade articular proeminente e arredondada do osso (ex.: cabeça do fêmur). Depressões (podem ser articulares ou não) e Aberturas (destinam-se a passagem de nervos ou vasos): - Alvéolo: escavação profunda ou encaixe (ex.: alvéolos dentais - encaixe dos dentes na maxila e mandíbula); - Fissura: abertura estreita ou fenda (ex.: fissura orbital superior do osso esfenóide); - Forame: abertura arredondada através do osso (ex.: forame magno do osso occipital); - Fossa: superfície plana ou pouco profunda - frequente uso como superfície articular (ex.: fossa mandibular do osso temporal); - Seio: cavidade ou espaço oco no osso (ex.: seio frontal no osso frontal); - Sulco: canaleta que acomoda um vaso, nervo ou tendão (ex.: sulco intertubercular do úmero). Proeminências Não-Articulares: - Crista: saliência estreita (ex.: crista ilíaca do osso do quadril); - Epicôndilo: saliência adjacente a um côndilo (ex.: epicôndilo medial do fêmur); - Processo: proeminência óssea acentuada (ex.: processo mastóide do osso temporal); - Ramo: parte aplainada angular de um osso - alongado (ex.: ramo da mandíbula); - Espinha: processo delgado aguçado (ex.: espinha da escápula); - Trocanter: processo maciço encontrado apenas no fêmur (ex.: trocanter maior do fêmur); - Tubérculo: processo pequeno, arredondado (ex.: tubérculo maior do úmero); - Tuberosidade: processo grande irregular maior que um tubérculo (ex.: tuberosidade do rádio). Obrigado!
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