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18 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Unidade II 5 10 15 20 5 O LÍDER COMO ADMINISTRADOR DE CONFLITOS A dinâmica dos grupos organizacionais é marcada por diferentes conflitos, principalmente do tipo interpessoal, aqueles desenvolvidos entre pessoas. Apesar de já sabermos dos benefícios que os conflitos podem trazer para o desenvolvimento dos grupos organizacionais, administrá-los da melhor forma é o que possibilita que esses benefícios realmente aconteçam. Gerenciar de forma saudável os conflitos interpessoais deverá ser uma das habilidades daqueles que apostam numa liderança eficaz. Os grupos são formados por pessoas diferentes, cujos objetivos dificilmente coincidem na sua totalidade. É óbvio que cada pessoa quer ver seu objetivo alcançado e a partir do momento em que o alcance desse objetivo é ameaçado pela interferência, mesmo que indireta de um outro membro do grupo, o surgimento de um conflito é quase que inevitável. 5.1 Os níveis de gravidade de um conflito Os conflitos podem desenvolver-se em três diferentes níveis de intensidade, classificados como percebido, experienciado e manifestado. Vamos conhecê-los mais detalhadamente: • conflito percebido: as partes percebem claramente que o conflito está acontecendo, pois veem seus objetivos serem bloqueados ou impedidos de forma explícita; 19 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 • conflito experienciado: é aquele conflito dissimulado, disfarçado. As partes não o explicitam, porém têm consciência da sua existência. Este tipo de conflito provoca raiva, desprezo e hostilidade entre as partes, que tentam negá-lo; • conflito manifestado: é o conflito explicitado sem nenhum disfarce. É expresso abertamente, sem nenhuma dissimulação. Tanto as partes, como outras pessoas podem percebê-lo pelo comportamento dos envolvidos. 5.2 Os conflitos organizacionais e suas causas Os conflitos organizacionais são muito comuns, principalmente por ser a organização um espaço social muito diminuído. Eles apesar de importantes podem interferir de forma negativa na qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa. Diversos são os motivos que podem desencadear os conflitos nas organizações, porém citaremos a seguir os principais, segundo Chiavenato: 1. Ambiguidade de papéis 2. Objetivos concorrentes 3. Recursos compartilhados 4. Interdependência de atividades 5.3 Os principais pontos na administração dos conflitos organizacionais Busque meios para solucioná-los e não apenas os culpados Administrar um conflito não significa procurar seus causadores, não se trata de uma tarefa investigativa. Ao administrar um conflito o líder estará tentando fazer com que 5 10 15 20 25 20 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 sua equipe volte a trabalhar de forma harmoniosa. Procurar os culpados antes de encontrar soluções nos fará desviar o foco do nosso objetivo e nos fará perder tempo. Analise a situação de forma cuidadosa O líder antes de tomar alguma posição quanto ao conflito deverá realizar uma cuidadosa análise da situação para detectar qual é o problema realmente, quem são os envolvidos diretos e indiretos, há quanto tempo o problema existe e qual a causa principal. Uma vez feita essa análise, é hora de buscar e sugerir as soluções. Observe que estamos falando em sugestão de meios para a solução do conflito e não em imposição. Os envolvidos precisam aceitar a ajuda do líder e não apenas segui-la. Aprenda a ouvir Após a análise da situação o líder identificará, naturalmente as partes envolvidas. Neste caso, é hora de ouvir cada uma delas, de forma individual, sem interrompê-las. Mesmo que você já tenha uma posição a respeito do papel de cada um no processo de conflito é importante ouvir a todos, pois novos fatos poderão surgir e até alterar sua posição. A escuta individual é muito importante para o desenvolvimento de um clima mais amistoso e confiável. Saiba falar e habilite-se a “parafrasear” Da mesma forma que a escuta deve ser individual, o momento de falar com as partes envolvidas no conflito também deverá ser de forma bem particular. Assim, o líder além de estreitar os laços de confiança com seus liderados, não corre o risco de deixá-los constrangidos. O respeito é o elemento básico neste momento, bem como a capacidade de parafrasear, ou seja, medir as palavras e substituir as de cunho mais pesado. 5 10 15 20 25 30 21 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Faça críticas construtivas Procure oferecer conselhos, sugestões e opiniões que possam somar para o desenvolvimento de seus liderados. As críticas, quando construtivas, possuem um efeito muito positivo na busca por uma melhoria interna. Faça com que a solução total do conflito seja sua meta principal Não perca tempo com questões que não possam levar-lhe diretamente à solução do conflito, pois quanto mais tempo se perde, mais fortemente ele vai se instalando. Se a sua meta é solucioná-lo, não a perca de foco. Procure estar sempre calmo e paciente Calma e paciência são elementos básicos para uma tomada de decisão segura. Agindo assim, o líder terá total de condição de chegar às mais corretas conclusões. 5.4 Os estilos de administração de conflitos • Estilo evitar: tenta fazer com que o conflito não se instale, percebe-o com antecedência e o elimina em sua formação. • Estilo calmo: existe a consciência de que o conflito existe, porém está tão controlado que não necessita interferência. Neste caso é preciso que o líder perceba que existe uma intenção dos próprios envolvidos em não deixar que o conflito se desenvolva. • Estilo ditador: a tentativa de solução se dá através da imposição de um comportamento, não havendo espaço para negociação. O líder exige das partes a dissolução do conflito, porém sabe-se que muitas vezes os envolvidos fingem o final do desacordo para 5 10 15 20 25 22 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 não desobedecer ao líder e em outros ambientes continuam o confronto. • Estilo compromisso: semelhante ao estilo ditador, porém a diferença reside no fato de termos algum benefício com a posição que estamos ditando. • Estilo colaborador: quando a nossa tentativa gira em torno de chegarmos ao ponto que seja mais satisfatório para ambas as partes. Mais uma vez vale lembrar que não se trata de negociar vantagens e sim chegar a um consenso em prol dos objetivos da empresa. 6 A LIDERANÇA ORIENTADA PARA AS PESSOAS A genialidade dos líderes não está em obter conquistas pessoais, mas em libertar o talento de outras pessoas. João Alfredo Biscaia A liderança orientada para as pessoas é um modelo de liderança burocrático e que tem como característica principal a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Fruto da teoria da gestão das relações humanas é um estilo de liderança que procura ao máximo diferenciar o homem da máquina. Assim, procura sempre estar atendo às pessoas vendo-as de forma individual, cada uma com suas capacidades e limitações. Para o líder orientado para as pessoas cada liderado é único e possuidor de características que lhes são peculiares, desta forma seu tratamento também é diferenciado, ou seja, é um líder não adepto da liderança massificada. Está sempre compartilhando com seu grupo as novas ideias que lhe surgem, nãoretendo para si os créditos delas. Compartilha também seus conhecimento e saberes fazendo do ambiente organizacional um campo de troca de aprendizagens constante. O líder orientado para as pessoas utiliza-se da estimulação e da aceitação de sua equipe como um combustível para dar 5 10 15 20 25 30 23 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 continuidade ao seu trabalho. Sua satisfação está muito mais voltada para a construção de agradáveis e sinceros relacionamentos com seus liderados do que no próprio alcance de resultados. Sua comunicação – outra variável importante no processo de liderança – clara, aberta e sincera faz com que suas solicitações sejam atendidas prontamente e de forma correta. “Somente com a ajuda da comunicação é possível que as tarefas distribuídas entre várias pessoas que integram a empresa sejam realizadas corretamente e estejam dirigidas aos mesmos objetivos” (Arantes, 1998). O líder orientado para as pessoas: • percebe a organização formada por um grupo de pessoas; • enfatiza prioritariamente as pessoas; • inspira-se em correntes psicológicas; • delega tarefas e autoridades com total confiança; • oferece plena autonomia aos seus liderados; • enfatiza as relações humanas interpessoais e intergrupais; • estabelece uma relação saudável e de confiança mútua com seus liderados; • mantém uma comunicação constante aberta com seu grupo; • compartilha saberes e ideias; • atua em constante dinâmica interpessoal e grupal. 6.1 A importância do grupo O líder orientado para as pessoas abomina e não acredita na eficácia de um trabalho desenvolvido de forma isolada, ao contrário, é um defensor fervoroso do compartilhamento de tarefas. A importância do grupo para ele é tão grande que chega muitas vezes a sacrificar seus planos pessoais ou familiares em prol da equipe. A paciência é uma das características desse tipo de líder, que não se importa de investir tempo e esforço na construção Cada vez mais as organizações dependem dos resultados obtidos pelo desempenho das diferentes equipes que a compõem. 5 10 15 24 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 de laços de amizade com seus liderados. Ele acredita que a eficácia de sua liderança reside no grau de confiança que é depositado por seus liderados. Ao delegar as tarefas a serem desenvolvidas pelo grupo, procura distribuí-las conforme as características de cada membro do grupo, por isso ele sempre procura conhecer a cada um antes do início de qualquer tarefa. Esse comportamento visa dentre outras coisas, evitar que o liderado seja solicitado a fazer algo que está além de suas possibilidades. Também evita o contrário, ou seja, que a tarefa seja muito simples para a capacidade do liderado, correndo o risco de deixá-lo com o sentimento de subutilização. 6.2 Os frutos da liderança orientada para as pessoas O impacto que uma liderança orientada para as pessoas causa no interior dos grupos tende a ser sempre positivo, e várias são as razões para que isso ocorra. A seguir, citaremos os principais pontos desse estilo de liderança. Maior satisfação por parte dos liderados As pessoas ou grupos de pessoas que são liderados por esse estilo tendem a demonstrar uma maior satisfação no trabalho. As tarefas são desenvolvidas com maior rapidez e o nível de qualidade é sempre satisfatório. A quase inexistência de absenteísmo é outro ponto positivo que merece destaque. Maior união do grupo A cooperação é outro fator de destaque nesse tipo de liderança. As pessoas passam a se ajudar, umas as outras de forma consciente, certas de os benefícios serem em prol de todos. Toda essa união evita o surgimento de algum tipo de conflito. 5 10 15 20 25 25 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Aumento gradual e indireto da produtividade da equipe O trabalho realizado com satisfação e união gera como consequência natural uma excelente produtividade. Isso acontece sem nenhum tipo de exigência ou pressão por parte do líder. 7 A LIDERANÇA ORIENTADA PARA AS TAREFAS É um modelo de liderança autocrática, cuja característica principal reside no fato de que o líder tem uma intensa preocupação com o cumprimento das tarefas a serem executadas, não levando em consideração quem serão os responsáveis pela execução, muito menos suas possibilidades. Considerada uma vertente da teoria clássica da administração está altamente ligada à mecanização do trabalho, através do seguimento de normas e estatutos organizacionais. Vale deixar claro que a criatividade não tem qualquer abertura, ficando o liderado responsável apenas por repetir as tarefas da forma que lhes foram orientadas. A organização representa uma máquina formada por suas engrenagens, representada nesse caso pelos “empregados”. As tarefas não são delegadas, do contrário elas são impostas muitas vezes de forma aleatória, sem que sejam levadas em conta variáveis como habilidade ou limite. O que interessa é a execução dos trabalhos. Já que sua inspiração vem da teoria clássica da administração, que por sua vez foi inspirada em sistemas de engenharia, enfatiza de forma intensa tarefas e tecnologia. 7.1 A centralização da autoridade As tarefas nesse modelo de liderança não são delegadas, elas são impostas e acompanhadas de forma constante pelo líder. 5 10 15 20 25 26 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Como ele centraliza todo o poder, as tarefas mais importantes ou delicadas somente são realizadas pelo próprio líder que não confia na capacidade de seus liderados em desenvolvê-las. Porém, o que muitos líderes autocráticos não sabem é que se os liderados não são capazes de realizar determinadas tarefas as causas podem residir numa orientação deficitária, ou seja, a culpa pode ser uma ineficaz orientação do próprio líder. A liderança orientada para as tarefas proíbe qualquer tipo de comportamento autônomo dos empregados, principalmente quanto às formas de realização de suas tarefas. Como foi dito anteriormente, o que interessa é que as regras e normas sejam seguidas fielmente. A ênfase nesse caso é na especialização do trabalho e na competência técnica de quem o está desenvolvendo. O líder acredita que quanto mais um empregado realiza uma tarefa mais especialista nessa função ele será. Neste caso, saturação e aborrecimento pela intensa repetição de uma mesma tarefa são ignorados. 7.2 A cooperação A característica individualista que está presente neste modelo de liderança faz do trabalho uma tarefa solitária. Não há cooperação, cada um realiza seu trabalho de forma solitária sem nenhum tipo de interação com o grupo. O espírito de trabalho em equipe é substituído por uma acentuada divisão de tarefas, muitas vezes independentes, o que causa um distanciamento natural entre os membros do grupo. Outro ponto negativo e que não poderemos deixar de citar é quanto à separação clara entre os níveis hierárquicos dos funcionários. Privilegiando aos que são de “linha”, em detrimento aos funcionários de staff. Observe a citação a seguir elaborada pela ADM Brasil: Na organização linear os órgãos de linha, ou seja, os órgãos que compõem a organização, seguem 5 10 15 20 25 30 27 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 rigidamente o princípio escalar (autoridadede comando). Porém, para que os órgãos de linha possam executar suas atividades especializadas, tornam-se necessários órgãos prestadores de serviço especializados, como assessoria, recomendações, conselhos, e outros. Esses não obedecem ao conceito de princípio escalar nem possuem autoridade de comando. Tais serviços e assessorias não podem ser impostos obrigatoriamente aos órgãos de linha, mas simplesmente oferecidos. Sua autoridade - chamada de autoridade de staff - é simplesmente autoridade de especialista e não autoridade de comando. 7.3 As consequências da liderança orientada para as tarefas Os resultados deste modelo de liderança, como já eram de se esperar tendem a não se positivos. Diversas são as causas dessa negatividade, porém vamos nos deter no fato de que o perfil do trabalhador atual está muito diferente do trabalhador da época da revolução industrial, momento em que imperava esse tipo de liderança. Se ontem estávamos preocupados apenas em estarmos empregados e termos um salário no final do mês, hoje nossos objetivos são outros e passam prioritariamente pela possibilidade de um crescimento profissional. Os valores mudaram. Também foi alterado o sentido trabalho para o homem, que passou de um meio de provisão financeira para uma forma de inserir o homem na sociedade. O trabalho hoje é responsável por posicionar o homem na sua sociedade, por isso ele não pode representar apenas um momento de repetição de tarefas. A seguir apresentamos as principais consequências de uma liderança voltada apenas para a execução de tarefas. 5 10 15 20 25 30 28 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 Insatisfação dos liderados O homem quando não estimulado a pensar tende a ficar desmotivado e desinteressado em qualquer que seja o campo, principalmente no trabalho. Ele passa a desenvolver suas tarefas de forma repetitiva, tornando seu trabalho mecanizado e exaustivo. Diminuição da coesão do grupo Por conta da forte independência na realização das tarefas os colaboradores acabam afastando-se uns dos outros, dificultando o desenvolvimento dos relacionamentos sociais. Quando mais acentuada for divisão de tarefas maior será o distanciamento. Diminuição da produtividade Sem criatividade e sem estímulo o liderado tende a diminuir sua produtividade tanto em relação à quantidade como em qualidade. O líder orientado para as tarefas: • percebe a organização como uma máquina e os colaboradores como engrenagens; • enfatiza prioritariamente as tarefas; • inspira-se nos sistemas de engenharia; • não delega tarefas e a autoridade é centralizada em si; • seus liderados não possuem nenhum tipo de autonomia; • não prioriza as relações humanas interpessoais e intergrupais; • a relação com os liderados é meramente profissional; • mantém uma comunicação superficial com seu grupo; • não compartilha saberes e ideias; • atua sem qualquer dinâmica interpessoal e grupal. A liderança é um processo contínuo de escolha. O verdadeiro líder acaba emergindo do grupo. 5 10 15 29 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 8 OS COMPROMISSOS DA LIDERANÇA Possuir os atributos de um líder não o habilita a desenvolver uma liderança eficaz. Além de características o líder precisa assumir compromisso de fazer todo o esforço para desenvolver um trabalho que vai bem mais além do gerenciamento de pessoas ou grupos. Segundo Araújo, “por mais que você tenha os atributos de um líder, se você não cumprir os seus compromissos, certamente, com o tempo, seus seguidores deixarão de segui- lo”. O trabalho do líder deve passar pela tentativa de levar os seus liderados a um desenvolvimento pessoal e profissional. Abaixo apresentaremos um quadro comparativo a respeito de alguns compromissos do líder, segundo Reddin (1981) e Gardner (1992). Compromissos do líder * Para Reddin * Para Gardner Defende os valores da coletividade. Estabelece previamente os objetivos. Desenvolve o espírito de equipe. Promove a criação, manutenção e administração de equipe de bom nível. É leal para com a organização, bem como para com seus valores. Explica os “porquês” das realizações das tarefas. Gera confiança em relação aos resultados a serem obtidos. Comporta-se como modelo para seus liderados. Promove a renovação dos sistemas complexos que lidera. Vejamos a seguir em detalhes o que cada autor defende sobre tais compromissos: Reddin 1. Defende os valores da coletividade: é preciso partir do princípio de que a relação entre líder e liderados é gerada de forma espontânea, natural. Assim, se o liderado passa a sentir que seus direitos ou mesmo do seu grupo estão sendo postos 5 10 15 20 30 Unidade II Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 em segundo plano, não hesitará em reivindicá-los, ainda que isso venha a abalar sua relação. 2. Desenvolve o espírito de equipe: trabalha na conscientização do grupo desenvolvendo nele a ideia de que o trabalho quando realizado por mais de uma cabeça tende a ser mais produtivo tanto em quantidade quanto, principalmente em qualidade. 3. É leal para com a organização, bem como para com seus valores: o líder deve ser o responsável pela gestão cultural da organização. Segundo Schein, “o líder precisa ser capaz de criá-la, modificá-la e até mesmo destruí-la”. Ele deve organizar todo um projeto ideal de gestão. 4. Gera confiança em relação aos resultados a serem obtidos: a confiança nesse caso, não é somente em termos de relação interpessoal, é uma certeza de que os resultados a serem obtidos serão benéficos para o grupo como um todo. Os liderados precisam sentir que vale a pena lutar pelo alcance dos objetivos. Gardner 1. Estabelece previamente os objetivos: o estabelecimento prévio dos objetivos a serem alcançados deve ser um comportamento básico do líder, pois é uma forma de nortear os trabalhos da equipe através de diretrizes comuns a todos. Não há nada mais prejudicial para o grupo do que a ausência de metas. É como se não houvesse razões estabelecidas para continuar o trabalho. 2. Promove a criação, manutenção e administração de equipe de bom nível: partindo do pensamento de o verdadeiro líder não possuir subordinados e sim colaboradores que os seguem espontaneamente, este deve fazer com que o clima da equipe seja de pura cooperação. O líder precisa desenvolver em seus liderados a vontade de buscar uma melhoria contínua tanto em nível pessoal quanto profissional. 5 10 15 20 25 30 31 MODELOS DE LIDERANÇA Re vi sã o: J ul ia na - D ia gr am aç ão : F ab io - 0 3/ 03 /1 0 3. Explica os “porquês” das realizações das tarefas: este compromisso está intimamente ligado à confiança que os liderados depositam em seu líder e diz respeito à tarefa do líder em deixar claro quais são as metas a serem perseguidas e mais importante ainda, as razões pelas quais essas metas devam ser alcançadas. 4. Comporta-se como modelo para seus liderados: os liderados costumam espelhar-se em seus líderes e repetir os seus feitos, por isso é importante que o líder esteja em constante preocupação em não passar uma imagem equivocada a respeito da sua imagem. Além disso, o líder não deve esquecer- se de seu papel de “ponte” entre a empresa e seus liderados, fazendo um trabalho de mediação para o alcance dos objetivos organizacionais (empresa) e individuais (colaboradores). 5. Promove a renovação dos sistemas complexos que lidera: este compromissoversa sobre a necessidade de uma constante atualização para o grupo. O líder que não procura evoluir e não trabalha como agente atualizador verá rapidamente sua equipe se tornar um aglomerado de pessoas estagnadas e desmotivadas. Segundo Araújo, “um compromisso para a liderança eficaz é a mudança”. Neste módulo pudemos perceber que não basta apenas possuir características e traços de líder, além disso, alguns compromissos precisam ser formalizados. Citamos as opiniões de dois importantes estudiosos e ambos concordam que o clima amistoso, leve e de confiança fazem com que os compromissos exigidos ao líder eficaz sejam alcançados de forma mais natural. O líder deve sempre procurar inspirar seus liderados e oferecer-lhes novos desafios visando a um crescimento. Também deve trabalhar a visão de cada um de seus colaboradores, tentando fazê-los enxergar além do que a visão realmente alcança, mostrando que todos podem, basta querer. Para isso, as tarefas e poderes devem ser delegados e acompanhados, porém jamais pressionados para serem executados. 5 10 15 20 25 30 35
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