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CICLO DAS ROCHAS INTRODUÇÃO A Terra está em constante processo de evolução e transformação, deste modo, as Rochas que formam a crosta terrestre não são massas estáticas, pelo contrário, são massas em contínuos e lentos processos de mutação, através de processos endógenos e exógenos, que modificam seu relevo e seus componentes no decorrer do tempo geológico. As Rochas consistem em um agregado sólido de minerais, formado por processos naturais (Press, 2006). Um mineral é “um corpo sólido, homogêneo, com composição química definida, mas que pode variar dentro de intervalos restritos, formados por processos naturais inorgânicos, cujos átomos se encontraram organizados em um arranjo periódico tridimensional” (Teixeira, 2009). Dividem-se as rochas em: ígneas, sedimentares e metamórficas, de acordo com seu processo de formação, ou seja, conforme o estágio do ciclo das rochas em que se encontra. O processo natural do Ciclo das Rochas começam com as rochas ígneas, que na sua superfície sofrem ação de agentes exógenos, desprendendo fragmentos e detritos sólidos que se juntam com outros minerais e são transportados por agentes naturais até serem depositados sobre outras superfícies, formando as rochas sedimentares, que sob ação da pressão e temperatura (principalmente) sofrem metamorfismo, dando origem a rocha metamórfica. Submetidas a altas temperaturas e pressão, as rochas metamórficas podem sofrer um processo de fusão, formando uma rocha ígnea nova, reiniciando o processo. CICLO DAS ROCHAS: ROCHAS ÍGNEAS As rochas ígneas são consideradas rocha primária, oriunda de processos magmáticos, em outras palavras, advém do resfriamento do magma e a consolidação dessa matéria. A denominação magma é oriunda do termo grego mágma em referência a uma comparação com a massa de pão por apresentar uma consistência pastosa. Os magmas apresentam variações no que concerne sua temperatura, entre 700 e 1200ºC e sua constituição está dividida em 3 partes; líquida, sólida, gasosa. A composição do magma está estreitamente ligada à quantidade de sílica, isto é, a porcentagem em peso de SiO2. É importante frisar que se destacam dois tipos de magma devido sua abundância, magma riolítico e o basáltico na qual apresentam teores de sílica, respectivamente, superior 66% e entre 45% e 52%, vale salientar, que existe um terceiro tipo denominado de andesítico com teor de sílica entre 52% e 66%. As rochas ígneas podem ser divididas em extrusivas (vulcânicas) e intrusivas (plutônicas). As rochas extrusivas formam-se na superfície da crosta terrestre e apresenta granulação fina, pois o resfriamento do magma é rápido, exemplos (riolito, basalto e andesito). Já as rochas intrusivas formam-se no interior da crosta e apresenta granulação mais grossa devida ao resfriamento mais lento, exemplos (granito, granodiorito e gabro). Existe uma variedade de estruturas e formas dos corpos ígneos intrusivos denominados de plútons. Entre essas estruturas estão batólitos, diques, soleiras, stock e neck. Os batólitos são os maiores corpos com uma dimensão de pelo menos 100 , os outros corpos similares com dimensões menores são chamados de stock, os diques cortam os estratos das rochas encaixantes, as soleiras são corpos ígneos similares ao diques, mas não cortam e sim intrude de forma concordante sendo paralelas as rochas encaixantes. A atividade ígnea no que tange a tectônica de placas está relacionada a dois tipos de limites de placas: dorsais mesoceânicas e as zonas de subdcção. No primeiro caso, formação de magmas ocorre com movimento divergente de duas placas causando expansão do assoalho oceânico. Já no segundo, o movimento tectônico se dá quando uma placa mergulha sob a outra. Nesse processo a pluma mantélica é responsável pela interface entre o núcleo e o manto. O ambiente geotectônico mais significativo referente a formação das rochas ígneas chama-se a rede de dorsais mesoceânicas na qual apresenta uma extensão global, local preferencial para formação dos magmas basálticos. CICLO DAS ROCHAS: ROCHA SEDIMENTAR Dentro do ciclo de formação das rochas existem os processos responsáveis pela formação da rocha sedimentar. Rochas Sedimentares são aquelas provenientes de uma rocha fonte, resultante do ciclo sedimentar como, por exemplo, o argilito e o Calcário (Batista, 2012). O ciclo sedimentar compreende basicamente quatro estágios principais. O intemperismo, transporte, deposição e diagênese. Intemperismo O intemperismo é a parte inicial dentro do ciclo de formação das rochas sedimentares. O intemperismo desintegra de forma mecânica ou química as rochas originárias, gerando os sedimentos e solos que posteriormente serão transportados em forma de detritos/clastos ou por solução. Transporte O transporte e distribuição dos sedimentos ocorrem principalmente pela ação da água, na forma de rios, mares e glaciares, outro tipo de transporte sedimentar dar-se por meio do vento (eólico). Deposição Quando o agente de transporte perde energia os sedimentos são depositados em camadas/estratos superpostos de forma horizontal e paralelos ou formam precipitados químicos que também são depositados. Diagênese Após a deposição dos sedimentos ocorrem os processos de formação da rocha sedimentar. A diagênese da rocha é toda a mudança física ou química pelas quais os sedimentos transportados passaram, até a consolidação da rocha sedimentar. Os processos mais importantes são a compactação, cimentação e recristalização. CICLO DAS ROCHAS: ROCHAS METAMÓRFICAS Segundo Carneiro (2005), qualquer rocha submetida à ação de altas pressões e temperaturas, além da percolação de fluidos, passa por transformações dos minerais que as constituem, além de modificar sua estrutura, tornando-os orientadas. Essas +propriedades definem uma rocha metamórfica. Dessa maneira podemos caracterizar o metamorfismo de uma rocha como sendo um conjunto de adaptações mineralógicas e texturais que as rochas pré-existentes sofrem quando sujeitas as condições apresentadas. Tais condições se tratam principalmente de dois importantes fatores que são pressão e temperatura. O metamorfismo altera principalmente três características das rochas: textura, constituição mineralógica e orientação dos minerais. Estas três características estão extremamente interligadas, pois, na mudança textural há uma recristalização dos minerais, o que influência no material constituinte, como há essa alteração consequentemente a orientação dos minerais será diferente, isso também explica à foliação que é uma propriedade muito encontrada em rochas metamórficas. A foliação se deve ao esforço produzido pela pressão que gera uma orientação preferencial dos minerais. Uma pressão maior tende a diminuir o espaço disponível para o crescimento do mineral, assim os minerais se tornam mais denso, o que nos leva novamente à primeira característica apresentada. Existem alguns cenários em que se pode observar a existência do fenômeno metamórfico, sendo eles: metamorfismo regional, de contato, hidrotermal, de soterramento, impacto, dinâmico e de fundo oceânico. Sendo os dois mais importantes e de maior ocorrência o de contato e o regional. O metamorfismo regional ocorre em grandes extensões bem como em grandes profundidades na crosta. Suas transformações estão relacionadas à ação combinada da temperatura, pressão litosférica e pressão dirigida sendo aplicadas durante milhões de anos. As rochas são fortemente dobradas e falhadas, sofrem recristalização, apresentando estrutura foliada. São exemplos: ardósias, xistos, gnaisses. O metamorfismo de contato é - resultado apenas daação da temperatura, através do calor cedido por intrusão magmática que corta uma sequência de rochas sedimentares encaixantes, metamórficas ou magmáticas. Através destes cortes e do constante contato entre as superfícies teremos como resultado o fenômeno metamórfico. A identificação das rochas metamórficas é bastante complexa, pois apresentam muitas vezes os mesmos minerais principais, se diferenciando apenas pelas características texturais. Os tipos mais importantes são: ardósias, filitos, gnaisses, xistos, quartzitos, mármores e rochas cataclásticas. CICLO DAS ROCHAS Os três tipos de rochas existentes, ígneas, metamórficas e sedimentares, estão constantemente alterando suas características, mudando de um tipo para outro, em um processo cíclico denominado de ciclo das rochas. Considera-se o início deste ciclo, sendo a partir do magma, que ao passar pelo processo de arrefecimento, solidificação e cristalização, dá-se origem a rocha magmática. Com os movimentos da terra, muitas rochas ígneas que se formam há muitos quilômetros abaixo da superfície acabam emergindo, ao longo de milhões de anos. Essas rochas acabam sofrendo a ação dos agentes externos, como a água, os ventos, a exposição ao sol e às chuvas, entre outros, originando os sedimentos que ao passar pelo processo de diagênese resulta nas rochas sedimentares. Elas se formam quando os sedimentos gerados pelo intemperismo são depositados em fundos de rios, lagos e se aglutinam. No decorrer do tempo, as camadas da terra vão se sobrepondo e essas rochas sedimentares vão se acumulando em profundidades cada vez maiores, devido a fenómenos de subsidência. Com isso, passam a sofrer com a pressão e o extremo calor interno da terra tornando-se mais duras, processo esse chamado de metamorfismo, que as transformam nas rochas metamórficas. Como continuação desse processo, as rochas metamórficas passam pelo processo de fusão, onde passam sofrer ainda mais com o calor e pressão da terra, de tal forma que elas podem começar a derreter, formando as lavas, que com o endurecimento dessas lavas, temos novamente a formação das rochas ígneas. Existe a possibilidade de uma rocha ígnea voltar a sofrer com o metamorfismo se tornando novamente rocha metamórfica. Assim como também é possível que as rochas metamórficas, ao invés de se aquecerem ainda mais, apareçam na superfície, sofrendo as ações do intemperismo e se transformando em rochas sedimentares. Só seria impossível, as rochas sedimentares se transformarem diretamente em rochas ígneas, pois mesmo que elas esquentem muito, primeiramente elas se tornam metamórficas para depois se transformarem em ígneas. CONCLUSÃO As rochas terrestres não constituem massas estáticas. Elas fazem parte de um planeta cheio de dinâmica mas que está em constante processo de evolução, movimento, e transformação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATISTA, N. L.; BECKER, E. L. S. Oficina das rochas para o ensino médio. In: XVI Jornada Nacional da Educação. Educação: Território de Saberes, 2012, Santa Maria. XVI JNE, 2012. 4 p. CARNEIRO C.D.R., MIZUSAKI A.M.P., Almeida F.F.M.de. 2005. A determinação da idade das rochas. Terra e Didática, 1(1): 6-35. URL: http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/v1n1/t_didatica_2005_v01n01_p006- 035_carneiro.pdf/ PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H., 2006. Para Entender a Terra. Tradução Rualdo Menegat, 4 ed. – Porto Alegre: bookman, 197 p.: il. TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M. de; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568 p.
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