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ANTONIO GRAMSCI_ aula 7

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ANTONIO GRAMSCI
Sandra Vaz de Lima
22/052009. Fonte: http://palavrastodaspalavras.wordpress.com
Pelas mãos de Gramsci é recuperado um outro Marx (e não sem tensões como, por exemplo, na permanência do uso das altamente questionáveis dicotomias de “infra-estrutura/superestrutura” e “classe em si/classe para si”), que não é aquele claramente influenciado pelo evolucionismo cientificista do século XIX; é trazido de novo à vida o Marx que viu e defendeu a razão da liberdade perante a força da necessidade, o Marx que edificou uma teoria da sociedade humana baseado em três pilares fundamentais, a saber, as noções de totalidade, contradição e historicidade. 
Entretanto, Gramsci não apenas recuperou o “Marx da liberdade da ação política e cultural”, diferentemente daqueles que preferiram mergulhar na herança do “Marx da necessidade da determinação econômica”, como, além disso, superou dialeticamente o autor de O capital, ampliando, na formulação de conceitos novos, o entendimento das três noções que embasam a dialética materialista e direcionando-as no sentido de uma “história ético-política”. 
O conceito de hegemonia em Gramsci nasce como corolário da nova significação por ele dada à realidade estatal. Ao definir o Estado como uma instituição formada por dois “grandes planos superestruturais” (a “sociedade civil”, onde se constrói o “consenso”, e a “sociedade política”, onde se exerce a “coerção”), ele constatou que o poder estatal não mais se legitimava puramente através da “dominação”, mas também por meio da “hegemonia” – o Estado transformara-se em “hegemonia revestida de coerção”. 
O marxismo, para Gramsci, reivindica a história ético-política, o momento da hegemonia, como algo essencial, que constitui condição sine qua non da sua concepção de Estado. Este fato está fecundamente enraizado, por sua vez, na percepção historicamente localizada de que as chamadas superestruturas, as ideologias “são uma realidade objetiva e operante”, “são fatos históricos reais”, e não “pura aparência”, que se desenvolvem intimamente relacionadas, sob um nexo de reciprocidade vital, com as ditas estruturas, dando vida a um “bloco histórico”. A distinção entre conteúdo (forças materiais) e forma (ideologias) seria apenas de caráter didático, pois, de acordo com Marx, “os homens tomam conhecimento dos conflitos de estrutura no terreno das ideologias”. 
O pensamento gramsciano sintetiza um estudo sobre as configurações históricas do Estado Capitalista Contemporâneo, remete a um amplo dialogo com os dilemas que emergem neste final de século.
Trechos do artigo: Três tratamentos marxianos selecionados sobre a nova relação capitalista de produção: trabalho imaterial, subsunção formal-intelectual e general intellect por Samya Campana
“...Entendemos que compreender esse novo homem e mundo requer atualmente - diferentemente do
pressuposto e época de Antonio Gramsci condensado na ideia de que “o pessimismo da inteligência não deve minar o otimismo da vontade” – a perspectiva do otimismo pela razão e não só da vontade. Como é possível hoje nos apropriarmos pelo pensamento da superação do capitalismo e da constituição do socialismo-comunismo? Para muitos, isso parece devaneio de “Alice no País das Maravilhas”; para os poucos que teimam em fazê-lo, parece que até sua rigorosa fé teórica na revolução soa improvável; para alguns, isso até já é fato, advindo da relação de solidariedade entre os homens.
Diante da ampliação da degeneração da sociedade burguesa e do desejo de construir uma nova sociedade, como podemos, sem falsear a crua realidade que nos cerca, ser otimistas nesse início de milênio? Partimos da condição de que é possível apreender a lógica, senão a necessidade desta transição, buscando aprofundar o entendimento sobre o movimento do modo como os homens produzem, unidos pela materialidade, transmutando a si mesmos.
Especificamente, o presente artigo se propõe a delinear três abordagens marxianas selecionadas a respeito da transformação em andamento nas (e pelas) forças produtivas sociais do trabalho, ressaltando a nova ontologia da produção, a saber: de Michael Hardt e Antonio Negri, de Ruу Fausto e Eleutério F. S. Prado, e de Idaleto M. Aued e Samya Campana. O objetivo é evidenciar a confluência em relação à última abordagem, que propomos também com base no de estudo da obra de Karl Marx, e vice-versa. Sendo de interesse expor o fundamento explicativo pertencente à esfera da produção, mas sem desconsiderar a compreensão ampla das distintas abordagens, procuraremos recortar as interpretações teóricas (a) com respeito à transição de um paradigma/modo a outro e (b) no tocante à transformação qualitativa da relação capital-trabalho (trabalho imaterial, subsunção formal-intelectual e general intellect)”.

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