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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL Centro Academico da Região das Hortênsias Cadeira de Filosofia Jurídica Professor: Mateus Salvadori Estudante: Murilo Foss O presente resumo abordará os estudos realizados até o momento na respectiva cadeira de filosofia jurídica. DA FILOSOFIA JURÍDICA Esta, que por sua vez, é o ramo da filosofia com um objeto específico, o Direito e o interior das normas sociais e jurídicas que vigoram e vigoraram nas sociedades. Tal ramo da filosofia busca não somente responder os questionamentos que afligem o operador do Direito sobre normas, princípios, costumes, como também possui a função de desvendar as conexões que o Direito possui com outros campos, como o da política, economia, moral, religião. O que é justo e os critérios de justiça variam muito, de acordo com a época e sociedade à eles aplicada, sendo este também um dos principais objetivos do estudo da filosofia do Direito Com a busca pelo télos das normas, também há de se verificar a legitimidade do Estado em ditar as mesmas, e quais os limites da aplicabilidade destas, sendo uma importante função deste ramo da ciência jurídica. O que percebemos pois então, é que o Direito, através do tempo, veio e continua sofrendo constantes mudanças. Tais mudanças se deram em virtude do pensar, do filosofar sobre o Direito, sobre as normas, sobre o que é justiça. À este pensar damos o nome de Ferramental filosófico, o qual traz ao direito o potencial de ser considerado uma ciência. Ou seja, aquela que não está estagnada, mas em constante mudança, sempre em busca da melhor verdade, de acordo com a necessidade da época e da sociedade vigente. A JUSTIÇA PARA ARISTOTELES Para este, a justiça é teleológica, sendo que para encontrar o ponto de justiça, se deve, a priore, observar qual o objetivo da mesma. A fim de exemplificar, ilustra-se: Se o objetivo, o télos da universidade é implantar excelência acadêmica, a justiça se fará com a seletividade dos melhores alunos, e daqueles mais capacitados para frequentar as aulas, excluindo-se a questão de “justiça social” advinda com as cotas. Ainda para Aristóteles, a justiça é honorífica, a qual deve honrar e recompensar as virtudes e boas qualidades, a fim de incentivá-las, bem como, porque assim se obterá o melhor resultado final. Sendo assim, para este colosso da filosofia, a justiça deve dar a cada um o que por ele é merecido, em virtude de suas qualidades, e não por outras condições (sociais). Aristóteles divide a justiça particular em Distributiva, Corretiva e a da Reciprocidade. A distributiva, a qual trata da distribuição de coisas (bens, riquezas, honrarias, títulos), devendo nesta, como já dito, cada um receber aquilo que merece. A corretiva, a qual visa fazer justiça na correção das negociações entre indivíduos, podendo tal justiça ser voluntária entre os indivíduos ou possuir a natureza reparativa, a qual tem lugar após um dano existente, através de um terceiro (o Estado-Juiz). Por fim, a reciprocidade, a qual aduz que as trocas entre os indivíduos deve ser proporcional ao real valor da coisa ou serviço. Este filosofo refere que o dinheiro tem supra função nesta ocasião, pois faz com que cada coisa seja paga pelo real valor na sua troca. A JUSTIÇA E O DIREITO PARA HOBBES Para Hobbes, em sua obra “Leviatã”, o ser humano possui em sua natureza o acivilismo, uma característica forte de animal selvagem, assim como o também afirma Freud em sua obra “O Mal Estar da Civilização”. Assim, o homem necessita de um estado mor que suprima os seus instintos e vontades, pois caso contrário, o mesmo viveria em um constante estado de anarquia, sendo inimigo de todo o seu próximo, e de si mesmo. Por este fato, Hobbes aduz que o Homem é o lobo do Homem. Para ele, Direito é aquilo que é imposto a todos, ou garantido a todos, e que todos aceitam, a fim de atingir o bem comum e o convívio entre estes com segurança e sem medo. A JUSTIÇA E O DIREITO PARA KANT Para Kant, direito é quando se encontra a situação onde a opção de um possa coexistir pacifica e constantemente com a do outro. Este filósofo trabalha forte em cima da ideia da liberdade e do imperativo categórico. Para ele, a liberdade de um tem limite em onde começa a do outro. O Imperativo categórico de Kant se resume na seguinte frase: “age externamente de modo que o livre uso de teu arbítrio possa coexistir com a liberdade de todos de acordo com uma lei universal". Para Kant, o Direito se concretiza nas leis, mas estas nem sempre serão a representação de real justiça, pois podem estar equivocadas de acordo com o caso aplicado. Assim, é sempre necessário se fazer a análise de tal normativa, a fim de verificar se a mesma esta em consonância com a justiça. Para ele, o Direito deve ser conduzido pela liberdade de cada individuo, a qual é limitada à liberdade do outro, sendo esta a lei universal, tendo-se a igualdade como o limitador dessa liberté. A CRÍTICA AO JUSNATURALISMO: O juspositivismo é a corrente do pensamento jurídico que acredita que se deve seguir estritamente as leis escritas pelo homem, sem maiores interpretações. Assim, tal corrente critica o Direito Natural visto que este implica na interpretação das normas com aplicação de valores sociais e morais, podendo ocasionar um enorme lastro de interpretações, ocasionando em uma justiça cheia de conclusões com opiniões diversas e, na atual e conhecida insegurança jurídica. Hans Kelsen defende que o direito deve estar livre da relação com a política, valores sociais ou morais. Para ele, o interprete deve se manter neutro, independente de vontades, apenas, utilizando o conhecimento, moldando o quadro e possibilidades de ações pertinentes ao caso. Posteriormente, dentro das possibilidades elencadas, se aplicaria o direito mais justo ao caso. O PÓS POSITIVISMO DE DWORKIN O filósofo Dworkin, ultrapassando o seco positivismo, sugere que o sistema jurídico é formado por regras e princípios. Pelo fato de que o legislador não poderia prever todas as situações jurídicas atinentes à sociedade, o mesmo aduz que é necessária a utilização de não só uma, mas de ambas as fontes do direito, pois, para todos os casos, há uma resposta correta à ser aplicada. As regras são certas e devem ser aplicadas em determinadas situações. Já os princípios não tem os seus efeitos certos, nem as ocasiões em que será obrigatória a sua aplicação, podendo estes serem aplicados total ou parcialmente, em uma ou várias situações. Dworkin defende que a aplicação da justiça deve ocorrer com Equidade, e baseada no princípio da igualdade, sendo que o juíz deve encontrar o direito que cabe a cada um, nos diferentes casos com suas peculiaridades, diante das regras e princípios existentes. CONCEITOS DE DIREITO EM DEFINIÇÃO ETIMOLÓGICA E ETNOLÓGICA: O Direito possui diversas definições, de acordo com cada corrente que fora se formando através do labor de grandes filósofos, como apresentado até aqui. Passa-se a discorrer um pouco sobre as definições etimológica e etnológica do Direito. A definição Etimológica trata da concepção do Direito no conceito histórico, sempre buscando exemplificar o Direito sendo aquilo que é justo, de acordo com sua época e princípios da sociedade. Já a definição Etnológica trata de estudar o Direito em relação a sua antropologia. Desde as comunidades mais primitivas já existiam relações e normas jurídicas. Toda a estrutura jurídica perpassa por uma relação de dar, receber e retribuir. Ou seja, para um crime, se retribui com o castigo. Para o Herói, se dava um cargo admirável na tribo. Etc. O DIREITO COMO UM FATO SOCIAL O Direito é um fato social, pois, desde sua formação, o ser humano se encontra vinculado à um processo de evolução social, o qual vem trazendo e desenvolvendo regras que nos permitem e fazem buscar o bem comum e nos passar um sentimento de justiça. Cada época possui seus conjuntos de normas vigentes, de acordo com as exigências e limitações que cada sociedade o faz ou está exposta. Para Focault, o biopodernão é repressivo ou destrutivo, apenas visa proteger o bem maior, a vida. Sendo assim, o mesmo é uma forma de controle social que visa conduzir a vida dos indivíduos do nascimento à morte. Já a biopolítica é o meio de gestão que visa atingir a massa, a população, e não a individualidade de cada um, regrando sobre nascimento, mortalidade em seu contexto geral.
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