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ROTEIRO DE QUESTÕES PRÁTICAS DE FARMACOLOGIA- com respostas

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ROTEIRO DE QUESTÕES PRÁTICAS DE FARMACOLOGIA
1- Veja os gráficos abaixo e responda as perguntas considerando os parâmetros farmacodinâmicos “eficácia”, “potência”, e as diversas relações entre “agonismo” e “antagonismo”.
a) Qual a diferença entre os agonistas X e Y? Explique
Resposta: A diferença entre X e Y está na potência. O fármaco X é mais potente que o fármaco Y, pois com uma concentração muito menor é possível exercer o mesmo grau de efeito que o fármaco Y. Ou seja, a concentração de fármaco X que gera 50% do efeito (EC50) é menor que a EC50 do fármaco Y. Uma consequência importante é que para gerarmos o mesmo efeito clínico, precisamos usar uma dose menor do fármaco mais potente.
 
2_ W.M. é um homem de 50 anos, 60 quilos, internado no setor de queimados do hospital Cristo Redentor em Porto Alegre (RS), com 70% do corpo com queimaduras de segundo e terceiro graus. W.M. está inconsciente e recebe alimentação via sonda nasogástrica. Sua colega lhe diz que o procedimento padrão para administração via oral é desintegrar os medicamentos juntos, diluir tudo junto em 50mL de água de torneira e injetar na sonda nasogástrica.
a) Quais problemas essa prática pode causar?
Resposta: Essa prática pode causar a interação do fármaco com outras substâncias, e isto pode alterar a dose que será de fato absorvida pelo paciente. Pode ocorrer uma reação química entre diferentes fármacos, pode ocorrer uma ligação do fármaco ao plástico da sonda (carregado negativamente). Além disso, se você desintegra uma forma farmacêutica especial (liberação enteral ou liberação controlada) você perde as características dessas formas farmacêuticas. Isso quer dizer que você perde a proteção ao ácido da forma de liberação enteral. Como você só garante que a sonda nasoenteral está de fato no intestino com um raio x e isso não é prática corriqueira nos hospitais, você corre o risco de ter degradação ácida do fármaco.
 
b) E se entre as prescrições houver formas farmacêuticas de liberação prolongada?
Se você desintegra uma forma de liberação controlada você disponibiliza de imediato toda a dose que seria liberada ao longo de horas. Isso leva a um pico de absorção muito mais intenso e potencialmente a níveis plasmáticos do fármaco dentro da faixa tóxica
3- L.V, 32 anos é levado até um hospital apresentando sinais de desidratação. O paciente relata que faz uso do diurético Hidroclorotiazida, seguindo a posologia adequada. O histórico do paciente indica Hepatite C. Os exames laboratoriais indicaram altos níveis séricos das enzimas hepáticas AST (aspartato aminotransferase) e ALT (alanina aminotransferase) e olhos levemente amarelados (sinal de altos níveis de bilirrubina). Considerando o processo de biotransformação de um fármaco, responda: Porque o paciente apresentou esse efeito colateral do fármaco (desidratação) mesmo quando este foi usado em sua dosagem terapêutica?
Resposta: O paciente apresenta sinais clínicos de doença hepática (marcadores plasmáticos de função hepática alterados – AST e ALT; e olhos amarelados – o acúmulo de bilirrubina é sinal de que o fígado não está bem, já que a bilirrubina é metabolizada/excretada pelo fígado.
A hidroclorotiazida é um fármaco de metabolismo hepático (fígado). Se o fígado está doente, a capacidade de metabolizar qualquer coisa é reduzida. Se eu não consigo metabolizar, eu não torno o fármaco mais polar, e portanto a eliminação é reduzida. Se eu elimino menos uma dose de hidroclorotiazida, ela acumula e atinge concentrações maiores do que eu tinha previsto inicialmente. Isso pode levar a níveis tóxicos e o aparecimento de efeitos adversos (desidratação).
4- Explique, considerando a teoria do platô, porque deve ser seguida a posologia prescrita de um medicamento durante terapia farmacológica.
Resposta: No regime terapêutico, você demora entre 3 a 5 tempos de meia vida para chegar até a Css desejada. Se o paciente esquece uma dose, a cada meia vida do fármaco, cai a concentração plasmática pela metade. No momento que o tratamento é reestabelecido, demora alguns intervalos de dose para chegar de novo na Css desejada. Se alguém esquece uma dose, esse alguém demora alguns intervalos de dose até reestabelecer a Css, portanto o paciente perde a “proteção do medicamento” não apenas pelo intervalo sem a dose, mas por um intervalo de tempo maior.
5- Qual dos fármacos a seguir, quando administrado pela via intravenosa, é capaz de reduzir o fluxo sanguíneo para a pele, aumentar o fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos e aumentar a força e frequência dos batimentos cardíacos? Justifique. 
Fenilefrina, noradrenalina, adrenalina, atenolol, isoprotereno
Resposta: Adrenalina, pois os três efeitos dependem de receptores alfa (vasoconstrição periférica – pele), beta1 (efeitos cardíacos) e beta2 (efeito em vasos que irrigam musculo esquelético).
 Os outros fármacos não fazem todos os efeitos
Fenilefrina é alfa1 específica, portanto não tem efeito no músculo esquelético nem no coração de forma direta
Noradrenalina é mais seletiva por receptores alfa, mesma coisa que a fenilefrina
Atenolol é um beta bloqueador. Tem efeito de antagonizar a adrenalina endógena nos receptores beta e reduzir o efeito no coração e no musculo esquelético
Isoproterenol é beta1 e beta2 específico. Tem efeito sobre o coração mas não causa vasoconstrição periférica nem age sobre vasculatura de músculos esqueléticos
6- V.F.M. estava viajando no banco do passageiro de um automóvel, enquanto administrava um colírio de pilocarpina para tratamento do glaucoma. Durante a administração o carro se envolveu em um acidente. O frasco do colírio se rompeu liberando seu conteúdo sobre o rosto de V.F.M., e o impacto do acidente causou uma série de escoriações e lacerações no rosto de V.F.M.
a) Quais sintomas sistêmicos são esperados pela superdosagem sistêmica de pilocarpina e como podem ser combatidos?
Resposta: Redução na frequência e força cardíacas e vasodilatação, com consequente queda intensa da pressão arterial. Sudorese, salivação excessiva, aumento da secreção gástrica, peristaltismo intestinal (pode gerar desconfortos abdominais), broncoconstrição e aumento da secreção brônquica. Contração da pupila. Contração dos músculos da parede da bexiga e relaxamento do esfíncter da bexiga
 
Se o paciente for hipertenso (e usar anti-hipertensivos) a queda de pressão pode ser perigosa, pois mecanismos fisiológicos de barorreflexo podem estar bloqueados. Se a pessoa for asmática, pode ter um ataque agudo de asma. Se a pessoa tiver úlcera, pode ter dor ou apresentar piora da doença pelo aumento de produção de ácido. Pode ocorrer diarreia. Pode haver dificuldade na acomodação visual, portanto uma visão “borrada”. Paciente pode urinar de forma descontrolada.
 
Todos esses efeitos podem ser antagonizados na emergência por injeção subcutânea ou intravenosa de atropina
b) Espera-se que a pilocarpina absorvida desta forma apresente efeito de primeira passagem?
Não. Apesar de pouco usual, essa forma de administração se assemelha à administração sublingual, pois o fármaco é absorvido e entra na circulação sistêmica por vasos que irrigam a cabeça; estes desembocam na veia cava superior e no coração. Isso quer dizer que o fármaco primeiro se distribui para todo o corpo para depois passar pelo fígado
 
7- D.S., 6 anos de idade é trazida para o atendimento de emergência por familiares. Ela apresenta quadro de ataque de asma agudo e apresenta dificuldade respiratória
Considerando a situação de emergência, qual seria o medicamento de escolha: salbutamol ou Salmeterol?
Resposta: Salbutamol. Ambos são beta 2 agonistas, porém o salbutamol tem um início de ação muito rápido, apesar de não durar muito. O salmeterol demora para começar a ter efeito, mas dura muito tempo. Isso faz com que o salmeterol seja usado 2 vezes ao dia, enquanto o salbutamol é usado somente se necessário, durante o ataque agudo de asma.
Quais os 2 principais efeitos colaterais que podem ser causados pelo Salbutamol quando esse medicamento é administradopor via oral e em quais pacientes ele deve ser evitado por essa via?
Resposta:Os principais efeitos colaterais são taquicardia (por ação beta 1 não seletiva ou beta 2 – isto não está bem estabelecido) e tremor (pela ação beta 2 na musculatura esquelética – isso aumenta o tônus e leva ao tremor do músculo).
Deve se evitar a via oral em pacientes com doenças cardíacas (arritmias, hipertensão grave)
  8- M.C.S., 60 anos, 110 quilos, gênero feminino, hipertensa, é internada para realização de cirurgia de artroplastia de quadril (prótese da cabeça de fêmur e cavidade acetabular), e evolui bem após a cirurgia. Entre os medicamentos que M.C.S. usa no período pós operatório estão seus anti-hipertensivos de costume hidroclorotiazida, captopril e atenolol, além do anticoagulante oral Varfarina, cuja dose foi ajustada segundo o valor de INR. Prestes a receber alta hospitalar M.C.S. recebe uma visita de seu filho e logo após a visita passa a apresentar tontura, queda de pressão arterial, hematomas pelo corpo e sangramento pelo corte da cirurgia.
Você pergunta a ela se tomou algum outro medicamento e ela relata ter tomado uma aspirina “prevent” que seu cardiologista receitou no ano passado, que ela usava regularmente e que ela percebeu não estar tomando no hospital.
a) O que ocasionou a hemorragia? Explique como isto ocorreu.
Resposta: A paciente usava uma dose ajustada para obter determinada faixa de efeito anticoagulante. Como usou um fármaco antiplaquetário sem avisar a equipe médica, o efeito anticoagulante da varfarina foi potencializado. Se você exagera na inibição anticoagulante, você tem uma hemorragia.
 
Lembrem-se do “cabo de guerra” entre trombose (coagulação excessiva) e hemorragia (coagulação demasiadamente inibida)
9- M.C. é uma mulher de 32 anos, de 80 quilos, que passou por uma cirurgia em seu joelho esquerdo a dois meses, e tem histórico de embolia pulmonar. Ela apresenta dificuldades de locomoção desde a cirurgia. M.C. vem recebendo heparina de baixo peso molecular desde a cirurgia devido ao seu histórico de embolia pulmonar e para o risco de desenvolvimento de trombose venosa.
a) M.C. procura você e pergunta: “fiquei sabendo que estou grávida! Será que o remédio que afina o sangue pode fazer mal pro bebê?
Resposta: Não, heparina é segura para grávidas (desde que dentro do PTTA preconizado de 1,5 a 2). Heparina é uma molécula grande e não atravessa a placenta e não é secretado no leite. Orientar a avisar a equipe médica sobre qualquer sangramento durante a terapia.
 
b) M.C. tem o bebê e após 10 meses volta para outra cirurgia no joelho. Ao receber alta o médico prescreve Varfarina. Quais as orientações que você deve dar para a paciente?
Resposta: Varfarina é relativamente perigosa, pois interage com muitas coisas e tem uma janela terapêutica estreita. Como a paciente continua em idade reprodutiva, avisar que ela deve usar métodos contraceptivos pois o uso de varfarina pode levar a abortos ou malformações nas primeiras semanas de gestação. Além disso, a dose de varfarina é personalizada de acordo com o tempo de protrombina e o índice INR (alvo deve ser de 2 a 3. Abaixo de 0,5 há risco de trombos e acima de 5 hemorragias). Para que isso ocorra a paciente deve voltar várias vezes ao serviço do hospital para checar o inr e ir ajustando a dose. Se ela deixar de voltar, há um grave risco de hemorragias ou trombose por uso de dose inadequada. Avisar os sinais de sangramento, que devem alerta-la a procurar assistência médica. Orientar sobre a limitação da ingestão de alimentos ricos em vitamina K. Orientar a não usar fármacos que interajam com a varfarina. Orientar que ela deve avisar qualquer médico ou dentista que usa terapia anticoagulante antes de qualquer procedimento. Evitar atividades com alta probabilidade de sangramentos (manicure, esportes de contato, etc..)

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