Buscar

Madeira Laminada e Colada no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

XV EBRAMEM - Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeira 
09-11/Mai, 2015, Curitiba, PR, Brasil 
 
 
 
 
MADEIRA LAMINADA COLADA NO BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS 
 
1Carlito Calil Neto (calil@brarewood.com.br), 2Rogerio Fujii (rogerio@brarewood.com.br), 
2Alexander Takata (alex@brarewood.com.br) 
 
123Rewood Solucoes Estruturais em Madeira 
Rua Paulino Nunes, 127 – Taboao da Serra - SP 
 
RESUMO: A idade da madeira é maior que a história da humanidade. As idades da pedra, ferro e 
bronze são parte do progresso da humanidade, mas a madeira - uma fonte renovável - tem 
permanecido sempre em moda. Como material de construção, a madeira é abundante, versátil e 
facilmente obtida. Sem ela, a civilização como conhecemos teria sido impossível. Quase metade da 
área do Brasil é floresta. Se tecnologicamente manipulada e protegida de desastres naturais 
causados por fogo, insetos e doenças, as florestas vão durar para sempre. Conforme as árvores mais 
velhas são retiradas, são substituídas por árvores novas para reabastecer a oferta de madeira para 
as gerações futuras. O ciclo de regeneração, ou campo de sustentação, pode facilmente superar o 
volume que está sendo utilizado. A sua industrialização é o próximo passo para a sua melhor 
utilização e competem aos arquitetos, engenheiros, madeireiros e outros que trabalham com a 
madeira estabelecer o elo que falta entre as tecnologias avançadas no campo da construção e as 
madeiras cultivadas no Brasil. Este trabalho tem como objetivo apresentar a real situação e 
perspectivas da Madeira Laminada Colada no Brasil seguido por um número de exemplos de obras 
realizadas pela Rewood Soluções Estruturais em Madeira. 
 
Palavras Chave: Madeira Laminada Colada, Brasil, Historia. 
 
GLUED LAMINATED TIMBER IN BRAZIL: PRESENT SITUATION AND PERSPECTIVES 
 
ABSTRACT: The age of the wood is greater than the history of mankind. The ages of the stone, iron 
and bronze are part of the progress of humanity, but the wood - a renewable resource - has remained 
always in fashion. As a building material, wood is abundant, versatile and easily obtained. Without it, 
civilization as we know it would have been impossible. Almost half of Brazil's area is forest. 
Technologically manipulated and protected from natural disasters caused by fire, insects and 
diseases, forests will last forever. As older trees are removed, they are replaced by new trees to 
replenish the wood supply for future generations. The regeneration cycle, or support field, can easily 
overcome the volume that is being used. Its industrialization is the next step to its best use and among 
all products already developed the glued laminated timber has a high potential for material and still 
requires a high development in Brazil. This paper aims to the present situation and perspectives of 
glued laminated timber in Brazil followed by a number of examples of works by Rewood - Structural 
Timber Solutions. 
 
Keywords: Glued Laminated Timber, Brazil, History. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A resistência da madeira, baixo peso e baixo consumo energético são propriedades 
essenciais. Ela é capaz de suportar sobrecargas de curta duração sem efeitos deletérios. 
Contrário à crença popular, grandes peças de madeira têm boa resistência ao fogo e melhor 
que outros materiais em condições severas de exposição ao fogo. Do ponto de vista 
econômico, a madeira é competitiva com outros materiais com base em custos iniciais e 
apresenta vantagens quando comparada ao custo a longo prazo. 
A ideia equivocada de que a madeira possui uma pequena vida útil tem 
negligenciado o uso como material de construção. Embora a madeira seja susceptível ao 
apodrecimento e ataque de insetos sob algumas condições, é um material muito durável 
quando utilizado com tecnologia e tratamento químico, pois pode ser efetivamente protegido 
contra deterioração por período de 50 anos ou mais. Além disso, a madeira tratada com 
preservativos requer pouca manutenção e pintura. 
 
2. A INDUSTRIALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE MADEIRA: MADEIRA LAMINADA 
COLADA. 
 
 
A utilização tecnológica da madeira só pode ser realizada com a industrialização das 
estruturas de madeira que no Brasil já começa a crescer com o investimento das indústrias 
ligadas ao setor madeireiro da construção civil. Isto porque, a madeira é um material que 
apresenta naturalmente uma grande variabilidade em suas propriedades de resistência e 
elasticidade e para a otimização na utilização deste material precisamos classificar a 
madeira em grupos de mesmos intervalos de propriedades. Os processos de classificação 
podem ser visuais e mecânicos e sua realização é muito importante para melhorar a 
segurança, a qualidade e a durabilidade da madeira. Desta maneira se usamos um material 
fornecido pela natureza temos que aceitar esta variabilidade e com isto projetar as 
estruturas com coeficientes de segurança que levem em consideração esta grande 
variabilidade. Por outro lado, se fizermos um controle de qualidade através, por exemplo, de 
uma classificação, podemos trabalhar com seções menores e com mais segurança. Os 
produtos de estruturas de madeira mais fabricados no mundo hoje são: treliças 
industrializadas com ligações com chapas com dentes estampados, vigas I sendo a mesa 
formada por madeira sólida ou LVL e a alma com chapas de compensado ou OSB o CLT 
(Cross Laminated Timber) sendo madeiras coladas transversalmente de modo a se fabricar 
um painel e as vigas de Madeira Laminada Colada (MLC). 
 
 Figura 1 – Produtos estruturais de madeira. 
 
Todos estes produtos são fabricados na indústria com controle de qualidade e 
transportados para o local de sua instalação. Estes processos já são bastante utilizados na 
Europa, Estados Unidos e Austrália. As treliças industrializadas são versáteis, práticas, 
 
 
econômicas, construídas com controle de qualidade e redundantes em seu sistema 
construtivo propiciando estruturas mais seguras. As vigas I estão sendo utilizadas em pisos 
e em forros de casas (I joist) e como vigas se suporte para formas de estruturas de concreto 
(H20). Os painéis de CLT são produzidos de várias camadas de madeira maciça 
sobrepostas entre si e coladas alternadamente o que garante um material com alta solidez e 
estabilidade dimensional, sendo utilizadas para paredes de casas de madeira. As vigas de 
MLC são fabricadas pela combinação de tábuas coladas longitudinalmente com suas fibras 
paralelas ao eixo da peça estrutural, até se atingir o comprimento requerido para a 
composição da peça final, sendo que, as lâminas são justapostas para formar a seção 
transversal requerida no dimensionamento da peça estrutural. As peças compostas sob a 
técnica da MLC podem ser retas ou curvas. Atualmente nos Estados Unidos e Europa se 
constroem vigas de até 40 metros de comprimento por 2 metros de altura. A figura abaixo 
mostra estes produtos. No Brasil esta técnica ainda está em desenvolvimento, ainda com 
um custo um pouco elevado devido aos poucos fabricantes no mercado, mas espera-se em 
um futuro próximo, uma competitividade com melhoria na qualidade, baixo custo e 
produtividade competitiva com a madeira sólida. 
 Figura 2 – CLT/MLC. 
 
A nova norma brasileira NBR 7190/2012 já contempla recomendações para processo 
de fabricação e de cálculo de elementos estruturais em MLC, entende-se por Madeira 
Laminada Colada (MLC) para fins estruturais, peças de madeira, reconstituída em processo 
industrializado de fabricação, composta de tábuas de dimensões relativamente reduzidas se 
comparadas às dimensões da peça final, coladas umas às outras e dispostas com as fibras 
paralelas ao eixo longitudinal da peça final. Na produção das lâminas, as tábuas são unidas 
longitudinalmente por ligação de extremidade com extremidade, até se atingir o 
comprimento necessário para a composição da peça final.Na produção das peças, as 
lâminas são sobrepostas até atingir a seção transversal determinada no dimensionamento 
da peça estrutural. As peças compostas sob a técnica da MLC podem ter formato reto ou 
curvo. A qualidade do produto final depende de várias etapas do processo de fabricação, 
devendo as características de resistência e rigidez dos elementos de MLC ser garantidas 
pelos fabricantes através do controle de qualidade de cada componente do processo. 
Deve ser evitada a composição com espécies diferentes, ou que apresentem 
diferentes coeficientes de retração. Caso isto ocorra, devem ser comprovados a eficiência 
do comportamento mecânico e a não ocorrência de delaminação, ao longo do tempo. 
Preferencialmente, devem ser empregadas peças com densidade aparente (para um teor de 
umidade de 12 %) entre 0,40 g/cm³ e 0,75 g/cm3. No caso de peças com densidade 
superior a 0,75 g/cm3, deve ser feita uma avaliação criteriosa do comportamento das juntas 
coladas. 
 
 
As tábuas empregadas no processo de fabricação de peças de MLC devem ser 
tratadas com produtos que garantam durabilidade e proteção biológica, sem prejuízo à 
aderência da cola. O tratamento preservativo também pode ser realizado após a fabricação 
das peças de MLC, desde que não provoque alterações nas juntas coladas. 
No processo de secagem, deve-se procurar a homogeneização do teor de umidade 
do lote de tábuas. Visando evitar a ocorrência de defeitos prejudiciais à colagem, devido a 
alterações no teor de umidade das tábuas, o processo de composição das peças deve 
iniciar no menor tempo possível, após a secagem e estabilização do teor de umidade do lote 
a ser utilizado. No momento da colagem, as tábuas empregadas no processo de fabricação 
da MLC deverão estar secas e com no máximo 18 % de teor de umidade, não sendo 
permitida variação superior a 5 % entre lâminas adjacentes. Na composição longitudinal 
das lâminas, cada tábua deverá ter comprimento superior a 100 cm e espessura que 
permita uma dimensão máxima de 5 cm quando do acabamento final da lâmina. Deve-se 
observar ainda que a área da seção transversal de cada lâmina não exceda 60 cm2 para 
madeira de densidade igual ou inferior a 0,50 g/cm3 ou 40 cm2 para madeira de densidade 
superior a 0,50 g/cm3, evitando-se nos dois casos, largura final superior a 20 cm. 
As tábuas que comporão as lâminas deverão passar por uma classificação mecânica 
prévia, não destrutiva, para a determinação do módulo de elasticidade na flexão (EM) que 
deverá ser considerado como de referência para o processo de composição das peças. 
Essa classificação permitirá agrupar um sub-lote superior com tábuas de EM acima da 
média representativa das tábuas da espécie empregada e um sub-lote inferior com tábuas 
de EM abaixo dessa média. Esse módulo de elasticidade médio na flexão, a ser considerado 
como representativo do lote de tábuas da espécie a ser utilizada, deverá ser obtido do 
ensaio preliminar de 12 tábuas escolhidas ao acaso. A cada mudança da procedência da 
madeira fornecida, esse teste deverá ser repetido e sempre que houver diferença maior que 
10 %, com relação ao valor médio que vinha sendo considerado para a madeira da mesma 
espécie, o mesmo deverá ser substituído por esse novo valor que passará a ser o módulo 
de elasticidade médio representativo do lote. 
As tábuas do sub-lote de EM superior deverão ser destinadas a compor as lâminas 
que farão parte das quartas partes mais afastadas da linha neutra da peça de MLC e as de 
EM inferior deverão ser utilizadas na composição da metade central da seção transversal 
dessa peça. Para as espécies de crescimento rápido, deverá ser observado ainda que, no 
caso do sub-lote de EM superior, as tábuas com maior número de anéis de crescimento em 
2,5 cm, deverão ser utilizadas na composição das lâminas que ficarão mais afastadas da 
linha neutra. 
A continuidade de cada lâmina deverá ser assegurada pela união longitudinal entre 
as tábuas que as compõem. Essa união deverá ser realizada por colagem de entalhes 
múltiplos usinados nas extremidades de tábuas consecutivas. As emendas dentadas 
poderão ser usinadas verticalmente ou horizontalmente. No caso dessa união ser realizada 
por emendas biseladas ou similar, a sua eficiência deverá ser atestada por ensaio mecânico 
em laboratório idôneo. As emendas de topo não deverão ser empregadas no processo de 
fabricação de peças estruturais de MLC. 
 Figura 3 – Finger Joint. 
 
A geometria dos entalhes múltiplos deverá ser compatível com esforços 
solicitantes estruturais e o passo do dente definido em função do seu comprimento, 
 
 
inclinação de seus flancos e espessura de sua extremidade. As distâncias mínimas 
recomendadas são válidas para o caso das faces maiores da seção transversal das lâminas 
estarem posicionadas paralelas ao plano da linha neutra. No caso das faces maiores da 
seção transversal das lâminas estarem ortogonais ao plano da linha neutra, ou a 
combinação das duas disposições, a eficiência deverá ser atestada por laboratório idôneo. 
Na confecção de uma lâmina que irá compor as quartas partes mais afastadas do eixo 
baricêntrico horizontal (x), a distância mínima entre as emendas é 80 cm. Para uma lâmina 
que irá compor a metade central da seção transversal, a distância mínima entre emendas é 
50 cm. 
Na composição final da peça de MLC, na região das quartas partes mais afastadas 
do eixo baricêntrico horizontal (x), a distância mínima entre lâminas adjacentes é de 20 cm. 
Em nenhuma hipótese, a espessura final de cada lâmina deverá exceder 5 cm. No caso de 
peças curvas, a espessura final de cada lâmina deverá atender também ao limite máximo de 
(1/150) do raio de curvatura da face interna da lâmina para o caso de madeiras com 
densidade aparente até 0,50 g/cm3 e (1/200) para o caso de madeiras com densidade 
aparente superior a 0,50 g/cm3. 
Os adesivos empregados nas emendas de continuidade e na fabricação das peças 
estruturais de MLC deverão ser estruturais e apresentar propriedades compatíveis às 
condições ambientais a que os elementos estruturais estarão submetidos durante toda a sua 
vida útil. A quantidade de adesivo e os demais parâmetros de colagem deverão seguir as 
recomendações dos fabricantes do adesivo, recomendando-se a comprovação experimental 
tanto para as emendas dentadas como para os elementos estruturais fabricados. Na 
ausência de recomendação do fabricante da cola, deve-se observar que na colagem das 
peças de MLC a junta de cola entre lâminas deverá receber uma pressão mínima de 0,7 
MPa para madeiras de densidade inferior ou igual a 0,5 g/cm3 e de 1,2 MPa para madeiras 
de densidade superior a 0,5 g/cm3 
O sistema de controle de qualidade da madeira e de produtos engenheirados de 
madeira precisa ser imediatamente implementado para o sucesso da utilização do material. 
Considerando a experiência no uso das normas internacionais no assunto e a globalização, 
as normas brasileiras devem ser baseadas nas normas internacionais e adaptadas para as 
condições e materiais nacionais. No Brasil, o único programa de qualidade da madeira 
realizado até o momento foi o PNQM (Programa Nacional de Qualidade da Madeira) 
realizado pela ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada 
Mecanicamente). Este programa teve como alvo principal o controle de qualidade na 
produção e certificação de compensados de madeira tropical e combinados de madeira 
tropical e pinus. Este programa teve início em fevereiro de 2002 e, contou com a 
participação de vários produtores localizados nos estados de Maranhão, Para, Paraná, Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Santa Catarina. 
Espera-se que com a industrialização das estruturas de madeira no país, outros 
programas de controle de qualidade como os para treliças industrializadas e MLC sejam 
elaborados3. MADEIRA LAMINADA COLADA NO BRASIL 
 
Pelo que se tem conhecimento a fabricação da Madeira Laminada Colada teve início no 
século XIX. O exemplo mais marcante que pode ser citado é o de arcos compostos por 
lâminas (tábuas) encurvadas e sobrepostas, mantidas unidas por ligações mecânicas. Essa 
técnica foi introduzida pelo coronel Emy no final do século passado. 
No entanto, a junção das duas técnicas, para dar origem à Madeira Laminada-Colada 
(MLC) empregada na fabricação de elementos estruturais a serem utilizados na construção 
civil, só foi possível, com o surgimento de colas de alta resistência. Foi, portanto, em 1906, 
com o aparecimento da cola de caseína (derivada do leite) que o mestre carpinteiro suiço 
Otto Hetzer teve a idéia de substituir pela cola, as ligações metálicas de braçadeiras e 
parafusos, utilizadas pelo coronel Emy. Com isso, obteve-se uma seção mais homogênea e 
sem a ocorrência de deslizamentos entre as lâminas. 
Daí para frente, a MLC evoluiu em paralelo com o progresso ocorrido com os adesivos, 
que foram se tornando cada vez mais eficientes. 
Essa técnica, que de alguma maneira surgiu também da necessidade de utilização da 
madeira de reflorestamento, basicamente formada por Pinus encontrado em abundância em 
países do hemisfério norte, teve nessa madeira de fácil trabalhabilidade, a sua grande 
aliada. O emprego da madeira sob a técnica do laminado-colado ainda é muito pouco 
utilizado no Brazil, porem tem crescido muito ao longo dos anos. Em 2009 o Brazil possuía 
apenas uma indústria de Glulam com a produção de 240 metros cúbicos por ano; hoje em 
2015 o Brazil possui quatro industrias de Glulam, uma no estado de Goiás duas em São 
Paulo e uma no Rio Grande do sul como mostra o mapa abaixo: 
 
 Figura 4. Fabricas de MLC no Brasil. 
 
Enquanto na Áustria com apenas uma indústria é produzido 170.000 metros cubico de 
madeira laminada colada ao ano, o Brasil juntando todas as quatro fabricas produz em torno 
de 5.000 metros cúbicos ano. 
 
 
Dentre as espécies utilizadas no brasil para a fabricação de Madeira Laminada Colada 
são mais utilizadas as espécies de Eucalipto e Pinus Tratado com CCA ou CCB, o seu 
maior uso está sendo em casas residências de alto padrão e locais públicos. A foto abaixo 
demostra claramente o uso em casas residenciais de alto padrão com a utilização da MLC 
de Eucalipto. 
 
 Figura 5. Casa Particular. 
 
Em 2014 a praça de alimentação do shopping Iguatemi Fortaleza, projetada pelo 
escritório La Guarda Low Architects e realizada pelos grupos Carpinteria Estruturas de 
Madeira e Moretti Interholz, foi uma das maiores obras em Madeira Laminada Colada no 
Brasil, com uma cobertura de 4.500 m² e 1.200 m³; mostrando assim o seu grande potencial 
pela primeira vez. 
 
 
 Figura 6. Shopping de Fortaleza. 
 
Um projeto piloto é a Catuçaba Ecovila, localizada próxima de São Luiz do Paraitinga - 
SP. O terreno, que abriga uma antiga fazenda colonial de café onde atualmente funciona um 
hotel. 
A casa possui 250m² de área total e diversas outras estratégias desta residência tiveram 
que ser radicalmente pensadas e desenvolvidas para proteger a sensível ambiente em que 
se localiza e não interferir de forma irreversível no local. Toda a casa é feita com estrutura 
de madeira laminada colada de Angelim 100% certificada e pré-fabricada, promovendo a 
extração de madeira legal e um canteiro de obra mais limpo e mais eficiente. O projeto foi 
desenvolvido pelo Studio MK27, com assinatura do arquiteto Marcio Kogan e coautoria do 
arquiteto Lair Reis. 
 
 
 
 Figura 7. Projeto em MLC de Angelim – MK27. 
 
 
Outro projeto recém entregue pela Rewood foi o Portal do Ingá em Maringá – Paraná, 
desenhada pelos arquitetos Amanda Cibinelo, Esdras Miranda e Rodrigo Pupim da 
prefeitura de Maringá e projetado pelo escritório Tecnomadeiras de São Carlos. Neste portal 
foi utilizado a espécie de Pinus Autoclavado com CCA e acabamento stain da Montana 
Quimica, possui 12 metros de vao livre e 6 metros de altura. Foram utilizadas vigas curvas e 
também vigas torneadas de MLC. 
 
 
 Figura 7. Portal do Ingá – Maringá. 
 
Nosso maior desafio agora é aumentar a produção e difundir o uso de madeira, que ainda 
é muito pequena no Brasil. 
 
 
4. CONCLUSAO 
 
A madeira será o símbolo da modernidade e o futuro está no caminho dos materiais 
renováveis, que não exigem energia artificial para sua produção: o sol faz todo o trabalho. 
Competem aos arquitetos, engenheiros, madeireiros e outros que trabalham com a madeira 
estabelecer o elo que falta entre as tecnologias avançadas no campo da construção e as 
madeiras cultivadas no Brasil. Essa corrente é que vai determinar realmente a tecnologia e o 
uso da madeira em todo seu potencial. 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CALIL JUNIOR, C; ROCCO LAHR F; DIAS A., Dimensionamento de Elementos 
Estruturais de Madeira. Manole, Barueri, 2003. 
KOGAN M.; Green Buinding Counsil – Museu da Arte do Rio Ano 2, N 3, 2015. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT, NBR 7190 – Projeto de 
estruturas de madeira, Rio de Janeiro, 1997, 107 p.

Continue navegando