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SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM MADEIRA Light Wood Frame e Madeira laminada cruzada

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
BHEATRIZ URIAS PAIVA
JULIA GABRIELA KLIEMANN
HEMILLY SILVA BARBOSA
ARTHUR TORMENA
SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM MADEIRA
Light Wood Frame e Madeira laminada cruzada
MARINGÁ
5
2019
BHEATRIZ URIAS PAIVA
JULIA GABRIELA KLIEMANN
HEMILLY SILVA BARBOSA
ARTHUR TORMENA
	
SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM MADEIRA
Light Wood Frame e Madeira laminada cruzada
Trabalho apresentado como requisito parcial de avalição da disciplina Construção de edifícios II. 
MARINGÁ
2019
RESUMO
A aplicação de métodos mais rápidos e racionalizados de produção aliados a sustentabilidade é uma tendência mundial de diversos setores, entres estes a construção civil. Neste contexto, o estudo de outros sistemas construtivos além do convencional faz-se necessário para que haja inovação e implementação de métodos mais adequados a atualidade. Os métodos estudados neste trabalho contemplam ambas tendências citadas anteriormente por se tratarem de sistemas industrializados e sustentáveis de construção. A pesquisa visou expor do que se trata cada um destes métodos bem como discutir sua aplicação.
Palavras-chave: Sustentabilidade; elementos pré-fabricados; industrialização.
SUMÁRIO
	
	
RESUMO	2
SUMÁRIO	3
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	HISTÓRIA	6
3.	MATERIAIS UTILIZADOS	7
3.1	CONSTRUÇÃO EM WOOD FRAME	7
3.1.1	OSB (Oriented Strand Board)	7
3.1.2	Madeira Autoclavada	9
3.1.3	Gesso Acartonado	10
3.1.4	Placas Cimentícias	11
3.1.5	Isolantes Termo Acústicos	12
3.2	PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA	12
3.2.1	Determinação do material base	13
3.2.2	Projeto dos painéis	14
3.2.3	- Emenda das lamelas	15
3.2.4	Colagem e prensagem	15
3.2.5	Corte e Usinagem	17
4.	O SISTEMA CONSTRUTIVO	17
4.1	WOOD FRAME	17
4.1.1	Fundação	17
4.1.2	Pisos	18
4.1.3	Paredes	20
4.1.4	Cobertura	21
4.1.5	Instalações elétrica e hidrossanitárias	22
4.2	MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA	23
4.2.1	Instalações Elétricas e Hidráulicas	23
4.2.2	Aplicação em obra	25
4.2.3	Ligação entre elementos	26
4.2.4	Madeira laminada cruzada como elemento estrutural	30
5.	PROTEÇÃO E TRATAMENTOS	33
5.1	WOOD FRAME	33
5.2	MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA	34
6.	EXEMPLOS DE APLICAÇÃO	37
6.1	APLICAÇÃO DO WOOD FRAME	37
6.1.1	Casa Vila / Arquea Arquitetos	37
6.1.2	Primeiro prédio em wood frame no Brasil	38
6.1.3	Residencial Malta	39
6.2	CROSS LAMINATED TIMBER	40
6.2.1	Casa de campo de madeira laminada colada cruzada	41
6.2.2	Casa em CLT	42
6.2.3	Edifício Mjostarnet	42
6.2.4	Edifício Brisbane	43
7	VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS ANALISADOS	45
7.1	WOOD FRAME	45
7.1.1	Vantagens	45
7.1.2	Desvantagens	45
7.2	CLT	46
7.2.1	Vantagens	46
7.2.2	Desvantagens	46
8	CONCLUSÃO	46
9	REFERÊNCIAS	46
	
1. INTRODUÇÃO
Os sistemas construtivos modernos em madeira são uma alternativa sustentável, econômica e ágil para a construção civil. Embora no Brasil a utilização da madeira ainda não possua destaque em grandes obras, este material é amplamente utilizado em outros países como Canadá, Austrália, EUA, Japão entre muitos outros. Isto ocorre principalmente em virtude da falta de conhecimento sobre o tema, uma vez que no Brasil a durabilidade e qualidade deste material é questionada.
 A principal vantagem deste material é seu menor impacto ambiental se comprado aos outros materiais utilizados na construção civil, como o concreto e o aço. A sustentabilidade deste material se deve a diversos fatores como: baixa energia utilizada no processo de fabricação; único material renovável cujo a produção não é poluente; absorção e armazenamento de gás carbônico; material reciclável e não toxico, facilitando o descarte ou reuso. 
Além da sustentabilidade, os métodos construtivos apresentados nesta pesquisa seguem uma outra tendência mundial: a industrialização e racionalização de processos. Segundo Gabriela Oliveira (2018, p2.8) “[...] quando bem planejada, a pré-fabricação pode ajudar a reduzir os prazos de execução da obra, eliminação dos desperdícios de materiais e consequente redução nos custos da construção, garantindo qualidade dos componentes e segurança construtiva ”, dessa forma a utilização de CLT (cross laminated timber), por se tratarem de painéis pré-fabricados, segue tal tendência. Calil Junior e Molina (2010, p.144) definem o método estudado Wood frame como um “[...] sistema construtivo industrializado, durável, estruturado em perfis de madeira reflorestada, formando painéis de pisos, paredes e telhado que são combinados e/ou revestidos com outros materiais[...]” evidenciando a prática de industrialização também neste método.
A presente pesquisa teve como objetivo explicar os materiais utilizados e processo de execução dos métodos construtivos em questão, analisando as vantagens e desvantagens destes, além de exemplificar a aplicação algumas edificações.
2. HISTÓRIA
O início da aplicação da madeira em construções dá-se no período Neolítico (aproximadamente entre 12000 a.C. e 4000 a.C.), nos primórdios do desenvolvimento da agricultura e quando se dá o fenômeno da sedentarização, no qual o homem sente a necessidade de construir abrigos. Por ser um material leve, resistente, abundante e simples de manipular, a madeira permitiu ao homem sair de sua caverna e construir estruturas elementares. 
A arquitetura foi fortemente influenciada por este material, desde as habitações, fortificações e edifícios religiosos, cujas coberturas e estruturas das torres trouxeram problemas de vão e de forma de resolução problemática, nas quais a intervenção do carpinteiro foi primordial.
Algumas regiões como a Ásia central, atingiram um grande nível de desenvolvimento no sistema construtivo com madeira, no qual muitas construções chegaram até hoje como testemunho da sua extraordinária tecnologia.
Na Europa existiram povos que faziam habitações de troncos dispostos tanto na horizontal como na vertical. Os troncos horizontais eram unidos entre si nas suas extremidades. Esta disposição teve maior aceitação do que a vertical, devido à maior estabilidade estrutural. O principal inconveniente da disposição horizontal relaciona-se com a estanquidade à água e ao vento, devido aos precários sistemas de acoplamento.
Com o desenvolvimento das técnicas de serragem, tornou-se mais fácil a obtenção de grossas tábuas, o que permitiu melhor união entre si, fazendo com que as casas de tronco fossem substituídas por casas de tábuas.
No final da Idade Média, o método construtivo estava desenvolvido ao ponto que permitia construir edifícios de até 6 pavimentos. As paredes eram construídas de forma a preencher o espaço existente entre os elementos de madeira. Tais preenchimentos eram feitos com ripas e tecidos entrelaçados presos às estruturas, e cobertos por areia ou argila. Entretanto, esse sistema de enchimento, também conhecido como taipa, foi rapidamente substituído por alvenaria. 
Já no começo do século XX o método do concreto armado foi extremamento desenvolvido. Simultaneamente, em Portugal, muitas pessoas migraram para as grandes cidades em busca de uma vida melhor por conta do desenvolvimento industrial. Para abrigar esse grande número de pessoas, a solução foi a criação de habitações sociais feitas de pré-fabricados de madeira. Dessa forma, as construções de madeira ficaram associadas ao precário e de baixa qualidade, mentalidade que permanece majoritariamente até os dias de hoje, principalmente em nosso país.
3. MATERIAIS UTILIZADOS
3.1 CONSTRUÇÃO EM WOOD FRAME
Por ser um método construtivo flexível em relação ao tipo de execução das edificações, ou seja, pode-se utilizar meios já vistos em métodos convencionais de construção nas etapas iniciais da obra, como preparação do canteiro, terraplanagem, execução da fundação, entre outros métodos. Sendo assim, descreveremos apenas os elementos específicos do sistema construtivo wood frame.
O material mais utilizado para projetos desse sistema, é a madeira Pinus (geralmente autoclavada), mas também pode-se utilizar o eucalipto. Os elementos estruturais, como montantese travessas, são compostos por madeira maciça. Montantes são pilares horizontais de madeira, enquanto as Travessas são peças de suporte para janelas (verga e contraverga) e que geram apoios aos pilares, diminuindo seu comprimento de flambagem. Para a vedação, é utilizado elementos como: painéis OSB, placas cimentícias, placas de gesso, materiais isolantes. A seguir serão descritos alguns processos e propriedades dos materiais citados acima.
3.1.1 OSB (Oriented Strand Board)
São placas formadas por lascas de madeira reflorestada coladas em diferentes direções através de resina e alta pressão e temperatura. O processo traz a essa peça uma boa resistência mecânica, resistência ao fogo satisfatória, e por ser feito com lascas é muito útil para utilizar sobras de madeira, diminuindo o impacto ambiental.
Figura x – Placas OSB
 Fonte: leroymerlin.com (2019)
3.1.2 Madeira Autoclavada
Processo de tratamento da madeira que a torna imune a ataques biológicos de fungos, apodrecedores e insetos como brocas, carunchos e cupins. Este tratamento submete a madeira seca ao produto CCA-A ÓXIDO, que é um preservativo.
As etapas do processo consistem em: primeiramente a madeira seca é introduzida na autoclave, e através de um vácuo, é retirado a maior parte do ar existente entre as células da madeira, em seguida a solução é introduzida na autoclave e sob alta pressão é injetada na madeira até sua saturação. Após a pressão ser aliviada, é retirada toda solução excedente e o excesso de produto da madeira, resultando assim na madeira osmopressurizada ou auto clavada.
Figura x – Madeira autoclavada
Fonte: leroymerlin.com (2019)
Figura x - Autoclave
Fonte: mfrural.com (2019)
3.1.3 Gesso Acartonado
 O gesso acartonado, também conhecido como drywall, é um material utilizado para fechamento nas obras de Wood frame. Apresenta vários tipos que são específicos para diversas situações da obra, portanto os três mais comuns são: Standard (cinza) que são chapas par ambientes internos, resistente à umidade (verde) que são chapas mais utilizadas em ambientes “molhados”, resistente ao fogo (rosa) que são chapas reforçadas com retardantes de chamas e, por isso, são mais utilizadas em locais como saídas de emergência e escadas.
Figura x – Placas de drywall
Fonte: blogdogesseiro.com (2019)
Figura x – Parede em drywall
Fonte: escolaengenharia.com
3.1.4 Placas Cimentícias
É um material que pode ser útil para diversos caso na obra, como paredes internas, fachadas, beirais, caixas de escadas, detalhes construtivos, elementos decorativos, pisos, entre outros. Portanto, para o caso do sistema wood frame, é mais utilizado como pisos de áreas molhadas.
“A principal matéria-prima é sempre o cimento. O que pode variar são os agregados de reforço: fibras, celulose, minerais, entre outros. As aplicações de cada tipo são as mesmas, variando o nível de desempenho em relação à resistência a impactos, permeabilidade e estabilidade dimensional” (Gabriel Pontes).
Figura x - Placas cimentícias
Fonte: aecweb.com (2019)
3.1.5 Isolantes Termo Acústicos
É necessária uma camada isolante por dentro das paredes de wood frame, que é capaz de barrar o calor (isolante térmico) e o som (isolante acústico), proporcionando economia de energia, maior conforte e privacidade. Existem alguns materiais disponíveis no mercado, cada qual com uma vantagem no quesito isolamento, sendo eles – Lã de vidro, que proporciona melhor isolamento térmico; Lã de rocha, proporcionando melhor isolamento acústico; Lã de PET, proporciona um meio termo entre isolamento acústico e térmico, e com um custo melhor.
Figura x – Isolantes termo acústicos
Fonte: santosmadeiras.com (2019)
3.2 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA
“O CLT é um material que nasceu na Europa, mais precisamente na Suíça, e foi desenvolvido posteriormente na Áustria através da cooperação entre a indústria e as universidades” (COSTA, 2013, p. 47). 
A Madeira laminada colada cruzada (Cross Laminated Timber - CLT) consiste em vários níveis de tábuas empilhadas transversalmente, e colados juntos nas suas múltiplas faces. Um corte transversal de um elemento CLT tem, pelo menos, três camadas de placas grudadas de forma que cada uma seja ortogonal a placa adjacente. São usualmente fabricados de três a sete camadas e possuem sempre um número de camadas ímpar, de modo a criar um eixo de simetria na camada central. Em configurações especiais, camadas consecutivas podem ser posicionadas na mesma direção, formando uma camada dupla para obter uma capacidade estrutural específica.
Figura x – Madeira laminada colada cruzada
 (
 
Fonte: Green e Karsh (2012)
)
3.2.1 Determinação do material base
A madeira passa por um processo de triagem visual e mecânica, além de medição de umidade, verificando as características da madeira e removendo-se defeitos que possam prejudicar a estrutura futuramente, como grandes nós ou pedaços de cascas. Os painéis de CLT são realizados com madeira seca de acordo com as normas europeias, apresentando uma percentagem de umidade perto dos 12% de forma a evitar o ataque de fungos e insetos xilófagos. No Brasil a matéria-prima utilizada é o pinus, proveniente de florestas plantadas da região sul do país.
A qualidade e a madeira serão determinas a partir da posição, exposição e função que desempenharão na estrutura final da obra, que podem ser invisível, vista industrial ou vista moradia. 
Na categoria invisível estão caracterizadas peças que não ficarão expostas, portanto serão recobertas de ambos os lados, ou seja, serão escolhidas por características estruturais e não estéticos. São utilizadas sobretudo madeiras provenientes de abeto de resistência C24 e em menores quantidades C16, respeitando os valores de resistência exigidos no Eurocódigo 5.
A superfície de qualidade industrial é adequada quando a estrutura de madeira fica a vista, entretanto sem grande exigência de qualidade de acabamento, justo porque o painel é escovada e lixada, podendo no arremate final apresentar sinais desses trabalhos. Dessa forma essa superfície é recomendável para edifícios industriais e são usualmente utilizadas placas de abeto de qualidade B.
Na superfície de qualidade moradia são utilizados dois acabamentos (CT e CL). Os painéis CT são utilizados para paredes, e os painéis CL possuem são utilizados para lajes e coberturas. Neste tipo de “vista” a qualidade da superfície do painel tem de estar situada entre a classe A e B.
3.2.2 Projeto dos painéis
A partir do projeto arquitetônico, é necessário o projeto de modelagem dos elementos construtivos em CLT. Inicialmente serão feitos os painéis de CLT de grandes dimensões, resultado da prensagem de lamelas. Tais painéis serão cortados dando origem a elementos menores, que comporão a edificação, como vedações, lajes e pilares. No processo de modelagem dos elementos ainda deve-se considerar questões de fabricação, transporte e condição de montagem.
Após a modelagem entra em ação o processo denominado Plano de Corte, em que todos os elementos a serem utilizados na edificação são numerados e distribuídos nos painéis, visando menor desperdício. Assim, de acordo com a figura x, obtêm-se vários elementos menores de um painel maior.
Figura x - Diagrama ilustrando o Plano de Corte
Fonte: Autores (2019)
3.2.3 - Emenda das lamelas
A emenda das lamelas é feita por ligações finger-joints, que são emendas dentadas (figura x). Após a lamela atingir o comprimento necessário para o uso em camadas transversais ou longitudinais, estas são aplainadas, e passam a ter as dimensões de 14 cm de largura por espessuras padronizadas de 19 mm, 20 mm, 30 mm, 35 mm, ou 40 mm. O comprimento pode chegar a 12,00 m para camadas longitudinais ou 3,00 m para camadas transversais.
Figura x – Ligação das lamelas por finger-joints 
 (
Fonte:
 
clthouse.com
 (
2019)
)
3.2.4 Colagem e prensagem
As lamelas são aplainadas e então dispostas na prensa a vácuo lado a lado e orientadas em uma mesma direção, até se obter as dimensões desejadas para o painel.Em seguida o adesivo estrutural é aplicado, e uma nova camada de lamelas com orientação perpendicular a primeira camada é colocada acima. O adesivo estrutural é monocomponente de poliuretano, isento de solventes ou formaldeídos, do tipo Purbond, e não oferece risco para a saúde. Após o processo de colagem, os painéis são prensados a uma pressão de 6 MN/m², formando um painel monolítico maciço.
Figura x – Posicionamento das lamelas com camadas perpendiculares entre si
 (
Fonte: Oliveira (2018)
)
 (
Fonte: Barral e Costa (2013)
)Figura x – Prensagem de lamelas 
3.2.5 Corte e Usinagem
O corte e usinagem do painel monolítico é realizado na carpintaria com recursos altamente tecnológicos como as fresadoras CNC. Estas são um sistema computacional que atua no controle dos movimentos dos equipamentos e que por meio de fabricação subtrativa, remove materiais sólidos por meio de processos mecânicos, elétricos ou químicos. 
4. O SISTEMA CONSTRUTIVO
4.1 WOOD FRAME 
4.1.1 Fundação 
Devido à leveza da edificação executada em Wood frame e a estrutura possuir cargas distribuídas ao longo da parede, utiliza-se comumente fundações rasas do tipo Radier e sapata corrida, entretanto existem outros tipos de fundação utilizados como é o caso do basement wall, muito comum em regiões frias.
O tipo de fundação Radier trata-se de uma laje maciça de concreto que transfere o carregamento da estrutura para o solo uniformemente, usualmente executada em concreto armado para edificações de wood frame. Antes da execução desta laje, distribui-se uma camada de brita, bica corrida ou pó de pedra compactado que tem como finalidade evitar que a armadura tenha contato direto com o solo, sobre esta camada é colocada lona plástica que ajuda na impermeabilização e impede que a nata de concreto entre em contato com a brita.
 O Radier pode ser usado como contrapiso pois possui uma superfície lisa e homogênea, dessa forma, a barra inferior da estrutura é ancorada a este por meio de parafusos, conforma a figura x. As áreas de contato entre concreto e madeira devem ser protegidas com material impermeável.
Figura x - ??
Fonte: ??
O segundo tipo de fundações citado, as sapatas corridas, são elementos contínuos de concreto posicionados sob as paredes. As Sapatas corridas são destinadas a receber cargas lineares, tais como muros e paredes, de forma que se adequam bem ao sistema construtivo estudado. Para a execução das sapatas corridas, primeiramente escava-se o solo de acordo com o tamanho das sapatas, compacta-se a base que irá recebê-las e então realiza-se uma camada de proteção, podendo esta ser feita de concreto magro ou brita. Em seguida, posiciona-se a armadura de aço e então é lançado o concreto. Semelhante ao tipo de fundação anteriormente comentado, a estrutura é fixada a sapata por meio de parafusos conforme a imagem xxx.
4.1.2 Pisos
Nos pavimentos superiores das casas em wood frame são utilizados decks construídos por chapas e OSB (Oriented Stand Board) apoiadas sobre vigas de madeira geralmente com seções retangulares ou em I (com mesas formadas por madeira maciça ou LVL e alma de OSB ou compensado) (MOLINA & CALIL JUNIOR, 2010). 
Para áreas Molhadas, utiliza-se Placas cimentícias coladas sobre o OSB e, posteriormente, tratamento impermeabilizante. A figura xxx exemplifica uma das formas de execução do piso em áreas molhadas, utilizando Argamassa pronta para fixar a placas cimentícias. Podem ser adicionadas mais camadas para aumentar o conforto acústico e térmico conforme a necessidade.
Figura x - ??
Fonte: ?
Figura x - ?
Fonte: ?
4.1.3 Paredes 
A estrutura principal dos painéis que formam as paredes construtivo são placas OSB fixadas em montantes verticais de madeira. Além da estrutura principal, são adicionadas outras camadas com o intuído de aumentar o conforto estanqueidade do painel, a figura xxx apresenta o painel executado pela empresa Tecverde. Neste método construtivo as paredes são portantes de carga, resistem ao peso da estrutura e cargas perpendiculares (devido à ventos), transmitido estes carregamentos para os pisos. Os pisos superiores transmitem suas cargas para as paredes laterais que são dimensionadas de acordo com este esforço cortante, por isso são conhecidas como shear walls. Não apenas os montantes têm função estrutural, mas também as chapas, que possuem papel fundamental para o contraventamento da estrutura.Nas regiões de aberturas para portas e janelas, os montantes devem deslocados lateralmente, e não eliminados, uma vez que as paredes suportam carregamentos, de forma que, quanto maior o vão da porta ou janela, maior o acumulo de montantes nas laterais do painel. Além dos montantes já existentes, são fixados mais dois na vertical para servir de apoio para a verga e contra verga. A execução das janelas pode ser feita com parafusos ou com espuma de poliuretano.
Figura x - ?
Fonte: ?
É bastante comum para este método, a utilização de paredes pré-fabricadas, estas recebem instalações elétricas e hidrossanitárias, isolamento térmico e um pré acabamento, para então estarem prontas para o envio, no local da obra, estes painéis são fixados a estrutura. Este modelo de industrialização reduz o tempo da obra além das perdas relacionadas a execução. A figura x ilustra a montagem dos painéis pré-fabricados.
Figura x - ?
Fonte: ?
4.1.4 Cobertura 
A cobertura pode ser realizada da forma convencional ou industrializada, utilizando treliças ou painéis pré-fabricados. Além da redução no tempo de execução da obra e na facilitação do processo de execução, os telhados industrializados consomem menos madeira do que os convencionais. Segundo a construtora Tetti, especializada em telhados industrializados, a redução do consumo de madeira no telhado pré-fabricado é resultado da eliminação das terças e caibros e da utilização de madeiras de floresta plantada tratadas com CCA, mais indicadas para esses sistemas construtivos. Em outras palavras, o telhado industrializado é composto por ripas reforçadas que se apoiam diretamente em treliças, reduzindo a carga suportada pelas treliças permitindo o uso de treliças mais leves do que as estruturas convencionais.
De maneira geral, a estrutura da cobertura é apoiada sobre as paredes estruturais, geralmente as externas, e não deve tocar as paredes não portantes. É comum executar as paredes não portantes em um nível inferior às demais, para evitar o contato com as treliças da cobertura. Entretanto, as treliças da cobertura também são necessárias para impedir a movimentação horizontal das paredes não portantes, portanto também são ligadas a cobertura, porém de maneira diferente, conforme as figuras xx e xx.
Figura x - ?
Fonte: ?
Figura x - ?
Fonte: ?
4.1.5 Instalações elétrica e hidrossanitárias 
A maior parte dos sistemas elétricos e hidrossanitários são realizados entre os montantes verticais das paredes, antes da fixação das chapas, de forma que só é necessário o corte dos montantes horizontais reduzindo o desperdício e material. A figura xx exemplifica a instalação de conduítes nas paredes de wood frame. Em alguns casos, quando a espessura da parede não comporta o diâmetro dos tubos, é necessário a utilização de shafts, que são dutos verticais. Na maioria dos casos estes são utilizados para tubulações de esgoto, a figura xxx exemplifica um duto utilizado para a passagem de instalações hidrossanitárias.
Figura x - ?
Fonte: ?
Figura x – Conduíte e caixa elétrica sendo instalada dentro do painel na fábrica
Fonte: Tecverde Engenharia (2019)
4.2 MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA
4.2.1 Instalações Elétricas e Hidráulicas
As instalações elétricas podem ser com conduítes expostos ou com eletrodutos embutidos nos elementos de CLT, podendo estes ser com ou sem função estrutural. Quando os eletrodutos são embutidos, as canaletas para sua passagem são usinadas previamente nos painéis (figura x), assim como a abertura para caixas de tomadas e interruptores. 
Já as instalações hidráulicas são feitas por meio de shafts (figura x), que são estruturados comperfis metálicos de drywall (figura x) e placas de gesso acartonado. Dessa forma, as tubulações são dispostas entre o CLT e as placas de gesso, passando pelos perfis metálicos. Entretanto, a aplicação de impermeabilizante é necessária nas superfícies dos elementos de CLT em que serão instalados os perfis metálicos, evitando o contato com a umidade em caso de vazamento.
Para lajes de piso em CLT, as instalações devem ser feitas abaixo deste. Já para edificações de mais de um pavimento, em áreas molhadas, deve ser feito um forro debaixo destas.
Na maioria dos casos, sempre que as paredes ou pisos são revestidos, as instalações técnicas são realizadas de forma usual sem necessidade de especiais requisitos técnicos. Mas, havendo necessidade de abertura de rasgos, o traçado dos mesmos deve ser devidamente estudado e analisado tendo em conta questões de natureza estrutural e acondicionamento acústico. Nas paredes estruturais, os rasgos devem ser abertos na direção vertical (direção estrutural principal), deixando uma segurança mínima de segurança ao topo lateral de 10 cm. Os rasgos não deverão ser abertos em faces opostas, da mesma secção transversal da parede, recomendando-se uma distância mínima de 1 metro, também por questões de uniformidade do isolamento acústico. Nos rasgos em pisos, aplicam-se conceptualmente os mesmos cuidados que nas paredes (COSTA, 2013, p. 52).
Figura x – Detalhe construtivo ilustrando o Shaft para passagem de tubulações hidráulicas
Fonte: Autores (2019)
Figura x – Usinagem de CLT para a passagem de conduítes elétricos
 (
Fonte: Oliveira (2018)
)
Figura x – Perfil de drywall fixado na vedação de CLT 
 (
Fonte: Oliveira (2018)
)
4.2.2 Aplicação em obra
Os painéis de madeira são entregues na obra como definido em projeto, com todos as dimensões e recortes prontos. Desde o projeto até a fabricação as peças são numeradas, o que possibilita melhor entendimento e montagem correta da edificação. “[…] a produção dos elementos em fábrica, permitida pelo reduzido peso dos materiais, torna o processo de construção simples, rápido e silencioso, sendo possível construir o edifício apenas com o auxílio de uma grua, um plano de montagem e mão de obra especializada em carpintaria” (COSTA, 2013, p. 32). 
O equipamento mais utilizado no Brasil é o caminhão munck, que possui um sistema hidráulico que tem a função de movimentar e içar peças no canteiro de obras, além de remover equipamentos e máquinas. Outra opção são os guindastes, entretanto são projetados para levantar e abaixar materiais, não tendo a mobilidade do caminhão munck. Para obras menores, pode-se adotar equipamentos como empilhadeiras ou até mesmo fazer a movimentação com os operários.
4.2.3 Ligação entre elementos
Após os elementos construtivos estarem posicionados nos devidos locais indicados por projeto, estes são fixados entre si ou em outros sistemas do edifício por meio de parafusos auto perfurantes ou conectores metálicos. Nas juntas entre dois elementos em CLT, paralelos ou perpendiculares entre si, é aplicado selante de silicone resistente às intempéries.
Os parafusos utilizados no Brasil são fabricados por uma empresa italiana especializada em conectores para estruturas em madeira. São utilizados tanto em conexões simples, como entre duas vedações em CLT, quando nas mais complexas, ou seja, quando a fixação ocorre por meio de conectores metálicos. Dentre eles, os dois principais tipos consistem no VGZ (figura x) e no HBS (figura x), ambos produzidos pela Rothblass. […] (OLIVEIRA, 2018, p.109).
Figura x – Parafuso HBS
Fonte: rothoblass.pt (2019)
Figura x – Parafuso VGZ
Fonte: rothoblass.pt (2019)
Para a montagem, o HBS é utilizado para conexão de elementos perpendiculares entre si, podendo ser duas vedações ou uma vedação e uma laje. A conexão entre dois elementos construtivos perpendiculares também é feita por conectores metálicos, sendo cantoneiras ou conexões em T (figura x), também utilizados para a fixação de peças de madeira em fundação de concreto (figura x). Além disso é possível a utilização de chapas metálicas para conectar duas lajes em CLT (figura x). Já o VGZ é utilizado para conectar duas vedações alinhadas em CLT, fixados com um ângulo de 45º (figura x), só podendo ser utilizado para a fixação de elementos de vedação. Além dos tipos de conexões citadas, existem muitas outras opções de se fazer ligações para uma obra em CLT disponíveis no mercado.
Figura x – Conexão entre duas vedações ou uma laje e uma vedação, dispostas entre si de forma perpendicular, por meio de conectores em T (
Fonte: Oliveira (2018)
)
Figura x – Conexão de elementos em CLT na fundação em concreto por meio de cantoneiras metálicas
Fonte: Oliveira (2018)
Figura x – Conexão de elementos em CLT na fundação em concreto por meio de chapas metálicas
 (
Fonte: Oliveira (2018)
)
Figura x – Conexão entre duas paredes de CLT alinhadas, por meio de parafusos VGZ
 (
Fonte: Oliveira (2018)
)
Quando for utilizada fundação de concreto em obras de CLT, é necessário que a peça em madeira fique isolada de umidade, proveniente do solo e da própria fundação. Há várias formas desse isolamento ser feito, uma delas é a utilização de um perfil metálico entre o painel e a fundação, também recomendada em situações onde a laje de concreto não está muito bem nivelada.
4.2.4 Madeira laminada cruzada como elemento estrutural
 
Os elementos em CLT podem ser combinados de diversas formas para produzir modelos estruturais mais eficientes. Serão citadas algumas formas de aplicação estrutural do CLT.
4.2.4.1 Mass Timber
O mass Timber é um sistema construtivo caracterizado pela utilização de paineis solidos de madeira para a execução parede, piso e cobertura. Para tanto, o CLT é combinado com outros tipos de elementos, como o GLT. Os elementos GLT (Glue Laminated Timber), diferentemente do CLT, são compostos de camadas de madeira laminada colada na mesma direção, o que lhes confere maior resistência na configuração de vigas e colunas. Já os elementos em CLT possuem resistência nas duas direções e por isso podem ser usados como laje e paredes estruturais. A combinação desses dois materiais torna possível a construção de edifícios totalmente em madeira. 
Uma vantagem deste método é a flexibilidade de formatos que pode ser realizados. As figuras xx xx apresentam elementos em formatos excepcionais. 
Figura x – Bunjil Place, Melbourne, Australia
Fonte: omrania.com (2019)
4.2.4.2 Barents House
O Barents House, projetado para atingir 20 pisos, apresenta um sistema estrutural que combina pilares de madeira laminada colada, pavimentos e paredes em CLT e um núcleo central em concreto armado. O uso de elementos lineares em madeira laminada colada justifica-se pelo desejo de maior amplitude de espaços de aberturas para o exterior, enquanto o uso do concreto armado aumenta a rigidez do edifício e ajuda a responder aos requisitos relacionados com a resistência ao fogo (Reid, 2010).
Figura x – Barents House
Fonte: Reiulf Ramstad Architects
4.2.4.3 FFTT system (Find the Forests Through the Trees)
O FFTT system propõe-se suportar um edifício de 30 andares recorrendo a uma solução que combina, pilares e vigas de madeira lamelada colada, paredes, pavimentos e um núcleo central em CLT, e vigas em aço ancoradas no núcleo central. Esta combinação usa os elementos de madeira para resistir às cargas gravíticas, enquanto os elementos de aço, apesar de também fazerem parte do sistema de resistência às cargas gravíticas, resistem às forças laterais e incrementam a rigidez do edifício, tornando esta combinação vantajosa (Green e Karsh, 2012).
A nível estrutural, ambos os métodos híbridos apresentados, Barents House e FFTT system, exploram pontos fortes dos materiais utilizados. Todavia, o FFTT system atinge maior flexibilidade e amplitude espacial, além de ser mais sustável que o concreto armado.
Figura x – Edifício proposto baseado no FFTT system
Fonte: Green e Karsh (2012)
5. PROTEÇÃO ETRATAMENTOS
5.1 WOOD FRAME
A madeira normalmente utilizada no sistema wood frame é o pinus, que por ser mais leve, seu tronco é totalmente permeável ao tratamento preservante, sendo o tratamento mais indicado o feito em autoclave com produtos hidrossolúveis. Esse tratamento garante: resistência a cupins, fungos e brocas; manta protetora na fachada que a protege contra umidade; e a habitação sem mofo e bolor.
O processo em autoclave é feito após a madeira estar seca, e possui as seguintes etapas:
Inicialmente, o equipamento é carregado com as madeiras e selado, em seguida todo o tanque de armazenamento é preenchido com a solução imunizante, responsável pela proteção da madeira. Após essa etapa, as madeiras são submetidas a um vácuo no interior da autoclave, que retira toda a umidade e o ar presente no interior de suas células, quando o vácuo completo é atingido, a solução do tanque é inserida no interior da autoclave, que devido a pressão elevada, penetra em todas as células da madeira. O material fica sob essas condições até que seja totalmente saturado pelo imunizante e seu tratamento esteja completo, por fim, o que sobrou da solução retorna até o tanque, para que o vácuo restante reduza o excesso de imunizante na superfície da madeira.
Para a parte externa da construção, é utilizado um revestimento de placa cimentícia, feito com material incombustível. Além disso, chapas de gesso postas internamento protegem contra incêndios, fazendo com que a madeira mantenha sua resistência estrutural mesmo em altas temperaturas.
“A exposição direta da madeira aos fatores ambientais, em razão do uso da madeira sem um tratamento adequado, permite o ataque biológico de insetos e microrganismos, comprometendo a segurança das construções de madeira” (MOLINA,2008).
“A vulnerabilidade da madeira a ataques de biodeterioradores depende da qualidade da madeira, ou seja, da espécie da madeira e da camada do tronco de onde foi retirada, e, das condições ambientais, caracterizadas pelo contato com a umidade e pelos ciclos de reumidificação” (PFEIL,2003).
Além disso, a madeira tratada não deve ser muito exposta a raios solares e umidade externa, para possuir uma maior durabilidade.
5.2 MADEIRA LAMINADA COLADA CRUZADA
Construções feitas em CLT aumentam o conforto dos habitantes, pois o possível surgimento de mofo é diminuído. 
O CLT não deve estar em contato com o solo devido a umidade, sendo assim necessário a utilização de mantas impermeabilizantes, ou fundação com outro tipo de material. 
Painéis em CLT que são utilizados na cobertura, também devem receber proteção contra a umidade, mas que permitam a circulação do ar. Mesmo os painéis sendo estáveis devido a sua colagem transversal, podem se contrair ou expandir de acordo com a umidade, restringindo os movimentos de absorção da madeira. Não se deve colocar revestimentos diretamente sobre a superfície dos painéis, pois as tensões de flexão podem causar deformações.
Antes da aplicação, a madeira é selecionada de acordo com as normas de controle e qualidade. Os processos de pressão são os mais utilizados para manter a madeira permeável.
É o sistema de construção com o melhor desempenho contra incêndio. Um projeto de pesquisa concluído na FPInnovations mostrou que os painéis de CLT são excelentes em resistir ao fogo, podendo manter uma boa capacidade estrutural quando expostos ao fogo por um tempo. 
Mesmo em painéis sem revestimentos, não se permite que o fogo queime livremente, pois ele tem a função de reter o fogo em uma única camada. Sobre a deterioração causada por agentes biológicos e seus métodos preventivos, temos a escolha da madeira adequada ou o tratamento preservativo da madeira.
A escolha da madeira é uma medida preventiva para a biodeterioração, já que alguns tipos possuem resistência natural a organismos xilófagos (insetos que comem madeira). Porém, quando é decidido por utilizar madeiras com baixa resistência natural a esses organismos, tratamentos de preservação devem ser feitos na madeira.
Os preservativos químicos podem ser de três tipo: oleosos, óleossolúveis e hidrossolúveis.
O creosoto, foi por muito tempo o melhor tratamento disponível. Sendo um preservativo oleoso, que era muito utilizado em poste, não sendo recomendado para edificações, pois possui um forte odor.
Alguns anos depois, foram desenvolvidos o pentaclorofenol e o CCA (Arseniato de Cobre Cromatado), sendo o pentaclorofenol um preservativo óleossolúvel substituindo o creosoto, e o CCA uma mistura de cobre, cromo e arsênio (inseticida). Devido ao risco de se desenvolver câncer ao longo prazo por causa do arsênio, outros produtos químicos que visavam substituir o CCA foram desenvolvidos. 
O CCB, um dos substitutos do CCA, é composto por cobre, cromo e boro, sendo o boro o substituto do arsênio como inseticida. A madeira após esse tratamento adquire uma tonalidade esverdeada
Para a escolha do tipo de tratamento e do produto utilizado, deve-se seguir o sistema de categorias de uso, estabelecido pela norma ABNT NBR 16143 (2013) - preservação de madeiras – Sistema de categorias de uso “Tabela 1.1”.
Segunda a ABNT NBR 16143 (2013), para a escolha do produto também deve ser levado em conta sua penetração e retenção na peça, pois quanto maior sua penetração e retenção, maior a vida útil do material.
Tabela 1 – Categorias de uso
	Categoria de uso
	Condições de uso da madeira
	Organismo xilófago
	
1
	Interior de construções, fora de contato com o solo, fundações ou alvenaria, protegidas das intempéries, das fontes internas de umidade e locais livres do acesso de cupins subterrâneos ou arborícolas
	
Cupim de madeira seca Broca de madeira
	
2
	Interior de construções em contato com a
alvenaria, sem contato com o solo ou
fundações, protegidas das intempéries e das
fontes internas de umidade
	Cupim de madeira seca Broca de madeira Cupim subterrâneo
Cupim arborícola
	
3
	
Interior de construções, fora de contato com o solo e protegidas das intempéries, que podem, ocasionalmente, ser expostas a fontes de umidade
	Cupim de madeira seca Broca de madeira Cupim subterrâneo Cupim arborícola Fungo embolorador ou manchador
Fungo apodrecedor
	
4
	
Uso exterior, fora de contato com o solo e
sujeitas às intempéries
	Cupim de madeira seca Broca de madeira Cupim subterrâneo Cupim arborícola Fungo embolorador ou manchador
Fungo apodrecedor
	
5
	
Contato com o solo, água doce e outras situações favoráveis à deterioração, como engaste em concreto e alvenaria
	Cupim de madeira seca Broca de madeira Cupim subterrâneo Cupim arborícola Fungo embolorador ou manchador
Fungo apodrecedor
	
6
	
Exposição à água salgada ou salobra
	Perfurador marinho Fungo embolorador ou manchador
Fungo apodrecedor
6. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
6.1 APLICAÇÃO DO WOOD FRAME 
O light wood frame (LWF) representa grande inovação para o setor de construção civil no Brasil, devido a suas características de racionalização de material, flexibilidade operacional, agilidade produtiva, custos competitivos e, também, pelos níveis eficientes de limpeza e tempo de montagem (SOTSEK, N. C. & SANTOS, L. P. A. 2018). 
No Brasil esta técnica é mais utilizada para casas de médio-alto padrão e para habitações de interesse social, porém, pode ser utilizada para qualquer tipo de edificação até 5 pavimentos.
6.1.1 Casa Vila / Arquea Arquitetos
Autores: Fernando Caldeira de Lacerda, Pedro Amin Tavares e Bernardo Richter
Colaboradoras: Carolina Bebik e Helena Engelhardt Wenzel de Carvalho
Ano do projeto: 2012
Projeto Estrutural: Tecverde Engenharia, Eng. Civil Maria Paula Roco Nascimento
Projeto de Instalações: Campestrini, Eng. Civil Tiago Francisco Campestrini
Responsável Técnico Construção: Tecverde Engenharia, Eng. Civil Carlos R. de Plácido Silva Justus Jr
Descrição da equipe de projeto: O projeto da Casa Vila surgiu após os primeiros estudos, no início tentou-se resolver a casa como um objeto só, entretanto as diferentes funções demandavam orientações diversas no sítio. Separou-se o programa em três volumes: serviço, íntimo e estar. Ambos simplescom formato de casa de duas águas, a forma facilita a execução em Wood Frame, pré-definida pelo cliente.
Figura x - Casa Vila
Fonte: archdaily (2019)
Figura x - Casa Vila
Fonte: archdaily (2019)
6.1.2 Primeiro prédio em wood frame no Brasil
Descrição da obra no site da Tecverde: O dia 24 de agosto de 2016 entrou para a história da construção civil brasileira como a data da finalização do primeiro prédio com tecnologia sustentável wood frame do Brasil, em Araucária, no Paraná. A montagem do prédio de três pavimentos durou 64 horas, com jornadas de oito horas de trabalho diárias foi feita em parceria com a CRM Construtora. Esta foi a primeira vez em que a Tecverde aplicou seu sistema construtivo em duas torres de edifícios residenciais do programa Minha Casa Minha Vida.
Figura x – Primeiro prédio em wood frame do Brasil
 (
Fonte 
–
 Tecverde
 (2019)
)
6.1.3 Residencial Malta
Descrição da obra no site da Bravo Engenharia: Seguindo os mesmos objetivos e justificativas da versão I, a BRAVO deu ainda mais força para esse projeto utilizando o sistema inovador Wood frame homologado no ministério das cidades da parceira Tecverde construções eficientes, gerando maior agilidade na construção, conforto térmico e acústico e redução nos impactos ambientais. A BRAVO EA enxerga que esse projeto tem relevante importância na transformação da construção civil em uma indústria eficiente e tecnológica.
Ficha Técnica: 38 unidades, 2099,88 m² de área construída, projeto e construção realizados no ano de 2018.
Figura x – Residencial Malta
Fonte: bravoea.com
6.2 CROSS LAMINATED TIMBER
Cross-laminated timber (CLT), ou madeira laminada cruzada possui boa resistência, aparência, versatilidade e sustentabilidade. Começou sendo utilizada em peças de infraestrutura, como formas para concretagem, bases para tratores em terrenos instáveis entre outros. Devido a sua aparência e boa resistência estrutural, passou a ser utilizado em construções de pequeno porte. 
Os painéis de CLT são compostos de madeira serrada e coladas com o auxílio de uma prensa em camadas perpendicularmente umas às outras. Esses painéis em CLT podem servir de paredes, pisos, mobiliários, forros e telhados, com espessuras e comprimentos de acordo com o projeto.
Uma solução para expandir o número de pavimentos por edifício vem sendo desenvolvida. O FFTT System utiliza painéis de madeira maciça, quem tem a mesma função que o concreto e sistemas de aço. Esse sistema é predominante em madeira, com vigas de aço para suportar forças do vento e abalos sísmicos. Sua proposta é que o edifício possa ter em torno de 30 pavimentos. Mais adiante nesse trabalho o sistema será melhor explicado.
6.2.1 Casa de campo de madeira laminada colada cruzada
Figura XX – Casa de campo
Fonte: Lalonde (2015)
Figura xx – Interior da casa
Fonte: Lalonde (2015)
Essa casa do lago localizada no Canadá, foi construída no ano de 2014 pela Kariouk Associates, em um terreno onde antes existia um chalé. A pedido do proprietário, a casa deveria ter as mesmas dimensões que este antigo chalé, e um arranjo espacial mais aberto.
Foram utilizadas peças pré-fabricadas em madeira CLT, sendo a fundação da obra de metal. Devido a agilidade de utilizar painéis CLT, a casa foi montada em menos de dois dias, sendo igual a uma obra de madeira convencional em construção e materialidade.
6.2.2 Casa em CLT
Figura xx – Casa em CLT
Fonte: Hertum (2017) 
Feita pela construtora Skillpod, a casa fica localizada na Bélgica, e possui 280 m2. O escritório Skillpod é especializada em construções de casas 3D pré-fabicadas em madeira CLT. 
Os módulos dessa empresa são feitos a partir de um sistema de isolamento especial, o Redair, que é especialmente projeto para o uso em obras de CLT.
A obra, que possui a fachada aberta e ventilada, foi feita em madeira Padouk, madeira dura e com alta durabilidade. O uso da madeira faz com que o calor no verão não entre, e o Redair (lã de rocha de alta densidade) mantem o calor interno durante o inverno.
A fundação foi feita em concreto, e sua execução foi ao mesmo tempo em que a confecção dos módulos. As maiores placas utilizadas têm dimensões de 12m por 4m e 14cm de espessura.
6.2.3 Edifício Mjostarnet
Considerado o edifício em madeira mais alto do mundo, o prédio tem 85,4 metros de altura e está localizado na Noruega. Foi construído em madeira laminada cruzada (CLT) e madeira laminada colada. Este edifício possui 18 andares, que estão divididos em apartamentos, hotel, espaço para escritório e restaurante.
O prédio possui colinas e vigas de madeira laminada colada e CLT para as paredes internas, englobando as estruturas para elevadores e escadarias do edifício. Com peças pré-fabricas, a construção foi realizada em etapas de 4 andares em cada.
Figura xx – Edifício Mjostarnet
Fonte: Moelven (2019)
6.2.4 Edifício Brisbane
Projetado pela Bates Smart, é o maior edifício comercial em madeira da Austrália, possui 10 pavimentos e 45 metros de altura. A estrutura é feita com a combinação de Glulam (madeira laminada colada), e CLT, com colunas de madeiras maciças aparentes em forma de V.
A utilização de placas CLT expostas internamente proporcionou uma liberdade para o uso de maior pé-direito, superfícies mais suaves e acústica, e um interior mais quente. A aderência a esse tipo de construção mais sustentável resultou em uma redução de: 74% no carbono incorporado, 46% de energia, e 20% no peso, se comparado a um prédio em concreto.
Figura xx – Edifício Brisbane
Fonte: Tom Roe (2018)
Figura xx – Interior do edifício Brisbane
Fonte: Tom Roe (2018)
7 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS ANALISADOS
7.1 WOOD FRAME
7.1.1 Vantagens
O sistema construtivo wood frame, e que utilizam madeiras no geral, é vantajoso no aspecto da redução de impactos ambientais por serem feitas com um material renovável, gerando menos resíduos para o meio. Por ser um material seco e leve é possível utilizar equipamentos de menor porte para o transporte, além de ser um tipo de obra com prazo de entrega rápido e com um preço competitivo. O wood frame também atende as necessidades acústicas e térmicas, podendo ser utilizado tanto em regiões quentes e secas, quanto em regiões de frio extremo e úmidas. Outra vantagem desse sistema é a sua durabilidade, possibilitando sua construção em regiões com grandes agentes da natureza (ventos fortes e terremotos) sem prejuízos em sua resistência quando comparados aos métodos convencionais de construção, pois é possível ser feito o reforço das peças para suportar as cargas extras provocadas nessas ocasiões. O wood frame é um sistema industrializado que muitas vezes é feito de forma automatizada e com funcionários especializados, e a vantagem é que as peças vêm prontas da fábrica e são montadas in loco.
7.1.2 Desvantagens
É um sistema que não apresenta tantas desvantagens, mas podemos citar algumas como: não é eliminado totalmente a necessidade de utilizar o concreto armado, ainda sendo necessário para compor contrapiso térreo, sapatas, blocos ou laje mista. A necessidade de mão de obra superespecializada, equipamentos específicos e a falta de profissionais capacitados são outras desvantagens do método woodframe, além da resistência apresentada pelo mercado por ser tratar de um sistema construtivo novo e pouco utilizado no Brasil. E por apresentar limitação de cinco pavimentos por edifício, não é possível utilizar woodframe para grandes projetos.
7.2 CLT
7.2.1 Vantagens
Semelhante a maioria dos métodos construtivos que envolvem o uso da madeira, uma vantagem de grande destaque é a redução do impacto ambiental e com baixo nível de perdas do material, por ser utilizado madeira de reflorestamento, e ainda assim é possível serem feitas estruturas com grande durabilidade. A CLT apresenta alta resistência para cargas, podendo ser comparada aos sistemas construtivos convencionais, e isso com baixo peso próprio. Apresenta também pouca necessidade de manutenção e por ser industrializado, existe uma economia no tempo de montagem das peças. Alémde que “As peças precisam de menos encaixes metálicos, menos parafusos e, portanto, podem ser mais interessantes que outras soluções” (Paulo Bastos).
7.2.2 Desvantagens
Por ser um sistema construtivo pouco utilizado no Brasil, a Madeira Laminada Cruzada apresenta um custo elevado. “O grande obstáculo é identificar os fabricantes e verificar se eles seguem as normas vigentes, já que não existe um selo de qualidade estrutural para a CLT como em outros países” (Carlito Calil).
8 CONCLUSÃO 
9 REFERÊNCIAS 
 
Daniela Barral e Sara Costa. Construção de edifícios com Cross Laminated Timber (CLT). Trabalho realizado para a cadeira de “Tecnologias de Sistemas Construtivos”, FEUP, 2012/2013. 
M.C. Green e J.E. Karsh. The Case for Tall Wood Buildings. Creative Commons (CC) Licence, 2012.
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS COM CROSS LAMINATED TIMBER (CLT) ANA ALEXANDRA PONTES DA COSTA, 2013
Cross Lamineted Timber (CLT) no Brasil: Processo construtivo e desempenho / Recomendações para o processo de projeto arquitetônico / Gabriela Lutofo Oliveira / São Paulo 2018
MLCC NA CONSTRUÇÃO EM ALTURA Catarina Silva1, Jorge M. Branco e Paulo B. Lourenço / Coimbra, Portugal, 2012
https://blog.capriatti.com.br/wood-frame-um-guia/
http://tecverde.com.br/wp-content/uploads/2016/07/CARDOSO-L.-A.-Estudo-do-método-construtivo-wood-framing-para-construções-de-HIS.pdf
https://www.movix.ind.br/como-funciona-e-qual-a-importancia-do-tratamento-em-autoclave/
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-09012019-144057/publico/MEGABRIELALOTUFOOLIVEIRA_rev.pdf
https://www.archdaily.com.br/br/893433/madeira-laminada-cruzada-o-que-e-e-como-utiliza-la
https://www.archdaily.com.br/br/906844/o-maior-edificio-de-madeira-na-australia-e-inaugurado-em-brisbane
http://madeiraeconstrucao.com.br/maior-predio-de-madeira-do-mundo-esta-na-noruega/
https://www.archdaily.com.br/br/763898/cross-laminated-timber-cottage-kariouk-associates
https://ciclovivo.com.br/arq-urb/arquitetura/arquitetos_planejam_construir_edificios_em_madeira/
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/68870/2/26141.pdf
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/placas-cimenticias-conferem-versatilidade-e-estetica-a-construcoes-modulares_11528_10_0
http://www.tecverde.com.br/wp-content/uploads/2016/07/CARDOSO-L.-A.-Estudo-do-me%CC%81todo-construtivo-wood-framing-para-construc%CC%A7o%CC%83es-de-HIS.pdf
https://minhacasaprefabricada.com.br/pinus-autoclave/
https://www.escolaengenharia.com.br/drywall/
https://santosmadeiras.com.br/blog/wood-frame/isolamento-termo-acustico/
file:///C:/Users/arthu/OneDrive/%C3%81rea%20de%20Trabalho/ANALISE_DO_SISTEMA_CONSTRUTIVO_WOOD_FRAM.pdf
https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/wood-frame/
https://www.escolaengenharia.com.br/wood-frame/
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/madeira-laminada-colada-vence-grandes-vaos-e-permite-estruturas-curvas_15174_10_0
http://www.remade.com.br/noticias/14810/madeira-laminada-colada-cruzada:-producao-e-desenvolvimento
CALIL JUNIOR, C.; MOLINA, J.C. Sistema construtivo em wood frame para casas de madeira. Revista Semina: Ciencias exatas e Tecnológicas, Londrina, v.31, 2010.
http://tetti.com.br/telhados-industrializados.html
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-86212018000300309&script=sci_arttext&tlng=pt
http://www.tecverde.com.br 
https://www.archdaily.com.br
http://bravoea.com

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