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Resumo: A música celestial de Kepler (Cap 6)

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A música celestial de Kepler
“Nem o sistema de Ptolomeu, nem o de Copérnico, eram simples, em qualquer sentido da palavra, a restrição do movimento celeste ao círculo introduzia muitas curvas e centros de movimento desnecessários. Se os astrónomos tivessem utilizado de outras curvas, especialmente a elipse, um menor número delas seria um melhor modelo.” 
A elipse centraliza o sistema solar no verdadeiro Sol. Logo, o sistema de Kepler apresenta um universo de estrelas fixas no espago, um Sol fixo, e uma única elipse para a órbita de cada planeta, com uma adicional para a Lua. Essas elipses a primeira vista eram confundidas com os círculos do sistema de Copérnico, o que levou a muitos pensarem que o sistema de Kepler era uma simplificação do de Copérnico. Entretanto o círculo é considerado uma forma “degenerada” de uma elipse. 
Os livros escritos por Kepler não recebiam o devido valor naquela época, uma vez que geralmente não eram lidos - possuíam uma linguagem e estilo de inimaginável dificuldade e prolixidade. Newton, por exemplo, conheceu os trabalhos de Galileu, mas provavelmente não leu os livros de Kepler. 
Em 1596, foi publicado “O Precursor das Dissertações sobre o Universo, contendo o Mistério do Universo”. Nesse livro, Kepler anunciou o que ele considerava uma grande descoberta, relativa às distancias dos planetas ao Sol e que os cinco sólidos regulares poderiam separar as seis órbitas planetárias - “que Deus, ao criar o Universo e ao regular a ordem do Cosmos, tinha em vista os corpos regulares da Geometria, tais como são conhecidos desde os dias de Pitágoras e Platão...”.
O primeiro esquema de Kepler era este: 
Esfera de Saturno: Cubo 
Esfera de Júpiter: Tetraedro 
Esfera de Marte: Dodecaedro 
Esfera da Terra: Icosaedro
Esfera de Vênus: Octaedro 
Kepler apresentou os seus primeiros grandes resultados num trabalho intitulado “Comentário sobre os Movimentos de Marte”, publicado em 1609, ano em que pela primeira vez Galileu apontou o seu telescópio para o céu. Após calcular excêntricas, epiciclos e equantes em combinações engenhosas, conseguiu ele obter um acordo entre previsões teóricas e as observações de Tycho com uma diferença de apenas 8 minutos (8 ') de ângulo.
Começando de novo, Kepler deu por fim o passo revolucionário de rejeitar inteiramente os círculos, experimentando uma curva oval, e finalmente a elipse. Assim, Kepler precisou somente de uma curva oval para cada planeta, tornou o sistema preciso e descobriu uma relação totalmente nova a respeito da localização de um planeta e sua velocidade orbital. 
Kepler afastou a ideia de Copérnico, de que todas as órbitas planetárias seriam centralizadas no ponto médio da órbita terrestre. Em vez disso, afirmou que a órbita de cada planeta é em forma de elipse, com o Sol localizado num dos focos. Este princípio é conhecido como a Primeira Lei de Kepler.
A Segunda Lei de Kepler nos fala da velocidade com que um planeta se move em sua órbita. Afirma esta lei que em quaisquer intervalos iguais de tempo, uma linha tragada do planeta ao Sol varrerá áreas iguais, uma vez que o planeta caminha mais depressa no periélio - quando está mais próximo do Sol - e mais devagar no afélio - quando está mais afastado do Sol. Esta lei explica que o motivo da aparente irregularidade na velocidade com que os planetas se movem em suas órbitas é uma variação que obedece a uma condição geométrica simples.
A Terceira Lei de Kepler estabelece uma relação entre os tempos em que os planetas completam suas órbitas ao redor do Sol e suas distancias médias ao Sol. Esta afirma que os quadrados dos tempos de revolução de quaisquer dois planetas ao redor do Sol (a Terra inclusive) são proporcionais aos cubos das suas distancias medias ao Sol. ( D3/T2=K). 
Entretanto a hipótese de Kepler, não explica porque os planetas se movem em elipses e varrem áreas iguais em tempos iguais; nem nos diz por que a relação particular distância-período, que ele encontrou, realmente se mantém; fato este que acaba configurando uma grande desvantagem do sistema.
Kepler supunha que alguma espécie de força ou emanação provinha do Sol e movia os planetas, sendo que estes se situavam todos quase num único plano, o plano da eclílica. Assim, supôs Kepler que essa “anima motrix” agisse somente no plano de eclítica. Além disso, Kepler tinha descoberto, também, que a luz, que se propaga em todas as direções, diminui em intensidade na razão inversa do quadrado da distância.
	“Kepler merece ser considerado por ter sido o primeiro cientista a reconhecer que o conceito de Copérnico, da Terra como planeta, e as descobertas de Galileu exigiam a existência de uma só Física, aplicável igualmente aos objetos celestes e aos corpos terrestres comuns. Mas, infelizmente, Kepler permaneceu tão vinculado á Física de Aristóteles que, quando tentou projetar uma Física terrestre nos céus, esta era ainda aristotélica. Assim, o principal objetivo de sua Física não foi alcançado, e a primeira Física viável para o céu e a Terra provém, não de Kepler, mas de Galileu e ganhou forma sob a direção magistral de Isaac Newton.”

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