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direito administrativo, comentario de julgados no STJ

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
DIREITO ADMINISTRATIVO - 2018/1º semestre
Raíssa Emilly Martins Domingos Coimbra - 7º A
TESE nº 1574059/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 16/06/2019, Dje 05/09/2016: 
Trata-se do regime de precatórios judiciários, os Conselhos Regionais possuem natureza jurídica de autarquia e desvelam algumas conveniências processuais de Fazenda Pública.
A agravante defende que os bens dos Conselhos Regionais não contam com o regime de direito público, deste modo torna inconcesso às definições do artigo 730 CPC/73 (atual artigo 910 NCPC) e cabível nos termos do artigo 475-J CPC/73 (atual artigo 523 NCPC).
O artigo 730 CPC/73 nos traz que em execução contra a fazenda pública, a devedora deverá ser citada em 10 dias, em contrário, o juiz demandara o pagamento por interposto do presidente do tribunal competente, e o mesmo será realizado na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.
Já o artigo 475-J CPC/73 diz que se o pagamento não for efetuado pelo devedor no prazo de 15 dias, haverá um acréscimo de 10 por cento, além da possibilidade de mandado de penhora e avaliação.
Entretanto, O STJ entende que os termos do artigo 475-J CPC/73 não se emprega a execução de Fazenda Pública, visto que não se faz possível o pagamento da multa de 10% no prazo de 15 dias, como previsto neste artigo, tornando o inaplicável. 
Os débitos alimentares serão pagos na ordem preferencial de precatórios dessa natureza, seguindo as normas do art. 730 CPC/73, por tratar de execução de quantia certa. Além do artigo 100 da Constituição Federal que preveem o pagamento na ordem cronológica dos precatórios e créditos.
Observando que não houve argumento eficiente nas alegações da agravante negou provimento ao Agravo Interno.
Entende-se, portanto que o art. 475-J do CPC não se emprega às Execuções contra a Fazenda Pública, essas são submetidas às regras dos artigos 730 do CPC e 100 da Constituição Federal.
TESE nº 456259/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 07/03/2014: 
Trata-se da Obrigatoriedade do recolhimento de remessa e retorno, embora os Conselhos Profissionais possuem natureza jurídica de autarquia, entretanto, à eles não se impõe a isenção de recolhimento de custas constatada aos entes públicos.
Utilizando-se do artigo 105, inciso III, “a” da Constituição Federal, que trata sobre as competências do STJ, o agravante interpõe contra decisão que nega provimento ao agravo:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL,2016, 42.
Entretanto, foi insuficiente para aprovação, visto que, de acordo com o Art. 4°, da lei 9289 de 04 de julho de 1996, Parágrafo Único:
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais feitas pela parte vencedora. LEI 9.289, DE 4 DE JULHO DE 1996
Não restando dúvidas que apesar do § 1º do art. 511 do CPC prescindir instrução de autarquias, o artigo 4º descrito acima deixa claro, a isenção mencionada no caput “não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional”
Desta forma, o tribunal negou provimento.
TESE nº248000/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe 30/11/2012: 
Esta tese reforça a tese acima, tratando também da Obrigatoriedade do recolhimento de remessa e retorno, e como sabemos, os Conselhos de Fiscalização Profissional não estão isentos do pagamento de custas.
Em recurso, a agravante faz uso do principio da isonomia, alegando que pelos Conselhos Profissionais possuírem natureza jurídica de autarquias, estão isentos do pagamento do referido preparo.
O artigo 4º da lei 9289 de 04 de julho de 1996 expõe de forma clara em seu parágrafo único que a isenção de tributos não atinge as entidades fiscalizadoras do exercício profissional.
O STJ negou provimento ao recurso, pois não se aplica às entidades fiscalizadoras do exercício profissional a isenção do pagamento das custas conferida aos entes públicos.
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, As entidades da Administração Indireta, se compõe em autarquias, fundações instituídas pelo Poder Público, as Sociedades de Economia Mista, as Empresas Públicas, suas subsidiárias e os consórcios públicos.
Os Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem natureza jurídica de autarquia, que é pessoa jurídica de direito público, já a fundação e o consórcio podem ser tanto de direito público quanto privado, de acordo com o regime que lhes for concedido pela lei instituidora.
Entende-se que os Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem os privilégios e resignações da Administração Direta, se difere das pessoas públicas políticas por não ter capacidade política, não cria o próprio direito, apenas o auto administra de acordo com as margens da lei.
Maria Sylvia considera autarquia, como: 
Pessoa jurídica de direito público, criada por lei com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei. DI PIETRO, 2017, 10.3.3
Segundo Fernanda Marinela, as autarquias, fundações públicas e empresas estatais compõem a administração pública indireta.
As autarquias desempenham procedimentos típicos do Estado, onde desfrutam da liberdade administrativa nos parâmetros da lei, sem serem subordinada a ele, apenas fiscalizada, com direitos e obrigações diferentes. Além de possuir personalidade jurídica própria, autonomia técnica, financeira e administrativa, suas receitas podem ser originárias de seu próprio orçamento e atividade.
Sua criação é feita por lei ordinária específica, de acordo com o artigo 37, XIX da Constituição Federal, assim como sua extinção também é realizada. 
As relações jurídicas de autarquias com terceiros utiliza recurso parecido ao das pessoas jurídicas da administração direta, e possui atividades com prerrogativas abrangentes. Como todas pessoas e regime público, elas devem seguir as regras da lei 8.666/93, Lei de Licitações, e Lei 10.520/2002 para modalidade de licitação denominada pregão, aplicáveis também aos contratos consagrados por essas pessoas jurídicas.
Em relação aos Conselhos Profissionais e suas anuidades, Fernanda Marinela ressalta:
No que tange às anuidades dos Conselhos Profissionais, referidas cobranças constituem espécie tributária e, como tal, submetem-se ao princípio da reserva legal, não sendo possível a fixação por meio diverso da lei, sob pena de violação ao art. 150, I, da CF/88. MARINELA, 2016, 5.2.3
Os conselhos tem natureza tributária, sendo assim, a inadimplência pode acarretar cobrança por execução fiscal. Compete a Justiça Federal o julgamento de suas ações, de acordo com a súmula nº 66/STJ: “Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de fiscalização profissional”
Suas atividades são controladas pelo Tribunal de Contas, seguindo as regras de contabilidade pública. Ainda ais conselhos é inaplicável a isenção de pagamentos de custas cedidas aos entes públicos, como consta no inciso I do caput do artigo 4º da lei 9.289/96 e parágrafo único.
Referências Bibliográficas
DI PIETRO, Marya Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 30ª ed. Rio de Janeiro: editora Forense, 2017;
BRASIL. Constituição Federal. In: Vade Mecum Saraiva. 21ª ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2016;
MARINELA, Fernanda, Direito administrativo – 10. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016;
TESE nº 1574059/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 16/06/2019, Dje 05/09/2016;
TESEnº 456259/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 07/03/2014;
TESE nº248000/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe 30/11/2012;
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9289.htm, Acesso em 05/2018.

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