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MÓDULO CADASTR I – TIPOS E CON PESSOAS O STITUIÇÃO DE Fortaleza, Junho/2004 Redação: Alcides Araújo Bezerra Correção: Manoel Crisóstomo do Vale Validação: Hildeberto Barroso Neto Colaboração: Alcides Matos Coelho Maria Silvia Helena Pereira Britto Cadastro SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................3 a) Origem dos Bancos......................................................................................................................3 b) Conhecendo os clientes...............................................................................................................4 c) O Cadastro de Clientes ................................................................................................................5 2. TIPOS E CONSTITUIÇÃO DE PESSOAS ...................................................................................6 a) Pessoas Físicas...........................................................................................................................6 b) Pessoas Jurídicas........................................................................................................................6 - De Direito Público ..........................................................................................................................6 Órgãos Governamentais ..................................................................................................................6 Atividades Empresariais...................................................................................................................7 - De Direito Privado..........................................................................................................................7 Empresários .....................................................................................................................................8 Sociedades Comerciais....................................................................................................................9 Sociedades Civis............................................................................................................................12 Organizações Não-governamentais (Ongs) ...................................................................................12 Cooperativas ..................................................................................................................................13 Associações ...................................................................................................................................14 Fundações .....................................................................................................................................16 c) Porte das Empresas...................................................................................................................16 Grande Porte..................................................................................................................................18 Médio Porte....................................................................................................................................18 Pequeno Porte ...............................................................................................................................18 Microempresa ................................................................................................................................19 d) Composição Societária/Acionária ..............................................................................................20 Patrimônio Líquido .........................................................................................................................20 Capital Nacional .............................................................................................................................21 Capital Estrangeiro.........................................................................................................................22 Capital Autorizado..........................................................................................................................23 Capital Integralizado ......................................................................................................................23 Capital Votante...............................................................................................................................24 e) Forma de Tributação..................................................................................................................24 Lucro Real......................................................................................................................................25 Lucro Presumido ............................................................................................................................26 Lucro Arbitrado...............................................................................................................................27 Simples ..........................................................................................................................................28 Imunidade/ Isenção........................................................................................................................30 Outras formas de tributação...........................................................................................................31 f) Grupos Econômicos....................................................................................................................31 Conceitos .......................................................................................................................................31 Vinculação......................................................................................................................................32 Holding...........................................................................................................................................32 Empresa coligada ..........................................................................................................................33 Empresa controladora....................................................................................................................33 Empresa controlada .......................................................................................................................33 Tratamento das Operações de Crédito ..........................................................................................34 1Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Pode o banco dispensar o cadastro de um cliente que já seja conhecido na praça pela sua ótima atuação como tomador de crédito? Que é uma empresa de grande porte? Que é Capital Votante? Qual a diferença entre Imunidade Fiscal e Isenção Fiscal? Que é uma Holding? Não se apavore. As respostas não são muito difíceis. Leia com atenção este Módulo e, no final, você responderá a estas perguntas com muita facilidade. 2Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro 1. INTRODUÇÃO Que é um banco? Existem muitos conceitos para banco, no entanto podemos defini-lo como uma instituição de crédito cujo objetivo principal é a intermediação entre aqueles que têm capitais e não querem ou não sabem fazê-los frutificar e aqueles que não têm capitais, mas querem e sabem fazê-los frutificar. A mercadoria dos bancos é o dinheiro, constituído de recursos próprios (capital social) e recursos de terceiros (depósitos, aplicaçõesfinanceiras e prestação de serviços) que são emprestados mediante uma compensação financeira chamada juro, comissão, corretagem etc. a) Origem dos Bancos Como se originaram os bancos? Não se conhecem registros históricos, precisos, sobre a origem dos bancos. As poucas informações de que dispomos apontam para o aparecimento dos bancos ainda na Antigüidade. A religião cristã não via, com bons olhos, o empréstimo de dinheiro mediante o pagamento de juros. Isto contribuiu para que os judeus tivessem papel decisivo na formação de uma instituição que tenha originado os bancos atuais. Naquela época, era costume, entre os judeus, trazerem para a praça ou feira uma banca sobre a qual efetuavam as operações de compra e troca de moedas, de compra e venda de ouro e pedras preciosas e de depósitos ou restituição de dinheiro. Acredita-se que tenha sido desta “banca”, onde eram realizadas estas transações, a origem do nome banco, usado atualmente para denominar as instituições financeiras que realizam operações de empréstimos e financiamentos. As pessoas que realizavam essas transações ganhavam muito dinheiro? Nem sempre. Lidar com dinheiro nunca foi tarefa fácil. Já, naquele tempo, existiam pessoas inexperientes que se aventuravam a montar uma “banca” e a sua incapacidade para negócios da espécie levava-as à ruína, deixando de cumprir seus compromissos para com os credores. 3Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Que acontecia quando o proprietário de uma banca deixava de honrar seus compromissos com os credores? Quando isto acontecia, os credores, enfurecidos por não terem os seus capitais de volta, investiam contra a banca destruindo-a e deixando-a em cacos, e às vezes até contra o banqueiro deixando-o em farrapos. Do estado deplorável em que ficava a banca e o banqueiro, originou-se a expressão bancarrota, que significa banco ou banqueiro quebrado, falido. Como são os bancos hoje? Na economia moderna, os bancos deixaram de ser simples comerciantes de capitais e passaram a ter um papel fundamental no progresso e desenvolvimento dos países, viabilizando as relações de parceria com a indústria e comércio, entre quem produz, quem vende e quem compra. Os bancos, hoje, têm influência em todos os setores da economia de qualquer país, podendo inclusive exercer um papel social importante para o desenvolvimento regional, como é o caso do Banco do Nordeste. Mediante as atividades "Fim" e "Meio", os bancos realizam transações que vão desde o simples recebimento de uma conta de energia até a mais requintada operação de financiamento. Que são atividades “Fim” e “Meio”? Como já vimos, a principal função do banco é intermediar capitais, constituindo assim a sua finalidade. Entende-se, pois, como atividade “Fim” de um banco, aquela para a qual ele foi criado, ou seja, emprestar dinheiro. Mas a procura por capitais é muito maior do que os recursos de que os bancos dispõem e isto os leva a buscar outras fontes de recursos para atender a crescente procura de empréstimos, levando-os a exercer outras atividades que não consistem tipicamente de emprestar dinheiro. E são chamadas atividades “Meio”; São, portanto, as captações de recursos por meio de depósitos, aplicações financeiras e prestação de serviços. b) Conhecendo os clientes É necessário que o banco conheça seus clientes”? Sim. 4Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Por que o banco precisa conhecer os seus clientes”? Desde a antiguidade, emprestar bem o dinheiro não é tarefa fácil. O sucesso de qualquer instituição financeira depende não apenas de emprestar, mas receber, no prazo estabelecido, os capitais emprestados. Para que isto seja possível, é preciso conhecer os clientes, seu potencial, seu patrimônio, sua experiência com crédito etc. Para tanto é necessário estruturar um banco de dados com informações detalhadas sobre cada cliente, seus dados pessoais, econômicos financeiros e patrimoniais, seu potencial para negócios, sua experiência crediticia com outros bancos, comércio e transações pessoais. Este banco de informações é conhecido como Cadastro de Clientes. c) O Cadastro de Clientes Que é o Cadastro de Clientes? O cadastro de clientes compreende um conjunto de informações ordenadas de forma adequada e sistematizada, referentes a uma pessoa física ou jurídica, e contempla dados relativos à identificação, ao patrimônio, à situação econômico- financeira, à experiência de crédito, a restrições, ao grupo econômico a que pertence, dentre outros. Esse conjunto de informações serve de suporte às decisões que envolvam os diversos tipos de relacionamentos do cliente com o Banco. Pode o banco dispensar o cadastro de um cliente que já seja conhecido na praça pela sua ótima atuação como tomador de crédito? Não. A elaboração do cadastro do cliente não é formalidade da instituição financeira, mas sim uma exigência do Banco Central do Brasil. Por melhor que seja sua experiência na praça, só poderá ser concedido crédito a cliente que seja cadastrado no banco. Qual a importância do cadastro do cliente? O cadastro se constitui um instrumento eficaz de conhecimento dos atuais e potenciais clientes do banco, que permite aferir, com o maior grau de segurança possível, os riscos a que estarão expostos os capitais da instituição financeira na realização de seus negócios. Qual o órgão do Banco do Nordeste que administra o cadastro de seus clientes? Cabe ao Ambiente de Cadastro e Risco / Célula de Cadastro de Clientes, criar as diretrizes 5Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro pertinentes ao cadastro, bem como administrar o Sistema Integrado de Produtos Financeiros e Negócios Bancários – Módulo Cliente Único (S400) razão por que quaisquer alterações no sistema ou nas normas sempre se processarão por sua iniciativa. 2. TIPOS E CONSTITUIÇÃO DE PESSOAS a) Pessoas Físicas Que é uma pessoa física? Pessoa Física é o ser humano considerado singularmente, como sujeito de direitos. b) Pessoas Jurídicas Que é uma pessoa jurídica? Pessoa Jurídica é uma Entidade jurídica, resultante de um agrupamento humano organizado, estável, e que visa a fins de utilidade pública ou privada e é completamente distinta dos indivíduos que a compõem, sendo capaz de exercer direitos e contrair obrigações. As pessoas jurídicas podem ser de Direito Público e de Direito Privado. - De Direito Público Que são pessoas jurídicas de Direito Público? São pessoas jurídicas de direito público a União, os Estados federados, os Municípios, o Distrito Federal e as respectivas autarquias. Órgãos Governamentais Que são Órgãos Governamentais? São órgãos de Governo que atendem diretamente ao público, compostos por: Assembléias Legislativas Câmara dos Deputados Governo Federal Governo do Estado Prefeituras 6Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Senado Federal Cadastro Proncons Radiobras Secretaria da Receita Federal Tribunais de Justiça Etc. Atividades Empresariais Que são Atividades Empresariais? É sabido que as autarquias, juntamente com as empresas públicas e sociedades de economia mista, integram a administração pública indireta; as primeiras são pessoas jurídicas de Direito Público e as sociedades de economia mista são de Direito Privado. Mas não são apenas esses os traços distintivos entre umas e outras. Às autarquias só devem ser outorgados serviços públicos, típicos, e não atividades industriais ou econômicas, ainda que de interesse coletivo, campo de atuação das empresas públicas e sociedades de economia mista. A nova Emenda Constitucional nº 19 alterou o art. 173, § 1º da Constituição Federal,cuja redação dispunha que ‘‘a empresa pública,a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas.’’ - De Direito Privado Que são pessoas jurídicas de Direito Privado? São pessoas jurídicas de direito privado, além das entidades particulares sem nenhuma participação do Poder Público como as sociedades civis e mercantis, as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público. As sociedades mercantis são classificadas pelos seus ramos de atividades da seguinte forma: • Empresas Industriais • Empresas Comerciais • Empresas de Prestação de Serviços 7Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Que são Empresas Industriais? São aquelas que transformam matérias-primas em mercadorias, manualmente ou com auxilio de maquinas e ferramentas. Abrangem desde o artesanato até a moderna produção de instrumentos eletrônicos. Que são Empresas Comerciais? São aquelas que comercializam produtos. Podem ser varejistas e atacadistas. Que são varejistas? São empresas que vendem mercadorias diretamente ao consumidor. Que são atacadistas? São empresas que compram do produtor para vender ao varejista. Que são Empresas de Prestação de Serviços? São aquelas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e sim, no oferecimento do próprio trabalho ao consumidor. Quanto à constituição, como podemos classificar as pessoas jurídicas de direito privado? As pessoas jurídicas de direito privado são constituídas pelas firmas individuais, sociedades comerciais, sociedades civis, Organizações não-governamentais(ONGs), cooperativas e associações. Empresários Que são empresários? Empresários são pessoas físicas que exercem, profissionalmente, atividade econômica, organizada, para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. A figura do Empresário instituída pelo novo Código Civil, substituiu a antiga forma de constituição de empresa-firma individual. Assim, não se diz mais que uma pessoa tem uma firma individual, mas sim que é "empresário". Desta forma, substituiu-se a declaração de firma individual que era registrada na junta comercial pelo Requerimento de Empresário, que também deve ser registrado na junta comercial. 8Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Quem pode exercer atividade de empresário? Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Um Empresário que ficou louco, poderá continuar o seu negócio? Sim. O incapaz pode, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Se o empresário abrir uma filial em outra unidade da Federação, terá de inscrevê-la na Junta Comercial desse Estado? Sim. Caso o empresário institua sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Quando o empresário vender algum imóvel da empresa, haverá necessidade de assinatura do cônjuge na escritura? Não. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. Sociedades Comerciais Que são sociedades comerciais? Entende-se por Sociedade, a organização particular, governamental, ou de economia mista, que produz e/ou oferece bens e serviços, com vista, em geral, à obtenção de lucros. Quanto aos tipos, as sociedades podem ser de pessoas (sociedades em nome coletivo, sociedades por quotas de responsabilidade limitada) e de capitais (sociedade anônima). Que são sociedades em nome coletivo? As sociedades em nome coletivo, também chamadas de sociedades com firma ou sociedades solidárias, são aquelas em que os sócios respondem ilimitadamente, com todos os seus bens particulares, pelas obrigações por elas contraídas, no caso em que a mesma não possa honrar os compromissos por ela assumidos. 9Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Uma sociedade é em nome coletivo quando se compõe de duas ou mais pessoas, mesmo que alguma ou algumas não sejam comerciantes, mas se associam para comerciar em comum, debaixo de uma firma (ou nome) social. Este tipo de sociedade caracteriza-se: a) pela responsabilidade solidária e ilimitada dos sócios; b) pela firma, ou razão social. O nome comercial ou razão social é composto pelo nome de um ou mais sócios seguido pela expressão “& Cia.”. Exemplo: João, Silva & Cia. Que são sociedades por quotas de responsabilidade limitada? São as sociedades comerciais mais comuns, constituídas por dois ou mais sócios, com atividade industrial e/ou comercial, em que a responsabilidade de cada sócio é limitada à importância do capital social, que é dividido em quotas e distribuído entre eles. O nome comercial em sociedade limitada, deverá ser composto segundo uma das formas seguintes: a) Pelos sobrenomes de todos os sócios, acrescidos da expressão Limitada ou Ltda. Ex: Sócios: José de Almeida, João Borges e Marisa Campelo Nome Comercial: Almeida, Borges e Campelo Ltda. b) Pelo sobrenome de um ou de alguns dos sócios, acrescidos da expressão & Companhia Limitada, por extenso ou abreviadamente. Ex: Almeida & Cia. Ltda. Almeida, Borges & Cia. Ltda. c) Pelo nome completo, ou abreviado, de um dos sócios, acrescido da expressão & Companhia Limitada, por extenso, ou abreviadamente. Ex: José de Almeida & Cia. Ltda. J. Borges e Cia. Ltda. Nas sociedades por quotas, o nome comercial não pode reunir elementos de razão social, devendo esta, quando for adotada, indicar sempre a atividade principal. Ex: Almeida Distribuidora de Bebidas Ltda. 10Módulo I: Tipos e constituição de pessoas No caso de sociedade limitada, é permitido fazerem-se alterações contratuais como: ingresso ou retirada de sócio, aumento ou diminuição do capital social, alteração de endereço, ou do objeto, prorrogação do prazo de validade etc. Cadastro Que são sociedades anônimas? Este tipo de sociedade é chamado de “anônima” porque não tem nome, ou seja, não se faz conhecer pelo nome dos seus acionistas, mas apenas pelo seu título, precedido ou seguido da expressão Sociedade Anônima (S/A.) ou Companhia (Cia.). Pode figurar na denominação o nome do fundador, de um acionista ou de pessoa que, de qualquer modo tenha concorrido para o sucesso da empresa. Exemplo: Metalúrgica João da Silva S/A. As Sociedades Anônimas caracterizam-se pela divisão do seu Capital Social em frações denominadas Ações. Podem ser: - De Capital Fechado – Quando todas as ações pertencem a uma só família, ou a um só grupo. - De Capital Aberto – Quando qualquer pessoa pode comprar ações da empresa, tornando-se por conseqüência seu proprietário. Que é Capital Social? O Capital Social é o principal investimento feito em uma empresa. Tem prazo de duração indefinido, só podendo ser resgatado por dissolução da empresa ou saída de algum sócio. Como podem ser as Ações? As Ações podem ser: - Ordinária Nominativa – Dá direito a voto na empresa; - Preferencial ao Portador – Não dá direito a voto, porém o seuportador tem preferência para receber o investimento feito na empresa, no caso de falência ou dissolução. Quando uma pessoa ou grupo de pessoas possuem juntas mais de 50% das Ações Ordinárias Nominativas, elas adquirem o controle administrativo da empresa, passando a ter poder de mando. Em que aspecto, uma sociedade anônima distingue-se das demais? A sociedade anônima distingue-se das demais: a) pela divisão do seu capital em ações; b) pela responsabilidade dos acionistas, limitada às ações subscritas; 11Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro c) pela existência de, no mínimo, sete sócios. Sociedades Civis Que é uma Sociedade Civil? A Sociedade Civil é constituída obrigatoriamente por dois ou mais sócios e dedica-se exclusivamente à prestação de serviços. Tem por objeto apenas a exploração de Registro Especial para atividades ligadas a agricultura, imóveis e de serviços prestados por advogados, contadores, economistas, médicos etc. A sociedade civil pode se constituir por sócios com profissões diferentes, desde que cada um desempenhe as atividades próprias de sua profissão, as quais devem constar como objetivo social da sociedade. Seus documentos são registrados no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. As Sociedades Civis são reguladas pelo Código Civil e não podem praticar atos do comércio e não estão sujeitas à falência. Organizações Não-governamentais (Ongs) Que é uma Organização Não Governamental? A Organização Não-governamental - Ong é uma entidade civil sem fins lucrativos, formada por pessoas interessadas em determinado tema, o qual se constitui seu objetivo e interesse principal. A Ong tem a natureza jurídica de uma sociedade civil de Direito Privado, nos termos do artigo 16 do Código Civil. Existe alguma legislação específica sobre ONGs? Sim. As Ongs estão amparadas pela seguinte legislação: a) Constituição Federal – Artigo 5º; b) Código Civil – Artigos 20-23; c) Lei n°. 7.347, de 24/07/1985. Em vista do crescimento do "potencial filantrópico", expresso no trabalho das Ongs e a possibilidade de utilizar oficialmente este "filão" para as causas de interesse público, bem como, de certa forma controlar as inúmeras Ongs, foi promulgada a Lei n°. 9.790, de 23 de março de 1999, que criou e disciplinou as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) que não passam de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, ou seja, Ongs, estas já previstas no Código 12Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Civil como já vimos, mas as OSCIPs passam a ter o reconhecimento oficial de interesse público, possibilitando que recebam incentivos financeiros. Uma Ong, em querendo, pode transformar-se em uma OSCIP. Cooperativas Que é uma Cooperativa? Uma cooperativa é constituída por, pelo menos, 20 pessoas que se unem, voluntariamente, por meio da criação de uma sociedade democrática e coletiva. Diferencia-se dos demais tipos de sociedades por ser, ao mesmo tempo, uma associação de pessoas e também um negócio, no qual os próprios associados são os donos da empresa. Quais são as características de uma Cooperativa? São características da sociedade cooperativa: I – variabilidade, ou dispensa do capital social; II – concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo; III – limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá tomar; IV – intransferibilidade das cotas do capital a terceiros, estranhos à sociedade, ainda que por herança; V – existência de “quorum”, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado; VI – direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação; VII – distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado; VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade. Quais são os princípios de uma cooperativa? São princípios da cooperativa: 13Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro a) criação espontânea; b) independência e autonomia dos cooperados, que se sujeitam apenas aos estatutos; c) objetivo comum e solidariedade; d) autogestão; e) liberdade de filiação e desfiliação; f) transparência nas atividades. Associações Que são associações? Associações são entidades com caráter de pessoa jurídica que não visam a busca de lucros. Quais são os procedimentos para se formar uma associação? Os interessados em fundar uma associação deverão reunir-se em Assembléia Geral, na qual será aprovado o estatuto e eleita a diretoria, provisória ou definitiva, devendo ainda constar da ata, a ser lavrada em livro próprio, os nomes dos fundadores com suas respectivas qualificações. A seguir providenciar a inscrição do estatuto no registro civil das pessoas jurídicas. Que deve conter o estatuto? Segundo a Lei de Registros Públicos, o estatuto deve conter: I. A denominação, o fundo social, quando houver, os fins e a sede da associação ou fundação, bem como o tempo de sua duração; II. O modo pelo qual se administra e representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; III. Se o estatuto, o contrato ou compromisso é reformável, no tocante à administração e de que modo; IV. Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; V. As condições de extinção da pessoa jurídica e nesse caso o destino do seu patrimônio; VI. Os nomes dos fundadores ou instituidores e dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, com indicação da nacionalidade, estado civil e profissão de cada um. Quanto ao item VI, é aconselhável não figurar no estatuto e sim, na ata da Assembléia Geral da fundação da entidade, que será apresentada simultaneamente com o estatuto ao Oficial do Registro, para os devidos fins. É que a diretoria muda periodicamente, enquanto o estatuto é alterado 14Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro vez por outra, havendo caso de não sofrer modificação ao longo de muitos anos. Assim, no caso de ser solicitada ao Cartório cópia reprográfica do estatuto, não haveria o inconveniente de constar dele nomes de membros que já não mais pertencem à diretoria, o que geraria confusão perante bancos, repartições públicas etc. Pode o Oficial do Registro se recusar a inscrever o estatuto? Atendidas as formalidades legais, não há por que o Oficial do Registro deixe de inscrever o estatuto, a menos que o objeto ou circunstâncias indiquem destino ou atividades ilícitos, ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e aos bons costumes, quando então aquele serventuário suscitará dúvida para o juiz a quem estiver subordinado. Poderão ser incluídos no estatuto outros artigos, além dos já mencionados? Sim. Na elaboração do ato constitutivo da associação, não só podem como devem ser incluídos outros artigos para o atendimento de exigências de natureza administrativa, de caráter burocrático. Exemplificando: embora não haja nenhuma exigência de natureza legal, para efeito de registro no cartório competente, a entidade não conseguirá o seu reconhecimento de utilidade pública, nem isenção de impostos ou taxas, se não aditar no seu estatuto: a) que os seus diretores e associados não recebem remuneração de espécie alguma; b) que não distribui lucros, bonificações ou vantagens a seus dirigentes e associados; c) que aplicaa sua renda no país. É mesmo necessário inscrever o estatuto e a ata de constituição em cartório? Sim. O estatuto e a ata de constituição deverão ser inscritos no Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Só assim a entidade passará a ter existência legal. É necessário inscrever a associação em outros órgãos públicos? Sim. A associação precisa inscrever-se na Secretaria da Receita Federal para adquirir o seu numero do CNPJ. Faz-se necessário também o alvará e a inscrição municipal. O alvará que é expedido pela prefeitura da cidade onde a associação se sedia. Caso a associação comercialize mercadorias, será necessário registrar-se junto ao Governo do Estado em que a associação se sediar. 15Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Fundações Que são fundações? São entidades jurídicas sem finalidade lucrativa, destinada à prestação de serviços à coletividade. São criadas por meio da constituição de um patrimônio – por doação ou testamento - que é próprio e independente de indivíduos. Como se originaram as fundações? A origem mais remota das fundações é a dotação instituída para construção e manutenção da Biblioteca de Alexandria, no Egito helenístico. Mais tarde, tornou-se comum com o uso dos fundos de caridade levantados pela Igreja. As primeiras fundações brasileiras foram as Santas Casas de Misericórdia, criadas no período colonial e que visavam a fornecer assistência médica à população. Quais são as principais fundações existentes atualmente no Brasil? Atualmente, o Brasil conta com numerosas fundações sustentadas por contribuições regulares do poder público, como a Fundação Getúlio Vargas (de estudos econômicos) a Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Educativa do Estado de São Paulo), a Fundação Roberto Marinho (visa à solução de problemas educacionais mediante os meios de comunicação) a Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, (desenvolve ações na área da ciência e tecnologia em saúde) a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) responsável pelos censos e índices econômicos oficiais, e muitas outras atividades. Existe alguma formalidade para criação de fundações? Sim. A Legislação Brasileira estabelece normas para criação das fundações, que são regidas por estatutos próprios, aprovados e fiscalizados pela Justiça. d) Porte das Empresas Quanto ao porte, as empresas classificam-se em Grande, Média, Pequena e Microempresa. Os critérios para classificação variam de acordo com os fundos repassadores, legislação e programas específicos. Como é determinado o critério de porte de uma empresa? O critério de porte é determinado pela receita bruta operacional, anual ou anualizada da empresa ou do grupo. 16Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Que é receita bruta operacional anual ou anualizada? É a receita auferida, no ano-calendário, com o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações de conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Se a empresa tiver iniciado suas atividades no próprio ano-calendário, como é determinada a sua receita bruta operacional? Nesta situação os critérios variam da seguinte forma: a) FNE - considera-se uma estimativa de receita operacional bruta, a preços da data-base da análise, baseada na previsão de vendas com a utilização plena da capacidade operacional da empresa; b) FAT - considera-se uma estimativa da receita operacional, bruta, anual, projetada, baseada na previsão de vendas, com a utilização plena da capacidade operacional da empresa; c) BNDES, FINAME, Lei n°. 9.841 e Lei n°. 9.317 – a receita bruta será proporcional ao número de meses em que a empresa houver exercido atividade, desconsiderando-se as frações de mês. A Lei n°. 9.841 de 05/10/1999 instituiu o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, dispondo sobre o tratamento jurídico, diferenciado, simplificado e favorecido, previsto nos arts. 170 e 179 da Constituição Federal. A Lei n°. 9.317, de 05/12/1996, com alterações posteriores, estabelece tratamento tributário simplificado e favorecido das microempresas e das empresas de pequeno porte (Simples) não se aplicando, para este efeito, as normas constantes da Lei n°. 9.841. No caso de grupo econômico, como se estabelece o porte de uma empresa? Quando a empresa for controlada por outra ou pertencer a um grupo econômico, a classificação de porte se dará, considerando-se a receita operacional, bruta, consolidada, do grupo ou agrupamento econômico. 17Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Grande Porte Que é uma empresa de grande porte? Como já vimos, o critério para classificação de uma empresa varia de acordo com os fundos repassadores e programas específicos. Levando-se em conta esse fato, resumimos na seguinte tabela os critérios estabelecidos pelo BNDES e FINAME, FAT e FNE, para conceituar uma empresa de grande porte. ÓRGÃO CRITÉRIO BNDES e FINAME Receita operacional, bruta, anual ou anualizada, superior a R$ 60.000.000,00 FAT Receita operacional, bruta, anual, projetada, superior a R$ 4.000.000,00 FNE Receita operacional, bruta, anual, superior a R$ 35.000.000,00 Médio Porte Que é uma empresa de médio porte? Resumimos na tabela a seguir, o critério estabelecido pelo BNDES e FINAME, FAT e FNE, para conceituar uma empresa de médio porte. ÓRGÃO CRITÉRIO BNDES e FINAME Receita operacional, bruta, anual, ou anualizada, superior a R$ 10.500.000,00 e igual ou inferior a R$ 60.000.000,00 FAT Receita operacional, bruta, anual, projetada, superior a R$ 1.200.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.000.000,00 FNE Receita operacional, bruta, anual, superior a R$ 1.200.000,00 e igual ou inferior a R$ 35.000.000,00 Pequeno Porte Que é uma empresa de pequeno porte? Resumimos na tabela a seguir, o critério estabelecido pelo BNDES e FINAME, FAT, FNE, Lei n°. 9.841 de 05/10/1999 (Estatuto das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e Lei n°. 9.317 (Lei que instituiu o Simples), para conceituar uma empresa de pequeno porte. 18Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro . ÓRGÃO CRITÉRIO BNDES e FINAME Receita operacional, bruta, anual, ou anualizada, superior a R$ 1.200.000,00 e igual ou inferior a R$ 10.500.000,00 FAT Receita operacional, bruta, anual, projetada, superior a R$ 244.000,00 e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 FNE Receita operacional, bruta, anual, superior a R$ 244.000,00 e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 FNE- Exportação Receita operacional, bruta, anual, superior a R$ 720.440,00 e igual ou inferior a R$ 6.303.850,00 Lei n°. 9.841 Receita bruta, anual, superior a R$ 244.000,00 e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 (*) Lei n°. 9.317 Receita bruta, no ano-calendário, superior a R$ 120.000,00 e igual ou inferior a R$ 720.000,00, até 31/12/1998, e igual ou inferior a R$ 1.200.000,00, a partir de 01/01/1999 (alteração dada pela Lei n°. 9.732/1998) (*) Estes valores serão atualizados pelo Poder Executivo com base na variação acumulada pelo IGP-DI, ou por índice oficial que venha a substituí-lo. A Lei n°. 9.841 de 05/10/1999 estabelece em seu artigo 7° que a empresa de pequeno porte deve adotar, em sua razão social, a expressão "empresa de pequeno porte" ou abreviadamente "EPP", após o seu nome. Microempresa Que é uma microempresa? Resumimos na tabela a seguir, o critério estabelecido pelo BNDES e FINAME, FAT, FNE, Lei n°. 9.841 e Lei n°. 9.317, para conceituar uma microempresa. 19Módulo I: Tipos e constituição de pessoasCadastro ÓRGÃO CRITÉRIO BNDES e FINAME Receita operacional, bruta, anual, ou anualizada, igual ou inferior a R$ 1.200.000,00 FAT Receita operacional, bruta, anual, projetada, igual ou inferior a R$ 244.000,00 FNE Receita operacional, bruta, anual, igual ou inferior a R$ 244.000,00 FNE- Exportação Receita operacional, bruta, anual, igual ou inferior a R$ 720.440,00 Lei n°. 9.841 Receita bruta, anual, igual ou inferior a R$ 244.000,00 (*) Lei n°. 9.317 Receita bruta, no ano-calendário, igual ou inferior a R$ 120.000,00. (*) Estes valores serão atualizados pelo Poder Executivo com base na variação acumulada pelo IGP-DI, ou por índice oficial que venha a substituí-lo. A Lei n°. 9.841 de 05/10/1999 estabelece em seu artigo 7°. que a microempresa deve adotar em sua razão social a expressão "microempresa" ou, abreviadamente, "ME", após o seu nome. Existe, nas normas do Banco do Nordeste, alguma referência sobre porte das empresas? Sim. Este assunto é tratado no 2101 - MANUAL AUXILIAR-OPERAÇÕES DE CRÉDITO, em seu TÍTULO 4-CLASSIFICAÇÃO DE MUTUÁRIOS, disponível na intranet. Recomendamos uma leitura deste normativo para maior aprofundamento sobre o assunto. e) Composição Societária/Acionária Patrimônio Líquido Que é Patrimônio Líquido? Entende-se por Patrimônio, o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica. Os bens e direitos constituem os recursos financeiros, como dinheiro em espécie, depósitos bancários, aplicações financeiras, imóveis, veículos etc. As obrigações são representadas pelas contas a pagar, como serviços públicos (água, energia, telefone) salários, obrigações sociais, impostos, aluguéis, dívidas etc. Em resumo, podemos concluir que os bens e direitos são os meios de que as 20Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro pessoas físicas ou jurídicas dispõem para cumprir suas obrigações. Analisando, desta forma, o Patrimônio das pessoas, vamos encontrar três situações distintas: 1. Bens e Direitos = Obrigações 2. Bens e Direitos < Obrigações 3. Bens e Direitos > Obrigações Que caracteriza o primeiro caso? O primeiro caso caracteriza uma situação nula, isto é tudo de que a pessoa dispõe em bens e direitos é o suficiente apenas para pagar suas dívidas, não havendo, portanto, nenhuma sobra ou falta de recursos. Esta situação é apenas teórica, pois, na prática, prevalecem apenas as situações 2 e 3. Que caracteriza o segundo caso? No segundo caso, existe uma situação deficitária, ou seja, todos os bens e direitos da pessoa não são suficientes para pagar suas dívidas. Para as empresas, esta situação é conhecida como “Passivo a Descoberto”. Que caracteriza a terceira situação? A terceira situação caracteriza-se como positiva para a pessoa, pois todos os seus bens e direitos são suficientes para quitar todas as suas dívidas e ainda apresenta um saldo credor em seu favor. Esse saldo credor é denominado de Patrimônio Liquido. Assim, do ponto de vista empresarial, podemos concluir que Patrimônio Líquido é o resultado positivo em favor de uma empresa, se ela utilizasse todos os seus bens e direitos para quitar suas obrigações. Capital Nacional Que é Capital Nacional? Capital: é um dos fatores de produção, formado pela riqueza e que gera renda. Assim, podemos conceituar Capital Nacional como sendo todos os meios de produção de origem brasileira, criados pelo trabalho e que são utilizados para produção de outros bens. 21Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Capital Estrangeiro Que é capital estrangeiro? Consideram-se capital estrangeiro todos os bens, máquinas e equipamentos entrados no Brasil sem dispêndio inicial de divisas e que se destinam à produção de bens ou serviços, assim como os recursos financeiros ou monetários introduzidos no País, para aplicação em atividades econômicas, desde que, em ambas as hipóteses, pertençam a pessoas físicas domiciliadas no Exterior ou pessoas jurídicas sediadas no Exterior. (Lei n° 4131/62 art° 1° ) Como o capital estrangeiro ingressa no Brasil? O capital estrangeiro pode ingressar no Brasil na forma de investimentos diretos ou indiretos e na forma de operações financeiras com o exterior por meio de empréstimos, financiamentos externos ou leasing internacional. A lei n° 4131/62, regulamentada pelo Decreto n° 55762/65, assegura ao capital estrangeiro tratamento jurídico idêntico ao capital nacional sob as mesmas condições, proibindo qualquer forma de discriminação não previstas em lei. (art° 2 da Lei 4131/62 e art° 3 da Emenda Constitucional n° 6/95 que revogou o art° 171 da Constituição Federal, não mais existindo diferença de tratamento entre empresas de capital nacional e empresa de capital estrangeiro). Existe algum controle do capital estrangeiro que ingressa no Brasil? Sim. O sistema brasileiro prevê o registro obrigatório, junto ao BACEN, de investimentos diretos; empréstimos; remessas feitas para exterior como retorno de capital ou transferência de rendimentos para fora do País; reinvestimentos de lucros dos capitais estrangeiros e alterações do capital das empresas. (Lei n°. 4.131/62 art°. 3°.) O certificado de registro é o documento que permitirá a remessa de lucros e/ou dividendos ao exterior na forma de retorno do capital investido ou de ganhos de capital, lucros, dividendos, amortizações, bem como royalties, assistência técnica, em qualquer tempo, desde que sejam observadas as normas aplicáveis a cada caso. 22Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Qual o prazo para requerer o registro de capitais estrangeiros? O prazo para o requerimento do registro de capitais estrangeiros é de trinta dias a partir da data de seu ingresso no País (Lei n° 4.131/ 62 art° 5° e parágrafo 1° do art° 9). Em que moeda deve ser realizado o registro de investimento do capital estrangeirol? O registro de investimento do capital externo deverá ser realizado na moeda efetivamente ingressada no Brasil (Dec. n° 55762/65 art.4) e o de reinvestimento de lucros em moeda nacional e na moeda do país para o qual poderiam ter sido remetidos (Lei n° 4.131/62 art° 4°). O registro obrigatório de capital estrangeiro é muito burocráticol? Sim, no entanto a tendência da política bancária no Brasil é transformar o registro obrigatório em mecanismo menos burocrático, adotando-se a forma de declaração de ingresso de capitais externos, por intermédio de sistema eletrônico do BACEN. Esta prática já vem sendo adotada nos casos de investimentos indiretos (Resolução BACEN n°. 2.337/96). Capital Autorizado Que é Capital Autorizado? Capital Autorizado é o limite estabelecido em valor ou em número de ações pelo qual o Estatuto autoriza o conselho de administração a aumentar o capital social da companhia independentemente de reforma estatutária, dando mais flexibilidade à empresa, o que é particularmente útil em época de expansão, que periodicamente requer novas injeções de capital. A informação do valor do Capital Autorizado é útil e deve ser divulgada nas demonstrações financeiras, podendo ser dada no próprio balanço, na descrição da conta Capital, ou nas Notas Explicativas. Capital Integralizado Que é Capital Integralizado? Por ocasião da constituição de uma sociedade ou aumento de capital, os sócios manifestam sua vontade de adquirir parcelas de capital. Essa manifestação é conhecida como subscrição de capital. O fato de um sócio ter subscrito uma determinada parcela de capital não indica que os recursos ingressaram na empresa; apenas passou a existir uma intenção por parte do mesmo de participar do capital com aporte de recursos. Esta intenção deve ficar registrada na contabilidade da empresa. 23Módulo I: Tipose constituição de pessoas Cadastro Quando o sócio entregar a empresa os recursos referentes ao capital subscrito, estará realizando ou integralizando a sua parcela de capital subscrito. Assim, podemos concluir que Capital Integralizado é o total do capital subscrito, efetivamente integralizado pelos acionistas. O art. 182 da Lei n°. 6.404/76 estabelece que a conta do Capital Social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. Desta forma, a empresa deve ter conta de Capital Subscrito e a conta devedora de Capital a Integralizar, ao passo que o líquido, entre ambas, representará o Capital Realizado ou Integralizado. Tomemos, como exemplo, a seguinte situação: Os sócios da empresa Beta S.A. subscreveram capital no valor de R$ 10.000,00. O sócio A. Pressado integralizou, no dia seguinte, sua parcela no valor de R$ 1.000,00. No balanço, a conta Capital ficará assim representada: CAPITAL SOCIAL .......................... 1.000,00 Capital Subscrito ............................10.000,00 (-) Capital a Integralizar ....................9.000,00 Capital Votante Que é Capital Votante? Como já vimos na Unidade 2 - TIPOS E CONSTITUIÇÃO DE PESSOAS, as Sociedades Anônimas caracterizam-se pela divisão do seu Capital Social em Ações. Que as Ações podem ser Preferenciais ao Portador e Ordinárias Nominativas. Vimos também que dos dois tipos de ações, apenas as Ordinárias Nominativas dão direito a voto nas assembléias. Assim, podemos concluir que Capital Votante é a parcela do Capital Social da Empresa, constituída pelas Ações Ordinárias Nominativas. A pessoa ou grupo de pessoas que possuir mais de 50% desse capital terá o controle acionário da empresa, tendo poder de mando para decidir o seu destino. f) Forma de Tributação As pessoas jurídicas são tributadas de formas diferentes, de acordo com o seu porte e finalidade. Estudaremos, agora, as formas de tributação estabelecidas na legislação brasileira. Nosso objetivo é transmitir conceitos de Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado, Simples, Imunidade/Isenção e Outras formas de tributação. 24Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Lucro Real Que é Lucro Real? É a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais, efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do Livro de Apuração do Lucro Real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais, autorizadas pela legislação do imposto de renda, de acordo com as determinações contidas na Instrução Normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais e infralegais posteriores. Quando deve ser apurado o Lucro Real? Para efeito da incidência do imposto sobre a renda, o lucro real das pessoas jurídicas deve ser apurado na data de encerramento do período de apuração (Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º). O período de apuração encerra-se: a) nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, no caso de apuração trimestral do imposto de renda; b) no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual do imposto de renda; c) na data da extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total de seu acervo líquido; d) na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica. Quem está obrigado ao regime de tributação, com base no lucro real? Estão obrigadas ao regime de tributação, com base no lucro real, em cada ano-calendário: 1) as pessoas jurídicas cuja receita bruta, total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior a R$ 48.000.000,00, ou a R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses da atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 meses. Estas pessoas jurídicas estão obrigadas a apresentar balanço ao fisco federal; 2) instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo BACEN, seguradoras e caixas de previdência privada aberta; 3) as pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda; 25Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro 4) as pessoas jurídicas que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma da legislação vigente; 5) as pessoas jurídicas que tenham lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 6) cuja atividade seja a realização de operações de factoring. Lucro Presumido Que é Lucro Presumido? O lucro presumido é uma forma de tributação simplificada, para determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano- calendário, à apuração do lucro real. O imposto de renda é devido trimestralmente. Como o contribuinte ingressa nesse sistema? A opção pelo regime de tributação, com base no lucro presumido, será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário. A pessoa jurídica que iniciar atividades a partir do segundo trimestre manifestará a opção pelo pagamento da primeira ou única quota do imposto devido, relativa ao período de apuração do início de atividade. A opção pela apuração do imposto de renda, com base no lucro presumido, é irretratável para o ano-calendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 1º). Não poderão optar pelo regime de tributação, com base no lucro presumido, as pessoas jurídicas que exercerem atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF n° 25, de 1999, art. 2°. ). As pessoas jurídicas de que trata o inciso I e III a V do art. 14 da Lei n° 9.718, de 1998, que optarem pelo REFIS - Programa de Recuperação Fiscal, poderão, durante o período em que forem submetidas ao REFIS, adotar o regime de tributação, com base no lucro presumido, a partir de 2000 (MP n° 2.004-3, de 14 de dezembro de 1999, e reedições posteriores). 26Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Se o contribuinte desejar sair desse sistema como deverá proceder? A saída do sistema de tributação pelo lucro presumido será efetuada quando a pessoa jurídica deixar de se enquadrar nas condições para permanecer no sistema. Quem pode optar por essa forma de tributação? Podem optar pela tributação, com base no lucro presumido, as pessoas jurídicas, cuja receita bruta, total, no ano-calendário anterior, seja igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 e que não estejam obrigadas à tributação, com base no lucro real. Estas pessoas jurídicas estão desobrigadas de apresentar balanço ao fisco federal. Lucro Arbitrado Que é Lucro Arbitrado? É uma forma coercitiva de determinação do lucro e do imposto para contribuintes que descumprirem as disposições legais relativas ao Lucro Real e ao Lucro Presumido. Normalmente, é o Fisco que arbitra o lucro da pessoa jurídica, embora o auto-arbitramento seja possível. Quando o imposto será determinado pelo Lucro Arbitrado? O imposto será determinado pelo lucro arbitrado nos seguintes casos: I – Quando o contribuinte, obrigado à tributação, com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras, exigidas pela legislação fiscal; II – Quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetivamovimentação financeira, inclusive bancária; b) determinar o lucro real; III – Quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese de ter optado pelo Lucro Presumido e não mantiver escrituração comercial regular; IV – Quando o contribuinte optar indevidamente pela tributação, com base no Lucro Presumido; 27Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro V – Quando o comissário ou representante da pessoa jurídica, estrangeira, deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior; VI – Quando o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. O contribuinte pode arbitrar o próprio lucro? Sim. O contribuinte pode arbitrar o próprio lucro (auto-arbitramento) mas, apenas quando a receita bruta for conhecida. O auto-atendimento só deve ser utilizado quando a pessoa jurídica tiver perdido livros e/ou documentos imprescindíveis para a opção pelo Lucro Real ou Presumido, pois a tributação, via de regra, é maior. Simples Que é Simples? O Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável às pessoas jurídicas consideradas como Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) nos termos definidos na Lei n°. 9.317, de 05/12/1996, e alterações posteriores, estabelecido em cumprimento ao que determina o disposto no art. 179 da Constituição Federal de 1988. Constitui-se uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por meio da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única base de cálculo, a receita bruta. Quais os atos legais que disciplinam a sistemática do Simples? O Simples foi instituído pela Medida Provisória no 1.526, de 05/11/1996 (D.O.U. de 06/11/1996) posteriormente convertida na Lei n°. 9.317, de 05/12/1996 (DOU de 06/12/1996) sofreu alterações posteriores, a seguir apresentadas: Lei n°. 9.528, de 10/12/1997, DOU de 11/12/1997 (art. 4o); Lei n°. 9.732, de 11/12/1998, DOU de 14/12/1998 (art. 3o); Lei n°. 9.779, de 19/01/1999, DOU de 20/1/1999 (art. 6o); Lei n°. 10.034, de 24/10/2000, DOU de 25/10/2000 (arts.1o e 2o); Lei n°. 10.637, de 30/12/2002, DOU de 31/12/2002 (art. 26); 28Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Medida Provisória n°. 1.990-29 (art. 14), última edição com o n°. 2.189-49, de 23/8/2001, DOU de 24/08/2001 (art.14); Medida Provisória n°. 1.991-15 (art. 40 e art. 47, inciso IV), última com o n°. 2.158-35, de 24/8/2001, DOU de 27/8/2001 (art.40 e 93, IV); Medida Provisória 2.113-30 (art. 57), última edição n°. 2.158-35 (art.57); Medida Provisória n°. 2.158-34, de 27/7/2001, DOU de 28/7/2001 (art.73), última edição n°. 2.158-35, de 24/8/2001, DOU de 27/8/2001 (art.73). Medida Provisória n°. 75, de 24/10/2002, DOU de 28/10/2002 (art.1o). Quais os benefícios concedidos à pessoa jurídica que optar por se inscrever no Simples? A pessoa jurídica que optar por se inscrever no Simples terá os seguintes benefícios: a) tributação com alíquotas mais favorecidas e progressivas, de acordo com a receita bruta auferida; b) recolhimento unificado e centralizado de impostos e contribuições federais, com a utilização de um único Darf (Darf-Simples, instituído pela IN SRF no 67, de 6/12/1996) podendo, inclusive, incluir impostos estaduais e municipais, quando existirem convênios firmados com essa finalidade; c) cálculo simplificado do valor a ser recolhido, apurado com base na aplicação de alíquotas unificadas e progressivas, fixadas em lei, incidentes sobre uma única base, a receita bruta mensal; d) dispensa da obrigatoriedade de escrituração comercial para fins fiscais, desde que mantenha em boa ordem e guarda, enquanto não tiver decorrido o prazo decadencial e não tiverem sido prescritas eventuais ações, os Livros Caixa e Registro de Inventário, e todos os documentos que serviram de base para a escrituração; e) para opções pelo Simples, exercidas até 31/03/1997, parcelamento dos débitos existentes, de responsabilidade da Microempresa ou da Empresa de Pequeno Porte e de seu titular ou sócio, para com a Fazenda Nacional e Seguridade Social, contraídos anteriormente ao ingresso no Simples, relativos a fatos geradores ocorridos até 31/10/1996, em até 72 prestações mensais; f) dispensa a pessoa jurídica do pagamento das contribuições instituídas pela União, destinadas ao Sesc, ao Sesi, ao Senai, ao Senac, ao Sebrae, e seus congêneres, bem assim as relativas ao salário-educação e à Contribuição Sindical Patronal (IN SRF no 250/2002, art.5o § 7o); 29Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro g) dispensa a pessoa jurídica da sujeição à retenção na fonte de tributos e contribuições, por parte dos órgãos da administração federal direta, das autarquias e das fundações federais (Lei no 9.430, de 27/12/1996, art. 60 e IN Conjunta SRF/ST/SFC no 23, de 02/03/2001, art. 18, XI); h) isenção dos rendimentos distribuídos aos sócios e ao titular, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, exceto os que corresponderem a “pro-labore”, aluguéis e serviços prestados, limitado ao saldo do livro caixa, desde que não ultrapasse a Receita Bruta. Quem pode optar pela tributação no âmbito do Simples? Podem optar pela tributação no âmbito do Simples as microempresas e empresas de pequeno porte. Estas empresas estão desobrigadas de apresentar balanço ao fisco federal. Imunidade/ Isenção Muitas pessoas confundem Imunidade Fiscal com Isenção fiscal. Na verdade existe uma grande diferença entre uma e outra, embora tenham finalidades semelhantes: a dispensa do pagamento de Tributos. Que é Imunidade Fiscal? Imunidade Fiscal ou Imunidade Tributária consiste na vedação constitucional da imposição de tributos sobre coisa, negócio, fato ou pessoa. Por ser estabelecida pela Constituição Federal a Imunidade não pode ser cassada por Lei, mas somente por meio de uma emenda constitucional. Quem tem Imunidade Fiscal no Brasil? De acordo com o art. 150-inciso VI da Constituição Brasileira, gozam de imunidade fiscal: a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como suas autarquias e fundações; b) templos de qualquer culto; c) partidos políticos, inclusive suas fundações, entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 30Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. Que é uma entidade sem fins lucrativos? Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superavit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine tal resultado integralmente ao incremento de seu ativo imobilizado. Que é Isenção Fiscal? A isenção fiscal é a dispensa do pagamento de tributos, instituída por lei, podendo ser removida em qualquer tempo, com a simples revogação da lei que a criou. Outras formas de tributação Quem está sujeito à Retenção na Fonte, de impostos? Estão sujeitas à tributação na fonte (em conformidade com as regras estabelecidas para as pessoas físicas) as sociedades civis de prestação de serviços profissionais, relativos ao exercício de profissão legalmenteregulamentada, registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas e constituídas exclusivamente por pessoas físicas domiciliadas no País, como contador, advogado, engenheiro, médico etc. Contudo, as referidas sociedades podem optar pela tributação, segundo as regras estabelecidas para as pessoas jurídicas (lucro real/presumido). Estas pessoas jurídicas estão desobrigadas de apresentar balanço ao fisco federal. f) Grupos Econômicos Conceitos Que são grupos econômicos? Os grupos econômicos são constituídos pelos seguintes componentes: a) pessoas jurídicas que se relacionam mediante participação: - correspondente a, no mínimo, 20% do capital integralizado (no caso de 31Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro sociedade anônima, com direito a voto); - inferior a 20% do capital integralizado (no caso de sociedade anônima, com direito a voto), desde que a participação seja majoritária; b) pessoas jurídicas que tenham em comum sócios e/ou acionistas com participação: - correspondente a, no mínimo, 20% do capital integralizado (no caso de sociedade anônima, com direito a voto); - inferior a 20% do capital integralizado (no caso de sociedade anônima, com direito a voto), desde que a participação seja majoritária; - na direção dos negócios, independentemente do valor da participação no capital integralizado, total, não se considerando para este fim os dirigentes com vínculo empregatício; c) sócios e/ou acionistas que se enquadrem em pelo menos uma das condições estabelecidas no item “b” acima. A União, os Estados e os Municípios, isolados ou em conjunto com as entidades (empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundações) que, direta ou indiretamente, lhes sejam vinculadas, constituem, cada um, por definição, um grupo econômico. Vinculação Como uma pessoa se vincula a um grupo econômico? A pessoa jurídica ou física figurará, necessariamente, como integrante de um único grupo econômico, observando-se, para definir sua vinculação, a seguinte ordem de prioridade: a) a maior participação no capital integralizado com direito a voto; b) a maior participação no capital integralizado total; c) o nível de direção nos negócios da empresa (presidente, superintendente, diretor etc). Holding Que é uma Holding? 32Módulo I: Tipos e constituição de pessoas A Holding é uma empresa que mantém o controle sobre outras empresas mediante a posse majoritária de ações destas. Em geral a holding não produz nenhuma mercadoria ou serviço específicos, destinando-se apenas a centralizar e realizar o trabalho de controle sobre um conjunto de empresas geralmente denominadas subsidiárias. Neste caso, ela é denominada pure holding company ou holding pura. A empresa que, além de operadora, isto é, além de produzir bens e serviços, também controla subsidiárias é denominada holding operating company ou empresa holding operadora. Esta Cadastro forma de organização empresarial, um dos estágios mais avançados da conceituação de capital, permite a uma holding controlar um capital muito maior que o seu, obtendo lucros desproporcionalmente elevados. As multinacionais costumam centralizar o controle de suas subsidiárias espalhadas pelo mundo numa holding instalada no país de origem ou em outro onde a legislação fiscal seja mais branda. Empresa coligada Que é uma empresa coligada? As coligadas são empresas juridicamente independentes, mas cuja direção pertence aos mesmos sócios. Isto ocorre quando o conjunto de sócios detém um percentual de participação suficiente para assegurar o comando da empresa. Empresa controladora Que é uma empresa controladora? O sucesso das empresas depende muito do mercado onde elas atuam. Em razão disto, torna-se necessário que as empresas tenham certo controle sobre esse mercado, garantindo assim o fornecimento estável de matérias-primas e pouca concorrência. Para manter esta estabilidade no mercado, as empresas costumam adquirir ações de outras que, comumente, são suas fornecedoras de matérias-primas ou potenciais concorrentes. Quando uma empresa adquire mais de 50% das ações ordinárias nominativas de outra, ela passa a ter o seu controle acionário e assim pode controlar a sua produção e estratégia de mercado. Concluímos então que, empresa controladora é aquela que detém o controle administrativo de outra, podendo assim influir no seu destino. Empresa controlada Que é uma empresa controlada? Empresa controlada é aquela que possui outra, detendo mais de 50% do seu capital votante, tornado-a sua dependente da controladora. 33Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cadastro Tratamento das Operações de Crédito Qual o tratamento a ser dado às operações de crédito de clientes de um mesmo grupo econômico, no Banco do Nordeste? As operações de crédito de clientes componentes de um mesmo grupo econômico serão conduzidas de acordo com o seguinte: a) as operações de crédito desses clientes serão centralizadas numa só agência do Banco; b) a agência que centralizará os negócios será aquela que jurisdicione o município da sede do cliente de maior expressão no grupo, geralmente o controlador, que poderá ser, não necessariamente, o membro do grupo com maior volume de negócios no Banco. 34Módulo I: Tipos e constituição de pessoas Cliente Consulta 0800-78-3030 clienteconsulta@banconordeste.gov.br www.banconordeste.gov.br 1 Redação: Alcides Araújo Bezerra SUMÁRIO Que é uma Holding? 1. INTRODUÇÃO a) Origem dos Bancos b) Conhecendo os clientes c) O Cadastro de Clientes 2. TIPOS E CONSTITUIÇÃO DE PESSOAS a\) Pessoas Físicas b\) Pessoas Jurídicas - De Direito Público Órgãos Governamentais Atividades Empresariais - De Direito Privado Empresários Sociedades Comerciais Sociedades Civis Organizações Não-governamentais \(Ongs\) Cooperativas Associações Fundações Porte das Empresas Grande Porte Médio Porte Pequeno Porte Receita bruta, no ano-calendário, superior a R$ � Microempresa Composição Societária/Acionária Patrimônio Líquido Capital Nacional Capital Estrangeiro Capital Autorizado Capital Integralizado Capital Votante Forma de Tributação Lucro Real Lucro Presumido Lucro Arbitrado Simples Imunidade/ Isenção Outras formas de tributação f\) Grupos Econômicos Conceitos Vinculação Holding Que é uma Holding? Empresa coligada Que é uma empresa coligada? Empresa controladora Que é uma empresa controladora? Empresa controlada Que é uma empresa controlada? Tratamento das Operações de Crédito
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