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1 UNIFAVIP/DEVRY CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA-FAVIP COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL EDLA MARIA DE LIRA ATOS DE LIMA GOUVEIA JOSÉ OSMAR SILVA RAISSA MACEDO ISABELA LINS NATALIA CRUZ MARIA JULIETHI PATOLOGIAS EM PINTURAS Caruaru 2014 2 Sumário 1. Patologia em pintura ........................................................................................................... 6 1.1. Início desta atividade industrial no Brasil ................................................................ 6 1.2. Tipos ............................................................................................................................. 6 1.3. As vantagens das tintas à base de solvente ................................................................ 6 1.4. As vantagens das tintas à base de água ..................................................................... 6 1.5. Patologias no substrato ............................................................................................... 7 1.5.1. Introdução ........................................................................................................ 7 1.5.2. Alcalinidade ..................................................................................................... 7 1.6. Patologias causadas pela armazenagem .................................................................... 8 1.7. Patologias na aplicação ............................................................................................. 12 1.8. Patologias por agentes externos ............................................................................... 12 1.9. Patologias por equipamentos .................................................................................... 13 1.10. Patologias por reações químicas .......................................................................... 13 2. Tipos de patologia em pinturas ........................................................................................ 13 2.1. Calcinação ou pulverulência .................................................................................... 13 2.1.1. Definição ......................................................................................................... 14 2.1.2. Possíveis Causas ............................................................................................. 14 2.1.3. Prevenção ....................................................................................................... 15 2.1.4. Correção ......................................................................................................... 15 2.2. Descolamento ............................................................................................................. 15 2.2.1. Definição ......................................................................................................... 16 2.2.2. Possíveis causas .............................................................................................. 16 2.2.3. Prevenção ....................................................................................................... 17 2.2.4. Correção ......................................................................................................... 17 2.3. Empolamento ............................................................................................................. 18 2.3.1. Definição ......................................................................................................... 19 2.3.2. Possíveis Causas ............................................................................................. 19 2.3.3. Prevenção ....................................................................................................... 20 2.3.4. Correção ......................................................................................................... 20 2.4. Espumação/crateras .................................................................................................. 20 2.4.1. Definição ......................................................................................................... 21 2.4.2. Possíveis causas .............................................................................................. 21 2.4.3. Prevenção ....................................................................................................... 21 2.4.4. Soluções .......................................................................................................... 21 2.5. Absorção ao manchamento (baixa resistência as manchas) .................................. 22 3 2.5.1. Definição ......................................................................................................... 22 2.5.2. Possíveis causas .............................................................................................. 22 2.5.3. Prevenção ....................................................................................................... 23 2.5.4. Soluções .......................................................................................................... 23 2.6. Baixo poder de cobertura ......................................................................................... 23 2.6.1. Definição ......................................................................................................... 24 2.6.2. Possíveis Causas ............................................................................................. 24 2.6.3. Prevenção ....................................................................................................... 25 2.6.4. Correção ......................................................................................................... 26 2.7. Biodeterioração.......................................................................................................... 26 2.7.1. Imagens .......................................................................................................... 26 2.7.2. Definição ......................................................................................................... 41 2.7.3. Possíveis causas .............................................................................................. 41 2.7.4. Prevenção ....................................................................................................... 42 2.7.5. Correção ......................................................................................................... 44 2.8. Deficiência de ancoragem ......................................................................................... 44 2.8.1. Imagens .......................................................................................................... 44 2.8.2. Definição ......................................................................................................... 45 2.8.3. Possíveis causas .............................................................................................. 45 2.8.4. Prevenção ....................................................................................................... 46 2.8.5. Correção ......................................................................................................... 46 2.9. Amarelamento ........................................................................................................... 46 2.9.1. Definição ......................................................................................................... 47 2.9.2. Possíveis causas .............................................................................................. 47 2.9.3. Prevenção .......................................................................................................47 2.9.4. Correção ......................................................................................................... 47 2.10. Manchamento ........................................................................................................ 48 2.10.1. Definição ......................................................................................................... 48 2.10.2. Possíveis causas .............................................................................................. 48 2.10.3. Prevenção ....................................................................................................... 48 2.10.4. Correção ......................................................................................................... 48 2.11. Fendilhamento ....................................................................................................... 49 2.11.1. Definição ......................................................................................................... 49 2.11.2. Possíveis causas .............................................................................................. 49 2.11.3. Prevenção ....................................................................................................... 49 2.11.4. Correção ......................................................................................................... 50 4 2.12. Saponificação ......................................................................................................... 50 2.12.1. Definição ......................................................................................................... 50 2.12.2. Possíveis causas .............................................................................................. 50 2.12.3. Prevenção ....................................................................................................... 50 2.12.4. Correção ......................................................................................................... 51 2.13. Descamação ............................................................................................................ 52 2.13.1. Definição ......................................................................................................... 52 2.13.2. Possíveis causas .............................................................................................. 52 2.13.3. Prevenção ....................................................................................................... 52 2.13.4. Correção ......................................................................................................... 52 2.14. Bolhas ..................................................................................................................... 53 2.14.1. Definição ......................................................................................................... 53 2.14.2. Possíveis causas .............................................................................................. 53 2.14.3. Prevenção ....................................................................................................... 54 2.14.4. Correção ......................................................................................................... 54 2.15. Eflorescência .......................................................................................................... 55 2.15.1. Definição ......................................................................................................... 55 2.15.2. Possíveis causas .............................................................................................. 55 2.15.3. Prevenção ....................................................................................................... 55 2.15.4. Correção ......................................................................................................... 55 2.16. Lixiviação ............................................................................................................... 56 2.16.1. Definição ......................................................................................................... 56 2.16.2. Possíveis causas .............................................................................................. 56 2.16.3. Prevenção ....................................................................................................... 56 2.16.4. Correção ......................................................................................................... 57 2.17. Mofo ........................................................................................................................ 57 2.17.1. Definição ......................................................................................................... 57 2.17.2. Possíveis causas .............................................................................................. 57 2.17.3. Prevenção ....................................................................................................... 58 2.17.4. Correção ......................................................................................................... 58 2.18. Descascamento ....................................................................................................... 58 2.18.1. Definição ......................................................................................................... 59 2.18.2. Possíveis causas .............................................................................................. 59 2.18.3. Prevenção ....................................................................................................... 59 2.18.4. Correção ......................................................................................................... 60 2.19. Enrugamento ......................................................................................................... 60 5 2.19.1. Definição ......................................................................................................... 61 2.19.2. Possíveis Causas ............................................................................................. 61 2.19.3. Prevenção ....................................................................................................... 62 2.19.4. Correção ......................................................................................................... 62 2.20. Escorrimento de tinta ............................................................................................ 62 2.20.1. Definição ......................................................................................................... 63 2.20.2. Possíveis causas .............................................................................................. 63 2.20.3. Prevenção ....................................................................................................... 63 2.20.4. Correção ......................................................................................................... 63 3. Conclusão ........................................................................................................................... 64 4. Referencias Bibliográfica .................................................................................................. 65 6 1. Patologia em pintura 1.1. Início desta atividade industrial no Brasil A história da indústria de tintas brasileira teve início por volta do ano 1900, quando os pioneiros Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina São Cristóvão, ambos imigrantes alemães, iniciaram suas atividadesna nova pátria e lar. Sucessivamente outras empresas, atraídas pelo novo mercado potencial, começaram a se instalar em nosso País e desenvolver fortemente o setor. 1.2. Tipos Existem duas classificações básicas para tintas: a- À base de óleo ou solventes b- À base de água As denominações citadas espelham a principal diferença entre as duas categorias de tintas, denominada porção líquida, ou veículo da tinta. A porção líquida de uma tinta à base de óleo contém solventes como o mineral spirits. Nas tintas à base de látex. A porção líquida contém água. 1.3. As vantagens das tintas à base de solvente a- Proporciona melhor cobertura na primeira demão; b- Adere melhor a superfícies que não estão muito limpas; c- Tempo de abertura maior (espaço de tempo em que a tinta pode ser aplicada com pincel antes de começar a secar); d- Depois de seca apresenta maior resistência à aderência e a abrasão. 1.4. As vantagens das tintas à base de água a- Melhor flexibilidade em longo prazo; b- Maior resistência a rachaduras e lascas; c- Maior resistência ao amarelecimento, em ares prot4egidas da luz do sol; d- Exala menos cheiro; 7 e- Pode ser limpa com água; f- Não é inflamável. 1.5. Patologias no substrato 1.5.1. Introdução Emboços, rebocos e concreto aparente caracterizam-se por sua alcalinidade, porosidade, fiabilidade e propensão a absorver e reter a umidade. Vamos analisar estas características. 1.5.2. Alcalinidade A maioria dos revestimentos calcários e cimentícios são alcalinos por natureza. Esta alcalinidade é usualmente, derivada da cal no revestimento ou propriamente do concreto aparente pela hidratação do tricálcio. Figura 02: (REAÇÃO QUIMICA). Fonte: Polito Giulliano, 2006. As vezes o álcali é introduzido deliberadamente na forma de cal. Acrescentamos também sais solúveis. Na presença da cal, o sal solúvel produz poderosos hidróxidos álcali metálicos através da simples reação inorgânica. 8 Figura 03: (REAÇÃO QUIMICA). Fonte: Polito Giulliano, 2006. Os hidróxidos álcali metálicos como os de sódio e potássio são bem mais agressivos que os hidróxidos terra alcalinos (como a cal). São exatamente estes álcalis, a fonte de todos os problemas entre os substratos e a pintura com resinas sensíveis aos álcalis. Na presença de umidade, os álcalis atacam rapidamente os grupos éster da resina que estrutura a película das tintas à base de óleo ou as alquídicas simples, quebrando a ligação éster e formando o conhecido sabão. Este processo é conhecido como saponificação ou hidrólise induzida por álcalis. 1.6. Patologias causadas pela armazenagem Os momentos principais das patologias em tinta - É de importante ressaltar que as patologias tem origem em 3 momentos principais: durante a armazenagem da tinta ainda em lata, durante a aplicação ou durante a fase de exposição das superfícies pintadas. Com isso é necessário destacar as patologias durante a armazenagem da tinta. Patologias durante a armazenagem da tinta - Ao serem disponibilizados para o mercado, os materiais de pintura devem ter a qualidade garantida pelo fabricante, mediante um certificado de cumprimento das especificações, decorrente de ensaios de controlo da qualidade. Entre o fabrico e a utilização, decorre um período de armazenagem das tintas, durante o qual podem aparecer diversos defeitos. 1.6.1. Embalagem opada Consiste na formação de gás, durante a armazenagem de produtos de pintura, que provoca a dilatação da lata. Figura 01- Embalagem de tintas Fonte: http://www.psanticorrosao.com.br/images/tintas_inspesao_visual.jpg 9 As Causas são: A temperatura de armazenagem elevada pode provocar aumento de volume do recipiente. Este pode ocorrer por duas razões: pode ser devido a um aumento de pressão por libertação do vapor do solvente; assim também como resultado de uma variação da composição interna da tinta, com a consequente libertação de gases e também por erros no fabrico do produto, nomeadamente misturando constituintes inadequados, que posteriormente podem originar reações químicas inesperadas, com a consequente libertação de gases e aumento de volume da embalagem. As Soluções: Dependendo da causa, a solução para as embalagens opadas passa por um de dois procedimentos: O primeiro procedimento é devolver o produto, substituindo por outro lote e o segundo é adequar as condições de armazenagem, cumprindo as instruções do fabricante. 1.6.2. Espessamento Consiste no aumento na consistência de um produto de pintura, mas não ao ponto de o tornar-se inutilizável. Figura 02 – Passo à passo de um controle de qualidade de tintas: Fonte:http://www.ebah.com.br/content/ABAAABnAQAC/materiais-contrucoes- tintas?part=2 As causas são: Esta situação pode ocorrer em embalagens mal fechadas que, por isso, favorece a evaporação do solvente, provocando um aumento da viscosidade do produto. Assim como 10 também a temperatura de armazenagem desajustada. Existem dois tipos de temperatura onde tem como consequência as causas de patologias, a primeira ocorre em temperaturas elevadas podem aumentar a pressão no interior da lata devido à libertação de vapor do solvente, cuja fuga para o exterior conduz a um aumento de viscosidade e, consequentemente, da consistência; assim como também a segunda ocorre em temperaturas demasiado baixas causam igualmente um aumento de viscosidade do produto, embora por mecanismo diferente, podendo originar alterações irreversíveis no mesmo. A permanência por tempo excessivo em armazém, particularmente no caso das tintas de base aquosa, pode dar origem à formação de aglomerados que aumentam a viscosidade do produto. Suas Soluções: a) Em certo tipo de produtos é possível reduzir a consistência através de uma agitação adequada, até se aproximar da consistência pretendida. b) Corrigir a consistência do produto através da adição de um solvente/diluente apropriado. c) Armazenar a embalagem num local com as condições de temperatura indicadas pelo fabricante, geralmente a cerca de 18 ± 5ºC. 1.6.3. Formação de pele Consiste na formação de uma pele sobre a superfície do produto de pintura, durante a armazenagem em lata. Suas Causas: O deficiente fecho da embalagem pode levar a que, por um lado, haja evaporação do solvente e, por outro lado, possibilita a entrada de oxigénio e humidade, podendo provocar a reticulação. Ambas as situações levam à formação da película superficial. Temperaturas de armazenagem elevadas podem provocar um aumento de pressão por libertação no interior do recipiente e liberta vapor do solvente que, ao sair da embalagem, permite que se forme a película superficial é necessário destacar que está também relacionada com o deficiente fecho das embalagens. Soluções: a) No caso da pele se encontrar na forma de uma película homogénea, que ocupa toda a superfície da embalagem, deve soltar-se essa película junto dos bordos em redor da embalagem e tentar retirá-la por inteiro. b) No caso da pele se encontrar fragmentada, a solução poderá passar por um processo de peneiração ou retirada desses fragmentos separadamente. 1.6.4. Gelificação Consiste na alteração irreversível do estado físico de um produto de pintura, que forma um gel com características impróprias para aplicação. Figura 03 - estocagem de Tintas 11 Fonte: http://dicasetintas.blogspot.com.br/2013/10/cuidados-com-as-latas-de-tintas.html Suas Causas: Embalagens mal fechadas permitem a entradade oxigénio e humidade provenientes do ar, o que pode provocar a gelificação do produto devido a uma reação de reticulação de alguns ligantes. Temperatura de armazenagem demasiado elevada pode desencadear reações de reticulação de alguns ligantes, transformando o produto num gel, assim como também a longa permanência em armazém de alguns tipos de produtos promove reações de auto reticulação lenta dos ligantes, ao longo do tempo, originando produtos gelificados. Soluções: a) Devido à irreversibilidade dos processos químicos que ocorrem no produto, a única solução passa por substituir as embalagens por outras. 1.6.5. Sedimentação consiste na deposição de um resíduo no fundo de uma embalagem de produto de pintura. Um sedimento compacto não pode ser disperso por simples agitação. Figura 04 – Armazenagem de tintas Fonte:http://sustentavelamf.blogspot.com.br/2011/09/armazenagem-de-tinta- solvente.html Causas: 12 Embalagens mal fechadas permitem a entrada de oxigénio e humidade provenientes do ar, que podem provocar a reticulação de alguns ligantes, que por sua vez formam compostos mais pesados, que se depositam no fundo da lata. Temperaturas de armazenagem elevadas podem provocar a evaporação do solvente, aumentando a quantidade de partículas sólidas no fundo da lata. Podem igualmente provocar o início de reações de reticulação de alguns ligantes, originando o depósito de sólidos no fundo, assim como também a permanência em armazém por tempo excessivo favorece a deposição por gravidade de partículas sólidas presentes no produto. Soluções: a) Misturar cuidadosamente o produto dentro da embalagem, de forma a homogeneizar bem a tinta. b) Se for necessário corrigir a consistência da tinta, adicionar solvente e misturar bem. Quando ocorrem reações químicas irreversíveis, é impossível voltar a obter uma tinta homogénea por agitação; nestes casos, a solução passará pela substituição do produto. 1.7. Patologias na aplicação Durante a pintura é evidente a quantidades de patologias decorrentes a má aplicação, seja ela por mão de obra desqualificada, ou por material inadequado, agentes externos, reações químicas indesejadas. A má aplicação da tinta é responsável por uma grande quantidade de patologias, sendo assim é de extrema importância, que seja aplicado por um profissional qualificado, com os devidos equipamentos e com produtos de boa qualidade. 1.8. Patologias por agentes externos Os agentes externos podem ser responsáveis pelo surgimento de patologias nas pinturas, os principais deles são temperaturas, muito altas ou muito baixas, teor de umidade, ocorrência de chuvas, exposição ao Sol e distância do mar, o que propicia a presença de maresia. No que diz respeito a temperatura, espera-se que o procedimento de pintura não seja realizado a temperaturas inferiores a 5º C, pois as temperaturas muito baixas podem dificultar as pinceladas, além de prolongar o tempo de secagem (o que propicia a adesão de partículas de poeira do ar), além da preocupação com as baixas temperaturas, é necessário preocupar-se com as temperaturas muito elevadas, pois as mesmas aceleram a secagem da pintura, o que compromete a durabilidade. 13 No aspecto da umidade, deve-se evitar a realização de pintura quando esta estiver muito baixa, deve-se evitar os períodos chuvosos, principalmente quando tratar-se de pintura externa e quanto as regiões próximas ao mar, deve-se ter um cuidado extra com a ação da maresia. 1.9. Patologias por equipamentos Existem diferentes equipamentos para transferir a tinta da lata para o substrato, que podem incluir desde a simples aplicação por pincéis, trinchas e rolos até aplicações à pistola, que serão descritos em seguida. Todos os métodos de aplicação têm inerentes vantagens e limitações. As superfícies que vão receber os esquemas de pintura devem estar bem secas, limpas e isentas de contaminantes, bem como de restos de tinta velha ou outros resíduos. Os equipamentos e as técnicas que podem ser usadas para obter a limpeza e a rugosidade desejadas para a superfície variam consideravelmente, tendo em conta que superfícies de materiais distintos requerem preparações distintas, uma vez que podem apresentar condições que exigem tratamento específico. Uma vez que a superfície do substrato está devidamente preparada e as condições ambientais estão dentro das tolerâncias especificadas, pode proceder-se à aplicação do esquema de pintura. Para garantir que o resultado final será o desejado, é importante dispor de todos os acessórios necessários, sendo certo que o equipamento de aplicação pode ser ditado pelo tipo de material e pelo tamanho da área a pintar, podendo ainda variar consoante a aplicação seja feita num ambiente interior ou exterior. 1.10. Patologias por reações químicas No que diz respeito às patologias causadas por reações químicas podemos citar como principais e mais comuns fatores a presença de sais de metais alcalinos, de água no substrato, e ainda a combinação desses fatores. Patologias como eflorescência, desagregamento, saponificação, bolhas entre outras são exemplos de patologias causadas por reações químicas. 2. Tipos de patologia em pinturas 2.1. Calcinação ou pulverulência Figura 01: 14 Fonte: Spanza M. Sergio Região – Fachada externa - inúmeras bolhas e reboco/emboço apresentando desplacamento e pulverulencia (esfarelamento / massa podre) em diversas regiões, provocada por umidade percolante (capilaridade) de dentro para fora. 2.1.1. Definição Nada mais é o do que a formação de partículas finas, semelhantes a um pó esbranquiçado, sobre a superfície pintada exposta ao tempo, causando o desbotamento da cor. Ainda que algum desbotamento seja normal, devido ao desgaste natural em excesso pode causar extrema calcinação. 2.1.2. Possíveis Causas A calcinação pode ocorrer por causa do uso de uma tinta de baixa qualidade, e em alta concentração de pigmentação ou através do uso externo de uma tinta indicada para superfícies internas. Um caso especial é a calcinação da tinta epóxi, pois ela possui uma excelente resistência, principalmente à abrasão, confirmado pelo estado interno do corrimão das 15 rampas, área com alto tráfego. O mesmo desempenho não se aplica às intempéries. Fato também confirmado pelos guarda corpos expostos ao tempo. 2.1.3. Prevenção Para minimizar o aparecimento dessa patologia, é indicado utilizar tintas de alta qualidade e seguir as recomendações do fabricante, respeitando o uso de cada tipo de tinta. 2.1.4. Correção As soluções para essa patologia são através da remoção da tinta, usando uma escova de aço, todo e qualquer vestígio de calcinação, enxaguando bem com mangueira ou jato de agua, verificando ainda se existe presença de vestígios, passando a mão sobre a superfície já seca. Sabendo que caso o problema persista, deve-se aplicar um selador base óleo ou látex acrílico e repintar com uma tinta de alta qualidade, indicada para superfícies externas. Se a superfície estiver isenta ou apresenta mínimo sinal de calcinação e a tinta antiga estiver em boas condições não é necessário utilizar o selador. 2.2. Descolamento Figura 03 Fonte: Farinha Braz. Edifício de construção original do Séc. XVII, o qual tem sido pintado periodicamente. A pintura atual apresenta 16 uma deterioração prematura devido a não ser difusora de vapor de água. 2.2.1. Definição O descolamento nada mais é do que a perda de adesão da tinta por penetração de humidade, pelo preparo inadequadodo substrato / ausência deste preparo e pela aplicação em substrato instável. 2.2.2. Possíveis causas A experiência das empresas de pintura e dos laboratórios aponta para duas famílias de problemas: Aqueles causados pela interface do filme com o substrato da aplicação e os outros na própria película da pintura. Seleção inadequada da tinta por conta da exposição imprópria a condições agressivas em relação ao produto selecionado ou por incompatibilidade com o substrato; condições meteorológicas inadequadas por temperatura e/ou umidade muito elevada ou muito baixa ou ventos fortes; ausência de preparação do substrato ou preparo insuficiente. Neste caso a pintura apresenta pulverulência, contaminação em graxa, óleos, sujeiras, bolor, materiais soltos e substrato poroso; substrato que não apresenta estabilidade, como quando a argamassa ou o concreto ainda não curaram, ou quando sua superfície está deteriorada ou friável; umidade excessiva no substrato advinda de infiltração, condensação, ascendente dos pisos ou remanescente da execução da edificação; diluição excessiva da tinta na aplicação e formulação inadequada da tinta. As manifestações podem ocorrer por diversas causas sendo elas a perda de aderência da película; a pulverulências ou descolamentos e a escamação da película. Aplicação prematura da tinta formando película impermeável sobre argamassa insuficientemente curada, com perda de aderência, pulverulência e umidade na interface do filme com o substrato; a aplicação de tinta sobre substrato com elevado teor de sais solúveis em água, que por evaporação e capilaridade, depositam-se na interface do filme com o substrato; assim como também a aplicação de tinta sobre substratos em vias de expansão ou desagregação, magnificado pela alta temperatura e umidade. Aplicação de tinta com baixa resistência a álcalis, como as tintas a óleo ou alquídicas, sobre substrato úmido e alcalino, resultando em perda de aderência e 17 pulverulência; a aplicação de tinta impermeável sobre substrato úmido, cuja umidade condensa e provoca o deslocamento do filme. As possíveis causas dessa patologia é a Infiltração de umidade pelas fissuras, vedações desgastadas ou vazamento proveniente de telhados e muros, o excesso de umidade se infiltrando pelas paredes, a inadequada preparação da superfície, o uso de tinta de baixa qualidade e a aplicação de tinta base óleo sobre uma superfície úmida. 2.2.3. Prevenção Verificar a existência de umidade no substrato, verificar a existência de contaminantes na interface película da pintura com o substrato; verificar as características do substrato e da superfície de aplicação quanto à lisura, porosidade e úmida. Aplicação de tinta em superfície contaminada por sujeira, poeira, óleo, graxa, eflorescência, partículas soltas, desmoldantes, etc.; a aplicação sobre substrato muito poroso, que absorve o veículo, restando apenas os pigmentos e as cargas em forma pulverulenta, assim como também a aplicação da tinta sobre substrato muito liso, tais como superfícies de concreto com desmoldante ou cerâmica vitrificada. As superfícies devem estar suficientemente secas e endurecidas, sem sinais de contaminação e deterioração, remoção de sujeiras efetuada com água. Caso insuficiente, usar solução de fosfato trissódico, lavando bem a seguir; remoção de contaminantes gordurosos com aplicação de solventes à base de hidrocarbonetos, remoção de material eflorescente com escovação de cerdas macias sobre superfície seca, remoção de algas, fungos e bolor com escovação de fios duros e lavagem com solução de fosfato trissódico, lavando bem a seguir; evitar pintura sobre substratos de concreto ou argamassa curados por tempo insuficiente, aplicar tinta que forme película porosa e resistente a álcalis sobre substrato muito úmido, sem condições de secagem, evitar aplicação de tinta em superfície muito lisa. Tratá-las com hidrojateamento, em substratos muito porosos, aplicar tinta de fundo para homogeneizar a superfície. Podem ser usadas tintas de acabamento diluídas, tintas a óleo e alquímicas somente podem ser aplicadas sobre substrato totalmente seco e curados por 60 dias e sobre tinta de fundo resistente à alcalinidade. 2.2.4. Correção 18 As soluções são Identifique e elimine a fonte de umidade, prepare a superfície removendo todo o material comprometido com uma raspadeira ou escova de aço, em seguida, lixe bem o local e sele o substrato se for de madeira por fim repinte com tinta acrílica de alta qualidade para garantir melhor adesão e maior resistência à umidade. 2.3. Empolamento Imagem 2.4-a Imagem 2.4-b 19 2.3.1. Definição É a deformação convexa em uma película, causada pelo descolamento de uma ou mais camadas constituintes de uma película, dando origem a relevos arredondados, em forma de bolha. 2.3.2. Possíveis Causas a. Condições ambientais desfavoráveis à aplicação, humidade em excesso no substrato e temperaturas baixas. b. Temperatura ambiente elevada na aplicação, ou exposição direta ao sol, provocando uma secagem rápida da parte superficial da camada em relação ao seu interior, mantendo-se esta parte húmida. Mais tarde, quando essa humidade, proveniente do solvente se libertar, pode originar as bolhas localizadas. c. Infiltrações devido a defeitos de construção, que provocam retenção de humidade em excesso na base de aplicação. Defeitos de construção que podem ser fissuras, remates incipientes, parapeitos sem rasgo lacrimal para drenagem, etc. d. Desrespeito pelos tempos de secagem entre demãos, que pode fazer com que os solventes da camada interior, se escapem, originado as bolhas localizadas, na nova camada. e. Camadas espessas. Este fato pode provocar uma secagem superficial rápida em relação ao interior, levando à retenção de solvente, que mais tarde, quando se libertar, pode originar as bolhas localizadas. f. Camada de base contaminada com partículas de origem salina, ou aditivos e solventes residuais de produtos usados. A presença destes, entre camadas poderá fazer com que apareçam as bolhas formadas por soluções aquosas diluídas, como resultado do fenómeno de osmose. g. Incompatibilidades químicas entre base de aplicação e produto a aplicar, reagindo entre si e dando origem a libertações gasosas, que por sua vez provocam a formação das bolhas. h. Metodologia ou equipamentos desadequados para o tipo de material a pintar ou para o produto a usar. 20 2.3.3. Prevenção a. Evitar efetua pintura em dias frios e/ou chuvosos, em temperaturas demasiada elevada (dias quentes); b. O substrato não deve conter ter defeitos de construção; c. Seguir as recomendações do fabricante; d. Sempre utilizar equipamentos, e que esses sejam manuseado por profissionais qualificados; e. Antes de fazer a pintura, certificasse que o substrato estar limpo; 2.3.4. Correção Em função da maior ou menor extensão e intensidade do empolamento, a solução poderá passar por efetuar a lixagem ou escovagem ou por executar a remoção total ou parcial do revestimento. Após verificação do grau de degradação da base, e se for necessário (apresentar fissuras, fendas, podridão, etc.) deverá proceder-se à sua reparação e preparação da superfície. Realizar a repintura, aplicando métodos adequados e produtos quimicamente compatíveis seguindo as indicações dos fabricantes, e respeitando criteriosamente os tempos de secagem entre demãos. 2.4. Espumação/crateras Imagem 2.1-a 21 2.4.1. Definição Formação de bolhas de ar resultantes em depressõescôncavas (crateras) em função do seu rompimento durante a formação do filme. Causada por excessiva homogeneização mecânica, aplicação rápida com rolo, substrato excessivamente poroso. Surgem do rompimento de bolhas causadas pela espumação. 2.4.2. Possíveis causas a. Uso de uma tinta de baixa qualidade ou muito velha; b. Aplicação muito rápida da tinta, especialmente com rolo; c. Uso de rolo com comprimento de pêlo não adequado; d. Passar muitas vezes o rolo ou o pincel sobre o mesmo lugar; e. Tinta alto ou semi brilho sobre uma superfície porosa. f. Agitação da lata de tinta parcialmente cheia. 2.4.3. Prevenção a. Utilizar tinta de alta qualidade e caso for utilizar tintas velha testa-las antes; b. Fazer a aplicação da tinta com velocidade adequada, especialmente com rolo; c. Utilizar equipamentos adequado para casa tipo de pintura; d. Não passar o rolo ou pincel repetidas vezes no mesmo lugar; e. Caso for utilizar tinta alto ou semi brilho sobre uma superfície porosa, aplicar antes um selador. f. Cuidado com a lata de tinta pois se for agitada estando cheia, pode provocar bolhas de ar e consequentemente, a formação de patologia. 2.4.4. Soluções a. Evite passar o rolo ou o pincel várias vezes no mesmo local; b. Evite tinta que tenha sido fabricada há mais de um ano; 22 c. Ao pintar uma superfície com tinta alto ou semi brilho, use sempre um rolo de pêlo curto; d. Todas as tintas espumam durante a aplicação, entretanto, tintas de alta qualidade são formuladas para que as bolhas se rompam enquanto a tinta ainda esteja úmida, proporcionando perfeito fluxo e aparência. e. Antes de pintar uma superfície porosa, aplique um selador; f. Prepare adequadamente a superfície antes de aplicar a tinta. 2.5. Absorção ao manchamento (baixa resistência as manchas) Imagem 3.1-a 2.5.1. Definição A tinta não apresenta resistência contra ao acúmulo de sujeiras e manchas. 2.5.2. Possíveis causas a. Uso de tinta de baixa qualidade que seja muito porosa; b. Aplicação de tintas em uma superfície que não tenha sido selada. 23 2.5.3. Prevenção a. Utilizar tinta de alta qualidade; b. Aplicar selador antes de efetuar a pintura. 2.5.4. Soluções a. Tintas base água de alta qualidade contêm mais emulsão, ingredientes que ajuda a evitar com que as machas penetrem na superfície pintada. Com isso, a sujeira pode ser removida com facilidade. b. Superfícies novas, que tenham sido seladas, proporcionam formação do filme em uma espessura correta, oferecendo fácil remoção de manchas. 2.6. Baixo poder de cobertura Imagem 4.1-a 24 Imagem 4.1-b 2.6.1. Definição A superfície, mesmo pintada, não encobre totalmente a camada subjacente. É quando se aplica várias demãos de tinta e a pintura ou fundo ainda pode ser visto, dando um aspecto manchado. 2.6.2. Possíveis Causas a. Excesso de diluição – uma das causas mais comuns é a diluição excessiva, ou seja, quando se adiciona uma quantidade de diluente bem maior que a recomendada pelo fabricante; b. Devido à cor do fundo - Quando a tonalidade de fundo é muito forte; nesses casos há dificuldade de cobertura, cores amareladas, avermelhadas ou com pigmento magenta - Cores preparadas com concentrados a base de pigmentos orgânicos (amarelo, vermelho e magenta) necessitam de um número maior de demãos, devido à natureza e performance desses pigmentos. 25 c. Número insuficiente de demãos - Algumas tonalidades e produtos exigem um número maior de demãos. d. Devido à homogeneização - Utilização de instrumento cilíndrico para homogeneização ou falta de homogeneização do produto antes de aplicar. e. Devido ao tipo de superfície - Superfícies muito absorventes (reboco novo, massa corrida, gesso). f. Quando da utilização de equipamentos inadequados - O acessório de pintura é fundamental para a cobertura da tinta. A utilização de rolo de pêlo alto nas tintas acrílicas base água prejudica o fechamento do filme da tinta. g. Uso de uma tinta de baixa qualidade. 2.6.3. Prevenção a. Não diluir em excesso, sempre respeitar as informações e aplicações de acordo com as instruções contidas nas embalagens. b. A superfície, mesmo pintada, não encobre totalmente a camada subjacente. É quando se aplica várias demãos de tinta e a pintura ou fundo ainda pode ser visto, dando um aspecto manchado. Devemos aplicar prévia de tinta branca, ou número maior de demãos. Uma boa ideia é misturar a cor branca com a cor desejada para aplicação da primeira demão; c. Homogeneizar a tinta com ferramenta retangular até o produto alcançar uma boa consistência. Homogeneizar bem antes de diluir, isso facilita a incorporação da água ou solvente na tinta na hora da diluição. d. Se o produto já foi aplicado, serão necessárias mais demãos, se ainda não foi aplicado, aplicar previamente o fundo para a superfície, conforme indicado na embalagem. e. Utilizar rolo de pêlo baixo e pincéis em bom estado. Em caso de dúvidas, entre em contato com o fornecedor do acessório de pintura para identificar a melhor ferramenta para a aplicação desejada. f. Use sempre tintas de alta qualidade, pois proporcionam um melhor escoamento e poder de cobertura; 26 g. Se o substrato for muito escuro ou estiver com papel de parede, utilize um selador antes da aplicação da tinta; h. Siga as recomendações do fabricante quanto a taxa de espalhamento. 2.6.4. Correção Se o produto já foi aplicado, serão necessárias mais demãos, aplicar previamente o fundo para a superfície, conforme indicado na embalagem. Lembre-se de sempre seguir as recomendações do fabricante, respeitar o tempo de secagem de cada demão, respeitar o limite de espessura do filme. Caso ainda não for satisfatório recomenda-se remover o filme e fazer uma pintura com selador, depois fazer a pintura com a tinta selecionada onde a primeira demão seja misturada com tinta branca, se o resultado não for o esperado, é recomendável que seja trocado a tinta por uma que contenha maior quantidade de pigmentos. 2.7. Biodeterioração 2.7.1. Imagens Imagem 5.1-a 27 Imagem 5.1-b Imagem 5.1-c 28 Imagem 5.1-d Imagem 5.1-e 29 Imagem 5.1-f Imagem 5.1-g 30 Imagem 5.1-h Imagem 5.1-i 31 Imagem 5.1-j Imagem 5.1-l 32 Imagem 5.1-m Imagem 5.1-n 33 Imagem 5.1-o Imagem 5.1-p 34 Imagem 5.1-q Imagem 5.1-r Fachada sul com tinta atacada por algas (cor rosa) e fungos (cor preta ou cinza). Caminhos gerados por macrorganismos que comeram o biofilme. 35 Imagem 5.1-s Tinta pêssego atacada por fungos e algas na fachada sul. Imagem 5.1-t 36 Imagem 5.1-u Prédio sujo por crescimentos microbianos escuros (algas e fungos) que florescem muito bem em condições quentes, úmidas e molhadas, característica das regiões temperadas, bem como nos trópicos e áreas subtropicais. 37 Imagem 5.1-v Cordoalha de cobre do para raios é lixiviada pela chuva liberando partículas que impedem contaminação do substrato. Imagem 5.1-x Contaminação do muro é impedida pela ação da pingadeira, indicada pela mão, reduzindo muito a umidade e por consequência a proliferação de fungos.38 Imagem 5.1-z Bactérias, algas, cianobactérias e fungos são os principais organismos envolvidos. Imagem 5.1-a1 Imagem 5.1-b1 39 Imagem 5.1-c1 Imagem 5.1-d1 40 Imagem 5.1-e1 Imagem 5.1-f1 41 2.7.2. Definição Qualquer mudança nas propriedades de um material causada pela atividade vital de organismos é chamada de biodeterioração. 2.7.3. Possíveis causas Na sua forma mais simples, as tintas látex compreendem: a. Ligante; b. Pigmentos; c. Cargas; d. Aditivos; e. Solvente. O ligante produz o filme ao secar por coalescência e é constituído normalmente a base de acetato vinílico, cloreto de vinila, acrilato, ou emulsão de polímeros estirênicos. O pigmento confere a cor, podendo ser de origem inorgânica ou orgânica. As cargas são de origem mineral e conferem massa ao sistema, ocupando os vazios. Tintas látex contem normalmente surfactantes, modificadores de reologia como éteres celulósicos, e extensores-argila ou carbonatos de cálcio (ALLSOPP; SEAL; GAYLARDE, 2004). Muitas destas matérias primas são nutrientes para a proliferação de fungos e de cianobactérias que causam desfiguração de pinturas externas, inclusive em regiões de clima temperado e principalmente nas regiões tropicais, onde o problema é mais grave (SATO, VITTORINO, AGOPYAN, UEMOTO, JOHN, 1995). Mas as Algas e liquens são fotossintetizantes e não dependem dos constituintes do substrato para se nutrirem de carbono crescendo sob ação de luz direta. Os danos causados às superfícies pelas algas são controversos, acredita-se que ácidos orgânicos excretados tenham efeito corrosivo. Normalmente liquens sucedem as algas na cadeia biológica. No início do crescimento as algas e liquens podem ser confundidos com sujeira e o crescimento de liquens pode ser confundido com fungos e algas (UEMOTO, AGOPYAN, BRAZOLIN, 1995). A textura e a rugosidade do substrato podem influenciar na retenção de partículas e na permeabilidade determinando o teor de umidade absorvida e retida pelo substrato. A redução da permeabilidade evitaria a retenção de umidade, mas não permitiria a troca gasosa necessária. 42 O pH do substrato é também determinante na seleção dos organismos que irão colonizá-lo. As pinturas com maior capacidade de penetração de água apresentam também maior retenção de sujeira e menor resistência a biodeterioração. Quanto maior o teor de resina maior resistência a penetração de água, e maior é também a resistência à retenção de sujeira. Quanto menor o teor de resina maior será a permeabilidade ao vapor de água pelo filme de tinta seco. Na coexistência destas propriedades opostas, contempladas na formulação da tinta, reside o melhor desempenho da pintura quanto aos agentes biológicos, pois permite a eliminação da umidade de dentro para fora e permite somente a penetração da água sob a forma de vapor (UEMOTO, 2007). Esporos fúngicos e bactérias (vivos e mortos) Resíduos biológicos, incluindo fragmentos e insetos, fezes, substâncias voláteis de material de construção, poeira, outras matérias particuladas, Ácaros proliferam em condições de pouca ventilação, e podem desencadear alguns tipos de ataques asmáticos e rinite alérgica. Sistemas de ar- condicionado podem se tornar fontes de microrganismos, ocasionando doenças e alergias. 2.7.4. Prevenção a. Boa manutenção –Limpeza física; b. Tratamento químico – uso de biocidas: substâncias tóxicas usadas para inibir ou matar organismos indesejados, classificados como herbicidas (incluindo algicidas), bactericidas e fungicidas, não sendo específicos – cada um é usualmente ativo contra uma variedade de organismos. O biocida ideal mata todos os organismos alvo sem efeito sobre outros organismos, sem afetar o material a ser protegido, nem o meio ambiente, sem causar alergias, irritação ou outras doenças em humanos ou animais, ser eficiente sob diferentes condições e barato. i. Naturalmente, este produto ideal não existe! ii. Hipoclorito (descolorante) – agente oxidante que também produz descoloração; iii. Álcool – pouco eficiente; iv. Óxido de etileno – gás para tratar materiais sensíveis – caro; v. Organoclorados – persistentes no ambiente (recalcitrantes); vi. Metais pesados (cobre, chumbo) – as vezes persistentes. 43 c. Tratamentos alternativos – controle biológico, congelamento, remoção d. de oxigênio, irradiação, radiação gama e calor. e. Tintas protegem e decoram. Elas podem ser à base de água ou solventes e isto afeta sua susceptibilidade à biodeterioração. Tintas à base de solventes são mais resistentes, mas também têm efeitos ambientais adversos e estão sendo substituídas no mundo moderno. f. Microrganismos presentes em superfícies externas pintadas são: i. Bactérias, incluindo actinomicetos; ii. Fungos; iii. Algas; iv. Cianobactérias; v. Protozoários Fungos e bactérias são mais importantes em superfícies internas. Cianobactérias e algas são importantes em estrutura externas. g. Fungos causam: i. Ataque químico (produção de ácido); ii. Ataque físico (penetração por filamentos fúngicos); iii. Mudanças de coloração por fungos pigmentados. Os principais contaminantes fúngicos de filmes de tinta incluem: i. Cladosporium ii. Aureobasidium iii. Epicoccum iv. Alternaria Todos estes são pigmentados escuros e alguns podem causar alergias quando seus esporos são liberados no ar. 2.7.4.1. Prevenção a. Limpeza (com biocida?) b. Incorporação do biocida na tinta; c. Biocidas para proteção da tinta em lata; d. Biocidas para proteção de filmes (pinturas) Fungicidas & algicidas (mais que bactericidas) são ditos mais importantes para a proteção de filmes de tinta. 44 e. Nova abordagem pode mostrar que os microrganismos também podem proteger os materiais através da formação de uma camada superficial de carbonato de cálcio-biocalcificação. É possível reduzir a permeabilidade, dificultando a biodeterioração, através da formação de uma camada de carbonato de cálcio, induzida por microrganismos, dentro da estrutura de poros da superfície de materiais cimentícios. Esta nova técnica já foi utilizada na França para a restauração de edifícios históricos. No Brasil, os pesquisadores da Poli-USP estão estudando, em parceria com cientistas do exterior, a aplicação desta tecnologia pela primeira vez em fibrocimento, para proteger as telhas da ação dos microrganismos e reduzir o escurecimento superficial por fungos. 2.7.5. Correção a. Tratamento de limpeza – exemplo utilizado em repintura de um prédio: i. 2% hipoclorito por 15min; ii. Jato de água de alta pressão (1600 psi); iii. Este tratamento reduziu a carga fúngica em 96% e removeu quase todos os fotótrofos, tornamdo a pintura subsequente mais eficiente. b. Tintas auto-limpantes fachadas externas: i. Extremamente hidrorepelente; ii. Resistente a sujeira; iii. Resistência extra a fungos, mofos e algas; iv. Permite a passagem de vapor de água; v. Base água, resina acrílica e silicone; vi. Efeito Lotus é desenvolvido após 30 dias, melhorando ao longo do tempo; vii. Baixos teores de VOC, 90 g/Litro; viii. Em utilização há 9 anos na Alemanha, com bom desempenho; ix. Tempo de trabalho em aberto 20 minutos. 2.8. Deficiência de ancoragem 2.8.1. Imagens 45 Imagem 6.1 Imagem 6.2 2.8.2. Definição Tinta se solta e desplaca do substrato em grandes ou pequenas áreas, podendo ou não afetar mais de uma camada. 2.8.3. Possíveis causas46 a. Preparação defeituosa da superfície; b. Mesclas de produtos de marcas diferentes; c. Eleição incorreta do sistema de pintura; d. Massas e primers inadequados; e. Presença de graxa, óleos, ceras, silicone, resíduos de lixamento, resíduos de polimento; f. Limpeza inadequada da superfície a ser pintada; g. Lixamento insuficiente ou inexistente; h. Uso de diluente não recomendado para a linha; i. Não cumprimento dos tempos de secagem (em caso de vernizes, aplicação sobre a base ressecada). 2.8.4. Prevenção 1. Verificar o tipo de substrato a ser pintado; 2. Não utilizar produtos de marcas diferentes; 3. Não utilizar sistemas incompatíveis; 4. Realizar limpeza cuidadosa com produtos recomendados; 5. Verificar tipo de grana de lixa recomendada; 6. Cuidar com o número de demãos aplicadas, muitas demãos podem acarretar em falta de aderência. 2.8.5. Correção Lixar e limpar cuidadosamente o substrato. Eliminar as camadas de pintura soltas e reaplicar o sistema observando a compatibilidade entre produtos. 2.9. Amarelamento Imagem 6.3 – Amarelamento em pós- pintura de gesso 47 FONTE: Fórum da casa 2.9.1. Definição A patologia amarelamento é definida como um tipo de mancha que pode ser encontrada em pós-pintura de revestimentos em gesso. 2.9.2. Possíveis causas Estudos realizados sobre o fenômeno apresentam várias possibilidades hipotéticas para seu surgimento, ou seja, nada comprovado cientificamente. Esse amarelamento surge através de manchas, uma das hipóteses é a má qualidade na execução do serviço, sabemos que para um bom resultado é preciso aplicar os produtos corretamente. 2.9.3. Prevenção Para controlar essa patologia a indústria de tintas, desenvolveu algumas técnicas, uma delas é a aplicação de isolantes para esse amarelamento, de base alquídica (reação de álcools polihidricos, como os glicols e a glicerina, adicionando-se ácidos orgânicos como o maleic e o sebaic- como aglomerante) esse tipo de tinta pode ser removida com água e sabão ainda molhada, seu aperfeiçoamento trouxe a vantagem do não amarelamento e de grande percentual de carga, que formará um filme pouco permeável entre o emboço ou placas pré-moldadas de gesso e o sistema pintura. Vale salientar que uma de suas desvantagens é que esse sistema preventivo/corretivo apresenta maior complexidade e alto custo, é de base orgânica apresentando forte odor em sua aplicação. Lembrando que o amarelamento é um tipo de patologia gerado na falha entre o filme pintura e o substrato. 2.9.4. Correção O modo para a execução do trabalho de reparo é dado da seguinte maneira: lixar o local corretamente, aplicar tinta esmalte branco fosco sobre as manchas, a mesma forma uma película protetora e após isso refazer toda a pintura. As utilizações de tintas à base de óleo não são boas escolhas em se tratando de ambientes internos, pois estão mais vulneráveis ao amarelamento. 48 2.10. Manchamento Imagem 6.4 – Manchamento em parede FONTE: Breitbach. A.M. 2.10.1. Definição Definida como a deficiência de apresentar resistência contra o acúmulo de sujeiras e manchas. Podem ocorrer em revestimentos argamassados, madeiras e estruturas metálicas. 2.10.2. Possíveis causas Ocasionada devido à homogeneização inadequada, ou através de equipamentos ou superfícies contaminadas com algum agente agressor, respingos de solvente até mesmo a água, a má formulação da mesma, ou seja, utilização de tinta de baixa qualidade e muito porosa e aplicar a tinta em uma superfície que não tenha sido selada, promovendo uma impermeabilização. 2.10.3. Prevenção Dentre os métodos preventivos pode ser citados: A utilização de tintas a base de água de alta qualidade, que proporcionam a limpeza da superfície e superfícies novas que sejam utilizados algum tipo de pintura selante(impermeabilizante). Vale ressaltar que a patologia eflorescência também é considerada um tipo de macha. 2.10.4. Correção As correções dessa patologia devem ocorrer da seguinte maneira: É necessária a limpeza da superfície com uma solução de água com 10% de amoníaco ou com algum tipo de detergente com base dessa substância. Caso a mancha persista, refazer a pintura e se desejado aplicar uma demão de fundo preparador para paredes e por consequência fazer o acabamento. 49 Em estudos realizados, observou-se que em estruturas de concreto expostas a ambientes marítimos, com cobrimento de argamassa e pintura, apresentaram manchas avermelhadas nas regiões das armaduras, ocasionadas pelo cobrimento deficiente das mesmas, assim como manchas brancas ocasionadas pela lixiviação dos sais solúveis (eflorescência). Com isso conclui-se que regiões de grandes agressividades devem apresentar um sistema de pintura próprio assim com a importância das manutenções nas peças. 2.11. Fendilhamento Imagem 6.5 – Fendilhamento em pintura FONTE: INSPECOAT Inspeções e Consultoria Técnica LTDA 2.11.1. Definição Esse tipo de patologia é definido como a falha que o sistema pintura apresenta em movimentar-se conforme o substrato, formando fissuras, estas por sua vez, chega a atingir o substrato. Essas fissuras são portas de entrada para agentes agressivos, gerando outros tipos de patologia. 2.11.2. Possíveis causas A ocorrência dessa patologia pode se dá devido às variações de temperaturas, assim como da umidade relativa do ar, de uma espessura muito grossa da pintura, defeito de formulação e má qualidade de mão de obra, assim como em pinturas velhas. 2.11.3. Prevenção 50 Uma boa forma de prevenir esse tipo de patologia é utilizar tintas à base de água, pois as mesmas apresentam resistência a fissuras e trincas. 2.11.4. Correção Já no que diz respeito a correções, podem ser destacados alguns procedimentos, como: controlar a espessura de película úmida, reformular a tinta a ser utilizada e caso a patologia tenha atingido altos níveis deve ser removida toda a pintura e ser feita novamente. 2.12. Saponificação 2.12.1. Definição É a destruição da camada de tinta látex causada pela excessiva alcalinidade de certos tipos de superfícies. Este problema é agravado pela presença de umidade no substrato. O processo de saponificação caracteriza-se pelo aparecimento de manchas na superfície pintada (frequentemente provoca descascamento ou destruição da tinta PVA) ou pelo retardamento indefinido da secagem de tintas à base de resinas alquídicas (esmaltes e tintas a óleo). 2.12.2. Possíveis causas A saponificação é causada pela alcalinidade natural da cal e do cimento que compõe o reboco. Essa alcalinidade, na presença de certo grau de umidade, reage com a acidez característica de alguns tipos de resina. De maneira que a alcalinidade da construção permanece tão alta a ponto de afetar a integridade do filme formado sobre a superfície. 2.12.3. Prevenção Para evitar esse problema, recomenda-se que antes de pintar o reboco, aguarde até que o mesmo esteja seco e curado, o que demora cerca de 28 dias. 51 2.12.4. Correção Para corrigir a saponificação em tinta látex, recomenda-se raspar, escovar ou lixar a superfície, eliminando as partes soltas ou mal aderidas. Após isso, aplica-se uma demão de fundo preparador de paredes e em seguida o acabamento. A correção de saponificação em pintura alquídica (esmalte sintético e tinta a óleo) é feita de forma a remover totalmente a tinta mediante lavagem com solventes, raspando e lixando.Às vezes, pela dificuldade em remover esse tipo de tinta, costuma-se aquecer a pintura com um maçarico até que esta estoure, raspando-se em seguida, ainda quente (este procedimento somente é aconselhável quando executado por profissionais experientes). Em seguida, aplicar uma demão de fundo preparador para paredes e aplicar acabamento. Figura 1 – Saponificação FONTE: Lar das Tintas 52 2.13. Descamação 2.13.1. Definição Ruptura na pintura causada pelo desgaste natural do tempo, levando ao total comprometimento da superfície. No estado inicial o problema se apresenta como uma fina fissura e em seguida, poderá progredir até que comece haver o processo de descamação da tinta. 2.13.2. Possíveis causas Fatores como, baixa adesão e flexibilidade da tinta, diluição exagerada e falhas na preparação da superfície provavelmente provocarão o fenômeno de descamação. 2.13.3. Prevenção A correta aplicação do acabamento e ainda garantir a qualidade dos materiais envolvidos no processo, poderá evitar o aparecimento de bolhas. 2.13.4. Correção Para correção da superfície em que ocorreu a descamação é necessário remover todos os fragmentos de tinta existentes com uma raspadeira ou escova de aço e lixar a superfície. No caso de as rupturas ocorrerem também nas camadas mais profundas, o uso de uma massa corrida pode se fazer necessário. Quando a descamação ocorrer em superfícies de madeira bruta deverá ser usado um selador antes da nova pintura. Figura 2 – Descamação 53 FONTE: Pajoriteia 2.14. Bolhas 2.14.1. Definição Esse problema, geralmente é resultante de perda localizada de adesão e levantamento do filme da superfície. 2.14.2. Possíveis causas O aparecimento de bolhas pode se dar devido à umidade na superfície, no caso aplicação de massa corrida PVA em paredes externas, ou mesmo internas, mas que tenham contato com água interna. Deve-se ainda a poeiras que possivelmente não foram removidas da superfície, inclusive sobre massa corrida, após ser lixada. Mais um caso de formação de bolhas acontece quando a nova tinta aplicada umedece a película de tinta anterior (de qualidade inferior), causando a sua dilatação. A nova tinta, ao infiltrar na antiga, poderá causar bolhas em sua superfície. Uma outra hipótese é a aplicação de tinta base óleo ou alquídica sobre uma superfície úmida ou mesmo molhada. 54 2.14.3. Prevenção Para prevenir o surgimento de bolhas deve-se aguardar o tempo de cura referido, eliminar o pó de lixamento e calcinação de possíveis pinturas antigas. Verificar ainda se a superfície a ser pintada não apresenta infiltrações ou vazamentos, se as fundações foram devidamente impermeabilizadas e se não estão em contato direto com o solo. Em seguida, aplicar massa e seladores PVA somente em interiores e remover mecanicamente excessos de camadas de tintas antes de pintar. E uma dica bastante relevante é não pintar em condições extremas, como alta umidade com baixa temperatura, sol incidente com alta temperatura, neblina ou chuvas esparsas. 2.14.4. Correção Dependendo do tamanho das bolhas, essas poderão baixar por meio de um exaustor, caso isso não ocorra, a correção deverá ser feita através da remoção/raspagem das partes afetadas. Após isso, recomenda-se aplicar uma demão de algum tipo de fundo reparador de parede, corrigir as imperfeições com massa corrida e aplicar a tinta. Figura 3 – Bolhas FONTE: Tintas Renner 55 2.15. Eflorescência 2.15.1. Definição Manchas esbranquiçadas que surgem nas superfícies pintadas, a patologia pode ocorrer em pisos, paredes ou tetos, e independe da tonalidade da tinta utilizada. 2.15.2. Possíveis causas A Eflorescência está relacionada a liberação de água, na forma de vapor, necessária à cura da superfície que receberá a pintura, pois durante a secagem são arrastados do interior para a superfície, materiais alcalinos solúveis que quando em contato com a umidade provocam a descoloração da tinta. Também pode ser provocada por uma preparação da superfície inadequada, é o que ocorre quando, por exemplo, eflorescências anteriores não são completamente removidas. 2.15.3. Prevenção A fim de evitar o surgimento de Eflorescências nas paredes, para o caso de argamassas novas, estas não devem ser finalizadas em períodos inferiores a 28 dias, além disso, é importante certificar-se a respeito da não existência de poeira ou água na superfície (a não existência de poeira e/ou água na superfície, pode evitar o surgimento de outras patologias, além das eflorescências). Sugere-se também a observação da presença de infiltrações e correção destas, caso ocorram. 2.15.4. Correção O procedimento indicado para reparo de pintura, no caso de Eflorescência deve ocorrer seguindo uma ordem adequada, antes de iniciar o procedimento deve-se verificar se há presença de infiltrações na superfície, caso haja o problema deve ser solucionado antes que se inicie o procedimento para solução da Eflorescência em si, caso não haja infiltração ou com essa já resolvida, deve-se raspar e escovar a área afetada (em alguns casos pode ser necessário refazer o reboco, se for o caso, deve-se aguardar a nova cura, que leva 28 dias), lixar e limpar com um pano úmido toda a superfície, a fim de remover o pó, em seguida, aplica-se uma demão de Fundo Preparador de Paredes e finaliza-se com a repintura do acabamento escolhido. 56 Figura 1 - Eflorescência em Pintura Fonte: Concreto Tintas 2.16. Lixiviação 2.16.1. Definição A patologia Lixiviação representa a extração de componentes presentes nas tintas devido a ação de fluidos. 2.16.2. Possíveis causas A lixiviação está relacionada ao carregamento de substâncias sólidas presentes nas tintas pelos fluidos atuantes na pintura, a exemplo disso tem-se a água proveniente das chuvas sendo capaz de, antes da formação do filme da pintura ou com o filme cedendo a ação da água (permitindo que a água abra espaços para a penetração, o que acarreta na formação de canais por onde os componentes solúveis serão lixiviados), concentrar os componentes surfactantes das tintas látex que se solidificarão após a evaporação da água. 2.16.3. Prevenção A fim de evitar o fenômeno da Lixiviação há algumas medidas que podem ser adotadas, a principal delas é respeitar o tempo necessário para a formação do filme, pois o tempo de secagem da película tem relação inversa com a capacidade de absorção de água e alguns componentes só são libertados depois da formação do filme. Pode-se ainda evitar o excesso de umidade e a aplicação das tintas sob baixas temperaturas. 57 2.16.4. Correção Dificilmente poderá ser realizada a manutenção no caso da patologia de Lixiviação, para esses casos o procedimento indicado é a remoção da pintura existente na qual o fenômeno manifestou-se, seguida de uma repintura. 2.17. Mofo Figura - Mofo em Pintura Fonte: E agora, como faz? 2.17.1. Definição Surgimento de manchas ou pontos pretos, cinzas, verdes ou marrons sobre a superfície pintada causadas por fungos, também pode ser chamado de bolor. 2.17.2. Possíveis causas O mofo pode surgir devido a uma infinidade de fatores, mas de forma geral, manifestam-se em áreas com pouca ou nenhuma iluminação natural, ou com umidade elevada, a exemplo de cozinhas e áreas molhadas (banheiro e lavanderia). Também é possível o surgimentode mofo devido a utilização de materiais a base de óleo ou a base de água, mas com baixa qualidade, além disso o mofo pode reaparecer sobre camada de tinta na qual não tenha sido completamente removido anteriormente. 58 2.17.3. Prevenção A melhor forma de tratamento para o mofo é a prevenção, deve-se favorecer a iluminação e a ventilação do ambiente. Um procedimento importante no combate ao mofo é a impermeabilização dos ambientes, uma vez que o mofo ocorre em regiões úmidas, principalmente cozinhas e banheiros, uma vez que são áreas com muita água e/ou vapor. Há disponível no mercado uma grande variedade de tintas classificadas como antimofo, estas podem ser uma aliada na prevenção ou utilizada também na solução do problema. 2.17.4. Correção Apenas pintar a área sobre o mofo não é capaz de resolver o problema, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, esse procedimento é apenas estético e o mofo poderá ser visto novamente em pouco tempo. Para solucionar o problema com o mofo, primeiro é necessário identificar e tratar a área na qual ele se originou, para o tratamento existem diversos produtos no mercado intitulados tira mofo, além de inúmeras soluções caseiras. É importante ainda verificar a existência de infiltrações ou vazamentos e corrigi- las, caso haja, já que favorecem a formação de mofo. Após a total retirada do mofo, é importante que se retire tudo ou irá se proliferar novamente e muito rapidamente, deve-se prosseguir com o acabamento escolhido, seguindo as especificações para cada tipo. 2.18. Descascamento Figura 1-Descascamento 59 2.18.1. Definição Descascamento do filme de tinta do substrato, parcial ou totalmente. Consiste na perda de aderência entre a película e o substrato ou entre demãos. 2.18.2. Possíveis causas a. Superfície mal preparada, contaminada com gorduras ou partículas sólidas soltas; b. Pintura sobre superfície aquecida; c. Reação da tinta com o substrato em compostos solúveis em água; d. Contaminação da superfície a ser pintada após a limpeza; e. Rugosidade inadequada (pouca rugosidade); f. Incompatibilidade entre tintas; g. Falta de observação dos intervalos para repintura, especialmente em tintas bicomponentes; h. Contaminação da superfície entre demãos; i. Uso de tintas inadequadas para determinados tipos de substratos (peças: alumínio, fibra, etc.); j. Aplicação de tinta sobre superfície úmida; k. Aplicação de tinta sobre superfícies que contenham partes soltas e caiação; l. Aplicação tintas sobre reboco sem a cura adequada de 30 dias; m. Má aderência da tinta, devido à diluição incorreta; n. Superfície calcinada, que não tenha sido preparada adequadamente; o. Sobre superfícies que não tenham eliminado totalmente o pó. 2.18.3. Prevenção a. Prevenção quando a pintura foi executada sobre caiação. A aderência da cal sobre a superfície não é boa, constituindo camada cheia de pó. Portanto qualquer tinta aplicada sobre caiação está sujeita a descascar-se rapidamente. Para que isso não ocorra, antes de pintar sobre caiação, elimine as partes soltas ou mal aderidas, raspando ou escovando a superfície. Depois, aplique uma demão de fundo preparador para paredes, diluído com aguarrás na proporção. 60 b. Prevenção quando a pintura foi executada sobre o reboco. O descascamento pode ocorrer quando, na primeira pintura sobre reboco, a primeira demão não foi bem diluída, ou havia excesso de poeira na superfície. Neste caso quando se desejar aplicar a tinta diretamente sobre o reboco, a primeira demão deve ser bem diluída de acordo com as instruções do fabricantes. 2.18.4. Correção a. Após secar, lixar as partes afetadas removendo as imperfeições, buscando nivelar a superfície e repintar conforme especificação técnica; b. Melhorar a limpeza superficial; c. Controlar o perfil de rugosidade; d. Eliminar partículas sólidas soltas; e. Medir a temperatura do substrato; f. Rever possíveis pontos de contaminação durante o manuseio da peça; g. Ajustar a viscosidade de maneira a garantir a tensão superficial baixa pra uma completa umectação da superfície; h. Nunca usar tintas sobre superfícies aquecidas acima de 52º C; i. Utilizar outra tinta adequada a superfície ou promotor de aderência. 2.19. Enrugamento Figura 2.a- Enrugamento Figura 2.b- Enrugamento 61 Figura 2.c-Enrugamento 2.19.1. Definição Presença de micro rugas na superfície ou encolhimento da película de tinta aplicada em parte ou em toda a superfície, parecida com um tecido amassado. 2.19.2. Possíveis Causas a. Pode ser decorrente de aplicações de películas muito espessas, ou seja, aplicação excessiva de produto seja em uma demão ou sucessivas demãos; b. Uso de diluentes não recomendados; c. Secagem superficial muito rápida; d. Não atendimento dos intervalos entre demãos; e. Aplicação de tintas epóxis ou PU sobre tintas sintéticas; 62 f. Pintura realizada em condições extremas de calor ou frio. Isso faz com que a camada mais externa do filme seque mais rápido, enquanto que a camada de baixo ainda permaneça úmida; g. Expor uma superfície que não esteja totalmente seca a muita umidade; h. Aplicação de camada de tinta, sem que, o selador esteja totalmente seco. i. Pintura sobre superfície suja ou engordurada; 2.19.3. Prevenção a. Esperar um tempo maior entre as demãos; b. Nunca aplicar camadas grossas de tinta; c. Ficar atento à temperatura da superfície: se estiver alta, espere até resfriar. 2.19.4. Correção a. Remover toda a tinta aplicada através de espátula e/ou escova de aço e removedor apropriado; b. Limpar toda a superfície com Aguarrás, a fim de eliminar vestígios de removedor. c. Deixar secar pelo menos 24 horas e repintar. d. Aplicar espessura recomendada conforme boletim técnico/etiqueta; e. Diluir corretamente; f. Evitar a aplicação de tintas epóxis e PU sobre tintas sintéticas. 2.20. Escorrimento de tinta Figura 3-Escorrimento 63 2.20.1. Definição Em superfícies verticais as tintas tendem, por ação da gravidade, a se deslocar enquanto líquidas, em forma de onda ou gotas até a parte inferior. 2.20.2. Possíveis causas a. Inabilidade do pintor; b. Excesso de diluição da tinta; c. Película de tinta muito grossa (excesso de camada); d. Uso de diluentes não recomendados; e. Não observância dos intervalos entre demãos; f. Homogeneização deficiente; g. Produto não adequado para aplicação na vertical e aplicado em espessuras altas; h. Aplicação da tinta sob condições de frio ou umidade. 2.20.3. Prevenção a. Na pintura espalhe muito bem a tinta no sentido de evitar camadas grossas; b. As tintas devem ter características de viscosidade e de reologia adequadas para evitar o escorrimento e possibilitar um bom nivelamento; c. Usar o diluente e a diluição, recomendados pelo fabricante. 2.20.4. Correção a. Após secar, lixar as partes afetadas removendo as imperfeições, buscando nivelar a superfície e repintar conforme especificação técnica; b. Se a tinta ainda estiver úmida, passe o rolo novamente sobre o local a fim de uniformizar a superfície; c. Treinamento do Pintor; d. Acertar a viscosidade conforme orientação do fabricante; e. Aplicar espessuras recomendadas de filme úmido conforme boletim técnico; 64 f. Usar diluente recomendado conforme boletim técnico/etiqueta; g. Respeitar intervalos recomendados entre demãos; h. Misturar
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