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Patologia de pintura

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1 
 
Principais Sistemas de Pinturas e suas Patologias 
 
Autor: Giulliano Polito 
 
1. A HISTORIA DA TINTA 
 
Pintar significa proteger e embelezar. É necessário assegurar que as qualidades da tinta 
permanecerão firmes e aderidas ao substrato mantendo por um determinado tempo, as propriedades 
essenciais. Esta mesma preocupação deverá ser direcionada à preparação das superfícies a serem 
pintadas. Sem o que tudo estará comprometido. Por fim, dever-se-á exigir profissionais com 
qualidade, experiência e, porque não, equipamentos modernos. 
A história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da humanidade. O 
ser humano na pré-história, possuidor de limitados recursos verbais para transmitir suas experiências, 
viu-se obrigado a desenvolver alternativas que complementassem sua comunicação e que perpetuasse 
a informação. 
 
1.1. A corna pré-história 
 
Descobertas atuais demonstram que as gravuras encontradas em cavernas remetem ao último 
Período Glacial. Os nossos ancestrais perceberam que certos produtos, como o sangue por exemplo, 
uma vez espalhado nas rochas deixavam marcas que não desapareciam. Logo estes materiais 
começaram a ser utilizados para transmitir informações. Com a necessidade de aumentar a 
durabilidade das pinturas e diversificar as cores, as chamadas pinturas rupestres passaram a utilizar 
óxidos naturais, presumivelmente abundantes junto à superfície do solo naquele tempo, como os 
ocres e vermelhos. 
Para que fosse possível "pintar" era necessário um ligante que pudesse fixar os pigmentos à 
superfície conferindo alguma durabilidade. A solução foi misturá-los ao sebo ou seiva vegetal. 
Com o aprimoramento da competência artesanal, ainda no período glacial, começaram a surgir 
as primeiras ferramentas e equipamentos auxiliares para executar as pinturas, bem como para 
manufaturar as matérias-primas utilizadas na preparação das tintas. 
Depois disso, durante milhares de anos, pouco se acrescentou às descobertas iniciais. A história 
começa a registrar novidades quando várias civilizações surgem do longo período de maturação da 
mente humana. 
 
1.2. Egito 
 
Durante o período de 8000 a 5800 a.C. surgiram, desenvolvidos pelos egípcios, os primeiros 
pigmentos sintéticos. Estes pigmentos eram derivados de compostos de cálcio, alumínio, silício e 
cobre, razão pela qual possuíam grande gama de azuis, como o até hoje utilizado Azul do Egito. 
Além do desenvolvimento de pigmentos baseados em materiais minerais também foram 
desenvolvidos os de origem orgânica. 
Os produtos usados como ligantes incluíam goma arábica, albumina de ovo, cera de abelha entre 
outros. 
 
1.3. Grécia e Roma 
 
Gregos e romanos utilizavam pigmentos como os egípcios, tendo desenvolvido grande 
variedade de pigmentos minerais, derivados de chumbo, zinco, ferro e orgânicos; derivados de ossos. 
Assim como no Egito, os bálsamos naturais eram utilizados como proteção para navios, revestindo os 
cascos. 
Neste período da história são relatados usos de ferramentas como espátulas e trinchas. 
2 
 
 
1.4. A pintura no Oriente 
 
Os orientais utilizavam diversos materiais orgânicos e minerais para suas pinturas. 
Os chineses e japoneses preparavam materiais para decoração de suas porcelanas, sendo que os 
indianos e persas faziam uso de trinchas e elementos de corte para executar a pintura. 
Ainda neste período os maiores desenvolvimentos se davam em função do uso decorativo da 
pintura, sem grande importância ao aspecto de conservação. 
 
1.5. As Américas 
 
Os índios das Américas, especialmente no que hoje conhecemos como América do Norte, 
faziam uso de vários materiais de origem vegetal nas suas pinturas e em seus cosméticos, além dos 
minerais retirados de rios e lagos. 
Os nativos da América do Sul utilizavam penas de pássaros para a confecção de seus 
apetrechos de pintura. Neste período, algumas pinturas já possuíam boa durabilidade. 
 
1.6. Idade Média 
 
Neste período surgem os primeiros registros da utilização de vernizes como proteção para 
superfícies. 
Estes materiais eram preparados a partir do cozimento de óleos naturais e adição de alguns 
ligantes. 
 
1.7. O impulso da Revolução Industrial 
 
Assim como em outros setores industriais, foi durante o período da Revolução Industrial que a 
indústria de tintas e vernizes se desenvolveu com maior rapidez. 
O copal e o âmbar eram as resinas mais comumente utilizadas. 
As primeiras indústrias surgiram na Inglaterra, França, Alemanha e Áustria. 
As fórmulas eram tratadas sob sigilo absoluto, e tidas como uma informação de poucos 
privilegiados. 
 
1.8. Novos desenvolvimentos 
 
Durante o século XX, a indústria de tintas passou por grande evolução tecnológica, o que gerou 
o aparecimento de novos materiais, cada vez mais adequados ao usuário. 
Os desenvolvimentos também trouxeram produtos de maior resistência, garantindo longevidade 
às superfícies tratadas. 
 
1.9. Início desta atividade industrial no Brasil 
 
A história da indústria de tintas brasileira teve início por volta do ano 1900, quando os 
pioneiros Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina São 
Cristóvão, ambos imigrantes alemães, iniciaram suas atividades na nova pátria e lar. Sucessivamente 
outras empresas, atraídas pelo novo mercado potencial, começaram a se instalar em nosso País e 
desenvolver fortemente o setor. 
 
 
2. TIPOS DE TINTAS 
Existem duas classificações básicas para tintas: 
3 
 
 
 À base de óleo ou solventes 
 À base de água 
As denominações citadas espelham a principal diferença entre as duas categorias de tintas, 
denominada porção líquida, ou veículo da tinta. A porção líquida de uma tinta à base de óleo 
contém solventes como o mineral spirits. Nas tintas à base de látex. A porção líquida contém água. 
 
2.1. As vantagens das tintas a base de solvente são: 
 
 Proporciona melhor cobertura na primeira demão 
 Adere melhor a superfícies que não estão muito limpas 
 Tempo de abertura maior (espaço de tempo em que a tinta pode ser aplicada com pincel antes de 
começar a secar) 
 Depois de seca apresenta maior resistência à aderência e a abrasão 
 
2.2. As vantagens das tintas à base de água são: 
 
 Melhor flexibilidade em longo prazo 
 Maior resistência a rachaduras e lascas 
 Maior resistência ao amarelecimento, em ares prot4egidas da luz do sol 
 Exala menos cheiro 
 Pode ser limpa com água 
 Não é inflamável 
 
Tabela comparativa da performanceara avaliação de tintas de qualidade 
 ÓLEO LÁTEX 
 
Durabilidade 
Adesão excelente. Oferecem elhor adesão que as 
de látex quando pintadas sobre superfícies 
padronizadas 
Adesão excelente em todo tipo de superfícies, oferecendo 
melhor elasticidade que as tintas à base de óleo 
Retenção de cor 
Não são melhores que as látex. A película pode se 
degradar em 
contato com o sol 
Grande resistência contra a deterioração da película, 
quando exposta à luz solar. 
Facilidade de 
aplicação 
São mais difíceis de aplicar, pois é Mais pesada. 
No entanto, com apenas uma demão, oferecem 
maior 
cobertra 
 
São mais fáceis de aplicar 
Resistência ao 
mofo 
Sendo formadas á base de óleos vegetais, 
fornecem nutrientes para o crescimento ou 
desenvolvimento do 
mofo. 
Oferecem poucas condições ao crescimento de colônias de 
mofo. O uso de fungicidas inibe o crescimento do 
mofo. 
 
 
 
 
Versabilidade 
Podem ser aplicadas na maioria das 
superfícies,menos em superfícies cujo 
aglomerante seja o cimento portland, como 
concreto, emboços e rebocos tradicionais.Dever-
se-á aplicar um protetor penetrante para isolar a 
superfície. Não podem ser aplicadas diretamente 
sobre superfícies galvanizadas 
 
 
 
Podem ser aplicadas praticamente sobre todo tipo de 
superfície. Sugere-se usar primer antes 
 
Limpeza 
Só é possível com solventes derivados de 
petróleo, como xilol, 
toluol e etc. 
 
Lavam-se apenas com água 
Tempo de 
secagem 
de 8 a 24 horas 1 a 6 horas, permitindo repintura 
 
4 
 
2.3. Tintas à base de óleo 
 
As tintas à base de óleo têm boa cobertura (característica da tinta de cobrir ou mudar a 
superfície original) e adesão ao substrato aplicado. Por outro lado, em aplicações externas, algumas 
destas tintas tendem a oxidar, fazendo com que a película, com o passar do tempo torne-se 
quebradiça, ocorrendo diversas linhas de trincas e fissuras. Em aplicações internas, costuma ocorrer o 
amarelamento e, às vezes, pequenos desplacamentos da película. Estas tintas são mais difíceis de 
aplicação que as formuladas com látex, demorando de 8 a 24 horas para proceder a secagem da 
película aplicada. 
Não devem ser aplicadas sobre superfícies com características alcalinas e, mais 
especificamente, sobre aquelas que não se apresentem totalmente curadas. Também não devem ser 
aplicadas diretamente sobre superfícies metálicas galvanizadas. Em ambos os casos há esta contra 
indicação devido ao fato de que, desta forma, haverá a saponificação do filme. 
 
2.4. Tintas base água 
 
As tintas base água dividem-se em acrílicas e copolímero de acetato de vinila (PVA). 
 
2.4.1. Tintas à base de PVA 
 
As tintas à base de PVA oferecem mais qualidades para fins externos que as tintas à base de 
óleo, já que apresentam maior variedade de cores, retenção do brilho, melhor resistência a surgência 
de fissuras, à radiação UV e ao desenvolvimento de mofo. 
 
2.4.2. Tintas à base de Acrílico 
 
As tintas de acrílico de fórmula pura oferece em relação ao látex maior resistência: 
 
 Ao amolecimento por gordura 
 Ao descascamento 
 À formação de bolhas 
 Ao crescimento de algas e fungos 
 À formação de manchas por água, mostarda, molho de tomate, café 
 Aos produtos de limpeza doméstica 
 Manutenção de cor 
 Adesão em condições úmidas 
 
A qualidade das tintas à base de látex para utilização externa, hoje, é inquestionável, 
Particularmente aquelas formuladas com resinas 100% acrílicas, já que seu filme mantém a 
flexibilidade por anos. 
 
3. COMPONENTES 
 
Todas as tintas são compostas por quatro componentes básicos, que darão efeitos particulares 
em suas performances, desconsiderando o fato de serem à base de solvente ou água. Os componentes 
são: O pigmento, a resina, a porção líquida e os aditivos. Os três últimos formam o veículo da tinta. 
 
3.1. Pigmento 
 
5 
 
São materiais insolúveis, geralmente com grande finura, sendo sintéticos ou naturais, que dão 
cor e poder de cobertura à tinta. O dióxido de titânio, pigmento branco, é o mais empregado na 
formulação das tintas, é um dos ingredientes que melhora a qualidade da tinta, garantindo alto poder 
de cobertura, alvura, durabilidade, brilho e opacidade.. Os “extenders” ou “cargas” também são 
pigmentos, inertes como o carbonato de cálcio, silicatos de magnésio e de alumínio, sílica, etc., que 
são adicionados às tintas de modo a dar volume, sem acrescentar praticamente nada em seu custo. 
 
Os pigmentos podem ser divididos em Orgânicos e inorgânicos.Os inorgânicos são todos os 
pigmentos brancos e cargas e uma grande faixa de pigmentos coloridos, sintéticos ou naturais. Os 
orgânicos são substâncias corantes insolúveis e normalmente não tem características ou funções 
anticorrosivas. Uma dos aspectos mais importantes a se observar, é sua durabilidade ou propriedade 
de permanência sem alteração de cor. 
 
3.2. Resina 
 
É um material ligante ou aglomerante, normalmente um polímero, normalmente um polímero, 
não volátil, também chamado de “veículo sólido” que fixa, junta e faz aderir as partículas do 
pigmento, dando integridade à película de pintura. Propriedades da tinta como dureza, resistência à 
abrasão, resistência aos álcalis e adesão são governadas basicamente pela resina. 
Quando a pintura é aplicada e seca, seu poder de aderência à superfície deve-se à resina que, 
dependendo do tipo e quantidade adicionada à formulação da tinta será fundamental para dar 
resistência ou retenção de cor, brilho, flexibilidade ao filme e, finalmente, durabilidade. Deduz-se, 
portanto, que uma tinta com pouca ou nenhuma resina terá uma performance deficiente e, por fim 
uma durabilidade extremamente baixa. A caiação é uma tinta que , essencialmente, não contém 
resina. 
 
As tintas compostas de solventes podem ser formuladas com resinas sintéticas ou naturais. É 
interessante ressaltar que mais de 90% das tintas a base de solvente usam resinas alquídicas (reação 
de álcools polihidricos, como os glicols e a glicerina, adicionando-se ácidos orgânicos como o maleic 
e o sebaic) como aglomerante. Este aglomerante, explicando de outra maneira, é composto por 
resinas modificadas com óleos vegetais, como o de linhaça e de tungue que secam rapidamente e 
formam uma película dura, diferentemente dos óleos vegetais e resinas sintéticas. Estas tintas não 
devem ser aplicadas diretamente sobre paredes ou superfícies alcalinas, a não ser que se aplique um 
isolante resistente aos álcalis. De outra forma, ocorrerá a saponificação do veículo. Nas tintas à base 
d´água, a resina é essencialmente sintética, sendo que a acrílica ( ou 100% acrílica) e a vinil acrílica( 
também chamada acetato de polivinil ou PVA) são mais comuns. Já é de conhecimento geral que as 
tintas formadas com 100% de resina acrílica promovem melhor adesão à superfície e dão maior 
durabilidade que as tintas vinil acrílicas, particularmente em superfícies alcalinas ( existem tiras de 
papel e lápis que medem o PH da superfície) 
 
 
3.3. Porção líquida ou volátil ( solvente) 
 
Com diferentes funções, dependendo do tipo da tinta, mantém os pigmentos e as resinas 
dispersas ou dissolvidas em um estado fluido ou com baixa viscosidade, tornando a tinta fácil de 
aplicar. Após a aplicação da tinta, a porção líquida evapora totalmente e deixa atrás uma película de 
pigmentos estruturada com a resina. Normalmente não reagem com os constituintes da tinta. 
A porção volátil mais freqüente nas tintas à base de óleo são: a trupentina (solvente destilado 
do pinheiro) e os derivados do petróleo como xilol, toluol, etc., que dissolvem a resina. 
São os produtos que tem a capacidade de dissolver outros materiais sem alterar suas 
propriedades químicas. O resultado dessa interação é denominado solubilização. Os solventes são, 
via de regra, voláteis e na sua maioria inflamáveis. Eles estão presentes nas tintas com duas 
6 
 
finalidades. 
 
 Solubilizar a resina 
 Conferir viscosidade adequada à aplicação 
 
A solubilização da resina é necessária para que haja um melhor contato da tinta com o 
substrato, favorecendo a aderência. A utilização de solventes inadequados, que não tenham poder de 
solvência sobre a resina, pode causar problemas nas tintas, como a coagulação ou precipitação da 
resina, perda de brilho, diminuição da resistência à água. 
 
Normalmente, são utilizados composições de solventes com diferentes pontos de ebulição, de 
maneira que os solventes “ mais leves” formam a película logo após a aplicação, evitando o 
escorrimento, e os “ mais pesados” possibilitam a correção de imperfeições como marcas de pincel 
e crateras. 
 
Características gerais: 
 
 Incolores 
 Voláteis, sem formação de resíduos 
Quimicamente estáveis, não se alterando no armazenamento 
 Neutros (não devem reagir com os demais componentes da tinta) 
 Inodoros ou de odor fraco ou agradável 
 Estáveis, com propriedades físicas constantes. 
 
Os solventes mais amplamente utilizados são : 
 
 Hidrocarbonetos alifáticos (poder de solvência e volatilidade baixo devido seu alto peso 
molecular) e aromáticos (forte poder de solvência e odor. São eles: benzeno, tolueno, etc.). São 
muito utilizados devido ao seu custo relativamente baixo e indicação para a maioria das resinas. 
 Oxigenados: Caracterizado genericamente por ser hidrosolúveis. São eles: Álcoois, ésteres, 
cetonas e os glicóis. 
 
Limites de tolerância. 
 
A água é o único solvente absolutamente sem perigo como, porém, muitas substâncias não se 
dissolvem na água, houve na segunda guerra um extraordinário desenvolvimento do uso de solventes 
orgânicos. 
Entre eles alguns são poucos nocivos, como o etanol e a acetona. Outros como o benzeno, o 
dissulfeto de carbono e o sulfato de dimetila, são extremamente perigosos. Em função do perigo 
potencial que eles representam os higienistas fixaram limites de tolerância diária, os quais não devem 
ser ultrapassados em locais de trabalho. Estes limites estão definidos nas NRs. 
 
Nas tintas à base de látex, a porção líquida principal é a água, que não dissolve a resina, 
mantendo-a apenas dispersada, funcionando como um diluente. Além da água, nas tintas à base de 
látex, são usados outros solventes coalescentes que aderem à resina, amolecendo-a, fazendo com que 
a tinta sofra uma secagem mais rápida. 
 
3.4. Aditivo 
 
Combinam-se aos componentes primários, de modo a incrementar a performance da tinta. Os 
aditivos variam, de preservativos (que impedem que a tinta estrague ao ser estocada na prateleira) aos 
7 
 
fungicidas (que evitam o crescimento de colônias de mofo na superfície da película aplicada). As 
sílicas garantem a homogeneidade do revestimento, evitando o surgimento de fissuras e outros tipos 
de deformação, seus principais benefícios são: alto poder de fosqueamento, alta porosidade, 
consistência, fácil dispersão e qualidade de filme, proporcionando excelente resistência a riscos e 
manchas. O glicol também entra na composição das tintas com a função de impedir que, após a 
aplicação o filme seque rapidamente. 
 
Os modificadores reológicos são uma outra linha de aditivos usado nas tintas à base de látex, 
coma função de melhorar suas propriedades de aplicação e a aparência do produto final, fazendo com 
que o sistema tenha boa fluidez ou espalhamento, interferindo eficazmente na cobertura da pintura e, 
principalmente, em sua durabilidade. 
 
Quanto ao mecanismo de atuação, os aditivos dividem-se em: 
 
 Aditivos de cinética 
o Secantes 
o Catalisadores 
o Antipeles 
 
 Aditivos de Reologia 
o Espessantes 
o Niveladores 
o Antiescorrimento 
 
 Aditivos de processo 
o Surfactantes 
 
 Aditivos de preservação 
o Biocidas 
o Estabilizantes de ultravioleta 
 
 
4. QUALIDADE 
 
Ao variar a quantidade e o tipo de resina, pigmento, porção, líquida e aditivos, podem criar uma 
vasta variedade de tintas. O teor de sólidos, o conteúdo de pigmentos e a qualidade de óxido de 
titânio são os três indicadores da qualidade de uma tinta. 
Quanto maior a porcentagem de sólidos em volume, não em peso, na tinta; maior espessura da 
película, considerando-se uma determinada taxa de espalhamento. Esta vantagem, simplesmente 
traduz-se em uma melhor cobertura e, obviamente, em uma verdadeira proteção da superfície, 
significando, no fim das contas, durabilidade. 
Por exemplo, as tintas comuns à base de látex apresentam-se com cerca de 15 a 20% de sólidos 
em volume e 80 a 85% de água. As boas tintas ou de qualidade, normalmente apresentam cerca de 35 
a 35% de sólidos e, conseqüentemente, 55 a 65% de água. 
Se pintarmos com uma tinta de qualidade e uma tinta comum, em igualdade de condições, uma 
mesma espessura de filme molhado (recém pintado), após a secagem obteremos uma película mais 
espessa, que dará mais proteção e durabilidade. De fato, com uma tinta de 40% de sólidos em 
volume após a secagem da pintura, obteremos uma película seca (EPS) três vezes mais espessa do 
que com a tinta 30% de sólidos. 
 
 
8 
 
5. CARACTERÍSTICAS QUE UMA BOA TINTA DEVE TER 
 
5.1. Componentes 
 
As tintas são compostas por quatro categorias de 
componentes: pigmentos, ligantes, líquidos e aditivos.Como 
uma regra geral, quanto maior a quantidade de pigmento e 
ligante, melhor será a qualidade da tinta. 
 
 Pigmentos: responsáveis pela cor e poder de cobertura. 
 Ligantes: dão "liga" aos pigmentos e proporcionam 
integridade e adesão ao filme. 
 Líquidos: também conhecidos como veículo, proporcionam a consistência desejada. 
 Aditivos: proporcionam à tinta propriedades específicas. 
 
5.2. Características de aplicação 
 
As principais características de aplicação são: 
 
 
5.3. Características de resistência e durabilidade 
 
As características de resistência estão intimamente relacionadas com a qualidade da tinta. 
 
5.3.1. Tintas para Interiores 
 
Característica Benefício 
Alto grau de adesão Menor possibilidade de formação de bolhas, descascamento, 
maior resistência a umidade e a lavagem 
Resistência a abrasão Maior resistência a limpeza 
Resistência a polimento Não fica brilhante quando polida ou limpa 
Resistência a manchas Não absorve sujeira e maior facilidade de limpeza 
Resistência a aderência Superfícies que não grudam quando se tocam 
 
 
5.3.2. Tintas para Exteriores 
 
Característica Benefício 
Excelente alastramento e nivelamento Suavidade da aplicação e boa aparência 
Capacidade superior de cobertura 
Aparência, rapidez de aplicação, necessidade de menos 
demãos 
Não respinga quando aplicada com rolo Facilidade de limpeza e rapidez no trabalho 
Característica Benefício 
Alta adesão Menor possibilidade de formar bolhas ou de descascar 
Resistência a calcinação Menor desbotamento, menor escurecimento da superfície e baixa 
taxa de erosão 
9 
 
 
5.4. Teor de pigmentos 
 
A proporção de pigmentos, volumetricamente falando, referida ao volume total de sólidos de 
resina e pigmentos de uma tinta é chamada de teor de pigmentos, e é expressa em porcentagem. 
Teores de pigmentos entre 10 e 2% representam uma proporção baixa na relação 
pigmento/resina, significando, certamente, uma tinta com brilho. De forma inversa, as tintas com 
altos teores de pigmentos entre 45 e 75%, apresentam-se com uma proporção superior à resina, o 
que resulta em uma pintura ou acabamento fosco, sem brilho. 
As pinturas com acabamento acetinado ou com maio brilho apresentam-se, de um modo geral, 
com teores de pigmento entre 28 e 385% 
Uma outra forma de entender o teor de pigmento é analisando-se a quetão de quanta resina será 
necessária para envolver o pigmento. As tintas, com baixos teores de pigmento, são consideradas, 
portanto, com alto teor de resina, isto é, mais resina do que pigmento. Logo, como já afirmamos 
acima obteremos uma pintura polida, com brilho. 
 
6. APLICAÇÃO 
 
6.1. Condições climáticas Não muito frio 
5° C é a temperatura mínima de aplicação para a maior parte das tintas à base de água ou de 
solvente, seja em relação à superfície a ser pintada ou ao ambiente. 
Temperaturas muito baixas 
Dificultam as pinceladas e passadas de rolo 
Prolongam o tempo de secagem, o que faz com que a tinta fique mais sujeita a adesão de 
partículas de poeira do ar. 
 
6.2. Não muito quente 
Temperaturas muito elevadas podem fazer com que a tinta sequerápido demais, 
comprometendo a durabilidade da pintura. Evite pintar sob as seguintes condições, especialmente se 
mais de uma estiver presente. 
Temperatura do ar ou da superfície superior a 30° C Luz do sol direta, principalmente ao usar 
cores escuras Baixa umidade 
 
6.3. Ventilação adequada 
Ao usar tintas à base de solventes, cuide para que o local seja muito bem ventilado. Isso evitará 
que forte odor do solvente, prejudicial à saúde das pessoas, permaneça no local por muito tempo. 
 
7. SUBSTRATOS 
 
7.1. Propriedades das superfícies 
As propriedades das superfícies, que influem diretamente no comportamento das pinturas são: 
 Permeabilidade: É a propriedade que tem o substrato de permitir a passagem de gases ou 
líquidos que poderão resultar em diversas combinações químicas. 
 Porosidade: É a relação percentual entre o volume de espaços vazios e o volume total. Esta 
Resistência a mofo (bolor) e algas Impede o crescimento de fungos ou algas 
Retenção de cores Manutenção da cor e a aparência 
Resistência alcalina Resiste à deterioração em alvenaria fresca 
Resistência a sujeira Não aderência de partículas de sujeira em suspensão no ar 
10 
 
relação influenciará substancialmente no grau de absorção dos compostos líquidos pela tinta. 
 Resistência a radiações energéticas: É a propriedade dos materiais de não sofrerem 
deterioração ou decomposição quando expostos às radiações energéticas , especial as radiações 
provenientes do sol , como luz ultravioleta. 
 Plasticidade / fragilidade: Plasticidade é a propriedade do material de sofrer alteração de forma 
sob ação de forças externas e as manter mesmo após a retirada destas forças, sem o aparecimento 
de fissuras. 
Fragilidade é a propriedade segundo a qual o material se rompe,sob a ação de forças externas , 
sem ter sofrido deformação 
 Reatividade química:´a capacidade do material de combinar com agentes químicos ambiantais. 
 
Os materiais de alvenaria são via de regra porosos, absorvem e podem reter água, desenvolver e 
abrigar fungos e possuem comportamento alcalino. 
As madeiras são porosas, higroscópicas e sofrem decomposição superficial sob efeito dos 
fungos e das radiações solares (raios infravermelho e ultravioleta). Por absorverem umidade, sofrem 
alteração dimensional provocando empenamentos. 
Os metais, basicamente as ligas ferrosas, são altamente sensíveis à corrosão quando em contato 
com a umidade, o oxigênio e os elementos poluentes. 
As especificações de pintura na construção civil devem ser feitas mediante pleno conhecimento 
das condições ambientais e dos diversos tipos de substratos. 
 
Propriedade de superficies 
 
PROPRIEDADES 
SUPERFÍCIES 
ALVENARIA MADEIRA METAIS 
Porosidade alta alta nula 
Permeabilidade alta alta nula 
Retividade química média baixa muito alta para metais ferrosos 
Resistência a radiações solares alta baixa alta 
Caracterísitca básica peculiar alcalinidade higroscopia sensibilidade à corrosão 
24 
 
8. Conhecendo a qualidade de sua tinta 
 
Os testes mais representativos são os de: lavabilidade, cobertura úmida, cobertura seca 
e porosidade. 
 
Para fazer o teste são necessários: 
 
 
 
 
 
• cartela de extensão - cartão de papel branco com uma tarja preta, justamente para 
melhor observar o poder de cobertura da tinta. 
 
• extensor - peça de metal de espessura constante para puxar a tinta sobre a cartela. 
 
Pode-se fazer o teste de uma ou mais tintas colocando-se uma pequena quantidade de 
produto sobre a cartela e puxá-las ao mesmo tempo com o extensor. 
 
 
 
25 
 
 
 
A tinta de melhor cobertura pode ser observada a olho nu, principalmente sobre a tarja 
preta. 
Uma vez que a tinta tenha secado, pode-se fazer o teste de porosidade, deixando cair 
sobre a cartela uma corrente de água com o uso de um conta-gotas, por exemplo. As 
tintas de baixa qualidade têm maior porosidade e conseqüentemente absorvem mais 
água, fazendo com que a cobertura diminua e deixando transparecer o substrato, 
independentemente de ser papel, tijolo ou argamassa. A porosidade da tinta pode ser 
melhor observada com a utilização de uma lupa. Os produtos de alta qualidade são 
menos porosos. 
O teste de lavabilidade pode ser realizado friccionando um pedaço de gaze cirúrgica 
úmida sobre as tintas aplicadas na cartela de extensão. No exemplo, a tinta A só resistiu 
a três ciclos de fricção; a tinta B resistiu a 23 ciclos, e a tinta C não se desgastou da 
cartela durante o teste. Segundo o engenheiro Flávio, as tintas de alta qualidade 
resistem a 500 fricções ou mais, sem desgaste. Por resistirem a poucos ciclos, as tintas 
A e B são consideradas de baixa qualidade. 
 
 
 
 
 
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9. Patologias - RELAÇÃO ENTRE FATORES ENVOLVIDOS NA 
DEGRADAÇÃO DE UM FILME 
 
Descrição, causas e soluções 
9.1. Adesão de duas superfícies 
 
 
Adesão de duas superfícies quando pressionadas umas sobre as outras. Exemplo: a 
porta gruda no batente. 
 
Possíveis Causas 
• Não aguardar portas e janelas secarem totalmente antes de fechá-las. 
• Uso de tintas alto ou semibrilho de baixa qualidade. 
 
Soluções 
• Usar tintas alto ou semibrilho acrílicas de alta qualidade. As tintas de qualidade 
inferior possuem pouca resistência ao problema, principalmente sob condições de calor 
e vapor. As tintas acrílicas são mais resistentes à esse problema que as tintas vinílica, 
base óleo ou alquídica. Esta última, desenvolve sua resistência à adesão com o passar 
do tempo. 
• Siga sempre o tempo de secagem recomendado pelo fabricante. 
• A aplicação de talco pode atenuar o problema. 
 
 
27 
 
 
 
 
9.2. Baixa adesão a metais galvanizados 
 
 
A tinta não adere à superfícies de metal galvanizado. 
 
Possíveis Causas 
• Incorreta preparação da superfície, por exemplo remoção insuficiente da ferrugem. 
• Falha na aplicação do selador antes de aplicação de tinta base óleo ou látex 
vinílico. 
• Não lixar corretamente superfícies de acabamento esmaltado ou brilhoso antes da 
pintura. 
 
Soluções 
• Todo e qualquer ponto de ferrugem deve ser eliminado com auxílio de uma escova de 
aço e em seguida aplique sobre o substrato um selador resistente à corrosão (uma 
demão é, geralmente, suficiente). 
• Ao pintar pela primeira vez ou repintar uma superfície galvanizada que não apresente 
pontos de ferrugem, pode-se utilizar um látex acrílico sem aplicação prévia de selador. 
No caso de usar tintas base óleo ou látex vinílico em superfície bruta, a aplicação de um 
selador se torna fundamental. 
 
 
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9.3. Baixa resistência a alcalinidade 
 
 
Perda de cor e deterioração do filme se aplicado sobre alvenaria recém-construída. 
 
Possíveis Causas 
• Tinta base óleo ou vinil acrílico aplicada sobre alvenaria recém-construída, que não 
tenha sido curada por um ano. Construções novas, geralmente contém cal que é 
muito alcalino. 
• A alcalinidade da construção permanece tão alta a ponto de afetar a integridade do 
filme formado sobre a superfície. 
 
Soluções 
• O ideal é deixar a superfície sem pintura por até um ano, para que o concreto seque 
bem. Se não for possível, espere pelo menos 30 dias. Antes iniciar a pintura, aplique 
sobre o substrato um selador resistente à alcalinidade. 
• Prefira tintas 100% acrílicas, porque são mais resistentes a esse problema. 
 
 
 
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9.4. Baixa resistência às manchas 
 
 
A tinta não apresenta resistência contra ao acúmulo de sujeiras e manchas. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de tinta de baixa qualidade queseja muito porosa. 
• Aplicação de tinta em uma superfície que não tenha sido selada. 
 
Soluções 
• Tintas base água de alta qualidade contêm mais emulsão, ingrediente que ajuda a 
evitar com que as manchas penetrem na superfície pintada. Com isso, a sujeira pode ser 
removida com facilidade. 
• Superfícies novas, que tenham sido seladas, proporcionam formação do filme em uma 
espessura correta, oferecendo fácil remoção de manchas. 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
9.5. Baixa resistência ao atrito 
 
 
Remoção parcial ou total do filme, quando esfregado. 
 
Possíveis Causas 
• Escolha do tipo de brilho incorreto para o ambiente. 
• Uso de uma tinta de baixa qualidade. 
• Limpar o local com um material muito abrasivo. 
• Limpar a superfície sem que a tinta esteja totalmente seca. 
 
Soluções 
• Áreas que necessitam de freqüente limpeza ou que estejam expostas a grande tráfego 
requerem um tipo de tinta que ofereça grande resistência. Nesses casos é aconselhável 
o uso de tintas alto ou semi brilho ao invés de tintas foscas. 
• Quando for limpar a superfície utilize um material não abrasivo e um detergente bem 
suave. 
 
 
 
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9.6. Baixa retenção de brilho 
 
 
Deterioração da tinta, resultando em excessiva ou rápida perda de brilho. 
 
Possíveis Causas 
• Uso externo de tinta indicada para superfícies internas. 
• Uso de tinta de baixa qualidade. 
• Uso de tinta alto brilho base óleo ou alquídica em locais que recebem direta luz do 
sol. 
• A incidência luz do Sol diretamente sobre a superfície pode comprometer a emulsão e 
os pigmentos da tinta, provocando a calcinação e perda de brilho. 
 
Soluções 
• Com o passar do tempo, toda tinta perde um pouco do seu brilho inicial, porém as de 
baixa qualidade o processo se dá mais rapidamente. 
• Emulsões usadas em tintas acrílicas são mais resistentes aos raios UV, enquanto as 
presentes em tintas base óleo e alquídicas absorvem a radiação, causando seu 
comprometimento. 
• A preparação da superfície deve ser a mesma de locais que apresentam sinais de 
calcinação (ver Calcinação). 
 
 
 
 
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9.7. Baixa uniformidade de brilho 
 
 
Brilho desigual da pintura que apresenta manchas brilhantes ou foscas sobre a 
superfície pintada. 
 
Possíveis Causas 
• Desigual taxa de espalhamento durante a pintura. 
• Falha na selagem de uma superfície porosa ou superfície que apresenta vários graus 
de porosidade. 
• Aplicação da tinta de maneira errada. 
 
Solução 
• Substratos novos devem ser selados antes da aplicação da tinta, assegurando uma 
uniformidade de porosidade na superfície. Se a superfície não for selada, uma segunda 
demão de tinta é indicada. 
 
 
 
 
 
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9.8. Baixo poder de cobertura 
 
 
A superfície, mesmo pintada, não encobre totalmente a camada subjacente. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de uma tinta de baixa qualidade. 
• Uso de pincel ou rolo de baixa qualidade. 
• Uso de uma combinação imprópria de base de tingimento e cor de tingimento. 
• Pobre alastramento e nivelamento da tinta (ver Alastramento e Nivelamento). 
• Uso de uma tinta muito mais clara que o substrato ou que contenha pigmentos 
orgânicos de baixo poder de cobertura. 
• Aplicação de tinta com taxa de espalhamento maior que o recomendado. 
 
Soluções 
• Use sempre tintas de alta qualidade, pois proporcionam um melhor escoamento e 
poder de cobertura. 
• Use rolos ou pincéis de boa qualidade. Quando optar por rolo, verifique se é o tipo 
indicado para a pintura. 
• Se o substrato for muito escuro ou estiver com papel de parede, utilize um selador 
antes da aplicação da tinta. 
• Se optar por uma tinta tingida, utilize a base correta. 
• Quando a utilização de pigmentos orgânicos de baixo poder de cobertura for 
necessária, aplique um selador antes da pintura. 
• Siga as recomendações do fabricante quanto a taxa de espalhamento. 
 
 
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9.9. Bolhas 
 
 
Esse problema, geralmente é resultante de perda localizada de adesão e levantamento 
do filme da superfície. 
 
Possíveis Causas 
• Aplicação de tinta base óleo ou alquídica sobre uma superfície úmida ou molhada. 
• Umidade infiltrando através de paredes externas (menos provável com tintas base 
água). 
• Superfície pintada exposta à umidade, logo após a secagem, principalmente se houve 
inadequada preparação da superfície. 
 
Soluções 
• Se nem todas as bolhas baixaram remova-as, raspando e lixando as regiões 
comprometidas e repinte com tinta acrílica, indicada para interiores. 
• Se todas as bolhas baixaram elimine a fonte de umidade, raspe e lixe o local e aplique 
um selador antes de aplicar a tinta. 
• Considere a possibilidade de instalar, um exaustor no ambiente. 
 
 
 
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9.10. Bolor 
 
 
Esse problema é caracterizado pela existência de manchas ou pontos pretos, 
acinzentados ou amarronzados sobre a superfície. 
 
Possíveis Causas 
• Aparece, geralmente, em áreas úmidas ou que recebem pouca ou nenhuma luz do sol, 
como banheiros, cozinhas ou lavanderias. 
• Uso de uma tinta alquídica ou base óleo, ou de uma tinta base água de baixa 
qualidade. 
• Inadequada selagem de uma superfície de madeira, antes da aplicação da tinta. 
• Pintura sobre substrato ou camada de tinta na qual o bolor não tenha sido removido. 
 
Soluções 
• Certifique-se de que o problema seja mesmo bolor, fazendo o seguinte teste: Pingue 
algumas gotas de alvejante doméstico sobre as manchas, se elas clarearem certamente 
trata- se de bolor. Em seguida, remova todo o bolor do local com a seguinte solução: 1 
parte de alvejante para 3 de água, protegendo mãos e olhos. 
• Pinte a superfície com uma tinta base água de alta qualidade e quando houver 
necessidade de limpeza, faça-a com alvejante /detergente. 
• A instalação de um exaustor em locais de intensa umidade é uma boa opção. 
 
 
 
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9.11. Calcinação 
 
 
Formação de finas partículas, semelhantes a um pó esbranquiçado, sobre a superfície 
pintada exposta ao tempo, causando o desbotamento da cor. Ainda que algum 
desbotamento seja normal, devido ao desgaste natural, em excesso pode causar extrema 
calcinação. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de uma tinta de baixa qualidade, que contenha alta concentração de 
pigmentação. 
• Uso externo de uma tinta indicada para superfícies internas. 
 
Soluções 
• Remova a tinta, usando uma escova de aço, todo e qualquer vestígio de calcinação, 
enxaguando bem com uma mangueira ou com jatos d’água. Verifique se ainda há 
presença de vestígios, passando a mão sobre a superficie já seca. 
• Caso o problema persista, aplique um selador base óleo ou látex acrílico e repinte com 
uma tinta de alta qualidade, indicada para superfícies externas. 
• Se a superfície estiver isenta ou apresentar mínimo sinal de calcinação e a tinta antiga 
estiver em boas condições não é necessário utilizar um selador. 
 
 
 
 
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9.12. Crateras/espumação 
 
 
Crateras surgem do rompimento de bolhas causadas pela espumação. 
 
Possíveis Causas 
• Agitação da lata de tinta parcialmente cheia. 
• Uso de uma tinta de baixa qualidade, ou, muito velha. 
• Aplicação muito rápida da tinta, especialmente com rolo. 
• Uso de rolo com comprimento de pêlo não adequado. 
• Passar muitas vezes o rolo ou o pincel sobre o mesmo lugar. 
• Aplicação de tinta alto ou semi brilho sobre uma superfície porosa. 
Soluções 
• Todas as tintas espumam durante a aplicação, entretanto, tintasde alta qualidade são 
formuladas para que as bolhas se rompam enquanto a tinta ainda esteja úmida, 
proporcionando perfeito fluxo e aparência. 
• Evite passar o rolo ou o pincel várias vezes sobre um mesmo local. 
• Evite usar uma tinta que tenha sido fabricada há mais de um ano. 
• Ao pintar uma superfície com tintas alto ou semi brilho, use sempre um rolo de pêlo 
curto. 
• Antes de pintar uma superfície porosa, aplique um selador. 
• Prepare adequadamente a superfície antes de aplicar a tinta. 
 
 
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9.13. Desbotamento 
 
 
Prematuro ou excessivo clareamento da cor original da tinta. Ocorre, geralmente, em 
superfícies expostas constantemente à luz do sol. Esse problema pode ser um resultado 
de calcinação. 
 
Possíveis Causas 
• Uso externo de tinta indicada para superfícies internas. 
• Uso de tinta de baixa qualidade, culminando em rápida deterioração do filme. 
• Uso de determinadas cores de tinta mais suscetíveis aos raios UV (como tons de 
vermelho, azul e amarelo). 
• Tingimento de tinta branca não indicada para o processo ou dosagem excessiva de 
uma base clara ou média. 
 
Solução 
• Quando o problema for decorrente de calcinação, remova todo e qualquer vestígio 
(ver Calcinação). Para a repintura, escolha tintas e cores recomendadas pelo fabricante 
para uso externo. 
 
 
 
 
 
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9.14. Descamação 
 
 
Ruptura na pintura causada pelo desgaste natural do tempo, levando ao total 
comprometimento da superfície. No estado inicial o problema se apresenta como uma 
fina fissura e em seguida, num estágio mais avançado, começam a ocorrer as 
descamações da tinta. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de tinta de baixa qualidade, que oferece pouca adesão e flexibilidade. 
• Diluição exagerada da tinta. 
• Inadequada preparação da superfície, ou aplicação de tinta sobre madeira bruta sem 
selador. 
• Excessiva fragilização de tinta alquídica envelhecida. 
 
Solução 
• Remova todos os fragmentos de tinta com uma raspadeira ou escova de aço e lixe a 
superfície. Se as rupturas ocorrerem também nas camadas mais profundas, o uso de 
uma massa corrida pode ser necessário. Em superfícies de madeira bruta use selador 
antes da repintura. 
 
 
 
 
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9.15. Eflorescência/manchas 
 
 
Aspereza e depósito de sais brancos que provocam manchas na superfície. 
 
Possíveis Causas 
• Falta de uma adequada preparação da superfície, como total remoção de sinais de 
eflorescência anteriores. 
• Excesso de umidade passando para a superfície. 
• Eflorescências também pode ser decorrente do vapor, principalmente em cozinhas, 
banheiros e áreas de serviço. 
 
Soluções 
• Se a causa do problema for umidade, elimine- a totalmente. Vede quaisquer fissuras 
na superfície com um selante acrílico base d´água ou um
 acrílico siliconizado. 
• Seja a causa umidade ou vapor, remova as manchas com uma escova de aço ou com 
auxílio de uma lavadora de alta pressão e enxágüe bem. Aplique um selador para 
alvenaria base d´água ou solvente de alta qualidade e, só então aplique a tinta. 
• Uma boa opção para evitar que o problema ocorra em áreas suscetíveis a vapor é a 
instalação de ventiladores ou exaustores. 
 
 
 
 
 
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9.16. Encardimento da superfície 
 
 
Acúmulo de sujeira, poeira e outros fragmentos sobre a superfície pintada. O 
problema pode ser confundido com bolor 
 
Possíveis Causas 
• Uso de tintas de baixa qualidade, especialmente acetinada ou semi-brilho de baixa 
qualidade. 
• Agressores externos, como poluição, aceleram o encardimento da superfície. 
 
Soluções 
• Em virtude da semelhança do problema com bolor faça o seguinte teste: pingue 
algumas gotas de alvejante doméstico sobre o local, se as manchas desaparecerem é 
bolor. Nesse caso, siga as recomendações da seção Bolor. Se as manchas persistirem 
limpe a região afetada com uma escova e detergente, enxaguando bem. 
• Sujeiras mais acumuladas, portanto de difícil remoção, devem ser limpas com auxílio 
de uma lavadora de alta pressão. 
• Para evitar a ocorrência do problema, use produtos de alta qualidade. As tintas látex e 
alto brilho são boas opções, por oferecerem maior resistência ao acúmulo de sujeira e à 
lavagem da superfície. 
 
 
 
 
 
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9.17. Enrugamento 
 
 
Formação de rugas e ondulações sobre a superfície ocorrem quando a tinta ainda está 
úmida. 
 
Possíveis Causas 
• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa (mais provável com uso de tintas 
alquídicas ou base óleo). 
• Pintura realizada sob condições extremas de calor ou frio. Isso faz com que a camada 
mais externa do filme seque mais rápido, enquanto que a camada de baixo ainda 
permaneça úmida. 
• Expor uma superfície, que não esteja totalmente seca, à muita umidade. 
• Aplicação de uma camada de tinta, sem que, o selador esteja totalmente seco. 
• Pintura sobre superfície suja ou engordurada. 
 
Soluções 
• Raspe ou lixe a superfície para remover a camada enrugada. Antes de aplicar um 
selador, certifique-se de que a superfície esteja totalmente seca. Repinte o local, 
evitando fazê-lo sob condições extremas de temperatura e umidade. 
• Utilize uma tinta para Interior de alta qualidade. 
 
 
 
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9.18. Escorrimento de calcinação 
 
 
O escorrimento da calcinação é proveniente da excessiva erosão/desgaste de tinta 
antiga existente sobre o substrato, comprometendo a sua aparência. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de tinta de baixa qualidade que contenha alta concentração de pigmentação. 
• Uso externo de tinta indicada para superfícies internas. 
 
Soluções 
• Remova totalmente os resíduos de calcinação (ver Calcinação). Limpe bem as áreas 
manchadas, esfregando detergente sobre elas, com o auxílio de uma brocha. Em 
seguida, enxágüe bem. Em casos de manchas mais resistentes, substitua o detergente 
por um produto ácido. 
• Caso ocorra clareamento de cor nos locais que foram limpos, aplique uma tinta base 
água de alta qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9.19. Escorrimento de tinta 
 
 
Escorrimento de tinta, logo após ser aplicada, resulta em cobertura irregular da 
superfície. 
 
Possíveis Causas 
• Aplicação de uma camada muito espessa. 
• Aplicação da tinta sob condições de frio ou umidade. 
• Uso de uma tinta muito diluída. 
• Usar pistola com o bico muito próximo à superfície que recebe a tinta. 
 
Soluções 
• Se a tinta ainda estiver úmida, passe o rolo novamente sobre o local a fim de 
uniformizar a superfície. 
• Se a tinta estiver seca, lixe a superfície e reaplique uma nova demão. 
• Não dilua a tinta para fazê-la render mais. 
• Evite realizar a pintura sob condições de frio e umidade. 
• Lixe superfícies brilhantes, antes de pintá-las. 
A tinta deve ser aplicada com taxa de espalhamento indicada pelo fabricante. 
• Duas demãos de tinta, na taxa de espalhamento recomendada, são melhores do que 
uma demão extremamente espessa. 
• Ao pintar portas, convém, se possível, retirá-las e pintá-las na posição horizontal. 
 
 
 
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9.20. Ferrugem 
 
 
Manchas marrom avermelhadas sobre a tinta. 
 
Possíveis Causas 
• Pregos de ferro não galvanizado tendem à enferrujar, causando comprometimento de 
toda superfície. 
• Pregos não galvanizados que não tenham sido colocados até o fim. 
• Pregos galvanizados enferrujam após longa exposição ao tempo. 
 
Soluções 
• Ao pintar uma superfície que não apresente ferrugem, mas na qual hápregos não 
galvanizados, primeiramente bata-os bem, de maneira que suas cabeça fiquem pouco 
abaixo da superfície, vede-os usando um selante acrílico base água ou acrílico 
siliconizado e aplique tinta apenas sobre eles, para depois pintar a superfície toda. 
• A pintura de uma superfície que já esteja enferrujada requer além dos procedimentos 
citados acima, limpeza do local e lixamento das "cabeças" dos pregos. 
 
 
 
 
 
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9.21. Incompatibilidade de tintas 
 
 
Perda da adesão de uma tinta látex aplicada sobre outra camada de uma tinta alquídica 
ou base óleo. 
 
Possível Causa 
• Uso de tinta base água sobre mais de três ou quatro camadas já existentes de tinta 
base óleo ou alquídica envelhecidas faz com que as tintas velhas descolem do 
substrato. 
 
Solução 
• Repinte a superfície, usando tinta base óleo ou alquídica. Se optar por usar tinta látex, 
remova totalmente a tinta existente e prepare a superfície; limpando, lixando e 
impermeabilizando onde houver necessidade. 
 
 
 
 
 
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9.22. Mancha por migração de Tanino 
 
 
Amarelecimento ou perda da cor escura da madeira, devido à migração do tanino 
através do substrato, chegando até a superfície pintada. Geralmente ocorre em madeiras 
manchadas, como sequóia, cedro e mogno. 
 
Possíveis Causas 
• Impermeabilização incorreta da superfície antes da pintura. 
• Uso de um selador insuficientemente resistente à manchas. 
• Excesso de umidade passando pela madeira. A água acaba conduzindo as manchas até 
a superfície. 
 
Solução 
• Elimine a umidade, se existir (ver Eflorescência e Manchas). Após a superfície estar 
completamente limpa, aplique um selador base óleo ou acrílico de alta qualidade. Em 
casos extremos, uma segunda demão de selador pode ser aplicada após secagem total 
da primeira. Para finalizar, aplique uma tinta de alta qualidade base água. 
 
 
 
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9.23. Manchas causadas pelo rolo 
 
 
Marcas causadas pelo uso de um rolo inadequado. 
 
Possíveis Causas 
• Uso do tipo de rolo errado. 
• Uso de uma tinta de baixa qualidade. 
• Uso de um rolo de baixa qualidade. 
• Uso incorreto das técnicas de pintura com rolo. 
 
Soluções 
• Use um rolo apropriado à superfície a ser pintada. 
• Use um rolo de boa qualidade. 
• Tintas de alta qualidade tendem a deslizar com maior facilidade, devido à alta 
concentração de conteúdos sólidos e as propriedades de nivelamento que possui. 
• Umedeça o rolo com água e tire o excesso antes de molhá-lo com tinta base água. 
• Ao pintar uma parede, comece bem próximo ao teto e vá descendo. Procure pintar a 
superfície por partes (seção de aproximadamente 1m
2
), fazendo a forma de zigzag (M 
ou W). Em seguida, preencha os espaços, sem tirar o rolo da superfície, em linhas 
paralelas e uniformes. 
 
 
 
49 
 
 
 
9.24. Migração de sulfactantes 
 
 
Concentração de ingredientes solúveis em água sobre superfície pintada com tinta base 
água. Geralmente, aparece no teto de ambientes que possuem alta umidade ( banheiros 
e cozinhas ). Pode se tornar evidente pela formação de manchas amareladas ou 
amarronzadas, adquirindo, às vezes, aspecto brilhante, áspero e pegajoso. 
 
Possível Causa 
• Todas as tintas base água podem desenvolver esse problema se aplicadas em áreas 
úmidas, como em banheiros, principalmente no teto. 
 
Soluções 
• Lave a área, que apresenta as manchas, com água e sabão e enxague bem. Só então 
repinte-a. O problema pode ocorrer mais uma ou duas vezes até que os surfactantes 
sejam totalmente removidos. 
• Remova todas as manchas antes de repintar. 
• Quando uma tinta for aplicada em banheiros, certifique-se que superfície pintada está 
seca antes de utilizar o chuveiro. 
 
 
 
50 
 
 
 
9.25. Não uniformidade de cor 
 
 
Efeito de cor não uniforme, pode aparecer quando uma superfície é pintada com rolo, e 
os cantos são com pincel. Geralmente, os recortes pintados com pincel ficam mais 
escuros e, às vezes, mais brilhantes. 
Isso também pode ocorrer quando a aplicação da tinta nos recortes é feita com pistola. 
 
Possíveis Causas 
• Usualmente um efeito de diferença na cobertura. Pinturas feitas com pincel, 
geralmente, resultam em menor taxa de espalhamento que o rolo, produzindo assim, um 
filme mais espesso e conseqüentemente com maior cobertura. 
• Adição de corantes em uma tinta imprópria para tingimento ou uso em quantidade 
inadequada de corante. 
 
Solução 
• Certifique-se de que a taxa de espalhamento seja similar, tanto com uso de pincel ou 
de rolo. Não faça os recortes com pincel em todo o ambiente antes da aplicação do rolo. 
Trabalhe em pequenos espaços para manter uma borda úmida. Isso evitará, que ao 
iniciar a pintura de um novo trecho, o anterior não esteja totalmente seco. Se usar tintas 
tingidas, certifique-se de que tenha sido usada a combinação correta da base de 
corantes. 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
9.26. Pele de jacaré 
 
 
A superfície da tinta apresenta uma série de pequenas rachaduras, semelhantes à pele 
de um jacaré. 
 
Possíveis Causas 
• Aplicação de uma demão de tinta que apresenta formação de filme extremamente 
duro ou rígido, como esmalte alquídico, sobre uma camada mais flexível, como a de 
um selador base água. 
• Aplicação de outra camada de tinta, sem que a inferior esteja totalmente seca. 
• Influência de agentes externos, como oscilação de temperatura e constantes 
movimentos de expansão e retração sofridos pelo substrato comprometem a 
elasticidade do filme, principalmente se a tinta existente for base óleo. 
 
Soluções 
• Remova toda tinta velha existente na superfície rapando-a e lixando-a. 
• Antes de aplicar a tinta, prepare a superfície com um selador base óleo ou água de alta 
qualidade. 
 
 
 
 
 
 
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9.27. Pobre alastramento/nivelamento 
 
 
Ao secar, a tinta apresenta marcas visíveis de rolo ou pincel. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de tinta de baixa qualidade. 
• "Retoque" em áreas parcialmente secas. 
• Uso de tipo rolo ou pincel de baixa qualidade ou inadequados. 
• Uso de tipo errado de rolo, ou de um pincel de baixa qualidade. 
 
Soluções 
• Use tintas base água de alta qualidade que, geralmente, são formuladas com 
ingredientes que aumentam o poder de escoamento da tinta, evitando a ocorrência de 
marcas de pincel ou de rolo sobre a superfície. Isso resulta em um acabamento liso e 
uniforme. 
• Quando usar rolo, verifique se é o tipo indicado para a pintura. 
• Se optar por uso do pincel,é importante escolher um de boa qualidade, pois um pincel 
ruim pode causar insuficiente escoamento e nivelamento da tinta. 
 
 
53 
 
 
 
9.28. Polimento da tinta 
 
 
Aumento do brilho e poder de reflexão da tinta, quando esfregada. 
 
Possíveis Causas 
• Uso de tintas foscas em locais de grande tráfego, onde é aconselhável usar tintas alto 
brilho. 
• O local recebe freqüente limpeza para a remoção de manchas. 
• Móveis pressionados contra a parede. 
• Uso de tintas de baixa qualidade, que oferecem pouca resistência a manchas e à 
limpeza (ver baixa resistência a manchas). 
 
Soluções 
• Pinte áreas que sofrem desgaste constante e necessitam de limpeza diária, como 
portas, janelas, rodapés e peitoril de janelas, com uma tinta base água de alta qualidade, 
pois esse tipo de tinta oferece maior durabilidade e facilidade de limpeza. 
• Em áreas de grande tráfego escolha uma tinta alto ou semi brilho ao invés de fosca. 
• Paraa limpeza de superfícies pintadas use um pano ou esponja macia e não abrasiva e 
enxágüe bem. 
 
 
 
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9.29. Rachaduras na superfície 
 
 
Rachaduras profundas e irregulares na superfície. 
 
Possíveis Causas 
• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa, geralmente, sobre superfície 
porosa. 
• A tinta é aplicada em uma camada muito espessa, a fim de melhorar o poder de 
cobertura de um produto de baixa qualidade. 
• Acúmulo de tinta nos cantos da superfície, durante a aplicação. 
 
Soluções 
• Remova a camada afetada, raspando e lixando a superfície. Em alguns casos, apenas o 
lixamento é necessário. Em seguida, prepare a superfície e repinte-a com uma tinta base 
água de alta qualidade. Esse tipo de tinta, geralmente, previne o reaparecimento do 
problema, por ser mais flexível que as tintas alquídicas, base óleo e, mesmo, à base 
água de baixa qualidade. 
• Tintas de alta qualidade têm alta concentração de conteúdos sólidos, que reduzem a 
tendência a rachaduras na superfície, facilitando a aplicação e proporcionando grande 
poder de cobertura, o que evita a aplicação de demãos muito espessas. 
 
 
 
 
 
55 
 
 
 
9.30. Respingo 
 
 
O rolo respinga tinta durante a aplicação. 
 
Possíveis Causas 
• Uso interno de uma tinta indicada para superfícies externas. 
• Uso de uma tinta base água de baixa qualidade. 
 
Soluções 
• Tintas de boa qualidade são formuladas para minimizar os respingos. 
• Rolos de boa qualidade, também reduzem o risco de respingos. 
• Em alguns casos, pode-se usar uma tinta indicada para paredes, no teto, para a 
diminuição de respingos. 
• Excesso de tinta no rolo resultará em excessivo respingamento e desperdício de tinta. 
• Procure pintar a superfície por partes (seções de aproximadamente 1m
2
), fazendo a 
forma de zigzag (M ou W). Em seguida, preencha os espaços, sem tirar o rolo da 
superfície, em linhas paralelas e uniformes. 
 
 
56 
 
 
 
10. Estudo de caso 
 
10.1. Patologias sobre rebocos e concretos 
 
 
Introdução 
Emboços, rebocos e concreto aparente caracterizam-se por sua alcalinidade, 
porosidade, friabilidade e propensão a absorver e reter a umidade. Vamos analisar estas 
características . 
 
Alcalinidade 
A maioria dos revestimentos calcários e cimentícios são alcalinos por natureza. Esta 
alcalinidade é usualmente, derivada da cal no revestimento ou propriamente do 
concreto aparente pela hidratação do tricálcio . 
 
 
1 ( 3 CaO SiO2) + 5.5H2O 3 CaO 2SiO2 2.5H2O + Ca (OH)2 
Silicato tricálcico Hidrato de silicato de 
cálcio 
 
Hidróxido 
de cálcio 
 
As vezes o álcali é introduzido deliberadamente na forma de cal. Acrescentamos 
também sais solúveis. Na presença da cal, o sal solúvel produz poderosos hidróxidos 
álcali metálicos através da simples reação inorgânica. 
 
 
Os hidróxidos álcali metálicos como os de sódio e potássio são bem mais agressivos 
que os hidróxidos terra alcalinos (como a cal). São exatamente estes álcalis, a fonte de 
todos os problemas entre os substratos e a pintura com resinas sensíveis aos álcalis. 
 
Na presença de umidade, os álcalis atacam rapidamente os grupos éster da resina que 
estrutura a película das tintas à base de óleo ou as alquídicas simples, quebrando a 
ligação éster e formando o conhecido sabão. Este processo é conhecido como 
saponificação ou hidrólise induzida por álcalis. 
Ca (OH)2 + K2SO4 
Hidróxido Sulfato 
de cálcio de potássio 
CaSO4 + 2KOH 
Sulfato Hidróxido 
de cálcio de potássio 
57 
 
 
 
O Água 
O
 
58 
 
C O CH + 
NaOH + H2O 
C O CH 
59 
 
“Lig
ação
” 
éster 
na 
resin
a da 
pelíc
ula 
da 
tinta 
 
Hidróxido 
de 
sódio 
 
OH
-
 
 
O 
60 
 
 
 
C O CH OH
-
 
 
O 
 
C 
-
O Na OH 
O 
 
C OH + O 
-
CH 
61 
 
 
Saponificação do 
grupo ester 
Resina 
Saponifica
da (sabão) 
Resíduo 
hidroxilado 
62 
 
 
 
A umidade necessária para a reação é facilmente disponível no substrato formado 
devido ao processo de hidratação do emboço ou concreto aplicados. À medida que a 
reação é completada e substrato seca, o problema da alcalinidade diminui, muito 
embora formem grande porosidade absorver grandes quantidades de chuva. 
 
O grau de afetamento da película aplicada sobre o substrato alcalino dependerá de pH 
dessa superfície, da composição da tinta (composição do tipo éster do polímero), da 
idade da tinta, da persistência a este ciclo. 
 
Os efeito variam, podendo ocorrer formação de escamas e desplacamento da película, 
diretamente relacionados às tintas à base de ésteres aplicadas em rebocos ainda 
“verdes” ou em processo de cura. Isto também acontece quando o reboco retem água, 
fazendo com que fique pegajoso no contato com o dedo. O filme oleoso torna-se 
solúvel em água. Se secar ficará quebradiço, fraturando a película, perda de adesão, 
perda do brilho e muito comumente, uma descoloração um tanto parda. As tintas látex a 
base de acetato de vinil e acrílicas oferecem grande resistência ao álcali. 
 
Porosidade 
 
Todas as superfícies a base de cimento portland são porosas., portanto são 
excessivamente absorventes. Isto traz inúmeros problemas e algumas vantagens para a 
película de tinta.. 
As superfícies porosas dão mais base à película de tinta, permitindo melhor adesão 
mecânica do que superfícies lisas e duras. No entanto, estas superfícies contaminam 
facilmente quando qualquer líquido adentra nos poros.levando consigo sugidades e 
substâncias químicas. 
Quando pintadas com tintas viscosas ou de cura rápida, a película fecha os poros e as 
bolhas de ar que na fase de cura no filme, são expulsas resultando em milhares de 
furinhos na película de tinta.Esse problema é resolvido com o uso de primers de baixa 
viscosidade. 
63 
 
 
 
 
 
 
Friabilidade 
 
Esta característica é muito comum em rebocos que não apresentam um processo de 
hidratação adequado, ocorrendo com muita freqüência em materiais calcáreos. 
Caracteriza- se pela ausência de coesão e adesão à real superfície do substrato. Nesta 
situação, torna-se necessário reforçar tais superfícies aplicando primers do tipo 
penetrantes com baixa energia superficial e reduzida viscosidade. As tinta látex a base 
d´água não devem ser aplicadas pois possuem alta energia superficial e pelo tamanho 
de suas partículas. A remoção desta camada friável é sempre uma boa opção, 
utilizando-se o ataque ácido com posterior neutralização por hidrojateamento, 
lixamento ou jato de areia. 
O que ocorre é que o filme adere na camada superficial e a área imediatamente abaixo 
permanece sem coesão para agüentar qualquer tensionamento. O processo de ruína 
devido a coesão lateral,no interior do substrato, se torna inevitável. A medida que e 
película desplaca nota-se perfeitamente a fragilidade da camada imediatamente abaixo.. 
Não é um problema causado pela tinta. 
64 
 
 
 
 
Eflorescência 
 
Sais Inorgânicos Solúveis (SIS)- Os mais comumente encontrados são os sulfatos de 
sódio, cálcio e magnésio.Após a construção a água dissolve estes sais fazendo com que 
a solução escorra pelo substrato. Uma vez escorrendo pelo substrato, seca com 
facilidade, formando um filme cristalino ou ficando depositado na superfície aquele 
material pulverulento branco. Este fenômeno é chamado eflorescência. 
 
 
 
Quando a superfície é pintada com tinta impermeável,os sais se depositam sob sua 
película, causando trincasno filme com presença de eflorescência , conduzindo o filme 
à ruína. Quando a película tem uma excelente poder de adesão,os sais vão se 
depositando nos poros do substrato,imediatamente abaixo do filme,criando uma pressão 
cristalina que desintegrará o sistema substrato/revestimento. Este fenômeno particular é 
conhecido como criptoflorescência. 
A única maneira correta de eliminarmos as eflorescências é preenchendo os locais por 
onde a água tem acesso 
65 
 
 
 
63 
 
 
 
10.2. Calcinação de pintura epóxi 
 
A tinta epóxi possui uma excelente resistência, principalmente à abrasão, confirmado 
pelo estado interno do corrimão das rampas, área com alto tráfego. O mesmo 
desempenho não se aplica às intempéries. Fato também confirmado pelos guarda 
corpos expostos ao tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
 
10.3. Pintura sobre superfície galvanizada 
65 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
o Fazenda J.M.R. , TINTAS E VERNIZES , Volume1 , 2.º Edição 1995 Abrafati 
o Fazenda J.M.R. , TINTAS E VERNIZES , Volume2 , 2.º Edição 1995 Abrafati 
o Uemmoto K.L , Projeto, Execução e Inspeção de Pinturas, 1.º Edição 2002 CTE 
o Recuperar N.º 29 , 1999 Ed Thomastec 
o Recuperar N.º 9 , 1996 Ed Thomastec 
o Recuperar N.º 18 , 1997 Ed Thomastec 
o Recuperar N.º 24 , 1998 Ed Thomastec 
o Recuperar N.º 41 , 2001 Ed Thomastec 
o Recuperar N.º 21 , 1998 Ed Thomastec 
o Paint Quality Institute 
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