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Contra razões de apelação

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO
10 LINHAS
PROCESSO Nº: ...
RODRIGO, já qualificado nos autos da ação penal nº ..., que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA, por seu advogado que esta lhe subscreve, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência requer a juntada das inclusas CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO com fundamento no art. 600 do Código de Processo Penal. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 27 de Outubro de 2015.
Advogado - OAB
CONTRARRAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: RODRIGO
Apelado: JUSTIÇA PÚBLICA
Processo nº: ...
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douta Procuradoria do Estado. 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do meritíssimo juízo a quo, impõe que se mantenha a sentença proferida, pelas razões de fatos e de direitos a seguir expostas:
DOS FATOS 
No dia 24 de dezembro de 2014, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu, mediante emprego de uma faca, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática de crime de roubo duplamente majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal.
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado e três ações penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver sentença com trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento ouvidos a vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime,
na posse dos bens subtraídos. Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, após alegações finais, a pretensão punitiva do Esta
do foi julgada procedente, com Rodrigo sendo condenado a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto, e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu as majorantes mencionadas na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta.
O Ministério Público foi intimado da sentença em 14 de setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação perante o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015, requerendo:
i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de Antecedentes Criminais do acusado;
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código Penal;
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art. 157, §2º, incisos I e II, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes;
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o roubo com faca tem assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.
DOS DIREITOS 
O recurso de apelação não merece prosperar por se encontrar intempestivo. O Ministério Público foi intimado da sentença em 14 de Setembro de 2015, segunda-feira, vindo a apresentar sua apelação em 30 de Setembro de 2015, de acordo com o art. 593 do CPP o prazo de tal recurso é de 5 dias, tendo findado o prazo em 21 de Setembro de 2015, portanto, se encontra intempestivo e não merece prosseguir.
Caso Vossa Excelência entenda por prosseguir com o seguinte recurso, que seja negado os pedidos de modificação da sentença nos seguintes termos:
i) Não reconheça o aumento de pena base pelos maus antecedentes, pois, em nenhuma das ações na qual o réu figura chegou a transitar em julgado, a súmula 444 defende que não se aplica ações e inquéritos em andamento para aumentar a pena do acusado, por ferir o principio da presunção da inocência.
ii) Que seja afastada as agravantes previstas no art. 61, II, "h" e "l" do CP. 
No primeiro caso, a pena não pode ser agravada porque a vitima estava grávida de apenas um mês e tinha acabado de descobrir seu estado gravídico e o acusado não tinha como saber do estado em que ela se encontrava, praticou a conduta sem saber que estava ofendendo uma mulher grávida.
No segundo caso, não é cabível a agravante da embriaguez preordenada, pois, essa exige que o acusado se embriagasse para tomar coragem para praticar o crime, não foi o que ocorreu. Era uma festa em comemoração ao natal e o acusado apenas bebia com um amigo para sua diversão, portanto, incabível a aplicabilidade de tal agravante.
iii) O membro do parquet pediu pela majoração da pena em razão das várias causas de aumento de pena aplicadas ao caso, ocorre que, a medida é totalmente incabível diante de tal justificação e não merece ser aplicada.
iv) O regime inicial de cumprimento de pena exige uma motivação idônea e não pode ser aplicada em regime mais severo do que a pena aplicada, a mera opinião do julgador não é uma justificativa plausível nos termos do entendimento dos tribunais convertidos em sumula 718 e 719 do STF e 441 do STJ, portanto, a justificativa de regime inicial fechado para o acusado pelo fato de que o crime de roubo com faca tem assombrado a população não é motivo idôneo e não merece prosperar.
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto requer seja o presente recurso recebido e provido no sentido de não reconhecimento da Apelação pela intempestividade. Caso Vossa Excelência entenda por reconhecer, que não seja provido e mantenha integralmente a respeitável sentença como medida de justiça !!
Ou 
Venho nesta sede diante desta Emérita Corte recursal, insurgir-me contra ilustre sentença condenatória, constante nas fls … dos autos do processo crime ….., em face das razões de fato e direito acimadas, pedir em favor do acusado o seguinte: - Que o acusado seja absolvido das imputações inferidas por não haver prova constituída no processo da existência dos fatos e da autoria imputada ao acusado, em conformidade com o art. 386, II e VII do CPP, devendo ser posto em liberdade na forma do Art. 386, &ù, I do CPP; - Independente do curso e da sorte dos auto de processo-crime, deve ser imediatamente posto em liberdade o acusado, pois não atende os requisitos das cautelares em geral, bem como os do art. 312 do CPP, referentes a manutenção da prisão preventiva; - Que seja reconhecida a condição de primariedade do acusado, e sejam afastadas as causas que qualificam o crime, caso o condenado não seja absolvido, seja reduzida sua pena ao mínimo legal 4 anos de reclusão, pois não há previsão legal para manutenção da pena acima do mínimo legal; - Que a apelação interposta intempestivamente pelo parquet, após o quiquídio legal do art 393 do CPP, não seja conhecida por este Egrégio e justo tribunal recursal. - Caso subsista condenação com base na pena mínima em abstrato de 4 anos, que seja alterado o regime inicial para o aberto de cumprimento de pena restritiva de liberdade, estando de acordo com o que dispões o artigo 33, &2, c do CP. - Caso subsista alguma condenação, que a mesma seja pela incursão em crime único do caput do artigo 157 do CP, devendo ser afastada as agravantes e causa de aumento de penas, pois não foram regular e suficiente provadas, em atenção ao artigo 386, II do CPP; - Caso subsista alguma condenação, que não venha ser agravá-la além dos limites restritos dos pedido do ilustre órgão acusador, em conformidade com o artigo 617 do CPP; - Caso subsista alguma condenação nos exatos termos da sentença, queseja mantido o regime inicial de semiaberto de cumprimento de pena restritiva de liberdade, estando de acordo com o que dispões o artigo 33, &2, b do CP.
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 27 de Outubro de 2015.
Advogado - OAB

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